Ubiracy de Souza Braga
“Podem guardar a vossa verdade estéril para vós mesmos”. Vilfredo
Pareto
Vilfredo Federico Damaso Pareto nasceu
em Paris, no ano de 1823. Seu pai era o marquês Raffaele Pareto, oriundo de
Gênova, na Ligúria, ao Norte da Itália, encontrava-se exilado na França desde meados dos
anos 1830, por sua participação no movimento nacionalista liderado por Giuseppe
Mazzini, fora expulso da sua terra natal. Foi em Paris que o marquês casou-se com
uma moça de origem local chamada Marie Métenier, “una giovane francese
d`origini modeste”. Os grupos elitistas dominantes do Norte da Itália, e em particular os
de regiões como o Piemonte e a Ligúria, tinham estreitos e antigos vínculos políticos com
a França. O controle francês sobre a Itália, entre 1796 e 1815, havia
substituído o austríaco, mas com vantagens para aqueles grupos regionais, que
passaram a gozar de liberdade e autonomia maiores, mas in statu nascendi historicamente configurou-se como uma ameaça ao Antigo Regime absolutista do continente e os desdobramentos do Congresso de Viena. A dominação austríaca foi restaurada, acarretando perda de espaço, tempo, lugar e de autonomia, com prerrogativas que desencadearam expressiva onda de descontentamentos. Com o
esgotamento e a queda do regime napoleônico, o golpe de misericórdia ocorreu com a derrota na Batalha de Waterloo, em 1815, na Bélgica. Vencido por prussianos e ingleses, Napoleão foi obrigado a abdicar novamente e a se exilar na Ilha de Santa Helena, na costa africana, onde morreu em 1821.
A essência do mazzinismo e do Partido da Ação, liderado por Giuseppe Mazzino, era
provocar uma insurreição popular que levasse rapidamente à queda do regime dos
reis e dos padres, implantado na Itália uma república soberana. Nunca se
preocupou muito com a organização dos complôs que planejava ou estimulava
através dos seus escritos. Parecia acreditar no espontaneismo popular, desde
que ativado por um pequeno e seleto grupo de homens decididos. De certo modo,
ainda que bem mais cauteloso, ele representou a versão italiana do blanquismo que
se alçava contra os governos da França, fossem eles quais fossem. Talvez fosse
isso, a aposta dele na improvisação e na intuição revolucionária, que o levou a
polemizar em diversas ocasiões com Marx e Engels, no seu exílio em Londres, como bons alemães, acreditavam na organização e na demorada preparação
antes de lançar-se nas tarefas da insurreição. Viu-se ele como um profeta
crente nas virtudes do voluntarismo e no efeito místico da pátria. Todavia o
desentendimento maior entre Mazzini e Marx deu-se por ocasião da fundação da I Internacional Socialista (1864-1871),
pois o alemão resolveu refazer o Estatuto Primeiro dando-lhe um cunho classista,
o que desgostou a posição ambígua de giuseppe Mazzini a favor da integração da
classe média no movimento em curso socialista
Tal foi um dos principais estopins
dos movimentos sociais nacionalistas, como o mazzinista, contando com a forte
participação de setores aristocráticos. Mazzini criou, em 1832, a Jovem Itália, raiz de um movimento mais
amplo, a Jovem Europa, cujo objetivo
era combater aqueles que concebiam como governos reacionários, absolutistas.
Vanguarda na luta por uma associação mundial de povos livres, a Itália deveria,
como um primeiro passo decisivo, na sua acepção, unificar-se sob a forma de uma
república democrática. Mazzini mesclava elementos religiosos em sua proposta, adotando
o mote de “Deus e o povo”, definindo sua ação como “uma cruzada moral e
espiritual”. Depois de algumas investidas militares facilmente neutralizadas, o
movimento mazzinista foi derrotado, levando vários de seus seguidores à prisão
ou ao exílio, como ocorreu com o próprio Mazzini em 1837. Formado em agronomia,
Raffaele tinha pretensões intelectuais e artísticas, pintando quadros e
esculpindo. Em Paris, publicou alguns trabalhos ligados à sua
profissão: “Irrigation et Assainissement des Terres” -, e foi também secretário
da Société des Arts. Com o avanço do
processo de unificação italiano ocorrido na década de 1850 liderado pelo conde
Camillo Paolo Filippo Giulio Benso di Cavour (1810-1861), com o aval de Napoleão III -, é que Raffaele Pareto
pôde retornar ao seu país.
Seu
primeiro emprego, entretanto, foi de professor de francês da Reale Scuola di
Marina di Genova, fundada em 4 de setembro de1735 por Charles de Bourbon sob o nome de Academia de los Guardia Estendantes de las Galeras, foi o instituto de treinamento para oficiais da Armata di Mare do Reino de Napoles e, portanto, dos Dois Sicílias. De 1861 a 1878 treinou os cadetes oficiais da Marinha Real Italiana. É a mais antiga academa naval da Itália, bem como a progenitora, junto com sua contraparte em Gênova, da academia naval de Livorno. Ele permaneceu ali entre maio e novembro de 1859, quando se
transferiu para o Istituto Leardi, um instituto técnico em Casale Monferrato,
onde passou a ensinar agricultura e contabilidade. Raffaele não gozava de boa
situação econômica, chegando mesmo, em alguns momentos, a mostrar-se apreensivo
quanto à sua capacidade de custear os estudos de Vilfredo até o final. Por suas
origens sociais, entretanto, ele se inseria em uma rede de relações que lhe
garantiu o acesso a recursos como o apoio familiar, necessários para contornar
seus problemas. Ele era o mais novo de uma fratria de três, tendo um de seus
irmãos mais velhos, Damaso, casado com a última descendente de uma linhagem de
prestígio, Spinola, formando o ramo Pareto-Spinola. Outro irmão, Domenico,
teve para ele papel fundamental - como para o próprio Vilfredo, ajudando-o
financeiramente. Domenico destacou-se na diplomacia italiana
e, em torno de 1864, foi eleito membro do Conselho Municipal de Gênova, um dos
órgãos importantes na estrutura do poder.
Mais
do que ajuda econômica, apoio familiar, o que o nome aristocrático e os
vínculos pessoais de Raffaele lhe propiciaram foram contatos, indicações, cartas
de recomendação, meios relacionais e afetivos para melhorar sua condição de
vida e posição social. Assim, escrevendo ao irmão Domenico em 1862, ele dizia
estar cogitando pleitear uma Cátedra de Hidráulica Aplicada em Milão, para o
que pediria a um primo, Lorenzo Pareto (1800-1865), que o recomendasse ao ministro da
Instrução Pública, Carlo Matteucci, com quem mantinha estreitas ligações. Foi
no Ministério da Agricultura, porém, que Raffaele terminou por conseguir um
posto, em 1863, como responsável pelos assuntos relativos a saneamento e
irrigação. Com isso, a família mudou-se para Turim, então sede do governo.
Novas mudanças vieram com a transferência da capital para Florença e, depois,
para Roma. Raffaele foi aceito como membro das academias e sociedades
científicas e artísticas existentes nas cidades por que passou ocupando cargos
públicos: “Accademia Reale dell’Agricoltura” de Turim, a “Accademia Fiorentina
delle Arti del Disegno” e a “Reale Accademia dei Lincei”, Roma. Ele dirigiu,
ainda, a publicação da Enciclopedia delle
Arti e Industrie e de um trabalho extenso sobre arquitetura e arte
italianas, intitulado: “Italia Monumentale”, além de colaborador no “Giornale
dell’Ingegnero, Architetto e Agronomo”, de Milão (1853). Seu pai, Raffaele morreu em 1882, quando era chefe da Diretoria dos Trabalhos Públicos. Sobre a questão dos proprietários de terra, em 1896, Vilfredo Pareto demonstrou estatisticamente que cerca de 80% das terras na Itália pertenciam a apenas 20% da população.
Vilfredo Pareto iniciou seus
estudos, na Itália, no Istituto Leardi, antigo Istituto Tecnico d`Italia “Istituto
Istruzione Superiore Leardi”, o mesmo em que seu pai ensinava, matriculando-se
na seção de física e matemática. Com a mudança da família para Turim, um dos principais
centros da Itália unificada,
culturalmente cosmopolita e politicamente dominante, ele transferiu-se para o
Regio Istituto Tecnico daquela cidade, onde completou sua formação secundária.
Único filho homem, Pareto aproximou-se da via aberta pelo pai, encaminhando-se
para a engenharia, na qual se formou, em 1869, pela Universidade de Turim. Seus
dois primeiros anos de estudos superiores foram dedicados à obtenção da
licenciatura em ciências físicas e matemáticas, aprofundando-se em mecânica
racional, cujo ensino era muito exigente naquela universidade. Posteriormente, então,
ele pôde cursar por mais dois anos a Escola de Aplicação para Engenheiros. Além
da base matemática e física, é importante ressaltar que, em sua passagem por
Turim, Pareto entrou em contato com o darwinismo que, de acordo com Busino
(1965), tinha naquela universidade um dos seus mais ativos polos irradiadores
na Itália. E o autor soube aproveitar com sabedoria aquela corrente de
pensamento.
Em 1862, a família mudou-se novamente para Turim e, logo em
seguida, para Florença, então capital da Itália. Entre 1864 e 1867,
Vilfredo Pareto cursou ciências matemáticas no Instituto Politécnico
de Turim. Na mesma escola, ingressou no curso de engenharia em
1867 e obteve sua titulação em 1870 com a dissertação intitulada “Princípios Fundamentais da Teoria da Elasticidade dos Corpos Sólidos e
as Análises Relativas à Integração de Equações Diferenciais que Determinam o Equilíbrio”. A essa obra é atribuída grande importância
na formação de sua visão de mundo, uma vez que ela trata do conceito
que veio a permear toda a concepção econômica e social de Pareto: a
noção de equilíbrio.
Entre 1870 e 1892, Pareto desenvolveu ativa vida profissional
como técnico e homem de negócios em importantes empresas italianas. Após diplomar-se, foi empregado pela Companhia Ferroviária de Florença como engenheiro-consultor, cargo que ocupou até 1873, após o
que ingressou numa das principais indústrias siderúrgicas da Itália,
a Companhia Siderúrgica, situada em San Giovanni, no vale do rio
Arno, que era controlada pelo Banco Nacional de Florença. Nessa empresa ocupou várias posições técnicas e de direção: até 1875 foi encarregado técnico e de 1875 a 1882 foi diretor técnico. Em 1882, a Companhia Siderúrgica foi transformada em Siderúrgica Italiana (Ferriere Italiane) e Pareto assumiu a posição de diretor geral
da empresa. Durante sua vida profissional, ele não esteve ausente da vida
pública.
Em 1877, assumiu uma cadeira no Conselho Municipal de
San Giovanni e, após essa experiência, se candidatou por duas vezes
a representante do povo na Câmara de Deputados (1880 e 1882), mas
não obteve sucesso eleitoral em nenhuma delas. Em 1882, foi agraciado
com o título de Cavaleiro da Ordem da Coroa Italiana.
Também nesse período (1874-1892), Pareto manteve uma vida
intelectual bastante ativa. Em 1874, tornou-se membro da Seção de
Ciências Naturais da Accademia dei Giorgofili de Florença e, depois,
ingressou na Sociedade Adam Smith de Ferrara. Desde o início de sua
vida pública nutriu fortes sentimentos liberais, que foram expressos
em uma série de artigos de jornais, de grande circulação e especializados, e em conferências públicas. Nessas oportunidades, exercitava
seu espírito crítico e tornou-se um articulista audaz e polêmico, sempre
preocupado com as grandes questões nacionais. Partidário ardoroso de
princípios democráticos, Pareto defendeu publicamente ideais progressistas, como o sufrágio universal, a liberdade de imprensa e a educação primária universal e gratuita. Crítico da política comercial antiliberal protecionista, pregava o livre-comércio e o fim das tarifas aduaneiras e dos
subsídios à indústria. Pacifista e humanista convicto, foi um crítico
contumaz do sistema político italiano, marcado em seu tempo pelo patrimonialismo e o clientelismo. Foi um dos principais intelectuais naquela conjuntura política a condenar de forma enfática o ideário armamentista que começava a permear algumas nações na política européia.
Foi também nesse período que Pareto desenvolveu o interesse
pela Economia e firmou amizade com Maffeo Pantaleoni (1857-1924), proeminente
economista da Escola Italiana.
Mas, ao contrário da maior parte dos
economistas, Vilfredo ingressou na academia e
desenvolveu suas principais obras particularmente sobre Economia quando já havia
atingido a própria capacidade de autonomia e maturidade intelectual. Antes de desenvolver suas obras
científicas, ele foi matemático, técnico, homem de negócios, político e
articulista. Apenas em 1893, aos 45 anos, assumiu a cadeira de Economia Política da Universidade de Lausanne, até então ocupada por
León Walras.
Em 1899, Pareto deixou sua cátedra em Lausanne e mudou-se
para Céligne, no Cantão de Genebra, onde passou a dedicar-se quase
exclusivamente à produção científica. Nesse período, distanciou-se gradativamente de sua visão reformista da Economia e passou
a se dedicar à teoria pura e à Economia Matemática. Aos poucos, seu
interesse foi migrando da concepção de Economia para o domínio da Sociologia, área do conhecimento na qual também deixou importantes contribuições. A tese com a qual Pareto colou grau
em engenharia (cf. Pareto, 1869), observam alguns comentadores, manifesta-se o
interesse do autor pela questão do equilíbrio que posteriormente constituiria
uma de suas principais preocupações teórico-metodológica, tanto na economia
quanto na sociologia e que, nessa perspectiva, teriam se constituído a partir
da transposição dos problemas e dos métodos de reflexão das
ciências naturais, em particular, a física. É preciso acentuar, no caso da
sociologia, que essa transposição se deu apenas parcialmente.
A noção de
equilíbrio social (cf. Freund, 1974), central em Pareto, era marcada, em larga medida, por uma
perspectiva biológica, orgânica. Mais do que física, por conseguinte, ela pode
ser vista como fisiológica, pois obteve sua titulação em 1870 com a dissertação intitulada “Princípios Fundamentais da Teoria da Elasticidade dos Corpos Sólidos e
as Análises Relativas à Integração de Equações Diferenciais que Determinam o Equilíbrio”. A essa obra é atribuída grande importância
na formação de sua visão de mundo, uma vez que ela trata do conceito
que veio a permear toda a concepção econômica e social de Pareto: a
noção de equilíbrio.
Entre 1870 e 1892, Pareto desenvolveu ativa vida profissional
como técnico e homem de negócios em importantes empresas italianas.
Após diplomar-se, foi empregado pela Companhia Ferroviária de Florença como engenheiro-consultor, cargo que ocupou até 1873, após o
que ingressou numa das principais indústrias siderúrgicas da Itália,
a Companhia Siderúrgica, situada em San Giovanni, no vale do rio
Arno, que era controlada pelo Banco Nacional de Florença. Nessa empresa ocupou várias posições técnicas e de direção: até 1875 foi encarregado técnico e de 1875 a 1882 foi diretor técnico. Em 1882, a Companhia Siderúrgica foi transformada em Siderúrgica Italiana — Ferriere Italiane — e Vilfredo Pareto assumiu a posição de diretor geral
da empresa.Formado, enfim, Pareto era portador de um diploma socialmente
valorizado, conferido por uma instituição de prestígio. Perito em física e matemática
era também fluente em outras línguas, como o francês e inglês, o que lhe rendeu
significativos dividendos em sua carreira acadêmica. Esta só se abriria
posteriormente.
Apesar dos seus vínculos sentia-se desprestigiado e bloqueado em sua ascensão na empresa, o que culminou em sua saída em 1873, quando, enfrentando dificuldades, ela passou a ser administrada pelo Estado. Naquele
mesmo ano ele se transferiu para a Società dell’Industria del Ferro di San Giovanni
Valdarno, transformada em 1880 na Società
delle Ferriere Italiane. Tratava-se de uma indústria do ramo siderúrgico
com sede em Florença, onde Pareto teve uma carreira bem-sucedida, vindo a
tornar-se diretor-geral. Quem patrocinou seu novo emprego foi Ubaldino Peruzzi,
que, juntamente com sua esposa, Emilia, afirmaram-se seus protetores. Pareto
mantinha com eles uma intensa correspondência e um de seus trabalhos, publicado
na década de 1860, era dedicado ao casal. Peruzzi representava um nome antigo
da aristocracia de Florença, vinculado às casas bancárias e com negócios em outros
países europeus. Ubaldino, que mantinha laços com a família de Pareto, foi
deputado e também senador. Ele foi, ainda, ministro dos Trabalhos Públicos e do
Interior de governos da direita e, na década de 1870, era justamente o prefeito
de Florença. Ubaldino e Emilia Peruzzi tinham um dos mais concorridos salões de Florença, no qual introduziram
socialmente Pareto. Frequentando-o Pareto foi se impondo com uma imagem disciplinar
de homem culto, erudito, profundo conhecedor dos clássicos, em cujo estudo
investia seu tempo livre. De seu gosto pelos clássicos resultou a tradução de
uma antologia de poetas gregos, o que, segundo alguns biógrafos como Giacalone-Monaco
e Maffeo Pantaleoni, tendo como escopo ressaltar sua versatilidade e a sua
genialidade, reiteram que teria feito apenas como exercício.
Mas é preciso
entender que o gosto pelos clássicos, constituía-se como de
resto em todos os tempos, em primícias
de reconhecimento, de distinção, marca de autonomia e, claro, de independência
intelectual e de raciocínio. E
seu efeito social era tão mais eficaz quanto mais natural se mostrava,
afigurando-se como aptidão inata, de forma espontânea e desinteressada. Apesar
de ser reconhecido como um conservador por ter criado a teoria da circulação
das elites e ser constantemente associado ao fascismo italiano, Pareto teve em
sua vida alguma postura liberal, desvelando críticas a diversos intelectuais
sobre a negligência da sociedade e a preponderância do Estado em seus estudos.
Em verdade, considera que suas convicções não eram racionais, eram aparências
lógicas, melhor dizendo, representam justificativas racionais para algo
irracional (cf. Souza, 1985) que não era logicamente explicável. Pois, para
ele, era tendência do homem transformar a ação não-lógica em ação lógica. Esse
sentido subjetivista das ações humanas nos remete ao caráter psicologista que tenta
empregar na análise comparada nas sociologia quando admite que a “psicologia é
evidentemente, o fundamento da Economia Política e, de modo geral, de todas as
Ciências Sociais”. A ação não-lógica ganha importância nas relações ao comportar
uma psicologia política do indivíduo que tenta persuadir ou exaltar sentimentos
em outros indivíduos. A psicologia é importante na sua obra porque toma o indivíduo e não a classe social como
análise fundamental. Em suma, Pareto define o fazer ciência como lógico-experimental
quando propõe estudar as uniformidades que os fenômenos apresentam
analiticamente em relação uns aos outros. Sendo assim, as ações humanas
comportam uniformidades e representam o objeto de estudo experimental da
ciência.
Queremos
dizer com isso que a compreensão do sistema analítico de Pareto exige uma
interpretação rigorosa dos conceitos de ação lógica e a ação não-lógica. Precisamos,
portanto, ter como ponto de partida o estudo destas noções. Portanto, para
compreender o que representa uma ação lógica, o mais simples é observar o
comportamento de um engenheiro ou de um especulador, já que a sociologia de
Pareto tem origem nas reflexões e decepções de um engenheiro e economista. O
engenheiro, quando não se equivoca, conduz-se de modo lógico. O economista,
quando não tem ilusões sobre o seu próprio saber, pode compreender algumas das
condutas humanas. A sociologia, porém, lida com homens que geralmente não se
conduzem nem como engenheiros, nem como especuladores atentos. O engenheiro que
constrói uma ponte conhece o objetivo que pretende alcançar. O comportamento do
especulador, protótipo do agente econômico, tem as mesmas características. Sendo
sua previsão correta, os acontecimentos reproduzirão objetivamente a sucessão
de meios e fins como imaginara. A sociologia não pode identificar-se metodologicamente com um ator e tampouco considerar que este ator social possa ser portador do sentido de sua ação. Nesse ínterim, a sociologia não confunde ou não quer confundir a
prática dos rituais com seu sentido. Apesar dos enormes avanços obtidos pela Revolução Marginalista,
a Teoria da Utilidade trazia consigo inquietações de natureza metafísica. A maior parte dos economistas insatisfeitos com a teoria, entre
os quais Pareto, não questionava seus resultados e proposições,
como a condição de equilíbrio do consumidor e a curva de demanda.
As críticas e inquietações estavam associadas a duas decorrências dos
postulados fundamentais da teoria: (i) a própria existência de uma
medida de bem-estar e (ii) a possibilidade de comparações interpessoais
de bem-estar. Conforme atesta Jacob Viner (1925), os periódicos de Economia
da época traziam, em oposição aos principais tratados de Economia,
severas críticas à Teoria da Utilidade, a maioria delas relativas aos
pontos assinalados acima.
Vilfredo Pareto impunha restrições ao próprio termo empregado
pela Escola Marginalista para designar a expressão do bem-estar dos
agentes econômicos. Para ele, o termo utilidade trazia consigo o peso
de seu significado na linguagem coloquial: algo teria utilidade se fosse
útil ao indivíduo. Ressalta em mais de uma passagem do Manual de
Economia Política que certos bens, como a morfina, trazem bem-estar
aos seus consumidores, mas, de forma alguma, lhes são úteis. Como
alternativa, ele empregava o termo “ophelimite” — derivado do grego
ophelimos - para designar a propriedade que bens ou ações têm de
gerar bem-estar e satisfação ao seu usuário ou ator.
Contudo, sua principal inquietação em relação ao conceito de
utilidade dizia respeito diretamente à mensurabilidade do nível de
bem-estar dos agentes econômicos. A esse respeito, assinalou: “Temos
admitido que esta coisa chamada prazer, valor de uso, utilidade econômica, ... seja uma quantidade; contudo, uma demonstração disto ainda não foi apresentada. Assumindo que essa demonstração seja efetuada, como essa quantidade seria mensurada?”. As palavras estão ressaltadas no original, de uma função quantificada em alguma escala métrica de unidades de
utilidades, prazeres ou valores de uso exigiu dos contemporâneos de Pareto um esforço mental que ele provaria desnecessário.
Vilfredo Pareto foi um sociólogo e economista
italiano que durante seus estudos e pesquisas, percebeu que, em geral, 80% da
renda de uma nação estava nas mãos de apenas 20% da população. Extrapolando
este conceito definiu uma regra, que ficou conhecida como a lei de Pareto
80/20, e que poderia resumidamente apresentar-se da seguinte forma: i) 80% dos
crimes são cometidos por 20% dos criminosos; ii) 80% dos acidentes de trânsito são causados por 20% dos
motoristas; iii) 20% dos seus produtos representam 80% das vendas; iv) 20% dos
empregados são responsáveis por 80% dos resultados; v) 80% da população tem origem
em 20% das fábricas; vi) 20% dos alunos tem as notas 80% mais altas. Em
consequência, pode-se aceitar simplesmente que a coincidência entre a relação
objetiva e a relação subjetiva dos meios e dos fins implica que a conduta seja
condicionada pelo raciocínio. O ator social pensou no que queria fazer, no
objetivo que pretendia alcançar, e esses raciocínios aos quais ele obedeceu
constituem o móvel do seu comportamento. Ademais, todas as condutas não-lógica
comportam, num certo grau, uma motivação pelo sentimento, que pode ser definido
da forma mais geral como todo estado de espírito diferente do raciocínio
lógico. Daí a questão: como estudar logicamente as ações não-lógicas? Pareto
estaria pronto a dizer que a maioria dos livros de sociologia são análises
não-lógicas de condutas não-lógicas, ou estudos de condutas não-lógicas com a
intenção consciente de fazê-las passar por lógicas. O objetivo de Pareto é
estudar condutas não-lógicas como realmente são. Segundo Aron (1993: 385) a
expressão “estudo lógico da conduta não-lógica” não é dele, mas pressupõe uma
concepção que Pareto denomina “lógico-experimental”.
A
ciência lógico-experimental, que mostra a semelhança dos diversos modos de ver
um futuro que se ignora, é professora do ceticismo. Indubitavelmente, é
contrário à utilidade social confessar que não se conhece o futuro. Por outro
lado, o estudo lógico-experimental das condutas não-lógicas pode ser contrário
também à utilidade de determinado grupo, ou mesmo à utilidade do conjunto da
sociedade. Pareto escreve: “se acreditasse que meu Traité pudesse ter muitos leitores, não o escreveria”. De fato, na
medida em que revela a realidade fundamental, o Traité prejudica o equilíbrio social, que exige um conjunto de
sentimentos que este estudo demonstra que são não-lógicas, senão mesmo
ilógicos. Assim, o estudo lógico-experimental das condutas não-lógicas tem por
objetivo exclusivo a verdade, e não se deve criticá-lo por não ser útil. Associar
a utilidade social de uma teoria à sua verdade experimental é um desses
princípios a priori que rejeitamos. Estas duas coisas estão ou não sempre
unidas? É uma questão a que só se pode responder pela observação dos fatos. E
em seguida encontraremos a prova de que, certos casos, podem ser inteiramente
independentes. Ora, as discussões científicas devem referir-se sempre á
realidade, e não no sentido que damos á palavra.
A
ciência não tem lugar para nada que ultrapasse a experiência. As definições
essenciais devem se eliminadas da ciência lógico-experimental, que se utiliza
de conceitos claramente definidos com relação a fenômenos observáveis. As
discussões científicas devem referir-se à realidade e não ao sentido que damos
às palavras. Nunca encontraremos a “realidade inteira”, ipso facto toda a sua complexidade. A ciência é essencialmente
inacabada, e os homens que acreditam que um dia ela chegará a ensinar o
equivalente ao que ensinava a religião são vítimas inocentes de uma ilusão. Os
sociólogos realistas como Émile Durkheim, pensam que a sociologia poderá
postular os fundamentos da moral, substituindo os dogmas religiosos, são
prisioneiros de uma modalidade de pensamento não-lógica sem que disso tenham
consciência. Atribuem-lhe características que ela não terá nunca, porque
será sempre parcial, nunca normativa.
A ciência será sempre um conjunto de proposições, de fato ou de causalidade, do
qual nunca poderemos deduzir a afirmativa de que devemos conduzir-nos de certa
maneira. Podemos demonstrar o quanto quisermos que esta ou aquela sequência
regular é observada na realidade; dessas correlações regulares não se podem
deduzir uma moral, qualquer que ela seja. Ela só pode relacionar os fatos uns
com outros; pois ela sempre se detém em um fato (cf. Bousquet, 1968; Pareto,
1976). Em seu recorte heurístico Vilfredo Pareto é preciso, e, portanto, reduz em
muito as “ambições” da sociologia.
Enfim,
o método analítico de Pareto consiste
em estudar um grande número de expressões, teorias, condutas curiosas,
modalidades de cultos religiosos, práticas de magia ou feitiçaria, e de
constatar que, se estes atos e condutas diferem e comportam, na aparência, uma
espécie de crescimento “anárquico”, eles revelam, através de estudo mais
atento, certa consistência. A ciência não determina logicamente seus objetivos.
Não há em Vilfredo Pareto uma pretensa solução técnico-metodológica para o
problema teórico interpretativo da ação. Ela não pode ir além da indicação dos meios eficazes para
atingir objetivos. Assim, nunca é demais repetir: a determinação dos objetivos
não pertence ao seu domínio. Em última análise, não há solução científica para
o problema da conduta individual, e não há solução científica para o problema
da organização social. Pareto responde antecipadamente a todos os
contemporâneos que proclamam que a ciência exige esta ou aquela organização
afirmando que a ciência autêntica, e não a pseudociência, não nos pode ensinar
qual é a solução para o real problema social.
A
conduta dos homens ou ação paretoniana é motivada pelo seu estado psíquico, ou
por seus sentimentos, muito mais do que pelas razões metafísicas que invocam. A
partir desta análise fundamental, a sociologia de Pareto pode seguir dois
caminhos. O primeiro é o que poderíamos chamar de via indutiva, que consiste em procurar como, na história das doutrinas,
as ações não-lógicas foram conhecidas ou mal conhecidas, dissimuladas e
desfiguradas, pois nascido como ser pensante, o homem prefere acreditar que sua
conduta é lógica, determinada pelas teorias, e não confessar a si mesmo que
agiu movido apenas por sentimentos. A segunda via é dedutiva e sobre a qual
afirma, sobre os resíduos, que deveria ser seguida com vantagem pela exposição.
O método de análise consiste em identificar senão o estado psíquico, pelo menos uma
realidade próxima desse estado; em estabelecer uma classificação dos resíduos
que são manifestações dos sentimentos e as causas principais das ações
não-lógicas. Trata-se de procurar o que podemos saber sobre o estado psíquico
ou abstratamente os sentimentos desconhecidos de modo direto. A questão, a saber, é: como
podemos chegar das expressões às suas causas, das teorias ou dos atos aos
sentimentos e aos estados de espírito que os condicionam? Aí reside um princípio
de diferença ou de determinação interna legado pela filosofia de Immanuel Kant.
Além de introduzir esse novo enfoque metodológico (cf. Bianchi, 2016), que acabou
constituindo um novo estilo de ensino e de estudo da Microeconomia,
Pareto trouxe inúmeras contribuições à teoria walrasiana. Entre outras,
introduziu a função de produção com coeficientes variáveis no estudo
do equilíbrio geral, que permitiu a análise da substituição técnica entre
diversos fatores produtivos (trabalho, capital, terra etc.) e suas conseqüências para o equilíbrio do produtor. Não obstante, a mais importante contribuição nessa área foi a conjugação do estudo do equilíbrio geral
com as propriedades de bem-estar coletivo da economia. Para compreender esse ponto, faz-se necessário retornar, uma vez mais, à discussão sobre o conceito econômico de utilidade.
A segunda questão controversa da Teoria da Utilidade tradicional
era a possibilidade de comparações interpessoais de bem-estar. Uma
vez que a função pressupunha a mensuração da quantidade de utilidade
em alguma escala numérica, em princípio seria também admissível a
comparação do bem-estar de dois ou mais indivíduos, assim como a
agregação de utilidades individuais. De fato, vários economistas que
compartilhavam a visão tradicional desde John Stuart Mill, muito antes, a Marshall e Pigou, é fato que acreditavam possível e buscavam
métodos de comparação dos níveis de satisfação individual e agregação
destes em bem-estar coletivo
Pareto
é extraordinariamente sucinto quando esborra os elementos fundamentais do seu
pensamento, revelando duas interpretações essenciais: 1) Os resíduos não são os
sentimentos ou o estado psíquico heurístico; são elementos intermediários entre
o sentimento que não conhecemos diretamente e outras expressões ou atos; 2)
Estes resíduos se relacionam com os instintos do homem, mas não abrangem a
todos, pois o método seguido não permite descobrir que instintos dão lugar a
raciocínios. Na classificação dos tipos de ação não-lógica, a existência de uma
relação objetiva dos meios aos fins ocorre, mas não através de uma relação
objetiva. Se partirmos das expressões, teorias e justificações da teoria para
chegarmos aos resíduos que constituem manifestações dos instintos, só poderão
descobrir aqueles que levam a raciocínios. Fora os resíduos há, indícios, portanto,
de apetites, postos e disposições ou inclinações.
Também
não se pode associar sempre a verdade de uma teoria à sua utilidade: pode
ocorrer que uma teoria verdadeira não seja socialmente útil, e talvez seja
assim que Pareto com uma boa dose de ironia, situa sua própria concepção de
teoria, pelo possível dano que seu conhecimento generalizado poderia trazer ao
equilíbrio social. Se a maioria das
pessoas passasse a perceber a sociedade, como sendo organizada para o domínio e
proveito de uma minoria elitista, sobre a imensa maioria, tal crença poderia
levar à instabilidade crônica do organismo social.
A
noção de interesse, enfim, resulta da análise econômica contida no Traité, pois o interesse provém da
tomada de consciência de um objetivo que o indivíduo se propõe alcançar. Por
interesse, entendemos as tendências que fazem com que os indivíduos e as
coletividades sejam levados pelo instinto e pela razão a se apropriar dos meios
materiais úteis e agradáveis à vida, assim como a procurar consideração e
honrarias. Os resíduos não são realidades concretas, mas conceitos analíticos
criados pelo observador para explicar o processo de apropriação dos fenômenos sociais.
Pareto afirma que o estudo dos sentimentos “em si mesmos” pertence à esfera da
psicologia, e não da sociologia propriamente dita. Os resíduos correspondem,
sem dúvida, a algo que existe na natureza, ou na conduta humana, mas esta coisa
é definida por um conceito analítico forjado para compreender o funcionamento
da sociedade. Pareto estabelece uma aproximação interessante entre as raízes
verbais, estudadas pelo filólogo, e os resíduos estudados pelo sociólogo. De
acordo com esta analogia, os resíduos são as raízes comuns de grande número de
condutas ou expressões. Tem, portanto, enquanto tais, o mesmo caráter das
raízes verbais descobertas pelo linguista, que não são dados concretos, e, não são apenas ficções, porque ajudam a compreender a realidade
estudada. A teoria dos resíduos leva a classificação que se apresenta como
uma espécie de análise teórica da natureza humana para uso sociológico. A
noção de interesse resulta da análise econômica.
No pensamento de Pareto o
interesse provém da tomada de consciência de um objetivo que o indivíduo se
propõe alcançar. Maximizar a quantidade de dinheiro é um interesse que suscita quase sempre condutas lógicas. Contudo, ao
lado do interesse econômico pode haver um interesse
político (cf. Hirschman, 1979). Um homem que tem por objetivo arrebatar o poder
se comportará de modo interessado, e sua conduta será diferente das condutas
não-lógicas determinadas pelos resíduos. Ao chegarmos à síntese sociológica,
precisaremos levar em conta não só os resíduos, mas também as condutas (ações) condicionadas
pelos instintos, apetites, gostos e disposições, e nem sempre motivadas pelos
interesses. Para completar a análise, resta elucidar a relação entre o resíduo
e o estado psíquico, ou sentimento. Pareto estabelece uma dupla distinção: os
resíduos se situam mais perto dos atos ou das expressões do que os sentimentos,
porque são identificados a partir de uma análise destes atos ou expressões.
Finalmente, os resíduos não são realidades concretas, mas conceitos analíticos
criados pelo observador para explicar um curioso
princípio. Os resíduos representam conceitos analíticos utilizados pelo sociólogo e não pelo psicólogo. Os resíduos correspondem a algo que existe na conduta humana, mas esta esfera de ação social é definida por um conceito analítico forjado para compreender o funcionamento da sociedade. Pareto estabelece uma aproximação conceitual interessante entre as raízes verbais, estudadas pelo filólogo, e os resíduos, estudados pelo sociólogo. De acordo com esta comparação, os resíduos são as raízes comuns de grande número de condutas ou expressões. Tem o mesmo caráter lógico das raízes verbais descobertas pelo linguista, mas que não são dados concretos, e não são apenas ficções, porque ajudam a compreender a realidade.
Bibliografia geral consultada.
Bibliografia geral consultada.
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MORNATI, Fiorenzo, Una Biografia Intellettuale di Vilfredo Pareto. I-II.
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