segunda-feira, 25 de novembro de 2024

Louis Armstrong – Trompetista Notável & Vocalista de Jazz Americano.

            “Músicos não se aposentam. Eles param quando não há mais música dentro deles”. Louis Armstrong                     

          O trompete, dentre os instrumentos musicais, depois da voz humana, pode-se dizer que é um dos mais antigos de sopro, da família dos metais e o que produz o som mais agudo da família, caracterizado por instrumentos de bocal, geralmente fabricados de metal. Também faz parte o pistão (pistom, por metonímia) é o sítio onde os trompetistas carregam para fazer um derivado de sons com sua técnica e habilidade. Quem toca o trompete é chamado de trompetista. Ele nasceu da necessidade que os pastores tinham para conduzir os seus rebanhos e para assustar animais selvagens. Eram ainda usados à maneira de um megafone, para fins mágicos ou rituais: cantava-se ou gritava-se para dentro do tubo para afastar os chamados “maus espíritos”. Nessa época o instrumento não tinha afinação ou escala, e eram feitos a partir de tubos de cana, bambu, madeira ou osso e até conchas. Os romanos e outros povos construíram-no de metal para ser utilizado para fins militares. Seus toques comunicavam as ordens para o exército agir em combate. Embora os trompetes sejam instrumentos de tubo essencialmente cilíndrico, há trompetes extra-europeus, aquelas do antigo Egipto que são nitidamente cônicos. A partir da Idade do Bronze os trompetes passaram a ser usadas sobretudo para fins marciais. Na Idade Média os trompetes eram quase sempre feitos de latão, usando-se também outros metais, marfim e cornos de animais. No entanto, tinham uma embocadura já semelhante comparativamente com performance da indústria cultural dos instrumentos atualmente: um bocal em forma de taça. Este bocal era muitas vezes parte integrante do instrumento e não uma peça separada, como acontece atualmente.

Até fins da Renascença predomina ainda o trompete natural, aquela que produz os sons harmônicos naturais. O trompete é constituído por corpo, chave de água, bomba de afinação, pistões, cotovelos e bocal. É utilizado em diversos gêneros musicais, sendo muito comumente encontrado na música clássica, no jazz, bandas marciais e nos mariachis. O trompete tem as notas mais agudas na família dos metais e tecnicamente um papel preponderante na orquestra, o trompete possui um conjunto de válvulas e pistões que lhe permitem tocar sequências extremamente rápidas e virtuosas, mas também uma melodia lírica e romântica acompanhada pelos restantes instrumentos. Basicamente, o trompete tem como representação social o desenvolvimento original de um tubo de metal cilíndrico em três quartos da sua extensão, tornando-se então cônico e terminando numa campana. O bocal, localizado do lado oposto da campana, pode possuir diferentes formatos, e essencialmente quanto mais raso, mais facilmente os registros altos poderão ser tocados. A distância percorrida pelo ar dentro do instrumento é controlada com o uso de pistões ou chaves, que controlam a distância percorrida no interior do instrumento. Além de controladas pelos pistões, as notas são controladas pela pressão dos lábios do trompetista e a velocidade com que o ar é soprado no instrumento. O trompete é muitas vezes confundido com o cornetim, seu “parente mais próximo”, na falta der melhor expressão. 

Porém, o cornetim tem um tubo mais cônico, e o trompete tem o tubo mais cilíndrico. Isto, junto com curvas adicionais na tubulação do cornetim, dá a este um tom um pouco mais aveludado. Têm o mesmo comprimento da tubulação e, portanto, o mesmo passo, por isso a música escrita para o cornetim e a trompete é intercambiável. Outro parente, o fliscorne que é muito empregado no Jazz e música popular; e em músicas mais movimentadas, expressando outro timbre, tem tubulação mais cônica do que a trombeta tradicional, e um tom mais rico. Às vezes é aumentado com uma válvula de quarto para melhorar a entonação de algumas notas mais baixas. Desde meados do século XIX o trompete está munido de três pistões, o que lhe permite produzir cromaticamente todos os sons dentro da sua extensão. Tem um bocal hemisférico ou em forma de taça. A maioria dos modelos modernos de trompete possui três válvulas de pistão, cada uma delas aumentando o comprimento do tubo, por consequência baixando a altura da nota tocada. A primeira válvula baixa a nota em um tom (dois semitons), a segunda válvula em meio tom (um semitom) e a terceira em um tom e meio (três semitons). Usadas isoladamente e em combinação, as válvulas fazem do trompete um instrumento totalmente cromático, isto é, capaz de tocar as doze notas da escala cromática. Os trompetes menores eram designados por clarins. Os clarins com chaves surgiram na Inglaterra no princípio do século XIX, com a patente do Royal Kent Bugle, em homenagem ao Duque Britânico que foi tirada por Joseph Halliday em 1811. Esse clarim era popular e em ampla utilidade uso até 1850, caindo no desuso com o aparecimento da corneta valvulada.            

Era habitual, ao utilizar vários trompetes em conjunto, cada uma delas usar só os harmônicos de uma determinada zona da sua extensão. Durante o período barroco os trompetistas passaram a se especializar em cada um destes registos etnográficos inclusive remunerados em função disso. O registo clarino, extremamente difícil, era tocado apenas por virtuosos, capazes de tocar até ao 18º harmônico. O trompete natural no registo de clarino tem um timbre particularmente belo, bastante diferente do timbre do trompete de uso na atualidade. O desaparecimento, historicamente após a Revolução Francesa, de pequenas cortes que mantinham músicos foi uma das razões que fizeram com que os executantes de clarino desaparecessem também no fim do século XVIII. A impossibilidade de produzir mais sons para além de uma única série de harmônicos era a maior limitação dos instrumentos naturais. No princípio do Barroco este problema começa a ser encarado seriamente, surgindo as formas dos trompetes de varas. Existe em Berlim um trompete de 1615 em que o tubo do bocal pode ser puxado para fora 56 cm, aumentando o comprimento do tubo o suficiente para o som baixar uma terça. Vários instrumentos, já obsoletos, foram construídos como resultado de invenções e tentativas, até a criação do sistema comunicacional de válvulas ou pistões, idealizado pelo alemão Heinrich David Stölzel (1777-1844), em 1815, para utilidade de uso de instrumentos de metal. Em 1939 o francês François Périnet patenteou um sistema de válvulas chamado “gros piston” que representa a origem das válvulas utilizadas hoje em dia nos trompetes. Surge então uma nova era, não só para o trompete como também para outros metais, pois com esse sistema de válvulas eles ficaram completamente cromáticos.

Durante as décadas de 1930 e 1940, o cinema norte-americano viveu a chamada “Era de Ouro”. O país se recuperava da Grande Depressão ocasionada pela primeira grande crise do capitalismo, e o cinema era uma forma de incentivo para a reconstituição moral da população. O rock and roll, reconhecido também como rock`n`roll, é um estilo musical que surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, com raízes nos estilos musicais norte-americanos: country, blues, R&B e gospel, e que rapidamente se espalhou para o resto do mundo ocidental. O instrumento comum neste estilo é o uso da guitarra, sempre presente nas bandas, podendo possuir um único instrumentista, ou dois com funções diferenciadas de guitarrista base e solo. Na origem e significado do “rock and roll”, também se utilizava o piano ou o saxofone frequentemente como instrumentos bases, mas estes foram substituídos ou suplantados geralmente pela guitarra a partir da metade dos anos 1950. A batida é essencialmente um blues com country com contratempo acentuado, este último quase fornecido pelo recurso utilizado por uma caixa-clara. A enorme popularidade e eventualmente o condicionamento de uma visão no mundo inteiro do rock and roll deu-lhe imprimiu um impacto social certamente único. Muito além de ser uma classificação de gênero musical, como visto pela epifania dos filmes e na televisão e de acordo com a mídia que se desenvolvia comercialmente influenciou estilos de vida, moda, atitudes e linguagem.

Poucos músicos negros de rhythm and blues, notadamente Louis Jordan, The Mills Brothers e The Ink Spots, alcançaram algum sucesso comercialmente de projeção global, embora em alguns casos da canção “Choo Choo Ch`Boogie”, de Jordan, este êxito tenha sido alcançado com canções escritas por compositores de origem branca. O gênero “western swing” da década de 1930, geralmente tocado por músicos brancos, também seduziu o blues e diretamente influenciou o “rockabilly” e o “rock and roll”, como pode ser ouvido, por exemplo, na canção “Jailhouse Rock”, de Elvis Presley, de 1957. Vale lembrar que o desenvolvimento do rock and roll foi um processo evolutivo, em que não há um registro etnográfico único que pode ser identificado como inequivocamente “o primeiro” disco de rock and roll. Candidatos para o título de “primeiro disco de rock and roll” incluem “Strange Things Happening Everyday” de Rosetta Tharpe (1944); “Rock Awhile” de Goree Carter (1949); “Rock the Joint” de Jimmy Preston (1949), que mais tarde foi regravado por Bill Haley & His Comets, em 1952; “Rocket 88” de Jackie Brenston and his Delta Cats, na verdade, Ike Turner e sua banda The Kings of Rhythm, gravada na Sun Records de Sam Phillips em março de 1951, em termos de seu grande impacto cultural norte-americano e em outros lugares do mundo, “Rock Around the Clock” de Bill Haley (1925-1981), gravada em 1954, não foi um sucesso comercial até o ano seguinte. É reconhecido como um marco, mas foi precedida de muitas gravações das décadas anteriores em que seus elementos sociais podem ser claramente detectados.

Neste caso, faz-se necessário relacionar a música influenciada pelo sistema doutrinário que é pensado à distância se considerarmos que os sinais ou frutos da religião existem apenas no homem. Portanto, não há motivo para duvidar de que só no homem a semente da religião, consiste numa qualidade que lhe é peculiar, pelo menos num grau que não existe em qualquer outro ser vivente. A teologia de uma organização religiosa funciona como máquina abstrata da religião em que os homens de saber designam a rota dos rebanhos e os burocratas do pão celeste fazem a distribuição. A metáfora do rebanho sustenta a maior organização burocrática do planeta – a igreja. A palavra igreja, “Ecclesia” ou “casa de Deus” tem diversos significados que tem sua repersentação social nos livros das Sagradas Escrituras, onde os cristãos se reúnem para cumprir seus deveres religiosos. O templo de Jerusalém era a casa de Deus e a casa de oração. O edifício dedicado pelos cristãos ao culto de Cristo, que os sacerdotes gregos chamavam Kyriaké, “a casa do senhor”, em inglês veio mais tarde a se chamar “Kirk” e “Church”. Em Roma, essa assembleia denominada “Concio”, é aquela que falava Ecclesiastes e Concionator. No Novo Testamento, uma igreja é simplesmente um grupo de cristãos que seguem a Cristo. A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não importa onde estejam (Hebreus 12: 22-23).

É frequentemente usada para descrever grupos de discípulos que se encontram para adorarem, para edificarem uns aos outros e para proclamarem o evangelho de Jesus. Os sistemas comuns de superestruturas de denominações, de ligas internacionais de igrejas e de hierarquias que ligam e governam milhares de igrejas locais, são invenções do homem. Não há modelo bíblico de tais arranjos, conquanto no Novo Testamento, cristãos serviam em congregações locais. Eles eram gratos pelos seus irmãos em outros lugares. Mas não tentavam criar algum laço de organização onde de um lugar pudessem dirigir ou governar o trabalho de discípulos de outro lugar. Este modelo mais claramente se espraia se considerado o ensinamento específico sobre a organização da igreja local.   É neste sentido que não há na Terra, portanto, qualquer Igreja universal à qual todos os cristãos devam obedecer, uma vez que não há nenhum poder aos quais todos os outros Estados estejam sujeitos. Nos domínios dos diversos príncipes e Estados, existem cristãos, mas cada um se sujeita ao Estado do qual é membro, não podendo, por conseguinte, sujeitar-se às ordens de qualquer outra pessoa. Uma Igreja capaz de mandar, julgar, absolver, condenar ou praticar qualquer ato é o mesmo que um Estado civil formado por cristãos; o Estado civil tem esse nome por serem seus súditos os homens, enquanto a Igreja é denominada pelo fato de seus súditos serem os cristãos. 

Governo espiritual e temporal são apenas palavras/categorias trazidas ao mundo ocidental para confundir os homens, enganando-os quanto a seu soberano legítimo. No âmbito religioso, a soberania de Deus tem como representação o seu poder máximo e absoluto sobre todas as coisas existentes na Terra, de acordo com a maioria das crenças religiosas em torno da Bíblia. É preciso haver um único governante, do contrário se origina a facção e a guerra civil, entre a Igreja e o Estado, entre os espiritualistas e os temporalistas, entre a espada da justiça e o escudo da fé, e, o que é pior ainda, no próprio coração de cada cristão, entre o cristão e o homem. Chamam-se pastores os doutores da igreja, bem como os soberanos civis. Entretanto, se entre os pastores não houver alguma subordinação, de forma que haja apenas um chefe dos pastores, serão ministrados aos homens doutrinas contrárias, que poderão ser falsas, e uma delas necessariamente o será. O soberano civil é o chefe dos pastores, segundo a lei natural. Embora o poder tanto do Estado quanto da religião estivesse nas mãos dos reis, nenhum deles deixou de ser fiscalizado em seu uso, a não ser quando eram bem quistos por suas capacidades naturais ou por sua fortuna. Bill Haley nasceu em Highland Park, condado de Michigan e foi criado na Pensilvânia. Em 1946, formou seu grupo profissionalmente, ou seja, banda country chamada Down Homers, depois da qual ele passou a desenvolver sua carreira solo. 

Haley lançou inúmeros compactos country nos anos 1940, sem sucesso, enquanto trabalhava de músico itinerante e DJ. O termo “DJ” (Disc Jockey) surgiu na década de 1930 para designar os “locutores de rádio que tocavam discos de vinil”. O radialista norte-americano Walter Winchell foi o primeiro a usar o termo para descrever o locutor Martin Block, que ficou famoso por tocar música popular nas rádios. Os pioneiros, como Kool Herc e Grandmaster Flash, usaram dois toca-discos para criar mixagens e emendas de músicas. O jamaicano Tom Moulton foi o primeiro DJ a usar técnicas de mixagem para criar uma música contínua, em 1962. Em 1951, ele e sua nova banda, The Saddlemen, resolveram tocar em outro estilo, gravando versões das canções “Rocket 88” e “Rock this Joint” de Jackie Brenston & Delta Cats, mas na verdade música composta e executada por Ike Turner & The Kings of Rhythm, Jackie Brenston, que assume os vocais nessa gravação era saxofonista dessa banda. O sucesso relativo alcançado por elas convenceu Haley de que ele poderia ser um roqueiro famoso. Em 1952, os Saddlemen passaram a ser Bill Haley & His Comets, e em 1952, a composição de Haley, “Crazy Man Crazy” tornou-se o primeiro rock a entrar nas paradas de sucesso americana. Em 1953, uma canção chamada “Rock Around the Clock” foi composta para Haley, mas ele só conseguiria gravá-la em 12 de abril de 1954.                       

Inicialmente não obteve sucesso, mas Haley logo alcançaria fama mundial com sua versão de “Shake, Rattle and Roll” de Big Joe Turner, que venderia milhões de cópias. Haley e sua banda foram primordiais ao divulgar a música reconhecida como “Rock and Roll”, isto é, comercialmente entre o público consumidor branco, depois de anos considerada como um movimento underground. Quando “Rock Around the Clock” apareceu na trilha sonora do filme BlackBoard Jungle (1955), encadeou uma revolução que abriu as portas para talentos como Elvis Presley (1935-1977). Haley continuou a emplacar sucessos nos anos 1950, como “See You Later Alligator”, e estrelou o primeiro musical cinematográfico de rock and roll. Sua fama logo seria ultrapassada nos EUA pelo mais famoso e mais sexy Elvis, mas Haley continuaria a ser um grande astro na América Latina e na Europa pelo resto de sua carreira. Seus últimos shows foram na África em 1980. Ele foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll em 1987. Haley esteve no Brasil em mais de uma oportunidade, a primeira em 1958, a segunda em 1975.

Louis Daniel Armstrong (1901-1971), apelidado carinhosamente de Satchmo, Satch e Pops, foi um músico e vocalista norte-americano.  Satchmo é um apelido de Louis  Armstrong, músico e vocalista americano, que se refere à sua grande boca. Satchel é uma sacola escolar de antigamente, de um tempo em que os meninos nem sonhavam com as modernas mochilas. Ele é considerado uma das figuras mais influentes e importantes do jazz contemporâneo, com uma longa carreira de cinco décadas, sendo notório saber por suas habilidades como trompetista, cornetista, saxofonista. Armstrong nasceu numa família muito pobre. Passou a juventude num bairro de Nova Orleans, reconhecido na pobreza “as costas da cidade”. É uma cidade reconhecida pelo legado multiculturalista, especialmente oriundo de influências francesas, espanholas e afro-americanas, e pela sua música e pela sua culinária. É a cidade mais populosa do estado norte-americano da Luisiana. Foi fundada originalmente por exploradores franceses com o nome de Nouvelle Orléans, e está localizada no Sudeste do estado, ao Sul do Lago Pontchartrain, no ponto mais baixo do estado. A cidade abriga a Paróquia de Orleães. O seu pai, William Armstrong, abandonou a família quando Louis ainda era criança e casou-se com outra mulher. A sua mãe, Mary Albert Armstrong, deixou Louis com a sua tia, o seu tio e a sua avó. Aos cinco anos ele voltou a viver com a sua mãe e via o pai raramente. Frequentou a Fisk School for Boys onde pela primeira vez entrou em contato com a música. Ganhou dinheiro como entregador de jornais e sapateiro ambulante. Contudo, isso não era suficientemente suadável para manter a sua mãe longe da contumaz proliferação da prostituição. Passou a entrar sorrateiramente em bares de música perto de sua casa para ouvir e ver os cantores.

Louis Armstrong nasceu na parte mais pobre de Nova Orleans em 4 de agosto de 1901. Ele cresceu entre as ruas Gravier e Perdido, onde “[m]ais pessoas estavam aglomeradas do que você já viu na vida”, ele disse em uma entrevista em 1954. Quando criança, Armstrong frequentou igrejas batistas e católicas e a escola dominical batista. Ele participou disciplinarmente de um coral da igreja, ao qual ele credita o desenvolvimento de suas habilidades de canto. Aos 6 anos, Armstrong começou sua educação formal na Fisk School for Boys, localizada no que é a Loyola Avenue. A música era parte integrante do currículo na Fisk, e a escola contratava músicos crioulos renomados para ensinar lá. Ela também tinha seu próprio coral e apresentava operetas. Armstrong aprendeu a ler e escrever na Fisk, mas desistiu em 1912. Em 31 de dezembro daquele ano, Armstrong foi preso por “atirar na arma de seu padrasto em comemoração ao Ano Novo” e foi enviado para o Colored Waifs` Home for Boys, localizado na 301 City Park Ave.  Armstrong ficou no Colored Waifs` Home por mais de um ano, e na autobiografia Satchmo: My Life in New Orleans, ele escreveu que estava orgulhoso dos dias que passou lá. Armstrong eventualmente tocou na banda da escola, que marchava em desfiles de bairro e se apresentava em piqueniques. A educação musical de Armstrong também veio de ficar do lado de fora de clubes de música e ouvir os trompistas Buddy Bolden, Bunk Johnson e Joe Oliver. Sendo que este último mais tarde se tornou o mentor intelecutal e artístico de Louis Armstrong e o atraiu para Chicago para se apresentar com ele. Depois de viajar boa parte pelo mundo ocidental, Armstrong se estabeleceu em Nova York, onde morreu de ataque cardíaco em 6 de julho de 1971.

As seitas batistas juntamente com os predestinacionistas, especialmente os calvinistas estritos, desenvolveram a mais radical desvalorização de todos os sacramentos como meio de salvação e realizaram, assim, até as suas últimas consequências sociais, a “desmistificação” religiosa do mundo. Apenas a “luz interior” da contínua revelação podia habilitar alguém a entender verdadeiramente até mesmo as revelações bíblicas de Deus. Pelo menos de acordo com a doutrina quakers, na qual chegaram às últimas consequências, seus efeitos podiam ser estendidos e pessoas que nunca conhecerem a revelação em sua forma bíblica. Segundo Max Weber, a proposição extra ecclesiam nulla salus foi mantida apenas para a Igreja invisível dos iluminados pelo Espírito. Se a luz interior, o homem natural, mesmo aquele guiado pela razão natural, permaneceria puramente uma criatura de carne, cuja impiedade era condenada pelos batistas – inclusive pelos quakers – quase mais rigidamente ainda do que comparativamente quando pelos calvinistas.  A redenção causada pelo Espírito, se por Ele esperarmos e a Ele abrirmos nosso coração, no sentido religioso, pode levar, uma vez que é divinamente causada, a um estado de tão completo domínio sobre o poder do pecado que a recaída – para não falar da perda do estado de graça – torna-se quase impossível. No metodismo, igualmente a obtenção deste estado não foi ensinada como a regra social, mas como o nível de perfeição que o indivíduo era obrigado a desenvolver.

Quase todas as comunidades religiosas batistas pretensamente desejavam no mundo religioso ser “puras” Igrejas, no sentido da inocente conduta de seus membros. Ao mesmo tempo a significação atribuída pela doutrina batista da salvação ao controle pela consciência, como a revelação de Deus ao indivíduos, imprimiu na conduta deste, e na vida profissional, um caráter cuja grande importância para o desenvolvimento de aspectos básicos do espírito do capitalismo, per se, o princípio mais importante da ética capitalista: a honestidade é a melhor política, e que já encontrara o seu documento clássico no tratado de Benjamin Franklin (1706-1790) estudado por Max Weber. E que, mesmo no julgamento do século XVII, a forma específica do ascetismo laico dos batistas, em especial dos quakers, está na adoção prática desta máxima. Por outro lado, a influência do calvinismo se exerceu na direção da libertação da energia para a aquisição privada, pois apesar de todo o legalismo formal dos representantes “eleitos”, de fato se aplica ao calvinismo a observação fática de Goethe, segundo a qual: “O homem de ação é sempre impiedoso; nenhum deles tem consciência, mas sim poder de observação”. Um sistema doutrinário é pensado à distância se considerarmos que os sinais da religião existem no homem. Para bom entendedor, não há motivo para duvidar de que só no homem concretamente a semente da religião, consiste numa qualidade que lhe é peculiarmente, pelo menos num grau que não existe em outro ser vivente. 

A teologia de uma organização religiosa funciona como “máquina abstrata da religião” em que os homens de saber designam a rota dos rebanhos e os “burocratas do pão celeste” fazem a distribuição. A metáfora do rebanho sustenta a maior organização burocrática do planeta – a igreja. A palavra igreja, Ecclesia ou “casa de Deus” tem diversos significados nos livros das Sagradas Escrituras, onde os cristãos se reúnem para cumprir seus deveres religiosos. O templo de Jerusalém era a casa de Deus e a casa de oração. O edifício dedicado pelos cristãos ao culto de Cristo, que os sacerdotes gregos chamavam Kyriaké, “a casa do senhor”, e, na língua inglesa, veio mais tarde a se chamar Kirk e Church. Em Roma, essa assembleia denominada “Concio”, é aquela que falava Ecclesiastes e Concionator. No Novo Testamento, uma igreja é simplesmente um grupo de cristãos que seguem a Cristo. A palavra pode ser usada para falar de todos aqueles que servem ao Senhor, não importa onde estejam. É frequentemente usada para descrever grupos locais de discípulos que se encontram para adorarem, para edificarem uns aos outros e para proclamarem o evangelho de Jesus.  É neste ambiente de igrejas locais que encontramos homens escolhidos para supervisionar e guiar. Os sistemas comuns de superestruturas de denominações, de ligas internacionais de igrejas e de hierarquias que ligam e até governam milhares de igrejas locais, são invenções do homem. Não há modelo bíblico de tais arranjos. No Novo Testamento, os cristãos serviam juntos em congregações. Eles eram gratos pelos seus irmãos em outros lugares.

Mas não tentavam criar algum laço de organização onde os cristãos de um lugar pudessem dirigir ou governar o trabalho de discípulos de outro lugar. Este modelo se espraia se considerado o ensinamento específico sobre a organização da igreja local. Neste último sentido, a Igreja pode ser entendida como uma pessoa, isto é, que ela tenha o poder de querer, de pronunciar, de ordenar, de ser obedecida, de fazer leis ou de praticar qualquer espécie de ação social. Se não existir a autoridade de uma congregação legítima, qualquer ato praticado por um conjunto de pessoas é um ato individual de cada um dos presentes que contribuíram para a prática desse ato. Não um ato conjunto, como se fosse de um só corpo. Não é um ato dos ausentes ou daqueles que, estando presentes, eram contra a sua prática. Uma Igreja pode ser definida “como um conjunto de pessoas que professam a religião cristã, ligadas à pessoa de um soberano, que ordena a reunião e que determina quando não deverá haver reunião. Tendo em vista que em todos os Estados semelhantes assembleias são ilegítimas, se não são autorizadas pelo soberano civil, constitui também uma assembleia ilegítima a reunião da Igreja em qualquer Estado em que tiver sido proibida” (cf. Hobbes, 1987).  É compreensível que não haja na Terra, qualquer Igreja universal à qual todos os cristãos devam obedecer, uma vez que não há nenhum poder aos quais todos os outros Estados estejam sujeitos. Nos domínios dos diversos príncipes e estados, existem cristãos, mas cada um deles se sujeita ao Estado do qual é membro, não podendo o crente sujeitar-se às ordens de qualquer outra pessoa.

Uma Igreja capaz de mandar, julgar, absolver, condenar ou praticar qualquer outro ato é o mesmo que um Estado civil formado por homens cristãos; o Estado civil tem esse nome por serem seus súditos os homens, enquanto a Igreja é assim denominada pelo fato de seus súditos serem os cristãos. Governo espiritual e temporal são apenas palavras trazidas ao mundo ocidental para confundir os homens, enganando-os quanto a seu soberano legítimo. É preciso haver um único governante, do contrário se origina a facção e a guerra civil, entre a Igreja e o Estado, entre os espiritualistas e os temporalistas, entre a espada da justiça e o escudo da fé, e, o que é pior ainda, no próprio coração de cada cristão, entre o cristão e o homem. Chamam-se pastores os doutores da igreja, um título conferido por uma variedade de igrejas cristãs a indivíduos de reconhecida importância, particularmente nos campos da teologia ou doutrina católica, bem como os soberanos civis. Entretanto, se entre os pastores não houver alguma subordinação hierárquica, de forma que haja apenas um chefe dos pastores, serão ministrados aos homens doutrinas contrárias, tendo como domínio a multidão, que poderão ser falsas, e uma delas necessariamente o será. O soberano civil é o chefe dos pastores, segundo a lei natural. Embora o poder tanto do Estado tanto quanto o poder da religião estivesse nas mãos dos reis, nenhum deles deixou de ser fiscalizado, a não ser quando bem quistos pelas capacidades naturais ou por sua fortuna.

No início do outono norte-americano, em torno do mês de setembro, o trompetista, músico e ativista Louis Daniel Armstrong, lançava um compacto que faria no ano pouco sucesso nos Estados Unidos, mas que no ano de 1968 estouraria nas paradas de sucesso do Reino Unido. A música seria “What a Wonderful World” (Que Mundo Maravilhoso), composta por Bob Thiele e George David Weiss, que depois de interpretada por Armstrong, se tornaria um hino sobre a beleza da vida. A vida difícil de Armstrong em Nova Orleans tendo iniciado a vida de trabalhador ainda criança como jornaleiro e sapateiro, foi compensada com a música e com o trompete que deu sentido a sua trajetória. Em uma frase: “Every time I close my eyes blowing that trumpet of mine,   I look right in the heart of good old New Orleans…It has given me something to live for”. (“Todas as vezes que eu fecho os meus olhos tocando aquele meu trompete, eu olho logo no coração da boa velha Nova Orleans… Ela deu-me algo pelo que viver.”). A gravação não venderia mais do que mil cópias naquele ano de 1967 no mercado americano. Mas foi uma inspiração para as gerações, com uma música que fala das coisas simples da vida e beleza do mundo, servindo como uma forma de combater o preconceito racial presente nos EUA e contra o clima de comunicação presente em pleno período da guerra fria e da guerra do Vietnã. Diversos interpretes cantaram a música, como o Havaiano, Israel “IZ” Kamakawiwoʻole, a banda norte-americana Ramones de punk rock, The Kills, Stacy Kent, Eva Cassidy, e muitos outros.

Nova Orleães foi fundada em 1718 por colonos franceses, sob o nome de La Nouvelle-Orléans. Estes colonos eram liderados por Jean-Baptiste Le Moyne de Bienville. O local foi escolhido para a fundação de um novo assentamento por causa de duas características: seu inusitado relevo relativamente alto em uma região de muita baixa altitude, vulnerável às enchentes e inundações, e por estar próximo a um posto comercial de tráfico francês, onde comerciantes faziam trocas simbólicas com indígenas e de uma estrada indígena. Nova Orleães tornou-se a capital da província colonial francesa de Luisiana, parte da Nova França em 1722, substituindo Biloxi, uma cidade localizada no litoral do estado do Mississippi, no Condado de Harrison. Em 1763, sob os termos do Tratado de Paris, as regiões da Luisiana a Oeste do Rio Mississippi passaram a ser controladas pelos espanhóis. Nova Orleães passou ao controle imperialista espanhol. O Tratado de Paris foi o acordo internacional pelo qual o extinto Reino da Grã-Bretanha reconheceu formal e oficialmente o fim da Guerra da Independência dos Estados Unidos e a Independência dos Estados Unidos pós-Revolução Americana.

O Tratado foi assinado no dia 3 de setembro de 1783 em Paris, visto que se tratava de um terreno neutro para ambos os litigantes. O Congresso da Confederação dos Estados Unidos ratificou o Tratado de Paris em 14 de janeiro de 1784. As outras nações combatentes – França, Espanha e República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos – tiveram tratados de paz separados. O Tratado de Paris estabeleceu o seguinte: a Grã-Bretanha reconhecia a Independência das Treze Colônias norte-americanas e lhes entregava o território compreendido entre os Grandes Lagos, os Montes Apalaches e os rios Ohio e Mississippi; a França recuperava alguns territórios perdidos depois da Guerra dos Sete Anos, quais sejam, principalmente: as feitorias do Senegal e as ilhas de Santa Lúcia, São Pedro e Miquelon e Trinidad Tobago, nas Antilhas, além do direito de pesca na Terra Nova; a Espanha recuperava a Flórida, perdida também na complexidade da Guerra dos Sete Anos, e a ilha de Minorca, no Mediterrâneo, ocupada pelos ingleses durante a guerra; e ao fim da guerra e após assinado o Tratado de Paris, a Inglaterra possuiria Índia, Canadá, Senegal, parte da Luisiana e das Antilhas. Muitos habitantes francófonos residentes da cidade ficaram descontentes com o fato socialmente desagradável que a cidade estaria sob controle espanhol, e deixaram a cidade, indo em direção ao Quebeque ou retornando à França.

O maior descontentamento entre a população francófona da cidade levou a uma manifestação popular que forçou o primeiro governador da Luisiana a fugir da cidade. Tropas espanholas acabaram com esta rebelião em 1769. Outros habitantes francófonos pressionaram politicamente os espanhóis, através de diversos abaixo-assinados. Em 1788, um grande incêndio, o maior da história do estado de Luisiana, destruiu mais de 850 estruturas. Em 1795, quando a cidade ainda estava sendo reconstruída, um novo incêndio ocorreu, destruindo cerca de 200 estruturas. Por causa dos incêndios e da colonização espanhola, muito das estruturas do século XIX da cidade possuem características da arquitetura espanhola. Em 1795, a Espanha cedeu aos Estados Unidos o direito de usar os equipamentos portuários da cidade. Em 1800, através de um acordo secreto realizado entre a Espanha e a França, a Luisiana voltou a fazer parte da França. Os Estados Unidos souberam da compra somente em março de 1803. Em abril, os americanos compraram a Luisiana da França. As bandeiras espanholas içadas na cidade seriam somente substituídas por bandeiras francesas em 30 de novembro. Em 20 de dezembro, os americanos oficialmente tomaram posse da cidade, e substituíram então as bandeiras francesas por novas bandeiras norte-americanas. Então, a população da cidade era de aproximadamente 10 mil habitantes. Em 1805, Nova Orleães foi elevada à categoria de “cidade primária” (city). Em 1812, Luisiana tornou-se um Estado do Estados Unidos da América, e Nova Orleães continuou a ser a capital da região.

No começo de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do Sul. Grande parte dos escravos vieram do Oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal. Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando “a música maluca”, satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde Thomas Jefferson (1743-1826) similarmente notou “o banjar, que foi trazido da distante África”. Foi feita de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do África Ocidental. Festas de abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos em Place Congo, Nova Orleans, até 1843, com uma festa similar em Nova Iorque. Escravos da mesma tribo eram separados para evitar revolta. E, pela mesma razão, nos estados da Geórgia e Mississippi não era permitido aos escravos a utilização de tambores ou instrumentos de sopro que fossem muito sonoros, pois poderiam ser usados no envio de mensagens codificadas. Entretanto, muitos fizeram seus próprios instrumentos com materiais disponíveis, e a maioria dos chefes das plantações incentivaram o canto para que fosse mantida a confiança do grupo. A música africana foi altamente funcional, tanto para o trabalho, quanto para os ritos.

O maior descontentamento entre a população francófona da cidade levou a uma manifestação popular que forçou o primeiro governador da Luisiana a fugir da cidade. Tropas espanholas acabaram com esta rebelião em 1769. Outros habitantes francófonos pressionaram politicamente os espanhóis, através de diversos abaixo-assinados. Em 1788, um grande incêndio, o maior da história do estado de Luisiana, destruiu mais de 850 estruturas. Em 1795, quando a cidade ainda estava sendo reconstruída, um novo incêndio ocorreu, destruindo cerca de 200 estruturas. Por causa dos incêndios e da colonização espanhola, muito das estruturas do século XIX da cidade possuem características da arquitetura espanhola. Em 1795, a Espanha cedeu aos Estados Unidos o direito de usar os equipamentos portuários da cidade. Em 1800, através de um acordo secreto realizado entre a Espanha e a França, a Luisiana voltou a fazer parte da França. Os Estados Unidos souberam da compra somente em março de 1803. Em abril, os americanos compraram a Luisiana da França. As bandeiras espanholas içadas na cidade seriam somente substituídas por bandeiras francesas em 30 de novembro. Em 20 de dezembro, os americanos oficialmente tomaram posse da cidade, e substituíram então as bandeiras francesas por novas bandeiras norte-americanas. Então, a população da cidade era de aproximadamente 10 mil habitantes. Em 1805, Nova Orleães foi elevada à categoria de “cidade primária” (city). Em 1812, Luisiana tornou-se um Estado do Estados Unidos, e Nova Orleães historicamente continuou a ser a capital da região.

 No começo de 1808 o tráfico de escravos no Atlântico trouxe aproximadamente meio milhão de africanos aos Estados Unidos, em grande quantidade para os estados do Sul. Grande parte dos escravos vieram do Oeste da África e trouxeram fortes tradições da música tribal. Em 1774 um visitante os descreveu, dançando ao som do banjo de 4 cordas e cantando “a música maluca”, satirizando a maneira com que eram tratados. Uma década mais tarde Thomas Jefferson (1743-1826) similarmente notou “o banjar, que foi trazido da distante África”. Foi feita de cabaça, como a bânia senegalesa ou como a akonting do África Ocidental. Festas de abundância com danças africanas, ao som de tambores, eram organizadas aos domingos em Place Congo, Nova Orleans, até 1843, com uma festa similar em Nova Iorque. Escravos da mesma tribo eram separados para evitar formações de revolta. E, pela mesma razão, nos estados da Geórgia e Mississippi não era permitido aos escravos a utilização instrumental cotidianamente de tambores ou instrumentos de sopro que fossem muito sonoros, pois poderiam ser usados em tese no envio de mensagens codificadas. Entretanto, muitos escravos fizeram seus próprios instrumentos com materiais disponíveis, e a maioria dos chefes das plantações incentivaram o canto para que fosse mantida a perseverança na confiança do grupo. A música africana foi altamente funcional, tanto para o trabalho, quanto para os ritos.

As Work Songs e Field hollers incorporaram um estilo que poderia ser ainda encontrado em penitenciárias dos anos 1960, e em um caso eram parecidas com uma canção nativa ainda utilizada em Senegal. No porto de Nova Orleans, estivadores negros ficaram famosos pelas suas canções de trabalho. Essas canções mostravam complexidade rítmica com características de polirritmia do jazz. Na tradição africana eles tinham uma linha melódica e com o padrão pergunta e resposta, contudo, sem o conceito de harmonia do Ocidente. O ritmo refletido no padrão africano da fala e o sistema tonal africano levaram às “blue notes” do jazz. No começo do século XIX, um número crescente de músicos negros aprendia a tocar instrumentos do ocidente, particularmente o violino, provendo entretenimento para os chefes das plantações e aumentando o valor de venda daqueles que ainda eram escravos. Conforme aprendiam a música de dança europeia, eles parodiavam as músicas nas suas próprias danças cakewalk. Por sua vez, apresentadores dos minstrel show, euro-estadunidenses com blackface, estilo de maquiagem usado para sátira, popularizavam tal música internacional, a qual era combinação de sincopas com acompanhamento harmônico europeu. Louis Moreau Gottschalk (1829-1869) adaptou música latina e melodia de escravos para músicas de piano de salão, com músicas tais como Bamboula, “danse de nègres” de 1849, Fantaisie grotesque de 1855 e Le Banjo, enquanto sua música polka Pasquinade, em torno do ano 1860, antecipou ragtime e foi orquestrado como parte do repertório de concerto da banda de John Philip Sousa (1854-1932), fundada em 1892. Outra influência veio dos negros que frequentavam as igrejas. Eles aprenderam o estilo harmônico dos hinos e os adaptavam em spirituals.

As origens do blues não estão registradas em documentos, entretanto, elas podem ser vistas como contemporâneas dos negros spirituals. Paul Oliver (1927-2017) chamou a atenção à similaridade dos instrumentos, música e função social dos griôs da savana do Oeste africano, sob influência Islâmica. Ele notou estudos mostrando a complexidade rítmica da orquestra de tambores da costa da floresta temperada, que sobreviveram relativamente intacta no Haiti e outras partes do Oeste das Índias, mas não era farta nos Estados Unidos. Ele sugeriu que a música de cordas do interior sudanês se adaptou melhor com a música popular e baladas narrativas, dos ingleses e dos donos de escravos scots-irish e influenciaram tanto o jazz como o blues. Desde os primórdios da história da cidade, uma característica da cidade era sua população cosmopolita, poliglota e multicultural. A cidade cresceu rapidamente, com grandes números de americanos, franceses e haitianos tendo instalado-se na cidade. Durante a Guerra de 1812, também reconhecida como Guerra Anglo-Americana, representou na esfera política, um conflito proporcional que envolveu os Estados Unidos da América e o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, entre 1812 e 1815. O Reino Unido enviou uma força militar, cujos objetivos eram a captura da cidade de Nova Orleães e o pedido de ajuda a um pirata instalado na cidade, Jean Laffite (1780-1825). Este, porém, juntou-se com os americanos. Os britânicos foram derrotados por forças americanas lideradas por Andrew Jackson (1767-1845) e por piratas liderados por Laffite em 8 de janeiro de 1815, a apenas alguns quilômetros da cidade.

Após o término da intensa guerra, Nova Orleães prosperou economicamente, atraindo milhares de imigrantes, a maioria, alemães ou irlandeses. A população da cidade dobrou na década de 1830. Em 1840, Nova Orleães tinha uma população de 102 193 habitantes, e era potencialmente a quarta maior cidade do país. Nova Orleães tornou-se extremamente ativa culturalmente, com a construção de vários teatros, óperas e museus inaugurados na cidade, operando dia e noite. Porém, o crescimento populacional da cidade era interrompido por vezes quase ininterruptas por epidemias de febre amarela. As autoridades da cidade, então, não sabiam que a causa destas epidemias eram exatamente, em sua origem, a falta de dragagem dos pântanos localizados próximos à cidade, que “criavam um terreno propício para a criação dos mosquitos transmissores da doença”. Dragagem é a técnica de remover, desobstruir, limpar, escavar ou derrocar material do fundo de corpos d`água, como rios, lagos, canais, baías e mares. O objetivo é manter a profundidade adequada para a navegação e evitar problemas como assoreamento. A maior destas epidemias ocorreu em 1853, e que ipso facto matou cerca de dez mil pessoas. As narrativas sobre a derrota da febre amarela pela medicina privilegiam ora os Estados Unidos da América ora República de Cuba, conforme o valor atribuído a dois episódios: a formulação da hipótese da transmissão pelo mosquito, por Carlos Juan Finlay, em 1880-1881, ou sua demonstração pela equipe chefiada por Walter Reed, em 1900.

Não queremos perder de vista que dois outros pesquisadores, Ronald Ross e Giovanni Battista Grassi, demonstraram, em 1897-1898, que o mosquito era o hospedeiro intermediário do parasito da malária, tornou-se inevitável a suposição de que cumprisse idêntico papel na febre amarela, cujo diagnóstico clínico confundia-se com o daquela doença. A transmissão “exclusiva” pelo Aedes aegypti fora o divisor de águas entre as conjunturas de debates entre Domingos José Freire e Oswaldo Cruz, que se converteu calorosamente no mito da ciência brasileira em grande parte graças ao experimento bem-sucedido que conduziu no Rio de Janeiro para comprovar a validade da teoria de Finlay. As certezas que seu grupo sustentara inflexivelmente no Congresso Médico de 1903, e a teoria dos focos-chave que embasara a campanha da Rockefeller no Nordeste brasileiro desabaram em 1932 no vale do Canaã, no interior do Espírito Santo. As viscerotomias e os testes de imunidade realizados em diversas regiões do país confirmaram tecnicamente “as evidências de que a doença constituía problema mais complexo do que se imaginava”. Os agenciamentos humanos nas frentes de deslocamentos pelas migrações internas estavam transportando o vírus para o litoral e multiplicando a infecção de pessoas não imunes nas grandes cidades, o que fatalmente redundaria na recriação de quadro epidêmico tão grave quanto o do século XIX. A chamada Revolução de 1930, no Brasil, alterou as bases reais da campanha, que passou a ser direcionada contra as duas modalidades de febre amarela, a urbana e a silvestre. Ela adquiriu abrangência nacional sob a direção da Fundação Rockefeller.

Nova Orleães foi a capital do Estado de Luisiana até 1849, quando então a capital do Estado passou a ser denominada Baton Rouge. Em 1865, Nova Orleães novamente tornou-se a capital da Luisiana até 1880, quando a capital se mudou definitivamente para Baton Rouge. Como um centro portuário de grande porte, Nova Orleães possuiu um papel primário no comércio de escravos, enquanto que a cidade possuía, ao mesmo tempo, a maior comunidade afro-americana do Estados Unidos. Em 1861, a Luisiana separou-se dos Estados Unidos e juntou-se aos Estados Confederados da América. Ainda no mesmo ano, a Guerra Civil Americana teve início. E não por acaso na esfera política, Nova Orleães, como um porto primário de grande importância para a Confederação, foi um alvo primário de ataques navais da marinha americana. Em abril de 1862, Nova Orleães foi capturada por tropas americanas. Nenhuma batalha em defesa da cidade ocorreu, e a cidade foi tomada sem resistência. Assim, Nova Orleães foi poupada da destruição que afetou outras cidades-chave da Confederação. Porém, a economia de Nova Orleães entrou em uma grande recessão, que duraria cerca de uma década, por causa do bloqueio econômico naval da União à Confederação, reconhecida como Plano Anaconda, e por causa da inauguração de diversas ferrovias à cidade, assim diminuindo a importância do porto para a economia de Nova Orleães. Tropas americanas ocuparam a cidade até 1877. Por algum tempo, o governo americano cedeu a militares e a civis de descendência afro-americanas o governo da cidade, revoltando a maioria dos habitantes brancos da cidade. Uma grande rebelião entre brancos e afro-americanos ocorreu em 1866, onde cerca de 50 pessoas morreram. A partir do final da década de 1870, a economia de Nova Orleães gradativamente veio a recuperar-se. Em 1879, a baía portuária da cidade foi ampliada. Em 1884, a cidade sediou Feira Mundial.

Bibliografia Geral Consultada.

CLAGHORN, Charles Eugene, Biographical Dictionary of American Music. New York: Parker Publishing Company, 1973; BRAUDEL, Fernand, Civilisation Matérielle et Capitalisme, XVe-XVIIIe Siècle. Tome 1: Les Structures du Quotidien. Paris: Éditeur ‏Armand Colin, 1986; HOBBES, Thomas, A Natureza Humana. Prefácio e tradução de João Aloísio Lopes. Lisboa: Editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1987; SCHULLER, Gunther, The Swing Era: The Development of Jazz, 1930-1945. Oxford: Oxford University Press, 1989; CASCAPERA, Sérgio, O Trompete: Fundamentos Básicos, Intermediários e Avançados. Dissertação de Mestrado. Departamento de Música. Escola de Comunicação e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1992; BLOOM, Harold, O Cânone Ocidental. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 1995; HAVARD, Gilles; VIDAL, Cécile, Histoire de l`Amérique Française. Paris: Éditions Flammarion, 2003; MAIGRET, Eric; MACÉ, Eric (Org.), Penser les Médiacultures. Nouvelles Pratiques et Nouvelles Aproches de la Represéntation du Monde. Paris: Editeur Armand Colin, 2005; HOBSBAWM, Eric, História Social do Jazz. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2007; TEACHOUT, Terry, Pops. A Vida de Louis Armstrong. Trad. Andrea Gottlieb de Castro Neves. Rio de Janeiro: Editora Larousse do Brasil, 2010; CARON, Jean-Pierre, L’indétermination à l’œuvre: John Cage et l’identité de l’œuvre musicale. Tese de Doutorado em Filosofia. École Doctorale Pratiques et Théoriques du Sens. Université Paris 8; Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2015; GOMES, Stênio Ramalho Biazon, Improvisações Livres de uma Perspectiva Anarquista: Invenção de Heterotopias do Fazer Musical. Dissertação de Mestrado em Música. Escola de Comunicação e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; FERREIRA, Luciana de Moura, A Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza: Acolhimento de Enfermos e Educação para a Saúde Pública (1861-1889). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2017; MANRIQUE, Diego Alfredo, A vida secreta de Louis Armstrong. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/28/; FANON, Franz, Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: Editora Universidade Federal da Bahia, 2019; OLIVEIRA, Adelson; GONÇALVES, Luciana Sacramento Moreno, “Louis Armstrong: o êxtase no mundo do jazz e a sua tentativa no teatro com referência ao trabalho shakespeariano”. In: Revista Agon, volume 3 n° 8 (2023); Artigo: “Louis Armstrong: o polêmico legado de ícone do jazz”. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/11/08/2024; entre outros. 

sábado, 23 de novembro de 2024

Nikola Tesla – Invenção, Iluminação Sem Fio & Eletricidade Alternada.

Esteja sozinho, este é o segredo da invenção, estar sozinho, isto é, quando as ideias nascem”. Nikola Tesla

 

            Do ponto de vista metodológico notou Norbert Elias (1994; 2006) que o conceito de civilização se refere a uma grande variedade de fatos: ao nível da tecnologia, ao tipo de maneiras, ao desenvolvimento dos conhecimentos científicos, às ideias religiosas e aos costumes. Pode se referir ao tipo de habitações ou à maneira como homens e mulheres vivem juntos, à forma de punição determinada pelo sistema judiciário ou ao modo como são preparados os alimentos. Rigorosamente falando, nada há que não possa ser feito de forma “civilizada” ou “incivilizada”. Daí ser sempre difícil sumariar em algumas palavras tudo o que se pode descrever como civilização. Mas também não significa a mesma coisa para diferentes nações ocidentais. Acima de tudo, é grande a diferença entre a forma como ingleses e franceses empregam a palavra, por um lado, e os alemães, por outro. O conceito resume em uma única palavra seu orgulho pela importância de suas nações para o progresso do Ocidente e da humanidade. Quando no emprego que lhe é dado pelos alemães Zivilisation, significa algo de fato útil, mas, apesar disso, apenas um valor de segunda classe, compreendendo apenas a aparência externa dos seres humanos, a superfície da existência humana. A palavra pela qual os alemães se interpretam, que mais do que a qualquer outra expressa-lhes o sentimento de orgulho em suas próprias realizações e no próprio ser, é Kultur, pois são claras no emprego interno na formação da sociedade a que originalmente pertencem. O conceito tradicionalmente escritos e falado em francês e inglês de civilização per se pode ser referidos a fatos políticos ou econômicos, religiosos ou técnicos, morais ou sociais.  

           No escravagismo Antigo, nada distingue, do ponto de vista do modo de produção, o escravo do agricultor independente, proprietário privado individual. Isto quer dizer que a cultura, a sociedade e a comunicação vêm articular-se a uma estrutura de relações sociais. O que os distingue é a relação com o trabalho. Se um se conduz como proprietário das condições materiais da reprodução de sua existência, no outro caso é o mestre que se conduz como proprietário das condições naturais da reprodução de sua existência material do escravo. Pode-se fazer a mesma comparação e distinção entre o escravo moderno, do século XIX, e o trabalhador agrícola no sistema técnico de trabalho, ao qual se articulam relações sociais diferentes. A interligação dos processos de trabalho é primeiramente de ordem técnica, na medida em que está contida nos meios de trabalho e envolve imediatamente trabalhadores em situações específicas de trabalho. Em seguida é de ordem social, basicamente quanto à escala e quanto ao sentido de conjunto para satisfazer necessidades sociais. É, finalmente, constitutiva, de ordem tecnológica, na medida em que a produção, circulação, utilidade de uso, dos produtos resultantes do processo de trabalho interligados, representam o próprio sistema social no âmbito de determinada cultura e/ou sociedade. Produzindo e consumindo determinados produtos/mercadoria os homens primeiro tecnologicamente produzem a sociedade e as relações nela existentes. Um sistema de racionalização de trabalho é uma estrutura onde o que está em jogo é o trabalho e a reprodução da vida. O conceito alemão Kultur alude basicamente a fatos intelectuais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência de traçar uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos políticos, econômicos e sociais, por outro lado. 

O conceito francês e inglês de civilização pode se referir a realizações, mas também a atitudes ou “comportamento”, pouco importando se realizaram alguma coisa. No conceito alemão de Kultur, em contraste, a referência a comportamento, o valor que a pessoa tem em virtude de sua mera existência e conduta, sem absolutamente qualquer realização, é de fato considerado muito secundário. O sentido alemão de Kultur encontra sua expressão mais clara derivado no adjetivo Kulturell, que descreve o caráter e valor de determinados produtos humanos, e não o valor intrínseco. O conceito inerente a Kulturell, porém não pode ser traduzido exatamente para o francês e o inglês. A palavra kultiviert (cultivado) aproxima-se muito do conceito ocidental de civilização. Até certo ponto, representa a forma mais alta de ser civilizado: até mesmo pessoas e famílias que nada realizaram de kulturell pode ser kultiviert. Tal como analogamente a palavra “civilizado”, kultiviert refere-se primariamente à forma da conduta ou comportamento da pessoa. Descreve a qualidade das pessoas, suas habitações, suas maneiras, sua fala, suas roupas, ao contrário kulturell, que não alude diretamente às próprias pessoas, mas exclusivamente a realizações humanas peculiares. Há diferença entre os dois conceitos estreitamente vinculada a isto. Não queremos perde vista que, historicamente, a representação sociológica do conceito de “civilização” descreve um processo ou seu resultado.

Diz respeito ao que está em movimento constante, movendo-se “para a frente”. O conceito alemão de Kultur, no emprego corrente, implica uma relação diferente, com movimento. Reporta-se a produtos humanos que são semelhantes a “flores do campo”, quer dizer, a obras de arte, livros, sistemas religiosos ou filosóficos, nos quais se expressa a individualidade de um povo. O conceito Kultur delimita. Até certo ponto, o conceito de civilização minimiza as diferenças nacionais entre os povos: enfatiza o que é comum a todos os seres humanos ou – na opinião dos que o possuem – deveria sê-lo. Manifesta a autoconfiança de povos cujas fronteiras nacionais e identidade nacional foram plenamente estabelecidas, desde séculos, que deixaram de ser tema de qualquer discussão, povos que há muito se expandiram fora de suas fronteiras e colonizaram terras muito além delas. Em contraste, o conceito alemão de Kultur dá ênfase especial a diferenças nacionais e à identidade particular de grupos. Em virtude disto, o conceito adquiriu em pesquisa etnológica e antropológica uma significação muito além da área linguística alemã e da situação em que se originou o conceito. A necessidade de comunicar-se sempre foi o motor dos tipos de codificações relativamente expressivas, sendo a linguagem e a escrita, poderosos instrumentos de comunicação oral (igreja) e escrita (Estado) sujeitos as limitações de espaço, lugar e tempo, e transmissão social através do emissor e o receptor.  A relação entre esses conceitos é fundamental para entender o mundo e a história social de um território.   

Simplificadamente, pode-se dividir em quatro fases a história da codificação de signos e fonemas ao serviço da relação inter-humana: mnemônica, pictórica, ideográfica e fonética. A primeira, mnemônica, se caracterizou pelo emprego de objetos reais como dados ou mensagens entre pessoas que viviam alheios e não pertenciam ao mesmo sistema convencional de comunicação. Ao antigos peruanos, escreve Albert A. Sutton (1867-1923), os chineses, e inclusive tribos mais recentes, utilizaram com muita frequência o quipo, representando cada um dos cordões usados do ponto de vista comunicativo pelos peruanos, no tempo da monarquia Inca, que formavam um método mnemônico, fundado nas cores e ordem dos cordões, número e disposição de nós, etc., ou série de cordas atadas, seja para comemorar acontecimentos felizes, saudáveis,  seja para servir como instrumentos técnicos e sociais de cálculo, previsão, imaginação, ou resguardar na memória individual (os sonhos) e coletiva (os mitos, os ritos, os símbolos) as vidas dos mortos. Na segunda, pictórica, a comunicação tem como representação a imagem e se transmite mediante a pintura, a comunicando a relação dos objetos. Estas gravuras aparecem não só na pintura rupestre, e também sobre objetos variados: utensílios, armas ou artigos de valor empregados para o intercâmbio comercial. Na terceira, ideográfica, resulta de uma associação de símbolos pictográficos com objetos e ideias. Nesta fase os signos se empregam cada vez mais na representação de ideias, numa progressiva separação da estrutura do objeto que tenciona comunicar e a modelação cada vez mais simbólica que aproximará no signo alfabético, na escritura. A expressão ideográfica serviu para as formas primitivas de relatos etnográficos da pesquisa antropológica/sociológica, tal como podemos valorarizar na escritura ideográfica das culturas pré-colombianas ou mesopotâmicas, ainda que o máximo tipo cultural deste sistema de comunicação tenha correspondido a escrita hieroglífica dos egípcios. A última, fonética, se estabelece quando o signo representa um som, fora das palavras inteiras, de sílabas ou do que chamamos letras, como unidade fonética menor. 

A invenção do alfabeto foi o ponto máximo da codificação da comunicação histórica e socialmente política, e foi propiciada precisamente por aqueles povos de maior desenvolvimento social e de maior inter-relação comercial com outros povos. O alfabeto representou uma chave de intercomunicação e ao mesmo tempo um aríete de penetração cultural em mãos dos povos da antiguidade criadores das primeiras rotas de comércio marítimo e terrestre. Desde Friedrich Hegel sabemos que o sistema social condiciona o sistema de comunicação globalmente. A comunicação sempre vem unida à existência da mudança de mercadoria e à busca de matérias-primas que já mobilizou aos antigos. As rotas comerciais e de expansão imperial depredatória da Antiguidade foram autênticos canais informativos, lentos e precários, que abasteceram aos homens de um conhecimento aproximado dos limites do mundo e das tentações dos outros considerados desde cada particular forma etnocêntrica do indivíduo na sociedade. A rota do Cabo, contornando África, viria a ser explorada pelos holandeses, e outras potências europeias. As rotas das especiarias passavam por intermediários mercantilistas antes de serem revendidos na Europa medieval. Era um tempo que emergia sobre a concepção de medo. Há mil anos, na mesma Europa que agora se prepara para ingressar, próspera e unida como nunca, no terceiro milênio do calendário cristão, que fastidioso, pretende que os homens viviam socialmente o pior dos mundos através da memória da morte.

O irreversível desmoronamento político e socialmente, século após século, do que ainda restava sobre os escombros da civilização greco-romana, depois sucedeu-se do fim do Império Romano do Ocidente, no século V, transformara o território europeu em campo de batalha onde gerações sucessivas se guerreavam interminavelmente - visigodos e vikings, bretões e saxões, vândalos e ostrogodos, magiares e eslavos, um sem-fim de povos que não por acaso entraram para a História sob a denominação coletiva de “bárbaros”. Além da violência simbólica e física das religiões, a miséria, a ignorância e a superstição recobriam a Europa na marca do ano 1000. Os proprietários de terras transformavam seus domínios em unidades autônomas, com fortificações feitas de árvores e espinheiros e habitações cercadas de paliçadas. Registrou um observador do ano 888: - “Cada qual quer se fazer rei a partir das próprias entranhas”. A cidade, como sede da política e da administração, centro do comércio e do conhecimento, à maneira de Roma, Atenas ou Alexandria na Antiguidade clássica, virtualmente inexistia na paisagem ocidental desse período. Havia burgos descendentes dos centros principalmente aqueles por terem sido fundado pelos conquistadores romanos, como também ajuntamentos de um punhado de milhares de almas, nascidos da presença, nas proximidades, in statu nascendi de um mosteiro ou de um vale fértil, como descreve Eco (1983) ou ocorrido do fato cultural de se situarem no centro de uma região dominada por um príncipe.

Nada, porém, que se comparasse a Constantinopla (Istambul), capital do Império Romano do Oriente, com suas centenas de milhares de habitantes, abastado comércio e porto movimentado. A grande maioria dos contêineres movidos por grandes navios de contêineres marítimos são de 20 pés (1 unidade equivalente) e 40 pés (2 unidades equivalentes) de contêineres de transporte padrão ISO, com unidades de 40 pés superando as unidades de 20 pés. De certa forma, o número real de contêineres movimentados está entre 55% -60% do número de unidades equivalentes contadas. Há cerca de mil anos, amplas extensões do continente europeu eram constituídas de florestas um mundo sombrio, estranho e ameaçador aos homens que construíam povoados, cultivavam cereais e criavam gado em grandes clareiras nas suas cercanias, numa economia de pura subsistência, da mão para a boca. A construção de castelos, abadias e mosteiros ocupava igualmente muitos braços. Mas o principal motor da atividade econômica era a guerra: a necessidade de produzir armas, acumular provisões para a tropa e pagar os mercenários em metal sonante estimulava o comércio. Perigos reais, como os animais selvagens, e terrores imaginários historicamente constituídos na Europa, como monstros e demônios, espreitavam os aldeões que adentravam a mata em busca de carne de caça e de mel, a única fonte de açúcar dos europeus de sobrevivência. Vista pelos olhos de hoje eludidos na metrópole, a vida cotidiana tinha tons de pesadelo.

Os judeus, disse uma vez Léon Poliakov, são franceses que, ao invés de não irem mais à igreja, não vão mais à sinagoga. Na tradução humorística de Haggadah, essa piada designava crenças no passado que deixaram de organizar práticas. As convicções políticas parecem, hoje, seguir o mesmo caminho. Alguém seria socialista por que foi, sem ir às manifestações, sem reunião, sem palavra e sem contribuição financeira, em suma, sem pagar. Mas reverencial que identificatória, a pertença só se marcaria por aquilo que se chama uma voz. Este resto de palavra, como o voto de quatro em quatro anos. Uma técnica bastante simples manteria o teatro de operações desse crédito. Basta que as sondagens abordem outro ponto que não aquilo que liga diretamente os adeptos ao partido, mas aquilo que não os engaja alhures, não a energia das convicções, mas a sua inércia. Os resultados da operação contam então com restos da adesão. Fazem cálculos até mesmo com o desgaste de toda convicção. Pois esses restos, esses cacos, como insinua Leonardo Boff, indicam ao mesmo tempo o refluxo daquilo em que os interrogados creram na ausência de uma credibilidade mais forte que os leva para outro lugar. A capacidade de crer parece estar em recessão em todo o campo político. A tática é a arte do fraco. O poder se acha amarrado à sua visibilidade. Mas a vontade de “fazer crer”, de que vive a instituição, fornecia nos dois casos um fiador a uma busca de amor e/ou de identidade. Importa então interrogar-se sobre os avatares do crer em nossas sociedades e sobre as práticas originadas a partir desses deslocamentos. Durante séculos, supunha-se que fossem indefinidas as reservas de crença. Aos poucos a crença se poluiu, como o ar e a água. Percebe-se ao mesmo tempo não se saber o que ela é. Tantas polêmicas e reflexões sobre os conteúdos ideológicos em torno do voto e os enquadramentos institucionais para lhe fornecer não foram acompanhadas de uma elucidação acerca da natureza do ato de crer. 

Os poderes geriam habilmente a autoridade. Hoje são sistemas administrativos, sem autoridade, que dispõem de força em seus aparelhos e menos de autoridade legislativa. Nikola Tesla nasceu de família sérvia na aldeia Smiljan, condado de Lika, no pertencente ao Império Austríaco, em 10 de julho de 1856. Seu pai, Milutin Tesla (1819–1879), era um padre ortodoxo sérvio. A mãe de Tesla, Đuka Tesla (1822-1892), cujo pai também era um padre ortodoxo sérvio, “tinha um talento para fabricar ferramentas artesanais, aparelhos mecânicos e a capacidade de memorizar poemas épicos sérvios”. Đuka nunca recebeu uma educação formal. Tesla creditou sua memória eidética e habilidades criativas à genética e influência de sua mãe. Os progenitores de Tesla eram do Oeste da Sérvia, perto de Montenegro. Tesla era o quarto de cinco filhos. Ele tinha três irmãs, Milka, Angelina e Marica, e um irmão mais velho chamado Dane, morto em um acidente de cavalo quando Tesla tinha cinco anos. Em 1861, Tesla frequentou a escola primária em Smiljan, onde estudou alemão, aritmética e religião. Em 1862, a família dele mudou-se para a vizinha Gospić, Lika onde seu pai trabalhou como pároco, o presbítero da Igreja Católica responsável por administrar uma Paróquia. Nikola concluiu o Ensino Fundamental, seguido pelo Ensino Médio. Em 1870, Tesla mudou-se para o Norte, para Karlovac para cursar o Ensino Médio no Ginásio Real Superior. Eram ministradas em alemão, pois era uma escola dentro da Fronteira Militar Austro-Húngara.

            A maioria da população da Sérvia, Montenegro e da entidade Republika Srpska da Bósnia e Herzegovina são membros da Igreja Ortodoxa Sérvia. Está organizado em metrópoles e eparquias localizadas principalmente na Sérvia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Croácia. Outras congregações estão localizadas na diáspora sérvia. A Igreja Ortodoxa Sérvia é autocéfala, ou eclesiasticamente independente, membro da Comunhão Ortodoxa. O Patriarca sérvio é o primeiro entre iguais em sua Igreja. Ela alcançou o status de autocéfala em 1219 sob a liderança de São Sava, tornando-se o Arcebispado independente de Žiča. Seu status foi elevado ao de patriarcado em 1346 e ficou reconhecido depois como o Patriarcado Sérvio de Peć. Este patriarcado foi abolido pelos turcos otomanos em 1766, embora a Igreja sérvia continuasse a existir com seus típicos exarcas em territórios povoados por sérvios no Império Otomano, a Monarquia dos Habsburgos, a República de Veneza e o Primeiro Império Francês. A Igreja Ortodoxa Sérvia moderna foi restabelecida em 1920 após a unificação do Patriarcado de Karlovci, a Metrópole de Belgrado e Metrópole de Montenegro. As guerras iugoslavas impactaram gravemente vários ramos da Igreja Ortodoxa Sérvia. Muitos clérigos da Igreja Ortodoxa Sérvia apoiaram a guerra, enquanto outros eram contra. Muitas igrejas na Croácia foram danificadas ou destruídas durante a Guerra da Croácia (1991–95). Os bispos e sacerdotes e muitos fiéis das eparquias de Zagreb, de Karlovac, da Eslavônia e da Dalmácia tornaram-se refugiados. Os últimos três foram quase completamente abandonados após o êxodo extraordinário dos sérvios da Croácia em 1995. A eparquia da Dalmácia teve sua sé transferida para Knin, depois que a República Sérvia de Krajina foi estabelecida. A eparquia da Eslavônia teve sua sé transferida de Pakrac para Daruvar.

Após a Operação Tempestade, dois mosteiros foram particularmente danificados, o mosteiro de Krupa construído em 1317 e o mosteiro de Krka construído em 1345. As eparquias de Bihać e Petrovac, Dabar-Bósnia e Zvornik e Tuzla também foram deslocadas devido à guerra na Bósnia e Herzegovina. A eparquia de Dabar-Bosnia foi temporariamente transferida para Sokolac, e a sé de Zvornik-Tuzla para Bijeljina. Mais de cem objetos de propriedade da Igreja na eparquia Zvornik-Tuzla foram destruídos ou danificados durante a guerra. Muitos mosteiros e igrejas na eparquia Zahumlje também foram destruídos. Numerosos fiéis dessas eparquias também se tornaram refugiados. Em 1998, a situação havia se estabilizado em ambos os países. O clero e muitos dos fiéis voltaram; a maior parte das propriedades da Igreja Ortodoxa Sérvia foi devolvida ao uso normal e as propriedades danificadas e destruídas foram restauradas. O processo de reconstrução de várias igrejas ainda está em andamento, notadamente a catedral da Eparquia do Alto Karlovac em Karlovac. Devido à Guerra do Kosovo, depois de 1999, vários locais sagrados ortodoxos sérvios na província foram deixados ocupados apenas pelo clero. Desde a chegada das tropas militares da OTAN em junho de 1999, 156 igrejas e mosteiros ortodoxos sérvios foram danificados ou destruídos. No rescaldo dos distúrbios de 2004 no Kosovo, 35 igrejas e mosteiros ortodoxos foram queimados ou destruídos por albaneses. Com a guerra milhares de sérvios mudaram-se de Kosovo devido aos inúmeros ataques de albaneses de Kosovo contra igrejas sérvias e sérvios. 

O processo socialmente de reorganização da igreja entre a diáspora e reintegração total da Metrópole de Nova Gračanica foi concluído entre 2009 a 2011. Com isso, a unidade estrutural completa das instituições da igreja sérvia na diáspora foi alcançada. Na esfera social e política a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), frequentemente referida pela sigla NATO (de North Atlantic Treaty Organization) e por vezes também chamada de Aliança Atlântica, é uma aliança militar intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte, assinado em 4 de abril de 1949, que constitui um sistema de defesa coletiva através do qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa à organização. A sede da NATO localiza-se na região de Bruxelas, na Bélgica, um dos 32 países membros da América do Norte e Europa. O mais recente, a Suécia, concluiu o processo de adesão em 5 de março de 2024 e entrou em 7 de março de 2024. Outros 21 países participam na chamada Parceria para a Paz da organização, juntamente com 15 outros países super ricos envolvidos em programas de diálogo institucionalizado. O extraordinário gasto militar combinado de todos os membros da organização constitui mais de 70% do total de gastos militares de todo o mundo contemporâneo. Os gastos de defesa dos países membros devem ser superiores a 2% do Produto Interno Bruto.

A NATO representava pouco mais que uma associação política, até a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953 na Península Coreana, entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul para consolidar os Estados-membros da organização e uma estrutura militar integrada ser construída sob a direção de dois comandantes dos Estados Unidos. A Guerra Fria levou a uma rivalidade com os países do Pacto de Varsóvia, que foi formado em 1955. As dúvidas sobre a força da relação entre os países europeus e os Estados Unidos eram constantes, junto com questões sobre a credibilidade (cf. Braga, 2014) das defesas da NATO contra a potencial invasão da União Soviética, o que levou ao desenvolvimento da dissuasão nuclear francesa independente e a retirada da França da estrutura militar da organização em 1966 por 30 anos. Após a queda do muro de Berlim, em 1989, a organização foi levada a intervir na dissolução da Jugoslávia e conduziu as suas primeiras intervenções militares na Bósnia em 1992-1995 e, após, na Jugoslávia em 1999. Politicamente, a organização procurou melhorar as relações com países do Pacto de Varsóvia, dos quais acabaram por se juntar à aliança em 1999 e 2004. O Pacto de Varsóvia tinha como repesentação social a formação de  potentado acordo militar (1955), entre a vitoriosa União Soviética e países do Leste Europeu, como resposta à entrada da Alemanha Ocidental na Organização do Tratado do Atlântico Norte: Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Alemanha Oriental, Romênia, Bulgária, Albânia.

O Artigo 5º do Tratado do Atlântico Norte requer que os Estados-membros auxiliem “qualquer membro que esteja sujeito a um ataque armado, compromisso que foi convocado pela primeira e única vez após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, quando tropas foram mobilizadas para o Afeganistão sob a Força Internacional de Assistência para Segurança (ISAF), liderada pela NATO”. A organização tem operado uma série de funções adicionais desde então, incluindo o envio de instrutores ao Iraque, auxílio em operações contra pirataria e a imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia de acordo com a resolução 1973 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em 2011. O Artigo 4º do tratado é menos potente, visto que apenas invoca a consulta entre os membros da NATO. Este artigo foi convocado cinco vezes: pela Turquia, em 2003, por conta da Guerra do Iraque; novamente pelos turcos, em 2012, por conta da Guerra Civil Síria, um conflito armado que começou em 2011 e ainda está em curso. O conflito teve início com protestos pacíficos, mas rapidamente se tornou uma guerra civil violenta, após o abatimento político de um caça turco F-4 de reconhecimento desarmado; de novo pela Turquia, quando um morteiro foi disparado contra o território turco a partir da Síria; pela Polônia, em 2014, após a intervenção militar russa na Crimeia, e por fim pela Turquia, depois de vários ataques terroristas no seu território pelo poderisíssimo Estado Islâmico do Iraque e do propriamente do Levante. Em março de 2023, todos os 30 países ratificaram a adesão da Finlândia à Organização. Em face a face da Guerra na Ucrânia pela aliança da Rússia, Finlândia e a Suécia adentraram no bloco como membros plenos.

Nikola Tesla (1856-1943) foi um inventor, engenheiro eletrotécnico e engenheiro mecânico sérvio, reconhecido por suas contribuições ao projeto técnico do moderno sistema de fornecimento de eletricidade em corrente alternada. Nascido e criado no Império Austríaco, Tesla estudou engenharia e física na década de 1870 “sem se formar”, e ganhou experiência prática no início da década de 1880 trabalhando em telefonia e na Continental Edison, na nova indústria de energia elétrica. Em 1884, emigrou para os Estados Unidos da América e se naturalizou cidadão americano. Trabalhou por um curto período na Edison Machine Works, em Nova Iorque, antes de começar a trabalhar por conta própria. Com a ajuda de parceiros para financiar e comercializar suas ideias, Tesla montou laboratórios e empresas em Nova Iorque para desenvolver uma variedade de dispositivos elétricos e mecânicos. Seu motor de indução de corrente alternada e patentes relacionadas ao sistema polifásico, licenciadas pela Westinghouse Electric em 1888, lhe renderam “uma quantia considerável de dinheiro e se tornaram a pedra angular do sistema polifásico que a empresa acabou comercializando”. Tentando desenvolver invenções que pudesse patentear e poder comercializar, Tesla conduziu uma série de experimentos com osciladores/geradores mecânicos, tubos de descarga elétrica e a radiografia, que utiliza raios X (cf. Souza, 2016) para ver um material cuja composição não é uniforme como o corpo humano. Tesla escreveu mais tarde que se interessou em demonstrações de eletricidade por conta de seu professor de Física. Tesla observou que tais demonstrações desse “fenômeno misterioso” o fizeram querer “conhecer mais essa força maravilhosa”.

Tesla era capaz cognitivamente de realizar cálculo integral “em sua cabeça”, o que levou seus professores a acreditar que ele estava trapaceando. Ele terminou o período escolar de quatro anos em três anos e se formou em 1873 quando retornou a Smiljan. Logo após sua chegada, ele contraiu cólera, ficou de cama por nove meses e quase morreu várias vezes. O pai de Tesla, em um momento de desespero e que originalmente queria que ele ingressasse no sacerdócio, prometeu mandá-lo para a melhor escola de engenharia se ele se recuperasse da doença. Em 1874, Tesla evitou o recrutamento para o Exército Austro-Húngaro em Smiljan fugindo para o Sudeste de Lika até Tomingaj, perto de Gračac. Lá, ele explorou as montanhas vestindo trajes de caçador. Tesla disse que esse contato com a natureza o tornou mais forte, tanto física quanto mentalmente. Ele leu muitos livros enquanto estava em Tomingaj e depois disse que as obras de Mark Twain (1835-1910) o ajudaram a se recuperar milagrosamente de sua doença anterior. Em 1875, Tesla se matriculou no Politécnico Austríaco em Graz, na Áustria, após conseguir uma bolsa. Durante seu primeiro ano, Tesla não perdeu uma aula, obteve as notas mais altas possíveis, passou em nove exames, quase o dobro do necessário, fundou um clube cultural sérvio e até recebeu uma carta de recomendação do reitor da faculdade técnica a seu pai, que dizia: - “Seu filho é uma estrela de primeira linha”. Tesla afirmou que ele trabalhava das 3h às 11h, exceto em domingos ou feriados. Ele ficava “mortificado quando [seu] pai desprezava [aquelas] honras duramente conquistadas”. Após a morte de seu pai, em 1879, Tesla encontrou um pacote de cartas de seus professores para seu pai, avisando que, a menos que ele fosse removido da escola, Tesla morreria por excesso de trabalho. No final de seu segundo ano, ele perdeu sua bolsa de estudos e tornou-se viciado em jogos de azar. Durante seu terceiro ano, Tesla perdeu sua mesada e seu dinheiro em apostas e, mas mais tarde nos Estados Unidos da América, ficou novamente reconhecido por jogar bilhar originado no séc. XV.

Quando chegou a hora das benditas provas universitárias, Tesla estava despreparado e pediu uma extensão para estudar, o que lhe foi negado. Ele não recebeu as notas no último semestre do terceiro ano e não se formou na universidade. Em dezembro de 1878, Tesla deixou Graz e cortou todas as relações de contato com sua família para esconder o fato de que ele abandonou a universidade. Seus amigos pensaram que ele havia se afogado no próximo rio Mur, Tesla se mudou para Maribor, onde trabalhou como desenhista por 60 florins por mês. Ele passava seu tempo livre jogando cartas com homens locais nas ruas. Em março de 1879, o pai de Tesla foi a Maribor implorar ao filho que voltasse para casa, mas ele recusou. Nikola sofreu um colapso nervoso na mesma época. Em 24 de março de 1879, Tesla foi devolvido a Gospić sob guarda policial por não ter uma autorização oficial de residência. Em 17 de abril de 1879, Milutin Tesla morreu aos 60 anos de idade após contrair uma doença não especificada. Algumas fontes dizem que ele morreu de derrame. Durante esse ano, Tesla ensinou uma grande classe de alunos em sua antiga escola em Gospić. Em janeiro de 1880, dois tios de Tesla reuniram dinheiro suficiente para ajudá-lo a deixar Gospić para ir para Praga, onde ele estudaria. Mas chegou relativamente tarde para se matricular na Universidade Carolina; ele nunca estudara grego, uma disciplina obrigatória; e ele era “analfabeto” em tcheco, outra disciplina necessária. Tesla, no entanto, assistiu a aulas de filosofia na universidade como ouvinte, mas não recebeu notas para os cursos.

Na esteira de suas invenções também construiu um barco de controle remoto, um dos primeiros já exibidos. Tesla tornou-se reconhecido como inventor e demonstrou suas realizações para celebridades e patronos ricos em seu laboratório de trabalho, e destacou-se didaticamente por seu talento em palestras públicas. Durante a década de 1890, Tesla seguiu suas ideias para “iluminação sem fio” e “distribuição mundial de energia elétrica sem fio” em seus experimentos técnicos de alta tensão e alta frequência em Nova Iorque e Colorado Springs. Em 1893, ele fez pronunciamentos pioneiros sobre a possibilidade de “comunicação sem fio com seus dispositivos”. Tesla tentou colocar essas ideias em uso prático em seu projeto inacabado da Wardenclyffe Tower, uma transmissora pragmaticamente sem fio intercontinental de comunicações e energia, mas ficou sem dinheiro antes que pudesse concluí-lo. Depois de Wardenclyffe, Tesla experimentou uma série de invenções nas décadas de 1910 e 1920 com graus variados de sucesso. Tendo gasto a maior parte de seu dinheiro, Tesla morava em uma série de hotéis de Nova Iorque, deixando para trás contas não pagas. Ele morreu na cidade de Nova Iorque em janeiro de 1943. Seu trabalho caiu em relativa obscuridade após sua morte, até 1960, quando a Conferência Geral de Pesos e Medidas nomeou a unidade SI de densidade de fluxo magnético como tesla em sua homenagem. Houve ressurgimento popular em Tesla desde os anos 1990.

O trabalho humano é uma categoria social libertadora, gratificante, honrosa e santificadora. Quem conhece um ofício e tem vontade de trabalhar não ficará nunca sozinho, nem escravo, nem triste, nem ficará à mercê das tentações ou dos usuários, ganhará o paraíso na terra e um lugar no paraíso celeste. Hyacinthe Dubreuil (1883-1971), o operário francês nascido em Bérou-la-Mulotière, autor de “Standards”, uma surpreendente reportagem de 1930 sobre a sua experiência de trabalho nos Estados Unidos, escreve: “Ter uma profissão revelou-se no curso de minha viagem mais eficaz que possuir um talão de cheque. Nunca havia sentido, com tanto orgulho, a força produtiva e a independência do trabalhador”.  O trabalho é uma realização de uma criação por meio da obra do homem, é dever social, expiação, legítimo orgulho, autorrealização, fonte socialmente apreciável de ganho. O trabalho nos faz humanos, cidadãos, sociáveis, produtores e consumidores; nos legitima a desejar e a obter. Quando falamos de trabalho entendemos toda a atividade remunerada, seja ela manual, física, intelectual, autônoma ou dependente. Uma atividade que, quanto mais onívora e veloz, mais é apreciada. Sobretudo se exercida pelo homem, ela exige a precedência absoluta sobre qualquer outra atividade: o amor, a família, a distração, o lazer, as práticas religiosas, a formação e a saúde. Um bom trabalhador – seja ele bombeiro, gerente, empresário, puxa-saco ou ministro – irá se vangloriar de não ter um minuto de trégua ou um só dia de férias, de ficar no escritório até altas horas, de ter que levar trabalho para casa, de ser localizável e disponível 24 horas, durante todos os dias de trabalho previsto do ano. Antes do advento industrial não era assim: por definição, a aristocracia e o clero não trabalhavam; os camponeses trabalhavam segundo os ritmos sazonais, com exceção de todos os dais chuvosos; os artistas e os artesãos, salvo exceções raras e ilustres, tinham poucas encomendas e prazos longos para satisfazê-las. Somente na guerra havia um apoio de incentivo a acelerar as marchas, os avanços e as retiradas.  

A partir da Inglaterra de Bacon, da França de Descartes e a Itália de Galileu, o comportamento mental em relação ao progresso tecnológico mudará radicalmente, e a boa qualidade da vida será cada vez mais identificada com o bem-estar material, com o triunfo da razão sobre os sentimentos com a posse e a ostentação de bens e com a capacidade de produzir riqueza através do trabalho. O ócio, segundo De Masi (2003: 177), irá se tornar um desvalor, mesmo se a aristocracia prosseguir vivendo nos ombros dos outros; o saber científico e tecnológico será cada vez mais apreciado, em detrimento do saber humanista; o trabalho irá se tornar uma categoria central, devoradora, codificada, legal e moralmente sancionada. Quer dizer, durante os 200 anos da sociedade industrial, uma parte considerável per se da luta de classes dirá respeito exatamente à reconquista do ócio, por intermédio da redução provavelmente do horário de trabalho. Porém a vida cotidiana será tão cansativa e estressante que toda a mente e todo o corpo permanecerão mortificados, como tem sido estudo pela microssociologia, a tal ponto que não conseguirão desfrutar o ócio. Ao contrário daquilo quem desejava Aristóteles, o repouso será em função do trabalho, e os ritmos de trabalho estarão tão incutidos no trabalhador, que o acompanharão, no seu inconsciente, durante o sono ou nas férias. Até mesmo quando fizer amor, não será ele a amar, mas “a máquina que nele habita”, observou Jean-Paul Sartre (1905-1980). Família, escola, empresa e mídia competiram em direcionar e adestrar para a profissão, assim como em construir ligações cada vez mais estreitas entre o mundo da instrução e o da produção. A concorrência entre as empresas do mercado global foi antecipada por aquela entre os alunos da escola. Tudo conspirou para fazer do adulto um produtor eficiente e um consumidor insaciável.

Por mais crítico que se queira ser em relação ao sistema industrial, não se pode negar que ele se revelou capaz de proporcionar progressos científico-tecnológicos não menos surpreendentes que os progressos humanistas que o mundo helênico foi capaz de produzir. Tudo indica que se possa deduzir que a lentidão facilite não só a reflexão filosófica e a produção artística, mas também uma maior sabedoria, aquele maior equilíbrio interior que permite melhor apreciar a beleza e a verdade, atingindo níveis mais elevados e mais estáveis de bem-estar interior. A velocidade parece convir à pesquisa científica facilitando as suas invenções e as suas aplicações tecnológicas, mas reduzindo a atitude que as traduziria numa melhor qualidade de vida. Todos os dias e em todo o planeta nós admiramos obras-primas imortais, usamos produtos e mecanismos providenciais como a roda, a roldana, o moinho, o pão, o óleo, a massa; adotamos formas de agregação complexa como a democracia, os jogos e as festas. Mas não sabemos quem inventou tudo isso, como se concluíram criações tão geniais assim, quanto esforço foi necessário e como se difundiram. Algumas invenções foram atribuídas ao acaso, outras aos deuses, outras ainda o diabo, outras ao rei e outras ainda a um gênio em particular. Livremente dizemos que Roma foi fundada por Rômulo e Brasília por Kubitschek; que a Villa Adriana foi construída pelo imperador que lhe empresta o nome e que a mesquita de Isfahan foi construída pelo xá Abbas I; atribuímos os códigos a Justiniano e ao processo disciplinar de Napoleão; dizemos que os afrescos de Assis foram pintados por Giotto; que O Quarto Poder é uma invenção de Orson Welles; que a máquina a vapor foi descoberta por James Watt (1736-1819), e o cinema, pelos irmãos Lumière. Na maioria dos casos, a opinião pública atribui o prêmio Nobel a um cientista, mesmo quando a sua descoberta se deve a vários colaboradores.

            Nikola Tesla nunca se casou, nem teve filhos. Passou a maior parte da sua vida sozinho, afirmando que não se achava suficiente para nenhuma moça. Em sua rotina, estudava e teorizava experimentos, chegando aos seus dias finais exatamente como passou a vida: solitário e, ainda, sem dinheiro. Tesla sempre manteve uma rotina de trabalho intensa, dormia apenas duas horas por noite e tirava poucos cochilos para se manter atento. Participava de algumas ocasiões especiais com outros cientistas, que sempre lhe elogiavam. Suas interações sociais eram jantares raros, pois, na maioria dos dias se alimentava sozinho nos restaurantes Delmonico e, mais tarde, no Waldorf-Astoria Hotel. Sem família, residia no quarto 3327 do Hotel New Yorker. Anualmente, uma conferência era organizada no dia do seu aniversário, cerimônia que teve início aos seus 75 anos, com ajuda de seu amigo Kenneth Swezey (1904-1972). Era um dia incomum em sua rotina, recebia cartas e distribuía comida e bebida, com pratos que ele próprio criara. Além de convidar a imprensa para anunciar suas novas invenções e ouvir histórias antigas, assim como opiniões sobre eventos atuais. Saía regularmente para alimentar os pombos como é visto em uma catedral próxima, eram seus únicos amigos, com que ele mantinha uma relação peculiar. - “Venho alimentando os pombos, milhares deles, há anos, mas havia um pombo, um pássaro bonito, branco puro com detalhes cinza claro em suas asas.  

Aquele era diferente. Não importa onde eu ia, aquele pombo iria me encontrar; quando eu queria ver ela só tinha que desejar e chamá-la para que ela viesse voando até mim. Eu amei aquele pombo. Eu a amava como um homem ama uma mulher, e ela me amava”, disse o inventor em uma de suas últimas entrevistas. Já mais velho, com 81 anos, em uma de suas caminhadas noturnas para ver os animais, sofreu um acidente. Foi atropelado por um táxi e fraturou as costelas. Como se recusou a consultar um médico, nunca conseguiu se recuperar totalmente. Continuou trabalhando até seus últimos dias, mas apesar do talento, a remuneração financeira não era boa. Naquela época, suas invenções não eram tão apreciadas, e por isso ele precisava patentear quase tudo que criava. Era uma celebridade, mas empobrecido. - Ele morreu sozinho, um excêntrico estranho, em um hotel na cidade de Nova York em 1943. Torna-se claro que a vida de Tesla como um inventor estava indo para baixo, mas isso não o impediu de dar entrevistas aos jornais onde ele falava de ter inventado armas de partículas de feixe de morte capazes de matar milhões (o que tornaria a guerra impensável), explicou Nigel Caw-thorne, autor do ensaio biográfico: Tesla, A Vida e os Tempos de um Messias Elétrico, em entrevista ao programa Technology And Society, no ano de 2017.

           Tesla morreu em 1943 em um quarto de hotel em Nova York, onde viveu a última década de sua vida. – “Em 1951, os pertences de Tesla foram enviados para Belgrado, na Sérvia, graças aos esforços de seu sobrinho”, diz a entrevistadora Ivana Zoric. Quatro anos depois,  Museu Nikola Tesla foi inaugurado em Belgrado  e, contemporaneamente ele atrai milhares de visitantes todos os anos. Belgrado é a capital da Sérvia, no sudeste da Europa. O monumento mais significativo é o Beogradska Tvrđava, uma imponente fortaleza na confluência dos rios Danúbio e Sava. A fortaleza é uma prova da importância estratégica da cidade para os impérios romano, bizantino, otomano, sérvio e austríaco, e hoje abriga vários museus e o Kalemegdan, um vasto parque. O museu também recebe centenas de pesquisadores, uma vez que abriga um acervo em torno de 160 mil documentos de Tesla, incluindo planos de trabalho, esboços específicos e fotos. E embora os arquivos de Tesla sejam acessíveis em rede social online, muitos de seus pertences pessoais permanecem secretamente nos cofres, já que o museu não tem espaço suficiente para exposições. – “Nós temos a cama, a geladeira, o guarda-roupa de Tesla, 13 de seus ternos, 75 gravatas, mais de 40 pares de luvas, entre outras coisas”, revela Zoric. – “Esperamos poder exibir tudo quando tivermos um espaço maior”. 

            Em 1956, um ano após a abertura do museu, uma unidade para medir a força dos campos magnéticos recebeu o nome de Tesla. Ruas, escolas e um aeroporto na Sérvia foram batizados com seu nome. Tanto na Sérvia quanto na Croácia, Tesla está presente em cédulas e moedas. A famosa fabricante de automóveis dos EUA recebeu o nome do inventor e, em 2018, a empresa SpaceX lançou um veículo Tesla Roadster para Marte no foguete The Falcon, um foguete de dois estágios projetado e construído pela Space X no Estados Unidos. Mas a questão que nos interessa na modernidade é: o que Tesla pensaria do nosso futuro? – “Eu imagino que Tesla diria hoje que a humanidade está mais focada no conforto do que no futuro e nos problemas que podem surgir”. Enfim, o Tesla Roadster representa socialmente um carro elétrico recentemente e do tipo desportivo, produzido pela Tesla, sendo previsto para a sua produção. É a segunda geração do Tesla Roadster, sendo que a primeira geração foi produzida entre 2008 e 2012. O carro pode andar 1000 km num único carregamento das suas baterias e acelera de 0–100 km/h em 1,9 segundo. No início do desenvolvimento pragmático do automóvel em 1900 e nas décadas seguintes, veículos de propulsão elétrica desempenharam um papel importante no trânsito urbano. No entanto, mediante o avanço tecnológico na construção de veículos a combustão e a expansão da rede de postos de combustíveis, eles foram substituídos. A produção de veículos elétricos voltou a aumentar apenas nos anos 1990. 

         Nos anos 2000, baterias de lítio de alto desempenho foram adaptadas para veículos. Em dezembro de 2018, 5,3 milhões de carros de passeio elétricos estavam em uso mundialmente sejam plenamente elétricos ou carros híbridos plug-in. A primeira bateria de lítio começou com o físico e químico Gilbert Newton Lewis (1875-1946) em 1912, mas somente a partir de 1970 as primeiras baterias de lítio tornaram-se disponíveis comercialmente no dinâmico mercado globalizado. As tentativas de desenvolver baterias recarregáveis de lítio falharam devido a problemas de segurança. Por causa da instabilidade inerente do lítio metálico, especialmente durante o carregamento, a pesquisa então mudou seu foco para uma bateria não metálica de lítio usando íons de lítio. Embora sua densidade de energia seja ligeiramente inferior à do lítio metálico, após comprovada a segurança das baterias de íons de lítio, desde que tomadas determinadas precauções na sua carga e descarga, em 1991, a Sony Corporation comercializou a primeira bateria deste tipo. As baterias de íons de lítio são facilmente corrompidas, inflamáveis e podem até explodir em altas temperaturas. Incidentes desse tipo podem ocorrer quando as baterias de íons de lítio não são descartadas nos canais dedicados a elas, mas são jogadas fora com outros resíduos. A maneira como são tratadas pelas empresas de reciclagem pode danificá-las e causar incêndios, que podem levar a conflagrações em grande escala. Doze desses incêndios foram registrados em instalações de reciclagem suíças em 2023. Nunca a deixe exposta diretamente à luz do Sol, curto-circuito ou a abertura da embalagem também podem fazer com que a bateria se inflame. Felizmente, cientistas desenvolveram uma bateria flexível de íon de lítio que pode suportar condições extremas, incluindo corte, submersão e impacto balístico simulado. A ingestão de tais baterias pode levar um ser humano à provável morte.

Bibliografia Geral Consultada.

ALBERONI, Francesco, Statu Nascenti: Studi sui Processi Collettivi. Bologna: Società Editrice Il Mulino, 1968; ECO, Umberto, O Nome da Rosa. Rio de Janeiro: Editora Record, 1983; ELIAS, Norbert, A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar Editora, 1994; Idem, Escritos & Ensaios (I): Estado, Processo, Opinião Pública. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006; TRINKAUS, George, Tesla: The Lost Inventions. London: High Voltage Press, 2002; DE MASI, Domenico, Criatividade e Grupos Criativos. Rio de Janeiro: Sextante Editora, 2003; O’NEILL, John James, Prodigal Genius: The Life of Nikola Tesla. New York: Editor Cosimo Classics, 2006; CHENEY, Margaret, Tesla. El Genio al que le Robaron la Luz. Madrid: Editorial Turner Libros, 2009; TESLA, Nikola, Minhas Invenções: A Autobiografia de Nikola Tesla. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2012; BRAGA, Ubiracy de Souza, “Credibilidades Políticas”. In: https://www20.opovo.com.br/2014/11/03; CARLSON, Bernard, Tesla, Inventor de la Era Elétrica. 2ª Edición. Barcelona: Editorial Crítica, 2014; COOPER, Christopher, The Truth about Tesla: The Myth of the Lone Genius in the History of Innovation. Nova York:  Race Point Publishing, 2015; SOUZA, Aroldo Quinto, Nikola Tesla e os Estudos do Raio X: Releitura de uma História Quase Apagada. Tese de Doutorado. Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Ciência. Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016; LIMA, Aline Alves, O Ressurgimento do Sujeito pela Escrita Autobiográfica: O Caso de Nikola Tesla (1856-1943). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em História. Faculdade de História. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2017; CASTELLS, Manuel, O Poder da Identidade. 9ª edição. Rio de Janeiro: Editora Paz & Terra, 2018; SANTOS, Carlos Orlando Pereira dos, Sistema de Distribuição Aéreo de Energia Elétrica sem Rede de Baixa Tensão para Eliminar Furto e Fraude. Dissertação de Mestrado. Programa de Planejamento Energético. Instituto de Engenharia Mecânica. Itajubá: Universidade Federal de Itajubá, 2018; DUARTE, Ingrid de Sousa Rodrigues, Geração e Detecção de Campos Eletromagnéticos por Meio de Bobina de Tesla: Uma Proposta de Ensino a Partir de Organizadores Avançados Ausubelianos. Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Ensino de Física. Brasília: Universidade de Brasília, 2019; PERKO, Marko; STAHL, Stephen Michael, Tesla: A Vida e a Loucura do Gênio Que Iluminou o Mundo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora ‎ Globo Livros, 2023; Artigo: “Clássicos do Catálogo: Minhas Invenções, de Nikola Tesla”. In: https://editoraunesp.com.br/blog/05/08/2024; entre outros.