Ubiracy de Souza Braga
- Si los tiburones fueran hombres -¿se portarían mejor con los pececitos? Bertolt Brecht
Até o século XVI os tubarões eram reconhecidos por marinheiros com o apelido “cães marinhos”. A palavra portuguesa tubarão e o termo espanhol tiburón aparecem neste século, em decorrência das navegações no âmbito do processo civilizatório das conquistas e invasões de territórios indigenas por águas tropicais, quando muitos relatos etnográficos revelam a diversidade e quantidade desses peixes popularizando os dois termos na Península Ibérica. Posteriormente, o termo tiburón também foi usado, sem tradução, em pesquisas em francês, alemão e inglês. A origem etimológica do nome inglês shark também é incerta. Uma teoria abstrata é que ela deriva da palavra “xoc” da língua Iucateque, de indígenas da América, ao norte e do tronco Maia, falada na Península do Iucatão no México, no norte do Belize e em partes da Guatemala, cuja pronuncia “shok” chega bem próximo da palavra shark. Evidência para esta etimologia vem do Oxford English Dictionary, utilizado pela primeira vez após o marinheiro Sir John Hawkins exibir um espécime em Londres, em 1569, tendo usado a palavra sharke para se referir aos grandes tubarões do Mar do Caribe. Outro sentido original da palavra é “predador”, no sentido maquiavélico, oriundo da palavra alemã Schorck, uma variante de Schurke que mais tarde “foi aplicado aos peixes devido ao seu comportamento predatório”.
Em todo o mundo são reconhecidas cerca de 380 espécies (80 no Brasil), cujos tamanhos podem variar de 15 cm a 18 m de comprimento, sendo que em torno de 30 espécies já provocaram, comprovadamente, acidentes com o homem. Destas, os registros etnográficos de pesquisadores demonstram que somente doze, no imenso litoral brasileiro, são perigosas e realmente podem atacar banhistas, surfistas, pescadores e mergulhadores. Basicamente marinhos e pelágicos, habitam as águas costeiras e também oceânicas da superfície ao fundo, em praticamente todos os oceanos e mares. Possuem hábitos alimentares carnívoros, tendo uma dieta regular de peixes, crustáceos, lulas, polvos, tartarugas, raias e outros cações. Como seus parentes, as raias e as quimeras, a mandíbula do tubarão não é anexada ao crânio. A superfície da mandíbula, assim como as vértebras do tubarão e as guelras, necessita de suporte extra, devido à sua forte exposição ao stress físico e à necessidade compulsória do uso de força. Eles têm uma camada de minúsculas placas hexagonais chamadas de tésseras, que são blocos cristalinos de sais de cálcio dispostos como um mosaico. Há analogamente referência sobre a pequena placa de metal, de marfim ou de outro material que, na antiga Roma, servia de senha, bilhete de voto ou de entrada nos teatros; ou ainda, de tábua quadrangular que, na antiga Roma, era usada pelos chefes militares para transmitir ordens aos soldados em seu comando.
Em todo o mundo são reconhecidas cerca de 380 espécies (80 no Brasil), cujos tamanhos podem variar de 15 cm a 18 m de comprimento, sendo que em torno de 30 espécies já provocaram, comprovadamente, acidentes com o homem. Destas, os registros etnográficos de pesquisadores demonstram que somente doze, no imenso litoral brasileiro, são perigosas e realmente podem atacar banhistas, surfistas, pescadores e mergulhadores. Basicamente marinhos e pelágicos, habitam as águas costeiras e também oceânicas da superfície ao fundo, em praticamente todos os oceanos e mares. Possuem hábitos alimentares carnívoros, tendo uma dieta regular de peixes, crustáceos, lulas, polvos, tartarugas, raias e outros cações. Como seus parentes, as raias e as quimeras, a mandíbula do tubarão não é anexada ao crânio. A superfície da mandíbula, assim como as vértebras do tubarão e as guelras, necessita de suporte extra, devido à sua forte exposição ao stress físico e à necessidade compulsória do uso de força. Eles têm uma camada de minúsculas placas hexagonais chamadas de tésseras, que são blocos cristalinos de sais de cálcio dispostos como um mosaico. Há analogamente referência sobre a pequena placa de metal, de marfim ou de outro material que, na antiga Roma, servia de senha, bilhete de voto ou de entrada nos teatros; ou ainda, de tábua quadrangular que, na antiga Roma, era usada pelos chefes militares para transmitir ordens aos soldados em seu comando.
Etnograficamente os tubarões têm apenas uma camada de tésseras, mas as mandíbulas de espécies de grande porte, como o tubarão-cabeça-chata, o tubarão-tigre e o tubarão-branco, têm de duas a três camadas ou mais, dependendo do tamanho do corpo. As mandíbulas de um tubarão branco podem ter até cinco camadas. No focinho, a cartilagem é esponjosa e flexível para absorver a energia dos impactos físicos. A maioria dos tubarões tem oito barbatanas. Mas só podem desviar-se de objetos à sua frente ficando à deriva, porque suas barbatanas não permitem que nadem para trás. Ao contrário dos peixes ósseos, os tubarões têm um espartilho dérmico complexo feito de fibras flexíveis de colágeno e disposto como uma rede helicoidal em torno de seu corpo. Isso funciona como um esqueleto externo, proporcionando fixação para os músculos de nado, e assim economizando energia. Suas escamas placoides dão-lhes vantagens hidrodinâmicas como reduzir a turbulência enquanto nadam. A pele dos tubarões pode ser tão áspera como uma lixa pela ação dessas escamas, a ponto de se ter observado que a utilização de suas escamas pode ferir suas presas. Algumas empresas industriais têm usado até mesmo a pele de tubarão para a produção de ferramentas: o oroshiganes japonês ou “lixas”. No Japão, os tradicionais fabricantes de katana usam a pele do tubarão para cobrir o punho da espada e torná-la menos escorregadia. A força da mordida do tubarão não é influenciada pelo quanto sua mandíbula é aberta. Mas a mandíbula superior ser móvel se torna mais ágil e letal.
As caudas dos tubarões variam consideravelmente de acordo com a espécie e são adaptadas ao seu estilo de vida marinha. Ela provém impulsão e também velocidade e aceleração, dependendo da sua forma. Os tubarões possuem uma nadadeira heterocercal na qual a porção dorsal é em geral visivelmente maior do que a porção ventral. Isto se deve à coluna vertebral do tubarão se estender até à parte dorsal, proporcionando uma maior área de superfície para a fixação dos músculos. Isto permite a locomoção mais eficiente entre estes peixes cartilaginosos negativamente impulsionados. Em contraste, a maioria dos peixes ósseos possui uma barbatana caudal homocercal. A cauda do tubarão-tigre tem um grande lobo superior que oferece potência máxima para curvas lentas ou explosões súbitas de velocidade. O tubarão-tigre deve ser capaz de girar e virar na água facilmente enquanto caça. Isto serve para manter a sua dieta variada, do ponto de vista da análise comparada, enquanto o tubarão-sardo, analogamente que caça peixes em cardume, como o carapau e o arenque, tem um grande lóbulo inferior para ajudá-lo a manter o ritmo de nado de sua rápida presa.
Ao contrário dos peixes ósseos, os tubarões não têm bexigas cheias de gás para a flutuabilidade (bexigas natatórias). Em vez disso, os tubarões dependem de um fígado grande, cheio de óleo, que contém esqualeno, e de a sua cartilagem possuir cerca de metade da densidade do osso. O fígado constitui até 30% da sua massa corporal. A eficácia do fígado é limitada, por isso os tubarões utilizam a sustentação dinâmica para manter a profundidade, e afundam quando param de nadar. Tubarões-tigre da areia armazenam ar em seus estômagos, utilizando-o como uma forma de bexiga natatória. A maioria dos tubarões precisa nadar constantemente para respirar e não pode dormir por muito tempo sem afundar. No entanto, algumas espécies de tubarão, como o tubarão-enfermeiro, são capazes de bombear água através de suas guelras, o que lhes permite descansar no fundo do oceano. Alguns tubarões, se colocados de barriga para cima ou se por algum motivo seus narizes forem acariciados, entram em um estado natural analisado por pesquisadores de “imobilidade tônica” (IT). A imobilidade só pode ser definida como uma possível resposta defensiva involuntária e reflexiva encontrada nas espécies, frente a uma ameaça real como animal diante do predador. Pesquisadores usam essa condição técnica para lidar com tubarões em aparente segurança.
Como outros peixes, os tubarões extraem oxigênio da água do mar ao passá-la sobre suas guelras. Alguns tubarões têm uma fenda modificada chamado de espiráculo, localizada logo atrás dos olhos, que é usada na respiração. Devido ao seu tamanho e à natureza do seu metabolismo, os tubarões têm uma maior demanda de oxigênio do que a maioria dos peixes e eles não podem contar com as correntes de água do ambiente para fornecerem um suprimento adequado de água oxigenada. Se um tubarão parar de nadar, a circulação da água cai abaixo do nível necessário para a respiração e o animal pode morrer sufocado. O processo de garantir um fluxo adequado das guelras para mover-se para frente é reconhecido na linguagem científica como “ventilação ram”. O processo de respiração e da circulação começa quando o sangue desoxigenado viaja ao coração de duas câmaras do tubarão. A reoxigenação ocorre nas brânquias e o sangue reoxigenado flui para as artérias eferentes braquiais, que se unem para formar a aorta dorsal. O sangue flui da aorta dorsal para todo o corpo. O sangue desoxigenado do corpo flui através das veias cardinais posteriores e entra na cavidade posterior cardeal do ventrículo do coração e o ciclo se repete doravante num processo de comunicação.
O Aquário Marinho do Rio de Janeiro - “AquaRio”, é um equipamento de visitação pública, 100% privado, moderno e multifuncional, de educação, pesquisa, conservação, lazer, entretenimento e cultura. Assim, criou a oportunidade da Cidade do Rio de Janeiro – que tem vocação natural para o turismo ligado ao mar, o turismo e a gastronomia mantêm uma ligação direta e tem como objetivo oferecer a visitação de um espaço único com atrações e tecnologias inovadoras pouco vistas no Brasil. Com 26 mil m² de área construída e 4,5 milhões de litros de água, o AquaRio é o maior aquário marinho da América do Sul e tem mais de 5 mil animais, de 350 espécies diferentes em exposição. Diversas atrações inéditas, recintos e tanques grandiosos e toda a infraestrutura necessária para proporcionar entretenimento educativo e prazeroso ao público. Uma das maiores atrações do AquaRio é o tanque principal – chamado “Tancão” para os íntimos adeptos estudiosos da pesquisa em oceanografia – que é o “Recinto Oceânico e de Mergulho”. Com 3,5 milhões de litros de água, 7 metros de pé-direito e um túnel passando pelo interior, a combinação da impressionante massa d’água com e a quantidade de animais, proporciona experiência fabulosa, incrível e ímpar.
A digestão pode levar um longo tempo. A comida se move desde a boca até o estômago em forma de “J”, onde é armazenada e a digestão inicial ocorre. Itens indesejados podem nunca passar pelo estômago e, ao invés do tubarão vomitar, ele vira seu estômago do avesso e ejeta itens indesejados nos caminhos oceânicos de sua boca. Uma das maiores diferenças entre a digestão dos tubarões e a dos mamíferos é que o intestino dos tubarões é extremamente curto. Este comprimento curto é conseguido através da válvula espiral com várias voltas dentro de uma única seção curta em vez de um intestino longo como um tubo. A válvula fornece uma superfície longa, exigindo que a comida circule no interior do intestino curto até que seja totalmente digerida, e os resíduos restantes passem para a cloaca. O olfato do tubarão é extremamente apurado, permitindo-lhe identificar substâncias bastante diluídas na água, como concentrações de sangue abaixo de uma parte por milhão: o que equivale a perceberem uma gota de sangue a 300 metros de distância em pleno oceano. Por esta razão são por vezes designados através do conhecimento do senso comum como “narizes nadadores”.
Alguns cientistas creem que, conforme outros peixes, os tubarões são míopes, estando a sua visão adaptada apenas para distâncias entre 2 e 3 metros, embora possa ser utilizada para distâncias de até 30 m com um menor grau de definição. Outros pesquisadores acreditam que a lente dos tubarões está fortemente suspensa por um ligamento dorsal, e fica normalmente fixada para a visão à distância. Para a visão próxima ela é movida para frente pela tração de um pequeno músculo protrator, fixo à lente. Seus olhos, por ficarem nas laterais da cabeça, podem ampliar seu campo de visão para quase 360°. Pesquisadores da Universidade de Queensland e da Universidade da Austrália Ocidental realizaram um estudo de micro-espectrofotometria com 17 espécies de tubarão e descobriram que 10 tinham apenas os bastonetes e não tinham cones em suas retinas dando-lhes uma boa visão noturna, enquanto os tornam daltônicos. As sete espécies restantes tinham, além dos bastonetes, um único tipo de fotorreceptor de cone sensível ao verde, o que faz com que eles vejam apenas tons de cinza e verde; acredita-se que sejam efetivamente daltônicos. O estudo indica que o contraste de um objeto contra o fundo, ao invés da cor, pode ser mais importante para a detecção de objetos.
A expectativa de vida de um tubarão varia de acordo com a espécie. A maioria vive entre 20 e 30 anos. O cação espinhoso (Squalus acanthias) tem o maior tempo útil de vida, podendo chegar até a mais de 100 anos. Os Tubarões-baleia (Rhincodon typus), também podem viver mais de 100 anos. A fecundidade em tubarões varia de 2 a mais de 100 jovens por ciclo reprodutivo. Tubarões se tornam maduros lentamente em relação a muitos outros peixes. Por exemplo, os tubarões-limão atingem a maturidade sexual por volta dos anos 13 ou 15 anos. Os tubarões praticam a fertilização interna. A parte posterior da nadadeira pélvica de um tubarão macho é modificada em um par de órgãos chamados clásperes, análogo a um pênis dos mamíferos; um deles é usado para levar o esperma até a fêmea. Acasalamento entre tubarões raramente tem sido observado. O menor Scyliorhinidae frequentemente acasala-se com o macho curvado em torno da fêmea. Em espécies menos flexíveis, os dois tubarões nadam paralelamente, enquanto o macho insere um clásper dentro do oviduto da fêmea. As fêmeas em muitas das espécies de maior porte têm marcas de mordidas que parecem ser o resultado dos machos para manter a posição correta durante o acasalamento. As marcas de mordidas também podem demonstrar um comportamento de namoro: o macho pode morder a fêmea para demonstrar o seu interesse para o acasalamento. Em algumas espécies, a pele das fêmeas evoluiu, se tornando mais espessa para suportar o impacto destas mordidas.
A visão clássica descreve um caçador solitário, que percorre os oceanos em busca de comida. No entanto, isso se aplica a apenas algumas espécies. A maioria vive de modo muito mais sedentário, na zona bentônica. Mesmo os tubarões solitários se encontram para reprodução ou em áreas ricas para caça, o que pode levá-los a percorrer milhares de km em um ano. Os tubarões podem ser altamente sociais, mantendo-se em grandes grupos. Às vezes, mais de cem tubarões-martelo-recortados se reúnem em torno de montes submarinos e ilhas, por exemplo, no Golfo da Califórnia. Pode também haver hierarquia entre as diferentes espécies. Por exemplo, durante a refeição os tubarões sedosos demostram certo medo de tubarões-brancos-oceânicos da mesma proporção de tamanho. Alguns tubarões quando são pressionados, em particular, este comportamento é observado nos Carcharhinidae, emitem um sinal de ameaça para avisar ao grupo da chegada do predador. Normalmente, estes sinais consistem em movimentos de nado exagerados que variam de intensidade dependendo da proximidade e do nível de perigo.
Em geral, os tubarões nadam a uma velocidade média de 8 km/h. Mas quando se alimenta ou ataca, o tubarão pode atingir velocidades de mais de 19 km/h. O tubarão-mako é o tubarão mais rápido e comparativamente um dos peixes mais rápidos, podendo ultrapassar velocidades de até 50 km/h. O tubarão-branco também é capaz de explosões de velocidade. Essas exceções podem ser causadas devido à natureza de “sangue quente” (“homeotérmica”) da fisiologia destes tubarões. Ao contrário do senso comum que diz que eles são “máquinas de comer”, movidas pelo instinto, estudos têm indicado que inúmeras espécies possuem poderosas habilidades de resolução de problemas, competência social e curiosidade. Além disso, a relação entre as massas corporais e cerebrais dos tubarões é semelhante à dos mamíferos e outras espécies de vertebrados mais avançados, embora, naturalmente, seja muito pequena comparada com a do homem. Em 1987, perto à Baia de Smitswinkle, na África do Sul, um grupo de sete tubarões brancos trabalharam juntos para mover a carcaça de uma baleia (“Caperea marginata”) morta e encalhada para águas mais profundas, para se alimentarem.
Todos os tubarões são carnívoros. Algumas espécies, incluindo os tubarões-tigre, comem quase tudo. A grande maioria procura presas em particular, e raramente variam a sua dieta. Os tubarões-baleia, tubarões-elefante e o tubarão-boca-grande se alimentam por filtragem que é um dos quatro grandes tipos de alimentação. Estas três espécies evoluíram independentemente, alimentando-se de plâncton e usando estratégias diferentes. Os tubarões-baleia usam de sucção para recolher plânctons e pequenos peixes. Os tubarões-frade filtram o plâncton enquanto se deslocam na água. Os tubarões-boca-grande fazem a sucção de alimentos mais eficiente, usando tecidos luminescentes no interior da boca para atraírem presas no fundo do oceano. Este tipo de alimentação exige rastros branquiais, longos filamentos delgados que formam uma peneira muito eficiente, análogo às barbas das grandes baleias. O tubarão captura o plâncton nesses filamentos e o engole de vez em quando em bocados grandes. Dentes nesta espécie são pequenos, porque não são necessários para a alimentação.
Antes de tudo é preciso analiticamente distinguir “ataque provocado” de “ataque não provocado”. Isto é importante e tem implicações sociológicas. É definido como ataque de tubarão não provocado um incidente em que o animal em seu habitat natural ataca um homem ainda vivo, sem ter sido previamente provocado. Todos os incidentes ocorridos em aquários públicos ou em centros de pesquisa, incidentes onde o tubarão ataca um homem morto, neste caso especialmente vítimas de afogamento, ataques a barcos, e também todos os ataques que ocorrem dentro ou fora da água e que de alguma forma são uma resposta à atitude humana, são classificados como ataques provocados. Em 2006, o International Shark Attack File (ISAF) realizou uma pesquisa em 96 alegações de ataques de tubarão, confirmando 62 delas como ataques não provocados e 16 como ataques provocados. A média anual de mortes em todo o mundo entre 2001 e 2006 a partir de ataques de tubarões não provocados foi de 4,3 %. Ao contrário da crença popular, por trás das relações sociais poucos tubarões são perigosos para os seres humanos. Entre mais de 375 espécies, apenas 4 (quatro) estiveram envolvidas em um número significativo de mortes, em ataques “não provocados” a seres humanos: o tubarão-branco, o galha-branca-oceânico, o tubarão-tigre e o tubarão-cabeça-chata.
Estes tubarões são grandes e reconhecidos cientificamente como poderosos predadores, e às vezes podem atacar e matar pessoas. Apesar de serem responsáveis por ataques a humanos. No ano de 2000, foi estimado que o risco de uma pessoa ser atacada por um tubarão é de uma em 11.500 milhões e o risco de morte é de uma em 264.1 milhões. O ataque de um tubarão não é algo comum: por exemplo, a cada pessoa que morre por um ataque de tubarão, 3.306 pessoas morrem afogadas e 4.757 morrem em acidentes no trânsito. A percepção de tubarões como animais perigosos foi popularizada pela publicidade dada a alguns casos isolados de ataques de tubarão, como em Nova Jersey no ano de 1916, e através de populares obras de ficção, como a série contínua de filmes Tubarão. Peter Benchley, o autor do filme: “Tubarão”, e o diretor Steven Spielberg, tentaram dissipar a imagem de tubarões “como monstros comedores de homens”, eles sempre foram filmados sem o uso de uma gaiola de proteção humana. O que diferencia a propaganda como arma psicológica de argumentação é o desejo do publicitário em mudar o entendimento social das pessoas através do logro e da confusão, mais do que pela persuasão e entendimento compreensivo da coisa.
Os tubarões são popularmente vistos como ameaças ou monstros, mas também são usados como mascotes, tratados como seres pacíficos e até como deuses. A passagem bíblica “Jonas e a Baleia”, que conta a história de Jonas que fica dentro do ventre de uma baleia durante três dias e três noites no mar mediterrâneo podem, ao invés de uma baleia, ter se referido a um tubarão. A revista National Geographic sugere o tubarão-baleia, uma vez que a versão hebraica usa a palavra “tannium”, a qual pode se referir a qualquer animal marinho de grande porte. Isto leva outros a acreditar que pode ter sido um cachalote a ter transportado Jonas em sua boca. É reconhecido o caso sociologicamente de um homem salvo por um cachalote, que se assemelha à história mítica de narrativa bíblica. A Marinha Alemã possui uma unidade de operações especiais, a Kampfschwimmer, que tem como emblema a figura de um belo tubarão. Na década de 1930, posters que diziam “a pneumonia ataca como um tubarão comedor de homens” foi usado como metáfora clínica de desordem e distribuídos pela Works Projects Administration para a prevenção da doença.
Na mitologia da Polinésia, especialmente no Havaí, há um relacionamento especial com os tubarões. Na mitologia polinésia há muitos deuses tubarões, que eram considerados guardiões do mar e defensores do povo havaiano. Além disso, havia também histórias de “homens-tubarão”. Em outras partes da Polinésia, como Tonga, acredita-se que o tubarão seja alimento enviado pelos espíritos ancestrais para manter a população. Em contraste com a cultura ocidental moderna, em que a ideia sobre os tubarões é, sobretudo, baseada em filmes que espetacularizam um mito de terror, como “Tubarão”, os habitantes da Polinésia, durante muito tempo, viveram à beira-mar em contato com esses seres, tendendo a respeitar a espécie dos tubarões e culturalmente divinizá-los. É o que ocorre na mitologia com o Kamohoali'i que é o mais reconhecido e reverenciado dos deuses tubarão. Ele era o mais velho e favorecido irmão de Pele, que ajudou e viajou com ela para o Havaí. Ele era capaz de assumir a forma de humano e de tubarão. Ela é considerada uma variante mais geral da mitologia polinésia, desenvolvendo suas características únicas por vários séculos antes de cerca de 1800. Ela está associada com a religião havaiana. A religião foi oficialmente suprimida no século XIX, mas é mantida viva com os recursos da oralidade por alguns praticantes até hoje.
O cume de um penhasco sobre a cratera de Kilauea era um dos pontos que mais considerava sagrado. Em um momento ele criou um heiau - templo ou santuário - dedicado a si mesmo na ilha de Molokai. Kamohoali'i era um deus ancestral, e não um ser humano que se tornara um tubarão, e proibiu o consumo de seres humanos após ele mesmo ter comido um. Na mitologia fijiana, Dakuwaqa era um deus tubarão e um dos mais reconhecidos deuses: ele era o guardião muito temido da entrada do recife das ilhas. Mesmo hoje, quando os pescadores saem para pescas noturnas, o reverenciam derramando uma taça de kava, planta conhecida como “yaqona” em Fiji, no mar. Na cultura japonesa, os tubarões são monstros do mar, que tomam as almas dos pecadores. Várias menções de tubarões são encontradas na mitologia grega. Na Austrália ou em Tonga, os nativos acreditam que os tubarões são partes naturais para os seres humanos sobreviverem. Acreditam serem descendentes do tubarão-cinzento Mäna. Nos filmes e desenhos animados o tubarão, em geral costuma ser tratado como uma “máquina assassina”, como nos filmes Tubarão (“Jaws”) dirigido por Steven Spielberg que popularizou esta ideia, Do Fundo do Mar e Tubarões Assassinos. Mas, às vezes, o tubarão é tratado como um “ser pacífico”, como se vê no desenho animado Tutubarão, para o público infantil, chegando a ser retratado como vegetariano em filmes como Procurando Nemo e O Espanta Tubarões. Nos filmes e desenhos animados o tubarão, em geral costuma ser tratado como uma máquina assassina, como nos filmes Tubarão (“Jaws”) dirigido pelo biólogo marinho e diretor canadense Rob Stewart reconhecido pelo documentário “Sharkwater” (2006), quando ganhou 40 prêmios internacionais ao fazer uma denuncia sobre a matança ilegal de tubarões. O documentário Sharkwater (2006), do biólogo e mergulhador Rob Stewart, tem como objeto desmistificar a qualificação de “assassino”, erroneamente atribuído aos tubarões, essenciais à manutenção da vida no mar e na terra, tal como fez Steven Spielberg pelo filme Tubarão. O filme também tem caráter investigativo. O próprio Rob Stewart entra com uma câmara escondida num dos maiores entrepostos de pesca de tubarões na América Latina, desbaratando um esquema ilegal que é mais lucrativo que o tráfico de drogas.
O biólogo e documentarista Robert Stewart cultiva desde criança admiração por estes seres vivos mais antigos do que os dinossauros, e começou a mergulhar com eles desde muito cedo. Percebendo que ao tentar conscientizar o público através de fotos e panfletos não trazia resultados efetivos, resolveu produzir o tocante filme que acabou obtendo mais de 21 prêmios internacionais de melhor documentário temático. Na literatura, muitos livros sobre tubarões foram escritos: O Velho e o Mar (The Old Man and the Sea, 1952) de Ernest Hemingway, que narra a história fabulosa de um pescador que tenta sobreviver no mar e sofre ataques de tubarões. Nessa direção do realismo mágico, Following the Equator, de Mark Twain, narra a história social do homem que enriquece após achar um jornal The Times no estômago de um tubarão. Estima-se que 100 milhões de tubarões são mortos a cada ano devido a dois tipos de eventos: a pesca comercial e recreativa. Além disso, não queremos perder de vista a série de game shows norte-americana, que demonstra empreendedores que vão ao programa apresentar as suas ideias de negócio a potenciais investidores a fim de obter destes financiamento. Esta série é a versão americana da adaptação britânica, Dragon`s Den, da franquia japonesa Manê no Tora. Um grupo de empreendedores apresenta sua ideia a um painel de cinco investidores, chamados deste ponto de vista como predadores de tubarões.
A carne de tubarão é considerada um alimento de consumo comum em inúmeros países, incluindo Japão e Austrália. No estado australiano de Vitória, tubarão é o peixe mais comumente usado no preparo de “fish and chips”, no qual a carne de tubarão é chamada de flake. Na Índia, pequenos tubarões ou tubarões bebê (sora na língua tâmil) são vendidos em mercados locais. Dado que a carne ainda não está totalmente desenvolvida, uma vez fervida ela se parte em pedaços pequenos que depois são fritos em azeite e especiarias para criar o prato reconhecido como “sora puttu”. Mesmo os ossos são moles e podem ser facilmente mastigados. O “sora puttu” é considerados uma iguaria no litoral de Tamil Nadu. Na Islândia, o tubarão-da-Groenlândia é usado para a produção do hákarl, um prato nacional. O processo de produção e método de trabalho ocorre quando se enterra a carne do tubarão por várias semanas, e depois, se coloca a mesma pendurada para secar ao ar livre. Depois deste processo técnico a carne fica com um cheiro de amoníaco, quando é cortada em cubos e em seguida torna-se produto para ser embalada para futuro hábito de consumo.
Os tubarões são frequentemente mortos para obter e cozinhar a “sopa de barbatana de tubarão”. Pescadores capturam tubarões vivos, pegam sua barbatana, “e despejam o animal de volta na água”. O Shark finning envolve a remoção da barbatana com uma lâmina de metal quente. O tubarão, consequentemente imobilizado, morre por asfixia ou pelo ataque de predadores. A barbatana de tubarão tornou-se uma grande mercadoria no “mercado negro” em todo o mundo. Barbatanas eram vendidas a cerca de 300 libras em 2009. A sopa de barbatana de tubarão é um prato muito apreciado no mercado de consumo asiático. O preço do kg de barbatana chega a 600 euros no chamado “mercado negro” e isso encoraja grande parte dos navios pesqueiros a perseguirem os tubarões. Estudos feitos pela Organização das Nações Unidas sobre a Agricultura e a Alimentação (FAO) e organizações de conservação formado por grupos independentes, apontam dados estatísticos em que todos os anos são capturados e mortos entre 100 milhões e 150 milhões de tubarões.
Além do inusitado fetiche comercial sobre as barbatanas, as partes comercializadas do corpo desses peixes são usadas na medicina chinesa a qual não possui base científica, mas tradição, para suportar o uso dos tubarões e sua cartilagem em produtos farmacêuticos. O principal alvo são as barbatanas, devido ao seu alto preço no mercado. Um prato de sopa de barbatana é uma fina iguaria asiática e chega a valer 100 dólares. Para piorar a condição tradicional e violenta sobre o costume, muitos países, em sua maioria asiáticos, permitem a prática de cortar essas partes dos tubarões, contanto que os mantenham vivos. Outros mais sensatos proibiram totalmente os atos de crueldade, e podemos citar toda a União Europeia, como exemplo e mesmo o bloco europeu só lançou essa proibição recentemente. O problema maior é que tirar as barbatanas dos tubarões, mesmo se apenas algumas praticamente os entregam para a morte certa. Segundo estatísticas, Hong Kong é o centro mundial do comércio de barbatanas de tubarão, ocupando aproximadamente 50% deste segmento de mercado, e desse total 27% abastece a União Europeia. A causa anti-finning ganhou repercussão mundial quando o empresário do grupo Vigin, Richard Branson, e o ex-jogador de basquete da NBA, Yao Ming, declararam a sua oposição a essa prática desnecessária e predatória.
A sopa de barbatana de tubarão é um símbolo de status em países asiáticos, e é considerada saudável e cheia de nutrientes. Tubarões também são mortos pela degustação de sua carne. Na Europa, por exemplo, há uma grande demanda por carne de pata-roxa, Mustelus mustelus, tubarão-mako, Lamna nasus e também de raias. Ao contrário, nos Estados Unidos da América (EUA) está se tentando mudar a lei para acabar com o abate ilegal de tubarões para comércio. A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) listou o tubarão como um dos quatro juntamente com o peixe-espada (Scomberomorus cavalla e Malacanthidae), cujo alto teor de mercúrio é perigoso para crianças e mulheres grávidas. Do ponto de vista técnico a maior parte da pesca de tubarão tem pouca gestão e monitoramento. O crescimento da demanda de produtos de tubarão aumenta a pressão sobre a pesca. Grandes declínios nos estoques de tubarão foram registrados, algumas espécies declinaram em mais de 90% nos últimos 20-30 anos, com declínio incomum de 70% da população. Muitos governos e a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceram a necessidade da gestão da pesca de tubarões, mas pouco progresso foi feito devido ao seu baixo valor econômico, os pequenos volumes de produtos produzidos e à má imagem pública dos tubarões. Em 1991 a África do Sul, com todos os problemas internos sobre segregação étnica, e internacionais, ainda assim, foi o primeiro país no mundo a declarar o tubarão-branco uma espécie legalmente protegida.
Em 2009, a Lei de Conservação do Tubarão foi aprovada pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e sancionada pelo Senado em 2010. Neste ano, a Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), assinada pelo Brasil em 1975, para regular de forma eficaz o comércio de espécies da fauna e flora, prevenindo-as do perigo de extinção, quando a ameaça for o comércio internacional rejeitou as propostas dos Estados Unidos e do Palau, que obrigavam os países a regular o comércio de várias espécies como o tubarão-martelo-recortado, o Galha-branca-oceânico e o Squalus acanthias. A maioria, dois terços dos delegados que votaram, aprovou a proposta. A China, de longe o maior mercado mundial de tubarões, e o Japão, que batalha para estender a convenção para as espécies marinhas, liderou a oposição. O Greenpeace acrescentou em 2010 o tubarão-vitamínico, o tubarão-mako, o Tubarão-azul e o Squalus acanthias à sua lista de frutos do mar vermelhos, uma lista de peixes comuns em supermercados que muitas vezes são provenientes da pesca predatória de insustentabilidade. O grupo de advocacia Shark Trust faz campanhas para limitar a pesca do tubarão e o grupo de advocacia Seafood Watch orienta os consumidores norte-americanos a não comerem tubarões.
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O turismo relacionado a tubarões contribuiu com mais de 800 milhões de dólares para a economia das Bahamas nos últimos 20 anos, e esta decisão reforça os dados estatísticos de uma pesquisa que concluiu que os tubarões são mais valiosos vivos do que mortos. Ainda em julho membros da Interamericana Tropical Tuna concordaram em proteger a espécie galha-branca-oceânico no leste do Pacífico, uma vez que esta espécie vinha sofrendo declínios dramáticos, em parte devido à pesca do atum que acontece no habitat do tubarão. Em agosto de 2011, o Chile proíbe a remoção das barbatanas e exige que todos os navios que capturam tubarões tragam-nos ao país com suas barbatanas. Em setembro, o Toquelau, um território auto-administrado da Nova Zelândia formado por três atóis no Pacífico Sul, declara-se um santuário de tubarões, baleias, e tartarugas. Em outubro, a República das Ilhas Marshall estabelece o maior santuário mundial de tubarões, o qual cobre uma área do oceano com cerca de três vezes o tamanho da França. Em novembro, 48 membros da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico comprometem-se a proibir a retenção de Carcharhinus falciformis capturados acidentalmente durante a pesca. Entre ½ milhão e 1, 5 milhões de Carcharhinus falciformis são capturados anualmente por causa das suas barbatanas.
No dia 4 de janeiro de 2011, o presidente norte-americano, Barack Obama, tornou o Ato de Conservação do Tubarão, uma lei oficial nos Estados Unidos. Também, em janeiro, as Ilhas Marianas do Norte aprovaram uma lei que proíbe a posse, a venda e a distribuição de barbatanas de tubarão. A lei também proíbe o desembarque de tubarões em todos os portos do arquipélago. Em 24 de fevereiro de 2011, o Senado de Guam, um território dos EUA no oceano Pacífico, aprovou um projeto que proíbe a venda, posse e distribuição de barbatanas de tubarão. A ilha foi a primeira a ser povoada há 4 mil ano pelos ancestrais dos Chamorros, ainda o maior grupo étnico de Guam. Agora, cerca de 160 mil pessoas habitam o território. Sua capital é Hagatna e sua maior cidade é Dededo. As principais línguas faladas são inglês e chamorro. Com esta legislação, apoiada pelo vice-presidente da câmara dos deputados, Benjamin Joseph Cruz, as ilhas do Pacífico continuaram a liderar o mundo globalizado na luta pela conservação dos tubarões. Depois disso o projeto foi encaminhado ao governador Eddie Baza Calvo para obtenção da sua assinatura. Em março a lei entrou em vigor, e ela também proíbe a retenção de todos os tubarões capturados nas águas pertencentes ao território de Guam, um pequeno território norte-americano aparentemente perdido no meio do Oceano Pacífico ocidental considerado “meio de trabalho” essencial para os Estados Unidos do ponto de vista militar.
Em junho de 2011, em um sinal de que o movimento global pela proteção dos tubarões está avançando, o presidente de Honduras, Porfirio Lobo Sosa declarou suas águas como um santuário permanente dos tubarões. O movimento social torna permanente uma moratória à pesca comercial e industrializada de tubarões, que havia sido anunciada por Honduras um ano antes, em uma declaração conjunta com a ilha de Palau, na Micronésia. Em setembro do mesmo ano, Bahamas, Colômbia, Honduras, Ilhas Maldivas, Ilhas Marshall, México, Micronésia e Palau, assinaram um acordo que proíbe a pesca comercial de tubarões em mais de 2,7 milhões de quilômetros quadrados do oceano. Em julho de 2011, autorização do desenvolvimento de uma proibição regional sobre a posse, vendas, oferta e comércio de barbatanas de tubarão nos oceanos dos Estados Federados da Micronésia e seus quatro Estados-Membros, a República das Ilhas Marshall, a República do Palau, o território de Guam e das Ilhas Marianas do Norte e para o desenvolvimento de um quadro estratégico, a fim de programar uma forma de conservação marinha que para desenvolver e estabelecer o maior e o primeiro santuário regional de tubarões do mundo ocidental na Micronésia em dezembro de 2012. Neste mês Bahamas proíbe toda a pesca comercial de tubarões em águas do país.
Há milhões e milhões de anos nós vivíamos no oceano. Quando emergimos, lembra Ledgard (2017: 115), tivemos de viver em duas dimensões, em vez de três. Isso foi penoso no início. Sem alto nem baixo. Aprendemos a nos arrastar sem pernas, depois com elas, cada vez mais rápido, e ainda mais rápido, de qualquer jeito. A falta de uma terceira dimensão é uma explicação para nossa necessidade de seguir para além do horizonte. Outra explicação é que fomos elevados de uma vida fotossintética acima dele. Tendo ascendido da noite eterna, não podemos evitar seguir em direção á luz. Somos mariposas no transe do sol e das estrelas, distribuindo escuridão. Esse é o nosso instinto, mas nossa natureza consciente é também sermos atraídos para o desconhecido. Esquecemos que existe tanta escuridão no nosso mundo e que estar numa praia é uma sorte. Conhecemos as marés, porque elas cobrem as orlas dos nossos países e enchem as bocas dos nossos rios e enchem nossas redes de pesca, mas a conexão com o oceano foi perdida. Se ele chega a ser descrito, é como um túmulo ou um esconderijo. Mesmo Tennyson precisou do Kraken para abater imensos vermes marinhos em seu sono até que os últimos fogos aqueceram as profundezas. Moby Dick é o maior romance de língua inglesa sobre o mar. Não tem a ver com o oceano. Só no fim do livro existe uma sensação de se estar afundando e do que está abaixo, quando o Pequod gira num redemoinho e uma mortalha fatal de água o encobre e acalma, agitada como já fazia havia cinco mil anos. No romance de Herman Melville, o nome Pequod faz referência à lendária embarcação que sai em busca da baleia branca Moby Dick. Ao colocar todos os tripulantes como sócios da embarcação, o autor cria a primeira Partnership da literatura.
Há milhões e milhões de anos nós vivíamos no oceano. Quando emergimos, lembra Ledgard (2017: 115), tivemos de viver em duas dimensões, em vez de três. Isso foi penoso no início. Sem alto nem baixo. Aprendemos a nos arrastar sem pernas, depois com elas, cada vez mais rápido, e ainda mais rápido, de qualquer jeito. A falta de uma terceira dimensão é uma explicação para nossa necessidade de seguir para além do horizonte. Outra explicação é que fomos elevados de uma vida fotossintética acima dele. Tendo ascendido da noite eterna, não podemos evitar seguir em direção á luz. Somos mariposas no transe do sol e das estrelas, distribuindo escuridão. Esse é o nosso instinto, mas nossa natureza consciente é também sermos atraídos para o desconhecido. Esquecemos que existe tanta escuridão no nosso mundo e que estar numa praia é uma sorte. Conhecemos as marés, porque elas cobrem as orlas dos nossos países e enchem as bocas dos nossos rios e enchem nossas redes de pesca, mas a conexão com o oceano foi perdida. Se ele chega a ser descrito, é como um túmulo ou um esconderijo. Mesmo Tennyson precisou do Kraken para abater imensos vermes marinhos em seu sono até que os últimos fogos aqueceram as profundezas. Moby Dick é o maior romance de língua inglesa sobre o mar. Não tem a ver com o oceano. Só no fim do livro existe uma sensação de se estar afundando e do que está abaixo, quando o Pequod gira num redemoinho e uma mortalha fatal de água o encobre e acalma, agitada como já fazia havia cinco mil anos. No romance de Herman Melville, o nome Pequod faz referência à lendária embarcação que sai em busca da baleia branca Moby Dick. Ao colocar todos os tripulantes como sócios da embarcação, o autor cria a primeira Partnership da literatura.
Bibliografia geral consultada.
COUSTEAU, Jacques-Yves;
DUMAS, Frédéric, Le Monde du Silence. Documentaire. Paris: 1953; RUA, Armando
Alfredo Lacerda, Aprovechamiento de
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Guatemala: Facultad de Ciencias Químicas y Farmácia. Instituto de Nutrición
America y Panamá, 1982; CARLA, Ricardo Clapis, Ecologia e Conservação de Tubarões do Arquipélago de Fernando de Noronha, com ênfase no Tubarão-Cabeça-de-Cesto Carcharhinus perezi (Poey, 1876) (Carcharhiniformes, Carcharhinidade). Tese de Doutorado. Instituto de Biociências. Rio Claro: Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, 2003; GOFFMAN, Erving,
Estigma: La Identidad Deteriorada. 2ª
edicíon. Madrid: Amorrotu Editores, 2009; SALES, Amanda Patrícia, Transtornos Mentais em Vítimas de Ataque de
Tubarão. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em
Neuropsiquiatria e Ciência do Comportamento. Recife: Universidade Federal de
Pernambuco, 2012; USSAMI, Luís Henrique Fregadolli, Identificação e Estimativa Pesqueira de Tubarões da Costa de São Paulo (Província Argentina) Utilizando Marcadores Genéticos. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Instituto de Biociências de Botucatu. Departamento de Morfologia. Universidade Estadual Paulista, 2015; BARRETO, Rodrigo Risi Pereira, História de Vida e Vulnerabilidade de Tubarões Oceânicos (Elasmobranchi) do Atlântico Sul. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Recursos Pesqueiros e Aquicultura. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2015; SILVA,
Maria Carolina Ferraz da, Resposta Fisiológica ao Estresse de Captura
e Permanência no Espinhel em Tubarões-Lixa Ginglymostoma cirratum. (Bonnaterre
1778) Capturados no Estado de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação em
Oceanografia. Dissertação de Mestrado. Recife: Universidade Federal de
Pernambuco, 2016; Artigo: “Ativistas Protestam contra o Consumo de Barbatanas
de Tubarão em Hong Kong”. In: https://istoe.com.br/10/06/2017; LEDGARD, Jonathan, Submersão. Rio de Janeiro: Editora Record, 2017; AMARANTE,
Dirce Waltrick do, “Em conto provocador, Brecht imagina o oceano em Se os
tubarões fossem homens”. In: https://oglobo.globo.com/cultura/16/02/2019;
entre outros.
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