terça-feira, 21 de maio de 2019

Era Atômica & Mísseis - PlanetaTerra é Uma Bomba Relógio.


                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

O que a história ensina é que os governos e as pessoas nunca aprendem com a história”. Friedrich Hegel 


       

           A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os seres humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é reconhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu na sua superfície depois de um bilhão de anos. Desde então, a biosfera terrestre alterou de forma significativa a atmosfera e fatores abióticos do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, como a formação da camada de ozônio, que em conjunto com seu campo magnético, bloqueia radiação solar prejudicial, permitindo a vida no planeta. A sua superfície exterior é dividida em segmentos rígidos, chamados placas tectônicas, que migram sobre a superfície terrestre ao longo de milhões de anos. Aproximadamente 71% da superfície é coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas, contendo lagos e corpos de água que contribuem para a hidrosfera. Os polos geográficos da Terra encontram-se majoritariamente cobertos por mantos de gelo ou por banquisasUma bomba-relógio é a designação sociológica comum de um artefato denominado bomba que é acionada para detonação através de um período de tempo, geralmente calculado  por um relógio. A utilização dessa técnica, permite que o artefato seja abandonado ou alojado, sem a presença humana. Possui diversos propósitos, como fraude em seguros, terrorismo, assassinato e como arma de guerra. A palavra também é usada metaforicamente. - Esse problema é uma bomba-relógio significa algo que algo deve ser feito para sua realização, antes que exploda. 
         A carga explosiva é o componente principal de qualquer bomba, e faz-se a maior parte do tamanho e do peso da mesma. É o elemento nocivo da bomba juntamente com quaisquer fragmentos ou estilhaços que a deflagração pode produzir com o seu recipiente ou objetos vizinhos. A carga explosiva é detonada por um detonador. Trata-se um mecanismo de uso de tempo. Uma bomba-relógio pode ser fabricada profissionalmente, separadamente ou como parte do dispositivo, ou pode ser improvisado a partir de um timer caseiro, como um despertador, relógio de pulso, timer de cozinha digital ou manual, computador ou notebook. Ipso facto, existem vários métodos e processos de trabalho através do qual o ponto de ignição pode ser ajustado. Muitas vezes, é utilizado um relógio que pode ser ajustado e é construída na bomba. Em outros modelos como as bombas que foram usados ​​no atentado terrorista de Dresden é um detonador química usado. Quando a bomba atinge o solo quebrando uma cápsula de vidro com acetona. A acetona, dissolve-se lentamente numa partição de plástico para uma quantidade de ácido. Este ácido reage com uma substância química diferente, e conduz a explosão da bomba. Dependendo da concentração de acetona na cápsula, o tempo de ignição pode ser definido para mais ou para menos. Os principais tipos de bomba-relógio são: bomba de ação retardada, bombas lançadas por aeronaves com um atraso para aumentar o dano, dispositivo explosivo improvisado, bombas caseiras com um atraso para permitir que a pessoa possa escapar e não ser percebida e, bombas profissionais ou bélicas, onde tem sua utilidade de uso em atividades pragmáticas.
O interior da Terra permanece ativo e relativamente sólido, um núcleo externo líquido que gera um campo magnético, e um núcleo interno sólido, composto, sobretudo por ferro. A Terra interage com outros objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a Lua. A Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta, com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares. A Lua é o único satélite natural reconhecido da Terra. O atual modelo consensual para a formação da Lua é a hipótese do grande impacto. É uma hipótese astronômica que postula a formação da Lua através do impacto de um planeta com aproximadamente o tamanho de Marte, conhecido como Theia, com a Terra. Ela é responsável pelas marés, estabiliza a inclinação axial da Terra e abranda gradualmente a rotação do planeta. A Lua pode ter afetado dramaticamente o desenvolvimento da vida ao moderar o clima do planeta. Evidências paleontológicas e simulações de computador demonstram que a inclinação axial do planeta é estabilizada pelas interações cíclicas de maré com a Lua.


           
Albert Einstein concluiu seu doutorado em Física, em 1905 e remeteu para a Revista Anais de Física, em Leipzig, Alemanha, trinta folhas com quatro artigos, entre eles a formulação inicial da sua famosa “Teoria da Relatividade”, que revelaram ao mundo ocidental uma nova visão do Universo. Ele propôs uma formula para a equivalência entre massa e energia a célebre equação E = mc², pela qual a energia (E) de uma quantidade de matéria, com massa (m), é igual ao produto da massa pelo quadrado da velocidade da luz, representada por (c). Seus estudos e questionamentos supõem o princípio da teoria atômica e da energia nuclear. Após a publicação dos artigos seu talento é reconhecido socialmente. Com 30 anos, tornou-se professor de Física na Universidade de Zurique. No ano seguinte leciona na Universidade de Praga do Império Austro-Húngaro. Em 1912 ocupou a cadeira de Física, da Escola Politécnica Federal da Suíça. Em 1913, foi nomeado Privatdozent para a Universidade de Berlim, Diretor do Instituto Kaiser Wilhelm de Física e Membro da Academia de Ciências da Prússia.  
            Em 25 de novembro de 1915, ele subiu ao palco da Academia de Ciências da Prússia e declarou ter concluído sua exaustiva pesquisa de uma década em busca de um entendimento novo e mais profundo da gravidade. A Teoria da Relatividade Geral, afirmou Einstein, estava concluída. A nova radical visão das interações entre espaço, tempo, matéria, a energia e a gravidade foi um feito reconhecido como uma das maiores conquistas intelectuais da humanidade. Em 1919, Einstein tornou-se reconhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar. Em 1921, o cientista Albert Einstein foi agraciado com o “Prêmio Nobel de Física” por suas contribuições abstratas à Física Teórica e, especialmente por sua descoberta da Lei do Efeito Fotoelétrico. No dia 10 de novembro de 1922, durante a cerimônia de entrega do Nobel de Física, Einstein estava no Japão e infelizmente não pode recebê-lo pessoalmente. Foi representado, na cerimônia de consagração entrega do prêmio, pelo embaixador alemão na Suécia.

  O artigo “As Origens da Teoria Geral da Relatividade” é publicado no Annalen der Physik (1916). Em maio é escolhido Presidente da Sociedade Alemã de Física. Finaliza seu livro de divulgação científica A Teoria da Relatividade Especial e Relatividade Geral. Publica três artigos sobre teoria quântica. Durante o eclipse solar, esta proeza científica foi conseguida, em 29 de maio de 1919, quando as fotografias de um eclipse solar, tiradas na cidade cearense de Sobral e na Ilha do Príncipe (África), foram fundamentais para comprovar a deflexão da luz pela gravidade, prevista por essa Teoria. Expedições britânicas confirmam a deflexão da luz pelo Sol conforme previsto pela teoria da relatividade geral. Em 6 de novembro, os resultados são apresentados por Arthur Eddington, famoso pelo seu trabalho sobre a Teoria da Relatividade. Eddington escreveu um artigo em 1919, Report on the relativity theory of gravitation, que anunciou a Teoria Geral da Relatividade de Einstein para o mundo anglófilo  na reunião conjunta da Royal Society e Royal Astronomical Society. A boa notícia corre o mundo ocidental e Albert Einstein torna-se uma figura pública.
 Desde a descoberta da fissão atômica, nos anos 1930, passando pelo bombardeio de Hiroshima e Nagasaki, na 2ª guerra mundial, e chegando ao acidente em Chernobyl (1986), na Ucrânia, a energia nuclear manteve o estigma de misterioso e estratégico ativo no cenário internacional (cf. Einstein, 1963; Rhodes, 1986; Victal, 2019). O Brasil chamou a atenção da comunidade internacional ao propor parceria com a Turquia, em 2010, um acordo que pudesse frear o movimento ocidentalista - impulsionado em Washington - por novas sanções ao Irã. Não teve sucesso na tentativa de convencer outras potências, mas voltou os holofotes para um tema tabu: qual o critério para decidir quem poderá usufruir da energia nuclear neste século? O cenário de média demanda presume crescimento econômico mundial também mediano, incentivo a políticas energéticas que respeitem o meio ambiente, baixo crescimento no consumo de energia e desenvolvimento sustentável da energia nuclear no planeta - inclusive em países emergentes. Neste cenário econômico globalizado de média demanda, em 2050 o mundo consumiria 177 mil toneladas de urânio por ano. Isso equivale a um aumento de 160% em relação ao consumo registrado em 2000.
A aparente vantagem das usinas nucleares é a não emissão de nenhum gás poluente, além de produzir uma quantidade de energia maior do que os outros tipos de usinas elétricas. Apenas 10 g de urânio podem ser suficientes para produzir a mesma quantidade de energia que 700 kg de petróleo e 1.200 kg de carvão. Além disso, as usinas nucleares não necessitam de condições climáticas para operar e nem provocam mudanças e consequências ao ambiente ao seu redor. Essas usinas não produzem gás porque não precisam de combustíveis fósseis. O combustível nuclear queimado no processo do Urânio é reaproveitado para um novo processo, assim como a água que resfria o núcleo do reator nuclear e depois é fervida. Seu vapor após movimentar as turbinas passa por um processo de condensação, voltando em sua forma líquida para um novo ciclo. Os resíduos nucleares devem passar por um processo rígido de descarte, pois se trata de elementos radioativos, inclusive a água utilizada. Com a manutenção contínua e o procedimento de eliminação dos dejetos radioativos, as usinas nucleares são responsáveis por 17% da energia mundial.
Uma bomba-relógio é a designação comum de uma bomba que é acionada para detonação através de um período de tempo, geralmente calculado por um relógio. A carga explosiva é detonada por um comando. Existem vários métodos de produção e trabalho através dos quais o ponto de ignição pode ser ajustado. Muitas vezes, é utilizado um relógio que pode ser ajustado e é construída na bomba. Em outros modelos como as bombas que foram usadas ​​no atentado terrorista de Dresden, é um simples detonador químico usado quando a bomba atinge o solo quebrando uma cápsula de vidro com acetona. A acetona dissolve-se lentamente numa partição de plástico para uma quantidade de ácido. Este ácido reage com uma substância química diferente, o que conduz a explosão da bomba. Dependendo da concentração de acetona na cápsula, o tempo de ignição pode ser definido para mais rápido ou para mais lento. Desde 2010 a Wide-field Infrared Survey Explorer vem vasculhando o infinito com suas câmeras infravermelhas em busca de “perigos iminentes” e nesse tempo ela fez uma descoberta: Existem 4700 asteroides vagando que possuem chances de acertarem nosso planeta. 
Energia nuclear é a energia liberada em uma reação nuclear, melhor dizendo, em processos de transformação de núcleos atômicos. Alguns isótopos de certos elementos apresentam a capacidade de se transformar em outros isótopos ou Elementos através de reações nucleares, emitindo energia durante esse processo. Baseia-se no princípio da equivalência massa-energia havendo sido observado pelo físico Albert Einstein, segundo a qual durante reações nucleares ocorre transformação de massa em energia. Foi descoberta por Lise Meitner com a observação de uma fissão nuclear que ocorre depois da irradiação de urânio com nêutrons. A tecnologia nuclear é importante na medida que tem como uma das principais finalidades gerar energia elétrica. Lise Meitner foi uma física austríaca que estudou radioatividade e física nuclear, tendo descoberto a fissão nuclear. Otto Hahn foi um químico alemão, estudioso da radiação pressionado pelo regime nazista representando a ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, bem como a outros grupos de extrema-direita, para tirar Lise Meitner, sua amiga judia de longa data de estudos e pesquisas científicos relacionados à questão da radiação.

Nas usinas, o objetivo representa o controle das reações nucleares, possibilitando que a energia seja liberada de forma gradual como calor. O calor produzido é utilizado para ferver as águas, produzindo vapor. Esse vapor é o responsável pelo funcionamento dos turbo geradores convencionais. A energia nuclear é uma das alternativas possíveis para produção de eletricidade. Sua vantagem está na abundância e capacidade de geração de energia. Por outro lado, existem diversos problemas relacionados ao uso deste tipo de recurso energético, um deles é o risco de contaminação humana e ambiental. Outro risco que tem relação com a energia nuclear é o uso deste recurso para produção de bombas atômicas, e o uso inadequado destes artefatos por grupos paramilitares e terroristas. Usinas nucleares estatisticamente são operadas em 31 países. A maioria está localizada por razões históricas do conflitos bélico, na Europa, América do Norte, Ásia Oriental e Sul da Ásia. Os Estados Unidos da América ainda é considerado o maior produtor de energia nuclear, enquanto a França é o país que tem a maior parte potencial da eletricidade gerada por energia nuclear.
A energia nuclear corresponde a 17% da geração de energia elétrica mundial. Apesar de não gerar os gases do chamado efeito estufa, o perigo se encontra nos resíduos de alta radioatividade e na possibilidade de acidente nas usinas, que podem ser devastadores. O maior desastre nuclear da história ocorreu em Chernobyl, na região da Ucrânia, em 26 de abril de 1986, quando um reator da usina apresentou problemas técnicos, liberando uma nuvem radioativa, com 70 toneladas de urânio e 900 de grafite, na atmosfera. O acidente é responsável pela morte de mais de 2,4 milhões de pessoas nas proximidades e atingiu o nível 7, o mais grave da Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). A central nuclear de Three Mile Island foi cenário de um acidente que atingiu o nível 5 na Escala Internacional de Eventos Nucleares, em 28 de março de 1979. Localizada próxima a Harrisburg, capital da Pensilvânia, a usina nuclear sofreu superaquecimento devido a um problema mecânico, mas não chegou a explodir, pois os técnicos pragmáticos optaram pela liberação de vapor e gases. Apesar de não haver casos de mortes em razão da radiação, 25 mil pessoas entraram em contato com os gases que foram liberados para evitar a explosão. No mesmo ano, uma comissão presidencial e a Comissão Nuclear Reguladora chegaram a seguinte conclusão: - “ou não haverá casos de câncer ou o número será tão pequeno que nunca será possível detectá-los”.
Bolsonaro quer construir 8 usinas.
Criada em 1957 como impacto social da corrida nuclear da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e Estados Unidos da América, a usina de Mayak sofreu uma falha no sistema de refrigeração do compartimento de armazenamento de resíduos nucleares. O erro causou uma explosão em um tanque com 80 toneladas de material radioativo. A nuvem de gás contaminou a região em um longo raio em torno da faixa de 800 km. Como a cidade de Ozyorsk, onde aconteceu o acidente, não estava no mapa soviético, o fato sociológico ficou marcado como “o desastre de Kyshtym”. Cerca de dez mil pessoas foram evacuadas, sem explicação do governo. Foram registradas pelo menos 200 mortes por causa da exposição direta à radiação. A 100 km de Tóquio, Tokaimura, cidade sede da indústria nuclear japonesa foi palco de um acidente que expôs mais de 600 pessoas à alta radiação, em 1999. Funcionários de empresa de reprocessamento de urânio exageraram na dose do metal radioativo em um reator desativado há um ano, que sofreu uma reação descontrolada, vazando a radiação.
A cidade de Seversk, na região da Sibéria, abriga reatores nucleares e indústrias químicas para a separação e processamento de urânio e plutônio. A União Soviética não permitia que a cidade aparecesse no mapa, fato que mudou em 1992, após um decreto de Boris Yeltsin. Logo após, em 1993, a usina Tomsk-7 sofreu um acidente, em que um tanque com substâncias radioativas explodiu. Uma nuvem radioativa se formou na região, que hoje é fechada e só pode ser visitada a convite. O número de vítimas é desconhecido. Localizada a cerca de 250 km ao norte de Tóquio, a usina nuclear Daiichi, em Fukushima, sofreu danos em três de seus seis reatores, em 11 de março de 2011, depois de um terremoto de 9 graus na escala Richter ter atingido o país. Autoridades japonesas afirmaram que os níveis de radiação liberada foram altos, quase preocupantes. O desastre foi classificado com grau 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares (INES). Após o ocorrido, cientistas japoneses pretendem realizar uma mini-fusão nuclear, a fim de entender melhor o acidente de 2011 e se preparar de forma adequada em caso de ocorrências de novas catástrofes nucleares.
A energia elétrica é fator essencial para assegurar o crescimento econômico do país e a qualidade de vida da sua população, porém, os recursos hídricos disponíveis nas proximidades dos principais centros consumidores estão se esgotando. Além disso, os licenciamentos ambientais dos aproveitamentos hídricos remanescentes e economicamente viáveis estão se tornando cada vez mais difíceis. Antes do desastre nuclear de Fukushima Daiichi, em 2010, reportava-se que cerca de 10 reatores nucleares deveriam entrar em funcionamento por ano, de acordo com a Associação Nuclear Mundial, embora dos 17 reatores nucleares civis planejados para se tornar operacional no período entre 2007-2009, apenas cinco realmente se tornaram operacionais nas redes mundiais de energia. A geração global de eletricidade por usinas nucleares em 2012 estava em seu nível mais baixo desde 1999. Do ponto de vista das riquezas minerais, o Brasil possui a sexta maior reserva mundial de urânio e instalações do Ciclo do Combustível Nuclear, operadas pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) que garantem ao país independência relativa no suprimento  de combustível nuclear.
A China tem um programa complexo de energia nuclear que mais cresce com 28 novos reatores em construção, e um número considerável de novos reatores, que estão sendo construídos em países asiáticos como Índia, Rússia e na Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, há estimativas de pelo menos 100 reatores mais velhos e menores “muito provavelmente, serem fechados nos próximos 10 a 15 anos”. O Brasil ocupa a 5º posição no ranking mundial de reserva de urânio com as 309 mil toneladas, representado 5,3% do total. Entre os cinco países com maior reserva estão Austrália (28,7%), Cazaquistão (11,2), Canadá e Rússia (8,3% cada). Os dados são do Boletim de Energia Nuclear Brasil e Mundo (2016), do Ministério de Minas e Energia. Entre os países com reatores nucleares, o Brasil ocupa a 21º posição, com duas plantas que totalizam 1.990 MW de capacidade instalada. Até 2015 o mundo contabilizava 441 reatores nucleares operando em 31 países, que somavam 402.852 MW de capacidade instalada, equivalentes a 6,5% da potência mundial produtora de geração elétrica. 
Greenpeace contra as usinas nucleares.
A INB é uma empresa brasileira de economia mista, vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear de controle finalístico do Ministério da Ciência e Tecnologia. Tem unidades na Bahia, Ceará, Minas Gerais e Rio de Janeiro (sede), e é um importante elemento do sistema brasileiro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para o domínio do ciclo e produção de combustíveis nucleares. O  tratamento dos minerais pesados com a prospecção e pesquisa, lavra, industrialização e comercialização das areias monazíticas e obtenção de terras-raras são atividades que competem à INB. É responsável pela exploração do urânio, a mineração e o beneficiamento primário até a produção e montagem dos elementos combustíveis que acionam os reatores de usinas nucleares. 
 A totalidade dessas atividades compõe o “Ciclo do Combustível Nuclear”. Criada em 1988, a INB sucedeu a Nuclebrás e, em 1994, tornou-se uma única empresa ao incorporar suas controladas - Nuclebrás Enriquecimento Isotópico S.A. (Nuclei), Urânio do Brasil S.A. e Nuclemon Mínero-Química Ltda, absorvendo suas atividades de operacionais e suas atribuições. Segundo a Eletronuclear, o valor previsto para o investimento em Angra 3 é de, aproximadamente, R$ 21 bilhões. Desse montante, em torno de R$ 7 bilhões já foram gastos, restando, R$ 14 bilhões em investimentos diretos a serem realizados. A verba está prevista no plano de negócios da Eletrobras para os próximos cinco anos e a expectativa é que parte deste recurso venha do setor privado. Uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética orientou que o Ministério de Minas e Energia incluísse Angra 3 no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) do governo federal. O próximo passo é a avaliar o modelo para a escolha do parceiro privado que concluirá o projeto. O cronograma da empresa considera o reinício das obras para junho de 2021. Caso isso se concretize, a meta do Ministério é a usina ficar pronta em janeiro de 2026. Franceses, norte-americanos e russos disputam a concessão. E não faltam incentivos para os investidores.
Alguns países operaram reatores nucleares no passado, mas atualmente não possuem usinas nucleares operacionais. Entre eles, a Itália fechou todas as suas centrais nucleares em 1990, e a energia nuclear já foi declarada ilegal em um referendo. Lituânia, Cazaquistão e a Armênia estão planejando reintroduzir a energia nuclear. Vários países estão operando usinas nucleares atualmente, mas alguns, independentes de plebiscitos estão planejando abandonar a energia nuclear. Estes são a Bélgica, Alemanha e a Suíça Outros países, como Holanda, Suécia e Taiwan também estão considerando abandonar essa forma de gerar energia elétrica. A Áustria não utilizou a sua primeira usina nuclear totalmente construída. Cuba, Líbia, Coreia do Norte e Polônia não concluíram suas  usinas nucleares. Austrália, Azerbaijão, Geórgia, Gana, Irlanda, Kuwait, Omã, Peru, Singapura, Portugal, Venezuela, planejaram, mas não construíram suas usinas para gerar energia elétrica.
As bombas nucleares fundamentam-se na reação nuclear, compreendida como fissão ou fusão nuclear descontrolada e, portanto explosiva. A eficácia da bomba atômica baseia-se na grande quantidade de energia liberada e em sua toxicidade, que apresenta duas formas: radiação e substâncias emitidas, melhor dizendo, produtos finais da reação e materiais que foram expostos à radiação, tornando-se ambas radioativas. A força calculada da explosão é admitida em torno de 5 mil a té 20 milhões de vezes maior, se comparada a explosivos químicos. A temperatura gerada em uma explosão termonuclear atinge de 10 até 15 milhões de graus Celsius no centro da explosão. Na madrugada do dia 16 de julho de 1945, ocorreu o primeiro teste nuclear da história, realizado no deserto de Alamogordo, Novo México, a chamada Experiência Trinity. Alguns cientistas em Los Álamos continuaram reservadamente a duvidar se funcionaria.
Usina nuclear de Fukushima.
Havia urânio disponível o suficiente para uma bomba, e a confiança no design do tipo de arma era alto. Em 14 de julho de 1945, a maior parte da bomba de urânio (“Litlle Boy”) começou sua viagem para o oeste até o Pacífico com seu design e sistema de funcionamento totalmente testado. Um teste da bomba de plutônio parecia vital, tanto para confirmar seu novo projeto de implosão (detonação/ignição) quanto para reunir dados sobre explosões nucleares em geral. Várias ogivas nucleares de plutônio estavam agora “a caminho” e ficariam disponíveis nas próximas semanas e meses. Ipso facto, decidiu-se testar uma delas. Um teste da bomba de plutônio parecia vital, tanto para confirmar seu novo projeto de implosão (detonação/ignição) quanto para reunir dados sobre explosões nucleares em geral. Várias ogivas nucleares de plutônio estavam agora “a caminho” e ficariam disponíveis nas próximas semanas e meses. Por isso, decidiu-se testar uma delas. Robert Oppenheimer, diretor do Projeto Manhattan, escolheu nomear o teste como “Trinity”, inspirado nos poemas de John Mayra Donne foi um poeta jacobita inglês, pregador e o maior representante dos poetas metafísicos de seu tempo. Sua obra é notável por seu estilo sensual e realista, incluindo-se sonetos, poesia amorosa, poemas religiosos, traduções do latim, epigramas, elegias.
O local escolhido foi um lugar remoto na Área de bombardeio de Alamogordo, reconhecido como “Jornada del Muerto”, a 210 milhas ao sul de Los Alamos, no condado de Novo México. A instrumentação instalada em torno do local foi testada com uma explosão de grande quantidade de explosivos convencionais em sete de maio. As preparações continuaram durante maio e junho e foram concluídas no início de julho de 1945. O segundo, empregado pela primeira vez para fins militares durante a 2ª guerra mundial, foi na cidade japonesa de Hiroshima (bomba Little Boy lançada pelo bombardeiro Enola Gay) e o terceiro, na cidade de Nagasaki (bomba Fat Man lançada pelo Bockscar). Essas explosões mataram ao todo 155.000 pessoas imediatamente, além de 110.000 pessoas que morrerem durante as semanas seguintes, em consequência dos efeitos maléficos da radioatividade. Além disso, suspeita-se que até hoje mais 400.000 morreram devido aos efeitos perversos de longo prazo da radioatividade. As bombas termonucleares são mais potentes e fundamentam-se em reações de fusão de hidrogênio ativadas pela reação de fissão prévia. A bomba de fissão é o ignitor nuclear devido à elevada temperatura para iniciar o processo da fusão.

Em novembro de 2007, Greenpeace moveu uma ação legal para impedir a construção de Angra 3, afirmando que esta seria ilegal e inconstitucional. O advogado do Greenpeace, José Afonso da Silva, emitiu um Parecer jurídico argumentando que a construção civil e política de Angra (do Reis) 3 não era um ato legal do poder executivo. O parecer jurídico de Da Silva também afirmou que os Artigos 21, 49 e 225 da Constituição exigem que a construção de usinas nucleares seja discutida previamente no Congresso –fato que não ocorreu. Em janeiro de 2008, a juíza federal Renata Costa Moreira Musse Lopes pronunciou-se contra a ação do Greenpeace. Quando Angra 3 entrar em operação comercial, a nova unidade, com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro. Angra 3 é construída com tecnologia alemã Siemens/KWU (Areva ANP). As etapas técnicas de construção da Unidade incluem obras civis, montagem eletromecânica, comissionamento de equipamentos e sistemas, os testes operacionais. Foram executadas 67,1% das obras civis da Usina. O progresso físico do empreendimento, considerando as outras disciplinas envolvidas, é de 58,4%. Até setembro de 2015 já foram alocados ao empreendimento R$ 5,3 bilhões de um total de R$ 14,8 bilhões (2014), de custos diretos investidos, sendo que prováveis 75% desse valor real serão investidos no país.

 A fissão nuclear do urânio é a principal aplicação civil da energia nuclear. É usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a França, Japão, Estados Unidos da América, Alemanha, Suécia, Espanha, China, Rússia, Coreia do Norte, Paquistão e Índia, e outros. A percentagem da energia nuclear na geração e exploração de energia mundial é de 6,5% e de 16% na geração de energia elétrica. No mês de janeiro de 2009 estavam em funcionamento 210 usinas nucleares em 31 países com ao todo 438 reatores produzindo a potência elétrica total de 372 GW. A maior usina nuclear por capacidade instalada é a Usina Nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, com potência de 7 965 MW para a rede elétrica e 8 212 MW de potência total. É a maior usina nuclear geradora de energia elétrica do mundo tanto por capacidade instalada como por produção de energia elétrica, com 8,212 MW de potência total e potência de 7 965 MW para a rede de energia elétrica, atingindo um pico de produção de energia elétrica em 1999 quando teve seus sete reatores nucleares instalados e em funcionamento comercial atingindo uma produção em torno de 60,5 TWh.
No entanto, devido a desativação temporária de Kashiwazaki-Kariwa devido aos problemas de segurança que vieram a tona com o Desastre Nuclear de Fukushima, atualmente a maior usina nuclear em funcionamento no mundo é a Central Nuclear de Bruce, no Canadá, com potência de 6 383 MW e produção anual de energia elétrica de 47,63 GWh. Ela estava à aproximadamente a 19 km do epicentro do segundo terremoto mais forte que já ocorreu com a usina, o Terremoto Chūetsu de 2007. Foi um poderoso terremoto de magnitude 6,6 que ocorreu às 10: 13, hora local, em 16 de julho de 2007, na região noroeste de Niigata, localizada na ilha de Honshu, na costa do Mar do Japão. A cidade de Niigata é hoje a maior cidade japonesa de frente para o Mar do Japão. Foi o primeiro porto japonês do Mar do Japão a abrir ao comércio exterior depois da abertura do Japão por Matthew Calbraith Perry. Desde então ela exerceu um papel importante no comércio com a Rússia e a Coreia. Um navio da Coreia do Norte visita Niigata uma vez por mês, sendo uma das poucas formas sociais e de comunicação de contato entre o Japão e aquele país. A organização Etsuzankai, liderada pelo político Kakuei Tanaka (1918-1993), foi muito influente em trazer melhoramentos na infraestrutura da província nas décadas de 1960 e 1970. Eles incluíam a rota de trem-bala Jōetsu Shinkansen e a Autoestrada de Kanetsu para Tóquio. No Brasil, a pesquisa teórica sobre energia nuclear iniciou-se na Universidade de São Paulo, desde a sua criação no final dos anos de 1930.
 Kakuei Tanaka foi um político japonês que serviu na Câmara dos Representantes por mais de quatro décadas entre 1947 a 1990 e primeiro-ministro do Japão de 6 de julho de 1972 a 9 de dezembro de 1974. Depois de uma luta pelo poder com Takeo Fukuda, ele se tornou o membro mais influente do Partido Liberal Democrata, no poder, de meados dos anos 1960 até meados dos anos 1980. Ele foi uma figura central em vários escândalos políticos, culminando nos escândalos de suborno da Lockheed em 1976, que levaram à sua prisão e julgamento; ele foi considerado culpado por dois tribunais inferiores, mas seu caso permaneceu aberto perante a Suprema Corte até sua morte. Os escândalos, juntamente com um derrame debilitante que sofreu em 1985, levaram ao colapso de sua facção política, com a maioria dos membros se reagrupando sob a liderança de Noboru Takeshita em 1987. Ele foi apelidado de Kaku-san e era reconhecido como o “Shadow Shōgun” (Yami-shōgun). O título de Shadow Shōgun já foi usado para descrever Ichirō Ozawa. Sua direção político-econômica é chamada de estado de construção (Doken Kokka). Ele foi fortemente identificado com a “indústria da construção”, mas de fato, politicamente nunca atuou como “ministro da construção”. Sua filha Makiko Tanaka e seu genro Naoki Tanaka permanecem figuras políticas ativas no Japão. Historicamente os escândalos de suborno da Lockheed abrangeram uma série de subornos e contribuições de funcionários da empresa aeroespacial norte-americana do final dos anos 1950 aos anos 1970 no processo de negociação da venda de aeronaves.

O incidente causou considerável controvérsia política na Alemanha Ocidental, Itália, Holanda e Japão. Nos Estados Unidos da América, o escândalo quase levou à queda da Lockheed, que já enfrentou dificuldades devido ao fracasso comercial do avião comercial L-1011 TriStar. Por meio da Lei de Garantia de Empréstimos de Emergência de 1971, o Conselho de Garantia de Empréstimos de Emergência foi criado para empréstimos privados garantidos pelo governo federal de até US$ 250 milhões para a Lockheed Corporation. O programa de garantia faria com que o governo dos EUA assumisse uma dívida privada da Lockheed se ela não pagasse suas dívidas. Em agosto de 1975, o conselho investigou se a Lockheed violou suas obrigações ao deixar de informar o conselho sobre transações estrangeiras feitas à Lockheed. Em 14 de outubro de 1977, a Lockheed e seus 24 bancos de empréstimos firmaram um contrato de crédito, fornecendo uma linha de crédito rotativo de $ 100 milhões, para substituir o compromisso de garantia do governo; isso foi usado para quitar $ 60 milhões em dívidas da Lockheed. O Conselho de Garantia de Empréstimos de Emergência criou o novo contrato de crédito em 14 de outubro de Tesouro dos EUA. Nenhum dinheiro do contribuinte foi dado à Lockheed. No final de 1975 e início de 1976, um subcomitê do Senado dos Estados Unidos da América lutou pelo senador Frank Church que concluiu que membros do conselho da Lockheed haviam pago membros de governos amigos para garantir contratos de vitórias militares. Em 1976, foi revelado publicamente que a Lockheed havia pago $ 22 milhões em subornos a autoridades estrangeiras no processo de negociação merceológica tendo como background a questão da venda de aeronaves, incluindo o F-104 Starfighter, o chamado comercialmente de “Acordo do Século”.

A ramificação italiana do escândalo da Lockheed envolveu o suborno de políticos democratas-cristãos e socialistas para favorecer a compra pela Força Aérea Italiana de aviões de transporteC-130 Hercules. As alegações de suborno foram apoiadas pela revista política L`Espress, e teve como alvo os ex-ministros Luigi Guie Mario Tanassi, o ex-primeiro-ministro Mariano Rumor e o então presidente Giovanni Leone, forçando-o a renunciar ao cargo em 15 de junho de 1978. O príncipe Bernhard recebeu um suborno de $ 1,1 milhão da Lockheed para garantir que o Lockheed F-104 vencesse o Dassault Mirage nenhum contrato de compra. Ele atuou em mais de 300 conselhos ou comitês corporativos em todo o mundo e foi elogiado na Holanda por seus esforços para promover o bem-estar econômico do país. O primeiro ministro Joop den Uyl ordenou um inquérito sobre o caso, enquanto o príncipe Bernhard se recusou a responder às perguntas dos repórteres, afirmando: - “Estou acima dessas coisas”. Os resultados do inquérito levaram a uma crise constitucional em que a rainha Juliana ameaçou abdicar se Bernard fosse processado. Bernhard foi poupado, mas teve que renunciar a várias cargas públicas e foi proibido de usar uniforme militar novamente. O príncipe Bernhard sempre recusou as emoções, mas após sua morte em 1º de dezembro de 2004, foram publicadas entrevistas demonstrando que ele experimentou ter apanhado o dinheiro. Ele disse: - “Aceitei que a palavra Lockheed seja esculpida em minha lápide”. Correspondências entre Kingdon Gould Jr. e Henry Kissinger que foi informado dos subornos em 1975.

Na década seguinte, o Brasil tornou-se fornecedor de recursos minerais (monazita, tório e urânio) para projetos nucleares experimentais nos Estados Unidos, como o Projeto Manhattan. Em 1947, Álvaro Alberto da Mota e Silva, oficial da marinha e entusiasta da energia nuclear, escreveu a primeira política nuclear a ser aprovada pelo Conselho de Segurança Nacional (CSN). O plano teve início em 1951 com as políticas públicas desenvolvimentistas, com o estabelecimento do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e a indicação de Alberto a sua presidência. Embora o objetivo geral da instituição fosse promover pesquisas científicas e tecnológicas em todas as áreas do conhecimento, o CNPq tinha responsabilidades específicas quanto ao desenvolvimento da energia nuclear, como estimular pesquisas sobre recursos minerais relevantes e expandir a industrialização da energia nuclear. O CNPq buscou obter tecnologia nuclear dos Estados Unidos e de outros países. Alberto solicitou a compra de um cíclotron da General Electric, o que permitiria ao Brasil conduzir experimentos avançados em física nuclear. Washington, porém, rejeitou o pedido. Alberto também iniciou negociações para a aquisição de ultracentrifugas da Alemanha Ocidental. Na década de 1950, o programa nuclear brasileiro avançou pela compra por 80.000 dólares de 3 centrífugas da Alemanha. As centrífugas chegaram em 1956, mas entraram em funcionamento na década de 1970 depois do golpe de Estado civil-militar de 1964.
      Os militares e civis oportunistas do movimento golpista continuaram estimulando o desenvolvimento do setor nuclear. A ambição do governo era adquirir todas as fases do ciclo nuclear por meio de cooperação internacional. Com isso em mente, em 1974, a Companhia Brasileira de Tecnologia Nuclear (CBTN) foi fortalecida e tornou-se Empresas Nucleares Brasileiras S/A (Nuclebrás). Chefiada por Paulo Nogueira Batista, um diplomata de carreira, a Nuclebrás foi encarregada de implementar o programa nuclear, promovendo a criação de empresas autônomas para a construção de partes e o fornecimento de serviços para as usinas nucleares. Enquanto a Nuclebrás cuidava da implementação e do financiamento, a CNEN era responsável pela inspeção, regulação e planejamento nuclear. Além disso, a CNEN continuou sendo o órgão de assessoramento do Ministério das Minas e Energia para assuntos nucleares nacionais e internacionais. Na geração mundial de energia elétrica, a proporção nuclear passou de 2% a 15,2%, de 1971 para 1985, evoluindo mais lentamente até 1996, quando atingiu 17,2% (recorde). A partir dali, a proporção seguiu uma trajetória descendente, chegando aos atuais 10,6% em 2015. Entre as nações detentoras dos maiores parques geradores, destacam-se os Estados Unidos da América, com 99 reatores, França com 58, e Japão com 43. Em 2015 foram iniciadas as obras de 7 usinas e dez reatores foram conectados às suas redes, sendo oito na China, um na Rússia e um na Coreia do Sul.
          Ainda no mesmo período, foram desativadas sete (7) usinas, sendo cinco (5) no Japão, uma (1) na Alemanha e uma (1) no Reino Unido. Dos reatores em operação no mundo, 88 estão com idade média no intervalo de 0-20 anos, outros 136 estão com idade média de 21 a 30 anos, e outros 217 com idade média de 31 a 45 anos. O Brasil possui usinas nucleares em operação (Angra 1 e Angra 2) cuja produção é da ordem de 15 TWh e responde por cerca de 2,5% da matriz de oferta de energia elétrica. Desde o início, o programa nuclear brasileiro tem sido envolto em segredo. Temas nucleares ainda são considerados questões de segurança nacional e soberania, apesar da democratização e da transição após o regime militar verificados no Brasil. Há pouca transparência sobre várias atividades nucleares conduzidas sob tutela do governo e sobre o impacto social que podem ter sobre a saúde e o ambiente. As várias tentativas de manter acidentes radioativos em segredo tem prejudicado a credibilidade de empresas nucleares e gerado desconfiança entre o público. Particularmente, setores baseados perto de minas e usinas de urânio e afetados por suas atividades tem expressado diversas preocupações relacionadas ao tema, que vão desde os impactos da mineração de urânio à viabilidade dos planos de emergência. Autoridades políticas e organizações da sociedade civil também reclamam da falta de mecanismos para facilitar o diálogo com o setor nuclear. O episódio ocorrido em 2004, quando o Brasil negou acesso visual completo aos inspetores da AIEA, complementa essas acusações, assim como a persistente recusa do Brasil em aderir ao Protocolo Adicional.  
Bibliografia geral consultada.
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