“A cultura come a estratégia no café da manhã”. Peter Drucker
Peter Ferdinand Drucker
nascido em 19 de novembro de 1909 em Viena e falecido em 11 de novembro de
2005, em Claremont, Califórnia, nos Estados Unidos da América (EUA) foi um
escritor, professor e consultor administrativo de origem austríaca. É
considerado “pai da administração”, ou da “gestão moderna”, em vista do fato
social de que é o mais reconhecido dentre os pensadores contemporâneos do
fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral, e em particular nas
organizações, subentendendo-se a administração moderna, como ele próprio dizia
“a ciência que trata sobre pessoas nas organizações”, melhor dizendo, de gente
de carne e osso. Presidente honorário da Drucker Foundation e professor de
Ciências Sociais da Claremont Graduate, na Califórnia, publicou inúmeros
artigos e 30 livros. O sociólogo produziu em seu ersatz mistura única de rigor
intelectual, popularização, praticidade e conhecimento das tendências cruciais,
como definiu o jornalista Robert Heller (1932-2012), editor da Management
Today. - A gestão é um processo e meio ao processo e método de trabalho comunicativo para o
funcionamento eficiente das organizações, independentemente da função, forma,
tamanho e natureza do mercado.
Management Today é um periódico de acesso aberto
revisado por pares, publicado uma vez a cada três meses, tanto impresso. Todos
os artigos são indexados por Cross Ref, International Society Indexing
(ISI) e International Innovative Journal Impact Factor (IIJIF) para
facilitar a referência. O Fator de Impacto da Revista, calculado pelo Institute
for Scientific Information (ISI) para 2016 é de 1,532. A Revista não cobra
nenhum valor pela publicação. O periódico foi incluído pela University Grants
Commission, sediada em Nova Delhi, na lista dos periódicos aprovados para
cálculo do Academic Performance Indicator (API). A natureza e a complexidade do
gerenciamento variam de estratégia para organização. A administração está
crescendo com certos princípios, conceitos e construções de outras disciplinas.
Management Today é uma revista internacional de estudos de gestão. Ele
fornece a acadêmicos, pesquisadores e gerentes uma plataforma comum para se
reunirem e trocarem experiências, como resultados de pesquisas e ideias
inovadoras em gestão. Tem como objetivo criar um fundo de conhecimento na área
de gestão por meio da coleta, publicação e preservação de artigos de pesquisa
de qualidade. Dez anos depois do livro Administrando para o Futuro
(1992), e cinco de Managing in a Time of Great Change (1995), e seu
livro, Management in the Next Society, explorou as tarefas sociais
imprescindíveis da alta gerência nas primeiras décadas do século XXI.
Ele partiu de uma
minuciosa descrição do cenário econômico de negócios mais provável, determinado
pela análise das tendências históricas mais marcantes e de suas consequências
mais lógicas, à luz de circunstâncias históricas esclarecedoras por suas semelhanças
com as atuais. - “Já acreditei numa nova economia”, dizia o mais reconhecido
dos teóricos da administração. Drucker explicou que isso ocorreu em 1929,
quando “era estagiário nos escritórios europeus de uma grande empresa de Wall
Street”. Seu chefe, um economista europeu, estava convencido de que o boom de
Wall Street duraria para sempre, e o havia demonstrado de forma “conclusiva” em
livro. Dois dias depois da publicação, ocorreu o crash da bolsa. Setenta anos
mais tarde, em meados dos anos 1990, Drucker voltaria a ouvir falar de um boom
perpétuo do mercado acionário, dessa vez impulsionado pela nova economia. –
“Senti que já havia estado ali”, escreveu em Management in the Next Society,
elaborado em boa parte antes dos atentados de 11 de setembro de 2001,
exceto de dois capítulos. Na realidade de uma produção racionalizada,
expansionista, centralizada, espetacular e barulhenta posta-se a produção de
tipo diverso, qualificada como “consumo” que tem como característica
suas astúcias, seu esfarelamento em conformidade com as ocasiões. Em grau
menor, o processo se encontra no uso que os meios “populares” fazem das
culturas ditas pelas “elites” produtoras de linguagem. Os conhecimentos e
as simbólicas impostos são o objeto de manipulações pelos praticantes que não
seus fabricantes.
King`s Man: A Origem (The King`s Man) tem como representação
social um filme britânico-americano de ação e espionagem de 2021, dirigido por Matthew Vaughn a partir de uma história de Vaughn e um
roteiro deste último com Karl Gajdusek. É a terceira parte da série
cinematográfica Kingsman, que é baseada na história em quadrinhos The
Secret Service que foi mais tarde intitulada: Kingsman de Mark
Millar e Dave Gibbons que se tornaram conhecidos nos quadrinhos britânicos
pouco depois de começar a trabalhar em títulos de terror publicados pela DC
Thomson e pela IPC Media. Quando 2000 AD foi lançada, Gibbons foi colocado como
Diretor de Arte e ilustrador das tiras “Harlem Heroes”. Seu último trabalho ali
foi com “Rogue Trooper”, depois do qual ele se concentraria em um período na Doctor
Who Magazine. Gibbons foi um dos talentos britânicos descobertos por Len
Wein em 1982 e começou a desenhar o Lanterna Verde para a DC Comics. Sua
obra mais reconhecida na editora foi a colaboração com Alan Moore na série
limitada Watchmen. Enquanto trabalhava em Watchmen, Gibbons fez parceria
com Moore na história intitulada: Para o Homem Que Tem Tudo...,
considerada uma das melhores narrativas do Superman. A série limitada Watchmen
da HBO é uma minissérie de 2019 e como continuação da graphic novel
original de Alan Moore e Dave Gibbons. Criada por Damon Lindelof, a série
aborda o racismo, supremacia branca e atuais, em um mundo 30
anos após os eventos da HQ. A produção foi aclamada e recebeu vários prêmios,
incluindo o Emmy de Melhor Minissérie.
Em 5000 A.C., dez Eternos superpoderosos: Ajak, Sersi, Ikaris, Kingo, Duende, Phastos, Makkari, Druig, Gilgamesh e Thena, são enviados pelo Celestial Arishem para a Terra na nave “Domo”, para exterminar os invasores Deviantes. Ao longo dos milênios, eles protegem a humanidade dos perigos representados por essas criaturas, mas não podem interferir no desenvolvimento da população mundial. Depois que os supostos últimos Deviantes são mortos em 1500, há uma ruptura dentro do grupo, já que as opiniões divergem sobre sua responsabilidade para com a população. Eles passam os próximos quinhentos anos separados um do outro, esperando que Arishem os envie de volta ao seu planeta natal, Olímpia. Atualmente, Sersi e Duende moram juntas em Londres. Após Sersi ser deixada por seu parceiro Ikaris, depois de quinhentos anos, ela agora tem um relacionamento com Dane Whitman, que trabalha no Museu de História Natural. Quando o trio é atacado pelo Deviante Kro uma noite, Ikaris aparece e espanta o monstro. Os Deviantes voltaram, eles se preparam para reunir os Eternos restantes. Eles viajam para Dakota do Sul e descobrem que sua líder, Ajak, foi morta por um Deviante. Sersi descobre que Ajak deu a ela a habilidade de se comunicar com Arishem, que revela que a missão dos Eternos não era lutar contra os Deviants, mas preparar a Terra para “O Despertar”.
Arishem explica que por milhões de anos, os Celestiais têm plantado suas sementes em planetas povoados para que um novo Celestial possa nascer. Os Celestiais enviaram os Deviantes para destruir os predadores do planeta para garantir o desenvolvimento da vida, mas os Deviantes evoluíram e caçaram as populações do planeta, resultando na chegada dos Eternos para abatê-los. Arishem explica que a Terra atingiu a população necessária para o nascimento do Celestial Tiamut, que resultará na destruição do planeta. Tendo aprendido a amar a humanidade, os Eternos se reagrupam e decidem evitar o Despertar. Eles se reencontram com Kingo, Thena e Gilgamesh na Austrália antes de irem para a residência de Druig na floresta amazônica, onde são atacados por Kro e os Deviantes. Kro mata e absorve Gilgamesh, ganhando uma forma totalmente humanóide e habilidade de falar, antes de fugir. Depois de cremar Gilgamesh, eles visitam Phastos, que propõe a Druig fazer Tiamut dormir usando seus poderes de controle mental amplificados pela Uni-Mente, uma conexão entre todos os Eternos. Ikaris eventualmente revela que foi informado sobre o Despertar por Ajak séculos antes, ele a traiu, matando-a quando Ajak decidiu impedir o Despertar seis dias antes, ele foge junto com Duende determinado a cumprir seu propósito e permitir que Tiamut nasça. Kingo também deixa o grupo, pois não acha certo impedir o nascimento de um Celestial, mas ele também não quer lutar contra sua família.
Depois que Makkari localiza o local do
Despertar no pé de um vulcão ativo no Oceano Índico, os Eternos batalham contra
Ikaris e Duende. Kro, que quer vingança contra os Eternos, também entra no meio
do conflito, Thena luta e o mata. Druig nocauteia Duende e eles trabalham
juntos para subjugar Ikaris. Phastos ativa a Uni-Mente, à qual Ikaris se junta
por causa de seu amor por Sersi. Druig não consegue parar Tiamut, então Sersi,
que manipula matéria, transforma Tiamut em mármore. Atormentado pela culpa, Ikaris
voa em direção ao sol, suicidando-se. Sersi explica que ela ainda tem um pouco
de poder da Uni-Mente, e com a permissão de Duende, a transforma em humana. A
equipe se separa, com Thena, Druig e Makkari voando para o espaço na Domo para
encontrar outros Eternos e contar toda a verdade sobre o plano de Arishem.
Sersi, Phastos, Kingo e Duende ficam na Terra. Enquanto Dane confessa seu amor
por Sersi e está prestes a revelar um segredo sobre sua complicada história
familiar, ela, junto com Phastos e Kingo, são abduzidos para o espaço por
Arishem, que está descontente por terem escolhido sacrificar um Celestial pelas
pessoas do planeta, mas inevitavelmente opta por poupá-los se suas memórias individuais e coletivas demonstrarem que eles são dignos de viver. Ele jura voltar para julgamento. Em uma
cena no meio dos créditos, Thena, Makkari e Druig são visitados pelo Eterno
Eros/Starfox, irmão de Thanos, e seu assistente Pip, que oferecem ajuda. Em uma
cena pós-créditos, Whitman abre um baú antigo herdado de seus ancestrais que
contém a lendária Espada de Ébano, enquanto uma voz fora da tela pergunta se
ele está pronto para isso.
No contexto da
genética, o termo híbrido tem vários significados, todos referentes à
descendência geracional por reprodução sexual. Em geral, o híbrido é sinônimo
de heterozigoto, constituindo o indivíduo no qual os alelos de um ou mais genes
são diferentes qualquer prole resultante do cruzamento de dois indivíduos
homozigotos, indivíduo no qual os alelos de um ou mais genes são idênticos
diferentes. A hibridação representa a
junção de patrimônios genéticos diferentes a partir do cruzamento de indivíduos
de populações diferentes. Esse fato pode ocorrer devido à existência de uma
zona híbrida, através da migração ou dispersão de indivíduos ou pela inserção
de espécies exóticas. A zona híbrida indica na natureza uma sobreposição de
populações diferentes com uma ou mais características herdáveis diferentes que
possuem capacidade de produzir proles viáveis e pelo menos parcialmente
férteis. Este contato social reprodutivo proporciona aproximação genética
entres as espécies como causa da diminuição do isolamento. E devido à heterose
podem resultar em uma criação de indivíduos melhores em muitas características.
Mas só ocorre quando existe certa proximidade evolutiva entre os indivíduos,
pois, há uma diferença genética grande, pode ocorrer a esterilidade ou inviabilidade
da prole podendo até prejudicar as populações.
A casa inteira,
lembra Durand (1997), é mais do que para se viver, é um vivente. A casa
redobra, sobredetermina a personalidade daquele que a habita. A casa constitui
entre o microcosmo do corpo humano e o cosmo, um microcosmo secundário, um meio
termo cuja configuração iconográfica é, por isso mesmo, muito importante no
diagnóstico psicológico e psicossocial. Pode-se dizer: Dize-me que casa
imaginas e dir-te-ei quem és. E as confidências sobre o habitat são mais
fáceis de fazer do que sobre o corpo ou sobre um elemento objetivamente
pessoal. Os poetas, os psicanalistas, a tradição católica ou a sabedoria dos
dogon fazem coro para reconhecer no simbolismo da casa um enquanto duplicado
microcosmo do corpo material e do corpo mental. A própria organização dos
compartimentos, ou da choupana: canto onde se dorme, lugar onde se prepara a
refeição, sala de jantar, quarto de dormir, dormitório, sala de estar, celeiro,
casa da fruta, granja, sótão, todos estes elementos orgânicos trazem
equivalentes anatômicos mais do que fantasias arquiteturais. A questão sobre a
compreensão psicológica só em segundo lugar é determinada pelos odores do
jardim, os horizontes da paisagem. Os cheiros da casa que constituem a intimidade:
vapores da cozinha, perfumes de alcova, bafios de corredores, perfumes de
benjoim ou de patchouli dos armários maternos. A intimidade vital de microcosmo
vai redobrar-se e sobredeterminar-se como se quiser para viver.
O mundo da objetividade
é polivalente para a projeção imaginária. A importância microscópica concedida
à moradia indica já a primazia dada na constelação da intimidade às imagens do
lugar praticado feliz. É um centro que pode muito bem situar-se no cimo de uma
montanha, mas que na sua essência comporta sempre um antro, uma abóbada, uma
caverna. Embora a noção de centro integre rapidamente elementos masculinos, é
importante sublinhar as suas infraestruturas obstétricas e ginecológicas: o
centro é umbigo, omphalos, do mundo. E mesmo as montanhas sagradas têm direito,
como Gerizim e o tão justamente chamado Tabor, ao atributo de “umbigo da
Terra”. É por essas razões uterinas que o que antes de tudo sacraliza um lugar
é o seu fechamento: ilhas de simbolismo amniótico ou então floresta cujo
horizonte se fecha por si mesmo. A floresta é centro de intimidade como o pode
ser a casa, a gruta ou a catedral. A paisagem silvestre fechada é constitutiva
do lugar sagrado. Todo lugar sagrado começa pelo “bosque sagrado”. O lugar
sagrado é uma cosmicização maior que o microcosmo da morada, do arquétipo da
intimidade feminóide. O espaço circular
é o do jardim, do fruto, do voo ou do ventre, e desloca o acento simbólico para
as volúpias secretas da intimidade.
A sociologia, não
confunde a prática dos rituais com seu sentido. Há requisitos da vida social
entre estabelecidos através das relações entre e com os animais que são
inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações baseadas na
capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema nervoso, na
interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em tendências
mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam condições de
manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau de
sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não impede
que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas possuem
valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de consumo de
drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume um estado
de espírito que lhe permita considerar a vida social, independentemente dos
padrões mais complexos, que ela alcança a análise comparada entre os animais e
os dos homens. Nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de
percorrer as fases de complexidade em torno da investigação completa, na qual
transmite do levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao
tratamento interpretativo propriamente dito. Os que repudiam o estudo de
comunidade ou de caso com obstinação, ignoram o lado pedagógico do treinamento
pela pesquisa sistemática.
O símbolo não
sendo já de natureza linguística deixa de se desenvolver numa só dimensão. As
motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de
razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de dedução lógica
ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações
simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias
motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não
linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades.
Metodologicamente, se se parte dos objetos bem definidos pelos quadros da
lógica dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as
estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação
das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as
tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de
um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de
atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de
pretextos para os devaneios imaginários. Tais são as classificações profundas
de analistas das motivações que ocorrem no âmbito do simbolismo religioso e
imaginação social em geral literária.
No prolongamento dos
esquemas explicativos, arquétipos e simples símbolos modernos podem-se
considerar o mito. Lembramos, todavia, que não estamos tomando este termo na
concepção restrita que lhe dão os etnólogos, que fazem dele apenas o reverso
representativo de um ato ritual. Entendemos por mito, “um sistema dinâmico de
símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um
esquema, tende a compor-se na narrativa”. O mito é já um esboço de
racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se
resolvem em palavras e os arquétipos em ideias. O mito explicita um esquema ou
um grupo de esquemas. Do mesmo modo que o arquétipo promovia a ideia e que o
símbolo engendrava o nome, podemos dizer que o mito promove a doutrina
religiosa, o sistema filosófico ou, como bem observou Émile Bréhier, a
“narrativa histórica e lendária”. Seguidor dos estoicos, Bréhier era também um
seguidor de Henri Bergson e herdou sua cátedra na Sorbonne e na Academia das
Ciências Morais e Políticas, em 1941. Antes disso, Bréhier ensinou na
Universidade do Cairo, em 1925, e na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em
1936. O método de convergência evidencia o mesmo isomorfismo na constelação e
no mito. Enfim, para sermos breves, este isomorfismo dos esquemas, arquétipos e
símbolos dos sistemas míticos ou de constelações estáticas pode levar-nos a
verificar a existência de protocolos normativos das representações imaginárias,
individuais e coletivas, definidos e estáveis, agrupados nos esquemas que antropologicamente
a literatura refere estruturas sociais.
Na ciência os conceitos
teóricos abstratos e os sistemas de referência não passam de concretizações de
uma compreensão antecipada e estrategicamente eficaz, à qual é fixada
temporariamente em vista da comparação analítica. A peculiar aporia do método
de análise das ciências do espírito foi denominada de círculo hermenêutico.
Mas, desde que se formule esse problema exclusivamente sob o ponto de vista
lógico, como o termo sugere, não é fácil expor a justificação metodológica de
tal infração da forma em termos plausíveis: o que faz com que o círculo
hermenêutico seja “frutífero” e o distingue de um círculo vicioso? Em termos
usuais a práxis da interpretação e a formação hermenêutica seriam circulares,
caso se tratasse ou da análise exclusiva linguística ou de uma análise
puramente empírica. A análise das relações entre símbolos ordenados,
sistematicamente, serve-se de proposições metalinguísticas acerca da linguagem
do objeto. Se a tarefa social da
hermenêutica consistisse apenas nisso, seria difícil perceber por que ela não
devesse manter em separado os dois níveis interpretativos de linguagem,
evitando assim uma relação recíproca circular entre conceitos analíticos e
objetos linguísticos. Se os objetos da compreensão pudessem ser apreendidos não
como objetos linguísticos, mas como dados da experiência, existiria, per se
entre o plano teórico e os dados de realidade (prática) uma relação que, sob o
visor lógico, não deixaria de ser também problemática.
O aparente círculo resulta unicamente, segundo Habermas (1987), do fato de os objetos das ciências do espírito usufruírem de um status duplo sui generis: os conteúdos semânticos, legados por tradição e objetivados em palavras e ações – as quais perfazem o objeto da compreensão hermenêutica – não são menos símbolos do que fatos. É por isso que a compreensão deve combinar a análise linguística e a experiência. Sem esta coação para tal combinação peculiar, o desenvolvimento circular do processo interpretativo permaneceria preso em um círculo vicioso. A exegese de um texto depende de um efeito recíproco entre a interpretação das “partes” por um “todo”, antecipando de forma confusa, e a correção de tal conceito antecipatório por meio das partes por esse subsumidas. As “partes” só podem exercer uma influência modificadora sobre o todo antecipado, sobre cujo background elas são interpretadas, por estarem interpretadas independente de tal antecipação hermenêutica. Não dúvida que o complexo da compreensão antecipada do teto todo possui o peso de valor de um esquema exegético variável, ao qual os elementos individuais com o objetivo de torna-los compreensíveis. Mas o esquema só é capaz de tornar visíveis os elementos que engloba na medida em que ele próprio possa ser corrigido em função de tais dados.
Os elementos
societários não se comportam frente ao esquema interpretativo nem como fatos em
relação à teoria, nem como expressões semântico-objetivas em relação às
expressões que interpretam uma metalinguagem. Em realidade o explicandum e o
explicans fazem parte do mesmo sistema linguístico. A conexão do esquema exegético e dos
elementos, por ele contidos, apresenta-se para o intérprete como um conjunto
imanente à linguagem, um conjunto que obedecer às regras gramaticais; mas nele
articula-se em si, ao mesmo tempo, uma conexão vital num sentido individual não
passível de ser dissolvido em categorias universais. Nesta medida a análise
linguística torna acessível o conteúdo empírico de uma experiência vital,
comunicada indiretamente. Os conjuntos simbólicos, visualizados pela
compreensão de uma linguagem, definida em seu todo pelas regras sociais
da constituição metalinguística. Esta é a razão por que sua interpretação não
pode ter a forma de uma reconstrução analiticamente inevitável pela aplicação
de regras universais – ela também não é mensurável com tais critérios
estandardizados. Em um sistema aberto da linguagem ordinária, à qual é também
sua própria metalinguagem, escolhemos no início de cada interpretação um
esquema exegético provisório, antecipando de saída o resultado do processo
exegético em seu todo.
Na medida em que a
interpretação é uma análise linguística, tal antecipação não possui conteúdo
empírico em seu sentido estrito. O vínculo da hermenêutica com uma linguagem,
ela mesma intimamente comprometida com a práxis, explica o duplo caráter de um
método que explora nas estruturas gramaticais, simultaneamente, o conteúdo
empírico das condições da vida individualizada. A integração dos símbolos
disponíveis em um quadro de referência selecionado, portanto, o processo de sua
aplicação é uma decifração do material e, ao mesmo tempo, um teste da chave
interpretativa no próprio material: em suma, análise linguística e controle
experimental num e no mesmo. Na medida em que a sobrevivência de indivíduos
socializados está conectada a uma sólida intersubjetividade da compreensão, a
hermenêutica possui razões “no trabalho da vida, próprio à geração das ideias”.
A manifestação isolada da vida individual está inserida em um conjunto vital
particular e é soletrada em uma linguagem com vigência intersubjetiva. As formas
elementares da compreensão pressupõem implicitamente as formas superiores:
estas visualizam, em termos hermenêuticos, a apreensão de um contexto a partir
do qual um elemento individualizado torna-se compreensível.
A função da compreensão
na práxis da vida é análoga àquela problematização que emerge de expectativas
frustradas; mas em um caso o critério da decepção é o fracasso de uma ação
finalista-racional controlada pelo sucesso, no outro trata-se de embaraços de
um consenso, isto é, da desconformidade de expectativas recíprocas entre, no
mínimo, dois sujeitos agentes. As intenções das duas orientações de pesquisa
distinguem-se de forma correspondente: no primeiro caso máximas
comportamentais, as quais fracassaram frente à realidade, devem ser submetidas
por regras técnicas comprovadas; no segundo caso trata-se de interpretar
manifestações vitais incompreensíveis e que bloqueiam a reciprocidade de
expectativas comportamentais. Enquanto o experimento eleva os controles
pragmáticos cotidianos, aplicados às regras de uma atividade instrumental ao
nível de uma forma metódica à verificação, a hermenêutica equivale à maneira
científica do agir interpretativo do cotidiano. Não há dúvida que no exercício
de tal habilidade, o domínio da arte hermenêutica permanece em menos graus
dependente “do virtuosismo pessoal” do que esse é o caso do domínio de
operações mensuráveis. A compreensão hermenêutica tem, de acordo com sua
estrutura, o objetivo de assegurar, no seio das tradições culturais, uma
autoconcepção dos indivíduos e dos grupos, suscetível de orientar a ação e o
entendimento recíproco de diferentes grupos e indivíduos.
Entre outros projetos,
escreveu a minissérie Os Melhores do Mundo, publicada pela Editora Abril
em 1991, que reunia os personagens da DC Comics, como Super-Homem e Batman e
cocriou a personagem Martha Washington, com Frank Miller. Em 2005 lançou uma graphic
novel em preto-e-branco chamada The Originals. Publicada pela
Vertigo, é uma história situada em um futuro próximo, mas inspirada nitidamente
na imagem Mod dos anos 1960. Entre outros projetos seus na DC figuram a
minissérie The Rann/Thanagar War (2005) e Green Lantern Cops:
Rechange. Em 2012, desenhou a HQ The Secret Service, escrita por
Mark Millar com colaboração do cineasta Matthew Vaughn. A história técnica e
social foi adaptada para o cinema em 2015. O filme é uma prequela de Kingsman:
The Secret Service (2014) e a sequência Kingsman: The Golden Circle
(2017). A prequela é uma obra narrativa que contém elementos ambientados no
mesmo universo ficcional, cuja história antecede ao trabalho anterior,
apresentando eventos que ocorreram antes da obra original. Às vezes sugerido
como neologismo a partir do inglês prequel, do mundo cinematográfico, ou
seja, um trabalho realizado após outro, sequência, embora haja divergências
quanto à verdadeira etimologia.
Mod, expressão redutiva
de modernists, é uma subcultura que surgiu na segunda metade da década
de 1950 em Londres e se espalhou por todo o Reino Unido, tendo forte influência
em outras partes do mundo na década seguinte. A subcultura surgiu da reunião de
jovens londrinos atentos às tendências do momento, que passaram a ser chamados
de modernists por seu gosto por jazz moderno. Os principais elementos da
subcultura Mod são o interesse por: moda (com grande incentivo para a produção
de peças por estilistas jovens); música (incluindo soul, rhythm and
blues, ska e principalmente jazz) e mobiletes (geralmente Lambretta
ou Vespa). Originalmente a cena mod estava associada à clubes de jazz
noturnos regados à anfetamina. Durante os anos 1960, os Mods se tornaram
profundamente associados com o rock and roll, principalmente grupos The Who
e Small Faces e a chamada “Invasão Britânica”. Durante o início e meados
da década de 1960, à medida que o mod crescia e se espalhava por todo o Reino
Unido, alguns jovens mods se envolveram em confrontos bem divulgados com
membros de uma subcultura rival: os rockers. Em seu estudo analisando a
cobertura da mídia sobre os conflitos entre mods e rockers na década de
1960, o sociólogo Stanley Cohen cunhou o termo “pânico moral”.
Em 1965, os conflitos
entre mods e rockers começaram a diminuir, ao passo que o mod se voltou cada
vez mais em direção à pop art e à psicodelia. Londres tornou-se sinônimo de
moda, música e cultura pop nesses anos, um período referido como “Swinging
London”. Durante esse período, o estilo mod se espalhou por diversos países; o
mod era então visto menos como uma subcultura isolada, e mais como um termo
guarda-chuva abrangendo diversos elementos da cultura jovem da época. À medida
que o mod se tornou mais cosmopolita durante o período “Swinging London”,
alguns mods da classe trabalhadora começaram a se distanciar da cena mod
mainstream, formando seus próprios grupos, os skinheads. No final da
década de 1970, houve um revival do mod no Reino Unido que tentou replicar a
aparência e os estilos do período “scooter” do início a meados da década de
1960, esse movimento foi seguido por um revival semelhante na América do Norte
no início dos anos 1980, particularmente no Sul da Califórnia.
O termo mod deriva de
modernista, termo usado na década de 1950 para descrever músicos e fãs de jazz
moderno. Esse uso contrastava com o termo trad, que descrevia tocadores e fãs
de jazz tradicional. O romance Absolute Beginners, de 1959, descreve os
modernistas como jovens fãs de jazz moderno que se vestem com roupas italianas
modernas e elegantes. O romance pode ser um dos primeiros exemplos do termo
escrito para descrever jovens fãs de jazz moderno conscientes do estilo britânico.
Este uso da palavra modernista não deve ser confundido com modernismo no
contexto da literatura, arte, design e arquitetura. De meados ao final da
década de 1960 em diante, a mídia de massa usou frequentemente o termo mod em
um sentido mais amplo para descrever qualquer coisa que se acreditasse ser
popular, elegante ou moderna. Paul Jobling e David Crowley argumentaram que a
definição de mod pode ser difícil de definir, porque durante toda a era
original da subcultura, ela era “propensa à reinvenção contínua”. Eles alegaram
que, como a cena mod era tão pluralista, a palavra mod era um termo genérico
que cobria várias sub-cenas distintas. Terry Rawlings argumentou que os mods
são difíceis de definir porque a subcultura começou como um “mundo semi-secreto
misterioso”, que o empresário do Who, Peter Meaden, resumiu “uma vida
limpa em circunstâncias difíceis”.
George Melly escreveu
que os mods eram inicialmente um pequeno grupo de jovens ingleses da classe
trabalhadora, focados em roupas, que insistiam em roupas e sapatos feitos sob
medida para seu estilo, que surgiram durante o boom do jazz moderno no final dos
anos 1950. Os primeiros mods assistiam a filmes de arte franceses e italianos e
liam revistas italianas de ideias de estilo. Eles geralmente ocupavam
empregos manuais semiqualificados ou cargos de colarinho
branco de baixo nível, como escriturário, mensageiro ou office-boy.
Segundo Dick Hebdige, os mods criaram uma paródia da sociedade de consumo em
que viviam. Segundo Hebdige, por volta
de 1963, a subcultura mod acumulou gradativamente os símbolos identificadores
que mais tarde passaram a ser associados à cena, como scooters, pílulas de
anfetamina e música R&B. Embora as roupas ainda fossem importantes naquela
época, elas podiam estar prontas. Dick Hebdige escreveu que o termo mod cobria
uma série de estilos, incluindo o surgimento do Swinging London, embora para
ele definisse os adolescentes preocupados com as roupas da classe trabalhadora
de Melly que viviam em Londres e no Sul da Inglaterra no início e meados da
década de 1960. Mary Anne Long argumentou que “relatos de primeira mão e
teóricos contemporâneos apontam para a classe trabalhadora ou [classe] média
judaica do East End e subúrbios de Londres”.
Simon Frith afirmou que a subcultura mod tinha suas raízes na cultura beatnik dos cafés dos anos 1950, que atendia estudantes de escolas de arte na cena boêmia radical de Londres. Steve Sparks, cuja reivindicação do ponto de vista culturalista é ser um dos mods originais, concorda que antes do mod ser comercializado, ele era essencialmente uma extensão da cultura beatnik: “Vem de modernista, tinha a ver com jazz moderno e a ver com Jean-Paul Sartre” e o existencialismo. Sparks argumentou que “Mod tem sido muito mal compreendido, como um precursor dos skinheads da classe trabalhadora que anda de scooter”. Os cafés eram atraentes para a juventude britânica porque, ao contrário dos pubs típicos, que fechavam por volta das 23h, ficavam abertos até as primeiras horas da manhã. Os cafés contavam com jukeboxes, que em alguns casos reservavam espaço nas máquinas para os próprios registros dos clientes. No final da década de 1950, os cafés eram associados ao jazz e ao blues, mas no início da década de 1960 começaram a tocar mais música R&B. Frith observou que, embora os cafés fossem originalmente destinados a estudantes de escolas de arte de classe média, eles começaram a facilitar a mistura de jovens de diferentes origens e classes. Nesses locais, que Frith chamou de “primeiro sinal do movimento juvenil”, os jovens conheceram colecionadores de discos de R&B e blues. À medida que a subcultura mod cresceu em Londres durante o início e meados da década de 1960, surgiram tensões entre os mods, muitas vezes andando de scooters altamente decoradas, e seus principais rivais, os rockers, uma subcultura britânica que favorecia o rockabilly, o rock`n`roll antigo, motocicletas e jaquetas de couro, e consideravam os mods afeminados por seu interesse por moda. Houve alguns confrontos violentos entre os dois grupos.
Este período foi posteriormente imortalizado pelo compositor Pete Townshend, no álbum conceitual do Who de 1973, Quadrophenia. Depois de 1964, os confrontos entre os dois grupos diminuíram em grande parte, à medida que o mod se expandiu e passou a ser aceito pela grande geração de jovens em todo o Reino Unido como um símbolo de tudo o que havia de novo. Durante esse período, Londres se tornou uma meca da música rock, com bandas populares como Who e Small Faces atraindo um público em grande parte mod, bem como a preponderância da moda moderna, em um período muitas vezes conhecido como Swinging London. À medida que inúmeras bandas de rock britânicas de meados da década de 1960 começaram a adotar uma aparência mod e seguir, o escopo da subcultura cresceu além de seus limites originais e o foco começou a mudar. Em 1966, os aspectos proletários da cena em Londres tinham diminuído à medida que os elementos da moda e da cultura pop continuavam a crescer, não só em Inglaterra, mas noutros lugares. Este período, retratado pelo filme de Alberto Sordi em Thank You Very Much, e no filme Blowup de Michelangelo Antonioni de 1966, foi tipificado pela pop art, boutiques da Carnaby Street, música ao vivo e discotecas. Muitos associam esta época à modelo Twiggy, minissaias e padrões geométricos ousados em roupas de cores vivas. Durante esses anos, exerceu uma influência considerável na difusão mundial do mod. À medida que o mod passava por uma transformação na Inglaterra, virou moda nos Estados Unidos e no mundo, à medida que muitos jovens adotavam seu visual. A experiência mundial diferia daquela da cena inicial de Londres por se basear no aspecto da cultura pop, influenciada por músicos de rock britânicos. Até agora, o mod era pensado mais como um estilo geral da cultura jovem, e não como um subgrupo separado entre diferentes facções contenciosas.
Os músicos norte-americanos,
na esteira da Invasão Britânica, adotaram o visual de roupas mod,
penteados mais longos e beatles boots. O documentário de exploração
Mondo Mod fornece um vislumbre da influência do mod na cena Sunset Strip
e West Hollywood no final de 1966. O Mod tornou-se cada vez mais
associado ao rock psicodélico e ao movimento hippie inicial, e em 1967 looks
mais exóticos, como quando as jaquetas Nehru e as contas de amor entraram em
voga. Suas armadilhas foram refletidas em programas de TV americanos populares,
como Laugh-In e The Mod Squad. Dick Hebdige argumentou que a subcultura perdeu
sua vitalidade quando foi comercializada e estilizada a ponto de os estilos de
roupas mod serem criados "de cima" por empresas de roupas e por
programas de TV como Ready Steady Go!, ao invés de serem desenvolvidos
por jovens customizando suas roupas e combinando diferentes modas.
À medida que o rock psicodélico e a subcultura hippie se tornaram mais populares no Reino Unido, grande parte do mod, por um tempo, parecia entrelaçado com esses movimentos. No entanto, dissipou-se depois de 1968, à medida que os gostos começaram a favorecer um visual menos preocupado com o estilo, jeans e tie-dye, juntamente com uma diminuição do interesse pela vida noturna. Bandas como The Who e Small Faces começaram a mudar e, no final da década, afastaram-se do mod. Além disso, os mods originais do início dos anos 1960 estavam chegando à idade do casamento e da criação dos filhos, o que significava que muitos deles não tinham mais tempo ou dinheiro para seus passatempos juvenis de ir a clubes, comprar discos e comprar roupas. Alguns mods voltados para as ruas, geralmente de menos recursos, às vezes chamados de hard mods, permaneceram ativos até o final dos anos 1960, mas tenderam a se distanciar cada vez mais da cena Swinging London e do crescente movimento hippie. Em 1967, eles consideravam a maioria das pessoas na cena Swinging London como “soft mods” ou “peacock mods”, já que os estilos, lá, tornaram-se cada vez mais extravagantes, muitas vezes apresentando babados, brocade, ou tecidos rendados em cores Day-Glo. Muitos dos hard mods viviam nas mesmas áreas economicamente deprimidas do sul de Londres que os imigrantes das Índias Ocidentais, então esses mods favoreciam um tipo diferente de traje, que emulava o visual de rude boy dos chapéus Trilby e das calças muito curtas. Esses Mods ouviam ska jamaicano e de negros rudes em boates das Índias como Ram Jam, A-Train e Sloopy`s (1977).
Hebdige afirmou que os
hard mods foram atraídos pela cultura negra e pela música ska em parte porque a
música intelectual e orientada para as drogas do movimento hippie de classe
média educada não tinha qualquer relevância para eles. Ele argumentou que os
hard mods foram atraídos pelo ska porque era uma música secreta, underground e
não comercializada, que era disseminada através de canais informais, como
festas em casas e clubes. No final da década de 1960, os hard mods tornaram-se skinheads, que, em seus primeiros dias, seriam conhecidos pelo
mesmo amor pelo soul, rocksteady e reggae antigo. Por causa de seu fascínio
pela cultura negra, os primeiros skinheads eram, exceto em situações
isoladas, em grande parte “desprovidos do racismo e fascismo evidentes que mais
tarde se tornariam associados a alas inteiras do movimento de meados a final da
década de 1970”. Os primeiros skinheads mantiveram elementos básicos da
moda mod - como camisas Fred Perry e Ben Sherman, calças Sta-Prest e jeans Levi`s
- mas os misturaram com acessórios voltados para a classe trabalhadora, como
suspensórios e botas de trabalho. Dr. Hebdige afirmou nas brigas de
Margate e Brighton entre mods e rockers, alguns mods eram vistos usando botas e
suspensórios e os cortes de cabelo curtos por razões práticas, já que
cabelos longos eram um problema em empregos industriais e brigas de rua.
Mods e ex-mods também
fizeram parte da cena northern soul, uma subcultura baseada em obscuros
discos de soul americanos dos anos 1960 e 1970. Alguns mods evoluíram ou se
fundiram com subculturas como individualists, stylists e
scooterboys. Um Mod Revival (renascimento do mod) começou no final da década de
1970 no Reino Unido, com milhares de revivalistas do mod participando de
comícios de scooters em locais como Scarborough e a Ilha de Wight. Este
renascimento foi parcialmente inspirado no filme Quadrophenia de 1979, que
explora o movimento original dos anos 1960, e por bandas influenciadas pelo
mod, como The Jam, Secret Affair, The Lambrettas, Purple Hearts, Specials e The
Chords, que aproveitaram a energia da música New Wave. O mod revival britânico
foi seguido por um revival na América do Norte no início dos anos 1980,
particularmente no Sul da Califórnia, liderado por bandas como The Untouchables.
A cena mod na extraordinária Los Angeles e Orange County foi parcialmente
influenciada pelo renascimento do 2 Tone ska na Inglaterra, e foi única
em sua diversidade racial, com participantes negros, brancos, hispânicos e
asiáticos. A cena Britpop da década de 1990 apresentou influências mod
perceptíveis em bandas como Oasis, Blur, Ocean Color Scene e Bluetones. Músicos
populares do século XXI, Miles Kane e Jake Bugg também são seguidores da
subcultura mod. Dick Hebdige argumentou que ao tentar entender a cultura mod
dos anos 1960, é preciso tentar “penetrar e decifrar a mitologia dos mods”.
Terry Rawlings argumentou que a cena mod se desenvolveu quando os adolescentes
britânicos começaram a rejeitar a cultura britânica “monótona, tímida,
antiquada e sem inspiração” ao seu redor, com sua mentalidade reprimida e
obcecada por classes e sua “naffness”.
Os mods rejeitaram o “faulty pap” da música pop dos anos 1950 e das canções de amor sentimentais. Eles pretendiam ser “legais, elegantes, elegantes, modernos e inteligentes”, abraçando “todas as coisas sexy e simplificadas”, especialmente quando eram novas, excitantes, controversas ou modernas. Hebdige afirmou que a subcultura mod surgiu como parte do desejo dos participantes de compreender a “complexidade misteriosa da metrópole” e de se aproximar da cultura negra do rude boy jamaicano, porque os mods sentiam que a cultura negra “governava horas noturnas” e que tinha mais “savoir faire” de rua. Shari Benstock e Suzanne Ferriss argumentaram que “no cerne da rebelião Mod britânica estava uma flagrante fetichização da cultura de consumo americana” que havia “corroído a fibra moral da Inglaterra”. Ao fazer isso, os mods “zombaram do sistema de classes que não levou seus pais a lugar nenhum” e criaram uma “rebelião baseada no consumo de prazeres”. A influência dos jornais britânicos na criação da percepção pública dos mods como tendo um estilo de vida de frequentador de clubes repleto de lazer pode ser vista em um artigo não por acaso espetacularizado de 1964 no Sunday Times. O jornal entrevistou um mod de 17 anos que saía para baladas sete noites por semana e passava as tardes de sábado comprando roupas e discos. No entanto, poucos adolescentes e jovens adultos britânicos teriam tempo e dinheiro para gastar tanto tempo em boates. Paul Jobling e David Crowley argumentaram que a maioria dos jovens mods trabalhava das 9 às 5 da tarde em empregos semiqualificados, o que significava que eles tinham muito menos tempo de lazer e apenas uma renda modesta para gastar durante seu tempo livre.
As palavras prelúdio, importada da terminologia musical, prólogo, do teatro, e preâmbulo, da literatura universal, às vezes são empregadas com esse sentido. Entretanto, prequências curiosamente podem articular-se ou não sobre a mesma trama delineada da qual são derivadas. Muitas vezes, explicam o passado que levou ao acontecimento dos eventos na narrativa original, compartilhando tramas e personagens, mas, às vezes, as conexões entre as obras não são explícitas, apenas compartilhando o universo em que se passam Seu elenco inclui Ralph Fiennes que é também um de seus produtores executivos, Gemma Arterton, Rhys Ifans, Matthew Goode, Tom Hollander, Harris Dickinson, Daniel Brühl, Djimon Hounsou e Charles Dance. Ele se concentra em vários eventos durante a movimentada 1ª guerra mundial (1914-1918) e o nascimento da organização Kingsman. The King`s Man foi lançado nos Estados Unidos da América em 22 de dezembro de 2021, e no Reino Unido em 26 de dezembro de 2021 pela 20th Century Studios, adiada várias vezes a partir de uma data original de lançamento em 2019. Em Portugal, o filme teve seu lançamento em 22 de dezembro de 2021, e no Brasil ocorreu em 6 de janeiro de 2022. O filme recebeu críticas mista, bilheteria de 126 milhões de dólares contra um orçamento de 100 milhões de dólares.
Em setembro de 2018, foi anunciado que Ralph Fiennes e Harris Dickinson estrelariam o filme, e como vimos, o primeiro também atuando como um dos produtores executivos do filme. Em novembro de 2018, foi revelado que Daniel Brühl, Charles Dance, Rhys Ifans e Matthew Goode coestrelariam o filme. Em fevereiro de 2019, foi relatado que Aaron Taylor-Johnson, Gemma Arterton, Tom Hollander, Djimon Hounsou, Alison Steadman, Stanley Tucci, Robert Aramayo e Neil Jackson se juntaram ao elenco. Em abril de 2019, foi anunciado que Alexandra Maria Lara havia se juntado ao elenco do filme. Mais tarde, em maio, Joel Basman se juntou ao elenco. Nesse mesmo mês, quando as filmagens foram concluídas, Vaughn negou relatos de que Liam Neeson havia se juntado ao elenco. Vaughn também disse que The Great Game era um título provisório e que o filme não teria esse nome. A fotografia principal começou em 22 de janeiro de 2019 no Reino Unido. Em abril de 2019, algumas cenas foram filmadas em Turim e em dois palácios próximos, o Palácio de Venaria e Stupinigi (Itália). O diretor de fotografia inicial do filme, Ben Davis, teve que deixar o projeto durante as refilmagens devido a seus compromissos com Eternals (2021) que estreou em Los Angeles em 18 de outubro de 2021 e foi lançado nos Estados Unidos em 5 de novembro, como parte da Fase Quatro do UCM. O filme arrecadou 402 milhões de dólares em todo o mundo. Recebeu avaliações mistas, com elogios focados em seus temas e visuais, e críticas voltadas para sua exposição, ritmo, tempo de execução e falta de desenvolvimento dos personagens.
The King`s Man teve sua estreia mundial em
Londres, Reino Unido, em 7 de dezembro de 2021 e foi lançado nos cinemas em 22
de dezembro de 2021, sua oitava data de lançamento proposta e mais de dois anos
após o lançamento original. Ele foi originalmente programado para ser lançado
em 8 de novembro de 2019, mas foi adiado primeiro para 15 de novembro de 2019,
depois para 14 de fevereiro de 2020, e depois para 18 de setembro de 2020. A
data de lançamento foi novamente adiada pela Walt Disney Studios Motion
Pictures para 26 de fevereiro de 2021. Após o atraso dos filmes do Universo
Cinematográfico Marvel: Fase Quatro, The King`s Man foi adiado duas semanas
para 12 de fevereiro de 2021, antes de ser transferido novamente para 12 de
março de 2021. Em janeiro de 2021, a data de lançamento foi adiada novamente
para 20 de agosto de 2021. Em março de 2021, foi adiado ainda mais para a data
de dezembro de 2021. Não por acaso, o filme acabou sendo exibido nos cinemas
por 45 dias antes de ir para as plataformas digitais. No site agregador de
críticas Rotten Tomatoes, 41% das 184 avaliações dos críticos são positivas,
com uma classificação média de 5,1/10. O consenso do site afirma: “O sólido
desempenho central de Ralph Fiennes em The King`s Man é sujo pela
descida desta prequela tonalmente confusa ao tédio do thriller de ação”.
O Metacritic, que usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma
pontuação de 44 em 100, baseado em 40 críticos, indicando críticas “mistas ou
médias”. O público pesquisado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média de “B+”
em uma escala de A+ a F, enquanto o PostTrak relatou que 77% dos membros
da audiência deram uma pontuação positiva, com 60% dizendo que definitivamente
o recomendariam.
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1976; HABERMAS, Jürgen, Conhecimento e Interesse. Rio de Janeiro:
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Progreso: Por una Ecología de la Comunicación. Barcelona: Editorial Teide,
1993; WARBURG, Aby, La Rinascita del Paganesimo Antico. Firenze: La
Nuova Itália, 1996; CAMPOS, Ivelise Fortim de, Alice no País do Espelho: O
MUD - Jogo e Realidade Virtual Baseado em Texto. Dissertação de Mestrado.
Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2004; GOLDFARB, Dellia Catullo, Do Tempo
da Memória ao Esquecimento da História: Um Estudo Psicanalítico das Demências.
Tese de Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. Instituto
de Psicologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2004; PEREIRA, Ilídio
Medina, Peter Drucker e a Legitimação do Capitalismo Tardio: Uma Análise
Crítica do Discurso. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em
Administração. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006;
BARGER, Christopher, O Estrategista em Mídias Sociais. São Paulo: DVS,
2013; LE GOFF, Jacques, O Nascimento do Purgatório. Petrópolis (RJ):
Editoras Vozes, 2017; SILVEIRA, Rowan Henrique Sarmento, Abstração
Ludoficcional: A Simplificação nos Mundos Ficcionais do Videogame. Tese de
Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Design. Recife:
Universidade Federal de Pernambuco, 2021; JONES, Marcus, “The Kingsman
prequel is Now Known as The King`s Man”. In:
Entertainment Weekly, 19 de junho de 2019; GONÇALVES, Wylkys Weinhardt, J-HORROR
- Como Entender a Novíssima Escola Oriental de Cinema. Dissertação de Mestrado. Programa de
Pós-Graduação em Comunicação e Linguagens – Cinema e Audiovisual. Curitiba:
Universidade Tuiuti do Paraná, 2021; entre outros.
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