sexta-feira, 10 de abril de 2020

O Caso Richard Jewell – Suspeição & Consciência Abstrata Americana.

                                                   Te amo, mãe. Diga aos meus filhos que amo eles. Estou morto”. George Floyd                                  

Em primeiro lugar, George Perry Floyd, Jr. (1973-2020) foi um afro-americano assassinado em Minneapolis no dia 25 de maio de 2020, estrangulado pelo policial branco Derek Chauvin, que ajoelhou em seu pescoço durante “uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado”. Após sua morte, protestos contra o racismo começaram a acontecer nos Estados Unidos e no mundo. Floyd foi criado em Houston, Texas. Destacava-se no futebol americano, mas praticou outros esportes durante o Ensino Médio e faculdade. Chamado de Perry por seus amigos e familiares, Floyd era considerado um “gigante gentil” (“a gentle giant”). Um trabalhador manual, Floyd também foi um dos primeiros contribuintes para o desenvolvimento do cenário do hip-hop em Houston e um mentor ativo em sua comunidade religiosa. Floyd foi preso várias vezes por roubo e posse de drogas; em 2009, fez um acordo judicial por um assalto à mão armada, cumprindo quatro anos de prisão. Em 2014, mudou-se para Minneapolis, Minnesota, encontrando trabalho como caminhoneiro, segurança e ator pornográfico. Em 2020, perdeu o trabalho como segurança devido à pandemia. Floyd morreu após ser preso, acusado de usar dinheiro falso para comprar cigarros; durante a prisão, Derek Chauvin, um policial branco, ajoelhou-se no pescoço e nas suas costas por oito minutos e 46 segundos. Sua morte e as ações dos policiais levaram a protestos do movimento ativista antirracista Black Lives Matter, pedindo à reforma da polícia e a legislação para lidar com as desigualdades raciais. Em segundo lugar, Richard Jewell (“O caso Richard Jewell”) tem como representação um filme de 2019, dirigido e produzido por Clint Eastwood e escrito por Billy Ray, com base no artigo de 1997: “American Nightmare: The Ballad of Richard Jewell”, de Marie Brenner na revista Vanity Fair

O filme retrata o Atentado terrorista ao Parque Olímpico Centenário durante os Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, Geórgia, como “alça de mira” o guarda de segurança Richard Jewell que “encontrou uma bomba e alertou as autoridades, porém foi posteriormente injustamente acusado de ter colocado a bomba no local”. Estrelando Paul Walter Hauser como Richard Jewell, ao lado de Sam Rockwell, Kathy Bates, Jon Hamm e Olivia Wilde. O filme teve sua estreia mundial no festival do American Film Institute em 20 de novembro de 2019, e foi lançado nos Estados Unidos em da América em 13 de dezembro de 2019 pela Warner Bros. Pictures. No Brasil, em Portugal e na Argentina, a estreia ocorreu no dia 2 de janeiro de 2020. Recebeu críticas positivas, e foi escolhido pelo National Board of Review como um dos dez melhores filmes do ano com a Bates também sendo reconhecida como melhor atriz coadjuvante. Marie Brenner nasceu em 15 de dezembro de 1949, em San Antonio, Texas, filha de Milton Conrad Brenner e Thelma (Long) Brenner. É uma grande cidade na zona centro-sul do Texas com uma rica herança colonial.  Ela cresceu em San Antonio e se mudou para a cidade de Nova York em 1970. Seu pai era presidente da Solo Serve Corporation, uma rede de lojas de desconto do Texas fundada por seu avô, Isidor Brenner. Isidor, nascido em 1872, era um imigrante judeu do Ducado da Curlândia na atualmente Letônia para o Texas, em 1892. Ele se casou com Paula, uma imigrante judia de Riga, Letônia. O casal mudou-se com a família entre o México e o Texas durante os primeiros anos da Revolução Mexicana (1910-1920), finalmente estabelecendo a família em San Antonio, em 1916. 

Ela é sobrinha de Anita Brenner, antropóloga, autora e uma das primeiras mulheres a ser colaboradora do The New York Times. Ela tinha um irmão mais velho, Carl, um advogado que se tornou produtor de maçãs e que foi o centro de seu livro de memórias, Apples and Oranges: My Brother and Me, Lost and Found. Brenner obteve um Bacharelado em Belas Artes pela Universidade do Texas em Austin e um Mestrado pela Escola de Cinema da Universidade de Nova York. Ela foi a primeira colunista de beisebol feminina a cobrir a Liga Americana, viajando com o Boston Red Sox para o Boston Herald durante a temporada de 1979. Trabalhou como editora colaboradora da revista New York de 1980 a 1984 e cobriu o casamento real do Príncipe Charles e Lady Diana Spencer. Brenner ingressou na Vanity Fair como correspondente especial em 1984. Ela deixou a revista em 1992 para se tornar redatora da The New Yorker, retornando à Vanity Fair em 1995 como escritora geral. Seu artigo de 1996 para a Vanity Fair sobre Jeffrey Wigand e as guerras do tabaco, intitulado “O Homem Que Sabia Demais”, foi adaptado para o cinema em 1999 no filme O Informante (The Insider), estrelado por pelos extraordinários artistas interpretados por Russell Crowe e Al Pacino, e dirigido por Michael Mann. O filme foi indicado a sete Oscars, incluindo Melhor Filme. Em 2012, Brenner escreveu um artigo intitulado “A Guerra Particular de Marie Colvin” para a Vanity Fair. Este artigo foi posteriormente adaptado para o filme “A Private War” (2018), dirigido pelo estreante Matthew Heineman e estrelado pela atriz indicada ao Oscar, Rosamund Pike. Ela foi indicada a Melhor Atriz em Filme Dramático na 76ª edição do Globo de Ouro, enquanto Heineman recebeu uma indicação do Sindicato dos Diretores da América (DGA) na categoria de Melhor Direção de um Diretor Estreante em Longa-Metragem.

                                


Em 1997, ela escreveu um artigo para a Vanity Fair sobre Richard Jewell, o guarda de segurança “aclamado como herói”, e depois erroneamente suspeito, do atentado no Parque Olímpico em 1996. Intitulado “American Tragedy: The Ballad of Richard Jewell” (Tragédia Americana: A Balada de Richard Jewell), o artigo, juntamente com o livro de 2019 The Suspect: An Olympic Bombing, the FBI, the Media, and Richard Jewell, the Man Caught in the Middle (“O Suspeito: Um Atentado Olímpico, o FBI, a Mídia e Richard Jewell, o Homem Preso no Meio”), de Kent Alexander e Kevin Salwen, serviu de base para o filme Richard Jewell, também de 2019. O artigo de Brenner de 2002 na Vanity Fair, “As Guerras da Enron”, que investigava os escândalos da Enron, tornou-se notícia nacional quando o senador Peter Fitzgerald o usou para questionar testemunhas que depunham perante uma comissão do Senado. Em 2009, o Manhattan Theater Club anunciou que havia encomendado a Alfred Uhry a adaptação do livro de memórias de Brenner, Apples and Oranges: My Brother and Me, Lost and Found, para o palco. Em 2020, Brenner obteve acesso de 18 meses ao hospital New York Presbyterian, retratado em seu livro The Desperate Hours: One Hospital`s Fight to Save a City on the Pandemic`s Front Lines, publicado em 2022. Um arquivo do trabalho de Brenner está armazenado no Centro de Pesquisa Arquivística Howard Gotlieb da Universidade de Boston. Durante um baile de gala no Tavern on the Green ocorrido em 1991, last but not least, Donald Trump “derramou um copo de vinho no terno de Brenner porque ela havia escrito um artigo pouco lisonjeiro sobre ele no início daquele ano”.           

Na linguagem policial, um suspeito é uma pessoa reconhecida, acusada ou suspeita de ter cometido um crime. A polícia e os jornalistas nos Estados Unidos da América frequentemente usam a palavra “suspeito” como jargão ao se referirem ao autor do delito (o termo “perp” na gíria americana arcaica). No entanto, na definição oficial, o autor é o ladrão, agressor, falsificador, etc. — a pessoa que cometeu o crime. A distinção entre suspeito e autor reconhece que não se sabe se o suspeito cometeu o delito, enquanto o autor, que pode ainda não ter sido suspeito do crime e, portanto, não é necessariamente um suspeito é quem o cometeu. O suspeito pode ser uma pessoa diferente do autor, ou pode não ter havido crime algum, o que significaria que não há autor. Um erro comum em “boletins de ocorrência” é a descrição do suspeito feita por uma testemunha, já que uma testemunha geralmente descreve o autor do crime, enquanto uma foto policial mostra o suspeito. Frequentemente, afirma-se que a polícia está procurando o suspeito quando, na verdade, não há nenhum; a polícia pode até estar procurando um suspeito, mas, em última análise, deveria estar procurando o autor do crime, e muitas vezes é impossível determinar, a partir de um boletim de ocorrência típico, se há ou não um suspeito.

Para evitar rotular claramente alguém como “suspeito” ou “autor”, a polícia, no final do século XX e início do século XXI, começou a usar, por vezes, os termos “pessoa de interesse”, “possível suspeito” ou mesmo “possível pessoa de interesse”. O termo “pessoa de interesse” não possui um significado jurídico claro. Nos sistemas judiciais dos Estados Unidos da América, uma vez aprovada a decisão de prender um suspeito ou indiciá-lo para julgamento, seja por meio de uma denúncia emitida por um promotor, uma acusação formal ou um mandado de prisão emitido por um juiz, o suspeito pode então ser corretamente chamado de réu ou acusado. O Estado se constitui em relação à forma de governo um duplo contexto:  de um lado, efeitos de poder político em relação a outros Estados, atuais ou potenciais, isto é, os princípios concorrentes – portanto, precisa concentrar “capital de força física” para travar a guerra pela terra, pelos territórios; de outro lado, em relação a um contexto interno, a contrapoderes, isto é, príncipes concorrentes ou classes dominadas que resistem à arrecadação do imposto ou ao recrutamento de soldados. Esses dois fatores favorecem a criação de exércitos poderosos nos quais se distinguem progressivamente forças propriamente militares e forças propriamente policiais destinadas à manutenção da ordem interna.

Essa distinção exército/polícia, tem uma genealogia extremamente lenta, as duas forças repressivas têm sido por muito tempo confundido. Historicamente o desenvolvimento do imposto está ligado às despesas de guerra. O nascimento do imposto é simultâneo a uma acumulação extraordinária de capital detido pelos profissionais da gestão burocrática e à cumulação de um imenso capital informacional. É o vínculo institucional entre Estado e a utilidade de uso estatística: o Estado está associado a um conhecimento racional do mundo social e governamental. A estatística tem como representação social o campo da matemática que relaciona fatos sociais e números de seres humanos viventes, em que há um conjunto de métodos que nos possibilita coletar dados e analisá-los, assim sendo possível realizar alguma interpretação deles. O conceito útil de figuração distingue-se de conceitos teóricos da sociologia por incluir expressamente os seres humanos em sua formação social. Contrasta, portanto, decididamente com um tipo amplamente dominante de formação de conceitos que se desenvolve sobretudo na investigação de objetos sem vida, portanto no campo da física e da filosofia para ela orientada. Há figurações de estrelas, assim como de plantas e de animais. Mas apenas os seres humanos formam figurações uns com os outros.

O modo de sua vida conjunta em grupos grandes e pequenos é, de certa maneira, singular e sempre co-determinado pela transmissão de conhecimento de uma geração a outra, por tanto por meio do ingresso singular do mundo simbólico específico de uma figuração já existente de seres humanos. Às quatro dimensões espaço-temporais indissoluvelmente ligadas se soma, no caso dos seres humanos, uma quinta, a dos símbolos socialmente apreendidos. Sem sua apropriação, sem, por exemplo, o aprendizado de uma determinada língua especificamente social, os seres humanos não seriam capazes de se orientar no seu mundo nem de se comunicar uns com os outros. Um ser humano adulto, que não teve acesso aos símbolos da língua e do conhecimento de determinado grupo permanece fora de todas as figurações humanas, pois não é um ser humano. As definições de controle na esfera política são demasiado amplas e vagas, e, portanto, seria legítimo indagar, escolhendo-as mais ou menos ao acaso, para inferir que resultam em termos de um controle, isto é, qualquer estímulo ou complexo de estímulos que provoca uma determinada reação individual. Todos os estímulos são controles, pois representam a direção do comportamento por influências grupais, estimulando ou inibindo a ação individual ou grupal.

O controle social pode ser definido como a soma total ou, antes, o conjunto de padrões culturais, símbolos sociais, signos coletivos, valores culturais, ideias e idealidades, tanto quanto processos diretamente ligados a eles, pelo qual a sociedade inclusiva, cada grupo particular, e cada membro individual participante superam as tensões e os conflitos entre si, através do equilíbrio temporário, e se dispõem a novos esforços criativos. Ipso facto, em toda a dimensão da vida associativa deverá haver algum ajustamento de relações sociais tendentes a prevenir a interferência de direitos e privilégios entre os indivíduos. De maneira mais específica, são três as funções do estabelecidas pelo controle social: a obtenção e a manutenção da ordem social, da proteção social e da eficiência social. O seu emprego hic et nunc na investigação sociológica contribuiu consideravelmente para produzir uma simplificação ou redução na análise dos problemas sociais, conseguida proporcionalmente, graças à compreensão positiva da integração das contradições correspondentes no sistema de organização das sociedades e da importância relativa de cada um deles, como e enquanto expressão do jogo social.  Embora obscuro e equívoco, em seu significado, o conceito de controle é necessário à questão sociológica na modernidade, encontraram um sistema de referências propício à sua crítica científica, seleção lógica e coordenação metódica.

O crescimento de um jovem convivendo e habitando comum em figurações humanas, como processo social e experiência, assim como o aprendizado de um determinado esquema de autorregulação na relação com os seres humanos, é condição indispensável ao desenvolvimento rumo à humanidade. Socialização e individualização de um ser humano, são nomes diferentes para o processo. Cada ser humano assemelha-se aos outros, e é, ao mesmo tempo, diferente de todos os outros. O mais das vezes, as teorias sociológicas deixam sem resolver o problema da relação entre indivíduo e sociedade. Quando se fala que uma criança se torna um indivíduo humano por meio da integração em determinadas figurações, como, por exemplo, em famílias, em classes escolares, em comunidades aldeãs ou em Estados, assim como mediante a apropriação e reelaboração de um patrimônio simbólico social, conduz-se o pensamento por entre dois grandes perigos da teoria e das ciências humanas: o perigo de partir de um indivíduo a-social, portanto como que de um agente que existe por si mesmo; e o perigo de postular um “sistema”, um “todo”, em suma, uma sociedade humana que existiria para além do ser humano singular, para além dos indivíduos. Embora não possuam um começo absoluto, e nenhuma outra substância a não ser seres humanos gerados familiarmente por pais e mães, as sociedades humanas não são simplesmente um aglomerado cumulativo dessas pessoas. O convívio de forma contumaz em sociedades tem sempre, mesmo no caos, na desintegração, na maior desordem social, uma forma absoluta determinada.

É isso que o conceito de figuração exprime. O processo de concentração física de força pública acompanhada de uma desmobilização da violência ordinária. A violência física só pode ser aplicada por um agrupamento especializado, especialmente mandatado para esse fim, claramente identificado no seio da sociedade pelo uniforme, portanto um agrupamento simbólico, centralizado e disciplinado. A noção de disciplina, sobre a qual Max Weber, lembra Norbert Elias, escreveu páginas magníficas, é capital: não se pode concentrar a força física sem, ao mesmo tempo, controla-la, do contrário é o desvio da violência física, e o desvio da violência física está para a violência física assim como o desvio de capitais está para a dimensão econômica: é o equivalente da concussão. A violência física pode ser concentrada num corpo formado para esse fim, claramente identificado em nome da sociedade pelo uniforme simbólico, especializado e disciplinado, isto é, capaz de obedecer como um só homem a uma ordem central que, em si mesma, não é geradora de nenhuma ordem. O conjunto das instituições mandatadas para garantir a ordem, a saber, as forças públicas e de justiça, são separadas pouco a pouco do mundo social corrente. Essa concentração do capital físico se realiza num duplo contexto. O desenvolvido exército profissional ligado à guerra, assim, o imposto; a guerra interior, a guerra civil, a arrecadação do imposto como espécie de guerra civil.           

Um corpo é encontrado em um reservatório. Após a investigação, tudo se torna pessoal para a investigadora principal, Grete. O Eurochannel estreia o filme Sob Suspeita (2018). Um homem envolvido em um acidente e fuga anos atrás é encontrado morto. Os detetives, imediatamente, conectam os dois casos, mas o principal suspeito não é encontrado. Quando Grete Öller, detetive do Departamento de Polícia Criminal do Estado em Linz, e sua jovem colega Lisa Nemeth são chamadas para atender o caso de um cadáver encontrado no reservatório com um ferimento à bala, tudo parece muito claro: Dirnbacher, o homem morto, morreu depois que sua esposa e filhos o deixaram. Linz é a capital do estado austríaco da Alta Áustria (Oberösterreich). Este estado é um dos nove estados federados da Áustria. Linz também é a terceira maior cidade da Áustria. Este estado é localizado na região Central-norte da Áustria, com fronteiras com a Alemanha e a República Tcheca a Oeste e Norte, e com a Baixa Áustria a Leste, a Estíria e Salzburgo ao Sul. Linz é a capital administrativa e cultural da Alta Áustria. Ele não só sofria de depressão, mas também de câncer em estágio muito avançado. Incapaz de lidar com a questão da pressão psicológica e, mais do que isso a perspectiva de uma morte agonizante, a qual com o incidente ele não prestara socorro cometendo suicídio.

O Eurochannel representa um canal de televisão dinâmico, multidisciplinar, por assinatura francês com público alvo na Europa, no estilo de vida através de filmes, séries e outros programas dedicados à cultura europeia. O canal transmite em áudio original com legendas em inglês, espanhol e português. O canal está disponível na América Latina, França, Coreia do Sul, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Caribe, Angola, Moçambique e Portugal, atingindo mais de 25 milhões de pessoas em 25 países através de 11 milhões de famílias. O Eurochannel foi originalmente criado pela Televisão Abril (TVA) no Brasil em 1994, em seguida, lançado pela DirecTV. Em 2000, o canal foi adquirido por uma joint-venture do Canal+, subsidiária da Multithematiques e Vivendi. Em 2004, Gustavo Vainstein, ex-executivo da Noos, uma operadora de cabo francesa, assumiu o controle do canal. Desde 2004, o canal desenvolve seu conteúdo de programação e também criou seus próprios eventos, como o Eurochannel Tour of Short Films. Devido a retirada do canal na grade de programação da Claro TV no Brasil, que uma das maiores operadoras do país, Gustavo Vainstein disse em Carta Aberta a Agência Nacional do Cinema (Ancine) que o canal poderá deixar o país, já que as operadoras preferem grandes grupos em suas grades, e que a emissora cumpre com a lei 12.248/2011 imposta merceologicamente pela agência. Em junho de 2018 após sair em algumas praças da Vivo TV o canal apela para que os fãs entre em contato com as operadoras para manutenção do canal no Brasil.

Historicamente desde o século XVIII o suicídio vinha sendo estudado como um problema moral, para, no século XIX, ser visto como um “crescente problema social a exigir explicação” até o legado da filosofia normativa de Émile Durkheim. O acúmulo de informações e dados estatísticos proporcionou, de outro lado, que se estabelecessem inúmeras correlações, técnicas e sociais, comparativamente com o levantamento de dados e hipóteses no âmbito histórico da original análise sociológica. Estas irão relacionar taxas diferenciais de suicídio cuidadosamente analisadas, a fatores sociais como: ocupação, urbanização, religião, mudança social, incluindo fatores não sociais: hereditariedade, raça, clima e a questão não resolvida ­ se o suicídio era ou não relacionado à desordem mental. Há, portanto, dois tipos de causas extra-sociais às quais se pode atribuir a priori uma influência negativa sobre a taxa de suicídios: as disposições orgânico-psíquicas e a natureza no âmbito da convivência do meio físico. Poderia ocorrer que, na constituição individual ou, pelo menos, na constituição de uma classe etária importante de indivíduos, houvesse uma propensão, de intensidade variável conforme os países, que arrastasse diretamente o homem ao suicídio. Esta teoria pode ser e foi defendida de duas maneiras diferentes e de forma conspícua. O suicídio constitui uma entidade mórbida sui generis, que pode ser considerado uma loucura especial; ou sem o considerar espécie distinta, vê-se nele um simples episódio de uma ou várias espécies de loucura, mas que não se encontra nos indivíduos sãos de espírito.    

Contudo, se considerarmos sociologicamente o suicídio como uma doença sui generis se estabelecem afirmações gerais desmentidas pela experiência. No tocante à análise do problema da angústia, Arthur Schopenhauer nos apresenta em sua filosofia uma visão extremamente pessimista da vida: viver é necessariamente sofrer. É com base em Schopenhauer que outro pensador alemão, Nietzsche, concluiu que, dentre todos os povos da Antiguidade, os gregos foram os que apresentaram maior sensibilidade para compreender o sofrimento e a tragicidade da existência humana, como que permeada pela dor, solidão e morte. A expressão vontade de poder significa, consequentemente: vontade, tal como comumente se compreende. Mas mesmo nessa explicação reside ainda uma incompreensão possível. A expressão “vontade de poder” não diz, em sintonia com a opinião habitual, nas relações sociais em que desenvolve que a expressão é, em verdade, um tipo de desejo, que apenas possui, ao invés da felicidade e do prazer, “o poder como meta”. Sem dúvida alguma fala em muitas passagens dessa forma, a fim de se fazer provisoriamente compreensível em termos de vivência ou história de vida. Na medida em que estabelece o poder como meta para a vontade, ao invés da felicidade, do prazer ou da supressão da vontade, não altera apenas a meta, mas a determinação essencial dela própria como meio de luta. Tomado estritamente no sentido do conceito nietzschiano da vontade, o poder nunca pode ser pressuposto previamente como meta para a vontade, como se o poder fosse algo que pudesse ser estabelecido inicialmente como estando fora da vontade.

É neste sentido que se pode afirmar, sem temor à erro, que a vontade é decisão por si mesma de um assenhoreamento que se estende para além de si; porquanto a vontade é querer para além de si, a vontade é potencialidade que se potencializa para o poder.  Somente quando se tiver apreendido o conceito nietzschiano de vontade segundo esses aspectos gerais, será possível compreender aquelas caracterizações com as quais Nietzsche procura frequentemente indicar o que está presente na simples palavra vontade. Portanto, o termo “poder” nunca visa a um complemento da vontade, mas significa uma elucidação da essência da própria vontade. Ele denomina vontade e com isso a vontade de poder – um “afeto”; ele diz até mesmo: - Minha teoria seria a seguinte: - a vontade de poder é a forma primitiva de afeto, todos os outros afetos não passam de configurações suas. Nietzsche também denomina vontade uma “paixão” ou um “sentimento”. Se se compreendem tais descrições como geralmente acontece, ou seja, a partir do campo de visão de nossa psicologia habitual, então se cai facilmente na tentação de dizer que Nietzsche transpõe a essência da vontade para o interior do “elemento emocional”, arrancando-a das más interpretações racionais que foram levadas a termo pelo meio da démarche do idealismo, pois para ele, os afetos são formas de vontade; a vontade é afeto. Denomina-se tal procedimento uma definição circular, própria em seu encadeamento. E com boa razão que a vontade de poder é a forma originária de afeto, portanto, que ela é um afeto, apesar de encontramos essas formulações superficiais e defensivas.              

O poder só se potencializa na medida em que se torna senhor sobre o nível de poder a cada vez alcançado. O poder, então, só é e só permanece sendo poder enquanto permanece elevação do poder e comanda para si o mais no poder. A essência do poder pertence à potencialização de si mesmo que emerge do próprio poder, na medida em que é comando e, enquanto comando, apodera-se de si mesmo para a potencialização do respectivo nível de poder que se potencializa. O poder está constantemente a caminho “de si” mesmo, não apenas de um próximo nível de poder, mas do apoderamento de sua própria essência. Por isso, ao contrário do que se pensa, a contra-essência em relação à vontade de poder não é a “posse”, no sentido de propriedade alcançada em contraposição à mera “aspiração por poder”, mas a “impotência para o poder”. Nesse caso, vontade de poder não significa outra coisa senão “poder para o poder”, o que significa antes: apoderamento da subjetividade incondicionada da vontade de poder/eterno retorno e da composição técnica. Somente o “poder para o poder” assim compreendido toca a essência plena do poder. Nessa essência do saber e do poder, a essência da vontade enquanto permanece vinculada como comando. A paixão assim compreendida lança novamente uma luz sobre o que se denomina vontade de poder. A vontade é decisão na qual o que quer se expõe de maneira mais ampla ao ente, a fim de mantê-lo na esfera de seu comportamento. Não o acontecimento dado e a excitação angustiantes são agora característicos, mas expansão clarividente do campo de vinculação que é ao mesmo tempo uma reunião da essência e conteúdo de sentido que se encontra na paixão.

O afeto representa o acontecimento que nos agita cegamente. A paixão representa a expansão clarividente e reunidora do campo de vinculação ao ente. Como a paixão restaura nosso ser, nos libera e nos deixa soltos para os seus fundamentos; como a paixão é, ao mesmo tempo, a expansão do campo de vinculação até a amplitude do ente, por isso pertence à paixão – e o que se tem em vista aqui é a compreensão explicativa da grande paixão que pode ser dispendiosa e engenhosa. Não lhe pertence apenas a “capacidade de potência”, mas mesmo a necessidade de retribuir, e, ao mesmo tempo, aquela despreocupação quanto ao que acontece com o dispêndio com o dispêndio, aquela superioridade que repousa em si mesmo e que caracteriza as grandes vontades. Paixão não tem nada a ver com um mero desejo, não é coisa apenas estimulada dos nervos, da exaltação ou do excesso. Se entendermos que é verdade em Nietzsche que a vontade de poder é o caráter fundamental de todo ente e se determina agora a vontade como um sentimento paralelo e compatível ao de prazer, as duas concepções não são sem mais compatíveis.  O mundo para Friedrich Nietzsche não é ordem e racionalidade, mas desordem e irracionalidade. Seu princípio filosófico não era, portanto, Deus e razão, mas a vida que atua sem objetivo definido, ao acaso, e, por isso, se está dissolvendo e transformando-se em um constante devir. A única e verdadeira realidade “sem máscaras”, para Nietzsche, é a vida humana tomada e corroborada pela vivência do instante.

Jean-Paul Sartre, representante enfático da corrente existencialista, defendeu que a angústia surge no exato momento em que o homem percebe a sua condenação irrevogável à liberdade, isto é, o homem está condenado a ser livre, posto que sempre haja uma opção de escolha. Ao perceber tal condenação, ele se sente angustiado em saber que é senhor de seu destino. Sigmund Freud, em seus estudos sobre o problema da angústia pode observar o quão suscetível está às doenças próprias desse sistema. O balanço entre as vontades e as repressões tem que ser buscado pelo Ego, consciência. E, portanto, a busca de um equilíbrio do psíquico e, não obstante, entre o sujeito e o todo social. Grete e Lisa procuram mais pistas para sua teoria e fazem uma descoberta que pega Grete de surpresa e transforma sua vida cotidiana em um turbilhão. Na casa de Dirnbacher, elas descobrem que ele foi o motorista que matou a família de Sepp Ahorner em um acidente de carro alguns anos atrás. O culpado pela morte de sua esposa e filha nunca foi encontrado e levou Sepp à depressão e ele procurava o culpado pelas mortes há muito, muito tempo. Grete precisa de um momento para digerir essa notícia. Ainda mais grave é o fato de Sepp ter reaparecido inesperadamente em sua vida. Agora, quando ela pensou que finalmente havia aceitado o fracasso de seu relacionamento e Grete, como policial tem que dar a notícia pessoalmente. Juntamente com Lisa, ela vai para a casa dele, mas Sepp desapareceu e ninguém sabe onde está. Nem sua mãe, Maria, que não está feliz com a sua fisionomia. O espanto da Grete com o desaparecimento de Sepp e o comportamento desdenhoso de Maria dão lugar à preocupação com Sepp. Por que ele se escondeu? E por que ele levou o velho rifle de caça de seu pai com ele?

Bibliografia Geral Consultada.

LUHMANN, Niklas. “L’Opinione Pubblica”. In: Stato di Diritto e Sistema Sociale. Napoli: Guida Editori, 1978; DUSSEL, Enrique, Introducción a la Filosofia de la Liberación. Bogotá: Editorial Nueva América, 1995; LACLAU, Ernesto, La Razón Populista. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2005; SILVA NETO, Artur Marques da, Sombras da Justiça no Cinema Hollywoodiano.  Dissertação de Mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2007; BRESOLIN, Keberson, Aufklärung: Dever Moral e Condição de Aprimoramento Estatal. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2008; GOFFMAN, Erving, Estigma: La Identidad Deteriorada. Madrid: Amorrortu Editores, 2009; FREYMANN, Jean Richard (Éditeur), De La Honte à la Culpabilité. Paris: Éditions Érès, 2012; BARROS, Valdenira, O Sol Sangra: Memória e Afeto. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Multimeios. Instituto de Artes. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2012; LE BRETON, David, Adeus ao Corpo: Antropologia e Sociedade. Campinas: Papirus Editora, 2013; FOUCAULT, Michel, Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. 42ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2014; FANTA, Daniel, A Neutralidade Valorativa: A Posição de Max Weber no Debate sobre os Juízos de Valor. Tese de Doutorado em Sociologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014; ROLNIK, Suely, Cartografia Sentimental: Transformações Contemporâneas do Desejo. 1ª edição. Rio de Janeiro: Editora Sulina, 2016; MENDES, Carla Martins, A Construção da Intimidade: Vergonha e Pudor na Família. Dissertação de Mestrado. Departamento de Psicologia. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2017; BAEZ, Luiz Severiano Ribeiro de Paula, Emancipar o Espectador? Distâncias e Intervalos no Cinema de Michael Haneke.  Dissertação de Mestrado. Departamento de Comunicação Social. Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2020, entre outros.

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