“Não podes ensinar o caranguejo a caminhar para a frente”. Aristófanes
Há
registro etnográfico que Aristófanes teve dois filhos, que também seguiram a carreira
do pai na arte da retórica. Escreveu mais de quarenta peças, dentre as quais apenas onze são
integralmente reconhecidas. Conservador, no plano das ideias, revela certa
hostilidade à história mítica dos deuses, bem como às inovações sociopolíticas
e aos homens responsáveis por elas. Seus heróis defendem a memória do passado
de Atenas, os valores democráticos tradicionais, as virtudes cívicas e a
solidariedade social. Violentamente satírico, critica a pomposidade, a
impostura, os desmandos e a corrupção na sociedade em que viveu. Seus alvos
são as personalidades influentes entre políticos, poetas, filósofos e
cientistas, velhos ou jovens, ricos ou pobres. Comenta em diálogos mordazes e
inteligentes todos os temas importantes amplificados da sua época: a chamada Guerra
do Peloponeso entre Atenas e Esparta, os métodos de educação, as discussões
filosóficas, o papel da mulher na sociedade, o surgimento da classe média. Foi
a literatura, contudo, que popularizou o estilo a partir da comédia, instando-se
já no século V, em Atenas.
Aristófanes foi um dramaturgo considerado o maior representante da comédia antiga. Nasceu em Atenas e, embora sua vida seja pouco conhecida, sua obra permite deduzir que teve uma formação intelectual requintada. Aristófanes viveu toda a sua juventude sob o esplendor do Século de Péricles. Aristófanes foi testemunha também do início do fim de Atenas. Ele viu o início da Guerra do Peloponeso, que arruinou a Hélade. A guerra do Peloponeso representou um conflito armado entre Atenas e Esparta, de 431 a 404 a.C. Sua história foi detalhadamente registrada por Tucídides, na obra História da Guerra do Peloponeso, e por Xenofonte, na obra Helênicas. Ele, da mesma forma, viu de perto do ponto de vista político o papel nocivo dos demagogos na “destruição econômica, militar e cultural de sua cidade-estado”. À sua volta, em torno da acrópole de Atenas, florescia a sofística, a arte da persuasão, que subvertia os conceitos religiosos, políticos, sociais e culturais da sua civilização. Um fenômeno cultural de implicações filosóficas, e retóricas, caracterizado pelos ensinamentos e doutrinas dos diversos mestres da eloquência como por Protágoras de Abdera, Górgias de Leontinos etc., que, além de ministrarem aulas de oratória e cultura geral para os cidadãos gregos, interferiram em acirrados debates filosóficos, religiosos e políticos de seu tempo.
O
símbolo não sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só
dimensão. As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas
cadeias de razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de
dedução lógica ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das
motivações simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em
categorias motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da
não linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades.
Metodologicamente, partindo dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica
dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as
estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação
das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as
tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de
um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de
atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de
pretextos para os devaneios imaginários. Tais são, as classificações, tradicionalmente
mais profundas de analistas das motivações do simbolismo religioso ou
imaginação literária.
Tanto
escolhem como norma classificatória a ordem de motivação cosmológica e astral,
na qual são as grandes sequências das estações, dos meteoros e dos astros que
servem de indutores à fabulação, tanto são os elementos de uma física aparentemente primitiva
e sumária que pelas qualidades sensoriais, polarizam os campos de força no
continuum homogêneo do imaginário. Se suspeita que seja os dados
sociológicos do microgrupo ou de referência a grupos que se estendem aos
confins do linguístico que fornecem quadros sociais primordiais para os
símbolos. Ocorre pela imaginação estreitamente motivada seja pela língua, seja
pelas funções que se modela sobre essas matrizes sociológicas e
antropológicas. Ou pelos seus genes raciais intervenham bastante
misteriosamente para estruturar os conjuntos simbólicos, distribuindo sejam as
mentalidades imaginárias sejam os rituais religiosos, constituído com uma
matriz evolucionista, quando tenta estabelecer uma hierarquia das grandes
formas simbólicas e restaura a unidade no dualismo de Henri Bergson das “Deux
Sources” (2013). Ou, enfim, que atravessando a técnica da psicanálise se tente
encontrar uma síntese entre as pulsões de uma libido em evolução e as pressões recalcadoras
do microgrupo familiar. Estas são diferentes classificações das motivações
simbólicas que precisamos analisar, antes de estabelecer um método pretensamente firme na ordem das motivações individuais e coletivas.
Na
história cultural da civilização todo povo que atinge um certo grau de desenvolvimento
sente-se naturalmente inclinada à prática da educação. Ela é o princípio por
meio do qual a comunidade humana conserva e transmite a sua peculiaridade tanto
física quanto espiritual. Uma educação consciente pode mudar a natureza física
do homem e suas qualidades, elevando-lhe a capacidade a um nível superior. Mas
o espírito conduz progressivamente à descoberta de si mesmo e cria, pelo
conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência
humana. A natureza do homem, na sua dupla estrutura corpórea e espiritual, cria
condições especiais para a manutenção e transmissão da sua forma peculiar e
exige organizações físicas e espirituais, ao conjunto dos quais damos o nome de
educação. Nela, a educação, o homem com sua prática social, atua a mesma força
vital, criadora e plástica, que espontaneamente impele todas as espécies vivas
à conservação e propagação de seu tipo social. É nela, porém, que essa
expressão social atinge o mais alto grau de intensidade, através do esforço consciente
do conhecimento e da vontade, dirigida para a consecução de um fim. Em nenhuma
parte, o influxo da comunidade nos seus membros tem maior força que no
constante ato de educar, em conformidade com o próprio sentir, cada nova
geração. A estrutura política assenta nas leis e normas escritas e não
escritas que a unem e unem os seus membros.
O conceito de sociedade está fundamentalmente ligado aos fatores territoriais, culturais, políticos e históricos que unem os seus indivíduos. Toda geração é assim o resultado da consciência viva de uma norma que rege uma comunidade humana, quer se trate da família, de uma classe social ou de uma profissão, quer se trate de um agregado mais vasto, como um grupo étnico ou um Estado. A educação participa na vida e no crescimento da sociedade, tanto no seu destino exterior como na sua estruturação interna e desenvolvimento espiritual; e, uma vez que o desenvolvimento social depende da consciência dos valões que regem a vida humana, a história da educação está essencialmente condicionada pela transformação dos valões válidos para cada sociedade. À estabilidade das normas válidas corresponde a solidez dos fundamentos da educação. Da dissolução e destruição das normas advém a debilidade, a falta de segurança e até a impossibilidade absoluta de qualquer ação educativa. Acontece isto quando a tradição é violentamente destruída ou sofre decadência interna. Fora de dúvida, a estabilidade não é o indício seguro de saúde, porque reina também nos estados de rigidez senil, nos momentos finais de uma cultura determinada: assim sucede na China confucionista pré-revolucionária, nos últimos tempos da Antiguidade, nos derradeiros dias do Judaísmo, ipso facto, em certos períodos da história da Igrejas, da arte e das escolas científicas.
Segundo Jaeger (2011), é monstruosa a impressão gerada pela fixidez quase intemporal da história do antigo Egito, através de milênios; mas também entre os Romanos e a estabilidade comunal das relações sociais e políticas foi considerada como o valor mais alto e apenas se concedeu justificação limitada aos anseios e ideais inovadores. O Helenismo ocupa uma posição singular na história. Uma achega de nossa parte se torna supérflua segundo esse aspecto, em que conceito e objeto, o padrão de medida e o que deve ser testado estão presentes na consciência mesma. Aliás, somos poupados da fadiga da comparação entre os dois, conceito e objeto, e do exame propriamente dito. Assim já que para Hegel em sua Fenomenologia (1807), a consciência se examina a si mesma, também sob esse aspecto, só nos resta o ato puro de observar. A consciência, por um lado, é consciência do objeto; por outro lado, a consciência de si mesma é consciência do que é verdadeiro para ela, e consciência de seu saber da verdade. Enquanto ambos são para a consciência, ela mesma é sua comparação: é para ela mesma que seu saber do objeto corresponde ou não a esse objeto. O objeto parece, para a consciência, ser somente tal como ela o conhece. Parece que a consciência não pode chegar por detrás do objeto, como ele é, não para ela, mas como é em si; e que, portanto, também não pode examinar seu saber no objeto. Se fosse possível a verdade da religião afloraria para todos numa dimensão totalizante da realidade.
Mas porque a consciência sabe em geral sobre um objeto, já está dada a distinção entre algo que é, para a consciência, o Em-si, e um outro momento que é o saber ou o ser do objeto para a consciência. O exame se baseia sobre essa distinção que é uma distinção dada. Caso os dois momentos não se correspondam nessa comparação, parece que a consciência deva então mudar o seu saber para adequá-lo ao objeto. Porém, na mudança de saber, de fato se muda também para ele o objeto, pois o saber presente era essencialmente um saber do objeto; junto com o saber, o objeto se torna também um outro, pois pertencia essencialmente esse saber. Com isso, vem-a-ser para a consciência: o que antes era o Em-si não é em si, ou seja, só era em si para ela. Quando descobre a consciência em seu objeto que o seu saber não lhe corresponde, tampouco o objeto se mantém firme como objeto. Há muita coisa ainda em jogo, se bem atendemos, no puro ser que constitui a essência dessa certeza, e que ela enuncia como sua verdade. Uma certeza sensível efetiva não é apenas essa pura imediatez, mas é um exemplo da mesma. Entre as diferenças sem conta que ali se evidenciam, achamos em toda parte a diferença-capital, a saber: que nessa certeza ressaltam para fora do puro ser os dois estes para o que é um este, como Eu, e um este como objeto de pensamento.
Refletindo essa diferença, resulta que tanto um como outro não estão na certeza sensível apenas de modo imediato, mas estão, ao mesmo tempo, mediatizados. Eu tenho a certeza por meio de um outro, a saber: da Coisa; e essa está igualmente na certeza mediante um outro, a saber, mediante o Eu. Essa diferença entre a essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, um momento é posto como o essente simples e imediato, ou como a essência: o objeto. O outro momento é posto como o inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é em-si, mas por meio de um Outro: o Eu, um saber que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido – enquanto o saber não é, se o objeto não é. O objeto deve ser examinado, a ver se é de fato encontra-se, na certeza sensível mesma, aquela essência que ela lhe atribui; e esse seu conceito, de ser uma essência, corresponde ao modo como se encontra na certeza sensível. Consiste numa crítica ao saber imediato, sendo o seu ponto de partida em que a consciência mais ingênua se torna capaz de distinguir entre si mesma e seu objeto de pensamento.
O Delta do Rio Parnaíba corresponde à foz do rio Parnaíba e está situado entre os estados brasileiros do Maranhão e Piauí. Foz, reconhecido como desembocadura, é o local onde uma corrente de água, como um rio, deságua. Sendo assim, um rio pode ter como foz outro rio, um grande lago, uma lagoa, um mar ou o oceano; afluente: é o curso d`água que deságua em um rio principal ou em um lago. A foz abre-se em cinco braços, envolvendo 73 ilhas fluviais. Sua paisagem exuberante, repleta de dunas, mangues e ilhotas, com fauna e flora peculiares, garantem um cenário paradisíaco para os turistas. A Ilha Grande de Santa Isabel, a maior do arquipélago, fica nos municípios de Parnaíba e Ilha Grande, no Piauí. A segunda maior, a Ilha das Canárias, fica em Araioses, no lado maranhense. Outra ilha de destaque é a Ilha do Caju, que é particular e está a 50km de Parnaíba. A Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba abrange 10 municípios: Tutóia, Paulino Neves, Araioses e Água Doce do Maranhão, no Maranhão; Ilha Grande, Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia, no Piauí; Chaval e Barroquinha, no Ceará. Os recursos naturais são protegidos pela Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba. O Delta do Parnaíba faz parte do roteiro turístico da chamada Rota das Emoções, é uma rota turística criada em 2005, cuja maior cidade é Parnaíba, no Piauí. Em sua extremidade ocidental, fica o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, é o principal destino indutor do turismo, que começa em Paulino Neves, no Maranhão; do lado oriental, está o Parque Nacional de Jericoacoara, que situa-se nos municípios de Jijoca de Jericoacoara, Cruz e Camocim, no litoral Oeste do estado do Ceará.
O Piauí representa uma das 27 unidades federativas. Localiza-se no Noroeste da Região
Nordeste, engloba a Sub-Região Meio-Norte do Brasil. Limita-se com cinco
estados: Ceará e Pernambuco a Leste, Bahia a Sul e Sudeste, Tocantins a Sudoeste
e Maranhão a Oeste. Delimitado pelo Oceano Atlântico ao Norte, o Piauí tem o menor
litoral do Brasil, com 66 km. Sua área é 251 577,738 km², sendo pouco maior que o Reino Unido, e tem uma população de 3
289 290 habitantes. A capital e cidade mais populosa do estado é Teresina. Está
dividido em 4 mesorregiões e 15 microrregiões, divididos em 224 municípios. Os
municípios com população superior a oitenta mil habitantes são Teresina,
Parnaíba e Picos. Tem um relevo moderado e a regularidade da topografia é
superior a 53% inferiores aos 300m. Parnaíba, Poti, Canindé, Piauí e São
Nicolau são os rios mais importantes e todos eles pertencem à bacia do rio
Parnaíba. Possui clima tropical e semiárido. As principais atividades
econômicas do Estado são a indústria química, têxtil, de bebidas, a agricultura
de algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca e a pecuária. A região do Piauí
começou a ser povoada pelos colonizadores europeus e sobretudo portugueses no
século XVII, desde o interior, na época em que vaqueiros, vieram principalmente
da Bahia, à procura de terras de pastos. Em 1718, o território, pertencente à
Bahia, passou a fazer parte do Maranhão.
Em
1811, o príncipe Dom João, cinco anos antes de ser coroado rei de Portugal,
elevou o Piauí à categoria de capitania independente. Foi um Príncipe de
Orléans e Bragança, militar, piloto de aviões e executivo franco-brasileiro e
descendente da família imperial brasileira, tendo, no final de sua vida,
produzido aguardentes em Paraty. Depois que o Brasil se tornou independente, em
1822, as tropas com fidelidade a Portugal ocuparam a cidade de Parnaíba; as
adesões foram recebidas pelo grupo, mas os piauienses acabaram por derrotar os
portugueses em 1823. Certos anos após a batalha, por movimentos revoltosos,
como a Confederação do Equador, uma revolta que ocorreu no Nordeste brasileiro,
em 1824, contra o autoritarismo de Dom Pedro I e em defesa do regime
republicano no Brasil e a Balaiada, chamada ainda Guerra dos Bem-te-vis,
foi uma revolta popular e social ocorrida no estado brasileiro do Maranhão
entre os anos de 1838 e 1841. Os primeiros indícios da revolta ecoaram da então
vila da Manga do Iguará, também conhecida simplesmente Manga, na região do
Maranhão oriental. O Piauí também foi atingido. Em 1852, o governo provincial
transferiu a capital de Oeiras para Teresina, o estado começou a
crescer economicamente. Desde a Proclamação da República no Brasil (1889), foi
apresentado pelo estado que o terreno político se tornou tranquilo, mas foi difícil que se desenvolvesse social, geográfica e economicamente.
O extraordinário Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é o destino quem busca aventura e contemplação da natureza.
Caminhar sobre as areias brancas do maior campo de dunas do Brasil, se
refrescar em lagoas de água cristalina e observar o pôr-do-sol são experiências
únicas que você levará para o resto da vida. Tudo isso com a emoção de um
passeio fora de estrada em veículos de tração 4x4 credenciados
especialmente adaptados para percorrer o terreno arenoso e alagado da restinga
dos Lençóis Maranhenses. Aqueles que preferem caminhadas longas e interação com
comunidades tradicionais, podem ainda se aventurar a atravessar o campo de
dunas e ter a experiência de pernoitar nos oásis do “deserto brasileiro”. Localizado
no litoral oriental do estado do Maranhão, é o principal destino indutor do
turismo no Estado. Está inserido no Cerrado, mas apresenta forte influência da
Caatinga e da Amazônia, sendo encontradas espécies comuns destes três biomas.
Em seus 155 mil hectares, abriga ecossistemas diversos e frágeis, como a
restinga, o manguezal, e um campo de dunas que ocupa 2/3 da área total da
unidade, sendo o principal atrativo do Parque Nacional devido as lagoas
interdunares que se formam no período chuvoso da região. O parque está inserido
em três municípios maranhenses, que dispõem de estrutura para recepção e
condução de visitantes. Barreirinhas, é um município brasileiro do estado do
Maranhão. Sua população foi estimada em 63.991 habitantes, conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia Estatísticas de 2021, sendo o vigésimo mais
populoso do estado. O município é reconhecido Portal dos Lençóis
maranhenses pelo fato de abrigar o Parque nacional dos lençóis maranhenses,
região turística que consiste em uma vasta área de altas dunas de areias
brancas e de lagos e lagoas, também reconhecido como “deserto brasileiro”.
A região ocupada pelo município foi habitada historicamente pelas etnias indígenas dos Tapuios e Caetés. Os Caetés habitavam a região das areias próximo à foz do Rio Preguiças. No século XVIII, foi instalada a fazenda Santo Inácio, que pertencia à Companhia de Jesus. Após a expulsão dos jesuítas, a fazenda passou para o controle de senhores de engenho. Em 1835, houve a abertura da estrada entre São Bernardo do Parnaíba e São José do Periá, atual Humberto de Campos, que interligava férteis regiões da bacia do rio Preguiças, favorecendo o surgimento de povoados. Em 1849, o governo imperial construiu uma ponte sobre o rio Mocambo, na estrada que vinha da comarca de Campo Maior, no Piauí, à de Brejo, no Maranhão, e desta à de Icatu. As boas pastagens para a criação de gado e terras próprias para a lavoura nas margens do rio Mocambo deram origem à afluência de pessoas para aqueles lugares e à fundação de pequenos povoados. Em 1835, houve a abertura da estrada entre São Bernardo do Parnaíba e São José do Periá, que interligava regiões da bacia do rio Preguiças, favorecendo o surgimento de povoados. Em 1858, foi criada a freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Barreirinhas. Com a Lei Provincial n° 951, de 14 de julho de 1871, Barreirinhas foi elevada à categoria de vila, sendo desmembrada do município de Tutóia e formada por partes dos territórios de Tutóia, Brejo, Miritiba e São Bernardo. Foi elevada à condição de cidade em 1938. A partir da década de 1960, a Petrobrás, uma empresa estatal de economia mista, realizou pesquisas sobre a viabilidade econômica de exploração de petróleo e gás natural, tornando o campo de dunas reconhecido pela imprensa internacional. Ipso facto, não por acaso, em 1981 foi criado o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
Brachyura representa a infraordem de crustáceos que são os “caranguejos verdadeiros”, ou também braquiúros, sendo composta por caranguejos e siris. Essa infraordem pertence à subordem dos pleocyemata que agrupa caranguejos, lagostas e alguns camarões. A palavra “caranguejo” provém do termo castelhano cangrejo, que por sua vez vem do diminutivo latino cancriculus (“pequeno cancro”), tendo a mesma origem da palavra câncer do grego. Os braquiúros são na sua maioria marinhos, mas ocupam quase que a totalidade dos ambientes aquáticos, variando de águas abissais oceânicas até água doce. Fossas abissais ou oceânicas são áreas deprimidas e profundas do piso submarino. Possuem dimensões hemisféricas, sendo porém, estreitas em largura. Algumas espécies terrestres e semi-terrestres ocorrem nos trópicos. Essas espécies apresentam diferentes níveis de independência com o mar ou regiões de estuário, contudo a maior parte delas é dependente da água pelo menos para reprodução e/ou desenvolvimento larval, como ocorre com certas espécies das famílias ocypodidae, grapsidae, gecarcinidae etc. O litoral brasileiro é composto por cerca de 302 espécies de Brachyura, sendo que destas, 188 ocorrem no litoral paulista. Muitas espécies são endêmicas de regiões naturais de manguezais “e se encontram em risco de extinção devido à degradação desse ecossistema, como é o caso do guaiamum (Cardisoma guanhumi)”. O PIB do município ficou em 2019, em R$ 482.388.100, correspondendo ao 26º maior PIB do Estado.
A distribuição setorial
do PIB em 2018 ficou: Agropecuária (7,21%), Indústria (4,79%, com destaque para
o setor alimentício), Serviços-Administração, defesa, educação e saúde públicas
e seguridade social (42,30%) e Serviços-Demais setores (45,68%). A agricultura
local conta com a plantações de mandioca (maior produtor do estado), arroz,
milho, feijão, castanha de caju (maior produtor do estado), laranja (segundo
maior produtor), coco (quarto maior produtor), e bananas. Na aquicultura, tem
destaque a criação do tambaqui e da tilápia (quarto maior produtor estadual). O
turismo para os Lençóis Maranhenses tem papel fundamental para a economia do
município. A cidade é sede de 48 aerogeradores
do Complexo Eólico Delta III, que gera 220 MW. um conjunto de parques
eólicos de produção de energia localizado no Maranhão, na região dos Lençóis
Maranhenses, em Barreirinhas e Paulino Neves, e que constitui o maior complexo
dessa modalidade energética no estado. O complexo possui uma capacidade conjunta
de produção de 221 megawatts. A primeira a entrar em operação comercial foi a
Delta 3 VI, inaugurado em 13 de julho de 2017, e a última foi a de Delta 3
VIII, em 07 de novembro de 2017. O complexo tem capacidade de gera até 221 MW,
divididos nos seguintes parques: Delta 3 I, Delta 3 II, Delta 3 III, Delta 3
IV, Delta 3 V, Delta 3 VI, Delta 3 VII e Delta 3 VIII. Cada um desses parques
tem capacidade de 27, 6 MW. O investimento na construção do complexo foi de R$
1,5 bilhão, e gera aproximadamente 13 % da energia consumida no estado. Delta 3
possui 96 aerogeradores, 48 localizados em Barreirinhas e 48 em Paulino Neves. O
complexo pertence ao grupo Ômega Energia, que também opera os Complexos de
Delta 1 e 2 (localizados em Parnaíba, Piauí), além de estados como Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Entre dezembro de 2018 e janeiro de
2019, entraram em operação as usinas Delta 5 I (27 MW), Delta 5 II (27 MW),
Delta 6 I (24,3 MW) e Delta 6 II (29,7 MW), localizadas em Paulino Neves,
totalizando 108 MW de capacidade. Nos meses de outubro e novembro de 2019,
entraram em operação as usinas Delta 7 I (27 MW), Delta 7 II (35,1 MW) e Delta
8 I (35,1 MW), em Paulino Neves, mais 97 MW de capacidade.
Para sermos breves, entretanto, Paulino Neves é um importante município brasileiro do estado do Maranhão, também reconhecido como Rio Novo dos Lençóis, este, atribuído pela sua privilegiada locação geográfica na região de transição entre a APA do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e o Delta do Parnaíba, é também conhecido regionalmente como a “Capital dos Pequenos Lençóis Maranhenses”. O município foi criado em 10 de novembro de 1994, sendo o distrito de Rio Novo dos Lençóis desmembrado do município de Tutóia e o distrito de Paulino Neves desmembrado do município de Barreirinhas. Ambos formando a atual cidade de Paulino Neves. O município está localizado a 360 km da capital São Luís e a cerca de 39 km de Barreirinhas e, 29 km de Tutoia, seus vizinhos mais próximos. Partindo de Barreirinhas, o acesso é possível pela MA-315, inaugurada em 2019, considerada a primeira ecorodovia do Maranhão. Antes disso, o acesso se dava por veículo próprio com tração 4 x 4 ou através de Toyota que trafegam em linhas regulares, atravessando campos de dunas, lagoas (na estação chuvosa) e buritizais num trajeto que por si só já é uma aventura. Partindo de Tutoia o acesso é pela MA-315, por veículo próprio ou Veículos que trafegam em linhas regulares. Situada na privilegiada região de transição entre o Delta do Parnaíba e os Lençóis Maranhenses, Paulino Neves, está estrategicamente localizada, possuindo os mais belos atrativos destas duas regiões e, acomodando uma riqueza e variedade de paisagens única em toda região. Concentra em um só local atrativos naturais de beleza ímpar, como os chamados Pequenos Lençóis Maranhenses, rios, corredeiras e lagoas de água cristalina, assim como praias cercadas de dunas e ao mesmo tempo de vegetação nativa: um paraíso perdido que ainda conserva o ar bucólico de cidade típica do interior.
Sede das Complexo eólico Delta 3, Complexo eólico Delta 5 e
Complexo eólico Delta 6, que geram mais de 13% da energia para consumo do Estado.
Os passeios
pelo Delta em embarcações coletivas,
ocorrem com almoço por um valor de R$ 60,00 por pessoa ou de forma
personalizada com o aluguel de uma lancha para o seu grupo. A grande novidade é
o passeio da Revoada dos Guarás, o pássaro símbolo do Delta, cuja plumagem de
um vermelho vivo encanta os viajantes. Até 2017 ele era realizado apenas por
meio do aluguel de uma lancha, com custos elevados, mas agora pode ser
integrado no tradicional passeio em embarcações coletivas, pagando apenas uma
taxa por pessoa. Um dos pontos mais marcantes do Delta do Parnaíba é seu
ecossistema único e intocado, sendo um dos poucos lugares no Brasil que
conserva sua paisagem natural. Talvez, essa originalidade decorra do fato de o
estado do Piauí ter um marketing turístico ainda incipiente. Isso assegura as
praias quase desertas e a conservação dos encantos que a natureza oferece.
Passeando pelas ilhas do Delta do Parnaíba, você vai encontrar muitos mangues,
uma vegetação pura e vários tipos de animais, tais como jacarés, macacos e
muitas aves. Mas o maior espetáculo do lugar são os guarás, que existem em
grande quantidade na região. São aves exuberantes e de cor avermelhada, que
formam um belo colorido no céu. A tonalidade tem relação com o seu principal
alimento: os caranguejos. Devido à riqueza da fauna e flora local, o Delta do
Parnaíba é composto por várias áreas de preservação ambiental, entre elas Ilha
do Caju e Ilha Grande. Todo esse cuidado de si e proteção socioambiental
acontece para conservar a questão nevrálgica da biodiversidade. Apenas algumas
empresas de turismo sustentável cadastradas no Ministério de Turismo são
autorizadas a operacionalizar ações sociais no local. Além disso, esse impacto é monitorado e
controlado constantemente.
Segundo Martins (2018) o solo fresco é pura lama. O pé afunda, há muitos galhos retorcidos. Para achar os caranguejos, é preciso enfiar o braço nas tocas, cavadas pelos animais no chão cinza escuro. E não faltam mosquitos. Para aguentar, muitos catadores passam óleo diesel na pele e também se cobrem de lama. Alguns ainda andam com uma latinha que faz fumaça para espantar os “borrachudos”. Estimam-se uns três mil catadores na área de proteção ambiental do delta. O trabalho difícil garante o sustento de muitas famílias da região. A maioria dos caranguejos é vendida para o Ceará. Depois do mangue, as águas mornas do Parnaíba são perfeitas para mergulho. O banho no pôr do sol é um presente. Mas o passeio não acaba aí. O rio tem entre 70 e 80 ilhotas, que aparecem e desaparecem com a maré. Uma das mais famosas é a do Caju, dormitório de bandos de aves guarás. No fim da tarde, elas pintam o céu de vermelho quando voam em direção à ilha para descansar. O guará não nasce com essa cor. Mas fica assim por conta da alimentação. O guará come o caranguejo chama-maré, ou aratu, que por sua vez come as folhas do mangue, ricas em tanino — que causa essa pigmentação vermelha nas aves.
O
Piauí é a maior reserva de caranguejos da região. Por isso é comum passar por
barcos de catadores no Parnaíba. Eles saem muito cedo de casa, e passam de seis
a oito horas no mangue em busca dos caranguejos machos que meçam a partir de
seis centímetros - a coleta dos menores e das fêmeas é proibida. Quando os
guarás enchem a Ilha do Caju, é hora de voltar também. Navegar nas águas
escuras do Parnaíba é bonito de dia, mas não tão tranquilo à noite, quando só
ficam os habitantes: guarás, caranguejos, peixes de quatro olhos e o
jacaré-de-papo-amarelo. Além do vento constante, que não para no Piauí. Um dos
maiores símbolos dessa fábrica de ventos natural é a “árvore penteada”.
Árvore bastante decorativa, sua altura pode chegar aos 25 metros. O tronco
divide-se em numerosos ramos curvados, formando copa densa e ornamental; as
folhas são compostas e sensíveis que fecham por ação do frio, flores
hermafroditas amarelas ou levemente avermelhadas, com estrias rosadas ou roxas
que se reúnem em pequenos cachos axilares. O sopro forte envergou o caule de um
tamarindeiro, que se transformou em atração turística no município de Luís
Correia, outro ponto importante da Rota das Emoções. Há muitos caranguejos e
garças pelo caminho. E, claro, pausa para banho. Depois, já perto do mar, um
guia mergulha de snorkel. Faz mistério. Então levanta um aquário de vidro, com
um cavalo-marinho dentro. Os animais se reproduzem ali. Parecem delicados, e
sua principal defesa é a cauda, com a qual se enrolam nas raízes do mangue. Os
turistas tiram fotografias. O guia destaca a importância de preservar a espécie
quando o cavalo-marinho é devolvido ao habitat: a natureza viva bruta emociona.
Bibliografia geral consultada.
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