“Não se trata absolutamente de ficar ligado a um corpo individual”. Michel Foucault
Escrito e também dirigido por Lisa Langseth, o longa-metragem Euphoria (2022) traz Alicia Vikander como protagonista. A atriz, que também é produtora do filme, é colaboradora da cineasta, tendo participado dos filmes anteriores, também como protagonista – Pure (Till Det Som Är Vackert, 2010) e Hotel Terapêutico (A Royal Affair, 2013). Aqui a dupla inclui a francesa Eva Green, no papel da irmã terminal da personagem de Vikander. A proposta de Euphoria é representar o relacionamento paradoxal das irmãs, que se afastaram após a morte da mãe, vivendo sozinhas com as reminiscências do sofrimento. Agora precisarão, conviver e enfrentar seus próprios demônios abstratos. E aí reside o grande problema de a obra não especificar em momento algum que tal conexão existiu, tampouco que esteja sendo reestruturada. Os sentimentos que precisavam ser grandiosos, são extremamente diluídos, não precisando empatia com o público, ou identificação in limine com esta trágica história. Não falta ousadia e menos ainda para soar como “tapa na cara” e extrair a visibilidade real do estado de imaginação individual e coletivamente dormente. A dramaturgia acompanha o reencontro das irmãs Inês (Alicia Vikander) e Emilie (Eva Green), após anos separação. Desavisada, a pega de surpresa ao descobrir que sua irmã está com uma doença terminal e abdica de seus afazeres para ficar ao lado dela. Lisa Langseth não busca ousar nos recursos técnicos, fotografia e trilha sonora convencionais, aproveitando o talento, e a sabedoria de Charlotte Rampling que torna Euphoria quase inesquecível.
Lisa
Langseth nascida em 20 de abril de 1975 é uma roteirista e diretora de cinema
sueca. Seus créditos de roteiro e direção incluem Pure (2009), Hotell
(2013) e Euphoria (2017). Langseth começou sua carreira como dramaturga
e diretora de teatro. Em 2004 dirigiu Noomi Rapace na peça Beloved, que ela
também escreveu. Em 2006 dirigiu o curta-metragem Godkänd. Em 2009 dirigiu seu
filme de estreia Pure, uma adaptação de uma de suas peças estrelada por Alicia
Vikander como Katarina. Langseth recebeu o Prêmio Guldbagge de Melhor
Roteiro de 2010 por seu trabalho no filme, além de receber uma indicação ao Prêmio
Guldbagge de Melhor Diretor. A comédia dramática de Langseth de 2013,
Hotell, estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2013 no
programa Contemporary World Cinema. O filme a reuniu com Alicia
Vikander. Por seu trabalho no filme, ela recebeu uma indicação ao Prêmio
Guldbagge de Melhor Roteiro de 2014. Seu filme mais recente é intitulado
Euphoria, com a colaboradora regular Vikander, junto com Eva Green e Charlotte
Rampling. Foi descrito como um filme dramático ambientado em uma “clínica
fictícia de eutanásia”. Foi sua estreia na língua inglesa em 2017. Descreve um
conflito interindividual entre duas irmãs, Inês (Alicia Vikander) e Emilie (Eva
Green), que viajam pela Europa num destino misterioso. Em 2019, a produtora Netflix
anunciou que Langseth seria a criadora da segunda série de televisão em língua
sueca, Love & Anarchyque que estreou em 4 de novembro de 2020.
A eutanásia representa o ato intencional de proporcionar a alguém uma morte indolor para aliviar o sofrimento causado provavelmente por uma doença incurável ou dolorosa. Geralmente a eutanásia é realizada por um profissional de saúde mediante pedido expresso da pessoa doente. A eutanásia é diferente do chamado “suicídio assistido”, que é o ato de disponibilizar ao paciente meios para que ele próprio cometa o ato de desligamento da vida. Entre os motivos sociais mais comuns que levam os doentes terminais a pedir ao Estado a eutanásia estão “a dor intensa e insuportável e a diminuição permanente da qualidade de vida por condições físicas como paralisia, incontinência, falta de ar, dificuldade em engolir, náuseas e vômitos”. Entre os fatores psicológicos estão a depressão e medo de perder o controle individual do corpo, a dignidade e independência. Sociologicamente pode ser classificada em “voluntária e involuntária”. Na voluntária, é a própria pessoa doente que, de forma consciente, “expressa o desejo de morrer e pede ajuda para realizar o procedimento”. Na involuntária, a pessoa encontra-se incapaz de dar “consentimento para determinado tratamento” e essa decisão é tomada por outra pessoa, geralmente cumprindo o desejo expresso pelo próprio doente. A eutanásia pode ainda ser classificada em ativa e passiva. Ativa é o ato político de intervir de forma deliberada para terminar a vida da pessoa, por exemplo, injetando uma dose letal de sedativos. A passiva consiste em não realizar ou interromper o tratamento clínico necessário à sobrevivência do doente.
Do ponto de vista analítico a questão real do corpo percorre a história da ciência e da filosofia. De Platão a
Henri Bergson, passando por René Descartes, Baruch de Espinosa, Maurice Merleau-Ponty,
Sigmund Freud, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Max Weber (cf. Fanta, 2014) e principalmente no
âmbito da analítica do poder de Michel Foucault, onde a definição de corpo
demonstra um puzzle caracterizado na relação entre vigilância e punição. Quase
todos reconhecem a profusão da visão dualista de Descartes, que define o corpo
como uma substância extensa em oposição à substância pensante. Podemos perceber
que seguindo este modo de compreensão, sobretudo com o advento da modernidade,
o corpo foi facilmente associado a uma máquina. Pensado como um mecanismo
elaborado por determinados princípios que alimentam as engrenagens desta
máquina promovendo o seu aparentemente “bom funcionamento”. Isto quer dizer que
através dos exercícios de abstinência e domínio que constituem a ascese
necessária, o lugar atribuído ao conhecimento de si torna-se mais importante: a
tarefa de se pôr à prova, de se examinar, de controlar-se numa série de
exercícios bem definidos, coloca a questão da verdade – da verdade do que se é,
do que se faz e do que é capaz de fazer – no cerne da constituição do sujeito
moral. E, finalmente, o ponto de chegada dessa elaboração é ainda e sempre
definido pela soberania do indivíduo sobre si mesmo. Neste aspecto Michel
Foucault (2014) nos adverte sobre a questão abstrata da analítica do poder que
se constitui o marco histórico e pontual de mudança de simbólica através da “docilidade
dos corpos”.
Para
ele o soldado é, antes de tudo, alguém que se reconhece de longe; que
leva os sinais naturais de seu vigor e coragem, as marcas também de seu
orgulho: seu corpo é o brasão de sua força e de sua valentia: e se é verdade
que deve aprender aos poucos o ofício das armas – essencialmente lutando – as
manobras como a marcha, as atitudes como o porte da cabeça se originam, em boa
parte, de uma retórica corporal de honra. Eis como ainda no início do século
XVIII se descrevia a figura ideal do soldado. Mas na segunda metade deste
século, o soldado se tornou algo que se fabrica; de uma massa informe, de um
corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as
posturas: lentamente uma coação calculada percorrer cada parte do corpo,
assenhoreia-se dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível, e se
prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos; em resumo, foi “expulso o
camponês” e lhe foi dada a “fisionomia de soldado”. Ipso facto, houve,
durante a época clássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvo de poder.
Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo
que se manipula, modela-se, treina-se, que obedece, responde, torna-se hábil ou
cujas forças multiplicam o “homem-máquina”.
O
grande livro do homem-máquina foi descrito simultaneamente em dois registros:
no anátomo-metafísico, cujas primeiras páginas haviam sido escritas por
Descartes e que os médicos, os filósofos continuaram; o outro,
técnico-político, constituído por um conjunto de regulamentos militares,
escolares, hospitalares e por processo empíricos e refletidos para controlar ou
corrigir as operações do corpo. Dois registros bem distintos, pois se tratava
ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e de explicação: corpo
útil, corpo inteligível. E, entretanto, de um ao outro, pontos de cruzamento.
“O homem-máquina” de Julien Offray La Metrie (1709-1751) é ao mesmo tempo uma
redução materialista da alma e uma teoria geral do adestramento, no centro dos
quais reina a noção de “docilidade” que une ao corpo analisável o corpo
manipulável. Em sua significação específica é dócil um corpo que pode ser
submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado e aperfeiçoado.
Contudo, os famosos autômatos, por seu lado, não eram apenas uma maneira de
ilustrar o organismo; eram também bonecos políticos, modelos reduzidos de
poder: obsessão de Frederico II (1712-1786), rei minucioso das pequenas
máquinas, dos regimentos bem treinados e dos longos exercícios.
Para
Foucault metodologicamente a questão a responder é a seguinte: Nesses esquemas
de docilidade, em que o século XVIII teve tanto interesse, o que há de tão
novo? Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos
tão imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade, o corpo está preso no
interior de poderes mito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou
obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessas técnicas. A escala, em
primeiro lugar, do controle; não se trata de cuidar do corpo, massa, grosso
modo, como se fosse uma unidade indissociável, mas de trabalha-lo
detalhadamente; de exercer sobre ele uma coerção sem folga, de mantê-lo ao
mesmo nível prático da mecânica – movimentos, gestos, atitudes, rapidez: poder
infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto, em seguida, do controle: não, ou
mais, os elementos significativos do comportamento ou a linguagem do corpo, mas
a economia, a eficácia dos movimentos, sua organização interna; a coação se faz
mais sobre as forças que sobre os sinais; a única cerimônia que realmente
importa é a do exercício. A modalidade, enfim, implica uma coerção
ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que
sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha
ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.
Esses
métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam
a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de
docilidade-utilidade, são o que podemos chamar disciplinas. Muitos processos
disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas
oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e
XVIII fórmulas gerais de dominação. Diferentes da escravidão, pois não se
fundamentam numa relação de apropriação dos corpos; é até a elegância da
disciplina dispensar essa relação custosa e violenta obtendo efeitos de
utilidade pelo menos igualmente grandes. Mas também ocorre que são diferentes
também da domesticidade, que é uma relação social de dominação constante,
global, maciça, não analítica, ilimitada e estabelecida sob a forma de vontade
de poder singular do patrão, sendo quase seu “capricho”. Diferentes da
vassalidade que é uma relação de submissão altamente codificada, mas longínqua
e que se realiza menos sobre as operações do corpo que sobre os produtos do
trabalho e as marcas rituais de obediência. Diferentes do ascetismo e das
“disciplinas” de tipo monástico, que têm por função realizar renúncias mais do
que aumentos de utilidade e obediência, têm como fim um aumento do domínio de
cada um sobre seu próprio corpo.
O
momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do
corpo humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem
tampouco aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo
mecanismo o torna tanto uma política das coerções que são um trabalho sobre o
corpo, uma manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus
comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o
esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também
igualmente uma “mecânica do poder”, está nascendo; ela define como se pode ter
o domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se
quer, mas ara que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a
eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e
exercitados, corpos dóceis. A disciplina
aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas
mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela associa
o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela
procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia
resultar, e faz dela uma relação de sujeição estrita.
Se
a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, a coerção
disciplinar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada e
uma dominação acentuada. Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao
corpo situa-se como preocupação geral de mobilidade social, que perpassa a
estratificação de classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso
clínico difuso que se refere tanto a questão estética, quanto a preocupação
alimentar com a saúde. Nas sociedades contemporâneas há uma crescente
apropriação do corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de
cosméticos, impulsionados pelo processo de massificação da propaganda/consumo a
desde o desenvolvimento econômico dos anos 1980, onde o corpo ganha mais
espaço, principalmente nos meios midiáticos. Nesse sentido, as fábricas de
imagens estéticas do vencedor como o cinema, televisão, publicidade, revistas
etc., têm contribuído para isso. Ipso facto, nos leva a pensar que a imagem da
eterna fonte de juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, ao sucesso na
educação, no trabalho e na vida amorosa atravessa as etnias e classes sociais,
compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida.
A eutanásia historicamente está no centro de um intenso debate público com diversas considerações de ordem religiosa, ética e prática. Estas considerações têm origem em diferentes perspectivas sobre o significado e valor da vida humana. Entre os argumentos a favor da prática da eutanásia estão a alegação de que as pessoas têm o direito a tomar decisões sobre o seu corpo, segundo Foucault (1985) e escolher como e quando querem morrer, que o direito à morte está implícito nos restantes Direitos Humanos, que a lei não deve interferir em assuntos da esfera privada que não prejudiquem outras pessoas, que a eutanásia continua a ser praticada mesmo que ilegal e que a morte não é necessariamente má. Entre os argumentos contra a prática de eutanásia estão a alegação que a eutanásia “é contra a vontade de Deus”, que não respeita a inviolabilidade da vida, que desvaloriza o valor da vida, de que a permissão da eutanásia voluntária levaria a casos de eutanásia involuntária e de que cuidados paliativos de qualidade retiram a necessidade de praticar eutanásia. Algumas pessoas alegam que, ainda que moralmente justificável, a eutanásia pode ser ideologicamente abusada para poder encobrir um homicídio. Na maior parte dos países ocidentais que compõem as Nações Unidas não existe legislação específica sobre a eutanásia, pelo que justificaria sua punição como sendo “realizada pelo próprio doente é geralmente considerada suicídio e a eutanásia realizada por outra pessoa homicídio”.
Quer dizer, a manifestação desse poder aparece nessa famosa desqualificação progressiva da morte, na qual os sociólogos e historiadores se debruçam com tanta frequência. Todo mundo sabe, sobretudo sob certo número de estudos recentes, que a grande ritualização pública da morte desapareceu, ou em todo caso foi-se apagando, progressivamente, desde o fim do século XVIII até agora. A tal ponto que, agora, a morte – deixando de ser uma daquelas cerimônias brilhantes da qual participavam os indivíduos, a família, o grupo, quase a sociedade inteira – tornou-se, ao contrário, aquilo que se esconde; ela se tornou a coisa mais privada e mais vergonhosa e, no limite, é menos o sexo do que a morte que hoje é objeto do tabu. A morte tornou-se essa coisa que se esconde, numa espécie de deslocamento da angústia ou de modificação nos mecanismos repressivos. Está, segundo Foucault, numa transformação das tecnologias de poder. O que outrora conferia brilho (e isto até o final do século XVIII) à morte, o que lhe impunha sua ritualização tão elevada, era o fato de ser a manifestação de uma passagem de um poder para outro. A morte era o momento em que se passava de um poder, que era o do soberano aqui na terra, para aquele outro poder, que era o do soberano do além. Passava-se de uma instância de julgamento para outra, passava-se de um direito civil ou público, de vida e morte, para um direito que era o da vida eterna ou da danação eterna. A morte era igualmente uma transmissão do poder do moribundo, que se transmitia naqueles que sobreviviam: últimas palavras, recomendações, vontades, testamentos, etc. Todos esses fenômenos de poder é que eram assim ritualizados.
Temos, portanto, duas tecnologias de poder que são introduzidas com certa defasagem cronológica e que são sobrepostas. Uma técnica que é, pois, disciplinar: é centrada no corpo, produz efeitos individualizantes, manipula o corpo como foco de forças que é preciso tronar úteis e dóceis ao mesmo tempo. E, de outro lado, temos uma tecnologia que, por sua vez, é centrada não no corpo, mas na vida; uma tecnologia que agrupa os efeitos de massas próprios de uma população, que procura controlar a série de eventos fortuitos que podem exercer uma massa viva; uma tecnologia que procura controlar (eventualmente modificar) a probabilidade desses eventos, em todo caso em compensar seus efeitos. É uma tecnologia que visa, portanto, não o treinamento individual, mas, pelo equilíbrio global, algo como uma homeostase: a segurança do conjunto da relação aos seus perigos internos. Logo, uma tecnologia de treinamento oposta a, ou distinta de, uma tecnologia de previdência; uma tecnologia disciplinar que se distingue de uma tecnologia previdenciária ou regulamentadora; uma tecnologia que é mesmo, em ambos os casos, tecnologia do corpo, mas, num caso, trata-se de uma tecnologia em que o corpo é individualizado como organismo dotado de capacidades e, no outro, de uma tecnologia em que os corpos são recolocados nos processos biológicos ou biossociológicos das massas humanas em seu conjunto. Tudo isso sucedeu como se o poder, que tinha como mobilidade, como esquema organizador, a soberana, tivesse ficado inoperante para reger o corpo econômico e político de uma sociedade em via, a um só tempo, de explosão demográfica e de industrialização. Acomodação mito mais fácil, pois, é claro, ela implicava órgãos complexos de coordenação e de centralização.
No entanto, dentro da Lei o médico pode decidir não prolongar a vida em casos de sofrimento extremo e administrar sedativos mesmo que isto diminua a esperança de vida do doente. Tanto a eutanásia voluntária como o “suicídio medicamente assistido” são legais na Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Colômbia e Espanha. O suicídio assistido é ainda legal na Suíça, Alemanha, Canadá, África do Sul e em cinco estados dos Estados Unidos. No entanto, a eutanásia involuntária é ilegal em todos os países do mundo e geralmente considerada homicídio. Mesmo nos países em que a eutanásia voluntária é legal, continua a ser considerada homicídio se não estiverem cumpridas determinadas condições. A noção de que a eutanásia é moralmente aceitável remonta a Sócrates, Platão e ao Estoicismo. O primeiro país a legalizar a eutanásia foi a Holanda em 2001. A maior parte da população nos países desenvolvidos atualmente morre em estádios avançados de doenças degenerativas, cuja evolução é previsível e são marcadas por uma fase terminal. No debate sobre a legitimidade da prática de eutanásia e suicídio medicamente assistido, os principais argumentos a favor são a autonomia da pessoa em tomar decisões sobre o próprio corpo e o alívio da dor e do sofrimento. Os principais argumentos contra são que matar é intrinsecamente errado, a integridade da profissão médica e o suposto “potencial de abuso” (slippery slope). No velho continente europeu no dia 18 de março de 2021, particularmente os representantes do parlamento espanhol aprovou e regulamentou a eutanásia e o “suicídio assistido” no país.
A
necessidade que talvez pudesse escapar ao controle central já é recalcada pelo
controle da consciência individual. A dependência em que se encontra a mais
poderosa sociedade radiofônica em face da indústria elétrica, ou a do cinema
relativamente aos bancos, caracteriza a esfera inteira, cujos setores
individuais por sua vez interpenetram numa confusa trama de nível econômica. A
unidade implacável da indústria cultural atesta a unidade em formação da
política. Sob o poder do monopólio, toda cultura de massa é idêntica, e seu
esqueleto, a ossatura conceitual fabricada por aquele, começa a delinear. Os
dirigentes não estão mais sequer muito interessados em encobri-lo, seu poder se
fortalece quanto mais brutalmente ele se confessa de público. O cinema e o
rádio não precisam mais se apresentar como arte. Eles se definem a si mesmos
como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores
gerais suprimem a dúvida quanto à necessidade social de seus produtos. Os
próprios meios técnicos e sociais tendem cada vez mais a se uniformizar. A
televisão visa a síntese do rádio e do cinema, que é retardada enquanto os
interessados não se põem de acordo, mas cujas possibilidades ilimitadas
prometem aumentar o empobrecimento dos materiais estéticos a tal ponto que a
identidade mal disfarçada dos produtores da indústria cultura pode vir a
triunfar abertamente na realização escarninha do sonho wagneriano da obra de
arte total.
A
harmonização da palavra, da imagem e da música logra um êxito ainda mais
perfeito que no caso Tristão, porque os elementos sensíveis – que
registram sem protestos, todos eles, a superfície da realidade social, são em
princípio produzidos pelo mesmo processo técnico e exprimem sua unidade como
verdadeiro conteúdo. Esse processo de elaboração integra todos os elementos da
produção, desce a concepção do romance que tinha de certo modo um olho voltado
para o cinema até o efeito sonoro da sonoplastia. Ele é o trinfo do capital
investido. Em seu lazer, as pessoas devem se orientar por essa unidade de
trabalho que caracteriza a produção. O esquematismo é o primeiro serviço
prestado por ela ao cliente. Na alma devia atuar um mecanismo secreto destinado
a preparar os dados imediatos de modo a se ajustarem ao sistema de razão pura.
Mas o segredo está decifrado. Muito embora o planejamento pela indústria
cultural seja imposto a esta pelo peso da sociedade que permanece irracional
apesar de toda racionalização, essa tendência fatal é transformada em sua
passagem pelas agências do capital do modo a aparecer com seu sábio desígnio. O
homem é essencialmente razão. O homem, como representação da existência, como o
culto e o inculto, é absolutamente razão. Ou melhor, a possibilidade para isto,
para ser razão, existe em cada um, é dada na vida a cada um.
A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui outro interesse além do aquilo que filosoficamente é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja eternamente livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade.
A consciência, quando pensa o conteúdo, o destrói como um ser alheio; mas o conceito é conceito determinado e justamente essa determinidade é o alheio que o conceito possui nele. Esta unidade do existente, o que existe, e do que é em si é o essencial da evolução. É um conceito especulativo, esta unidade do diferente, do gérmen e do desenvolvido. Ambas estas coisas são duas e, no entanto, uma. É um conceito da razão. Por isso só todas as outras determinações são inteligíveis, mas o entendimento abstrato não pode conceber isto. O entendimento fica nas diferenças, só pode compreender abstrações, não o concreto, nem o conceito. Resumindo, teremos uma única vida a qual está oculta. Mas depois entra na existência e separadamente, na multiplicidade das determinações, e que com graus distintos, são necessárias. E juntas de novo, constituem um sistema. Essa representação é uma imagem da história da filosofia. O primeiro momento era o em si da realização, e em si do gérmen etc. O segundo é a existência, aquilo que resulta. Assim, o terceiro é a identidade de ambos, mais precisamente agora o fruto da evolução, o resultado de todo este movimento. E a isto Hegel chama “o ser por si”. É o “por si” do homem, do espírito mesmo. Somente o espírito chega a ser verdadeiro por si, idêntico consigo. O que o espírito produz, seu objeto de pensamento, é ele mesmo como relação de descobrimento. Ele é um desembocar em seu outro. O desenvolvimento do espírito é desprendimento, desdobrar-se, e por isso, ao mesmo tempo, um desafogo.
No que toca mais precisamente a um dos lados da educação, melhor dizendo, à disciplina, não se há de permitir ao adolescente abandonar-se a seu próprio bel-prazer; ele deve obedecer para aprender a comandar. A obediência é o começo de toda a sabedoria; pois, por ela, a vontade que ainda não conhece o verdadeiro, o objetivo, e não faz deles o seu fim, pelo que ainda não é verdadeiramente autônoma e livre, mas, antes, uma vontade despreparada, faz que em si vigore a vontade racional que lhe vem de fora, e que pouco a pouco esta se torne a sua vontade. O capricho deve ser quebrado pela disciplina; por ela deve ser aniquilado esse gérmen do mal. No começo, a passagem de sua vida ideal à sociedade civil pode parecer ao jovem como uma dolorosa passagem à vida de filisteu. Até então preocupado apenas com objetos universais, e trabalhando só para si mesmo, o jovem que se torna homem deve, ao entrar na vida prática, ser ativo para os outros e ocupar-se com singularidades, pois concretamente se se deve agir, tem-se de avançar em direção ao singular. Nessa conservadora produção e desenvolvimento do mundo consiste no trabalho do homem. Podemos, pois, de um lado dizer que o homem só produz o que já existe. É necessário que um progresso individual seja efetuado. Mas o progredir no mundo contemporâneo em que só pode ocorrer nas massas, e só se faz notar desta forma em uma grande soma de coisas produzidas. Ipso facto, a consciência moral (cf. Braga, 2020) não pode renunciar à felicidade da vida.
Para o consumidor, entretanto, não há quase nada
mais a classificar que não tenha sido antecipado ao esquematismo da produção. A
arte sem sonho destinada ao povo, diziam os magnânimos Adorno & Horkheimer
(1985: 103), realiza aquele idealismo sonhador que ia longe demais para o
idealismo crítico. Tudo vem da consciência, em Malebranche e Berkeley da
consciência de Deus; na arte para as massas, da consciência terrena das equipes
de produção. Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas
ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o conteúdo específico do
espetáculo é ele próprio derivado deles e só varia na aparência. A breve
sequência de intervalos, fácil de memorizar, como mostrou a canção de sucesso;
o fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como good sport que
é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro; sua rude reserva
em face da herdeira mimada são, como todos os detalhes, clichês prontos para
serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela
finalidade que lhes cabe no esquema. Confirmá-lo, compondo-o, eis aí sua razão
de ser. No começo do filme já se sabe como ele termina, quem é
recompensado. Ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente
capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o tema e
sente-se feliz como está previsto.
O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro da indústria cultural. A velha experiência do espectador de cinema, que percebe a rua como um prolongamento do filme que acabou de ver, porque este pretende ele próprio reproduzir rigorosamente o mundo da percepção cotidiana tornou-se a norma da produção. Quanto maior a perfeição com que suas técnicas duplicam os objetos empíricos, mais fácil se torna a ilusão de que o mundo exterior é o prolongamento sem ruptura do mundo que se descobre no filme. Desde a súbita introdução do filme sonoro, a reprodução mecânica põe-se ao inteiro serviço desse projeto. Ultrapassando de longe o teatro das ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Aa trofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser sempre reduzida a mecanismos psicológicos, embora úteis. São feitos de tal forma que sua apreensão adequada exige, é verdade, presteza, dom de observação, conhecimentos específicos, mas também de tal sorte que proíbem a atividade intelectual do espectador, se ele não quiser perder os fatos que desfilam velozmente diante de seus olhos. Quer dizer, quem está tão absorvido pela tensão estabelecida mediante o lugar de abertura no filme, que não precisa lhe acrescentar aquilo que faz um universo, não precisa estar inteiramente dominado pelos efeitos per se dessa maquinaria social.
Nenhum construtor medieval poderia ter passado em revista os temas dos vitrais e esculturas com maior desconfiança do que a hierarquia dos estúdios de cinema ao examinar um tema de Balzac ou Victor Hugo, ante de lhe dar o imprimatur do aceitável. Nenhum concílio poderia ter designado o lugar da ação a ser ocupado pelas caretas diabólicas e pelos tormentos dos danados na ordo do amor supremo com maior cuidado do que a direção de produção ao calcular a tortura do herói ou a altura da saia da leading day na ladainha do superespetáculo. O catálogo explícito e implícito, esotérico e exotérico, do proibido e do tolerado e previsto, estende-se a tal ponto que dele não apenas circunscreve a margem de liberdade, mas também a domina completamente. Os menores detalhes são modelados de acordo com ele. Exatamente como seu adversário, arte de vanguarda, é como se as proibições que a indústria cultural fixa positivamente sua própria linguagem com sua sintaxe e seu vocabulário. A compulsão permanente a produzir novos efeitos serve apenas para aumentar, como uma regra suplementar, o poder da tradição ao qual pretende escapar cada efeito particular. Tudo na vida é o que vem a público e está tão profundamente marcado culturalmente que nada pode surgir sem exibir de antemão os traços do jargão e sem se credenciar à aprovação ao primeiro olhar. O paradoxo da rotina travestida de natureza pode ser notado nas manifestações da indústria cultural, e em muitas ele é tangível. Um músico de jazz que tenha de tocar uma peça de música séria, por exemplo o mais simples minueto de Beethoven, é levado involuntariamente a sincopá-lo, com um sorriso soberano que ele aceita seguir o compasso. A obrigatoriedade universal dessa estilização pode superar a dos preceitos e proibições oficiais.
A
capacidade rara de satisfazer minuciosamente as exigências do idioma da
naturalidade em todos os setores da indústria cultural torna-se padrão o padrão
da competência. O que e como dizem deve ser controlável pela linguagem
quotidiana, como no positivismo lógico. Os produtores são especialistas. O
idioma exige a mais espantosa força produtiva, que ele absorve e desperdiça.
Ele superou satanicamente a distinção própria do conservadorismo cultural entre
o estilo autêntico e o estilo superficial. Mas artificial poder-se-ia dizer um
estilo imposto às potencialidades de uma figura. Na indústria cultural, porém,
os menores elementos do tema têm origem na mesma aparelhagem que o jargão é
acolhido. As brigas que os especialistas em arte se envolvem com o sponsor
é o censor sobre uma mentira óbvia demais atestam menos uma tensão
intrinsecamente estética do que a divergência de interesses. O renome dos
especialistas, onde às vezes ainda vem se refugiar um último resquício de
autonomia temática, entra em conflito com a política comercial da igreja ou da
corporação que produz a mercadoria cultural. Eis porque o estilo da indústria
cultural, que não tem mais de se pôr à prova da realidade histórica e
socialmente em nenhum material refratário, é ao mesmo tempo a negação do
estilo. A reconciliação do universal e do particular, da regra e da pretensão
específica do objeto, que é a única coisa que pode dar substância ao estilo, é
vazia, porque não chega mais a haver uma tensão entre os polos: os extremos que
se tocam passaram a uma turva de identidade, o universal pode substituir o
particular e vice-versa.
Entretanto, idêntica problemática da
racionalidade com que nos deparamos na investigação dos conceitos sociológicos
de ação revela-se a partir de outro viés quando procuramos responder à questão
sobre o que significa entender ações sociais. Melhor dizendo, os conceitos
fundamentais do agir social e a metodologia da compreensão de ações sociais
mantêm um nexo entre si. Diferentes modelos de ação pressupõem, cada qual,
relações diversas do ator com o mundo; e essas referência de mundo constitutivas
não apenas de aspectos da racionalidade do agir, para Habermas (2014: 198) mas
também da racionalidade própria à interpretação dessas ações por um intérprete,
por exemplo, um intérprete advindo de um conjunto de práticas e saberes das ciências
sociais. Pois com uma concepção formal de mundo o ator vê-se imerso em
suposições de traços comuns que, a partir da perspectiva do próprio ator,
apontam para além do círculo dos imediatamente envolvidos e reivindicam
validade para um intérprete proveniente de fora. Esse nexo pode ser facilmente esclarecido
a partir do caso do agir teleológico. O conceito de mundo objetivo pressuposto
com esse modelo de ação – um mundo objetivo em que o ator pode intervir
orientado por um fim – tem de valer da mesma maneira para o próprio ator e para
qualquer intérprete de suas ações. Eis porque Max Weber pode constituir para o agir
teleológico a formulação tipico ideal tendo como repesentação social o agir racional-finalista, e, para a interpretação
das ações racional-teleológicas, o parâmetro exato de uma “racionalidade objetiva de
correção”.
O intérprete pode construir esse
caso típico ideal sem incorrer em arbitrariedade, porque quem age refere-se de maneira
subjetivamente racional-teleológica a um mundo que, por razões categoriais, é
idêntico para o ator e para o observador, ou seja, é acessível de uma mesma
amaneira por via cognitivo-instrumental. Basta ao intérprete constatar “de que
modo o agir teria decorrido mediante o conhecimento de todas as circunstâncias
e de todas as intenções dos envolvidos e mediante uma escolha rigorosamente
racional-teleológica dos meios, orientada segundo a experiência que parecesse
válida para nós. Quer dizer, quanto mais univocamente uma ação
corresponder ao decurso objetivamente racional-finalista, tanto menos serão
necessárias reflexões psicológicas adicionais para explicá-la. No caso
do agir objetivamente racional-teleológico, a descrição (feita com auxílio de
um raciocínio prático) de uma ação tem também força explanatória no sentido de
uma explicação intencional. No entanto, segundo Habermas, a constatação da
racionalidade propositada objetiva de uma ação não significa de modo algum que o
agente também precise comportar-se de maneira subjetivamente racional-teleológica;
por outro lado, é natural que um agir subjetivamente racional-finalista possa
estar subotimizado, segundo um julgamento objetivo: - Confrontamos o agir fático
com o agir que, visto teleologicamente, seja racional de acordo com regras gerais
e causas da experiência.
Para que uma ação possa ser interpretada como mais racional-finalista ou menos racional-finalista, é preciso haver padrões de julgamento que o ator e seu intérprete aceitem em igual medida como válidos, como parâmetros de um julgamento objetivo ou imparcial. À medida que o intérprete propõe uma intepretação racional, segundo Weber, ele mesmo assume posição em face da pretensão com que as ações racional-teleológicas vêm a público; ele mesmo abandona o posicionamento de uma terceira pessoa em favor do posicionamento de alguém envolvido, que testa, por assim dizer, uma pretensão de validade problemática e, conforme o caso, critica-a. Interpretações racionais não são feitas sob um posicionamento performativo porque o intérprete pressupõe uma base de avaliação compartilhada por todas as partes. Um fundamento semelhante é oferecido pelas outras duas referências de mundo. As ações reguladas por normas e as ações dramatúrgicas também estão acessíveis a uma interpretação racional. Certamente, a possibilidade de uma reconstrução racional de orientações da ação não é tão evidente nesses casos, e de fato é menos descomplicada que no caso do agir racional teleológico. No caso de ações reguladas por normas, o ator refere-se a alguma coisa no mundo social à medida que se estabelece uma relação interpessoal. O ator que age de maneira subjetivamente “correta” no sentido de correção normativa é o mesmo que acredita com sinceridade estar seguindo uma norma de ação válida; e para que ele aja de maneira objetivamente correta é preciso que essa norma, seja, de fato considerada válida no círculo dos destinatários. A questão de uma interpretação racional ainda não se coloca, já que um observador pode constatar descritivamente se uma ação coincide com uma norma dada, e se essa norma, de sua parte, tem validade social ou ainda não! Bibliografia Geral Consultada.
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