“Os negros sabiam que não era para um cavalo ser dominado. Cavalos devem ficar livres”. Alma de Cowboy
Alma de Cowboy (Concrete Cowboy, 2020) tem
como representação o filme da Netflix que entrou no extraordinário catálogo de
abril e já consta como uma das produções cinematográficas mais assistidas.
Estrelado por Idris Elba e Caleb McLaughlin, o drama acompanha o jovem Cole, um
rebelde adolescente que é levado para morar com o pai no Norte da Filadélfia
após se envolver em brigas cotidianas na escola. Lá, ele descobre a vibrante
“subcultura de cowboys” urbanos da cidade, que existe há mais de 100 anos,
proporcionando um refúgio seguro para o bairro, apesar da pobreza, violência e
invasão da gentrificação ao redor. É um conceito sociológico, antevisto por
Marx (cf. Hobsbawm, 1975) durante seu logo exílio no século XIX em Londres, que
acarreta a substituição física, econômica, social e cultural de um bairro ou
uma área urbana proletária para burguesa após a compra de propriedades, e sua
consequente “revalorização” no mercado global através do influxo de residentes
e empresas mais abastados. É um tema comum e controverso na esfera política e
planejamento urbano como consequência da globalização. A gentrificação aumenta
o valor econômico de um bairro, mas o deslocamento resultante pode se tornar um
problema social. A gentrificação vê uma mudança na composição racial ou
étnica de um bairro e na renda familiar média, à medida que a habitação e os
negócios se transformaram e os recursos não eram acessíveis são ampliados e
melhorados.
A
cidade encontra-se no contexto das sociedades ocidentais em que a autonomia e a
liberdade estão associadas ao período de transição para a idade adulta. A
contracultura pode influenciar o modo como os jovens representam e antecipam o
que é ser adulto, na vida individual e coletiva, claramente quando a literatura
sugere que as representações do papel de adulto adquirem na modernidade uma
configuração própria. A pós-modernidade é um conceito da sociologia histórica
que designa a condição sociocultural e estética dominante no capitalismo após a
queda real do Muro de Berlim (1989), a “revolução retificada” segundo Jürgen
Habermas, da União Soviética e a crise das ideologias nas sociedades ocidentais
no final do século XX, com a dissolução da referência à razão como uma garantia
de condição e possibilidade de compreensão do mundo através de esquemas
totalizantes. O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias
quanto ao seu significado e a sua pertinência. Algumas escolas de pensamento
situam sua origem no esgotamento do projeto moderno, que dominou a estética e a
cultura até final do século XX. N`A Condição Pós-Moderna, Jean-François Lyotard
caracteriza a pós-modernidade como uma decorrência da morte das “grandes
narrativas” totalizantes, fundadas na crença no progresso e nos ideais
iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade. Outros analistas sociais na
história, porém, afirmam que a pós-modernidade seria apenas uma extensão da
modernidade, período em que, segundo Benjamin, ocorre a perda da aura artístico
em razão do que ele nomeou “a obra de arte na era de sua reprodutibilidade
técnica”, em múltiplas formas: cinema, fotografia, vídeo, etc.
Para o crítico marxista
norte-americano Frederic Jameson, a pós-modernidade representa a “lógica
cultural do capitalismo tardio”, correspondente à chamada terceira fase do
capitalismo, conforme o esquema proposto analogamente por Ernest Mandel. Outros
autores preferem evitar o termo. Entretanto, o sociólogo polonês Zygmunt
Bauman, um dos principais popularizadores do termo pós-modernidade no sentido
de forma póstuma da modernidade, prefere usar a expressão “modernidade líquida”
- uma realidade ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão do
Manifesto do Partido Comunista, de Marx & Engels (1848) “tudo o que é
sólido se desmancha no ar”. O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o
termo “hipermodernidade”, por considerar não ter havido de fato uma ruptura com
os tempos modernos chaplinianos - como o prefixo “pós” dá a entender. Segundo
Lipovetsky, os tempos atuais são modernos, com uma exacerbação de certas
características das sociedades modernas, tais como o individualismo, o
consumismo, a ética hedonista, a fragmentação do tempo e do espaço. O filósofo
alemão Jürgen Habermas relaciona o conceito de pós-modernidade a tendências
políticas e culturais entre neoconservadores, determinadas a combater os ideais
iluministas. A idealização americanista do Flower Power,
condicionada historicamente, contraria as transformações dos sistemas de ensino
e de formação que no processo civilizatório induzem também a períodos mais
longos de coabitação entre pais e filhos adultos no âmbito familiar, facilitados
por mudanças culturais, que permitem aos jovens pela via geracional optar pela
“coabitação entre gerações”.
A popularidade de
Zygmunt Bauman (2004) entrou em franca ascendência quando o autor passou a
analisar a pós-modernidade sob o “prisma da liquidez”. Como uma época em que
nada é feito realmente para durar. Isto é, em que a fixidez das relações
sociais obtém um valor descartável no processo de social de comunicação, em que
toda comunicação é um processo de trabalho, mas nem todo processo de trabalho é
um processo de comunicação, elaborando o conceito de modernidade líquida que se
afasta da pós-modernidade, na medida em que a modernidade representa um
continuum. Ela teria se transformado numa versão consumista, individualista e
despolitizada. O conceito de sociedade é comumente utilizado para expressar o
processo de estratificação social de cidadãos de um país, governados por
instituições nacionais que aspiram ao bem-estar dessa coletividade. Todavia, a
sociedade não é um mero conjunto de indivíduos vivendo juntos em um determinado
lugar, é também a existência de uma organização social, de instituições e leis
que regem a vida dos indivíduos e suas relações mútuas. Há alguns pensadores
cujo debate insiste em reforçar a oposição entre indivíduo e sociedade,
reduzindo, com frequência, ao conflito entre o genético e o social ou cultural.
Émile Durkheim, com o fato social, Karl Marx, dialeticamente com a questão
tópica da luta de classes, e Max Weber com seu objeto de pensamento, a ação
social, constituindo uma expressão “livre de julgamento de valor,” conceituaram
com rigor metodológico a propriedade e a sociedade a partir da atividade
política, social ou econômica do indivíduo.
Um cowboy é um
vaqueiro que cuida do gado em fazendas na América do Norte, tradicionalmente a cavalo,
e frequentemente realiza uma infinidade de outras tarefas relacionadas à
fazenda. O cowboy americano histórico do final do século XIX surgiu das
tradições vaqueiras do Norte do México e se tornou uma figura de especial
importância e lenda. Um subtipo, sociologicamente chamado wrangler,
cuida especificamente dos cavalos usados para trabalhar com o gado. Além do
trabalho na fazenda, alguns cowboys trabalham ou participam de rodeios.
As cowgirls, definidas como tal no final do século XIX, tiveram um papel
histórico menos documentado, mas no mundo moderno trabalham em tarefas
idênticas e obtiveram considerável respeito por suas realizações. Os tratadores
de gado em muitas outras partes do mundo, particularmente na América do Sul e
na Austrália, realizam trabalhos semelhantes aos do cowboy. O cowboy tem raízes
históricas profundas que remontam à questão da vocação na Espanha e aos
primeiros colonizadores europeus das Américas. Ao longo dos séculos, as
diferenças de terreno e clima, bem como a influência das tradições de manejo de
gado de diversas culturas, criaram vários estilos distintos de equipamentos,
vestimentas e técnicas de manejo de animais. À medida que o cowboy,
sempre prático, se adaptava ao mundo moderno, seus equipamentos e técnicas
também se adaptavam, embora muitas tradições clássicas sejam preservadas.
A palavra inglesa cowboy
tem origem em diversos termos mais antigos que se referiam tanto à idade quanto
ao gado ou ao trabalho de cuidar do gado. A palavra inglesa cowboy deriva de vaquero,
uma palavra espanhola para um indivíduo que cuidava do gado montado a cavalo.
Vaquero deriva de vaca, que significa “vaca”, que veio da palavra latina vacca.
“Cowboy” foi usado pela primeira vez impresso por Jonathan Swift em 1725 e foi
usado nas Ilhas Britânicas de 1820 a 1850 para descrever “meninos que cuidavam
das vacas da família ou da comunidade”. Originalmente, porém, a palavra inglesa
“cowherd” era usada para descrever um pastor de gado, semelhante a “shepherd”,
um pastor de ovelhas e frequentemente se referia a um menino pré-adolescente ou
no início da adolescência, que geralmente trabalhava a pé. Esta palavra é muito
antiga na língua inglesa, originando-se antes do ano 1000. Em 1849, “cowboy” já
havia desenvolvido seu sentido moderno como um tratador de gado adulto do Oeste
americano. Variações da palavra surgiram posteriormente. “Cowhand” apareceu em
1852 e “cowpoke” em 1881, originalmente restrito aos indivíduos que cutucavam
o gado com longas varas para carregá-lo em vagões de trem para transporte.
Nomes para cowboy em inglês americano incluem buckaroo, cowpoke,
cowhand e cowpuncher. Outra palavra inglesa para cowboy, buckaroo,
é uma anglicização de vaquero. Hoje, “cowboy” é um termo comum em todo o Oeste
e particularmente nas Grandes Planícies e Montanhas Rochosas, “buckaroo” é
usado na Grande Bacia e Califórnia, e “cowpuncher” no Texas e estados vizinhos.
A equitação exigia
habilidades e investimento em cavalos e equipamentos raramente disponíveis ou
confiados a uma criança, embora em algumas culturas os meninos montassem um
burro para ir e voltar do pasto. Na Antiguidade, o pastoreio de ovelhas, gado e
cabras era frequentemente tarefa de menores, e ainda é uma tarefa para jovens
em diversas culturas de países em desenvolvimento. Devido ao tempo e à
capacidade física necessários para desenvolver as habilidades necessárias,
tanto os cowboys históricos quanto os modernos frequentemente começavam na
adolescência. Historicamente, os cowboys recebiam salários assim que
desenvolviam habilidade suficiente para serem contratados (muitas vezes com
apenas 12 ou 13 anos). Se não fossem incapacitados por lesões, os cowboys
podiam lidar com gado ou cavalos por toda a vida. Nos Estados Unidos, algumas
mulheres também assumiram as tarefas de criação de gado e aprenderam as
habilidades necessárias, embora a “cowgirl” não tenha sido amplamente
reconhecida ou valorizada até o final do século XIX. Nos ranchos do oeste
americano hoje, o cowboy que trabalha geralmente é um adulto. A
responsabilidade de conduzir gado ou outros animais não é mais considerada
adequada para crianças ou pré-adolescentes. Meninos e meninas que crescem em um
ambiente de rancho geralmente aprendem a montar a cavalo e a executar
habilidades básicas de rancho assim que são fisicamente capazes, sob a
supervisão de adulto. Esses jovens, no final da adolescência, muitas vezes
recebem responsabilidades para o trabalho de “cowboy” no rancho.
O termo “cowboy” foi
usado durante a Revolução Americana para descrever os combatentes americanos
que se opunham ao movimento pela Independência. Claudius Smith, um “fora da lei”
identificado com a causa legalista, era chamado de “Cowboy de Ramapos” devido à
sua propensão para “roubar bois, gado e cavalos dos colonos e entregá-los aos
britânicos”. No mesmo período, vários grupos guerrilheiros operavam no Condado
de Westchester, que marcava a linha divisória entre as forças britânicas e
americanas. Esses grupos eram compostos por trabalhadores rurais locais que
emboscavam comboios e realizavam ataques contra ambos os lados. Havia dois
grupos distintos: os “skinners” lutavam pelo lado pró-independência, enquanto
os “cowboys” apoiavam os britânicos. Na região de Tombstone, Arizona, durante a
década de 1880, o termo “cowboy” ou “cow-boy” era usado pejorativamente para
descrever homens envolvidos em diversos crimes. Um grupo pouco organizado foi
apelidado de “Os Cowboys” e lucrava com o contrabando de gado, álcool e tabaco
através da fronteira entre os EUA e o México. O San Francisco Examiner
escreveu em um editorial: “Os cowboys [são] a classe mais imprudente de foras
da lei naquela região selvagem... infinitamente piores do que o ladrão comum”.
Tornou-se um insulto na região chamar alguém de “cowboy”, pois sugeria
que ele “era um ladrão de cavalos, assaltante ou fora da lei”.
Os criadores de gado
eram chamados de pastores ou rancheiros. Sinônimos para cowboy eram “peão de
rancho”, “peão de pasto” ou “peão de trilha”, embora as funções e o pagamento
não eram idênticos. As atividades dos Cowboys foram interrompidas pelo tiroteio
no OK Corral e pela subsequente Cavalgada de Vingança de Earp. Não
queremos perder de vista que a Caçada de Vingança Earp representou uma
busca mortal realizada por um grupo de busca federal liderado pelo Delegado
Federal Wyatt Earp (1848-1929) por uma confederação de foras da lei, os
chamados “Cowboys”, que eles acreditavam ter emboscado seus irmãos Virgil e
Morgan Earp, tragicamente mutilando o primeiro e matando o segundo. Em termos
de vingança, os dois irmãos Earp foram atacados em retaliação pelas mortes de
três Cowboys no tiroteio no OK Corral em 26 de outubro de 1881. De 20 de março
a 15 de abril de 1882, o grupo de busca federal vasculhou o Sudeste do Condado
de Cochise, Território do Arizona, em busca dos homens que acreditavam ser os
responsáveis pelos ataques a Virgil e Morgan. Vários suspeitos foram
identificados e acusados, mas foram liberados pelo tribunal, em alguns casos
devido a tecnicalidades legais e em outros devido à força dos álibis
fornecidos pelo bando de Cowboys. Wyatt, então, prosseguiu com a perseguição
dos suspeitos com um mandado federal.
Em 20 de março, dois
dias após o assassinato de Morgan, Wyatt Earp e seus irmãos Warren e James,
juntamente com Doc Holliday e dois outros auxiliares, escoltavam Virgil e sua
esposa Allie até um trem com destino à Califórnia, em Tucson. Eles souberam que
os suspeitos Ike Clanton e Frank Stilwell já os aguardavam no local. Após
Virgil, Allie e James embarcarem no trem, Wyatt avistou dois homens perto da
composição que ele acreditava serem Clanton e Stilwell. Ele e outros homens
perseguiram e mataram Stilwell, mas perderam o outro de vista. Após o corpo de
Stilwell ser encontrado na manhã seguinte, o Juiz de Paz de Tucson expediu
mandados de prisão contra os cinco policiais suspeitos do assassinato
extrajudicial. Quando os homens retornaram a Tombstone, o xerife do Condado de
Cochise, Johnny Behan, havia recebido um telegrama notificando-o sobre os
mandados de Tucson e tentou deter os cinco membros do grupo de busca federal de
Earp mencionados nos mandados, mas eles o ignoraram. Ainda com mandados de
prisão contra Curly Bill Brocius e outros, eles deixaram Tombstone para
perseguir outros Cowboys envolvidos nos ataques. Behan formou um grupo de busca
do xerife do Condado de Cochise, composto pelos delegados Phineas Clanton,
Johnny Ringo e cerca de vinte outros cowboys e fazendeiros do Arizona. Com base
nos mandados locais, eles seguiram o grupo de Earp e partiram para prendê-los.
O numeroso grupo do xerife chegou perto, mas nunca confrontou o grupo de Earp,
muito menor, que recebeu ajuda de empresários e fazendeiros locais e, em certo
momento, publicou uma carta em um jornal de Tombstone zombando de Behan e seus
homens. O grupo federal acabou matando quatro homens, começando com Stilwell e
terminando com Brocius.
Por volta de 15 de
abril, os Earps e alguns de seus associados saíram do Território do Arizona,
rumo ao Território do Novo México. Após uma longa disputa, animosidade
crescente e ameaças constantes, o xerife de Tombstone, Virgil Earp, o xerife
assistente Morgan Earp e os xerifes adjuntos temporários Wyatt Earp e Doc
Holliday confrontaram os foras da lei Billy Claiborne, Ike e Billy Clanton, e
Tom e Frank McLaury no tiroteio no OK Corral, em 26 de outubro de 1881. O
tiroteio, que durou 30 segundos, é geralmente considerado o mais famoso da
história do Velho Oeste americano. Os policiais mataram três dos foras da lei
durante o confronto. Ike Clanton apresentou queixa por assassinato e, após uma
audiência preliminar de um mês, o juiz de paz Wells Spicer considerou que os
policiais agiram dentro de seus deveres. Mas a decisão de Spicer não encerrou o
caso para Clanton e os outros foras da lei. Por volta das 23h30 do dia 28 de
dezembro de 1881, pouco mais de dois meses após o tiroteio no OK Corral, três
homens emboscaram Virgil Earp enquanto ele caminhava do Schieffelin Hall de
volta para o Hotel Cosmopolitan, para onde os Earps haviam se mudado em busca
de apoio e proteção mútuos. Ele foi atingido nas costas e na parte superior do
braço esquerdo por cerca de 20 projéteis de chumbo, fraturando seu úmero. O Dr.
George Goodfellow, que o tratou, teve que remover 140 mm (5,5 polegadas) de
osso. Wyatt telegrafou para o Delegado Federal Crawley Dake. Ele solicitou
nomeação como Delegado Federal Adjunto para o Leste do Condado de Pima e
autorização para formar um grupo de busca. Comentando o pedido de Earp a Dake,
o jornal Weekly Arizona Miner escreveu em 30 de dezembro de 1881 sobre as
repetidas ameaças recebidas pelos Earps e outros. Durante algum tempo, os
Earps, Doc Holliday, Tom Fitch e outros que apoiaram e defenderam os Earps em
seu julgamento receberam, quase diariamente, ameaças através de cartas
anônimas, avisando-os para deixarem a cidade ou sofrerem a morte, supostamente
escritas por amigos dos irmãos Clanton e McLowry, três dos quais os Earps e
Holliday mataram, e pouca atenção foi dada a elas, juridicamente, pois eram
consideradas “bravatas vãs”, mas o assassinato de Virgil Earp na noite passada
mostra que os homens estavam falando sério.
Dake respondeu
afirmativamente por telégrafo, e o Delegado Federal Wyatt Earp nomeou Warren
Earp, Doc Holliday, Sherman McMaster, Jack “Turkey Creek” Johnson, Charlie “Hairlip
Charlie” Smith, Daniel “Tip” Tipton e John “Texas Jack” Vermillion como seus
auxiliares para proteger a família e perseguir os suspeitos, pagando-lhes 5
dólares por dia. McMaster e Johnson eram conhecidos como homens durões que
sabiam usar suas armas. McMaster havia servido nos Texas Rangers em 1878-1879,
quando sua unidade capturou e manteve Curly Bill Brocius prisioneiro por cinco
meses. Em Tombstone, McMaster também foi acusado de roubar mulas do Exército
dos EUA e assaltar uma diligência com o fora da lei Charles “Pony” Diehl.
Fluente em espanhol, McMaster usou seu conhecimento dos Cowboys para ajudar os
Earps em sua busca. Ele também gostava de bons cavalos. Jack “Turkey Creek”
Johnson, cujo nome verdadeiro, segundo Wyatt Earp, era John William Blount, era
natural do Missouri e foi criado na área de mineração de chumbo perto de Neosho.
Blount foi forçado a fugir do Missouri em 1877, depois que ele e seu irmão se
envolveram em uma violenta briga de rua. Em maio de 1881, seu irmão Bud matou
um homem em uma briga em Tip Top, Território do Arizona, e foi enviado para a
Prisão Territorial de Yuma. John Blount adotou o pseudônimo de Jack Johnson e
foi para Tombstone em busca da ajuda de Wyatt Earp para conseguir o perdão de
seu irmão. Wyatt ajudou escrevendo uma petição ao governador Fremont, a quem
conhecia, e Bud Blount acabou sendo libertado. Como forma de pagar sua dívida,
Johnson se juntou ao grupo de busca. Charlie Smith tinha uma longa ligação com
a família Earp e era fluente em espanhol depois de passar vários anos no Texas
trabalhando em bares. Enquanto estava em Fort Worth, ele se associou ao barman
James Earp e participou de pelo menos dois tiroteios lá, sendo gravemente
ferido em 1878.
Chegando a Tombstone em
1879 com Robert J. Winders, Smith imediatamente se associou aos Earps. Winders
e os Earps eram sócios na mina Mountain Maid. Daniel “Tip” Tipton chegou a
Tombstone em março de 1881. Ele tinha uma reputação duvidosa, adquirida durante
os primeiros dias do boom da mineração em Virginia City, Território de
Nevada. Tipton, um ex-marinheiro da União na Guerra Civil, tinha tatuagens nas
mãos e antebraços e dedicou-se à mineração e ao jogo após a guerra. Em 1879,
ele estava no distrito de Gunnison, no Colorado, antes de viajar para Tombstone
a pedido de seu amigo Lou Rickabaugh, também amigo dos Earps. Smith e Tipton
eram jogadores que complementavam sua renda com empreendimentos de mineração. John
“Texas Jack” Vermillion, um virginiano, juntou-se à cavalgada de vingança após
a morte de Frank Stilwell e nunca foi indiciado pelo assassinato de Stilwell,
mas estava com os Earps quando Florentino “Indian Charlie” Cruz foi morto.
Embora mais próximo do amigo e também sulista Doc Holliday do que dos Earps,
Vermillion permaneceu ao lado de Wyatt Earp durante o tiroteio em Iron Springs
com Curly Bill Brocius. Veterano da Guerra Civil Americana, tendo lutado
pelo lado confederado e cavalgado com a cavalaria da Virgínia de J.E.B. Stuart,
Vermillion era um exímio cavaleiro e pistoleiro. O delegado federal Dake
visitou Tombstone no final de janeiro de 1881 com o governador interino John J.
Gosper. Dake havia solicitado sem sucesso, assistência
financeira ao procurador-geral dos Estados Unidos, Wayne MacVeagh, para ajudar
a rastrear e prender os Cowboys. O superior de Dake disse-lhe que ele deveria
reduzir sua dívida oficial abaixo da fiança penal de US$ 20.000 antes que uma
dotação adicional pudesse ser feita.
Em setembro de 1881, o
governador Gosper disse ao secretário do Interior Kirkwood que o Arizona
continha “um pequeno exército de foras da lei bem armados e totalmente capazes
de lidar com os poderes civis comuns de nossos condados”. Não acreditando que a
burocracia federal forneceria fundos, Dake pegou emprestado US$ 3.000 do Wells
Fargo & Co., prometendo que o Departamento de Justiça o reembolsaria. Ele
depositou dinheiro, relatado de várias maneiras como US$ 300 ou US$ 3.000, em
uma conta no Hudson & Company Bank, menos US$ 15, para uso “para prender
todas as partes que cometem crimes contra os Estados Unidos”. No dia seguinte,
John Thacker, do Wells Fargo, foi com Wyatt ao banco para autorizar o uso dos
fundos. Dake foi posteriormente acusado, embora não condenado, de gastar US$
300 em jogos de azar e prostitutas enquanto estava em Tombstone e de se
apropriar indevidamente da maior parte do restante do dinheiro. Em janeiro de
1882, Wyatt Earp solicitou e obteve mandados do juiz William H. Stilwell para a
prisão dos homens considerados responsáveis pela emboscada a Virgil. O juiz
Stilwell estava entre os vários cidadãos do Condado de Cochise descontentes com
a falha do xerife Behan em impedir a atividade criminosa contínua dos Cowboys. Em
17 de janeiro de 1882, Johnny Ringo e Doc Holliday trocaram ameaças, resultando
em sua prisão pelo chefe de polícia de Tombstone, James Flynn.
Ambos foram multados e o juiz Stilwell
observou que ainda havia acusações pendentes contra Ringo por um roubo em
Galeyville. Ringo foi preso novamente e encarcerado em 20 de janeiro. Em 23 de
janeiro, Wyatt cavalgou com seu grupo de busca, composto por seus irmãos Morgan
e Warren, Doc Holliday, “Texas Jack” Vermillion e outros quatro, até
Charleston, Arizona, onde Ike Clanton, seu irmão Phin e Pony Diehl costumavam
ficar. Ringo, ainda na prisão, soube que os Earps tinham mandados de prisão e
estavam a caminho de Charleston. Ele providenciou a fiança e o xerife Behan o
libertou antes que o pagamento chegasse. James Earp imediatamente apresentou
uma declaração juramentada dizendo que Ringo era “um prisioneiro fugitivo” e o
acusou de interferir na execução dos mandados por Wyatt. Ringo cavalgou
imediatamente para Charleston para avisar seus amigos cowboys. A caminho de
Charleston, o grupo de Earp foi reforçado por mais 30 cavaleiros de Tombstone.
Eles encontraram Ben Maynard, um conhecido associado dos Cowboys, nos arredores
de Charleston e o prenderam. Com Maynard à frente, o grupo tomou a pequena
cidade e foi de porta em porta procurando pelos Clantons e Diehl. Ringo foi
preso novamente em Charleston, mas não antes de avisar os Clantons e Diehl, que
deixaram a cidade. No dia seguinte, o grupo vasculhou a região, parando em um
acampamento perto de Tombstone como “Pick-em-up”. Para complicar as
coisas, um delegado de Tombstone foi até Pick-em-up e entregou um mandado de
prisão a McMaster, acusado de roubar dois cavalos da mina Contention.
O grupo de Earp voltou
para Tombstone, onde Sherman McMaster pagou a fiança. Ele e Charlie Smith se
hospedaram no Hotel Cosmopolitan, perto da casa dos Earps. Em 30 de janeiro,
Ike e Phin Clanton se entregaram ao agente da Wells Fargo, Charley Bartholomew,
e foram presos em Tombstone. Eles descobriram que o mandado não era por roubo à
mão armada, como pensavam, mas por “agressão com intenção de cometer
assassinato, sendo o crime específico a emboscada e o tiroteio de Virgil Earp
algumas semanas antes”. Em 2 de fevereiro, os Clantons foram julgados perante o
Juiz Stilwell. O chapéu de Ike foi encontrado no local do crime e McMaster
testemunhou que ouvira Ike falar sobre o tiroteio em Charleston naquela mesma
noite. Ele disse que, quando Ike soube que Virgil havia sobrevivido ao
tiroteio, Ike disse que “teria que voltar e refazer o serviço”. No entanto, o
policial de Charleston, George McKelvey, o dono do saloon, JB Ayers, e outras
cinco pessoas testemunharam que Ike Clanton estivera em Charleston e não
poderia ter participado do tiroteio. As acusações foram rejeitadas por falta de
provas. Wyatt disse mais tarde que o Juiz Stilwell lhe disse: “Wyatt, você
nunca vai limpar essa turma desse jeito; da próxima vez é melhor deixar seus
prisioneiros no mato, onde álibis não contam”. Ike Clanton reapresentou
acusações de assassinato contra os Earps e Doc Holliday em Contention, Arizona,
isto é, pelo assassinato de seu irmão e dos irmãos McLaury. Como não conseguiu
apresentar novas provas, as acusações foram arquivadas. Em 13 de fevereiro,
Wyatt hipotecou sua casa ao advogado James G. Howard por US$ 365,00, mas nunca
conseguiu pagar o empréstimo e, em 1884, Howard executou a hipoteca da casa. Em
17 de fevereiro, o grupo de Earp deixou Tombstone fortemente armado e com um
mandado de prisão para “Pony” Diehl, suspeito de um assalto a uma diligência em
janeiro de 1882. Sem sucesso, eles retornaram à cidade alguns dias depois, ao
ouvirem rumores de que os Cowboys estavam planejando mais vingança.
Apesar da reintegração
política e administrativa, uma considerável parte das bases militares dos
Estados Unidos permaneceu na região, gerando debates contínuos sobre segurança,
desenvolvimento regional e convivência com as instalações militares. Atualmente,
Okinawa é reconhecida tanto por sua importância estratégica como por sua rica
diversidade cultural. Elementos como a música tradicional com sanshin, a dança
eisa, o idioma okinawano (parte das línguas ryukyuenses) e a culinária local
são amplamente celebrados no Japão. Iniciativas para a preservação da língua e
das artes tradicionais vêm sendo apoiadas por instituições locais e pelo
governo nacional, com o objetivo de transmitir esse patrimônio às novas
gerações. Ao mesmo tempo, questões como a concentração de bases militares
estrangeiras continuam sendo temas sensíveis. Em tempos recentes, circularam
nas redes sociais vídeos supostamente ligados a movimentos de independência de
Okinawa; no entanto, investigações identificaram que muitos desses conteúdos foram
divulgados por contas de fora do Japão, com imagens não relacionadas à
realidade local. De acordo com pesquisas realizadas por veículos locais, como o
Okinawa Times, apenas uma pequena parcela da população, estatisticamente cerca
de 2% apoia a independência da província. Okinawa segue um papel singular
dentro da nação japonesa: uma região de herança histórica multifacetada, que
busca equilibrar sua identidade cultural própria com os desafios e
responsabilidades contemporâneos. Vários cantores populares japoneses e grupos
musicais famosos são oriundos das Ryūkyū. Isto inclui dentre outros, o
cantor Gackt, a cantora Namie Amuro, a cantora Mika Nakashima, a banda Stereopony,
a cantora Olivia Lufkin, os grupos Da Pump e Orange Range.
Nenhum estado
confederado perdeu mais soldados do que a Carolina do Norte; soldados
provenientes do estado responderam no total por cerca de 25% das baixas
confederadas. Segundo diz a lenda, foi na guerra civil que a Carolina do Norte
ganhou seu atual cognome, The Tar Heel State (“O estado do calcanhar de
piche”). O piche fora uma das principais fontes de renda da Carolina do Norte
durante o período colonial. Durante uma dada batalha ocorrida no estado vizinho
da Virgínia, tropas confederadas recuaram, deixando tropas da Carolina do Norte
sozinhas contra as forças da União. Após a batalha, que resultou em vitória
confederada, os soldados da Carolina do Norte teriam afirmado que fariam uso de
piche nos calcanhares de tropas aliadas para evitar que estes “desgrudassem”
(ou fugissem) da batalha. Outro cognome do Estado é Old North State (Velho
estado do Norte). A Guerra Civil Americana, também reconhecida como Guerra de
Secessão ou Guerra Civil dos Estados Unidos, foi uma guerra civil travada nos
Estados Unidos, de 1861 a 1865, entre a União e os Confederados. Sua causa
principal foi a longa controvérsia sobre a escravização dos negros. O conflito
eclodiu em abril de 1861, quando as forças separatistas atacaram o Fort Sumter,
na Carolina do Sul, pouco depois de Abraham Lincoln ter tomado posse como
Presidente dos Estados Unidos. Os legalistas da União no Norte, que também
incluíam alguns estados geograficamente ocidentais e do Sul, proclamaram apoio
à Constituição, enfrentaram os secessionistas dos Estados Confederados do Sul,
que defendiam os direitos dos estados em manter a escravidão. Em fevereiro de
1861, dos trinta e quatro estados do país, sete escravistas do Sul foram
declarados por seus governos como segregados, criando-se os Estados
Confederados da América, que organizaram uma rebelião contra o governo
constitucional.
Os Confederados
cresceram para abranger, pelo menos, a maioria dos territórios de onze estados,
e reivindicaram ainda Kentucky e Missouri por declarações de secessionistas que
fugiam da autoridade da União, mas sem território ou população, tiveram total representação
no Congresso Confederado durante a Guerra Civil. Os dois restantes, Delaware e
Maryland, foram convidados a ingressar aos Confederados, mas nada de
substancial se desenvolveu devido à intervenção das tropas da União. Os Estados
Confederados nunca foram reconhecidos diplomaticamente pelo governo dos Estados
Unidos ou por qualquer país estrangeiro. Os estados que permaneceram leais aos
Estados Unidos eram conhecidos como União. Isto é, União e os Confederados
rapidamente recrutaram exércitos de voluntários, recorrendo também à conscrição
para preencher as crescentes baixas. Combates intensos durante os quatro anos
de guerra deixaram entre 620 000 e 750 000 pessoas mortas, que ainda é o maior
número de baixas militares dos Estados Unidos entre todas as outras guerras
combinadas que o país travou. Seu fim
ocorreu em 9 de abril de 1865, quando o general confederado Robert E. Lee se
rendeu ao general da União, Ulysses S. Grant, na Batalha de Appomattox Court
House (1865). Generais confederados dos estados do Sul seguiram o exemplo, com
a última rendição em terra a ocorrer em 23 de junho. Grande parte da
infraestrutura do Sul foi destruída, principalmente os sistemas de transporte.
A Confederação entrou
em colapso, a escravidão foi abolida e mais de quatro milhões de escravos
negros foram libertados. Durante a Era da Reconstrução que se seguiu à guerra,
a unidade nacional foi lentamente restaurada, o governo nacional expandiu seu poder
e os direitos civis e políticos foram concedidos aos escravos negros libertados
por meio de emendas à Constituição. A guerra civil é um dos eventos mais
estudados e escritos sobre a história daquele país. Suas preferências musicais,
mutatis mutandis, são Bat for Lashes, principalmente France Gall, MewithoutYou,
The Shangri-Las, The Shirelles, Roy Orbison, The XX e Ben E. King`s com a
música “Stand by Me”. Winstead também disse que é uma grande fã de filmes de
terror: The Shining, Alien e Rosemary`s Baby são os filmes favoritos dela.
Winstead tem interesse em cantar, mas não pensa em seguir como uma carreira.
“Eu não era realmente, e nem vou ser uma cantora, mas é apenas algo que eu
sempre amei”. Em Grindhouse, Quentin Tarantino tinha Winstead para
cantar cappella como as The Shirelles, cantando o hit “Baby It`s You”. O clipe
pode ser encontrado no segundo disco de Death Proof em DVD. Em 2009, Winstead
e o produtor musical tailandês Ly Long co-escreveram uma canção chamada “Warmth
of Him”. Os rumores de ser um pré-lançamento único, Winstead, desde
então, confirmou que ela estava “apenas explorando o seu interesse e não
planeja lançar nenhum álbum musical”. Em 18 de janeiro de 2012, Winstead
“twittou” sobre a realização de vocais com o grupo Deltron. Em 17 de março de
2012, Winstead estreou nova música que ela cantou no South by Southwest durante
o evento Red Bull 3Style com Dan the Automator.
O processo de gentrificação
é tipicamente o resultado do aumento da atração para uma área por pessoas com
renda mais alta que se espalham por cidades, vilas ou bairros vizinhos. Outras
etapas desenvolvimentistas são maiores investimentos em uma comunidade e
na infraestrutura econômica relacionada por empresas de desenvolvimento
imobiliário, governo local ou ativistas comunitários e desenvolvimento
econômico resultante, maior atração de negócios e menores taxas de
criminalidade. Além desses benefícios potenciais, a gentrificação pode levar à
migração e deslocamento da população. Em casos extremos, a gentrificação pode
ser provocada por uma bomba de prosperidade. No entanto, alguns veem o medo do
deslocamento, que domina o debate sobre a gentrificação, como um obstáculo à
discussão sobre abordagens progressistas genuínas para distribuir os benefícios
das estratégias de redesenvolvimento urbano.
Associados aos políticos, ao grande capital e aos promotores culturais,
os planejadores urbanos, agora planejadores-empreendedores, tornaram-se
peças-chave dessa dinâmica.
Esse modelo de mão
única, que passa invariavelmente pela gentrificação de áreas urbanas “degradadas”
para torná-las novamente atraentes ao “grande capital”, na falta de melhor
expressão, através de megaequipamentos culturais, tem dupla origem, norte-americana
(Nova-York) e europeia, principalmente a Paris do Beaubourg, atingindo seu
ápice de popularidade e marketing em Barcelona, e difundindo-se pela
Europa nas experiências de Bilbao, Lisboa e Berlim. Este fenômeno é encontrado
principalmente em países desenvolvidos ou “em desenvolvimento” onde renda média
e a população são crescentes e os bairros nobres começam a “invadir” seus
vizinhos ditos “menos nobres”, empurrando para mais distante as periferias.
Existem diversos exemplos em países como Inglaterra, Estados Unidos da América,
Canadá, Espanha e outros. São criticados por estudiosos do urbanismo e de
planejamento urbano devido ao seu caráter excludente e privatizador. Richard
Sennett da Universidade Harvard, considera demagógico o caráter das
críticas, argumentando que problemas urbanos não se resolvem com benevolência
para com as camadas mais pobres da população e, na sua opinião, só se resolvem
com alternativas que reativem e recuperem a economia do degradado. Concrete
Cowboy é um filme norte-americano de faroeste de 2020 dirigido por Ricky Staub,
é reconhecido pelo seu trabalho em Alma de Cowboy (2020), The Cage
(2017) e roteiro de Staub e Dan Walser, baseado no romance Ghetto Cowboy
de Greg Neri. É estrelado por Idris Elba, Caleb McLaughlin, Jharrel
Jerome, Lorraine Toussaint, Byron Bowers e Method Man. Concrete Cowboy teve sua estreia mundial no
Festival Internacional de Cinema de Toronto em 13 de setembro de 2020, e foi
lançado na Netflix em 2 de abril de 2021.
Velho Oeste, Oeste
Selvagem ou Faroeste, em inglês: Old West, Wild West ou Far
West, também reconhecido como American Frontier, abrange a geografia, a
história, o folclore e a cultura associadas à onda futura de expansão americana
na América do Norte continental que começou com os assentamentos coloniais
europeus no início Século XVII e terminou com a admissão dos últimos
territórios ocidentais contíguos como estados em 1912. Esta era de migração e
colonização massiva foi particularmente encorajada pelo presidente Thomas
Jefferson (1743-1826) após a compra da Louisiana, dando origem à atitude
expansionista reconhecida como “destino manifesto” e à “Tese da Fronteira” dos
historiadores. As lendas, os eventos e o folclore da fronteira americana
incorporaram-se tanto na cultura dos Estados Unidos da América que o Velho
Oeste, e especificamente o gênero ocidental de mídia, tornou-se uma das
características definidoras da identidade nacional americana. Os historiadores
debateram longamente sobre quando a chamada Era da fronteira começou, quando
terminou e quais foram os seus principais subperíodos. Por exemplo, o
subperíodo do Velho Oeste é às vezes usado por historiadores em relação ao
período desde o fim da Guerra Civil Americana em 1865 até quando o
Superintendente do Censo, William Rush Merriam, declarou que o US Census Bureau
pararia de registrar o assentamento na fronteira ocidental como parte de suas
categorias de censo após o Censo dos EUA de 1890. Seus sucessores continuaram a
prática até o Censo de 1920.
Outros, incluindo a
Biblioteca do Congresso e a Universidade de Oxford, citam frequentemente pontos
divergentes que remontam ao início do século XX; normalmente nas primeiras duas
décadas, antes da entrada americana na Primeira Guerra Mundial. Um período
conhecido como “A Guerra Civil Ocidental de Incorporação” durou de 1850 a 1919.
Este período incluiu eventos históricos sinônimos do arquétipo do Velho
Oeste, como conflitos violentos decorrentes da invasão de assentamentos em
terras fronteiriças, remoção e assimilação de nativos, consolidação de
propriedade para grandes corporações e governo, vigilantismo e tentativa de
aplicação de leis sobre bandidos. Em 1890, William Rush Merriam declarou: “Até
1880 inclusive o país tinha uma fronteira de colonização, mas atualmente a área
instável foi tão dividida por corpos isolados de colonização que dificilmente
se pode dizer ser uma linha de fronteira na discussão da sua extensão, do seu
movimento para oeste, etc., não pode, portanto, mais ter lugar nos relatórios
do censo. Apesar disso, o censo dos EUA posterior a 1900 continuou a mostrar a
linha da fronteira oeste, e os seus sucessores continuaram a prática. No
entanto, no censo dos EUA de 1910, a fronteira havia diminuído em áreas
divididas sem uma linha única de assentamento para o Oeste. Um influxo de
proprietários agrícolas nas primeiras duas décadas do século XX, ocupando mais
áreas do que as concessões de propriedades rurais em todo o século XIX, é
citado como tendo reduzido significativamente as terras abertas.
Uma fronteira é
uma zona de contato no limite de uma linha de assentamento. O teórico Frederick
Jackson Turner (1861-1932) foi mais fundo, argumentando que a fronteira foi
palco de um processo definidor da civilização americana: “A fronteira”, afirmou
ele, “promoveu a formação de uma nacionalidade composta para o povo americano”.
Ele teorizou que era um processo de desenvolvimento: “Este renascimento perene,
esta fluidez da vida americana, esta expansão para o Oeste... fornecem as
forças que dominam o caráter americano”. As ideias de Turner desde 1893
inspiraram gerações (e críticos) a explorar múltiplas fronteiras individuais,
mas a fronteira popular concentra-se na conquista e colonização de
terras nativas americanas a Oeste do rio Mississippi, no que é o Centro-Oeste,
Texas, as Grandes Planícies, as Montanhas Rochosas, o Sudoeste e a Costa Oeste.
Enorme atenção popular concentrou-se no Oeste dos Estados Unidos especialmente
no Sudoeste, na segunda metade do século XIX e no início do século XX, da
década de 1850 à década de 1910. Esses meios de comunicação exageravam o
romance, a anarquia e a violência caótica do período para obter um efeito
dramático maior. Isso inspirou o gênero de filme western, junto com
programas de televisão, romances, histórias em quadrinhos, videogames,
brinquedos infantis e fantasias.
Conforme definido por
Hine e Faragher, “a história da fronteira conta a história da criação e defesa
de comunidades, do uso da terra, do desenvolvimento de culturas e hotéis e da
formação de estados”. Eles explicam: “É uma história de conquista, mas também
de sobrevivência, persistência e fusão de povos e culturas que deram origem e
continuaram a vida na América”. O próprio Turner enfatizou repetidamente como a
disponibilidade de “terras livres” para iniciar novas fazendas atraiu
americanos pioneiros: “A existência de uma área de terras livres, sua recessão
contínua e o avanço da colonização americana para o Oeste explicam o
desenvolvimento americano”. Através de tratados com nações estrangeiras e obviamente
para a manutenção das tribos nativas, compromisso político, conquista militar,
o estabelecimento da lei e da ordem, a construção de fazendas, ranchos e
cidades, a marcação de trilhas e escavação de minas, e a extração de grandes
migrações de estrangeiros, os Estados Unidos expandiram-se de coast to coast,
cumprindo a ideologia do Destino Manifesto. Em sua “Tese da Fronteira”
(1893), Turner teorizou que a fronteira era um processo que transformou os
europeus em um novo povo, os americanos, cujos valores se concentravam
na igualdade, democracia e otimismo, bem como no individualismo,
autossuficiência e até violência.
Com a compra da
Louisiana em 1803, que dobrou o tamanho dos Estados Unidos, Thomas Jefferson
preparou o terreno para a expansão continental dos Estados Unidos. Muitos
começaram a ver isso como o início de uma nova missão providencial: se os
Estados Unidos obtivessem sucesso como uma "cidade brilhante sobre uma
colina", as pessoas de outros países buscariam estabelecer suas próprias
repúblicas democráticas. Nem todos os americanos ou seus líderes
políticos acreditavam que os Estados Unidos eram uma nação divinamente
favorecida, ou pensavam que ela deveria se expandir. Por exemplo, muitos whigs
se opuseram à expansão territorial com base na alegação democrata de que os
Estados Unidos estavam destinados a servir como um exemplo virtuoso para o
resto do mundo, e também tinham uma obrigação divina de disseminar seu sistema
político superordenado e um modo de vida por toda parte. Continente
norte-americano. Muitos no partido Whig “estavam com medo de se espalhar
muito”, e “aderiram à concentração da autoridade nacional em uma área limitada”.
Em julho de 1848,
Alexander Stephens denunciou a interpretação expansionista do presidente Polk
sobre o futuro da América como “mentirosa”. Em meados do século XIX, o
expansionismo, especialmente o Sul em direção a Cuba, também enfrentou oposição
dos americanos que tentavam abolir a escravidão. À medida que mais territórios
foram adicionados aos Estados Unidos nas décadas seguintes, "ampliar a
área de liberdade" na mente dos sulistas também significou ampliar a
instituição da escravidão. É por isso que a escravidão se tornou uma das
questões centrais na expansão continental dos Estados Unidos antes da Guerra
Civil. Antes e durante a Guerra Civil, ambos os lados afirmaram que o destino
dos Estados Unidos da América era por direito deles. Lincoln se opunha ao nativismo
antiimigrante e ao imperialismo do destino manifesto como injusto e
irracional. Ele se opôs à Guerra do México e acreditava que cada uma dessas
formas desordenadas de patriotismo ameaçava os inseparáveis laços morais e
fraternos de liberdade e união que ele buscava perpetuar através de um amor
patriótico de país guiado pela sabedoria e autoconsciência crítica. O “Eulogy
to Henry Clay”, de Lincoln, 6 de junho de 1852, fornece a expressão mais
convincente de seu patriotismo reflexivo.
Bibliografia Geral Consultada.
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2003; MINTZ, Sidney; PRICE, Richard, O
Nascimento da Cultura Afro-Americana: Uma Perspectiva Antropológica. Rio de
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In: International Journal of Architectural Research, 2(2), 2008, pp.
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de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Goiânia: Universidade
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História Real de Solomon Northup. São Paulo: Editora Companhia
das Letras, 2014; BAPTIST, Edward, The Half Has Never Been Told: Slavery and
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York: Basic Books Editor, 2014; PARRON, Tamis Peixoto, A Política da
Escravidão na Era da Liberdade: Estados Unidos, Brasil e Cuba, 1787-1846.
Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015;
SOUSA, César Henrique Guazzelli e, Ecos do Oeste: O Conceito de Fronteira na
Escrita da História dos Estados Unidos. Tese de Doutorado. Programa de
Pós-Graduação em História. Faculdade de História. Goiânia: Universidade Federal
de Goiás, 2021; entre outros.
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