domingo, 9 de novembro de 2025

Megalopolis – Cinema, Elenco Histórico & Pensamento por Associação.

               Não tente encontrar tempo para escrever - crie tempo”. Francis Ford Coppola

                      

        Megalopolis é um filme de drama épico de ficção científica norte-americano de 2024, escrito, dirigido e produzido por Francis Ford Coppola. O filme apresenta um elenco que inclui Adam Driver, Giancarlo Esposito, Nathalie Emmanuel, Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jon Voight, Laurence Fishburne, Talia Shire, Jason Schwartzman, Kathryn Hunter, Grace VanderWaal, Chloe Fineman, James Remar, DB Sweeney e Dustin Hoffman. Ambientado em uma Nova York alternativa do século XXI, reestilizada como “Nova Roma”, o filme segue o arquiteto visionário Cesar Catilina (Driver) enquanto ele entra em conflito com o prefeito corrupto Franklyn Cicero (Esposito), que se opõe aos planos de Catilina de revitalizar Nova Roma construindo a utopia futurística “Megalopolis”. O filme se baseia na história romana, particularmente na conspiração catilinária de 63 a.C. e na decadência da República Romana no Império Romano. Em 1977, Coppola teve a ideia de fazer um filme traçando paralelos entre a queda da República Romana e o futuro dos Estados Unidos da América, recontando a conspiração catilinária na Nova York moderna. Embora ele tenha começado a planejar o filme em 1983, o projeto passou décadas em um “inferno de desenvolvimento”. Francis Coppola tentou produzir o filme em 1989 e novamente em 2001, mas em cada vez, os estúdios se recusaram a financiá-lo, devido à série de decepções de bilheteria no final da carreira de Coppola e aos ataques de 11 de setembro, respectivamente. 

         Desiludido com o sistema de trabalho de estúdio, Coppola não produziu Megalopolis até construir uma grande fortuna no ramo de vinificação. Ele gastou em torno de US$ 120 milhões de seu dinheiro para fazer o filme. As filmagens principais ocorreram na Geórgia de novembro de 2022 a março de 2023. Historicamente o relógio é utilizado como medidor do tempo desde a Antiguidade, em variados formatos que o distinguem das mais antigas invenções com utilidade social humanas. Relojoaria é tanto o termo que designa o seu fabricante, como a loja onde são vendidos. Entre os primeiros relógios, ou horológios em português mais antigo, que se tem conhecimento estão os relógios de sol. Relógios simples de água ou areia são reconhecidos por ter existido na Babilônia e no Egito em torno do século XVI a. C. A história etnográfica registra que apareceu na Judeia, mais ou menos em 600 a. C., com os relógios de água (clepsidras) e os relógios de areia (ampulhetas). Em 725 d. C., Yi Xing, um monge budista chinês desenvolveu um relógio mecânico que tinha um complexo sistema de engrenagens e 60 baldes de água que correspondiam aos 60 segundos que fazia uma revolução completa em 24 horas. Em 797 (ou 801), o califa de Bagdá, Harune Arraxide, presenteou Carlos Magno (742-814), com um elefante asiático chamado Abul Abbas e um relógio mecânico de onde saía um cavaleiro que anunciava as horas. 

       Magno foi rei dos francos a partir de 768, rei dos lombardos a partir de 774 e imperador dos romanos a partir do ano 800. Durante o início da Idade Média, Carlos Magno uniu a maior parte da Europa ocidental e central. É o primeiro imperador reconhecido a governar desde a queda do Império Romano do Ocidente cerca de três séculos antes. Isso indica que os primeiros relógios mecânicos provavelmente foram inventados pelos asiáticos. Contudo, embora exista controvérsia sobre a construção do primeiro relógio mecânico, o papa Silvestre II é considerado no mundo ocidental o primeiro inventor. Os primeiros relógios mecânicos, muito rudimentares, surgiram por volta de 1200 no norte da Europa, na região onde se constituiu a atual Alemanha. Outros grandes construtores e aperfeiçoadores de relógios foram Ricardo de Walinfard (1344), Santiago de Dondis (1344), seu filho João de Dondis que ficou reconhecido como Horologius, e Henrique de Vick (1370). Por volta de 1500, Peter Henlein, na cidade de Nuremberg, fabricou o primeiro relógio com utilidade de uso social de bolso. Até que, em 1595, Galileu Galilei descobre o isocronismo. Com os relógios mecânicos surge uma grande variedade de técnicas de registro da passagem do tempo. Os relógios podem ser classificados de pêndulo, de quartzo ou cronômetros. Os primeiros  utilizados foram os relógios de bolso. Eram muito raros e tidos como verdadeiras “joias”.                

Os relógios de bolso eram símbolo da alta aristocracia. A divisão do dia em horas só aconteceu quando o astrofísico Galileu Galilei (1564-1642) definiu as regras do movimento pendular e sua impressionante regularidade. Diz-se que o isocronismo do pêndulo foi descoberto por Galileu quando, numa missa, observou a oscilação de um candelabro suspenso do teto da igreja, tendo medido o período através da contagem dos seus batimentos cardíacos. Seja como for, o extraordinário Galileu viria a usar “o pêndulo nas suas experiências com o plano inclinado”. Mas isso foi por volta de 1600 e somente uns 100 anos depois é que surgiriam os ponteiros indicadores de minutos. Por essa ocasião, os relógios já eram olhados como “joias” e caracterizavam-se pela beleza estética e também riqueza. Os famosos relógios suíços tiveram origem em Genebra, por volta do século XVI e um nome é registrado como o iniciador de tudo: Daniel Jeanrichard (1665-1741), é um relojoeiro de Neuchâtel considerado tecnologicamente o fundador da indústria relojoeira no Jura. Se sua existência histórica está fora de dúvida, por outro lado, a questão de sua importância e de seu papel exato permanece sem solução. Figura guardiã de Neuchâtel, Daniel Jeanrichard foi rapidamente mitificado.

A indústria relojoeira evoluiu rapidamente e tornou-se um marco naquele país, tanto pelo desenvolvimento do designer como pela tecnologia de precisão. Com o advento dos relógios de quartzo, os suíços perderam a hegemonia mundial e nunca mais a recuperar. Os relógios de quartzo são muito mais baratos e precisos do que os relógios mecânicos. O relógio de pulso tem uma história bastante interessante que envolve Santos Dumont vivia sujando a roupa ao tirar o relógio do bolso, com as mãos manchadas de óleo enquanto trabalhava nos seus modelos de aviões. Para evitar esse contratempo, pediu a seu amigo Cartier que fabricasse um relógio que pudesse ser acomodado no pulso, e esse foi o primeiro relógio de pulso fabricado na França e chegou a ser chamado de Santos Watch. O relógio de pulso já era reconhecido, mas raramente usado: o exército inglês havia encomendado 1500 relógios a um fabricante suíço para colocar no pulso de militares, considerando que seriam mais úteis assim, durante a batalha. Mas foi depois do episódio com Santos Dumont que Cartier passou a fabricar relógios em série de pulso, criou fama como fabricante e difusor de utilidade de uso pelo mundo ocidental.

O filme Megalopolis reuniu Coppola com colaboradores anteriores, incluindo os atores Esposito, Fishburne, Remar, Shire e Sweeney, o diretor de fotografia Mihai Mălaimare Jr., o compositor Osvaldo Golijov e o filho de Coppola, o diretor de segunda unidade Roman Coppola. Como vários outros filmes de Coppola, Megalopolis teve uma produção problemática. Coppola adotou um estilo experimental, incentivando seus atores a improvisar e escrever certas cenas durante as filmagens, e adicionando suas próprias alterações de última hora ao roteiro. Membros do departamento de arte e da equipe de efeitos visuais, entre outros, deixaram o filme ou foram demitidos. Megalopolis foi selecionado para competir pela Palma de Ouro no 77º Festival de Cinema de Cannes, mas polarizou os críticos e os estúdios de Hollywood. Coppola não conseguiu encontrar um estúdio que reembolsasse seus custos de produção e pagasse por uma grande campanha de marketing. Ele optou por pagar por uma campanha publicitária, com a Lionsgate lançando o filme nos cinemas nos Estados Unidos. Ele sofreu uma corrida problemática para o lançamento: um trailer foi removido por usar citações fabricadas, e Coppola processou a comercial revista Variety por difamação “depois que ela publicou alegações de má conduta sexual por ele no set”. O filme estreou em Cannes em 16 de maio de 2024 e foi lançado nos cinemas em 27 de setembro de 2024. Foi um fracasso comercial, matematicamente arrecadando em torno de US$ 14,3 milhões contra um orçamento de US$ 120 a US$ 136 milhões.

As críticas foram mistas, com os críticos elogiando a ambição e o estilo do filme, mas achando-o caótico e irregular, sendo bastante polarizados em relação à atuação e à história. Megalopolis tem como representação social um filme épico norte-americano de drama e ficção científica escrito, dirigido e produzido por Francis Ford Coppola. Épico, no sentido cinematográfico, é um gênero que retrata contos de grandes heróis, onde todo seu centro se baseia em apenas um personagem principal ou de um povo. Contam tipicamente com grande produção, temas dramáticos sendo um grande espetáculo. O uso do termo mudou ao longo do tempo, às vezes, designa um gênero de filme e outras vezes é “simplesmente sinônimo de filme de grande orçamento”. Os filmes seguem o sentido clássico da literatura em um personagem heroico. A natureza ambiciosa de um épico ajuda a definir e o diferenciar de outros tipos de filme, tais como filmes de épocas ou aventuras. Filmes épicos normalmente contam um evento histórico ou mítico, adicionados a cenários extravagantes e trajes luxuosos, acompanhado de uma marcante trilha sonora e grande elenco, que iria torna-lo um dos mais caros filmes produzidos. Os temas comuns de filmes épicos são guerreiros, gladiadores ou uma figuração de vários períodos da história. Além de históricos, filmes de fantasia como O Senhor dos Anéis e Star Wars, também incorporam os elementos sociais personificados do cinema épico.

            Megalopolis é um filme ambicioso e controverso de Coppola, que explora temas como utopia, corrupção e ambição em uma Nova Iorque futurista após uma catástrofe. A obra, escrita e dirigida por Coppola, tem sido recebida com reações polarizadas, com muitos críticos elogiando sua ousadia e originalidade, enquanto outros criticam sua narrativa fragmentada e excesso de ideias. Coppola desafia convenções cinematográficas com uma estética singular, abordando temas complexos de forma não convencional. O elenco é histórico e talentoso com Adam Driver, como o arquiteto César Catilina, entrega uma performance intensa e convincente. O filme provoca reflexões sobre o futuro das cidades, a natureza da ambição e os limites da utopia. A narrativa critica a influência do dinheiro e a corrupção na sociedade, explorando a luta entre o idealismo e o pragmatismo. A história dialeticamente pode parecer dispersa e difícil de acompanhar, com muitas subtramas e personagens. Alguns críticos de cinema sentiram que o filme carece de humanidade e conexão emocional com os personagens. A quantidade de temas abordados pode prejudicar a compreensão, a tolerância e o aprofundamento de cada um. A estética grandiosa e teatral pode parecer excessiva para alguns espectadores. Megalopolis é um filme que divide opiniões, last but not least, mas é inegável que se trata de uma obra cinematográfica ambiciosa e singular. Francis Ford Coppola, aos 85 anos, entrega um épico pessoal que desafia convenções e provoca reflexões sobre o futuro. Apesar de suas falhas narrativas, oferece momentos de beleza visual e intelectual, e é uma experiência cinematográfica que certamente não deixará ninguém indiferente.

        Em primeiro lugar, o tempo é o mesmo princípio hegeliano, que o Eu=Eu da autoconsciência pura; mas é o mesmo princípio ou o simples conceito ainda em sua total exterioridade e abstração – como o mero vir-a-ser intuído, o puro ser-em-si como simplesmente um vir-fora-de-si. O tempo é contínuo como o espaço, pois ele é a negatividade abstrata e nela ainda não há nenhuma diferença real. No tempo, diz-se, tudo surge e tudo passa e perece, se se abstrai de tudo, do recheio do tempo e do recheio do espaço, fica de resto o tempo vazio comparativamente como o espaço vazio – isto é, são então postas e representadas estas abstrações de exterioridade, como se elas fossem existentes por si. Mas não é o que no tempo surja e pereça tudo, porém o próprio tempo é este vir-a-ser, surgir e perecer, o abstrair essente. O real de análise é bem diverso do tempo, mas também essencialmente idêntico a ele. O real é limitado, e o outro para esta negação está fora dele, a determinidade é assim nele exterior a si, e daí a contradição de seu ser; a abstração opera nessa exterioridade de sua contradição e a inquietação da mesma é o próprio tempo. O finito é transitório e temporário, porque ele não é, como ocorre na representação do conceito nele mesmo, a negatividade total, mas em si, como sua essência universal, entretanto, diferentemente da mesma essência, é unilateral, e se relaciona à mesma essência como à sua potência. Na sua identidade conseguem livremente existente para si, Eu=Eu, é “em si” e “para si” a absoluta negatividade e liberdade. O tempo não é potência dele, nem está no tempo nem é algo temporal. É mais a potência do tempo, e este apenas esta negatividade como exterioridade. Só o natural, é, enquanto é finito, sujeito ao tempo; na constituição da ideia, o espírito que é eterno. 

A intuição trabalhada, em segundo lugar, tal como a entendera Gaston Bachelard, significa assumir com essa ideia a existência de dois polos necessariamente presentes no universo cultural humano. O polo da objetividade e polo da subjetividade, todavia, entrelaçados e mediados nos duros e doces caminhos da constituição da mediação científica assim como dos demais caminhos existentes, esta ideia cara à concepção de ciência nestes tempos. O pensamento de Bachelard se faz contemporâneo na atualidade potente de sua reflexão. Felizmente fora da dinâmica consensual entre pesquisadores, pois é conhecido por sua filosofia não cartesiana, não bergsoniana, não aristotélica e não kantiana, visto que sua obra excede a epistemologia e a estética e comunicação com diferentes áreas de saber. Representou o novo espírito científico que, ao refletir sobre episteme, o conhecimento, problematiza o erro em sua positividade e a importância real da retificação. Seu novo racionalismo aberto e dinâmico, histórico e factual, inova a concepção de imaginação social, porque explora os devaneios e desconfia das metáforas progressivas. A formação das expectativas não leva em consideração os fatores comparativos previstos na sociedade como muito incertos. Embora, em determinadas situações, fatos muito incertos possam se tornar decisivos, tornando-se um guia razoável para as decisões correntes e os eventos a que se atribui um grau elevado de confiança. Sem temor a erro, foi considerado um “filósofo da solidão feliz” que a procura de instantes poéticos nos desestabiliza nas incertezas do mundo contemporâneo objetivo. A intuição como forma de representação do conhecimento consiste na capacidade de conhecer algo sem de fato ainda entender seu funcionamento. Está fundamentada na noção inicial que temos sobre algo, noção esta basicamente na históriada filosofia que nasce da experiência sensorial e/ou de uma análise superficial das características que compõe determinado elemento.

Tomando como base esta noção inicial, conseguimos entender de forma pouco esclarecida do que se trata determinado elemento e já nos dispomos a emitir juízos acerca do mesmo. Todas estas concepções do homem, que se expressam de diversas formas, nasceram a partir da análise que seus sentidos o proporcionaram fazer. Mas há algo a mais nisto. Não bastariam ele olhar para a pedra e sentir seu peso para concluir estas coisas. Teria o homem que pensar por associação, por comparação. Entre habilidades ou competências importa destacar a relação contígua entre o ser capaz de pensar e o ser capaz de aprender. Teria o homem que se basear em outras experiências. Têm-se nas reflexões anteriores, comparativamente, um exemplo desta forma básica de entender o mundo que nos cerca. O pensamento por associação. O conhecimento que se constrói através de memórias de experiências passadas e logo comparações com experiências presentes. O raciocínio intuitivo da forma como foi apresentado, revela-nos uma superficialidade na forma de compreender o mundo. Retomando ao exemplo do homem: o mesmo não saberia explicar o porquê de nenhuma de suas conclusões, visto que ele se baseou somente em suas antigas experiências. Os fatos usados para formar a conclusão, não são compreendidos pelo homem, ele apenas sabe que são tal como são e aceita isso como natural. Além dessas substâncias e de outras, que estão em menor quantidade, o ar, por exemplo, também apresenta gotículas de água, poeira, e sobretudo partículas de vírus, bactérias e outro micro-organismos. Não entende ele, no plano da teoria “como” e nem o “por que” daqueles fatos sociais do dia a dia se apresentarem daquela maneira. Tudo que ele sabe, foi captado pelos sentidos, guardado em sua memória. Em seu dia-a-dia para entender o mundo que lhe é anterior e está ao seu redor. 

            Francis Ford Coppola é um produtor, roteirista e cineasta ítalo-norte-americano. Coppola é mais reconhecido internacionalmente por dirigir uma das mais aclamadas trilogias da história do cinema, The Godfather e clássicos como Apocalypse Now, The Conversation, Bram Stoker`s Dracula, entre outros, e por escrever o roteiro do premiado Patton. É filho do compositor Carmine Coppola, e pai da cineasta Sofia Coppola, avô da também cineasta Gia Coppola, tio do ator Nicolas Cage e irmão da atriz Talia Shire. Foi indicado 14 vezes ao Oscar e venceu por 5 vezes. Nascido em Detroit, em 1939, numa família ítalo-americana vinda de Bernalda, Basilicata, Coppola cresceu no bairro de Queens em Nova Iorque, para onde a família se mudou após o seu nascimento. O pai, Carmine Coppola, era músico e compositor, quando uma canção sua surge em Tucker: Um Homem e o Seu Sonho, 1988 e a mãe atriz. Quando tinha nove anos contraiu poliomielite. Coppola estudou cinema na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e enquanto por lá fez inúmeros pequenos filmes. Nos fins da década de 1960, começou a sua carreira profissional realizando filmes de baixo orçamento com Roger Corman (1926-1924) e escrevendo roteiros. Logo a seguir à realização do seu primeiro filme You’re a big boy now, foi oferecida a Coppola a direção da versão para cinema do musical da Broadway, Finian’s Rainbow, protagonizado por Petula Clark, no que era o seu primeiro filme nos Estados Unidos, e pelo veterano Fred Astaire (1899-1987).

       Treinada para cantar por sua mãe, Petula Clark embarcou em uma carreira iniciada com a tenra idade de sete anos. Sua mãe galesa, de nome Doris, era uma soprano talentosa e ensinou-lhe muito. Cresceu em Epsom, Surrey. O pai de Petula, Leslie, queria ser ator, mas foi desencorajado por seus pais. Ele tornou-se gerente de Petula, manteve rigoroso controle de sua vida, e muitos achavam que ele cumpriu seus sonhos de "showbusiness" através dela. Logo se fixou em programas de rádio britânicos e iniciou a interpretação de seu próprio show regular - Pet’s Parlour – consistindo de uma coletânea de canções patrióticas projetadas para impulsionar o moral das tropas britânicas na 2ª guerra mundial (1939-1945). Contava então 11 anos de idade. Após entreter as tropas ao lado de estrelas como Julie Andrews e Anthony Newley, Clark debutou no cinema com o filme “A Medal for the General”, em 1944. No alvorecer dos anos 1950, já era uma superstar em todo o Reino Unido, com o compromisso de atuar em duas dúzias de filmes. Em 1954 “The Little Shoemaker” foi seu primeiro sucesso que esteve entre as vinte mais preferidas do público, enquanto que em 1960 a canção “Sailor” obtinha índices expressivos de sucesso. Esforçou-se para verter sua imagem de adolescente. Após vender 1 milhão de cópias em 1961, com a canção “Romeo”, casou-se e mudou-se para Paris (França), estabelecendo uma base forte com a peculiaridade de fãs das canções “Ya Ya Twist” (1962), “Chariot” (2003) e “Monsieur” (1989), que marcou uma nova fase de seu repertório, mais sofisticado e escorado por vocais cristalinos.

Surfando a onda da chamada “invasão britânica”, Clark pôde finalmente penetrar no mercado estadunidense em 1964 com o mega sucesso vencedor de um Grammy “Downtown”, aliás, o primeiro e único alcançado por uma mulher britânica que estourou nas paradas do Top Ten (bendita dez mais) dos Estados Unidos da América. Mas não ficou só nisso. Outros sucessos alcançaram o Top Ten, escritas e com arranjos de Tony Hatch, como em 1965 “I Know a Place” e em 1966 “I Couldn't Live Without Your Love” e o estrondoso sucesso “My Love”. Ao mesmo tempo ela resplandeceu em toda a Europa, estando nas primeiras posições do sucesso em 1967 com a canção “This is my Song” composta para o filme “A Countess From Hong Kong”. Atuou em seu próprio programa na BBC de Londres e em 1968 participou do controvertido especial do canal NBC, quando os patrocinadores pediram que um segmento com o convidado Harry Belafonte fosse editado, pelo fato de ele ser negro e estar encostado em Petula Clark nas gravações. Depois de um protesto de Clark o filme permaneceu conforme a gravação.

No fim dos anos 1960, o status comercial de Petula Clark deslanchou enquanto canções como “Don’t Sleep in the Subway”, “The Other Man’s Grass is Always Greener” e “Kiss Me Goodbye” faziam sucesso em ambos os lados do Atlântico. Em 1968 também reiniciou sua carreira no cinema estrelando “Finian’s Rainbow” seguido um ano mais tarde por Goodbye Mr. Chips. Foi a primeira mulher do Reino Unido a ganhar um Grammy, cantou com Frank Sinatra e Barbra Streisand, e no já citado filme Finian`s Rainbow , que foi um de seus 30 filmes em que participou, ela dançou com Fred Astaire. Seu hit, Downtown, participou de forma marcante do seriado Lost da American Broadcasting Company americana, quando a personagem Juliet (Elizabeth Mitchell) a escuta. Esse mesmo hit fez parte da trilha sonora do filme “Girl, Interrupted”, lançado em 1999, com a participação de Winona Ryder e Angelina Jolie. No ano de 2014 teve muitos shows agendados, principalmente uma turnê na Austrália. Em 2015 dentre outras, fez apresentações em Paris, na França, em show no Palais des Congrès, no dia 24 de janeiro e no Glenn Gould Prize`s, no dia 14 de abril, em Toronto, no Canadá.

Em outubro de 2016 fez um “Concert Tou” na Grã Bretanha, apresentando a performance do novo álbum “From Now On”. Apresentou shows em maio de 2017, entre os dias 13 e 28, na Austrália, onde essa legendária estrela do cinema e da música destacou sua performance no álbum “From Now On”, lançado pelo UK Pop Legend, em 2016, além de outros sucessos inesquecíveis. Petula fez uma aparição em um comercial de televisão de Natal, do Aeroporto de Londres Heathrow em 2017, acompanhada de sua música: “I couldn't live without your love”. Realizou em novembro e dezembro de 2017, vários shows nos Estados Unidos da América. Em maio de 2018, fez um tour com concertos no Canadá. Ainda em 2018 realizou turnê pelos Estados Unidos da América, em novembro/dezembro. Cumpriu agendas no mês de maio de 2019 na Austrália (QPAC Concert Hall) e em junho no Francos de Montréal Festival Canadá. Em março de 2019 foi anunciado que poderia retornar ao palco (Londo`s West End), na performance do renascimento de Mary Poppins, como “The bird Woman” (mulher-pássaro). Suas apresentações nesse roteiro iniciaram-se em 23 de outubro de 2019 a deveriam se estender até 29 de março de 2020, no Prince Edward Theatre, em Londres, Inglaterra, mas a pandemia do novo Coronavírus interrompeu não só tal performance como os shows mundiais de Petula Clark. As apresentações, entretanto, retornaram em 2022, com o recrudescimento da pandemia, tanto que em 14 de novembro de 2022 após a performance de Petula no mesmo Prince Edward Theatre, após o show, foi homenageada pela chegada do aniversário de 90 anos de idade, que se celebra todo dia 15 de novembro. Clark apareceu no show Old Friends de Stephen Sondheim, que foi ao ar na BBC em janeiro de 2023. Ela cantou “I`m Still Here” de Follies. A gravação em CD desta apresentação foi lançada física e digitalmente em dezembro de 2023. Petula Clark, ao longo de sua carreira já vendeu um total de 75 milhões de cópias e segue contando.

O produtor Jack Warner, mutais mutandis, mal impressionado com o aspecto hippie de Coppola, deixou-o entregue a si mesmo. Coppola pegou o elenco e foi para Napa Valley rodar os exteriores, mas as diferenças entre estas filmagens e as gravadas em estúdio eram enormes, o que resultou num filme pouco homogêneo. Sendo feito com material obsoleto, o sucesso não foi grande, mas sem dúvida o seu trabalho com Petula Clark contribuiu para a sua nomeação para o Globos de Ouro como melhor atriz. No entanto foi em 1972 que Coppola conseguiu ser reconhecido mundialmente por dirigir um dos clássicos mais aclamados do cinema The Godfather, Coppola adaptou do livro homônimo escrito por Mario Puzo. The Godfather venceu o Oscar de melhor filme e Coppola foi indicado a melhor diretor e venceu junto com Puzo na categoria de melhor roteiro adaptado. Em 1974 Coppola deu sequência a The Godfather com The Godfather: Part II que se tornaria a primeira sequência a ganhar o Oscar de melhor filme, The Godfather: Part II venceu em outras cinco categorias, incluindo melhor diretor e melhor roteiro adaptado para Coppola. Neste período escreveu o roteiro para The Great Gatsby, estrelado por Mia Farrow e Robert Redford, mas que foi um merceologicamente um desastre completo em nível comercialização do produto no mercado e, sobretudo, da crítica, e produziu o segundo filme de George Lucas, American Graffiti (1973).    

Após o sucesso dos dois The Godfather (1972), Coppola dedicou-se a um projeto ambicioso, Apocalypse Now (1979), baseado em Heart of Darkness de Joseph Conrad. A realização do filme foi marcada por inúmeros problemas, desde tufões, e abuso de drogas, até ao ataque de coração de Martin Sheen e à aparência inchada de Marlon Brando, que Coppola tentou esconder, filmando-o na sombra. O filme foi adiado tantas vezes, que chegou a ser alcunhado de “Apocalypse Whenever”. Quando finalmente estreou, o filme foi amado e odiado pela crítica e os seus elevados custos quase levaram ao colapso da American Zoetrope, o estúdio recém criado de Coppola. No documentário de 1991, Hearts of Darkness: A Filmmaker’s Apocalypse, dirigido pela esposa de Coppola, Eleanor Coppola, Fax Bahr e George Hickenlooper relatam as dificuldades que a equipe passou e mostra cenas dessas dificuldades filmadas por Eleanor. Apesar dos contratempos e problemas de saúde que Coppola sofreu durante a filmagem de Apocalypse, continuou com os seus projetos. Em 1981 apresentou a restauração do filme de 1927 Napoléon, editado nos Estados Unidos da América pela Zoetrope. No entanto, somente em 1982 é que Francis voltou à realização, com o filme One From the Heart, que foi um fracasso enorme, tendo, no entanto, criado um certo culto à sua volta vários anos depois. Entretanto, o cinema é assim, pois, esse filme lhe deixou uma dívida de 30 milhões de dólares. Somado à falência de seu estúdio, fez com que o diretor entrasse em um período conturbado, em que teve que aceitar dirigir e associar seu nome a diversos trabalhos encomendados, que normalmente não lhe despertariam interesse.

Em 1986, Coppola e George Lucas dirigiram o filme Captain Eo, com Michael Jackson, para os parques temáticos da Walt Disney, que até àquela conjuntura tinha sido “o filme mais caro por minuto já feito”. Em 1990 completou a série dos filmes “Godfather” com The Godfather: Part III que, entretanto, não sendo aclamado pela crítica como os anteriores, foi um grande sucesso de bilheteira e indicado a sete Óscares, incluindo um de Melhor Diretor e outro de Melhor Filme. A Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) originalmente anunciou em dezembro de 1952 uma refilmagem do filme mudo de 1925 Ben-Hur: A Tale of the Christ como um modo de gastar seus recursos italianos. Stewart Granger e Robert Taylor supostamente estavam concorrendo ao papel principal. O estúdio anunciou nove meses depois que realizaria o filme em CinemaScope, uma técnica cinematográfica que utiliza lentes anamórficas para gravar e projetar imagens em tela larga, criando uma experiência mais imersiva para o espectador, com as filmagens começando em 1954. A Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), uma renomada empresa de produção e distribuição de filmes e televisão. A MGM anunciou em novembro de 1953 que havia contratado Sam Zimbalist para produzir o filme e Karl Tunberg para escrever o roteiro. Sidney Franklin seria o diretor enquanto Marlon Brando estaria no papel de Judah Ben-Hur. Zimbalist afirmou que o roteiro de Tunberg estava finalizado e anunciou em setembro de 1955 que a produção começaria em abril de 1956 com orçamento de sete milhões de dólares, com as filmagens durando seis ou sete meses em Israel ou no Egito com o novo processo widescreen de 65 mm da MGM. Entretanto, o estúdio suspendeu a produção do longa no início de 1956. Decisões judiciais no final da década de 1950 forçaram os estúdios a pararem de investir em cadeias de cinemas, com a pressão competitiva da televisão criando preocupações financeiras na MGM.

Inspirado pelo sucesso em 1956 do épico bíblico The Ten Commandments da Paramount Pictures e em uma aposta para salvar o estúdio, o chefe da MGM Joseph Vogel anunciou em 1957 que eles estavam novamente colocando a refilmagem de Ben-Hur em andamento. As filmagens começaram em maio de 1958 e terminaram em janeiro do ano seguinte, com a pós-produção durante seis meses. O orçamento inicial era de sete milhões de dólares, porém tinha crescido para dez milhões em fevereiro de 1958, alcançando a quantia de 15,175 milhões no início das filmagens – sendo o filme mais caro já produzido até então. Uma mudança notável no filme envolveu seus créditos iniciais. O diretor William Wyler estava preocupado que o tradicional rugido de Leo, o Leão (a mascote da MGM) criaria o clima errado para a sensível e sagrada cena de abertura do nascimento de Jesus, ele acabou conseguindo uma permissão especial dos executivos do estúdio para iniciar o filme com um logo em que Leo permanece quieto.

O filme Ben-Hur, vencedor de 11 Oscars, é um dos mais notáveis épicos de todos os tempos. Épicos de guerra são geralmente centrados em batalhas especificas, “campos de concentração” ou as consequências de viver na guerra ou no país ocupado. Ben-Hur estreou em Nova Iorque em 18 de novembro de 1959 depois de um trabalho de divulgação que custou 14,7 milhões de dólares. Foi o filme de maior arrecadação do ano e no processo se tornou o segundo filme de maior bilheteria, atrás apenas de Gone with the Wind (1939). Venceu um recorde de onze Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Fotografia em Cor, um feito igualado apenas em duas ocasiões por Titanic (1997) e The Lord of the Rings: The Return of the King (2003) Além disso, Ben-Hur venceu três Prêmios Globo de Ouro para Melhor Filme – Drama, Melhor Diretor e Melhor Ator Coadjuvante. É um dos melhores filmes já realizados, sendo selecionado para preservação em 2004 no National Film Registry por ser “culturalmente, historicamente ou esteticamente significante”.

No ano 26, o rico príncipe Judah Ben-Hur vive em Jerusalém com sua mãe Miriam, sua irmã Tirzah, seu leal escravo Simonides e a filha deste Esther, que é apaixonada por Ben-Hur, mas está prometida a outro homem. Seu amigo de infância Messala trabalha como tribuno militar. Messala retorna para Jerusalém depois de vários anos longe como o novo comandante da guarnição romana local. Ele acredita na glória de Roma e seu poder imperial, enquanto Ben-Hur é devoto de sua fé e da liberdade do povo judeu. Algumas telhas soltas caem do telhado da casa de Ben-Hur durante um desfile para Valério Grato, o novo governador da Judeia. Grato é jogado de cima de seu cavalo assustado e é quase morto. Messala, cujas relações com Ben-Hur já estavam abaladas após ele recusar-se a lhe entregar os nomes dos rebeldes Israelitas que conspiravam contra o Império, condena o mesmo a ser escravo, mesmo sabendo que o episódio não passou de um acidente aprisionando Miriam e Tirzah. Ele espera intimidar a população judia ao prender um amigo de infância e cidadão israelita proeminente.

Ao longo dos séculos anteriores ao cerco, Jerusalém serviu como o centro religioso e nacional do povo judeu, tanto para aqueles na Judeia quanto para a ampla Diáspora judaica. À época da revolta judaica, a cidade havia atingido seu auge em tamanho e população, tornando-se uma das maiores cidades do Oriente romano. Com cerca de 450 acres (1.800 dunams), quase o dobro do tamanho da atual Cidade Antiga, estima-se que Jerusalém abrigava dezenas de milhares de habitantes, com estimativas variando de 25 000 a mais de 150 000. No centro de Jerusalém erguia-se o Segundo Templo, foco do culto e da identidade nacional judaica. Ele sucedera o Templo de Salomão, destruído pelos babilônios em 586/7 a.C., e foi reconstruído no final do século V a.C. durante o Retorno a Sião. No século I a.C., Herodes (r. 37–4 a.C.) expandiu e renovou o templo, transformando-o em um dos maiores santuários do mundo antigo.

Os escritos de historiadores greco-romanos atestam a importância e o esplendor de Jerusalém. O historiador grego do século II a.C. Políbio descreveu os judeus como “uma nação que vivia em torno de um templo chamado Jerusalém”, enquanto Tácito, historiador romano do século I d.C., escreveu que “Jerusalém é a capital dos judeus. Nela havia um templo possuindo enormes riquezas”. Fontes judaicas também celebram a grandiosidade da cidade e de seu templo. Uma tradição rabínica diz: “Não há beleza como a beleza de Jerusalém”, enquanto outra declara: “Aquele que não viu Jerusalém em seu esplendor nunca viu uma cidade bela em toda a sua vida. Aquele que não viu o Templo em sua plena construção nunca viu um prédio glorioso em sua vida”. O escritor romano Plínio, o Velho descreveu Jerusalém, à época de sua destruição, como “de longe a mais famosa das cidades do Oriente”. Durante as Três Festas de Peregrinação do judaísmo, Pessach, Sucot (Tabernáculos) e Shavuot (Semanas), a população de Jerusalém crescia consideravelmente, pois dezenas de milhares de visitantes da Judeia e do exterior viajavam até a cidade para cumprir rituais religiosos no templo. Um imposto anual de meio shekel era recolhido de adultos na Judeia e na diáspora para o templo. O constante fluxo de peregrinos contribuía para a prosperidade e a proeminência da cidade.

Jerusalém dividia-se em vários distritos distintos, incluindo a “cidade baixa”, uma área densamente povoada; a “cidade alta”, um bairro rico habitado pela elite de Jerusalém, incluindo famílias sacerdotais; e o Monte do Templo, coração religioso e político da cidade. A localização estratégica de Jerusalém, ladeada pelo Vale do Cédron a Leste e pelo Vale de Hinom ao Sul, fornecia barreiras naturais que dificultavam ataques diretos. Complementando essas defesas naturais, havia uma série de muralhas fortificadas, construídas e ampliadas ao longo da história da cidade. A primeira muralha, erguida no século II a.C. pelos primeiros reis hasmoneus sobre as fundações de uma muralha anterior construída pelos reis do Judá, cercava tanto a cidade baixa quanto a alta, formando o núcleo de Jerusalém. À medida que a cidade crescia, foi erguida a segunda muralha mais ao Norte, estendendo a proteção a bairros e distritos comerciais mais recentes. Nas décadas anteriores à revolta, a cidade expandiu-se ainda mais para o Norte, motivando a construção de uma terceira muralha. Essa muralha, iniciada pelo rei Herodes Agripa (41–44), pretendia cercar o novo subúrbio setentrional de Bezeta, mas suas obras foram interrompidas pelo imperador Cláudio por temor de uma revolta judaica ou devido à morte de Agripa. No entanto, após o início da revolta em 66 d.C., rebeldes judeus concluíram às pressas a terceira muralha para proteger a cidade contra o iminente ataque romano. Devido a sua construção apressada, a terceira muralha era mais fraca, deixando um ponto vulnerável que os romanos explorariam durante o cerco.

Em Roma, no ano 26, historicamente, o principal seria a política e a administração do Império Romano. O imperador Tibério governava e o Senado Romano ainda tinha um papel social na tomada de decisões, embora o poder imperial estivesse crescendo. A cidade de Roma, com sua população em constante crescimento, enfrentava desafios como o abastecimento de alimentos, a manutenção da ordem pública e a gestão de infraestruturas como aquedutos e estradas. Roma era uma cidade vibrante, com mercados movimentados, termas públicas, teatros e circos. Os moradores da cidade desfrutavam de uma variedade de atividades, desde assistir a corridas de bigas até participar de debates filosóficos. O Império Romano estava em um período de relativa estabilidade após o governo de Augusto, o primeiro imperador. Tibério, seu sucessor, continuou muitas das políticas de Augusto, mas era reconhecido por sua personalidade reservada e desconfiança. A sociedade romana era dividida em classes, com os patrícios no topo, seguidos pelos cavaleiros e plebeus. A escravidão é prática comum, e cotidiana em Roma era marcada por contrastes entre a riqueza de alguns e a pobreza de muitos.

A cultura romana era influenciada pela cultura grega, mas também desenvolveu suas próprias características em áreas como arquitetura, literatura e direito. O teatro, os jogos e os festivais eram formas populares de entretenimento. A religião romana era politeísta, com deuses e deusas que governavam diferentes aspectos da vida. Os templos eram lugares importantes devido à prática de culto, e os sacerdotes desempenhavam um papel significativo na sociedade. O ano de 26 marcou o início da crescente influência de Sejano, um prefeito pretoriano que buscava aumentar seu poder dentro do Império. Isso gerou tensões e intrigas inoportunas na corte imperial. A arquitetura romana estava em constante desenvolvimento, com a construção de edifícios públicos como o Coliseu e o Fórum Romano, que eram marcos da grandiosidade do Império. Enfim, Roma era um centro de poder e cultura, com o imperador Tibério no comando e uma sociedade diversificada e complexa. A cidade enfrentava desafios políticos, mas também oferecia uma rica variedade de atividades culturais e entretenimento para seus habitantes.

Como consequência, a amizade de ambos acaba definitivamente e Ben-Hur, que agora passa a considerar Messala como seu maior inimigo, jura que terá sua vingança contra ele. Ben-Hur é mandado três anos depois para o navio do cônsul romano Quinto Arrio, que foi encarregado da destruição da frota de piratas macedônios. Arrio admira a determinação e disciplina do escravo e se oferece para treiná-lo como gladiador e corredor de bigas. Ben-Hur recusa declarando que Deus irá ajudá-lo em sua busca por vingança. Arrio ordena que todos os escravos menos Ben-Hur sejam acorrentados aos remos durante o confronto contra os piratas. A embarcação é abalroada e afunda, porém Ben-Hur consegue libertar os outros escravos e salvar Arrio. O cônsul entra em desespero ao erroneamente acreditar ter sido derrotado e tenta se suicidar, mas historicamente, porém, Ben-Hur consegue impedi-lo. Eles são resgatados e Arrio é creditado pela vitória da frota espetacular romana. Arrio consegue pedir ao imperador Tibério (42 a.C- 37 d. C) que liberte Ben-Hur e acaba adotando-o com um gesto humanitário como seu próprio filho. Um ano depois ele está rico novamente, tendo aprendido os costumes romanos e se tornado um campeão de corrida de bigas, porém ainda pensa sobre sua família e sua terra natal.

Ben-Hur volta para a Judeia, reconhecendo durante o caminho Baltasar, um dos Três Reis Magos, e o árabe xeque Ilderim. O xeque ouviu falar das proezas de Ben-Hur como corredor e pede para que ele conduza sua quadriga em uma corrida diante do novo governador da Judeia: Pôncio Pilatos. Ben-Hur recusa o convite, mesmo depois de saber que Messala também vai competir. Ele volta para casa em Jerusalém, se encontrando com Esther e descobrindo que seu “casamento arranjado” não aconteceu e que ela ainda é apaixonada por ele. Ben-Hur visita Messala e exige a liberdade de sua mãe e irmã. Os romanos descobrem que Miriam e Tirzah pegaram lepra na prisão, as expulsando da cidade. As mulheres encontram Esther e imploram para que ela esconda suas condições de Ben-Hur para que ele se lembre delas como eram antes, então Esther mente e diz que elas morreram. Ben-Hur então muda de ideia e decide procurar vingança contra Messala ao competir na corrida de bigas. Messala usa durante a corrida uma biga com lâminas nas rodas para destruir outros competidores; o plano funciona a princípio e ele consegue tirar alguns adversários da disputa, mas Ben-Hur é um desafio bem mais difícil.

Conseguindo esquivar-se das investidas, com sua biga sofrendo apenas pequenas avarias, sem comprometer sua estrutura. Perto do final, ambos estão disputando a liderança e, ao perceber que Ben-Hur começa a ganhar a dianteira, Messala o ataca com o chicote. Durante a luta, nenhum dos dois percebem que as rodas de suas bigas se encaixaram uma na outra. Ben-Hur consegue tirar o chicote de Messala e, ao jogar sua biga para a esquerda, visando afastar-se das lâminas, acaba arrancando a roda da biga de seu ex-amigo, fazendo-a virar e jogando o rival ao solo, de modo que ele acaba sendo arrastado por vários metros pelos cavalos. O Romano não consegue soltar-se dos arreios e o competidor que vem logo atrás não tem tempo para desviar-se, de maneira que Messala acaba sendo pisoteado e atropelado até acabar caído praticamente inconsciente na pista, com seu sangue tingindo a areia. Por fim, dos nove competidores que iniciaram a corrida, apenas quatro conseguem concluí-la, com Ben-Hur sendo o vencedor. O público árabe presente ao evento vai ao delírio, contrastando com o espanto dos Romanos, especialmente Pilatos. A plateia está a ponto eufórica com a vitória do israelita que invade a arena para comemorar, forçando os soldados a conter os mais exaltados, a fim de que a festa não se transforme em tumulto. Messala é resgatado pelos assistentes e levado aos médicos, mas constatam que está mortalmente ferido e não irá sobreviver.

Porém, diz antes de morrer que em primeiro, “a corrida ainda não acabou” e que Ben-Hur poderá encontrar sua família, em segundo lugar “no Vale dos Leprosos, se conseguir reconhecê-las”. Ele visita a colônia de leprosos, conseguindo ver sua mãe e irmã sem que elas percebam. Ben-Hur rejeita suas propriedades e cidadania romana por culpá-los pela desgraça de sua família. Ele descobre que Tirzah está morrendo e decide levar ela e Miriam com a ajuda de Esther para ver Jesus, porém o seu julgamento diante de Pilatos já começou. Ben-Hur testemunha a crucificação de Jesus, com sua mãe e irmã sendo milagrosamente curadas durante uma chuva logo depois da crucificação. Ele em seguida declara: “E eu senti sua voz [de Jesus] tirar a espada da minha mão”. O filme apresenta um elenco extraordinário que inclui uma miscelânea de astros: Adam Driver, Forest Whitaker, Nathalie Emmanuel, Jon Voight, Laurence Fishburne, Aubrey Plaza, Shia LaBeouf, Jason Schwartzman, Grace Vander Waal, Kathryn Hunter, Talia Shire, Dustin Hoffman, D. B. Sweeney e Giancarlo Esposito. Foi lançado em 2024.

Bibliografia Geral Consultada.

RAMETTA, Gaetano, Concetto del Tempo: Eternitá e Darstellung Speculativa nel Pensiero di Hegel. Padova: Editore Franco Angelli, 1975; CASTORIADIS, Cornelius, A Instituição Imaginária da Sociedade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1982; BAUDRILLARD, Jean, A Transparência do Mal. Campinas: Papirus Editora, 1990; KAPLAN, E. Ann, A Mulher e o Cinema: Os Dois Lados da Câmera. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1995; MERLEAU-PONTY, Maurice, Le Cinema et la Nouvelle Psychologie. Paris: Éditions Gallimard, 1996; BENET, Vicente, La Cultura del Cine: Introducción à la História y à la Estética del Cine. Barcelona Espanha: Paidos Ibérica Ediciones, 2004; MORETTI, Franco, Signos e Estilos da Modernidade: Ensaio sobre a Sociologia das Formas Literárias. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2007; JAY, Martin, A Imaginação Dialética: História da Escola de Frankfurt e do Instituto de Pesquisas Sociais, 1923-1950. Rio de janeiro: Contraponto Editora, 2008; ELIAS, Norbert, O Processo Civilizador, Volume 1: Uma História dos Costume. 2ª edição. Rio de Janeiro: Zahar, 2011; HARRIS, Mark, Cenas de uma Revolução: O Nascimento da Nova Hollywood. Porto Alegre: L&PM Editor, 2011; ALPENDRE, Sérgio, O Mal-estar da Sociedade Americana e sua Representação no Cinema (1975 1978). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais. Escola de Comunicação e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2013; LEPORE, Jill, Estas Verdades: A História da Formação dos Estados Unidos.1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2020; PARIS, Clarinice Aparecida, A Função Ética da Psicanálise diante do Sofrimento Psíquico Engendrado Pelo Neoliberalismo. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2023; BISCARO, Matheus Pinto, Encurralado: Um Conto sobre a Paranoia, a Máquina e a Masculinidade na Hollywood dos anos de 1970. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais. Escola de Comunicações e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2023; Artigo: “Megalópolis tira cinema americano da sua rotina miserável com invenção”. In: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2024/10/28; entre outros.

sábado, 8 de novembro de 2025

Amor em Verona – Humanismo, Cinema & Comédia Romântica.

 O amor não vê com os olhos, vê com a mente; por isso é alado, e cego e tão potente”. William Shakespeare

        Amor em Verona (Love in the Villa) tem como representação social um filme de comédia romântica norte-americano de 2022, escrito, dirigido e produzido por Mark Steven Johnson, nascido em 30 de outubro de 1964 é cineasta norte-americano. Johnson começou sua carreira escrevendo os filmes da Warner Bros Entertainment, Grumpy Old Men (1993), e sua sequência Grumpier Old Men (1995). É uma empresa de mídia norte-americana com sede na Warner Bros. Studios em Burbank, município na Califórnia, Estados Unidos da América, subsidiária da Warner Bros. Discovery. O escritor e cineasta também escreveu e dirigiu dois filmes baseados em extraordinárias histórias sociais em quadrinhos, Demolidor (2003) e Motoqueiro Fantasma (2007), assim como o filme Simon Birch (1998). É uma forma de arte que conjuga texto e imagens com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos, geralmente publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras veiculadas dentro de revistas e jornais. Steven Johnson também escreveu a história do filme Christopher Robin (2018) e dirigiu o filme da Netflix Love, Guaranteed (2020). Mais recentemente Johnson escreveu e dirigiu Love in the Villa também para a Netflix. É estrelado por Kat Graham, Tom Hopper e Raymond Ablack. Julie Hutton segue seu sonho de visitar a romântica Verona, na Itália, logo após um término, apenas para descobrir que sua vila está com reservas duplicadas, então ela tem que dividi-la com um britânico aparentemente cínico. O filme foi lançado na Netflix em 1º de setembro de 2022.

            Love in the Villa é um filme de comédia romântica norte-americano de 2022, escrito, dirigido e produzido por Mark Steven Johnson. É estrelado por Kat Graham, Tom Hopper e Raymond Ablack. Julie Hutton segue seu sonho de visitar a romântica Verona, na Itália, logo após um término, apenas para descobrir que sua vila está com reservas duplicadas, então ela tem que dividi-la com um britânico cínico. Historicamente entre os séculos XIII e XIV, a cidade foi governada pela família della Scala. Sob o governo da família, em particular de Cangrande I della Scala, a cidade experimentou grande prosperidade, tornando-se rica e poderosa e sendo cercada por novas muralhas. A Era della Scala é preservada em vários monumentos ao redor de Verona. Duas das peças de William Shakespeare (1564-1616) se passam em Verona: Romeu e Julieta que também apresenta a visita de Romeu a Mântua e Os Dois Cavalheiros de Verona. Não se sabe se Shakespeare já visitou Verona ou a Itália, mas suas peças atraíram muitos visitantes para Verona e cidades vizinhas. Verona também foi o local de nascimento de Isotta Nogarola (1418-1466), que é considerada a primeira grande humanista feminina da história social e uma das mais importantes humanistas do Renascimento. Em novembro de 2000, a cidade foi declarada Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU) fundada em 1946 para promover a paz através da colaboração internacional em educação, ciência, cultura e comunicação, estabelecendo normas e protegendo o patrimônio cultural e natural para um futuro mais equitativo e pacífico por causa de sua estrutura urbana e arquitetura.

       William Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon, chamada na Era elizabetana, época especialmente estimulante para os artistas. Aos 18 anos casou-se com Anne Hathaway, com quem teve três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain`s Men, mais tarde reconhecida como King`s Men. Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613 morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare, e existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores. Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e obras baseadas em eventos e personagens históricos, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta década de 1606, Rei Lear, incluindo Hamlet (1623), e Macbeth (1623), consideradas algumas das obras literárias mais importantes na língua inglesa.  Na sua última fase literária produtiva, escreveu um conjunto de peças classificadas como tragicomédias ou romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão durante sua vida. Em 1623, John Heminges e Henry Condell, dois atores amigos de Shakespeare, publicaram o First Folio, uma coletânea das obras dramáticas que incluía quase todas as peças reconhecidas como de sua autoria. Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra no século XIX.                                      


Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os vitorianos idolatraram-no como um herói, com uma reverência que George Bernard Shaw (1856-1950) chamava de bardolatria tendo como significado o culto excessivo, adoração ou veneração a poetas ou autores. No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia quanto na performance. Suas peças permanecem muito populares, são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos no mundo globalizado. A professora da terceira série Julie Hutton é fascinada por Verona, cenário de Romeu e Julieta, de William Shakespeare. Na tentativa de explicar por que está tão animada com a viagem, ela tenta, sem sucesso, expor seus alunos à história de amor centenária. Julie repassa detalhadamente o itinerário que planejou para a tão esperada viagem a Verona com seu namorado Brandon, com quem está casada há quatro anos. Arrasado, ele termina abruptamente o relacionamento. Julie, então, se vê viajando sozinha para o que esperava ser uma semana de romance. Após um voo desconfortável na classe econômica, suas malas são perdidas e ela tem uma corrida estressante de táxi com a Uberto. Ao chegar à vila, Julie descobre que ela foi reservada duas vezes, pois havia sido anunciada em dois sites diferentes de compartilhamento de apartamentos. O proprietário, Silvio, sugere que ela divida o lugar com Charlie, o outro inquilino e especialista em vinhos, já que a feira europeia que anualmente de vinhos Vinitaly está monopolizando a disponibilidade de acomodações. Ele descarta isso como se fosse o destino deles. Julie se apressa para seguir seu roteiro lotado, mas logo é forçada a abandoná-lo. 

Desanimada, ela retorna à vila e descobre que Charlie leu seu diário pessoal. Ele compara voltar para uma “ex” a vestir uma calcinha suja depois do banho. Julie desliga na cara de Brandon. Charlie explica seu trabalho com uma importadora de vinhos do Reino Unido, na qual precisa obter direitos de exclusividade sobre vinhos a preços baixos para maximizar seus lucros. Logo depois, Julie descobre suas alergias extremas quando gatos de rua entram em grande número ao quebrar uma janela. Quando ela reclama dele ao telefone com seu amigo Rob, ele sugere que ela o expulse. Julie compra muitas azeitonas verdes, um conhecido atrativo para gatos, envolve Charlie com elas e abre a janela. Ele acorda coberto de vergões e dor, e imediatamente “declara guerra” contra ela. Ao sair do apartamento, Charlie encontra as malas dela sendo entregues pela companhia aérea. Ele as devolve, dizendo que ela estava internada em uma instituição e quer que sejam doadas. Julia se vinga trocando as fechaduras e, em seguida, entra em contato com a polícia para denunciar Charlie como ladrão. Após ser libertado da prisão, ele volta ainda mais furioso. Ele cria um santuário público com trechos do diário de Julie sobre seu término com Brandon. Charlie faz uma trégua e se oferece para compartilhar uma refeição com ela. Ele prepara pastissada de caval, um prato típico de Verona. Quando Julie descobre que é de cavalo, eles acabam em uma “guerra de comida”. A polícia é acionada quando a comoção chega à praça abaixo. Avisado de que poderá passar a noite na prisão se perturbar a paz novamente, Charlie pede desculpas a Julia. 

Ele admite que substituiu o cavalo por cogumelos portobello, e eles passam a noite se embebedando com vinho. Caminhando pela cidade, Julie faz um pedido na Fontana Madonna Verona e, em seguida, leva-os à estátua de bronze de Julieta, onde ambos fazem seus pedidos. No dia seguinte, ela leva Charlie para o passeio de Julieta, para que ele possa vê-la com os olhos de um romântico. Julie revela que seus pais excessivamente românticos a levaram a estabelecer padrões elevados; ele explica que cresceu com quatro irmãos e sem mãe. Naquela noite, no evento da Vinitalia, Julie conta a Carlo Caruso como seu vinho é maravilhoso, bloqueando inadvertidamente a oferta da empresa de Charlie. Charlie a convida para dançar e eles quase se beijam. Ao retornar à vila, sua noiva Cassie está lá para surpreendê-lo, o que o deixa surpreso, pois estavam de folga. Brandon aparece de manhã. À noite, ele e Julie acabam sendo convidados para dividir uma mesa com Cassie e Charlie. Julie fica muito bêbada e eles vão embora. Charlie termina com Cassie, segue os outros e, inadvertidamente, vê Brandon pedi-la em casamento. Charlie não percebe a rejeição de Julie. Silvio convence Charlie a procurar Julie. Quando ele o faz, ambos percebem que se apaixonaram.

            A obra de Isotta Nogarola atesta a sua extraordinária erudição, as suas capacidades literárias e a profundidade do seu pensamento, tendo imposto um modelo que seria seguido pelas mulheres letradas que nos séculos seguintes se debateram para poder expressar as suas ideias. Na sua obra mais reconhecida, “De pari aut impari Evae atque Adae peccato” (1451), ou “Diálogo sobre Adão e Eva”, ela discute o “mito de Eva”, ou o “mito do pecado original”, inaugurando um debate filosófico que se arrastou durante vários séculos na Europa a respeito do gênero e da natureza da mulher. Os rapazes estudavam as disciplinas do movimento que viria a ser conhecido como o humanismo, que começou em Florença no século XIV, e se espalhou pela Itália, e que constituía o estilo de aprendizagem clássica seguido pelas famílias nobres. Ao focar os seus interesses nas culturas romana e grega clássicas, os eruditos acreditavam que a educação humanística produziria pessoas mais capacitadas e uma melhor compreensão do conhecimento. As escolas estavam preparadas para ensinar poesia, gramática, retórica, história e filosofia moral, o que ajudaria qualquer jovem no seu futuro político. Um verdadeiro humanista costumava escrever cartas para um grupo já respeitado e reconhecido, e esperar por uma resposta. Se a resposta trouxesse apoio e louvor ao aprendiz em potencial, essa notícia iria se espalhar, ganhando terreno para a construção da sua carreira. 

Muitas das famílias mais poderosas providenciavam para que as suas filhas recebessem igualmente a mesma educação literária e filosófica que era dada aos rapazes que estudavam as disciplinas do movimento que viria a ser reconhecido como o humanismo, que começou em Florença no século XIV, e se espalhou extraordinariamente pela Itália, e que constituía o estilo de aprendizagem clássica seguido pelas famílias nobres. Ao centralizar os seus interesses nas culturas romana e grega clássicas, os eruditos acreditavam que a educação humanística produziria pessoas decerto mais capacitadas e uma melhor compreensão do conhecimento em torno da existência humana. As escolas estavam preparadas para ensinar poesia, gramática, retórica, história e filosofia moral, o que ajudaria qualquer jovem ao investimento no seu futuro político. Um verdadeiro humanista costumava escrever cartas para um grupo já respeitado e reconhecido, e esperar por uma resposta. Se a resposta trouxesse apoio e louvor ao aprendiz em potencial, essa notícia iria se espalhar, ganhando terreno para a construção da sua carreira. Muitas das famílias mais poderosas providenciavam para que as suas filhas recebessem igualmente a mesma educação literária e filosófica que era dada aos rapazes. Isotta Nogarola nasceu no seio de uma família nobre de Verona, que partilhava um interesse comum pela cultura e que mantinha uma forte tradição de educação das suas filhas, tendo produzido mulheres letradas ao longo de várias gerações. Ângela Nogarola (1360-1420), irmã do pai de Isotta, Leonardo, foi uma poetisa com alguma notoriedade. Isotta Nogarola teve dez irmãos, sete dos quais sobreviveram à idade adulta. Durante a sua vida, a Itália passava pelo Renascimento do século XV. Uma nova forma de apreciar a arte, a educação e o enriquecimento da cultura sombreavam, ipso facto, a cultura italiana. Politicamente, a Itália estava dividida entre cidades-estados governadas por famílias extremamente ricas e Gênova, Florença e Veneza são alguns exemplos.

É próprio da concepção de teoria per se admitir a crítica externa, conforme as regras aceita pela continuidade que cuida, suscita e critica as teorias. O campo de existência das teorias é recente e frágil. Constituiu-se pela primeira vez há vinte séculos em Atenas, onde a instauração da filosofia abriu uma esfera livre de debate de ideias sem sanção, exclusão, nem liquidação dos participantes. Depois, a ciência europeia criou o seu próprio campo, onde toda teoria deve obedecer às regras empíricas, regras lógicas limitadoras e aceitar a verificabilidade que poderiam desmenti-las. Um sistema de ideias permanece teoria enquanto aceita a regra do jogo competitivo e crítico, enquanto manifesta maleabilidade interna: capacidade de adaptação e modificação na articulação entre seus subsistemas, assim como a possibilidade de abandonar um subsistema e de substituí-los por outro. Uma teoria é capaz de modificar as suas variáveis que se definem nos termos do seu sistema de pensamento. Em consequência, as características fechadas dela são contrabalanceadas pela busca de concordância entre a coerência e dos dados que evidencia: é isso que constitui a racionalidade. Depende da interpretação daqueles que habitam o mundo onde se aplica. A teoria sobrevive das trocas simbólicas, linguísticas e científicas com o mundo real da imaginação humana. Enquanto teoria metaboliza o real para sobreviver. O tipo aberto é ligado às regras pluralísticas estruturais que alimenta.

As esferas filosófica e científica são de existência democrática em geral para as teorias da sociedade. Dizer concepção de abertura teórica necessita de condições externas favoráveis significa dizer que todas as formas de sistema de ideias tendem a fechar-se por si mesmo. O dogmatismo e a ortodoxia não são tendências naturais, contrabalançadas somente por condições sociais exteriores. Racionalidade e racionalização têm um mesmo tronco comum, a busca de coerência. Mas, enquanto a racionalidade está aberta ao que resiste à lógica e mantém o diálogo com o real, a racionalização integra à força o real na lógica do sistema e crê, então, possuí-lo. Essa tendência racionalizadora equivale aqui à profunda tendência idealista de todo sistema de ideias a absorver a realidade que nomeia, designa, descreve, explica. Sob certo ponto de vista noológico, os sistemas de ideias não se alimentam somente de energias e paixões humanas, evidenciadas pela tradição do empirismo lógico. Ipso facto no âmbito da formação da complexidade centrifugam e esvaziam o real que evidenciam. Desvelando as “leis” que governam o mundo, as teorias da ciência aspiram à soberania dessas leis. 

A inveterada tendência a tomar o mapa pelo território, a palavra pela coisa, a ideia pela realidade, depende do espírito humano, de sua aptidão crítica e autocrítica, favorecida pelas situações culturais pluralistas e abertas. O “remédio” só pode estar na abertura do sistema, o qual depende da abertura do espírito humano. A partir do ideário do Renascimento, o mundo é requestionado (cf. Hale, 2003); depois que Cristóvão Colombo (1451-1506) do chão aumentou a Terra e Copérnico e Galileu diminuíram-na no céu. Deus é requestionado, assim como o homem; a interdependência dessas reflexões determina uma problematização generalizada, de fato alongada. A perda dos antigos fundamentos de inteligibilidade e de crença suscita a procura incessante de novos fundamentos e a formação ininterrupta de novos sistemas filosóficos, os quais levantam mais questões do que fornecem respostas, o que relança em constante permanência a busca. E, assim, a noosfera filosófica europeia desenvolve-se com uma intensidade prodigiosa apresentando duas faces opostas e atreladas: de um lado, uma atividade critica, que já não se exerce apenas, nem principalmente, sobre a religião, mas sobre os próprios sistemas racionais (racionalizadores), sobre as ideias dominantes, os princípios, os fundamentos; por outro lado, a elaboração ininterrupta de sistemas, até o maior de todos, Friedrich  Hegel; a partir dele a história da filosofia será um corpo a corpo sem tréguas entre o pensamento antissistemático. A cultura serve como laboratório noológico, onde se pode poder observar a formação, o florescimento dos sistemas, seus conflitos, suas simbioses, suas trocas, suas corrupções, suas escleroses, as suas mutações, os seus rejuvenescimentos, mas também as suas agonias.

Na história social e da técnica do Renascimento não existia o que se poderia chamar de “economia italiana”. Havia muitas economias, algumas diversas de âmbito regional e outras de âmbito internacional, localizadas todas elas na unidade geográfica e espacial da península. Duas cidades à beira de rios e duas às margens dos mares, Milão e Florença, Genova e Veneza, formavam o quadrilátero da prosperidade da Itália durante a Renascença. Nenhuma delas possuía população superior a 100 mil habitantes. Mas, em contrapartida, tinham energia e disposição suficiente para capitanear a liderança econômica da península, como tino para estenderem seus interesses tanto para o coração da Europa em direção às cidades alemãs, francesas a flamengas como para Constantinopla e o restante do Levante. Dedicavam-se como atividade econômica ao comércio de luxo: seda, brocados, âmbar, especiarias, ouro e prata, como às atividades que atendiam o consumo cotidiano, como têxteis, tendo em vista que em Florença, além da Casa dos Médici (cf. Abreu e Lima, 2012), foi um poderoso centro lanífero. Veneza também acolheu uma formidável indústria naval para dar sustento ao seu império de comunicação marítimo que se estendia pelas ilhas gregas e alcançava vários portos do mar Negro. A comunicação marítima gerou uma burguesia pródiga, sequiosa de ostentar posição de mando e desejosa de preservar-se através da cultura e do patrocínio das artes.

A competição entre as diversas cidades fez a glória dos artistas de seu tempo histórico e social, muitos deles foram cobiçados por várias cortes que os prodigalizavam com recursos monetários, promoção e prestígio. Não por acaso, em geografia urbana, hinterlândia corresponde a uma área geográfica que pode se tratar de um município ou um conjunto de municípios servida por um porto e a este conectada por uma rede de transportes, através da qual recebe e envia mercadorias ou passageiros do porto ou para o porto. Trata-se, portanto, da área de influência pragmático de uma cidade portuária que, por concentrar significativa atividade econômica, pode engendrar uma rede urbana, constituída por centros urbanos menores. Posteriormente, o conceito passou a ser utilizado também no caso de cidades não portuárias que são “cabeças-de-rede”. O termo pode ser aplicado à área que circunda um centro de comércio, ou de setor de serviços e da qual provêm os seus clientes. O conceito foi aplicado à área de ex-colônias na África, apesar de não serem parte da colônia, eram por ela influenciadas. A mãe de Isotta, Bianca Borromeo, viúva e iletrada, pois seu marido havia morrido entre os anos 1425 e 1433, providenciou para que ela e as suas irmãs Ginevra e Laura tivessem uma boa educação, tendo aprendido latim e grego numa idade precoce, primeiro sob a orientação de Matteo Bosso e mais tarde de Martino Rizzoni (1404-1488), um dos mais brilhantes alunos de Guarino da Verona (1370-1460), sendo um dos mais respeitados poetas, humanistas e pensadores italianos.

 Nogarola e suas irmãs tiveram praticamente a mesma educação que um rapaz de uma família abastada teria recebido, com exceção da retórica, que era considerada irrelevante para a aprendizagem de uma mulher, pois supostamente ela nunca teria oportunidade de falar em público. Isotta e a sua irmã mais velha Ginevra Nogarola (1417-1464) tornaram-se suficientemente competentes nos Studia Humanitatis para que a sua reputação social se difundisse pela região e elas começassem a se corresponder em latim clássico com outros intelectuais. Isotta demonstrou ser uma estudante extremamente hábil, tendo criado obras literárias que começaram a conquistar reconhecimento por toda a região. Aos dezoito anos já era famosa. A sua eloquência em Latim era muito respeitada, e a sua fama não provinha apenas do grande volume de conhecimentos que ela parecia possuir, mas também da inovação do seu gênero. Em 1437, ela escreveu uma carta para Guarino de Verona o qual deixou a carta sem resposta, humilhando-a publicamente. Meses mais tarde Isotta decide enviar uma segunda carta queixando-se da sua falta de resposta que a tinha coberto de ridículo: “Toda a cidade se ri de mim, o meu gênero troça de mim, em nenhum lugar tenho um refúgio seguro, os burros [mulheres] mordem-me, os touros [homens] investem sobre mim com os seus cornos”, suplicando a sua ajuda para recuperar a reputação perdida, pondo cobro às “Scelestae linguae que me chamam torre de audácia e dizem que deveria ser enviada para os confins da terra pela minha ousadia”. E “já existem tantas mulheres no mundo”, lamentava-se, “por que então nascer mulher para ser desprezada pelos homens, tanto em palavras como por atos”. A resposta a segunda carta foi prontamente recebida. Na sua missiva, escrita em tom paternalista, Guarino aconselhava-a a ser forte em face dos ataques, mas também a abandonar uma atividade que não era adequada para o seu sexo e a casar-se. Segundo Veronese, Isotta deveria dissociar-se do seu sexo e cultivar a sua alma masculina – “tornar-se um homem” – para atingir os seus objetivos e ser estimada pelos homens, podendo assim participar no mundo acadêmico masculino.

Os detalhes precisos da história inicial de Verona permanecem um mistério, assim como a origem do seu nome. Uma teoria é que era uma cidade dos Euganei, que foram obrigados a cedê-la aos Cenomanos (550 a.C.). Com a conquista do Vale do Pó, o território veronês tornou-se romano por volta de 300 a.C. Verona tornou-se uma colônia romana em 89 a.C. Foi classificada como município em 49 a.C., quando seus cidadãos foram atribuídos à tribo romana Poblilia ou Publicia. A cidade tornou-se importante porque estava na intersecção de várias estradas. Estilicão, um comandante militar do exército romano, derrotou Alarico e seus visigodos aqui em 402. Mais tarde, Verona foi conquistada pelos ostrogodos em 489, e a dominação gótica da Itália começou. Diz-se que Teodorico, o Grande, construiu um palácio lá. Permaneceu sob o poder dos godos durante toda a Guerra Gótica (535–552), exceto por um único dia em 541, quando o oficial bizantino Artabazes fez uma entrada. As deserções dos generais bizantinos sobre o saque tornaram possível para os godos recuperarem a posse da cidade. Em 552, os romanos sob o general Valeriano tentaram em vão entrar na cidade, mas foi somente quando os godos foram totalmente derrubados que eles politicamente a renderam.

Em 569, foi tomada por Alboíno, rei dos lombardos, em cujo reino era, em certo sentido, a segunda cidade mais importante. Lá, Alboíno foi “morto por seu próprio povo com a conivência de sua esposa” em 572. Os duques de Treviso frequentemente residiam lá. Adalgiso, filho de Desidério, em 774 fez sua última resistência em Verona a Carlos Magno, que havia destruído o reino lombardo. Verona se tornou a residência ordinária dos reis da Itália, o governo da cidade se tornando hereditário na família do conde Milo, progenitor dos condes de São Bonifácio. De 880 a 951, os dois Berengários residiram lá. Sob o domínio do Sacro Império Romano e da Áustria, Verona era alternativamente conhecida em alemão como Berna, Welsch-Bern ou Dietrichsbern. Otto I cedeu a Verona o marquesado dependente do Ducado da Baviera, no entanto, a crescente riqueza das famílias burguesas eclipsou o poder dos condes e, em 1135, Verona foi organizada como uma comuna livre. Em 1164, Verona se juntou a Vicenza, Pádua e Treviso para criar a Liga Veronesa, que foi integrada à Liga Lombarda em 1167 para lutar contra Frederico I Barbarossa. A vitória foi alcançada na Batalha de Legnano em 1176, e o Tratado de Veneza foi assinado em 1177, seguido pela Paz de Constança em 1183.

Quando Ezzelino III da Romano foi eleito podestà em 1226, converteu o cargo público em um senhorio permanente. Em 1257, causou o massacre de 11 mil paduanos na planície de Verona (Campi di Verona).  Após sua morte, o Grande Conselho elegeu Mastino I della Scala como podestà, e ele converteu a “signoria” extraordinariamene em posse familiar, embora deixando aos burgueses uma participação no governo. Não conseguindo ser reeleito podestà em 1262, efetuou um golpe de estado e foi aclamado Capitano del Popolo, com o comando das tropas comunais. Longas discórdias internas ocorreram antes que ele conseguisse estabelecer este novo cargo, ao qual estava anexada a função de confirmar o podestà. Em 1277, Mastino della Scala foi morto pela facção dos nobres. O reinado de seu filho Alberto della Scala como capitano (1277–1302) foi um período de guerra incessante contra os condes de San Bonifacio, que foram auxiliados pela Casa de Este. De seus filhos, Bartolomeo, Alboino e Cangrande I della Scala (1291–1329), apenas o último compartilhou o governo (1308); ele foi grande como guerreiro, príncipe e patrono das artes; ele protegeu Dante, Petrarca e Giotto. Por guerra ou tratado, ele trouxe sob seu controle as cidades de Treviso (1308), Vicenza (1311) e Pádua (1328). Naquela época, antes da Peste Negra, a cidade abrigava mais de 40 mil pessoas. Cangrande foi sucedido por Mastino II (1329–1351) e Alberto, filhos de Alboino. Mastino continuou a política de seu tio, conquistando Bréscia em 1332 e levando seu poder além do Míncio. 

Ele comprou Parma (1335) e Lucca (1339). Depois do Rei da França, ele foi o príncipe mais rico de seu tempo. Uma poderosa liga foi formada contra ele em 1337 – Florença, Veneza, os Visconti, os Este e os Gonzaga. Após uma guerra de três anos, os domínios dos Scaliger foram reduzidos a Verona e Vicenza (a filha de Mastino, Regina-Beatrice della Scala, casou-se com Barnabé Visconti). O filho de Mastino, Cangrande II (1351–1359), era um tirano cruel, dissoluto e desconfiado; não confiando em seus próprios súditos, ele se cercou de mercenários brandenburgianos. Ele foi morto por seu irmão Cansignorio (1359-1375), que embelezou a cidade com palácios, dotou-a de aquedutos e pontes e fundou o tesouro do estado. Ele também matou seu outro irmão, Paolo Alboino. O fratricídio parece ter se tornado um costume familiar, pois Antônio (1375-1387), irmão biológico de Cansignorio, assassinou seu irmão Bartolomeu, despertando assim a indignação do povo, que o abandonou quando Gian Galeazzo Visconti, de Milão, o guerreou. Tendo esgotado todos os seus recursos, ele fugiu de Verona à meia-noite de 19 de outubro de 1387, pondo fim à dominação scaligeriana, que, no entanto, sobreviveu em seus monumentos. O ano de 1387 é o ano da Batalha de Castagnaro, travada entre Giovanni Ordelaffi, de Verona, e John Hawkwood, de Pádua. Este último saiu vitorioso. O filho de Antônio, Canfrancesco, tentou em vão recuperar Verona (1390). Guglielmo (1404), filho natural de Cangrande II, teve mais sorte; com o apoio do povo e dos Carraresi, expulsou os milaneses, mas morreu dez dias depois. Após um período de domínio Carrese, Verona submeteu-se a Veneza (1405).

Os últimos representantes dos Scaligeri viveram na corte imperial e tentaram repetidamente recuperar Verona com a ajuda de revoltas populares. De 1508 a 1517, a cidade esteve sob o poder do Imperador Maximiliano I. Houve numerosos surtos de peste e, em 1629-1633, a Itália foi atingida pelo seu pior surto dos tempos modernos. Cerca de 33 mil pessoas morreram em Verona mais de 60% da população em 1630-1631. Em 1776, um método de toque de sinos foi desenvolvido, chamado de arte de toque de sinos veronesa. Verona foi ocupada por Napoleão em 1797, mas na segunda-feira de Páscoa a população se revoltou e expulsou os franceses. Foi então que Napoleão pôs fim à República de Veneza. Verona tornou-se território austríaco quando Napoleão assinou o Tratado de Campo Formio em outubro de 1797. Os austríacos assumiram o controle da cidade em 18 de janeiro de 1798. Ela foi tomada da Áustria pelo Tratado de Pressburg em 1805 e tornou-se parte do Reino da Itália de Napoleão, mas foi devolvida à Áustria após a derrota de Napoleão em 1814, quando se tornou parte do Reino da Lombardia-Veneza, controlado pela Áustria. 

O Congresso de Verona, que se reuniu em 20 de outubro de 1822, fez parte de uma série de conferências ou congressos internacionais, iniciados com o Congresso de Viena em 1814-1815, que marcaram a continuação da aplicação do “Concerto da Europa”. Após a Terceira Guerra da Independência Italiana (1866), Verona, juntamente com o resto de Vêneto, tornou-se parte de uma Itália unida. Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), com a adesão da Itália à Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN), Verona recuperou sua importância estratégica, devido à sua proximidade geográfica com a Cortina de Ferro. A cidade tornou-se sede das Forças Terrestres Aliadas do Sul da Europa e teve, durante toda a chamada Guerra Fria, uma forte presença militar, especialmente americana, que diminuiu desde então. (1947-1991) foi um período de tensão político-ideológica entre os blocos capitalista e comunista, liderados pelos Estados Unidos da América e pela União Soviética, respetivamente. Não houve confronto bélico direto entre as duas superpotências, mas ideológico, devido à ameaça nuclear, mas sim conflitos indiretos, corridas armamentista e espacial, espionagem e a criação de alianças militares como a Organização do Tratado Atlântico Norte e o Pacto de Varsóvia (1955). O conflito terminou, levando à predominância do capitalismo. As características da Guerra Fria foram: conflito ideológico e geopolítico entre o capitalismo, defendido pelos EUA, e o comunismo, apoiado pela URSS. 

O mundo foi dividido em dois grandes blocos político-ideológicos, cada um liderado por uma das superpotências, e cada bloco defendia a sua visão política e económica. Ausência de Confronto Direto: A ameaça de uma guerra nuclear impediu um conflito direto entre os EUA e a URSS, o que deu origem ao nome Fria. Alianças Militares: Foram formadas a OTAN, liderada pelos EUA, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela URSS, para garantir a proteção mútua dos países membros. Corrida Armamentista e Espacial: As superpotências competiram para desenvolver novas armas e tecnologias, culminando numa corrida pelo domínio do espaço, incluindo a chegada do homem à Lua. Conflitos Indiretos: Os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialista Soviética apoiaram lados opostos em guerras como a da Coreia e a do Vietname, além de influenciarem a política e a economia de diversos países. Espionagem e Propaganda: A espionagem era uma ferramenta importante, e a propaganda era utilizada politicamente para desqualificar um sistema e promover o outro. Queda do Muro de Berlim: O Muro, símbolo da divisão entre o leste e o oeste da Europa, caiu em 1989, abrindo caminho para a reunificação da Alemanha e o fim da divisão de blocos. Colapso da União Soviética: Em 1991, a União Soviética desintegrou-se, marcando o fim definitivo da Guerra Fria e o fim da ordem geopolítica bipolar. Predomínio do Capitalismo: Com o fim da URSS, o sistema capitalista tornou-se o sistema hegemónico em grande parte do mundo contemporâneo.

Bibliografia Geral Consultada,

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