segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Extraterritorial – Rapto Social, Cinema & Conspiração Sombria.

                                                  Culto é aquele que sabe onde encontrar aquilo que não sabe”. Georg Simmel                        

         Exterritorial é um filme alemão de ação e suspense de 2025 dirigido e escrito por Christian Zübert, nascido em 1973, Würzburg é um cineasta e roteirista alemão. Zübert começou como roteirista para a televisão alemã. Em 2000, dirigiu e escreveu seu primeiro longa-metragem, Lambock, que foi um sucesso inesperado na Alemanha, com mais de um milhão de espectadores. No mesmo ano, escreveu o roteiro de Mädchen, Mädchen, que também foi um sucesso de bilheteria. É estrelado por Jeanne Goursaud, Dougray Scott e Lera Abova. O filme foi lançado na Netflix em 30 de abril de 2025. A trama gira em torno de uma ex-soldado das forças especiais com um “transtorno mental” que se desenvolve a partir da experiência de um evento traumático, como agressão sexual, violência doméstica, abuso infantil, guerra e seus traumas associados, desastre natural, luto, acidente de trânsito ou outras ameaças à vida ou ao bem-estar de uma pessoa. que está determinada a encontrar seu filho pequeno após ele desaparecer misteriosamente dentro do Consulado dos Estados Unidos da América na Alemanha. O filme recebeu críticas majoritariamente positivas e alcançou o primeiro lugar nas listas da Netflix em 79 países em 2 de maio de 2025. É o filme alemão de maior sucesso na Netflix. Em 2004, ele dirigiu o filme de aventura infantil Der Schatz der weißen Falken, que recebeu muitos prêmios e foi exibido em diversos festivais internacionais. 

          Depois de dirigir e escrever filmes e séries premiados para a televisão, como o thriller policial Tatort Nie wieder frei sein, Zübert retornou às telas de cinema em 2010 com a comédia dramática Dreiviertelmond (Lua em Quartos), que foi indicada ao Prêmio do Cinema Alemão, ganhou o Prêmio do Cinema da Baviera e o Prêmio Metropolis da Associação de Diretores da Alemanha, além de ter sido exibida em diversos festivais internacionais. Seu trabalho Tour de Force, de 2013, teve estreia na Grand Piazza do Festival Internacional de Cinema de Locarno e sua estreia norte-americana no Festival Internacional de Cinema de Toronto, onde ele retornou no ano seguinte com seu drama germano-grego One Breath. Ele escreveu e dirigiu o thriller da Netflix, Exterritorial, que estreou em 2025 com críticas analíticas majoritariamente positivas. De acordo com o FlixPatrol, o filme alcançou o primeiro lugar nas listas da Netflix em 79 países em 2 de maio de 2025. Após seis semanas, o filme ocupa o quinto lugar no Top 10 de todos os tempos, com mais de 83 milhões de visualizações. É o filme alemão de maior sucesso na Netflix.

            Os sintomas de transtornos mentais relacionados a traumas são documentados desde pelo menos a época dos antigos gregos. Alguns casos de evidência de doença pós-traumática foram atribuídos aos séculos XVII e XVIII, como o diário de Samuel Pepys (1633-1703), que descreveu sintomas intrusivos e angustiantes após o Grande Incêndio de Londres de 1666, um funcionário da administração naval inglesa e um parlamentar.  Durante as guerras mundiais, a condição era conhecida por vários termos, incluindo “choque de guerra”, “nervos de guerra”, neurastenia e “neurose de combate”. O termo passou a ser usado na década de 1970, em grande parte devido aos diagnósticos de veteranos militares americanos da Guerra do Vietnã. As pessoas consideradas em risco de desenvolver incluem militares de combate, sobreviventes de desastres naturais, sobreviventes de campos de concentração e sobreviventes de crimes violentos. Pessoas empregadas em ocupações que as expõem à violência, como soldados, ou a desastres como trabalhadores de serviços de emergência também em risco. Outras ocupações com a questão do risco aumentado incluem policiais, bombeiros, socorristas, paramédicos, profissionais de saúde, maquinistas, mergulhadores, jornalistas e marinheiros, e pessoas que trabalham em bancos, correios ou lojas.                                          


            A singularidade tem, na essência a significação da consciência-de-si em geral, e não de uma consciência singular contingente. A substância ética é nessa determinação a substância efetiva, o espírito absoluto realizado na multiplicidade da consciência aí-essente. O espírito é a comunidade, que para nós, ao entrarmos na figuração prática da razão geral, era a essência absoluta; e que aqui emergiu em sua verdade para si mesmo, como essência ética consciente, e como essência para a consciência, que nós temos por objeto. Porque a eticidade é o espírito em sua verdade imediata, os lados em que a consciência do espírito se dissocia, incidem nessa forma de imediatez; e a singularidade passa aquela negatividade abstrata sem consolo nem reconciliação, “deve essencialmente recebe-los mediante uma ação exterior e efetiva”. A consanguinidade completa o movimento natural abstrato, por acrescentar o movimento da consciência, interromper a obra da natureza e arrancar da destruição o consanguíneo. É necessária a destruição – seu vir-a-ser o puro ser – a consanguinidade tomando o ato de destruição.

            A Ideia absoluta que para realizar-se colocou como oposta a si, à natureza, produz-se através dela como espírito, que através da supressão de sua exterioridade entre inicialmente em relação simples com a natureza, e, depois, ao encontrar a si mesma nela, torna-se consciência de si, espírito que conhece a si mesmo, suprimindo assim a distinção entre sujeito e objeto, chegando assim a Ideia a ser por si e em si, tornando-se unidade perfeita de suas diferenças, sua absoluta verdade. Com o surgimento do espírito através da natureza abre-se a história da humanidade e a história humana é o processo que medeia entre isto e a realização do espírito consciente de si. A filosofia hegeliana centra sua atenção sobre esse processo e as contribuições mais expressivas de Hegel ocorrem precisamente nesta esfera, do espírito. Melhor dizendo, para Hegel, à existência na consciência, no espírito chama-se saber, conceito pensante. O espírito é também isto: trazer à existência, isto é, à consciência. Como consciência em geral tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está na minha frente. Mas enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito precisamente isto: produzir-se, sair fora de si, saber o que ele é. Nisto consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é. Logo, em primeiro lugar, ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são nada. O homem é essencialmente razão.   

O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. Ou melhor, a possibilidade para isto, para ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos e estes a relação humana no espaço e tempo. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que filosoficamente é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente.

Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade. O europeu sabe de si, afirma Hegel, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é o segundo, esta é a única diferença da existência (Existenz) a diferença do separável. O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira determinação é que o que existe em si, e o que existe por si são somente uma e mesma coisa. Isto quer dizer precisamente evolução. O em si que já não fosse em si seria outra coisa. Por conseguinte, haveria ali uma variação, mudança. Na mudança existe algo que chega a ser outra coisa. Na evolução, em essência, podemos também sem dúvida falar da mudança, mas esta mudança deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda idêntico ao primeiro, de maneira que o simples, o ser em si não seja negado. Para Hegel a evolução não somente faz aparecer o interior originário, exterioriza o concreto contido já no em si, e este concreto chega a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si.

O espírito abstrato assim adquire o poder concreto da realização. O concreto é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É em si mesmo contraditório. Posto que é através desta contradição impulsionado da aptidão, deste este interior à qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças. Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade; porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E somente por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta. É algo concreto, algo distinto. Entretanto contido na unidade, no em si primitivo. O gérmen se desenvolve assim, não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado, triturado, não poderia evoluir. Na alma, enquanto determinada como indivíduo, as diferenças estão enquanto mudanças que se dão no indivíduo, que é o sujeito uno que nelas persiste e, enquanto momentos do seu desenvolvimento. Por serem elas diferenças, à uma, físicas e espirituais, seria preciso, para determinação ou descrição mais concreta, antecipar a noção do espírito cultivado.

As diferenças são: 1) curso natural das idades da vida, desde a criança, desde a criança, o espírito envolvido em si mesmo – passando pela oposição desenvolvida, a tensão de uma universalidade ela mesma ainda subjetiva em contraste com a singularidade imediata, isto é, como o mundo presente, não conforme a tais ideais, e a situação que se encontra, em seu ser-aí para esse mundo, o indivíduo que, de outro lado, está ainda não-autônomo e em si mesmo não está pronto (o jovem) – para chegar à relação verdadeira, ao reconhecimento da necessidade e racionalidade objetivas do mundo já presente, acabado; em sua obra, que leva a cabo por si e para si, o indivíduo retira, por sua atividade, uma confirmação e uma parte, mediante a qual ele é algo, tem uma presença efetiva e um valor objetivo (homem); até a plena realização da unidade com essa objetividade do conhecer: unidade que, enquanto real, vem dar na inatividade da rotina que tira o interesse, enquanto ideal se liberta dos interesses mesquinhos é das complicações do presente exterior (o ancião). O espírito manifesta aqui sua independência da própria corporalidade, em poder desenvolver-se antes que nela torne. Com frequência, crianças têm demonstrado um desenvolvimento espiritual que vai muito mais rápido que sua formação corporal. Esse foi o caso histórico, sobretudo em talentos artísticos indiscutíveis, em particular nos gênios da música. Também em relação ao fácil apreender de variados conhecimentos, especialmente na disciplina matemática; e tal precocidade tem-se mostrado não raramente também em relação a um raciocínio de entendimento, e mesmo sobre objetos éticos e religiosos. O processo de desenvolvimento do indivíduo humano natural decompõe-se então em uma série de processos, cuja diversidade se baseia sobre a relação do indivíduo para com o gênero, e funda a diferença da criança, do homem e do ancião. Essas diferenças são as apresentações das diferenças do conceito.

A idade da infância é o tempo da harmonia natural, da paz do sujeito consigo mesmo e com o mundo. Um começo tão sem-oposição quanto a velhice é um fim sem-oposição. As oposições que surgem ficam sem interesse mais profundo. A criança vive na inocência, sem sofrimento durável; no amor aos seus pais, e no sentimento de ser amado por eles. Na Roma antiga, o gênio representava o espírito ou guia de uma pessoa, ou mesmo de uma gens inteira. Um termo relacionado é genius loci, o espírito de um local específico. Por contraste a força interior que move todas as criaturas viventes é o animus. Um espírito específico ou daimon pode habitar uma imagem ou ícone, dando-lhe poderes sobrenaturais. Gênios são dotados de excepcional brilhantismo, mas frequentemente também são insensíveis às limitações da mediocridade bem como são emocionalmente muito sensíveis, algumas vezes ambas as coisas. O termo prodígio indica simplesmente a presença de talento ou “gênio excepcional” na primeira infância. Os termos prodígio e criança prodígio são sinônimos, sendo o último um pleonasmo. Deve-se ter em consideração que é perigoso tomar como referência as pontuações em testes aplicados de QI quando se deseja fazer um diagnóstico razoavelmente correto de genialidade. Há que se levar em consideração que em todos as pontuações, e em todas as medidas, existe uma incerteza inerente, bem como os resultados obtidos nos testes representam a performance alcançada por uma pessoa em determinadas condições, não refletindo necessariamente toda a capacidade da pessoa em condições ideais. A contribuição histórica e cultura dos filósofos pré-socráticos à matemática, enquanto ciência, não são discutíveis e em grande parte fruto de tradição bem documentada.

    A disposição ética consiste precisamente em ater-se firmemente ao que é justo, e em abster-se de tudo o que possa mover, abalar e desviar o justo. Se um depósito for feito a meus cuidados, é propriedade de outrem, e eu o reconheço, porque assim é, e me mantenho inflexível. Se tiver para mim o depósito, não incorro absolutamente em nenhuma contradição, segundo o princípio de meu examinar, a tautologia. Não o considero como propriedade alheia; ora, reter algo, que não considero propriedade de outro, é perfeitamente consequente. A mudança de vista não é contradição, pois a questão não é o ponto de vista, mas o objeto, o conteúdo, que não deve contradizer-se. Não é porque encontro o não-contraditório que isso é justo: mas é justo porque é. Algo é propriedade de outrem: isso constitui o próprio fundamento. O espírito, em sua verdade simples, é consciência, e põe seus momentos fora um do outro. A ação o divide em substância e em consciência da substância, e divide tanto a substância quanto a consciência. A substância, como essência universal e fim, contrapõe-se em si mesma como à efetividade singularizada. O meio-termo infinito à consciência-se-si que sendo em si unidade de si e da substância, torna-se agora, para si, o que unifica a essência universal e sua efetividade singularizada: eleva à essência de sua efetividade e opera eticamente; faz a essência descer à efetividade, e implementas o fim, a substância somente pensada; produz a unidade de seu Si e da substância como obra sua e, como efetividade.

No dissociar-se da consciência em seus momentos, a substância simples conservou, por um lado, a oposição frente à consciência-de-si, e por outro lado apresenta nela mesma a natureza da consciência – de diferenciar-se em si mesma, como um mundo organizado em suas massas. A substância se divide, assim, em uma essência ética diferenciada: em uma lei humana e uma lei divina. A consciência-de-si, que se lhe contrapõe, atribui-se, segundo sua essência dessa potência; e como saber se cinde na ignorância do que faz e a respeito disso: um saber que é, por isso, enganoso. A consciência-de-si é em seu ato a contradição daquelas potências em que a substância se divide, e sua mútua destruição, como também a contradição entre seu saber sobre a eticidade da sua ação, e o que é ético em si e para si; e aí encontra sua própria ruína. De fato, porém, a substância ética, mediante esse movimento, veio-a-ser consciência-de-si efetiva; ou seja, este Si se tornou algo em-si-e-para-si-essente. Mas nisso, precisamente, a eticidade foi por terra. A substância simples do espírito se divide como consciência. Ou seja: assim como a consciência do ser sensível abstrato passa à percepção, assim também a certeza imediata do ser ético real; e como, para a percepção sensível, o ser simples se torna uma coisa de propriedades múltiplas, assim para a percepção ética, o caso do agir é uma efetividade de múltiplas relações éticas. Contudo, como para a percepção sensível a supérflua multiplicidade das propriedades se condensa filosoficamente entre singularidade e universalidade – com maior razão a percepção ética, que é a consciência substancial e purificada -, a multiplicidade dos momentos éticos se torna a dualidade de uma lei da singularidade e de uma lei da universalidade. Cada uma dessas massas de substância permanece sendo o espírito todo. Se, na percepção sensível, isto é, as coisas não tem outra substância, as duas determinações de singularidade e universalidade exprimem apenas a oposição assimétrica superficial recíproca dos dois lados.  

A intensidade do evento também está associada a um risco subsequente de desenvolver, sendo que experiências relacionadas a morte presenciada, tortura presenciada ou vivenciada, lesão, desfiguração corporal, traumatismo cranioencefálico estão altamente associadas ao desenvolvimento. Da mesma forma, experiências inesperadas ou das quais a vítima não pode escapar também estão associadas a um alto risco de desenvolver. O Rapto das Sabinas foi o episódio lendário da história de Roma em que a primeira geração de homens romanos teria se originado através do rapto das filhas das famílias sabinas vizinhas. Narrada por Lívio e Plutarco, ela serviu como tema para diversas obras de arte do Renascimento e pós-renascentistas, com uma oportunidade de retratar diversos personagens, incluindo figuras heroicamente seminuas, envolvidas numa disputa intensamente passional. Entre temas semelhantes da Antiguidade Clássica estavam, a batalha dos lápitas contra os centauros e o tema da Amazonomaquia, a batalha de Teseu contra as amazonas. O rapto teria acontecido no início da história de Roma, logo após sua fundação por Rômulo e seus seguidores, em sua maior parte homens. À procura de esposas com quem pudessem formar famílias, os romanos negociaram, sem sucesso, com os sabinos, que haviam povoado a região anteriormente.

Temendo o surgimento de uma sociedade rival, os sabinos recusaram-se a permitir que suas mulheres se casassem com os romanos; estes tiveram então a ideia de raptar as mulheres sabinas. Rômulo inventou então um festival em homenagem a Netuno Equestre, e proclamou-o aos povos vizinhos de Roma. De acordo com Lívio, muitos habitantes destes povoados vizinhos compareceram ao festival, incluindo os ceninenses, os crustumerinos e os antemnos, bem como muitos dos sabinos. Durante o festival Rômulo deu um sinal, indicando a seus conterrâneos que era hora de capturar as mulheres sabinas, o que eles fizeram, simultaneamente, enquanto combatiam os homens. Após o rapto social as mulheres, indignadas, se viram diante de um Rômulo que lhes suplicava que aceitassem os romanos como seus maridos. Lívio é claro em afirmar que não houve abuso sexual da parte dos romanos; Rômulo ofereceu-lhes liberdade de escolha, prometendo-lhes direitos civis e de propriedade. Ainda de acordo com Lívio, ele teria pessoalmente ido a cada uma delas “e indicado a elas que tudo aquilo era culpa de seus pais, que haviam negado a elas o direito de casar-se com seus vizinhos”. Elas viveriam em uniões matrimoniais dignas, e partilhariam de todos os direitos civis e de propriedade, bem como o mais precioso à natureza humana seriam mães de homens livres. Após a reconciliação que se seguiu, os sabinos concordaram em formar uma nação única com os romanos, e o rei sabino, Tito Tácio, passou a governar Roma com Rômulo até a sua morte, cinco anos mais tarde.

Os novos habitantes sabinos de Roma passaram a viver no Capitólio. Durante o Renascimento o tema se tornou popular, como uma história que simbolizava a importância central do matrimônio para a continuidade das famílias e culturas. Também era um dos raros exemplos de um tema de batalha, um gênero altamente popular, que permitia ao artista demonstrar seu virtuosismo no retrato tanto da figura feminina quanto da masculina, em poses extremas, com a vantagem adicional de um tema sexual palpitante. Foi representado regularmente nos cassoni italianos do século XV, e, posteriormente, em pinturas maiores. A escultura de Giambologna (1574–1583) que foi interpretada como abordando este tema demonstra três figuras, isto é, um homem que levanta uma mulher no ar, enquanto um segundo homem se agacha e foi esculpida a partir de um único bloco de mármore. A obra, que é tida como a obra-prima de Giambologna, nascido como Jean Boulogne, foi um escultor maneirista. Ele tinha originalmente como intenção ser apenas uma demonstração da capacidade do artista de criar um grupo escultural complexo; seu tema, o lendário rapto das sabinas, foi associado a ela apenas após Francisco I de` Medici (1541-1587), Grão-Duque da Toscana, decretar que ela seria exposta na Loggia dei Lanzi, na Piazza della Signoria, em Florença. Mantendo-se de acordo com as características historicamente típicas das composições maneiristas, como figuras compactas e entrelaçadas, a interpretação da estátua transmite “uma panóplia dinâmica de emoções, em poses que oferecem pontos de vista múltiplos”.

Contrastada com a pose serena do Davi de Michelangelo que está na mesma praça, concluído quase 80 anos antes, a estátua apresenta a dinâmica que acabou por levar a arte europeia ao barroco, porém também a verticalidade pouco flexível e desconfortável, autoimposta pela restrição virtuosa do próprio autor a uma composição que podia ser feita a partir de um único bloco, e não apresenta os impulsos diagonais que Bernini conseguiria obter quarenta anos depois com obras como O Rapto de Proserpina e Apolo e Dafne, ambas na Galeria Borghese, em Roma. O tema proposto pela escultura, situada diante da estátua de Perseu de Benvenuto Cellini (1545-1554), sugere que o grupo ilustrava um tema relacionado a outra obra, como o rapto de Andrômeda, de Fineu. Na mitologia grega, foi um tio de Andrômeda, a quem a princesa havia sido prometida em casamento. Após sua libertação por Perseu, Fineu atacou o herói, e foi morto, transformado em pedra. Os raptos de Proserpina e Helena também foram sugeridos como possíveis temas originais. Eventualmente decidiu-se que a escultura seria identificada com uma das virgens sabinas. A obra está assinada com “Obra de João de Bolonha de Flandres”, 1582. Um rascunho preparatório feito em bronze que demonstra apenas duas figuras está em exposição no Museu Nacional de Capodimonte, em Nápoles. Giambologna revisou então a obra, desta vez acrescentando uma terceira figura, em dois modelos de cera que estão expostos no Museu Victoria e Albert, em Londres. O molde em gesso, em escala natural, realizado para a escultura final, de 1582, se encontra em exposição na Sala do Colosso, situada na Galleria da Academia de Belas Artes, em Florença. Reduções da escultura realizadas em bronze, produzidas pelo próprio estúdio de Giambologna e imitadas por outros artistas, eram parte integrante das coleções de apreciadores de arte no século XIX.

Andrômeda era filha de Cefeu e Cassiopeia, e, por Cassiopeia ter dito que era mais bela que as nereidas, Posidão enviou um monstro para devastar o país. Para aplacar o monstro, Andrômeda foi oferecida em sacrifício, mas Perseu se ofereceu para salvá-la, se esta se casasse com ele. Segundo os textos de Pseudo-Apolodoro e Ovídio, Fineu era irmão de Cefeu, o rei da Etiópia. Autores modernos, porém, reconstroem esta família de forma diferente: Fineu seria filho de Fênix, filho de Agenor e de Cassiopeia, filha de Árabo, os pais de Cassiopeia, a mãe de Andrômeda. As fontes antigas sobre Cassiopeia estão em fragmentos de Hesíodo, citado por outros autores, e em escólios. Fênix, filho de Agenor, e Cassiopeia foram os pais de Fineu, que, segundo outra versão, era filho de Agenor. Outro filho de Cassiopeia, com Zeus, foi Atímnio, um rapaz muito belo que foi amado por Minos e Sarpedão, e foi a causa da briga entre os irmãos. Árabo era filho de Hermes com Trônia, filha de Belo; Árabo deu o nome à Arábia. Segundo W. Preston, havia dois personagens de nome Fineu, um filho de Fênix e neto de Agenor, e outro, o personagem da história dos Argonautas, filho de outro Agenor, descendente na sétima geração de Fênix. O mais antigo Fineu era filho de Fênix e Cassiopeia, sendo seus avôs, respectivamente, Agenor e Árabo. Fênix e Cassiopeia tiveram três filhos, Cílix, Fineu e Dóriclo, e, nominalmente, Atímnio, que era, de fato, filho de Zeus. Segundo Adolf Bastian, Cassiopeia, filha de Árabo, se casou com Fênix, e desta união nasceu Cassiopeia, a esposa de Cefeu. Fineu, a quem Andrômeda havia sido prometida em casamento, conspirou contra Perseu. Perseu descobriu a trama e transformou Fineu e seus companheiros em pedra, mostrando-lhes a cabeça da Medusa.        

Na versão de Ovídio, foi durante a festa de casamento de Perseu e Andrômeda que Fineu, furioso por ter sido preterido, ameaçou Perseu com uma lança. Cefeu tentou dissuadi-lo, argumentando que Perseu não a havia roubado dele, mas a havia salvo do monstro, enquanto Fineu não havia feito nada para salvá-la. Mesmo assim, após um breve momento de hesitação, Fineu arremessou a lança contra Perseu, mas errou, e conseguiu escapar logo depois do ataque de Perseu. Cefeu saiu da festa, clamando a todos deuses da hospitalidade, verdade e justiça. Na festa, Perseu continuou lutando contra os partidários de Fineu: ele matou Átis, um rapaz indiano de 16 anos, filho de Limnate, ninfa do rio Ganges, o assírio Licabas, companheiro de Átis que o amava muito, Forbas, um descendente de Metião, com seu amigo Anfimedão, da Líbia, Erithus, filho de Actor, Ábaris, do Cáucaso, Peridamo, descendente de Semíramis, e vários outros. Fineu, sem engajar em combate corpo-a-corpo, jogou sua lança contra Perseu, mas errou e acertou Idas, que não havia tomado nenhum partido durante a luta, e que, ferido, tentou atacar Fineu com a mesma lança, mas não teve forças para isto. A luta continuou, e Fineu matou dois irmãos gêmeos, Broteas e Ammon, além de Ampycus, sacerdote de Ceres. Perseu se viu cercado por uma miríade de homens, liderados por Fineu, e, já sem forças, gritou para que seus amigos desviasse o olhar. Ele levantou a cabeça da Medusa, e seus atacantes se transformaram em estátuas de mármore. Fineu vendo, incrédulo haviam sido transformados em estátua, implorou perdão a Perseu, mas também o fez ver a cabeça da Medusa e virar pedra, sendo eternizado como covarde.

Na trama cinematográfica de Extraterritorial Sara Wulf tem como representação uma ex- soldado das Forças Especiais que serviu no Afeganistão até 2017. Ela foi a única sobrevivente de uma emboscada na qual oito soldados foram mortos. Sara e seu filho pequeno, Joshua (Josh), visitam o Consulado dos EUA em Frankfurt para solicitar um visto de trabalho. Durante a longa estadia, ela deixa Josh em uma sala de brinquedos; quando retorna, ele desapareceu. Sara pede ajuda ao agente de segurança regional Eric Kynch e ao sargento Donovan. Segundo Donovan, Sara entrou no consulado sozinha e nenhuma criança foi registrada, e as imagens de vigilância também mostram apenas Sara, sem o filho. Sara contata a polícia alemã, mas as autoridades alemãs não têm jurisdição em território extraterritorial americano. Sua mãe, Anja, também não acredita nela; suspeita que Sara não tenha tomado seus remédios para transtorno de estresse pós-traumático. Considera-se que Sara está tendo um episódio psiquiátrico e pedem que ela deixe o consulado. Em vez disso, Sara se esconde no prédio e procura por Josh. Lá, ela encontra Irina, que está sendo mantida em cativeiro no consulado há quase dois meses. Irina se oferece para ajudá-la a encontrar Josh em troca de ajudá-la a sair do consulado. Sara encontra um pacote de drogas ilegais no armário de um funcionário do consulado e suspeita que Josh possa ter sido sequestrado, pois ele testemunhou a transação. Após a segurança do consulado encontrar Sara, Kynch injeta nela um sedativo e ela desmaia. Quando acorda, a Cônsul Geral Deborah Allen está ao seu lado. Ela foi contatada pela mãe de Sara, que está preocupada com o transtorno de estresse pós-traumático e os delírios da filha após sua missão no Afeganistão, durante a qual o pai de Joshua também foi morto. Mais tarde, Sara é libertada por Irina, cujo nome verdadeiro é Kira Volkova. Seu pai era um dissidente bielorrusso e foi morto pelo governo russo. Kira fugiu para a embaixada dos Estados Unidos da América em Minsk; a Central Intelligence Agency, a agência de inteligência estrangeira dos Estados Unidos, responsável por coletar, analisar e divulgar informações de segurança nacional para o governo americano a havia levado para Frankfurt. Kira quer ir a Boston para ver sua mãe e, de lá, compartilhando dados incriminatórios sobre crimes russos em um pen drive, espera libertar outros dissidentes. Sara recebe uma oferta de emprego de uma empresa de segurança nos EUA que está recrutando ex-soldados mulheres. Ela descobre Kynch como estratagema para levá-la ao consulado e sequestrá-la, já que ele também serviu no Afeganistão.      

Sara recebeu um vídeo de um jornalista mostrando Kynch se encontrando com um militante talibã. Segundo o jornalista, Kynch é corrupto e foi responsável por alertar o Talibã, permitindo que eles emboscassem o grupo de Sara. Sara arma uma distração para que Kira possa escapar para os EUA via França. Kynch confessa a Sara que sequestrou Josh e adulterou as imagens de vigilância. Como Sara era a última testemunha sobrevivente do incidente no Afeganistão, e Kynch se sentia ameaçado pelas provas da jornalista, seu plano era fazer com que Sara se preocupasse com o filho e a deixasse causar tumulto no consulado para que ele pudesse atirar nela em legítima defesa. Sara sequestra Aileen, a filha de Kynch, e a leva para um quarto seguro. Inicialmente, ela tenta trocá-la por Josh, mas depois muda de ideia e a liberta. Mais tarde, Sara grava secretamente a confissão de Kynch no gravador digital de Aileen. O próprio Kynch era um soldado e sentia-se desamparado pelo exército para lidar com o trauma, além de estar em desvantagem financeira. Por isso, ele fez um acordo politicamente com o Talibã para vender informações e melhorar sua situação financeira. Após Sara ser baleada e ferida por Kynch, Josh é libertado. Oito semanas depois, Sara liga para Kira; Kynch agora está sob custódia nos EUA. Donovan e o homem da recepção também estavam envolvidos no plano de sequestro de Kynch. Sara viaja para os EUA com Josh e planeja encontrar Kira.

O filme foi produzido pela Constantin Film, com Kerstin Schmidbauer como produtora e Oliver Berben como produtor executivo. As filmagens ocorreram em Viena com o apoio da FISAplus e terminaram no final de 2023. As filmagens ocorreram, entre outros locais, no Centro Universitário Althanstraße, sede da Universidade de Economia e Negócios de Viena de 1982 a 2013. Matthias Pötsch foi o cinegrafista, Sara Barone compôs a música, Ueli Christen foi o responsável pela edição, e Cornelia von Braun e Lisa Stutzky cuidaram da seleção do elenco. Heike Lange foi a cenógrafa, Anna Zeitlhuber a figurinista, Herbert Verdino o designer de som e Aurora Hummer a maquiadora. Katharina Haudum atuou como coordenadora de intimidade e Florian Hotz como coordenador de dublês. Exterritorial foi lançado pela Netflix em 30 de abril de 2025. O filme recebeu críticas geralmente positivas. Escrevendo para o New York Times, Robert Daniels observou que “o cenário opressivamente branco e luminoso, a angústia psicológica sentida por Sara e a insistência de Zübert em planos longos fazem de Exterritorial um sucesso como uma luta frustrante por reconhecimento”. Jake Dee escreveu no movieweb.de que “Exterritorial é uma história de redenção centrada nos personagens, disfarçada de filme de ação no estilo Duro de Matar. No entanto, para Sara, trata-se menos de vingar inimigos externos e mais de exterminar seus demônios internos... com seu inegável valor de entretenimento, é fácil entender por que o filme é tão popular”. De acordo com o FlixPatrol, o filme alcançou o primeiro lugar nas listas da Netflix em 79 países em 2 de maio de 2025. Após seis semanas, o filme ocupa o quinto lugar no Top 10 de todos os tempos da Netflix, com mais de 83 milhões de visualizações.

Bibliografia Geral Consultada.

MERLEAU-PONTY, Maurice, Le Cinema et la Nouvelle Psychologie. Paris: Éditions Gallimard, 1996; ZULIANI, Fabiana de Mello, Passado e Presente em Estrabão: As Estruturas Espaço-temporais da Geografia e suas Relações com o Império Romano. Dissertação de Mestrado em Geografia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1999; AUBENQUE, Pierre, A Prudência em Aristóteles. São Paulo: Discurso Editorial, 2003; HEGEL, Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; D’ALLONNES, Myriam Revault, El Poder de los Comienzos: Ensayo sobre la Autoridad. Buenos Aires: Amorrortu Editores, 2008; JAEGER, Werner Wilhelm, Paidéia: A Formação do Homem Grego. 5ª edição. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010; HOMERO, Odisseia. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2011; BAUMAN, Zygmunt, Cegueira Moral - A Perda da Sensibilidade na Modernidade Liquida. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2014;  ASSUMPÇÃO, Luis Filipe Bantim, Discurso e Representação sobre as Práticas Rituais dos Esparciatas e dos seus Basileus na Lacedemônia do Século V a. C. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2014; WATERS, Matt, Pérsia Antiga: Uma História Concisa do Império Aquemênida, 550–330 a.C. Cambridge University Press, 2014; SILVA, Ricardo Barbosa da, Culto à Guerra: Uma Abordagem Historiográfica do Militarismo na Esparta Clássica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Instituto de Ciências Humanas. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2017; MCKECHNIE, Paul, Cristianizando a Ásia Menor: Conversão, Comunidades e Mudança Social na Era Pré-Constantino. Nova Iorque (NY): Cambridge University Press, 2019; LIMA, Linnikar Glória de Castro, Território, Transferência e Tratamento: A Psicanálise nas Clínicas Públicas. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Psicologia. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2025; entre outros.

sábado, 8 de novembro de 2025

Amor em Verona – Humanismo, Cinema & Comédia Romântica.

 O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, e cego e tão potente”. William Shakespeare

        Amor em Verona (Love in the Villa) tem como representação social um filme de comédia romântica norte-americano de 2022, escrito, dirigido e produzido por Mark Steven Johnson, nascido em 30 de outubro de 1964 é cineasta norte-americano. Johnson começou sua carreira escrevendo os filmes da Warner Bros Entertainment, Grumpy Old Men (1993), e sua sequência Grumpier Old Men (1995). É uma empresa de mídia norte-americana com sede na Warner Bros. Studios em Burbank, município na Califórnia, Estados Unidos da América, subsidiária da Warner Bros. Discovery. O escritor e cineasta também escreveu e dirigiu dois filmes baseados em extraordinárias histórias sociais em quadrinhos, Demolidor (2003) e Motoqueiro Fantasma (2007), assim como o filme Simon Birch (1998). É uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos, geralmente publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras veiculadas dentro de revistas e jornais. Steven Johnson também escreveu a história do filme Christopher Robin (2018) e dirigiu o filme da Netflix Love, Guaranteed (2020). Mais recentemente Johnson escreveu e dirigiu Love in the Villa também para a Netflix. É estrelado por Kat Graham, Tom Hopper e Raymond Ablack. Julie Hutton segue seu sonho de visitar a romântica Verona, na Itália, logo após um término, apenas para descobrir que sua vila está com reservas duplicadas, então ela tem que dividi-la com um britânico aparentemente cínico. O filme foi lançado na Netflix em 1º de setembro de 2022.

            Love in the Villa é um filme de comédia romântica norte-americano de 2022, escrito, dirigido e produzido por Mark Steven Johnson. É estrelado por Kat Graham, Tom Hopper e Raymond Ablack. Julie Hutton segue seu sonho de visitar a romântica Verona, na Itália, logo após um término, apenas para descobrir que sua vila está com reservas duplicadas, então ela tem que dividi-la com um britânico cínico. Historicamente entre os séculos XIII e XIV, a cidade foi governada pela família della Scala. Sob o governo da família, em particular de Cangrande I della Scala, a cidade experimentou grande prosperidade, tornando-se rica e poderosa e sendo cercada por novas muralhas. A Era della Scala é preservada em vários monumentos ao redor de Verona. Duas das peças de William Shakespeare (1564-1616) se passam em Verona: Romeu e Julieta que também apresenta a visita de Romeu a Mântua e Os Dois Cavalheiros de Verona. Não se sabe se Shakespeare já visitou Verona ou a Itália, mas suas peças atraíram muitos visitantes para Verona e cidades vizinhas. Verona também foi o local de nascimento de Isotta Nogarola (1418-1466), que é considerada a primeira grande humanista feminina da história social e uma das mais importantes humanistas do Renascimento. Em novembro de 2000, a cidade foi declarada Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) fundada em 1946 para promover a paz através da colaboração internacional em educação, ciência, cultura e comunicação, estabelecendo normas e protegendo o patrimônio cultural e natural para um futuro mais equitativo e pacífico por causa de sua estrutura urbana e arquitetura.

       William Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon, chamada na Era elizabetana, época especialmente estimulante para os artistas. Aos 18 anos casou-se com Anne Hathaway, com quem teve três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain`s Men, mais tarde reconhecida como King`s Men. Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613 morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores. Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e obras baseadas em eventos e personagens históricos, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta década de 1606, Rei Lear, incluindo Hamlet (1623), e Macbeth (1623), consideradas algumas das obras literárias mais importantes na língua inglesa.  Na sua última fase literária produtiva, escreveu um conjunto de peças classificadas como tragicomédias ou romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão durante sua vida. Em 1623, John Heminges e Henry Condell, dois atores amigos de Shakespeare, publicaram o First Folio, uma coletânea das obras dramáticas que incluía quase todas as peças reconhecidas como de sua autoria. Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra no século XIX.                                      


Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw (1856-1950) chamava de bardolatria tendo como significado o culto excessivo, adoração ou veneração a poetas ou autores. No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia quanto na performance. Suas peças permanecem muito populares, são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos no mundo globalizado. A professora da terceira série Julie Hutton é fascinada por Verona, cenário de Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Na tentativa de explicar por que está tão animada com a viagem, ela tenta, sem sucesso, expor seus alunos à história de amor centenária. Julie repassa detalhadamente o itinerário que planejou para a tão esperada viagem a Verona com seu namorado Brandon, com quem está casada há quatro anos. Arrasado, ele termina abruptamente o relacionamento. Julie, então, se vê viajando sozinha para o que esperava ser uma semana de romance. Após um voo desconfortável na classe econômica, suas malas são perdidas e ela tem uma corrida estressante de táxi com a Uberto. Ao chegar à vila, Julie descobre que ela foi reservada duas vezes, pois havia sido anunciada em dois sites diferentes de compartilhamento de apartamentos. O proprietário, Silvio, sugere que ela divida o lugar com Charlie, o outro inquilino e especialista em vinhos, já que a feira europeia que anualmente de vinhos Vinitaly está monopolizando a disponibilidade de acomodações. Ele descarta isso como se fosse o destino deles. Julie se apressa para seguir seu roteiro lotado, mas logo é forçada a abandoná-lo. 

Desanimada, ela retorna à vila e descobre que Charlie leu seu diário pessoal. Ele compara voltar para uma “ex” a vestir uma calcinha suja depois do banho. Julie desliga na cara de Brandon. Charlie explica seu trabalho com uma importadora de vinhos do Reino Unido, na qual precisa obter direitos de exclusividade sobre vinhos a preços baixos para maximizar seus lucros. Logo depois, Julie descobre suas alergias extremas quando gatos de rua entram em grande número ao quebrar uma janela. Quando ela reclama dele ao telefone com seu amigo Rob, ele sugere que ela o expulse. Julie compra muitas azeitonas verdes, um conhecido atrativo para gatos, envolve Charlie com elas e abre a janela. Ele acorda coberto de vergões e dor, e imediatamente “declara guerra” contra ela. Ao sair do apartamento, Charlie encontra as malas dela sendo entregues pela companhia aérea. Ele as devolve, dizendo que ela estava internada em uma instituição e quer que sejam doadas. Julia se vinga trocando as fechaduras e, em seguida, entra em contato com a polícia para denunciar Charlie como ladrão. Após ser libertado da prisão, ele volta ainda mais furioso. Ele cria um santuário público com trechos do diário de Julie sobre seu término com Brandon. Charlie faz uma trégua e se oferece para compartilhar uma refeição com ela. Ele prepara pastissada de caval, um prato típico de Verona. Quando Julie descobre que é de cavalo, eles acabam em uma “guerra de comida”. A polícia é acionada quando a comoção chega à praça abaixo. Avisado de que poderá passar a noite na prisão se perturbar a paz novamente, Charlie pede desculpas a Julia. 

Ele admite que substituiu o cavalo por cogumelos portobello, e eles passam a noite se embebedando com vinho. Caminhando pela cidade, Julie faz um pedido na Fontana Madonna Verona e, em seguida, leva-os à estátua de bronze de Julieta, onde ambos fazem seus pedidos. No dia seguinte, ela leva Charlie para o passeio de Julieta, para que ele possa vê-la com os olhos de um romântico. Julie revela que seus pais excessivamente românticos a levaram a estabelecer padrões elevados; ele explica que cresceu com quatro irmãos e sem mãe. Naquela noite, no evento da Vinitalia, Julie conta a Carlo Caruso como seu vinho é maravilhoso, bloqueando inadvertidamente a oferta da empresa de Charlie. Charlie a convida para dançar e eles quase se beijam. Ao retornar à vila, sua noiva Cassie está lá para surpreendê-lo, o que o deixa surpreso, pois estavam de folga. Brandon aparece de manhã. À noite, ele e Julie acabam sendo convidados para dividir uma mesa com Cassie e Charlie. Julie fica muito bêbada e eles vão embora. Charlie termina com Cassie, segue os outros e, inadvertidamente, vê Brandon pedi-la em casamento. Charlie não percebe a rejeição de Julie. Silvio convence Charlie a procurar Julie. Quando ele o faz, ambos percebem que se apaixonaram.

            A obra de Isotta Nogarola atesta a sua extraordinária erudição, as suas capacidades literárias e a profundidade do seu pensamento, tendo imposto um modelo que seria seguido pelas mulheres letradas que nos séculos seguintes se debateram para poder expressar as suas ideias. Na sua obra mais reconhecida, “De pari aut impari Evae atque Adae peccato” (1451), ou “Diálogo sobre Adão e Eva”, ela discute o “mito de Eva”, ou o “mito do pecado original”, inaugurando um debate filosófico que se arrastou durante vários séculos na Europa a respeito do gênero e da natureza da mulher. Os rapazes estudavam as disciplinas do movimento que viria a ser conhecido como o humanismo, que começou em Florença no século XIV, e se espalhou pela Itália, e que constituía o estilo de aprendizagem clássica seguido pelas famílias nobres. Ao focar os seus interesses nas culturas romana e grega clássicas, os eruditos acreditavam que a educação humanística produziria pessoas mais capacitadas e uma melhor compreensão do conhecimento. As escolas estavam preparadas para ensinar poesia, gramática, retórica, história e filosofia moral, o que ajudaria qualquer jovem no seu futuro político. Um verdadeiro humanista costumava escrever cartas para um grupo já respeitado e reconhecido, e esperar por uma resposta. Se a resposta trouxesse apoio e louvor ao aprendiz em potencial, essa notícia iria se espalhar, ganhando terreno para a construção da sua carreira. 

Muitas das famílias mais poderosas providenciavam para que as suas filhas recebessem igualmente a mesma educação literária e filosófica que era dada aos rapazes que estudavam as disciplinas do movimento que viria a ser reconhecido como o humanismo, que começou em Florença no século XIV, e se espalhou extraordinariamente pela Itália, e que constituía o estilo de aprendizagem clássica seguido pelas famílias nobres. Ao centralizar os seus interesses nas culturas romana e grega clássicas, os eruditos acreditavam que a educação humanística produziria pessoas decerto mais capacitadas e uma melhor compreensão do conhecimento em torno da existência humana. As escolas estavam preparadas para ensinar poesia, gramática, retórica, história e filosofia moral, o que ajudaria qualquer jovem ao investimento no seu futuro político. Um verdadeiro humanista costumava escrever cartas para um grupo já respeitado e reconhecido, e esperar por uma resposta. Se a resposta trouxesse apoio e louvor ao aprendiz em potencial, essa notícia iria se espalhar, ganhando terreno para a construção da sua carreira. Muitas das famílias mais poderosas providenciavam para que as suas filhas recebessem igualmente a mesma educação literária e filosófica que era dada aos rapazes. Isotta Nogarola nasceu no seio de uma família nobre de Verona, que partilhava um interesse comum pela cultura e que mantinha uma forte tradição de educação das suas filhas, tendo produzido mulheres letradas ao longo de várias gerações. Ângela Nogarola (1360-1420), irmã do pai de Isotta, Leonardo, foi uma poetisa com alguma notoriedade. Isotta Nogarola teve dez irmãos, sete dos quais sobreviveram à idade adulta. Durante a sua vida, a Itália passava pelo Renascimento do século XV. Uma nova forma de apreciar a arte, a educação e o enriquecimento da cultura sombreavam, ipso facto, a cultura italiana. Politicamente, a Itália estava dividida entre cidades-estados governadas por famílias extremamente ricas e Gênova, Florença e Veneza são alguns exemplos.

É próprio da concepção de teoria per se admitir a crítica externa, conforme as regras aceita pela continuidade que cuida, suscita e critica as teorias. O campo de existência das teorias é recente e frágil. Constituiu-se pela primeira vez há vinte séculos em Atenas, onde a instauração da filosofia abriu uma esfera livre de debate de ideias sem sanção, exclusão, nem liquidação dos participantes. Depois, a ciência europeia criou o seu próprio campo, onde toda teoria deve obedecer às regras empíricas, regras lógicas limitadoras e aceitar a verificabilidade que poderiam desmenti-las. Um sistema de ideias permanece teoria enquanto aceita a regra do jogo competitivo e crítico, enquanto manifesta maleabilidade interna: capacidade de adaptação e modificação na articulação entre seus subsistemas, assim como a possibilidade de abandonar um subsistema e de substituí-los por outro. Uma teoria é capaz de modificar as suas variáveis que se definem nos termos do seu sistema de pensamento. Em consequência, as características fechadas dela são contrabalanceadas pela busca de concordância entre a coerência e dos dados que evidencia: é isso que constitui a racionalidade. Depende da interpretação daqueles que habitam o mundo onde se aplica. A teoria sobrevive das trocas simbólicas, linguísticas e científicas com o mundo real da imaginação humana. Enquanto teoria metaboliza o real para sobreviver. O tipo aberto é ligado às regras pluralísticas estruturais que alimenta.

As esferas filosófica e científica são de existência democrática em geral para as teorias da sociedade. Dizer concepção de abertura teórica necessita de condições externas favoráveis significa dizer que todas as formas de sistema de ideias tendem a fechar-se por si mesmo. O dogmatismo e a ortodoxia não são tendências naturais, contrabalançadas somente por condições sociais exteriores. Racionalidade e racionalização têm um mesmo tronco comum, a busca de coerência. Mas, enquanto a racionalidade está aberta ao que resiste à lógica e mantém o diálogo com o real, a racionalização integra à força o real na lógica do sistema e crê, então, possuí-lo. Essa tendência racionalizadora equivale aqui à profunda tendência idealista de todo sistema de ideias a absorver a realidade que nomeia, designa, descreve, explica. Sob certo ponto de vista noológico, os sistemas de ideias não se alimentam somente de energias e paixões humanas, evidenciadas pela tradição do empirismo lógico. Ipso facto no âmbito da formação da complexidade centrifugam e esvaziam o real que evidenciam. Desvelando as “leis” que governam o mundo, as teorias da ciência aspiram à soberania dessas leis. 

A inveterada tendência a tomar o mapa pelo território, a palavra pela coisa, a ideia pela realidade, depende do espírito humano, de sua aptidão crítica e autocrítica, favorecida pelas situações culturais pluralistas e abertas. O “remédio” só pode estar na abertura do sistema, o qual depende da abertura do espírito humano. A partir do ideário do Renascimento, o mundo é requestionado (cf. Hale, 2003); depois que Cristóvão Colombo (1451-1506) do chão aumentou a Terra e Copérnico e Galileu diminuíram-na no céu. Deus é requestionado, assim como o homem; a interdependência dessas reflexões determina uma problematização generalizada, de fato alongada. A perda dos antigos fundamentos de inteligibilidade e de crença suscita a procura incessante de novos fundamentos e a formação ininterrupta de novos sistemas filosóficos, os quais levantam mais questões do que fornecem respostas, o que relança em constante permanência a busca. E, assim, a noosfera filosófica europeia desenvolve-se com uma intensidade prodigiosa apresentando duas faces opostas e atreladas: de um lado, uma atividade critica, que já não se exerce apenas, nem principalmente, sobre a religião, mas sobre os próprios sistemas racionais (racionalizadores), sobre as ideias dominantes, os princípios, os fundamentos; por outro lado, a elaboração ininterrupta de sistemas, até o maior de todos, Friedrich  Hegel; a partir dele a história da filosofia será um corpo a corpo sem tréguas entre o pensamento antissistemático. A cultura serve como laboratório noológico, onde se pode poder observar a formação, o florescimento dos sistemas, seus conflitos, suas simbioses, suas trocas, suas corrupções, suas escleroses, as suas mutações, os seus rejuvenescimentos, mas também as suas agonias.

Na história social e da técnica do Renascimento não existia o que se poderia chamar de “economia italiana”. Havia muitas economias, algumas diversas de âmbito regional e outras de âmbito internacional, localizadas todas elas na unidade geográfica e espacial da península. Duas cidades à beira de rios e duas às margens dos mares, Milão e Florença, Genova e Veneza, formavam o quadrilátero da prosperidade da Itália durante a Renascença. Nenhuma delas possuía população superior a 100 mil habitantes. Mas, em contrapartida, tinham energia e disposição suficiente para capitanear a liderança econômica da península, como tino para estenderem seus interesses tanto para o coração da Europa em direção às cidades alemãs, francesas a flamengas como para Constantinopla e o restante do Levante. Dedicavam-se como atividade econômica ao comércio de luxo: seda, brocados, âmbar, especiarias, ouro e prata, como às atividades que atendiam o consumo cotidiano, como têxteis, tendo em vista que em Florença, além da Casa dos Médici (cf. Abreu e Lima, 2012), foi um poderoso centro lanífero. Veneza também acolheu uma formidável indústria naval para dar sustento ao seu império de comunicação marítimo que se estendia pelas ilhas gregas e alcançava vários portos do mar Negro. A comunicação marítima gerou uma burguesia pródiga, sequiosa de ostentar posição de mando e desejosa de preservar-se através da cultura e do patrocínio das artes.

A competição entre as diversas cidades fez a glória dos artistas de seu tempo histórico e social, muitos deles foram cobiçados por várias cortes que os prodigalizavam com recursos monetários, promoção e prestígio. Não por acaso, em geografia urbana, hinterlândia corresponde a uma área geográfica que pode se tratar de um município ou um conjunto de municípios servida por um porto e a este conectada por uma rede de transportes, através da qual recebe e envia mercadorias ou passageiros do porto ou para o porto. Trata-se, portanto, da área de influência pragmático de uma cidade portuária que, por concentrar significativa atividade econômica, pode engendrar uma rede urbana, constituída por centros urbanos menores. Posteriormente, o conceito passou a ser utilizado também no caso de cidades não portuárias que são “cabeças-de-rede”. O termo pode ser aplicado à área que circunda um centro de comércio, ou de setor de serviços e da qual provêm os seus clientes. O conceito foi aplicado à área de ex-colônias na África, apesar de não serem parte da colônia, eram por ela influenciadas. A mãe de Isotta, Bianca Borromeo, viúva e iletrada, pois seu marido havia morrido entre os anos 1425 e 1433, providenciou para que ela e as suas irmãs Ginevra e Laura tivessem uma boa educação, tendo aprendido latim e grego numa idade precoce, primeiro sob a orientação de Matteo Bosso e mais tarde de Martino Rizzoni (1404-1488), um dos mais brilhantes alunos de Guarino da Verona (1370-1460), sendo um dos mais respeitados poetas, humanistas e pensadores italianos.

 Nogarola e suas irmãs tiveram praticamente a mesma educação que um rapaz de uma família abastada teria recebido, com exceção da retórica, que era considerada irrelevante para a aprendizagem de uma mulher, pois supostamente ela nunca teria oportunidade de falar em público. Isotta e a sua irmã mais velha Ginevra Nogarola (1417-1464) tornaram-se suficientemente competentes nos Studia Humanitatis para que a sua reputação social se difundisse pela região e elas começassem a se corresponder em latim clássico com outros intelectuais. Isotta demonstrou ser uma estudante extremamente hábil, tendo criado obras literárias que começaram a conquistar reconhecimento por toda a região. Aos dezoito anos já era famosa. A sua eloquência em Latim era muito respeitada, e a sua fama não provinha apenas do grande volume de conhecimentos que ela parecia possuir, mas também da inovação do seu gênero. Em 1437, ela escreveu uma carta para Guarino de Verona o qual deixou a carta sem resposta, humilhando-a publicamente. Meses mais tarde Isotta decide enviar uma segunda carta queixando-se da sua falta de resposta que a tinha coberto de ridículo: “Toda a cidade se ri de mim, o meu gênero troça de mim, em nenhum lugar tenho um refúgio seguro, os burros [mulheres] mordem-me, os touros [homens] investem sobre mim com os seus cornos”, suplicando a sua ajuda para recuperar a reputação perdida, pondo cobro às “Scelestae linguae que me chamam torre de audácia e dizem que deveria ser enviada para os confins da terra pela minha ousadia”. E “já existem tantas mulheres no mundo”, lamentava-se, “por que então nascer mulher para ser desprezada pelos homens, tanto em palavras como por atos”. A resposta a segunda carta foi prontamente recebida. Na sua missiva, escrita em tom paternalista, Guarino aconselhava-a a ser forte em face dos ataques, mas também a abandonar uma atividade que não era adequada para o seu sexo e a casar-se. Segundo Veronese, Isotta deveria dissociar-se do seu sexo e cultivar a sua alma masculina – “tornar-se um homem” – para atingir os seus objetivos e ser estimada pelos homens, podendo assim participar no mundo acadêmico masculino.

Os detalhes precisos da história inicial de Verona permanecem um mistério, assim como a origem do seu nome. Uma teoria é que era uma cidade dos Euganei, que foram obrigados a cedê-la aos Cenomanos (550 a.C.). Com a conquista do Vale do Pó, o território veronês tornou-se romano por volta de 300 a.C. Verona tornou-se uma colônia romana em 89 a.C. Foi classificada como município em 49 a.C., quando seus cidadãos foram atribuídos à tribo romana Poblilia ou Publicia. A cidade tornou-se importante porque estava na intersecção de várias estradas. Estilicão, um comandante militar do exército romano, derrotou Alarico e seus visigodos aqui em 402. Mais tarde, Verona foi conquistada pelos ostrogodos em 489, e a dominação gótica da Itália começou. Diz-se que Teodorico, o Grande, construiu um palácio lá. Permaneceu sob o poder dos godos durante toda a Guerra Gótica (535–552), exceto por um único dia em 541, quando o oficial bizantino Artabazes fez uma entrada. As deserções dos generais bizantinos sobre o saque tornaram possível para os godos recuperarem a posse da cidade. Em 552, os romanos sob o general Valeriano tentaram em vão entrar na cidade, mas foi somente quando os godos foram totalmente derrubados que eles politicamente a renderam.

Em 569, foi tomada por Alboíno, rei dos lombardos, em cujo reino era, em certo sentido, a segunda cidade mais importante. Lá, Alboíno foi “morto por seu próprio povo com a conivência de sua esposa” em 572. Os duques de Treviso frequentemente residiam lá. Adalgiso, filho de Desidério, em 774 fez sua última resistência em Verona a Carlos Magno, que havia destruído o reino lombardo. Verona se tornou a residência ordinária dos reis da Itália, o governo da cidade se tornando hereditário na família do conde Milo, progenitor dos condes de São Bonifácio. De 880 a 951, os dois Berengários residiram lá. Sob o domínio do Sacro Império Romano e da Áustria, Verona era alternativamente conhecida em alemão como Berna, Welsch-Bern ou Dietrichsbern. Otto I cedeu a Verona o marquesado dependente do Ducado da Baviera, no entanto, a crescente riqueza das famílias burguesas eclipsou o poder dos condes e, em 1135, Verona foi organizada como uma comuna livre. Em 1164, Verona se juntou a Vicenza, Pádua e Treviso para criar a Liga Veronesa, que foi integrada à Liga Lombarda em 1167 para lutar contra Frederico I Barbarossa. A vitória foi alcançada na Batalha de Legnano em 1176, e o Tratado de Veneza foi assinado em 1177, seguido pela Paz de Constança em 1183.

Quando Ezzelino III da Romano foi eleito podestà em 1226, converteu o cargo público em um senhorio permanente. Em 1257, causou o massacre de 11 mil paduanos na planície de Verona (Campi di Verona).  Após sua morte, o Grande Conselho elegeu Mastino I della Scala como podestà, e ele converteu a “signoria” extraordinariamene em posse familiar, embora deixando aos burgueses uma participação no governo. Não conseguindo ser reeleito podestà em 1262, efetuou um golpe de estado e foi aclamado Capitano del Popolo, com o comando das tropas comunais. Longas discórdias internas ocorreram antes que ele conseguisse estabelecer este novo cargo, ao qual estava anexada a função de confirmar o podestà. Em 1277, Mastino della Scala foi morto pela facção dos nobres. O reinado de seu filho Alberto della Scala como capitano (1277–1302) foi um período de guerra incessante contra os condes de San Bonifacio, que foram auxiliados pela Casa de Este. De seus filhos, Bartolomeo, Alboino e Cangrande I della Scala (1291–1329), apenas o último compartilhou o governo (1308); ele foi grande como guerreiro, príncipe e patrono das artes; ele protegeu Dante, Petrarca e Giotto. Por guerra ou tratado, ele trouxe sob seu controle as cidades de Treviso (1308), Vicenza (1311) e Pádua (1328). Naquela época, antes da Peste Negra, a cidade abrigava mais de 40 mil pessoas. Cangrande foi sucedido por Mastino II (1329–1351) e Alberto, filhos de Alboino. Mastino continuou a política de seu tio, conquistando Bréscia em 1332 e levando seu poder além do Míncio. 

Ele comprou Parma (1335) e Lucca (1339). Depois do Rei da França, ele foi o príncipe mais rico de seu tempo. Uma poderosa liga foi formada contra ele em 1337 – Florença, Veneza, os Visconti, os Este e os Gonzaga. Após uma guerra de três anos, os domínios dos Scaliger foram reduzidos a Verona e Vicenza (a filha de Mastino, Regina-Beatrice della Scala, casou-se com Barnabé Visconti). O filho de Mastino, Cangrande II (1351–1359), era um tirano cruel, dissoluto e desconfiado; não confiando em seus próprios súditos, ele se cercou de mercenários brandenburgianos. Ele foi morto por seu irmão Cansignorio (1359-1375), que embelezou a cidade com palácios, dotou-a de aquedutos e pontes e fundou o tesouro do estado. Ele também matou seu outro irmão, Paolo Alboino. O fratricídio parece ter se tornado um costume familiar, pois Antônio (1375-1387), irmão biológico de Cansignorio, assassinou seu irmão Bartolomeu, despertando assim a indignação do povo, que o abandonou quando Gian Galeazzo Visconti, de Milão, o guerreou. Tendo esgotado todos os seus recursos, ele fugiu de Verona à meia-noite de 19 de outubro de 1387, pondo fim à dominação scaligeriana, que, no entanto, sobreviveu em seus monumentos. O ano de 1387 é o ano da Batalha de Castagnaro, travada entre Giovanni Ordelaffi, de Verona, e John Hawkwood, de Pádua. Este último saiu vitorioso. O filho de Antônio, Canfrancesco, tentou em vão recuperar Verona (1390). Guglielmo (1404), filho natural de Cangrande II, teve mais sorte; com o apoio do povo e dos Carraresi, expulsou os milaneses, mas morreu dez dias depois. Após um período de domínio Carrese, Verona submeteu-se a Veneza (1405).

Os últimos representantes dos Scaligeri viveram na corte imperial e tentaram repetidamente recuperar Verona com a ajuda de revoltas populares. De 1508 a 1517, a cidade esteve sob o poder do Imperador Maximiliano I. Houve numerosos surtos de peste e, em 1629-1633, a Itália foi atingida pelo seu pior surto dos tempos modernos. Cerca de 33 mil pessoas morreram em Verona mais de 60% da população em 1630-1631. Em 1776, um método de toque de sinos foi desenvolvido, chamado de arte de toque de sinos veronesa. Verona foi ocupada por Napoleão em 1797, mas na segunda-feira de Páscoa a população se revoltou e expulsou os franceses. Foi então que Napoleão pôs fim à República de Veneza. Verona tornou-se território austríaco quando Napoleão assinou o Tratado de Campo Formio em outubro de 1797. Os austríacos assumiram o controle da cidade em 18 de janeiro de 1798. Ela foi tomada da Áustria pelo Tratado de Pressburg em 1805 e tornou-se parte do Reino da Itália de Napoleão, mas foi devolvida à Áustria após a derrota de Napoleão em 1814, quando se tornou parte do Reino da Lombardia-Veneza, controlado pela Áustria. 

O Congresso de Verona, que se reuniu em 20 de outubro de 1822, fez parte de uma série de conferências ou congressos internacionais, iniciados com o Congresso de Viena em 1814-1815, que marcaram a continuação da aplicação do “Concerto da Europa”. Após a Terceira Guerra da Independência Italiana (1866), Verona, juntamente com o resto de Vêneto, tornou-se parte de uma Itália unida. Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), com a adesão da Itália à Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), Verona recuperou sua importância estratégica, devido à sua proximidade geográfica com a Cortina de Ferro. A cidade tornou-se sede das Forças Terrestres Aliadas do Sul da Europa e teve, durante toda a chamada Guerra Fria, uma forte presença militar, especialmente americana, que diminuiu desde então. (1947-1991) foi um período de tensão político-ideológica entre os blocos capitalista e comunista, liderados pelos Estados Unidos da América e pela União Soviética, respetivamente. Não houve confronto bélico direto entre as duas superpotências, mas ideológico, devido à ameaça nuclear, mas sim conflitos indiretos, corridas armamentista e espacial, espionagem e a criação de alianças militares como a Organização do Tratado Atlântico Norte e o Pacto de Varsóvia (1955). O conflito terminou, levando à predominância do capitalismo. As características da Guerra Fria foram: conflito ideológico e geopolítico entre o capitalismo, defendido pelos EUA, e o comunismo, apoiado pela URSS. 

O mundo foi dividido em dois grandes blocos político-ideológicos, cada um liderado por uma das superpotências, e cada bloco defendia a sua visão política e económica. Ausência de Confronto Direto: A ameaça de uma guerra nuclear impediu um conflito direto entre os EUA e a URSS, o que deu origem ao nome Fria. Alianças Militares: Foram formadas a OTAN, liderada pelos EUA, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS, para garantir a proteção mútua dos países membros. Corrida Armamentista e Espacial: As superpotências competiram para desenvolver novas armas e tecnologias, culminando numa corrida pelo domínio do espaço, incluindo a chegada do homem à Lua. Conflitos Indiretos: Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialista Soviética apoiaram lados opostos em guerras como a da Coreia e a do Vietname, além de influenciarem a política e a economia de diversos países. Espionagem e Propaganda: A espionagem era uma ferramenta importante, e a propaganda era utilizada politicamente para desqualificar um sistema e promover o outro. Queda do Muro de Berlim: O Muro, símbolo da divisão entre o leste e o oeste da Europa, caiu em 1989, abrindo caminho para a reunificação da Alemanha e o fim da divisão de blocos. Colapso da União Soviética: Em 1991, a União Soviética desintegrou-se, marcando o fim definitivo da Guerra Fria e o fim da ordem geopolítica bipolar. Predomínio do Capitalismo: Com o fim da URSS, o sistema capitalista tornou-se o sistema hegemónico em grande parte do mundo contemporâneo.

Bibliografia Geral Consultada,

DEBUS, Allen George, El Hombre y la Naturaleza en el Renacimiento. México: Fondo de Cultura Económica, 1996; ARMELLA, Virginia Aspe, “Lo Maravilloso - To Thaumaston - Un Elemento Olvidado en la Poética”. In: Signos Filosóficos, (8) 51-70; 2002; HALE, John, La Civilisation de L´Europe à la Ranaissance. Sarthe-France: Éditions Perrin, 2003; CAROLA, Carlos Renato, “Pandora, Eva e Sofia: A Naturalização da Desigualdade de Gênero na História do Pensamento Ocidental”. In: Gênero e Trabalho Infantil na Pequena Mineração: Brasil, Peru, Argentina, Bolívia. Rio de Janeiro: Centro de Tecnologia Mineral/Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pp.23-40; LAGO, Gustavo de Carvalho Pinheiro, Conectividade: Um Estudo sobre o Amor Pós-Moderno. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2009; BLENKINSOPP, Joseph, Creation, Un-creation, Re-creation: A Discursive Commentary on Genesis 1-11. Londres: OCLC, 2011; ENNS, Peter, The Evolution of Adam: What the Bible Does and Doesn`t Say About Human Origins. Michigan: Editor Brazos Press, 2012; ABREU e LIMA, Fellipe de Andrade, A Ideia de Cidade no Renascimento. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012; HELIODORA, Barbara, Shakespeare: O Que As Peças Contam. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014LEONARDI, Evandro Marcos, Conflito Civil e Liberdade no Pensamento Republicano de Maquiavel. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2015; NOGUEIRA, Liliana Grubel, O Mercador no Livro de Arte do Comércio (1458), de Benedeto Cotrugli (1416-1469). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2019; RIBEIRO, Raquel Ferreira, Macbeth e a Adaptação do Herói Trágico Shakespeariano no Cinema. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Letras. Centro de Humanidades. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2022; BIONDO, Valéria, Franklin e seus Aforismos Educativos: Um Modo de Existência e de Conduta Moral e da Racionalização da Sexualidade. Tese de Doutorado em Educação Escolar. Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, 2023; URBINA, Carlos, “¿Por qué Pacioli y no Cotrugli?”. In: Contaduría. Universidad De Antioquia, (86), 137–158, 2025; entre outros.           

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Anjos da Noite, Guerras, Negror, Fantasia & Terror na Literatura.

 Às vezes, a gente acha que atingiu o fundo do terror, desiste, e mesmo assim não morre”. Charles Bukowski

            A origem da expressão “Anjos da Noite” não é diretamente ligada historicamente a uma fonte única, mas sim a um conceito mais amplo de seres que “habitam a noite ou são associados a ela”, que aparece em contextos culturais variados, como filmes, literatura e outras obras artísticas. O termo “Anjos da Noite” refere-se a filmes da franquia de ficção científica & fantasia, onde os personagens vivem em um mundo de conflitos entre vampiros e lobisomens. No cinema a expressão é mais conhecida por ser o título da saga de filmes de ação e fantasia “Anjos da Noite” (Underworld), que estreou em 2003. O filme original, protagonizado por Kate Beckinsale, explora uma “guerra secular entre vampiros e lobisomens, numa história de amor e traição”. No contexto cultural a expressão pode ser usada para se referir a figuras que “atuam ou que são reconhecidas durante a noite”. É uma forma de descrever personagens, grupos ou ideias que surgem em um contexto noturno, como um símbolo de sua presença ou atividades. Anjos da Noite: Guerras de Sangue é um filme de ação e terror de 2016 dirigido por Anna Foerster, com roteiro de Cory Goodman, baseado em uma história de Kyle Ward e Goodman. É a sequência de Anjos da Noite: O Despertar (2012) e o quinto filme da franquia Anjos da Noite. O filme é estrelado por Kate Beckinsale, Theo James, Lara Pulver, James Faulkner e Charles Dance. As filmagens começaram em outubro de 2015 em Praga, República Tcheca. Underworld: Blood Wars foi lançado em países selecionados em 24 de novembro de 2016 e nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2017. O filme foi in statu anscendi e arrecadou US$ 81,1 milhões, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões, comparativamente, tornando-se o filme ainda de menor bilheteria da franquia.

           Praga, em Tcheco: Praha é a capital e a maior cidade da República Tcheca, situada na margem do rio Vltava. Conhecida como “cidade das cem cúpulas”, Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural, como é bem retratado por Milan Kundera no best Seller: “Nesnesitelná lehkost bytí”, ou, “A Insustentável Leveza do Ser”, título em português, é um livro publicado em 1984 por Milan Kundera. O romance se passa na cidade de Praga em 1968. Foi adaptado para o cinema pelo diretor Philip Kaufman sob o nome “The Unbearable Lightness of Being”. Praga é importante também como núcleo de transportes e comunicações, é o principal centro econômico e industrial da República Tcheca. Situada na Boêmia central, a cidade de Praga localiza-se sobre colinas, em ambas as margens do rio Vltava, pouco antes de sua confluência com o rio Elba. O curso sinuoso do rio através da cidade, cheia de belas e antigas pontes, contrasta com a presença imponente do grande Castelo de Praga em Hradcany, que domina a capital na margem esquerda (oriental) do Vltava. Hradčany (Hradschin), ou o Distrito do Castelo é uma parte da cidade de Praga, República Checa, que fica no entorno do Castelo de Praga. É considerado o maior castelo do mundo com cerca de 570 meros de comprimento por 130 metros médios de largura.

Suas origens estão no século IX e em sua área se encontra a Catedral de São Vito, uma das principais construções da cidade de Praga e a maior igreja da República Checa. Situada no Castelo de Praga e estando construída juntamente com o castelo, a construção da catedral no seu atual estilo gótico foi iniciada em 1344 e finalizou-se, depois de uma interrupção das obras no século XV, só em 1929. Destaca-se, entre outros, a grande Capela de São Venceslau do século XIV, compreendendo mais de 1.000 pedras semipreciosas, a par de frescos de temas bíblicos. A maior parte do distrito consiste de nobres e históricos castelos de Praga, mas há também outras atrações para visitantes: refúgios românticos, locais tranquilos, paisagens lindas. Hradčany era uma cidade independente até 1784, quando as quatro cidades (bairros) que até então constituíam a área urbana de Praga foram proclamadas com integradas e pertencentes à capital dos Tchecos. As outras três eram: Malá Strana (Kleinseite), Staré Město (Altstadt) e Nové Město (Neustadt). A Catedral Metropolitana dos Santos Vito, Venceslau e Adalberto é uma catedral metropolitana católica de Praga, e sede do Arcebispo de Praga. Até 1997, a catedral era dedicada apenas a São Vito, e ainda é comumente nomeada apenas como Catedral de São Vito.

                            


Esta catedral é um exemplo proeminente da arquitetura gótica e é a maior e mais importante igreja do país. Localizada dentro do Castelo de Praga e contendo os túmulos de muitos reis da Boêmia e imperadores do Sacro Império Romano, a catedral está sob a propriedade do governo tcheco como parte do complexo do Castelo de Praga. A catedral atual é a terceira de uma série de edifícios religiosos no local, todos dedicados a São Vito. A primeira igreja foi uma rotunda românica primitiva fundada por Venceslau I, Duque da Boêmia, em 930. Este santo padroeiro foi escolhido porque Venceslau havia adquirido uma relíquia sagrada, isto é, o braço de São Vito do Imperador Henrique I. Também é possível que Venceslau, querendo converter seus súditos ao cristianismo mais facilmente, tenha escolhido um santo cujo nome Svatý Vít, em tcheco, soa muito parecido com o nome da divindade solar eslava Svantevit, Duas populações religiosas, a crescente comunidade cristã e a decrescente comunidade pagã, viveram simultaneamente no Castelo de Praga pelo menos até o século XI. No ano de 1060, quando o bispado de Praga foi fundado, o príncipe Spytihněv II embarcou na construção de uma igreja mais espaçosa, pois ficou claro que a rotunda existente era pequena demais para acomodar os fiéis.                                   

Uma basílica românica muito maior e mais representativa foi construída em seu lugar. Embora ainda não completamente reconstruída, a maioria dos especialistas concorda que era uma basílica de três naves com dois coros e um par de torres conectadas ao transepto ocidental. O projeto da catedral faz referência à arquitetura românica do Sacro Império Romano, mais notavelmente à igreja da abadia em Hildesheim e à Catedral de Speyer. A abside sul da rotunda foi incorporada ao transepto leste da nova igreja porque abrigava o túmulo de São Venceslau, que agora se tornara o santo padroeiro dos príncipes tchecos. Uma mansão episcopal também foi construída ao sul da nova igreja e foi consideravelmente ampliada e estendida em meados do século XII. A construção da atual catedral gótica começou em 21 de novembro de 1344, quando a sede de Praga foi elevada a arcebispado. O rei João da Boêmia (1296-1346) lançou a pedra fundamental do novo edifício. Os patronos eram o capítulo da catedral (liderado por um deão), o arcebispo Arnost de Pardubice e, acima de tudo, Carlos IV, rei da Boêmia, e mais tarde Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, que governou de 1346 a 1378. Ele foi uma figura importante na Europa Central, conhecido pelo seu patrocínio das artes e ciências, fundando a Universidade de Carlos e supervisionando a expansão de Praga, incluindo a construção da Ponte Carlos e da Catedral de São Vito.

Seu reinado também foi marcado pela introdução da Bula de Ouro de 1356, que teve um papel significativo na estrutura política do Império e futuro imperador do Sacro Império Romano, pretendia que “a nova catedral fosse uma igreja de coroação, cripta familiar, tesouro para as relíquias mais preciosas do reino e o último local de descanso e peregrinação do santo padroeiro Venceslau”. O primeiro mestre construtor foi um francês, Matias de Arras, convocado do Palácio Papal em Avignon. Matias projetou o layout geral do edifício como, basicamente, uma importação do gótico francês: uma basílica de três naves com arcobotantes, transepto curto, coro de cinco vãos e abside decágona com capelas deambulatórias e radiantes. No entanto, ele viveu para construir apenas as partes mais orientais do coro: as arcadas e o deambulatório. A verticalidade esbelta do gótico francês tardio e o respeito claro, quase rígido, pelas proporções distinguem sua obra hoje. Após a morte de Matias em 1352, Peter Parler, de 23 anos, assumiu o controle da oficina da catedral como mestre de obras. Ele era filho do arquiteto da Heilig-Kreuz-Münster em Schwäbisch Gmünd. Inicialmente, Parler trabalhou apenas nos planos deixados por seu antecessor, construindo a sacristia no lado Norte do coro e a capela no Sul. Depois de terminar tudo o que Matias deixou inacabado, ele continuou de acordo com suas próprias ideias. O design ousado e inovador de Parler trouxe uma nova síntese única de elementos góticos na arquitetura. Isso é melhor exemplificado nas abóbadas que ele projetou para o coro. As chamadas abóbadas de Parler ou abóbadas de rede têm nervuras diagonais duplas não simples, como nas abóbadas de arestas clássicas do alto gótico que abrangem a largura do vão do coro. Os pares de “nervuras cruzadas” criam uma construção em forma de rede (daí o nome), que fortalece consideravelmente a abóbada.

A abóbada em cruzaria é um elemento arquitetônico. É um dos elementos característicos da arquitetura gótica. Constitui-se em uma derivação da chamada abóbada de aresta, da qual se distingue pela utilização de nervuras diagonais estruturais que lhe suportam o peso e o descarregam sobre pilares compostos ou polistilos e a que pertencem, e geralmente com elas são identificadas, as chamadas abóbadas de ogivas, também referidas como abóbadas em cruzaria de ogivas e as abóbadas de nervuras, também referidas como abóbadas de nervos. Refira-se que quando se utiliza neste contexto o termo “ogiva”, este não se refere aos arcos quebrados ou ogivais, embora também característicos do Gótico, mas sim aos arcos (quebrados ou não) que, nestas abóbadas têm a função de aumentar (augere, em latim), a resistência e segurança da estrutura. Dentro desta tipologia distingue-se a abóbada de seis painéis, resultante de 6 arcos: 2 arcos torais (que se cruzam ao centro) e 4 arcos formeiros que limitam os quatro lados da abóbada com um fecho no centro da abóbada, como na torre-lanterna da Sé de Coimbra. Eles também dão uma ornamentação viva ao teto, pois as abóbadas interligadas criam um padrão dinâmico em ziguezague ao longo da catedral. Enquanto Matias de Arras foi educado como geômetra, enfatiza sistemas rígidos de proporções e composições matemáticas claras em seus projetos, Parler foi treinado como escultor e entalhador de madeira. Ele tratava a arquitetura como uma escultura, quase como se estivesse brincando com formas estruturais em pedra. Além de suas abóbadas ousadas, as peculiaridades de seu trabalho também podem ser vistas no desenho de pilares, com colunas clássicas em forma de sino, que foram quase esquecidas pelo Alto Gótico, a engenhosa abóbada em cúpula da nova capela de São Venceslau, as paredes onduladas do clerestório, a traceria original das janelas, não há duas de suas janelas iguais, mas semelhantes, pois, com  a ornamentação é sempre diferente, e os painéis de traceria cega dos contrafortes.

A escultura arquitetônica teve um papel considerável enquanto Parler estava encarregado da construção, como pode ser visto nos cachorros, nos lintéis das passagens e, particularmente, nos bustos do trifório, que retratam rostos da família real, santos, bispos de Praga e os dois mestres construtores, incluindo o próprio Parler. As obras na catedral, no entanto, avançaram lentamente, pois o Imperador encomendou a Parler muitos outros projetos, como a construção da nova Ponte Carlos em Praga e de muitas igrejas em todo o reino tcheco. Em 1397, quando Pedro Parler faleceu, apenas o coro e partes do transepto estavam concluídos. Após a morte de Peter Parler em 1399, seus filhos, Wenzel Parler e, em particular, Johannes Parler, deram continuidade à sua obra; eles, por sua vez, foram sucedidos por um certo Mestre Petrilk, que, segundo todos os relatos, também era membro da oficina de Parler. Sob a direção desses três mestres, o transepto e a grande torre em seu lado Sul foram concluídos. O mesmo aconteceu com o frontão que conecta a torre ao transepto Sul. Apelidado de “Portão Dourado”, provavelmente devido ao mosaico dourado do Juízo Final retratado nele, era por este portal que “os reis entravam na catedral para as cerimônias de coroação”. Todo o processo de construção foi interrompido com o início da Guerra Hussita, na primeira metade do século XV. A guerra pôs fim à oficina, que funcionou de forma constante por quase um século, e o mobiliário da catedral, dezenas de quadros e esculturas, sofreu bastante com a devastação da iconoclastia hussita. Como se não bastasse, um grande incêndio em 1541 danificou gravemente a catedral. Talvez o lugar mais notável na catedral seja a Capela de São Venceslau, que abriga relíquias do santo. Peter Parler (1330-1399) construiu a sala entre 1356, “o ano em que assumiu e 1364 com uma abóbada nervurada”. As partes inferiores das paredes são decoradas com cerca 1300 pedras semipreciosas e pinturas representando a Paixão de Cristo datadas da decoração original da capela em 1372-1373.

A área superior das paredes tem pinturas representando a vida de São Venceslau, pelo Mestre do Retábulo de Litoměřice entre 1506 e 1509. Acima do altar, há uma estátua gótica de São Venceslau criada por Jindřich Parler, sobrinho de Peter em 1373. A capela não é aberta ao público, mas pode ser vista das portas. Uma pequena porta com sete fechaduras, no canto sudoeste da capela, leva à Câmara da Coroa, que contém as joias da coroa tcheca, que são exibidas ao público apenas uma vez a cada aproximadamente cinco anos. Durante a maior parte dos séculos seguintes, a catedral permaneceu apenas parcialmente concluída. A grande torre e o transepto foram construídas, fechados por uma parede provisória. No lugar da nave de três naves a ser construída, foi construída uma construção com telhado de madeira, e os serviços religiosos foram realizados separadamente do interior do coro. Várias tentativas de continuar as obras na catedral foram, em sua maioria, infrutíferas. Na segunda metade do século XV, o rei Vladislau II encomendou ao grande arquiteto renascentista-gótico Benedict Ried a continuação das obras na catedral, mas quase assim que as obras começaram, foram interrompidas devido à falta de fundos. Tentativas posteriores de terminar a catedral trouxeram elementos renascentistas e barrocos para o edifício gótico, principalmente a torre barroca diferente da torre Sul, de Nikolaus Pacassi (1753-1775), e o grande órgão na ala Norte do transepto.

Em 1844, Václav Pešina (1782-1859), um enérgico cônego de São Vito, juntamente com o arquiteto neogótico Josef Kranner (1801-1871), apresentou um programa para a renovação e conclusão da grande catedral na reunião de arquitetos alemães em Praga. No mesmo ano, foi formada uma sociedade sob o nome completo “União para a Conclusão da Catedral de São Vito em Praga”, cujo objetivo era reparar, completar e livrar a estrutura de tudo o que estivesse mutilado e estilisticamente hostil. Josef Andreas Kranner (1801-1871) liderou o trabalho de 1861 a 1866, que consistiu principalmente em reparos, remoção de decorações barrocas consideradas desnecessárias e restauração do interior. Em 1870, os operários finalmente lançaram as fundações da nova nave e, em 1873, após a morte de Kranner, o arquiteto Josef Mocker (1835-1899) assumiu o controle da reconstrução. Ele projetou a fachada Oeste em um estilo gótico clássico típico, com duas torres, e o mesmo projeto foi adotado, após sua morte, pelo terceiro e último arquiteto da restauração, Kamil Hilbert (1869-1933). Na década de 1920, o escultor Vojtěch Sucharda (1884-1968) trabalhou na fachada, e o famoso pintor tcheco de Art Nouveau, Alfons Mucha, decorou as novas janelas na parte Norte da nave. Frantisek Kysela (1881-1941) projetou a rosácea entre 1925 e 1927, que retrata cenas da história bíblica da criação.  Na época do jubileu de São Venceslau, em 1929, a Catedral de São Vito estava finalmente concluída, passados quase 600 anos após seu início.

                       

Apesar de toda a metade ocidental da catedral ser uma adição neogótica, grande parte do design e dos elementos desenvolvidos por Peter Parler foram utilizados na restauração, conferindo à catedral como um todo uma aparência harmoniosa e unificada. Em 1997, no milésimo aniversário da morte de Santo Adalberto, o patrocínio (dedicação) da igreja foi rededicado a São Venceslau e Santo Adalberto. A basílica românica anterior tinha este triplo patrocínio para os principais padroeiros da Boêmia desde 1038, quando as relíquias de Santo Adalberto foram depositadas aqui. O crânio de Santo Adalberto é guardado no Tesouro de Hilbert. Em 1954, um decreto governamental confiou todo o Castelo de Praga à propriedade de “todo o povo tchecoslovaco” e à administração do Gabinete do Presidente. A partir de 1992, após a Revolução de Veludo, ou, Revolução Suave, representou uma transição de poder não violenta na Tchecoslováquia, ocorrendo de 17 a 28 de novembro de 1989, a igreja entrou com diversas petições solicitando a determinação do verdadeiro proprietário da estrutura. Após 14 anos, em junho de 2006, o Tribunal da Cidade de Praga decidiu que o decreto de 1954 não alterava a propriedade da catedral e que o proprietário era o Capítulo Metropolitano de São Vito. Em setembro de 2006, o Gabinete do Presidente cedeu a administração ao Capítulo Metropolitano.

No entanto, em fevereiro de 2007, a Suprema Corte da República Tcheca reverteu a decisão do Tribunal da Cidade e devolveu o caso ao tribunal comum. Em setembro de 2007, o Tribunal Distrital de Praga 7 decidiu que a catedral é propriedade da República Tcheca. Essa decisão foi confirmada pelo Tribunal da Cidade de Praga e o Tribunal Constitucional rejeitou o recurso do Capítulo Metropolitano, observando, no entanto, que o Capítulo é, sem dúvida, o proprietário do mobiliário interno da catedral. O Capítulo Metropolitano considerou prosseguir com o caso no Tribunal Europeu de Direitos Humanos. No entanto, em maio de 2010, o novo Arcebispo de Praga, Dominik Duka, e o presidente do estado, Václav Klaus, declararam conjuntamente que não desejavam dar continuidade aos conflitos judiciais. Eles decidiram que as sete pessoas tradicionalmente detentoras das chaves da Câmara de São Venceslau, com as Joias da Coroa Boêmia, também se tornariam um conselho para coordenar e organizar a administração e o uso da catedral. No entanto, a controvérsia sobre a propriedade de algumas casas canônicas relacionadas continua. Em julho de 2012, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para compensar financeiramente as igrejas pelos bens confiscados pelo período do governo comunista. O Senado aprovou o projeto de lei em novembro de 2012 e o governo implementou-o em junho seguinte, após superar os desafios nos procedimentos legais.

Os clãs de vampiros restantes estão à beira da aniquilação pelos Lycans. Ambas as espécies estão em busca de Selene: os vampiros buscam justiça pela morte de Viktor, enquanto os Lycans, liderados por Marius, pretendem usá-la para localizar Eve, cujo sangue contém a chave para a construção de um exército de híbridos de vampiros e lobisomens. Semira, membro do conselho do Coven Oriental, pede a Thomas que defenda o caso de Selene perante o conselho. O Coven Oriental, também reconhecido como Coven Corvinus e Setor Oriental, é um Coven de Vampiros liderado por Cassius, Semira e os outros membros do Conselho de Elite. Sua sede de poder simbólico é um castelo, possivelmente localizado na Praga. O pedido é bem-sucedido e o conselho relutantemente concorda com o perdão em troca da ajuda de Selene. Selene chega com David e começa a treinar os neófitos Death Dealers do coven para a guerra iminente. Semira e Varga, seu aliado e amante, envenenam Selene, massacram os recrutas e a incriminam pela atrocidade. Com Selene sob sua custódia, Semira começa a drenar seu sangue, com a intenção de bebê-lo para roubar seu poder. Thomas e David tentam um resgate e conseguem salvar Selene. Infelizmente, Thomas morre no processo. David e Selene se refugiam no Coven Nórdico, perseguidos por Alexia, uma vampira do Coven Oriental enviada por Semira. Em Var Dohr, a fortaleza do Coven Nórdico, o Ancião Vidar revela que David é filho da Grande Anciã Amelia. Ela e Thomas estavam apaixonados, mas foram forçados a esconder seu relacionamento e as origens de David devido ao ciúme extremo e à possessividade de Victor em relação a Amelia.  

Isso torna David o herdeiro legítimo do Coven Oriental. Enquanto isso, Alexia conta a Marius, seu amante secreto, que Selene está indo para o Coven Nórdico. Marius e seus Lycans atacam Var Dohr para capturá-la. Selene e David lutam ao lado dos vampiros nórdicos, liderados por Lena, filha de Vidar. Durante a luta, Alexia esfaqueia Selene. Marius exige saber a localização de Eve, mas descobre que Selene não sabe, então ele ordena a retirada. Selene se afoga deliberadamente sob o gelo quebrado do lago, dizendo a si mesma que “meu tempo acabou”. No Coven Oriental, Semira bebe o sangue retirado de Selene. Alexia retorna e a informa sobre o ataque ao Coven Nórdico. Semira mata Alexia, dizendo que sabia de sua aliança secreta com Marius. David retorna ao Coven Oriental, apresenta-se como seu legítimo herdeiro e denuncia Semira. Até Varga a abandona, afirmando ser leal ao líder legítimo. Ela é levada para ser aprisionada em seu quarto. O coven é atacado por Marius e suas forças. Os Lycans abrem buracos nas paredes do castelo, permitindo a entrada da luz solar e matando alguns vampiros. David continua lutando, inclusive usando a si mesmo como escudo para vários jovens lutadores, para choque e admiração de Varga. No entanto, ele se vê cara a cara com Marius. Selene reaparece de repente, agora com aparência nórdica e vestindo um casaco sobre seu uniforme de Death Dealer. Acontece que ela foi ressuscitada pelo Coven Nórdico e agora possui novos poderes, incluindo velocidade aprimorada. Ela derrota os Lycans, enquanto o Coven Nórdico se junta à luta. Atravessa o castelo, Semira escapa de seu quarto e mata os guardas. Selene e David encontram Marius, mas David é surpreendido por Semira.

Death Dealer representa uma pintura de fantasia de 1973 do artista americano Frank Frazetta. Ela retrata um guerreiro ameaçador, vestido com uma armadura e um capacete com chifres, cujas feições faciais são obscurecidas pela sombra, montado em um cavalo, segurando um machado e um escudo ensanguentados. A imagem eventualmente levou a spin-offs de diversos produtos, incluindo pinturas subsequentes do guerreiro, romances, estátuas, uma série de histórias em quadrinhos publicada pela Verotik e outra pela Image Comics, e aventuras relacionadas a D&D, publicadas pela Goodman Games. Mais tarde, Frazetta pintou várias outras pinturas do Death Dealer, incluindo algumas que seriam usadas como capas para a série de histórias em quadrinhos. Embora elementos do sobrenatural e do fantástico fizessem parte da literatura desde o seu início, elementos de fantasia também ocorrem em textos religiosos antigos, como a Epopeia de Gilgamesh. O antigo épico da criação babilônico, o Enûma Eliš, no qual o deus Marduk mata a deusa Tiamat, reflete o tema do conflito cósmico entre o bem e o mal, que é característico do gênero de fantasia moderno. Gêneros de literatura romântica e fantástica também existiam no antigo Egito. Os Contos da Corte do Rei Khufu, que são preservados no Papiro Westcar e provavelmente foram escritos em meados da segunda metade do século XVIII a.C., preservam uma mistura de histórias com elementos de ficção histórica, fantasia e sátira. Os textos funerários egípcios preservam contos mitológicos, os mais significativos dos quais são os mitos de Osíris e seu filho Hórus.

O mito com elementos fantásticos destinados a adultos era um gênero importante da literatura grega antiga. As comédias de Aristófanes estão repletas de elementos fantásticos, particularmente sua peça Os Pássaros, na qual um ateniense convence os pássaros do mundo a construir uma cidade nas nuvens e, assim, desafia a autoridade de Zeus. Metamorfoses de Ovídio e O Asno de Ouro de Apuleio são obras que influenciaram o desenvolvimento do gênero fantasia ao pegar elementos míticos e entrelaçá-los em relatos pessoais. Ambas as obras envolvem narrativas complexas nas quais seres humanos são transformados em animais ou objetos inanimados. Os ensinamentos platônicos e a teologia cristã primitiva são grandes influências no gênero fantasia moderno. Platão usou alegorias para transmitir muitos dos seus ensinamentos, e os primeiros escritores cristãos interpretaram tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento como empregando parábolas para transmitir verdades espirituais. Esta capacidade de encontrar significado numa história que não é literalmente verdadeira tornou-se a base para o desenvolvimento do gênero de fantasia moderno. Fontes islâmicas, hindus e chinesas também contêm elementos de fantasia. A ficção mais conhecida do mundo islâmico é As Mil e Uma Noites, que é uma compilação de contos populares antigos e medievais. Vários personagens deste épico se tornaram ícones culturais na cultura ocidental, como Aladdin, Simbad e Ali Babá. A mitologia hindu foi uma evolução da mitologia védica anterior e teve muitas outras histórias e personagens fantásticos, particularmente nos épicos indianos.

O Panchatantra (Fábulas de Bidpai), por exemplo, usou fábulas de animais e contos mágicos para ilustrar os princípios indianos centrais da ciência política. As tradições chinesas foram particularmente influentes na veia da fantasia conhecida como Chinoiserie, que inclui escritores como Ernest Bramah e Barry Hughart. Mas, Beowulf está entre os contos mais conhecidos do inglês antigo, no mundo de língua inglesa e influenciou profundamente o gênero de fantasia; várias obras de fantasia recontaram a história, por exemplo, o romance Grendel de John Gardner. A mitologia nórdica, como encontrada nas coleções Elder Edda e Younger Edda, inclui figuras como o deus Odin e seus companheiros Aesir, além de anões, elfos, dragões e gigantes. Esses elementos foram importados diretamente para várias obras de fantasia. Os folclores distintos da Irlanda, País de Gales e Escócia às vezes foram usados ​​indiscriminadamente para a fantasia “celta”, às vezes com grande sucesso; outros escritores especificaram o uso de uma única fonte. A tradição galesa foi particularmente influente, por causa de sua conexão com o lendário Rei Arthur e sua coleção em uma única obra, o épico Mabinogion. Existem muitas obras em que a fronteira entre fantasia e outros gêneros não é clara: os escritores acreditavam na possibilidade das maravilhas da peça Sonho de uma Noite de Verão ou do romance de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde? É uma peça teatral de William Shakespeare, uma comédia escrita em meados da década de 1590. Não se sabe ao certo quando a peça foi escrita e apresentada ao público, mas crê-se que terá sido entre 1594 e 1596. Essa questão dificulta a distinção entre quando a fantasia começou, em seu sentido moderno.  

 Durante a luta, uma gota do sangue de Marius cai nos lábios de Selene e ela é “subitamente inundada por suas memórias”. Ela vê Marius capturando Michael Corvin e cortando sua garganta para coletar seu sangue e consumi-lo. Para conter seu desespero pela morte de Michael, ela morde o próprio pulso, acessando suas próprias memórias sanguíneas do tempo que passou com ele. Selene então arranca a espinha de Marius, matando-o instantaneamente. Enquanto isso, David consegue matar Semira. Ele mostra a cabeça decepada de Marius aos Lycans e os convoca a recolher seus feridos e recuar. Na sequência, Selene, David e Lena são escolhidos como novos Anciões. É revelado que, após sua ressurreição no Coven Nórdico, Selene se reencontrou com Eve, que vinha seguindo sua mãe através de sua ligação telepática, como havia previsto. Trent Garrett interpreta Michael Corvin, um híbrido de Lycan-Vampiro, e amante de Selene. Michael e sua filha, Eve, também são descendentes distantes de Alexander Corvinus. Garrett substitui Scott Speedman, que desempenhou o papel em dois dos quatro filmes anteriores. Speedman aparece em imagens de arquivo de Underworld e Underworld: Evolution para cenas-chave em Blood Wars. Zita Görög, que desempenhou o papel de Amelia nos dois primeiros filmes, mas se aposentou da atuação cinematográfica, aparece em imagens de arquivo de Underworld: Evolution para várias cenas-chave em Blood Wars. India Eisley, que interpretou Eve no quarto filme, aparece em imagens de arquivo daquele filme. Eve é retratada em Blood Wars exatamente por um dublê. Em 27 de agosto de 2014, a Lakeshore Entertainment anunciou seus planos de desenvolver um reboot da franquia Underworld, com Cory Goodman contratado para escrever o roteiro do primeiro filme.

Tom Rosenberg e Gary Lucchesi foram nomeados como produtores. O filme foi posteriormente confirmado como uma quinta entrada na série, em vez de um reboot. Intitulado Underworld: Next Generation, o filme estava em produção e previsto para ser lançado em 2015. Theo James, que apareceu no papel de David no quarto filme, retornaria como o novo protagonista. Em 12 de outubro de 2014, o diretor Len Wiseman disse à IGN que a protagonista original de Underworld, Kate Beckinsale, estaria de volta para o filme. Em 14 de maio de 2015, Anna Foerster assinou contrato para fazer sua estreia na direção com o filme, sendo “a primeira mulher a dirigir um filme da série, com Beckinsale confirmada para retornar”. Em 14 de agosto, foi anunciado pelo Deadline Hollywood que Tobias Menzies havia sido escalado como Marius, um novo e misterioso líder Lycan. Em 9 de setembro, Bradley James foi escalado como o vilão masculino. No mesmo dia, a novata Clementine Nicholson assinou para interpretar Lena, a maior guerreira do Coven Nórdico e filha de Vidar. Em 22 de setembro, Lara Pulver foi adicionada ao elenco para interpretar uma vampira ferozmente ambiciosa. Em 19 de outubro, Charles Dance foi confirmado para retornar para interpretar “o vampiro ancião Thomas”. Elenco adicional também foi anunciado, incluindo James Faulkner, Peter Andersson e Daisy Head.

As filmagens principais do filme começaram em 19 de outubro de 2015, em Praga, República Tcheca, e estavam programadas para ocorrer ao longo de dez semanas. A equipe do filme incluía o diretor de fotografia Karl Walter Lindenlaub, o designer de produção Ondřej Nekvasil, a figurinista Bojana Nikitović e o editor Peter Amundson. As filmagens terminaram em 11 de dezembro de 2015. Inicialmente, o filme estava previsto para ser lançado em 21 de outubro de 2016. Após o anúncio sobre o atraso no lançamento, a data de lançamento mais próxima do filme foi 24 de novembro de 2016, quando o filme foi lançado na Rússia, Ucrânia, Geórgia e Cazaquistão, seguido por 1º de dezembro de 2016, lançamento em vários países como El Salvador e Austrália. Foi lançado nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2017. Underworld: Blood Wars foi lançado em Digital HD em 11 de abril de 2017 pela Sony Pictures Home Entertainment. O filme foi lançado em Blu-ray e DVD em 25 de abril de 2017. Underworld: Blood Wars arrecadou US$ 30,4 milhões nos Estados Unidos e Canadá e US$ 50,7 milhões em outros territórios, para um total mundial de US$ 81,1 milhões, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões.

Na América do Norte, esperava-se que o filme arrecadasse de US$ 15 a 19 milhões em seu fim de semana de estreia. Ele estreou com US$ 13,7 milhões, uma queda de 49% em relação à edição anterior, terminou em quarto lugar nas bilheterias e marcou a menor estreia da franquia. O filme arrecadou US$ 6,2 milhões em seu segundo fim de semana e, no terceiro, foi retirado de 1.604 cinemas com a 105ª maior queda de cinemas na terceira semana de todos os tempos e arrecadou US$ 1,7 milhão. Em junho de 2020, o filme tinha uma taxa de aprovação de 21% no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, com base em 96 avaliações, com uma classificação média de 4/10. O consenso crítico do site diz: “Underworld: Blood Wars oferece outra rodada da violência estilizada pela qual a série é conhecida, mas - como muitas parcelas da quinta franquia - oferece muito pouco de interesse para os não convertidos”. O Metacritic, que estatisticamente usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação proporcional de 23 em 100, com base em 17 críticos, indicando críticas “geralmente desfavoráveis”. O público pesquisado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média de “B+” em uma escala de A+ a F. Rafer Guzman, do Newsday, chamou o filme de “o mais fraco e sem sangue da série”, com efeitos especiais de “terceira categoria” e cenas de ação “desajeitadas”. É um jornal diário estadunidense que era entregue inicialmente nos condados de Nassau e Suffolk do estado de Nova Iorque. Recebeu o Prêmio Pulitzer de Serviço Público em 1954, 1970 e 1974.

Ben Kengisberg, do New York Times, escreveu que o filme era “tão pesado com exposição” que o diretor e o roteirista estavam fazendo “uma dissertação em vez de uma sequência”, e criticou o que viu como a “quase intencional falta de diversão” do filme. Frank Scheck, do The Hollywood Reporter, escreveu que o filme era um exercício “genérico, pelos números” que era “estritamente anêmico”, dada “toda a sua conversa sobre sangue”. Ele elogiou a atuação de Beckinsale e Dance, dizendo também que a presença de Dance continuou a tradição de atores britânicos ilustres “aparecendo em porcarias de Hollywood em vez de receber uma pensão adequada”. Peter Travers, da Rolling Stone, foi muito negativo em sua crítica, escrevendo que “raspar o fundo do poço seria um passo à frente” para o filme e que a franquia “precisa de uma estaca no coração”. Em uma crítica positiva, Owen Gleiberman, da revista Variety, escreveu que era “um negócio de tiros e corpos esparramados como sempre” e que o filme fez “uma tentativa simbólica de drama teatral real” em preparação para o “massacre de ação” que é “sua própria recompensa (entorpecente)”. Ele também elogiou as atuações de Beckinsale, Pulver e, especialmente, Dance. Em 2017, Wiseman revelou que um sexto filme também está em desenvolvimento com Beckinsale reprisando exatamente seu papel como Selene. Em 13 de setembro de 2018, Beckinsale disse que não aparecerá no sexto filme caso seja feito, afirmando: “Eu não voltaria. Já fiz muitos deles”. Em julho de 2021, no entanto, ela voltou atrás em sua decisão e afirmou que não se opunha a reprisar o papel.

Anjos da Noite: Guerras de Sangue tem como representação social um filme de ação e terror de 2016, dirigido por Anna Foerster, com roteiro de Cory Goodman, baseado em uma história de Kyle Ward e Goodman.  É a sequência de Anjos da Noite: O Despertar (2012) e o quinto filme da franquia Anjos da Noite. O filme é estrelado por Kate Beckinsale, Theo James, Lara Pulver, James Faulkner e Charles Dance. As filmagens principais começaram em outubro de 2015, em Praga, República Tcheca. O filme Underworld: Blood Wars foi lançado em países selecionados em 24 de novembro de 2016 e nos Estados Unidos da América em 6 de janeiro de 2017. O filme foi analisado pelos críticos de cinema e arrecadou US$ 81,1 milhões em todo o mundo, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões, tornando-se o filme de menor bilheteria da franquia. Anna J. Foerster, nascida em 1971 é uma cineasta e diretora de cinema e televisão norte-americana nascida na Alemanha. Ela é reconhecida pelo pioneirismo no uso do sistema de câmeras Alexa da ARRI. Como diretor de fotografia de segunda unidade, Foerster trabalhou nos filmes Alien Resurrection (1997), Ballistic: Ecks vs. Sever (2002), Johnson Family Vacation (2004), The Day After Tomorrow (2004), Æon Flux (2005) e 10.000 a.C. (2008), também trabalhando como diretora de segunda unidade nos últimos quatro filmes.

Além disso, foi a diretora de fotografia dos efeitos visuais e/ou unidade de miniaturas em Independence Day (1996), um filme norte-americano do gênero ficção científica militar e de catástrofe, dirigido por Roland Emmerich, que co-escreveu o roteiro junto com Dean Devlin, em Godzilla (1998), sobre um teste nuclear acidentalmente ressuscita Godzilla, um monstro enorme. Ele ataca Manhattan e um grupo de pessoas selecionadas precisa detê-lo antes que ele destrua toda a cidade americana, e talvez até o mundo, Pitch Black (2000), acidente com espaçonave deixa os sobreviventes em um planeta inexplorado, mas sairão para caçar em céu aberto com a chegada do próximo eclipse e Stuart Little 2 (2002), ao retornar da escola, o ratinho Stuart Little salva Margalo, das garras de um falcão traiçoeiro. Stuart a leva para morar em sua casa, onde Margalo se recupera e cria laços de amizade com a família. Dirigiu per se cinco episódios da série de televisão do extraordinário Criminal Minds (2005), um episódio de seu spin-off Criminal Minds: Suspect Behavior, três episódios de Unforgettable e quatro episódios da série Outlander da Starz. Em 2008, foi relatado que ela estava desenvolvendo Secret Hunter, baseado no romance de Ranulph Fiennes The Secret Hunters (2002). Atuou como diretora de fotografia em Anonymous (2011) e White House Down (2013). Em Anonymous, foi uma das pioneiras diretoras a usar o sistema de câmera ARRI Alexa, usando um protótipo fornecido pela ARRI. Foerster fez sua estreia na direção de longas-metragens com o filme de ação e terror Underworld: Blood Wars (2016). Em 2016, JJ Abrams e sua produtora Bad Robot contrataram Anna Foerster para dirigir o filme Lou, um thriller sobre uma mãe tentando recuperar seu filho sequestrado. Lou seria lançado no mercado em 2022.

 Do ponto de vista tecnológico o sistema de câmera Alexa introduziu sua ciência de imagem Log-C como um negativo digital, que permite que imagens de cinema digital sejam processadas como imagens de filme digitalizadas. A Arri Alexa é um sistema de câmera cinematográfica digital desenvolvido pela Arri. O Arri Alexa foi lançado em abril de 2010 e representou a primeira grande transição da Arri para a cinematografia digital, após esforços anteriores. As câmeras Alexa são projetadas “para serem usadas em filmes, programas de televisão e comerciais”. Alexa usa a série ALEV de sensores de imagem fabricados pela ON Semicondutor. O sistema de câmera Alexa inclui; modularidade, lentes de montagem PL, um sensor CMOS de tamanho Super 35 que grava em resolução de até 3424×2202 e suporta vídeo não compactado ou codec raw proprietário (ArriRaw). O preço da câmera depende do modelo e dos acessórios. Por exemplo, em 2015, uma Arri Alexa XT custava aproximadamente US$ 66.000 a US$ 100.000, dependendo dos acessórios incluídos. A Alexa, também reconhecida como Alexa Classic, foi anunciada em abril de 2010 e foi a primeira câmera lançada da família de produtos. O sensor CMOS Super-35mm da Alexa tem resolução de 2,8K e ISO 800. Essa sensibilidade permite que a câmera detecte sete pontos de superexposição e outros sete pontos de subexposição. Para aproveitar isso, a Arri oferece saída de vídeo HD Rec.709, padrão da indústria, bem como o modo Log-C, que exibe toda a faixa de sensibilidade do chip, permitindo uma ampla gama de opções de correção de cores na pós-produção cinematográfica.

            No filme Anjos da Noite: Guerras de Sangue (2016) os “clãs de vampiros” restantes estão à beira da aniquilação pelos Lycans. Ambas as espécies estão em busca de Selene: os vampiros buscam justiça pela morte de Viktor, enquanto os Lycans, liderados por Marius, pretendem usá-la para localizar Eve, cujo sangue contém a chave para a construção de um exército de híbridos de vampiros e lobisomens. Semira, membro do conselho do Coven Oriental, pede a Thomas que defenda o caso de Selene perante o conselho. O pedido é bem-sucedido e o conselho relutante concorda com o perdão em troca da ajuda de Selene. Selene chega com David e começa a treinar os neófitos Death Dealers do coven para a guerra iminente. Semira e Varga, seu aliado e amante, envenenam Selene, massacram os recrutas e a incriminam pela atrocidade. Com Selene sob sua custódia, Semira começa a “drenar seu sangue, com a intenção de bebê-lo para roubar seu poder”. Thomas e David tentam um resgate e conseguem salvar Selene. Infelizmente, esteticamente, Thomas morre no processo. David e Selene se refugiam no Coven Nórdico, perseguidos por Alexia, uma vampira do Coven Oriental enviada por Semira. Em Var Dohr, a fortaleza do Coven Nórdico, o Ancião Vidar revela que David é filho da Grande Anciã Amelia.     

Ela e Thomas estavam apaixonados, mas foram forçados estrategicamente a esconder seu relacionamento e as verdadeiras origens de David devido ao ciúme extremo e à possessividade de Victor em relação a Amelia. Isso torna David o herdeiro legítimo do Coven Oriental. Enquanto isso, Alexia conta a Marius, seu amante secreto, que Selene está indo para o Coven Nórdico. Marius e seus Lycans atacam Var Dohr para capturá-la. Selene e David lutam ao lado dos vampiros nórdicos, liderados por Lena, filha de Vidar. Durante a luta, Alexia esfaqueia Selene. Marius exige saber a localização de Eve, mas descobre que na realidade Selene não sabe, então ele ordena a retirada. Selene se afoga deliberadamente sob o gelo quebrado pela transformação ecológica do lago, dizendo a si mesma que “meu tempo acabou”. No Coven Oriental, Semira bebe o sangue retirado de Selene. Alexia retorna e a informa sobre o ataque ao Coven Nórdico. Semira mata Alexia, dizendo que sabia de sua aliança de sangue secreta com Marius. David retorna ao Coven Oriental, apresenta-se como seu legítimo herdeiro e denuncia Semira. Até Varga a abandona, afirmando ser leal ao líder legítimo. Ela é levada para ser aprisionada em seu quarto. O coven é atacado por Marius e suas forças. Os Lycans abrem buracos nas paredes do castelo, permitindo a entrada da luz solar e matando alguns vampiros.

David continua lutando, inclusive usando a si mesmo como escudo para vários jovens lutadores, para choque e admiração de Varga. No entanto, ele se vê cara a cara com Marius. Selene reaparece de repente, agora com aparência nórdica e vestindo um casaco sobre seu uniforme de Death Dealer. Acontece que ela foi ressuscitada pelo Coven Nórdico e agora possui novos poderes, incluindo velocidade aprimorada. Ela rapidamente derrota os Lycans, enquanto o Coven Nórdico se junta à luta. Selene atravessa o castelo, Semira escapa de seu quarto e mata os guardas. Selene e David encontram Marius, mas David é surpreendido por Semira. Durante a luta, uma gota do sangue de Marius cai nos lábios de Selene e ela é subitamente inundada por suas memórias. Ela vê Marius capturando Michael Corvin e cortando sua garganta para coletar seu sangue e consumi-lo. Para conter seu desespero pela morte de Michael, ela morde o próprio pulso, acessando suas próprias memórias sanguíneas do tempo que passou com ele. Selene então arranca a espinha de Marius, matando-o instantaneamente. Enquanto isso, David consegue matar Semira. Ele mostra a cabeça decepada de Marius aos Lycans e os convoca a recolher seus feridos e recuar. Na sequência, Selene, David e Lena são escolhidos como novos Anciões. É revelado que, após sua ressurreição no Coven Nórdico, Selene se reencontrou com Eve, que vinha seguindo sua mãe através de sua ligação telepática, como havia previsto.

Bibliografia Geral Consultada.

A origem da expressão “Anjos da Noite” não é diretamente ligada historicamente a uma fonte única, mas sim a um conceito mais amplo de seres que “habitam a noite ou são associados a ela”, que aparece em contextos culturais variados, como filmes, literatura e outras obras artísticas. O termo “Anjos da Noite” refere-se a filmes da franquia de ficção científica & fantasia, onde os personagens vivem em um mundo de conflitos entre vampiros e lobisomens. No cinema a expressão é mais conhecida por ser o título da saga de filmes de ação e fantasia “Anjos da Noite” (Underworld), que estreou em 2003. O filme original, protagonizado por Kate Beckinsale, explora uma “guerra secular entre vampiros e lobisomens, numa história de amor e traição”. No contexto cultural a expressão pode ser usada para se referir a figuras que “atuam ou que são reconhecidas durante a noite”. É uma forma de descrever personagens, grupos ou ideias que surgem em um contexto noturno, como um símbolo de sua presença ou atividades. Anjos da Noite: Guerras de Sangue é um filme de ação e terror de 2016 dirigido por Anna Foerster, com roteiro de Cory Goodman, baseado em uma história de Kyle Ward e Goodman. É a sequência de Anjos da Noite: O Despertar (2012) e o quinto filme da franquia Anjos da Noite. O filme é estrelado por Kate Beckinsale, Theo James, Lara Pulver, James Faulkner e Charles Dance. As filmagens começaram em outubro de 2015 em Praga, República Tcheca. Underworld: Blood Wars foi lançado em países selecionados em 24 de novembro de 2016 e nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2017. O filme foi criticado por analistas e arrecadou US$ 81,1 milhões no mundo, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões, comparativamente tornando-se o filme de menor bilheteria da franquia.

            Praga, em Tcheco: Praha é a capital e a maior cidade da República Tcheca, situada na margem do rio Vltava. Conhecida como “cidade das cem cúpulas”, Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural, como é bem retratado por Milan Kundera no best Seller: “Nesnesitelná lehkost bytí”, ou, “A Insustentável Leveza do Ser”, título em português, é um livro publicado em 1984 por Milan Kundera. O romance se passa na cidade de Praga em 1968. Foi adaptado para o cinema pelo diretor Philip Kaufman sob o nome “The Unbearable Lightness of Being”. Praga é importante também como núcleo de transportes e comunicações, é o principal centro econômico e industrial da República Tcheca. Situada na Boêmia central, a cidade de Praga localiza-se sobre colinas, em ambas as margens do rio Vltava, pouco antes de sua confluência com o rio Elba. O curso sinuoso do rio através da cidade, cheia de belas e antigas pontes, contrasta com a presença imponente do grande Castelo de Praga em Hradcany, que domina a capital na margem esquerda (oriental) do Vltava. Hradčany (Hradschin), ou o Distrito do Castelo é uma parte da cidade de Praga, República Checa, que fica no entorno do Castelo de Praga. É considerado o maior castelo do mundo com cerca de 570 meros de comprimento por 130 metros médios de largura.

Suas origens estão no século IX e em sua área se encontra a Catedral de São Vito, uma das principais construções da cidade de Praga e a maior igreja da República Checa. Situada no Castelo de Praga e estando construída juntamente com o castelo, a construção da catedral no seu atual estilo gótico foi iniciada em 1344 e finalizou-se, depois de uma interrupção das obras no século XV, só em 1929. Destaca-se, entre outros, a grande Capela de São Venceslau do século XIV, compreendendo mais de 1.000 pedras semipreciosas, a par de frescos de temas bíblicos. A maior parte do distrito consiste de nobres e históricos castelos de Praga, mas há também outras atrações para visitantes: refúgios românticos, locais tranquilos, paisagens lindas. Hradčany era uma cidade independente até 1784, quando as quatro cidades (bairros) que até então constituíam a área urbana de Praga foram proclamadas com integradas e pertencentes à capital dos Tchecos. As outras três eram: Malá Strana (Kleinseite), Staré Město (Altstadt) e Nové Město (Neustadt). A Catedral Metropolitana dos Santos Vito, Venceslau e Adalberto é uma catedral metropolitana católica de Praga, e sede do Arcebispo de Praga. Até 1997, a catedral era dedicada apenas a São Vito, e ainda é comumente nomeada apenas como Catedral de São Vito.

Esta catedral é um exemplo proeminente da arquitetura gótica e é a maior e mais importante igreja do país. Localizada dentro do Castelo de Praga e contendo os túmulos de muitos reis da Boêmia e imperadores do Sacro Império Romano, a catedral está sob a propriedade do governo tcheco como parte do complexo do Castelo de Praga. A catedral atual é a terceira de uma série de edifícios religiosos no local, todos dedicados a São Vito. A primeira igreja foi uma rotunda românica primitiva fundada por Venceslau I, Duque da Boêmia, em 930. Este santo padroeiro foi escolhido porque Venceslau havia adquirido uma relíquia sagrada, isto é, o braço de São Vito do Imperador Henrique I. Também é possível que Venceslau, querendo converter seus súditos ao cristianismo mais facilmente, tenha escolhido um santo cujo nome Svatý Vít, em tcheco, soa muito parecido com o nome da divindade solar eslava Svantevit, Duas populações religiosas, a crescente comunidade cristã e a decrescente comunidade pagã, viveram simultaneamente no Castelo de Praga pelo menos até o século XI. No ano de 1060, quando o bispado de Praga foi fundado, o príncipe Spytihněv II embarcou na construção de uma igreja mais espaçosa, pois ficou claro que a rotunda existente era pequena demais para acomodar os fiéis.                           

Uma basílica românica muito maior e mais representativa foi construída em seu lugar. Embora ainda não completamente reconstruída, a maioria dos especialistas concorda que era uma basílica de três naves com dois coros e um par de torres conectadas ao transepto ocidental. O projeto da catedral faz referência à arquitetura românica do Sacro Império Romano, mais notavelmente à igreja da abadia em Hildesheim e à Catedral de Speyer. A abside sul da rotunda foi incorporada ao transepto leste da nova igreja porque abrigava o túmulo de São Venceslau, que agora se tornara o santo padroeiro dos príncipes tchecos. Uma mansão episcopal também foi construída ao sul da nova igreja e foi consideravelmente ampliada e estendida em meados do século XII. A construção da atual catedral gótica começou em 21 de novembro de 1344, quando a sede de Praga foi elevada a arcebispado. O rei João da Boêmia (1296-1346) lançou a pedra fundamental do novo edifício. Os patronos eram o capítulo da catedral (liderado por um deão), o arcebispo Arnost de Pardubice e, acima de tudo, Carlos IV, rei da Boêmia, e mais tarde Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, que governou de 1346 a 1378. Ele foi uma figura importante na Europa Central, conhecido pelo seu patrocínio das artes e ciências, fundando a Universidade de Carlos e supervisionando a expansão de Praga, incluindo a construção da Ponte Carlos e da Catedral de São Vito.

Seu reinado também foi marcado pela introdução da Bula de Ouro de 1356, que teve um papel significativo na estrutura política do Império e futuro imperador do Sacro Império Romano, pretendia que “a nova catedral fosse uma igreja de coroação, cripta familiar, tesouro para as relíquias mais preciosas do reino e o último local de descanso e peregrinação do santo padroeiro Venceslau”. O primeiro mestre construtor foi um francês, Matias de Arras, convocado do Palácio Papal em Avignon. Matias projetou o layout geral do edifício como, basicamente, uma importação do gótico francês: uma basílica de três naves com arcobotantes, transepto curto, coro de cinco vãos e abside decágona com capelas deambulatórias e radiantes. No entanto, ele viveu para construir apenas as partes mais orientais do coro: as arcadas e o deambulatório. A verticalidade esbelta do gótico francês tardio e o respeito claro, quase rígido, pelas proporções distinguem sua obra hoje. Após a morte de Matias em 1352, Peter Parler, de 23 anos, assumiu o controle da oficina da catedral como mestre de obras. Ele era filho do arquiteto da Heilig-Kreuz-Münster em Schwäbisch Gmünd. Inicialmente, Parler trabalhou apenas nos planos deixados por seu antecessor, construindo a sacristia no lado Norte do coro e a capela no Sul. Depois de terminar tudo o que Matias deixou inacabado, ele continuou de acordo com suas próprias ideias. O design ousado e inovador de Parler trouxe uma nova síntese única de elementos góticos na arquitetura. Isso é melhor exemplificado nas abóbadas que ele projetou para o coro. As chamadas abóbadas de Parler ou abóbadas de rede têm nervuras diagonais duplas não simples, como nas abóbadas de arestas clássicas do alto gótico que abrangem a largura do vão do coro. Os pares de “nervuras cruzadas” criam uma construção em forma de rede (daí o nome), que fortalece consideravelmente a abóbada.

  

A abóbada em cruzaria é um elemento arquitetônico. É um dos elementos característicos da arquitetura gótica. Constitui-se em uma derivação da chamada abóbada de aresta, da qual se distingue pela utilização de nervuras diagonais estruturais que lhe suportam o peso e o descarregam sobre pilares compostos ou polistilos e a que pertencem, e geralmente com elas são identificadas, as chamadas abóbadas de ogivas, também referidas como abóbadas em cruzaria de ogivas e as abóbadas de nervuras, também referidas como abóbadas de nervos. Refira-se que quando se utiliza neste contexto o termo “ogiva”, este não se refere aos arcos quebrados ou ogivais, embora também característicos do Gótico, mas sim aos arcos (quebrados ou não) que, nestas abóbadas têm a função de aumentar (augere, em latim), a resistência e segurança da estrutura. Dentro desta tipologia distingue-se a abóbada de seis painéis, resultante de 6 arcos: 2 arcos torais (que se cruzam ao centro) e 4 arcos formeiros que limitam os quatro lados da abóbada com um fecho no centro da abóbada, como na torre-lanterna da Sé de Coimbra. Eles também dão uma ornamentação viva ao teto, pois as abóbadas interligadas criam um padrão dinâmico em ziguezague ao longo da catedral. Enquanto Matias de Arras foi educado como geômetra, enfatiza sistemas rígidos de proporções e composições matemáticas claras em seus projetos, Parler foi treinado como escultor e entalhador de madeira. Ele tratava a arquitetura como uma escultura, quase como se estivesse brincando com formas estruturais em pedra. Além de suas abóbadas ousadas, as peculiaridades de seu trabalho também podem ser vistas no desenho de pilares, com colunas clássicas em forma de sino, que foram quase esquecidas pelo Alto Gótico, a engenhosa abóbada em cúpula da nova capela de São Venceslau, as paredes onduladas do clerestório, a traceria original das janelas, não há duas de suas janelas iguais, mas semelhantes, pois, com  a ornamentação é sempre diferente, e os painéis de traceria cega dos contrafortes.

A escultura arquitetônica teve um papel considerável enquanto Parler estava encarregado da construção, como pode ser visto nos cachorros, nos lintéis das passagens e, particularmente, nos bustos do trifório, que retratam rostos da família real, santos, bispos de Praga e os dois mestres construtores, incluindo o próprio Parler. As obras na catedral, no entanto, avançaram lentamente, pois o Imperador encomendou a Parler muitos outros projetos, como a construção da nova Ponte Carlos em Praga e de muitas igrejas em todo o reino tcheco. Em 1397, quando Pedro Parler faleceu, apenas o coro e partes do transepto estavam concluídos. Após a morte de Peter Parler em 1399, seus filhos, Wenzel Parler e, em particular, Johannes Parler, deram continuidade à sua obra; eles, por sua vez, foram sucedidos por um certo Mestre Petrilk, que, segundo todos os relatos, também era membro da oficina de Parler. Sob a direção desses três mestres, o transepto e a grande torre em seu lado Sul foram concluídos. O mesmo aconteceu com o frontão que conecta a torre ao transepto Sul. Apelidado de “Portão Dourado”, provavelmente devido ao mosaico dourado do Juízo Final retratado nele, era por este portal que “os reis entravam na catedral para as cerimônias de coroação”. Todo o processo de construção foi interrompido com o início da Guerra Hussita, na primeira metade do século XV. A guerra pôs fim à oficina, que funcionou de forma constante por quase um século, e o mobiliário da catedral, dezenas de quadros e esculturas, sofreu bastante com a devastação da iconoclastia hussita. Como se não bastasse, um grande incêndio em 1541 danificou gravemente a catedral. Talvez o lugar mais notável na catedral seja a Capela de São Venceslau, que abriga relíquias do santo. Peter Parler (1330-1399) construiu a sala entre 1356, “o ano em que assumiu e 1364 com uma abóbada nervurada”. As partes inferiores das paredes são decoradas com cerca 1300 pedras semipreciosas e pinturas representando a Paixão de Cristo datadas da decoração original da capela em 1372-1373.

A área superior das paredes tem pinturas representando a vida de São Venceslau, pelo Mestre do Retábulo de Litoměřice entre 1506 e 1509. Acima do altar, há uma estátua gótica de São Venceslau criada por Jindřich Parler, sobrinho de Peter em 1373. A capela não é aberta ao público, mas pode ser vista das portas. Uma pequena porta com sete fechaduras, no canto sudoeste da capela, leva à Câmara da Coroa, que contém as joias da coroa tcheca, que são exibidas ao público apenas uma vez a cada aproximadamente cinco anos. Durante a maior parte dos séculos seguintes, a catedral permaneceu apenas parcialmente concluída. A grande torre e o transepto foram construídas, fechados por uma parede provisória. No lugar da nave de três naves a ser construída, foi construída uma construção com telhado de madeira, e os serviços religiosos foram realizados separadamente do interior do coro. Várias tentativas de continuar as obras na catedral foram, em sua maioria, infrutíferas. Na segunda metade do século XV, o rei Vladislau II encomendou ao grande arquiteto renascentista-gótico Benedict Ried a continuação das obras na catedral, mas quase assim que as obras começaram, foram interrompidas devido à falta de fundos. Tentativas posteriores de terminar a catedral trouxeram elementos renascentistas e barrocos para o edifício gótico, principalmente a torre barroca diferente da torre Sul, de Nikolaus Pacassi (1753-1775), e o grande órgão na ala Norte do transepto.

Em 1844, Václav Pešina (1782-1859), um enérgico cônego de São Vito, juntamente com o arquiteto neogótico Josef Kranner (1801-1871), apresentou um programa para a renovação e conclusão da grande catedral na reunião de arquitetos alemães em Praga. No mesmo ano, foi formada uma sociedade sob o nome completo “União para a Conclusão da Catedral de São Vito em Praga”, cujo objetivo era reparar, completar e livrar a estrutura de tudo o que estivesse mutilado e estilisticamente hostil. Josef Andreas Kranner (1801-1871) liderou o trabalho de 1861 a 1866, que consistiu principalmente em reparos, remoção de decorações barrocas consideradas desnecessárias e restauração do interior. Em 1870, os operários finalmente lançaram as fundações da nova nave e, em 1873, após a morte de Kranner, o arquiteto Josef Mocker (1835-1899) assumiu o controle da reconstrução. Ele projetou a fachada Oeste em um estilo gótico clássico típico, com duas torres, e o mesmo projeto foi adotado, após sua morte, pelo terceiro e último arquiteto da restauração, Kamil Hilbert (1869-1933). Na década de 1920, o escultor Vojtěch Sucharda (1884-1968) trabalhou na fachada, e o famoso pintor tcheco de Art Nouveau, Alfons Mucha, decorou as novas janelas na parte Norte da nave. Frantisek Kysela (1881-1941) projetou a rosácea entre 1925 e 1927, que retrata cenas da história bíblica da criação.  Na época do jubileu de São Venceslau, em 1929, a Catedral de São Vito estava finalmente concluída, passados quase 600 anos após seu início.

Apesar de toda a metade ocidental da catedral ser uma adição neogótica, grande parte do design e dos elementos desenvolvidos por Peter Parler foram utilizados na restauração, conferindo à catedral como um todo uma aparência harmoniosa e unificada. Em 1997, no milésimo aniversário da morte de Santo Adalberto, o patrocínio (dedicação) da igreja foi rededicado a São Venceslau e Santo Adalberto. A basílica românica anterior tinha este triplo patrocínio para os principais padroeiros da Boêmia desde 1038, quando as relíquias de Santo Adalberto foram depositadas aqui. O crânio de Santo Adalberto é guardado no Tesouro de Hilbert. Em 1954, um decreto governamental confiou todo o Castelo de Praga à propriedade de “todo o povo tchecoslovaco” e à administração do Gabinete do Presidente. A partir de 1992, após a Revolução de Veludo, ou, Revolução Suave, representou uma transição de poder não violenta na Tchecoslováquia, ocorrendo de 17 a 28 de novembro de 1989, a igreja entrou com diversas petições solicitando a determinação do verdadeiro proprietário da estrutura. Após 14 anos, em junho de 2006, o Tribunal da Cidade de Praga decidiu que o decreto de 1954 não alterava a propriedade da catedral e que o proprietário era o Capítulo Metropolitano de São Vito. Em setembro de 2006, o Gabinete do Presidente cedeu a administração ao Capítulo Metropolitano.

No entanto, em fevereiro de 2007, a Suprema Corte da República Tcheca reverteu a decisão do Tribunal da Cidade e devolveu o caso ao tribunal comum. Em setembro de 2007, o Tribunal Distrital de Praga 7 decidiu que a catedral é propriedade da República Tcheca. Essa decisão foi confirmada pelo Tribunal da Cidade de Praga e o Tribunal Constitucional rejeitou o recurso do Capítulo Metropolitano, observando, no entanto, que o Capítulo é, sem dúvida, o proprietário do mobiliário interno da catedral. O Capítulo Metropolitano considerou prosseguir com o caso no Tribunal Europeu de Direitos Humanos. No entanto, em maio de 2010, o novo Arcebispo de Praga, Dominik Duka, e o presidente do estado, Václav Klaus, declararam conjuntamente que não desejavam dar continuidade aos conflitos judiciais. Eles decidiram que as sete pessoas tradicionalmente detentoras das chaves da Câmara de São Venceslau, com as Joias da Coroa Boêmia, também se tornariam um conselho para coordenar e organizar a administração e o uso da catedral. No entanto, a controvérsia sobre a propriedade de algumas casas canônicas relacionadas continua. Em julho de 2012, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei para compensar financeiramente as igrejas pelos bens confiscados pelo período do governo comunista. O Senado aprovou o projeto de lei em novembro de 2012 e o governo implementou-o em junho seguinte, após superar os desafios nos procedimentos legais.

Os clãs de vampiros restantes estão à beira da aniquilação pelos Lycans. Ambas as espécies estão em busca de Selene: os vampiros buscam justiça pela morte de Viktor, enquanto os Lycans, liderados por Marius, pretendem usá-la para localizar Eve, cujo sangue contém a chave para a construção de um exército de híbridos de vampiros e lobisomens. Semira, membro do conselho do Coven Oriental, pede a Thomas que defenda o caso de Selene perante o conselho. O Coven Oriental, também reconhecido como Coven Corvinus e Setor Oriental, é um Coven de Vampiros liderado por Cassius, Semira e os outros membros do Conselho de Elite. Sua sede de poder simbólico é um castelo, possivelmente localizado na Praga. O pedido é bem-sucedido e o conselho relutantemente concorda com o perdão em troca da ajuda de Selene. Selene chega com David e começa a treinar os neófitos Death Dealers do coven para a guerra iminente. Semira e Varga, seu aliado e amante, envenenam Selene, massacram os recrutas e a incriminam pela atrocidade. Com Selene sob sua custódia, Semira começa a drenar seu sangue, com a intenção de bebê-lo para roubar seu poder. Thomas e David tentam um resgate e conseguem salvar Selene. Infelizmente, Thomas morre no processo. David e Selene se refugiam no Coven Nórdico, perseguidos por Alexia, uma vampira do Coven Oriental enviada por Semira. Em Var Dohr, a fortaleza do Coven Nórdico, o Ancião Vidar revela que David é filho da Grande Anciã Amelia. Ela e Thomas estavam apaixonados, mas foram forçados a esconder as verdadeiras origens de David devido ao ciúme extremo e à possessividade de Victor em relação a Amelia.                  

Isso torna David o herdeiro legítimo do Coven Oriental. Enquanto isso, Alexia conta a Marius, seu amante secreto, que Selene está indo para o Coven Nórdico. Marius e seus Lycans atacam Var Dohr para capturá-la. Selene e David lutam ao lado dos vampiros nórdicos, liderados por Lena, filha de Vidar. Durante a luta, Alexia esfaqueia Selene. Marius exige saber a localização de Eve, mas descobre que Selene não sabe, então ele ordena a retirada. Selene se afoga deliberadamente sob o gelo quebrado do lago, dizendo a si mesma que “meu tempo acabou”. No Coven Oriental, Semira bebe o sangue retirado de Selene. Alexia retorna e a informa sobre o ataque ao Coven Nórdico. Semira mata Alexia, dizendo que sabia de sua aliança secreta com Marius. David retorna ao Coven Oriental, apresenta-se como seu legítimo herdeiro e denuncia Semira. Até Varga a abandona, afirmando ser leal ao líder legítimo. Ela é levada para ser aprisionada em seu quarto. O coven é atacado por Marius e suas forças. Os Lycans abrem buracos nas paredes do castelo, permitindo a entrada da luz solar e matando alguns vampiros. David continua lutando, inclusive usando a si mesmo como escudo para vários jovens lutadores, para choque e admiração de Varga. No entanto, ele se vê cara a cara com Marius. Selene reaparece de repente, agora com aparência nórdica e vestindo um casaco sobre seu uniforme de Death Dealer. Acontece que ela foi ressuscitada pelo Coven Nórdico e agora possui novos poderes, incluindo velocidade aprimorada. Ela derrota os Lycans, enquanto o Coven Nórdico se junta à luta. Atravessa o castelo, Semira escapa de seu quarto e mata os guardas. Selene e David encontram Marius, mas David é surpreendido por Semira.

Death Dealer representa uma pintura de fantasia de 1973 do artista americano Frank Frazetta. Ela retrata um guerreiro ameaçador, vestido com uma armadura e um capacete com chifres, cujas feições faciais são obscurecidas pela sombra, montado em um cavalo, segurando um machado e um escudo ensanguentados. A imagem eventualmente levou a spin-offs de diversos produtos, incluindo pinturas subsequentes do guerreiro, romances, estátuas, uma série de histórias em quadrinhos publicada pela Verotik e outra pela Image Comics, e aventuras relacionadas a D&D, publicadas pela Goodman Games. Mais tarde, Frazetta pintou várias outras pinturas do Death Dealer, incluindo algumas que seriam usadas como capas para a série de histórias em quadrinhos. Embora elementos do sobrenatural e do fantástico fizessem parte da literatura desde o seu início, elementos de fantasia também ocorrem em textos religiosos antigos, como a Epopeia de Gilgamesh. O antigo épico da criação babilônico, o Enûma Eliš, no qual o deus Marduk mata a deusa Tiamat, reflete o tema do conflito cósmico entre o bem e o mal, que é característico do gênero de fantasia moderno. Gêneros de literatura romântica e fantástica também existiam no antigo Egito. Os Contos da Corte do Rei Khufu, que são preservados no Papiro Westcar e provavelmente foram escritos em meados da segunda metade do século XVIII a.C., preservam uma mistura de histórias com elementos de ficção histórica, fantasia e sátira. Os textos funerários egípcios preservam contos mitológicos, os mais significativos dos quais são os mitos de Osíris e seu filho Hórus.

O mito com elementos fantásticos destinados a adultos era um gênero importante da literatura grega antiga. As comédias de Aristófanes estão repletas de elementos fantásticos, particularmente sua peça Os Pássaros, na qual um ateniense convence os pássaros do mundo a construir uma cidade nas nuvens e, assim, desafia a autoridade de Zeus. Metamorfoses de Ovídio e O Asno de Ouro de Apuleio são obras que influenciaram o desenvolvimento do gênero fantasia ao pegar elementos míticos e entrelaçá-los em relatos pessoais. Ambas as obras envolvem narrativas complexas nas quais seres humanos são transformados em animais ou objetos inanimados. Os ensinamentos platônicos e a teologia cristã primitiva são grandes influências no gênero fantasia moderno. Platão usou alegorias para transmitir muitos dos seus ensinamentos, e os primeiros escritores cristãos interpretaram tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento como empregando parábolas para transmitir verdades espirituais. Esta capacidade de encontrar significado numa história que não é literalmente verdadeira tornou-se a base para o desenvolvimento do gênero de fantasia moderno. Fontes islâmicas, hindus e chinesas também contêm elementos de fantasia. A ficção mais conhecida do mundo islâmico é As Mil e Uma Noites, que é uma compilação de contos populares antigos e medievais. Vários personagens deste épico se tornaram ícones culturais na cultura ocidental, como Aladdin, Simbad e Ali Babá. A mitologia hindu foi uma evolução da mitologia védica anterior e teve muitas outras histórias e personagens fantásticos, particularmente nos épicos indianos.

O Panchatantra (Fábulas de Bidpai), por exemplo, usou fábulas de animais e contos mágicos para ilustrar os princípios indianos centrais da ciência política. As tradições chinesas foram particularmente influentes na veia da fantasia conhecida como Chinoiserie, que inclui escritores como Ernest Bramah e Barry Hughart. Mas, Beowulf está entre os contos mais conhecidos do inglês antigo, no mundo de língua inglesa e influenciou profundamente o gênero de fantasia; várias obras de fantasia recontaram a história, por exemplo, o romance Grendel de John Gardner. A mitologia nórdica, como encontrada nas coleções Elder Edda e Younger Edda, inclui figuras como o deus Odin e seus companheiros Aesir, além de anões, elfos, dragões e gigantes. Esses elementos foram importados diretamente para várias obras de fantasia. Os folclores distintos da Irlanda, País de Gales e Escócia às vezes foram usados ​​indiscriminadamente para a fantasia “celta”, às vezes com grande sucesso; outros escritores especificaram o uso de uma única fonte. A tradição galesa foi particularmente influente, por causa de sua conexão com o lendário Rei Arthur e sua coleção em uma única obra, o épico Mabinogion. Existem muitas obras em que a fronteira entre fantasia e outros gêneros não é clara: os escritores acreditavam na possibilidade das maravilhas da peça Sonho de uma Noite de Verão ou do romance de Sir Gawain e o Cavaleiro Verde? É uma peça teatral de William Shakespeare, uma comédia escrita em meados da década de 1590. Não se sabe ao certo quando a peça foi escrita e apresentada ao público, mas crê-se que terá sido entre 1594 e 1596. Essa questão dificulta a distinção entre quando a fantasia começou, em seu sentido moderno.  

 Durante a luta, uma gota do sangue de Marius cai nos lábios de Selene e ela é “subitamente inundada por suas memórias”. Ela vê Marius capturando Michael Corvin e cortando sua garganta para coletar seu sangue e consumi-lo. Para conter seu desespero pela morte de Michael, ela morde o próprio pulso, acessando suas próprias memórias sanguíneas do tempo que passou com ele. Selene então arranca a espinha de Marius, matando-o instantaneamente. Enquanto isso, David consegue matar Semira. Ele mostra a cabeça decepada de Marius aos Lycans e os convoca a recolher seus feridos e recuar. Na sequência, Selene, David e Lena são escolhidos como novos Anciões. É revelado que, após sua ressurreição no Coven Nórdico, Selene se reencontrou com Eve, que vinha seguindo sua mãe através de sua ligação telepática, como havia previsto. Trent Garrett interpreta Michael Corvin, um híbrido de Lycan-Vampiro, e amante de Selene. Michael e sua filha, Eve, também são descendentes distantes de Alexander Corvinus. Garrett substitui Scott Speedman, que desempenhou o papel em dois dos quatro filmes anteriores. Speedman aparece em imagens de arquivo de Underworld e Underworld: Evolution para cenas-chave em Blood Wars. Zita Görög, que desempenhou o papel de Amelia nos dois primeiros filmes, mas se aposentou da atuação cinematográfica, aparece em imagens de arquivo de Underworld: Evolution para várias cenas-chave em Blood Wars. India Eisley, que interpretou Eve no quarto filme, aparece em imagens de arquivo daquele filme. Eve é retratada em Blood Wars exatamente por um dublê. Em 27 de agosto de 2014, a Lakeshore Entertainment anunciou seus planos de desenvolver um reboot da franquia Underworld, com Cory Goodman contratado para escrever o roteiro do primeiro filme.

Tom Rosenberg e Gary Lucchesi foram nomeados como produtores. O filme foi posteriormente confirmado como uma quinta entrada na série, em vez de um reboot. Intitulado Underworld: Next Generation, o filme estava em produção e previsto para ser lançado em 2015. Theo James, que apareceu no papel de David no quarto filme, retornaria como o novo protagonista. Em 12 de outubro de 2014, o diretor Len Wiseman disse à IGN que a protagonista original de Underworld, Kate Beckinsale, estaria de volta para o filme. Em 14 de maio de 2015, Anna Foerster assinou contrato para fazer sua estreia na direção com o filme, sendo “a primeira mulher a dirigir um filme da série, com Beckinsale confirmada para retornar”. Em 14 de agosto, foi anunciado pelo Deadline Hollywood que Tobias Menzies havia sido escalado como Marius, um novo e misterioso líder Lycan. Em 9 de setembro, Bradley James foi escalado como o vilão masculino. No mesmo dia, a novata Clementine Nicholson assinou para interpretar Lena, a maior guerreira do Coven Nórdico e filha de Vidar. Em 22 de setembro, Lara Pulver foi adicionada ao elenco para interpretar uma vampira ferozmente ambiciosa. Em 19 de outubro, Charles Dance foi confirmado para retornar para interpretar “o vampiro ancião Thomas”. Elenco adicional também foi anunciado, incluindo James Faulkner, Peter Andersson e Daisy Head.

As filmagens principais do filme começaram em 19 de outubro de 2015, em Praga, República Tcheca, e estavam programadas para ocorrer ao longo de dez semanas. A equipe do filme incluía o diretor de fotografia Karl Walter Lindenlaub, o designer de produção Ondřej Nekvasil, a figurinista Bojana Nikitović e o editor Peter Amundson. As filmagens terminaram em 11 de dezembro de 2015. Inicialmente, o filme estava previsto para ser lançado em 21 de outubro de 2016. Após o anúncio sobre o atraso no lançamento, a data de lançamento mais próxima do filme foi 24 de novembro de 2016, quando o filme foi lançado na Rússia, Ucrânia, Geórgia e Cazaquistão, seguido por 1º de dezembro de 2016, lançamento em vários países como El Salvador e Austrália. Foi lançado nos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2017. Underworld: Blood Wars foi lançado em Digital HD em 11 de abril de 2017 pela Sony Pictures Home Entertainment. O filme foi lançado em Blu-ray e DVD em 25 de abril de 2017. Underworld: Blood Wars arrecadou US$ 30,4 milhões nos Estados Unidos e Canadá e US$ 50,7 milhões em outros territórios, para um total mundial de US$ 81,1 milhões, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões.

Na América do Norte, esperava-se que o filme arrecadasse de US$ 15 a 19 milhões em seu fim de semana de estreia. Ele estreou com US$ 13,7 milhões, uma queda de 49% em relação à edição anterior, terminou em quarto lugar nas bilheterias e marcou a menor estreia da franquia. O filme arrecadou US$ 6,2 milhões em seu segundo fim de semana e, no terceiro, foi retirado de 1.604 cinemas com a 105ª maior queda de cinemas na terceira semana de todos os tempos e arrecadou US$ 1,7 milhão. Em junho de 2020, o filme tinha uma taxa de aprovação de 21% no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, com base em 96 avaliações, com uma classificação média de 4/10. O consenso crítico do site diz: “Underworld: Blood Wars oferece outra rodada da violência estilizada pela qual a série é conhecida, mas - como muitas parcelas da quinta franquia - oferece muito pouco de interesse para os não convertidos”. O Metacritic, que estatisticamente usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação proporcional de 23 em 100, com base em 17 críticos, indicando críticas “geralmente desfavoráveis”. O público pesquisado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média de “B+” em uma escala de A+ a F. Rafer Guzman, do Newsday, chamou o filme de “o mais fraco e sem sangue da série”, com efeitos especiais de “terceira categoria” e cenas de ação “desajeitadas”. É um jornal diário estadunidense que era entregue inicialmente nos condados de Nassau e Suffolk do estado de Nova Iorque. Recebeu o Prêmio Pulitzer de Serviço Público em 1954, 1970 e 1974.

Ben Kengisberg, do New York Times, escreveu que o filme era “tão pesado com exposição” que o diretor e o roteirista estavam fazendo “uma dissertação em vez de uma sequência”, e criticou o que viu como a “quase intencional falta de diversão” do filme. Frank Scheck, do The Hollywood Reporter, escreveu que o filme era um exercício “genérico, pelos números” que era “estritamente anêmico”, dada “toda a sua conversa sobre sangue”. Ele elogiou a atuação de Beckinsale e Dance, dizendo também que a presença de Dance continuou a tradição de atores britânicos ilustres “aparecendo em porcarias de Hollywood em vez de receber uma pensão adequada”. Peter Travers, da Rolling Stone, foi muito negativo em sua crítica, escrevendo que “raspar o fundo do poço seria um passo à frente” para o filme e que a franquia “precisa de uma estaca no coração”. Em uma crítica positiva, Owen Gleiberman, da revista Variety, escreveu que era “um negócio de tiros e corpos esparramados como sempre” e que o filme fez “uma tentativa simbólica de drama teatral real” em preparação para o “massacre de ação” que é “sua própria recompensa (entorpecente)”. Ele também elogiou as atuações de Beckinsale, Pulver e, especialmente, Dance. Em 2017, Wiseman revelou que um sexto filme também está em desenvolvimento com Beckinsale reprisando exatamente seu papel como Selene. Em 13 de setembro de 2018, Beckinsale disse que não aparecerá no sexto filme caso seja feito, afirmando: “Eu não voltaria. Já fiz muitos deles”. Em julho de 2021, no entanto, ela voltou atrás em sua decisão e afirmou que não se opunha a reprisar o papel.

Anjos da Noite: Guerras de Sangue tem como representação social um filme de ação e terror de 2016, dirigido por Anna Foerster, com roteiro de Cory Goodman, baseado em uma história de Kyle Ward e Goodman.  É a sequência de Anjos da Noite: O Despertar (2012) e o quinto filme da franquia Anjos da Noite. O filme é estrelado por Kate Beckinsale, Theo James, Lara Pulver, James Faulkner e Charles Dance. As filmagens principais começaram em outubro de 2015, em Praga, República Tcheca. O filme Underworld: Blood Wars foi lançado em países selecionados em 24 de novembro de 2016 e nos Estados Unidos da América em 6 de janeiro de 2017. O filme foi analisado pelos críticos de cinema e arrecadou US$ 81,1 milhões em todo o mundo, contra um orçamento de produção de US$ 35 milhões, tornando-se o filme de menor bilheteria da franquia. Anna J. Foerster, nascida em 1971 é uma cineasta e diretora de cinema e televisão norte-americana nascida na Alemanha. Ela é reconhecida pelo pioneirismo no uso do sistema de câmeras Alexa da ARRI. Como diretor de fotografia de segunda unidade, Foerster trabalhou nos filmes Alien Resurrection (1997), Ballistic: Ecks vs. Sever (2002), Johnson Family Vacation (2004), The Day After Tomorrow (2004), Æon Flux (2005) e 10.000 a.C. (2008), também trabalhando como diretora de segunda unidade nos últimos quatro filmes.

Além disso, foi a diretora de fotografia dos efeitos visuais e/ou unidade de miniaturas em Independence Day (1996), um filme norte-americano do gênero ficção científica militar e de catástrofe, dirigido por Roland Emmerich, que co-escreveu o roteiro junto com Dean Devlin, em Godzilla (1998), sobre um teste nuclear acidentalmente ressuscita Godzilla, um monstro enorme. Ele ataca Manhattan e um grupo de pessoas selecionadas precisa detê-lo antes que ele destrua toda a cidade americana, e talvez até o mundo, Pitch Black (2000), acidente com espaçonave deixa os sobreviventes em um planeta inexplorado, mas sairão para caçar em céu aberto com a chegada do próximo eclipse e Stuart Little 2 (2002), ao retornar da escola, o ratinho Stuart Little salva Margalo, das garras de um falcão traiçoeiro. Stuart a leva para morar em sua casa, onde Margalo se recupera e cria laços de amizade com a família. Dirigiu per se cinco episódios da série de televisão do extraordinário Criminal Minds (2005), um episódio de seu spin-off Criminal Minds: Suspect Behavior, três episódios de Unforgettable e quatro episódios da série Outlander da Starz. Em 2008, foi relatado que ela estava desenvolvendo Secret Hunter, baseado no romance de Ranulph Fiennes The Secret Hunters (2002). Atuou como diretora de fotografia em Anonymous (2011) e White House Down (2013). Em Anonymous, foi uma das pioneiras diretoras a usar o sistema de câmera ARRI Alexa, usando um protótipo fornecido pela ARRI. Foerster fez sua estreia na direção de longas-metragens com o filme de ação e terror Underworld: Blood Wars (2016). Em 2016, JJ Abrams e sua produtora Bad Robot contrataram Anna Foerster para dirigir o filme Lou, um thriller sobre uma mãe tentando recuperar seu filho sequestrado. Lou seria lançado no mercado em 2022.

 Do ponto de vista tecnológico o sistema de câmera Alexa introduziu sua ciência de imagem Log-C como um negativo digital, que permite que imagens de cinema digital sejam processadas como imagens de filme digitalizadas. A Arri Alexa é um sistema de câmera cinematográfica digital desenvolvido pela Arri. O Arri Alexa foi lançado em abril de 2010 e representou a primeira grande transição da Arri para a cinematografia digital, após esforços anteriores. As câmeras Alexa são projetadas “para serem usadas em filmes, programas de televisão e comerciais”. Alexa usa a série ALEV de sensores de imagem fabricados pela ON Semicondutor. O sistema de câmera Alexa inclui; modularidade, lentes de montagem PL, um sensor CMOS de tamanho Super 35 que grava em resolução de até 3424×2202 e suporta vídeo não compactado ou codec raw proprietário (ArriRaw). O preço da câmera depende do modelo e dos acessórios. Por exemplo, em 2015, uma Arri Alexa XT custava aproximadamente US$ 66.000 a US$ 100.000, dependendo dos acessórios incluídos. A Alexa, também reconhecida como Alexa Classic, foi anunciada em abril de 2010 e foi a primeira câmera lançada da família de produtos. O sensor CMOS Super-35mm da Alexa tem resolução de 2,8K e ISO 800. Essa sensibilidade permite que a câmera detecte sete pontos de superexposição e outros sete pontos de subexposição. Para aproveitar isso, a Arri oferece saída de vídeo HD Rec.709, padrão da indústria, bem como o modo Log-C, que exibe toda a faixa de sensibilidade do chip, permitindo uma ampla gama de opções de correção de cores na pós-produção cinematográfica.

            No filme Anjos da Noite: Guerras de Sangue (2016) os “clãs de vampiros” restantes estão à beira da aniquilação pelos Lycans. Ambas as espécies estão em busca de Selene: os vampiros buscam justiça pela morte de Viktor, enquanto os Lycans, liderados por Marius, pretendem usá-la para localizar Eve, cujo sangue contém a chave para a construção de um exército de híbridos de vampiros e lobisomens. Semira, membro do conselho do Coven Oriental, pede a Thomas que defenda o caso de Selene perante o conselho. O pedido é bem-sucedido e o conselho relutante concorda com o perdão em troca da ajuda de Selene. Selene chega com David e começa a treinar os neófitos Death Dealers do coven para a guerra iminente. Semira e Varga, seu aliado e amante, envenenam Selene, massacram os recrutas e a incriminam pela atrocidade. Com Selene sob sua custódia, Semira começa a “drenar seu sangue, com a intenção de bebê-lo para roubar seu poder”. Thomas e David tentam um resgate e conseguem salvar Selene. Infelizmente, Thomas morre no processo. David e Selene se refugiam no Coven Nórdico, perseguidos por Alexia, uma vampira do Coven Oriental enviada por Semira. Em Var Dohr, a fortaleza do Coven Nórdico, o Ancião Vidar revela que David é filho da Grande Anciã Amelia.

Ela e Thomas estavam apaixonados, mas foram forçados estrategicamente a esconder seu relacionamento e as verdadeiras origens de David devido ao ciúme extremo e à possessividade de Victor em relação a Amelia. Isso torna David o herdeiro legítimo do Coven Oriental. Enquanto isso, Alexia conta a Marius, seu amante secreto, que Selene está indo para o Coven Nórdico. Marius e seus Lycans atacam Var Dohr para capturá-la. Selene e David lutam ao lado dos vampiros nórdicos, liderados por Lena, filha de Vidar. Durante a luta, Alexia esfaqueia Selene. Marius exige saber a localização de Eve, mas descobre que na realidade Selene não sabe, então ele ordena a retirada. Selene se afoga deliberadamente sob o gelo quebrado pela transformação ecológica do lago, dizendo a si mesma que “meu tempo acabou”. No Coven Oriental, Semira bebe o sangue retirado de Selene. Alexia retorna e a informa sobre o ataque ao Coven Nórdico. Semira mata Alexia, dizendo que sabia de sua aliança de sangue secreta com Marius. David retorna ao Coven Oriental, apresenta-se como seu legítimo herdeiro e denuncia Semira. Até Varga a abandona, afirmando ser leal ao líder legítimo. Ela é levada para ser aprisionada em seu quarto. O coven é atacado por Marius e suas forças. Os Lycans abrem buracos nas paredes do castelo, permitindo a entrada da luz solar e matando alguns vampiros.

David continua lutando, inclusive usando a si mesmo como escudo para vários jovens lutadores, para choque e admiração de Varga. No entanto, ele se vê cara a cara com Marius. Selene reaparece de repente, agora com aparência nórdica e vestindo um casaco sobre seu uniforme de Death Dealer. Acontece que ela foi ressuscitada pelo Coven Nórdico e agora possui novos poderes, incluindo velocidade aprimorada. Ela rapidamente derrota os Lycans, enquanto o Coven Nórdico se junta à luta. Selene atravessa o castelo, Semira escapa de seu quarto e mata os guardas. Selene e David encontram Marius, mas David é surpreendido por Semira. Durante a luta, uma gota do sangue de Marius cai nos lábios de Selene e ela é subitamente inundada por suas memórias. Ela vê Marius capturando Michael Corvin e cortando sua garganta para coletar seu sangue e consumi-lo. Para conter seu desespero pela morte de Michael, ela morde o próprio pulso, acessando suas próprias memórias sanguíneas do tempo que passou com ele. Selene então arranca a espinha de Marius, matando-o instantaneamente. Enquanto isso, David consegue matar Semira. Ele mostra a cabeça decepada de Marius aos Lycans e os convoca a recolher seus feridos e recuar. Na sequência, Selene, David e Lena são escolhidos como novos Anciões. É revelado que, após sua ressurreição no Coven Nórdico, Selene se reencontrou com Eve, que vinha seguindo sua mãe através de sua ligação telepática, como havia previsto.

Bibliografia Geral Consultada.

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