terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Roald Amundsen - Razão, Noite Escura & Exploração no Ártico.

                            “Considerando a tecnologia e a ciência da época, foi como tentar ir à Lua”. Almirante Robert Papp

              

           Em astrofísica, o paradoxo de Olbers, ou “paradoxo da noite escura”, argumenta que a escuridão do céu está em contradição com a hipótese de universo infinito e estático. A escuridão do céu é uma das evidências da não estaticidade do universo, como no modelo do Big Bang do universo. Se o universo fosse estático e com uma quantidade infinita de estrelas, qualquer linha de visão abstrata partindo da Terra coincidiria provavelmente com uma estrela suficientemente luminosa, de forma que o céu seria completamente brilhante. Isso contradiz a observação do céu predominantemente escuro. O paradoxo foi descrito primeiramente pelo astrônomo alemão Heinrich Wilhelm Olbers em 1826, e anteriormente por Johannes Kepler em 1610 e Edmond Halley e Jean Philippe de Chéseaux no século XVIII. Face à simplicidade da pergunta sobre a escuridão, as respostas dos astrônomos vêm sempre acompanhadas com as mais inteligentes e elegantes explicações envolvendo múltiplas demarcações abstratas das ciências exatas. O paradoxo é a afirmação de que em um universo estático, infinito e com distribuição regular de estrelas em seu espaço, o céu noturno deveria ser brilhante. O paradoxo possui o nome indevido já que pressuposto num universo estático e infinito a distribuição de estrelas, mesmo sendo em número infinito, não precisa necessariamente ser regular. Aliás, a suposição de que a função de estrelas f(x) pela quantidade de volume de espaço x dividida por esse mesmo volume x tende a uma constante K quando x vai ao infinito é uma suposição cientificamente forte.

Embora o Paradoxo de Olbers constate que, se a distribuição de estrelas no céu fosse regular num universo infinito, a quantidade de energia estelar que atingiria a Terra seria igualmente infinita. Não gera empecilhos para que haja um universo estático infinito com um número infinito de estrelas distribuídas de forma irregular. A presunção de que um universo infinito tenha um número infinito de estrelas também não pode ser comprovada. Pode-se imaginar um universo infinito com o conjunto de matéria finita, dividida em infinitos corpos distintos, abre-se em múltiplos casos e contradições. Em qualquer caso, em um universo com infinitas estrelas, você veria uma distribuição talvez homogênea delas pelo espaço. Isso não implica distribuição homogênea real, e sim apenas a disposição ótica da percepção delas. A condição de visibilidade homogênea independe do comportamento da função g(x)/x, de forma que só importa g(x), que tende ao infinito quando x vai ao infinito, já que parte da premissa de que o universo é infinito e tem número infinito de estrelas. Apesar da precisão das respostas, quando a dúvida é transferida para um habitante de um longínquo planeta, localizado no meio de um aglomerado globular, “Por que suas noites são claras?”, o que se deve apreender é que o questionamento abstrato pode tomar outros sentidos. Essa inversão, além de já nos trazer as mais sensatas e compreensíveis respostas, transforma o paradoxo anterior num fenômeno, associado à natureza humana, também rico em outras explicações, mas de interesse de outras ciências e que não sejam tão exatas, porém mais elucidativas, que envolve a utilização recíproca tanto do conceito de limite e convergência, o paradoxo surge ao introduzirem nos cálculos um espaço de duas dimensões no lugar de três. 

        Entretanto entre os seus pilotos independentemente da nacionalidade, foi e continua sendo apelidado Viper. Existem 20.626 graus quadrados no hemisfério do céu visível, supondo que não haja obstruções no horizonte. A aeronave de 670 pés quadrados (≈62 m²) subtenderia um ângulo de 0,24 graus a 6.000 pés (≈1.800 m). A chance de um tiro não guiado disparado aleatoriamente atingir a aeronave seria de uma em 20626 / 0,24 / 0,24, ou de uma em 358.090. Os disparos direcionados reduzem essas probabilidades. Por som ou por adivinhação, isolar a região de disparo a cerca de um quinto do céu pode ser possível. Estatisticamente se 10 canhões disparar 10 tiros por segundo em um quinto do céu, coordenando perfeitamente seus disparos uniformemente naquela região e rastreando de maneira grosseira a aeronave enquanto ela sobrevoa, a chance de acertá-la seria de 358.090/ 5/10/10, ou uma chance em 716 a cada segundo. Voando a 500 mph ou 805 km / h (733 pés / s ou 223 m / s), a cada segundo a aeronave cruzaria sete graus angulares do céu. Com alcance inclinado de 10.000 pés (≈3.000 m), os canhões antiaéreos poderiam cobrir um cone de céu de 100 graus de largura, assumindo uma localização comum de canhão. A aeronave estaria dentro do alcance de 100/7 ou 14,3 segundos, e a chance total de acertá-la durante uma única passagem aérea seria 716/14,3 ou uma única chance em 50. Ao coordenar corredores para trajetórias de artilharia amigas através do espaço aéreo, às vezes presume-se, e para conveniência de emergência que disparidades semelhantes se aplicam. É frequente como a Teoria do Big Sky - Small Bomb. - “Escolhemos ir para a Lua” (We choose to go to the Moon) é uma famosa frase presente no discurso realizado pelo presidente John F. Kennedy em 12 de setembro de 1962, diante da grande multidão no Estádio Rice, em Houston no Texas. 

                                        

O discurso tratou dos esforços do país para alcançar a Lua e buscou persuadir o povo norte-americano a apoiar a continuação do programa espacial dos Estados Unidos da América e, mais especificamente, o objetivo nacional de realizar uma alunissagem tripulada até o final da década de 1960. John Kennedy havia estabelecido o objetivo de pousar na Lua no ano anterior a fim de demonstrar a superioridade dos Estados Unidos contra a União Soviética na Corrida Espacial, mas a maior parte dos norte-americanos não era favorável. O presidente visitou o recém estabelecido Centro de Espaçonaves Tripuladas, em Houston em setembro de 1962, aproveitando a oportunidade para discursar na Universidade Rice em uma tentativa deliberada de aumentar o apoio popular para o programa espacial. Em seu discurso político, Kennedy caracterizou o espaço como uma nova fronteira a ser explorada, invocando o espírito pioneiro dominante no folclore nacional. Ele imbuiu o discurso com um sentimento de urgência e destino, enfatizando a liberdade gozada pelos norte-americanos para escolher seu próprio destino em vez de tê-lo escolhido para eles. O presidente estabeleceu uma competição global contra a União Soviética, mesmo tendo proposto a questão tópica da alunissagem enquanto um ato de pousar uma nave espacial na Lua, como um projeto conjunto entre os dois países. Serviu como Presidente dos Estados Unidos da América de 1961 a 1963, quando foi assassinado publicamente. Lee Harvey Oswald (1939-1963) de acordo com três investigações policiais do governo, foi o assassino de Kennedy, baleado em Dallas, Texas, em 22 de novembro de 1963.

         Roald Engelbregt Gravning Amundsen nasceu em Borge, em 16 de julho de 1872, no Polo Ártico, próximo da Ilha do Urso, e faleceu em 18 de junho de 1928. Foi um explorador norueguês das regiões polares, que liderou a primeira expedição a atingir o Polo Sul em 14 de dezembro de 1911, utilizando para isso trenós puxados por cães. O Ártico exibe testemunhos de ocupação humana desde 15 mil anos e algumas povoações modernas têm história de vários milênios. Cerca de 4 milhões de pessoas vivem atualmente no Ártico, das quais cerca de 10% são povos indígenas, com o domínio de dezenas de diferentes culturas e línguas. Temperaturas abaixo de 40º C negativos, ventos que podem ultrapassar 100 km/h e tempestades de neve. Os obstáculos parecem não assustar os cientistas e exploradores que, em 2023, pretendem viajar para algumas das regiões mais geladas do planeta Terra, a fim de estudar assuntos específicos como a crise climática, a elevação do nível do mar e a história da Terra registrada em camadas profundas de gelo. A maior parte da população vive muito dispersa em pequenas vilas e povoados, e há muitos grupos nômades, mas existem algumas cidades importantes, como Murmansk, a capital do Oblast de Murmansque, localizada acerca de 200 km ao Norte do Círculo Polar Ártico, na Rússia, com mais de 300 mil habitantes. 

       Há significativa disparidade na qualidade de vida e desenvolvimento dessas populações “aborígenes”, e o ritmo e processo de globalização tem aumentado essas diferenças em algumas regiões. Quando vista do hemisfério norte, a Lua parece invertida em comparação com uma vista do hemisfério sul. O Polo Norte está voltado para longe do centro galáctico da Via Láctea. O Hemisfério Norte é o lar de aproximadamente 6,40 bilhões de pessoas, o que representa cerca de 87,0% da população humana total da Terra de 7,36 bilhões de pessoas. As populações na América do Norte e Escandinávia são as mais favorecidas em vários indicadores, como renda, saúde, educação, expectativa de vida e Coeficiente de Conrado Gini, mas na Federação Russa, que abriga cerca de 70% da população ártica total, os indicadores geralmente ficam abaixo, ou muito abaixo da média global. Nas regiões prósperas pode haver importantes desigualdades internas. clima ártico reconhece grande variações climáticas ao longo do ano. A região fica no extremo Norte do globo terrestre devido à inclinação do eixo terrestre sua parte Norte permanece mergulhada na obscuridade durante o inverno. Mesmo no verão a luz solar chega à região em um ângulo baixo. O calor recebido do Sol é menor que nos trópicos e boa parte dele é refletido de volta para o espaço pela brancura do gelo. 

          Ao longo de duração de todo o ano o Ártico irradia mais calor do que recebe, e a maior parte do seu calor vem dos trópicos através da circulação atmosférica e marítima. A Escandinávia representa a região ártica mais quente do continente devido à influência da Corrente do Golfo. Os invernos são longos e geralmente frios, e os verões, breves e frescos, mas há importantes diferenças regionais. A umidade atmosférica geralmente é baixa e a precipitação é escassa, algumas áreas recebem menos de 50 milímetros de chuva por ano. No verão a chuva, comparativamente, não tende a evaporar rapidamente devido às baixas temperaturas médias e o solo congelado chamado em geologia de permafrost, impede sua absorção, criando naturalmente largas áreas de pântano. A lei cujo desenvolvimento necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a qual toda ideia abstrata, a começar pelo fato de ser considerada no seu estado de abstração, afirmando a sua negação, per se a sua antítese, de modo que esta contradição exige para se resolver a afirmação de uma síntese que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo tempo, do conteúdo das duas outras em oposição assimétrica. Na Introdução à Fenomenologia do Espírito (2007), Hegel repete suas críticas a uma concepção de filosofia que não fosse mais que teoria do conhecimento.

Fenomenologia do Espírito, não obstante, como têm assinalado  os seus expressivos comentaristas, marca em certos aspectos um retorno ao ponto de vista de Immanuel Kant e Johann Gottlieb Fichte. Em que novo sentido devemos entendê-la? Ora, se o saber é um instrumento, modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se for um meio tampouco, nos transmite a verdade sem alterá-la de acordo com a própria natureza do meio interposto. Se o saber é um instrumento, isto supõe que o sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto. Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece efetivamente, é já uma afirmação. Não obstante, esta afirmação não poderia bastar porque deixa a margem a afirmação de outro saber; é precisamente esta dualidade o que reconhecia Schelling quando opunha o saber fenomênico e o saber absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro. Uma vez colocado o saber absoluto não se vê como é possível no saber fenomênico, e o saber fenomênico por sua parte fica igualmente separado do saber Absoluto. Hegel retorna ao saber fenomênico da consciência comum, e pretende demonstrar como aquele conduz ao saber Absoluto, ou que é um saber absoluto que, todavia, “não se sabe como tal”.

A ideia Absoluta origina, não apenas as categorias lógicas anteriores a ela, por meio das quais ela mesma é constituída, sem abdicar da centralidade de seu sistema, ela mesma é constituída em termos de origem assimétrica. Para resolver esse problema, oferece-se propriamente apenas um caminho. O espírito assim, reconhece Hegel já cedo contra Schelling - tem de estar acima da natureza, a qual tem de corresponder às categorias deficientes da Ciência da Lógica. Friedrich Hegel (1770-1831) que parte da análise da consciência comum, não podia situar como princípio primeiro uma dúvida universal que só é própria da reflexão filosófica. Por isso mesmo ele segue o caminho aberto pela consciência e a história detalhada de sua formação. Ou seja, a Fenomenologia vem a ser uma história concreta da consciência, sua saída da caverna e sua ascensão à Ciência. Daí a analogia que em Hegel existe de forma coincidente entre a história da filosofia e a história do desenvolvimento do pensamento, mas este desenvolvimento é necessário, como força irresistível que se manifesta lentamente através dos filósofos, que são instrumentos de sua manifestação como trabalho profissional. Assim, preocupa-se apenas em definir os sistemas, sem discutir as peculiaridades e opiniões dos diferentes filósofos. Na determinação do sistema, o que o preocupa é a categoria fundamental que determina o todo complexo do sistema, e o assinalamento das diferentes etapas, bem como as vinculasses destas etapas que conduzem à síntese do espírito absoluto. Para compreender o sistema é necessário começar pela representação, que ainda não sendo exata permite, a seleção de afirmações e preenchimento do sistema abstrato de interpretação do método dialético, para poder alcançar a transformação da representação numa noção clara e exata.

Assim, temos a passagem da representação abstrata, para o conceito claro e concreto através do acúmulo de determinações. Aquilo que por movimento dialético separa e distingue perenemente a identidade e a diferença, sujeito e objeto, finito e infinito, é a alma vivente de todas as coisas, a Ideia Absoluta que é a força geradora, a vida e o espírito eterno. Mas a Ideia Absoluta seria uma existência abstrata se a noção de que procede não fosse mais que uma unidade abstrata, e não o que é em realidade, isto é, a noção que, por um giro negativo sobre si mesma, revestiu-se novamente de forma subjetiva. Metodologicamente a determinação mais simples e primeira que o espírito pode estabelecer é o Eu, a faculdade de poder abstrair todas as coisas, até sua própria vida. Chama-se idealidade precisamente esta supressão da exterioridade. Entretanto, o espírito não se detém na apropriação, transformação e dissolução da matéria em sua universalidade, mas, enquanto consciência religiosa, por sua faculdade representativa, penetra e se eleva através da aparência dos seres até esse poder divino, uno, infinito, que conjunta e anima interiormente todas as coisas, enquanto pensamento filosófico, como princípio universal, a ideia eterna que as engendra e nelas se manifesta. Isto quer dizer que o espírito finito se encontra inicialmente numa união imediata com a natureza, a seguir em oposição com esta e finalmente em identidade com esta, porque suprimiu a oposição e voltou a si mesmo e, consequentemente, o espírito finito é a ideia, mas ideia que girou sobre si mesma e que existe por si em sua própria realidade.

A Ideia absoluta que para realizar-se colocou como oposta a si, à natureza, produz-se através dela como espírito, que através da supressão de sua exterioridade entre inicialmente em relação simples com a natureza, e, depois, ao encontrar a si mesma nela, torna-se consciência de si, espírito que conhece a si mesmo, suprimindo assim a distinção entre sujeito e objeto, chegando assim a Ideia a ser por si e em si, tornando-se unidade perfeita de suas diferenças, sua absoluta verdade. Com o surgimento do espírito através da natureza abre-se a história da humanidade e a história humana é o processo que medeia entre isto e a realização do espírito consciente de si. A filosofia hegeliana centra sua atenção sobre esse processo e as contribuições mais expressivas de Hegel ocorrem precisamente nesta esfera, do espírito. Melhor dizendo, filosoficamente para Hegel, à existência na consciência, no espírito chama-se saber, conceito pensante. O espírito é também isto: trazer à existência, isto é, à consciência. Como consciência em geral tenho eu um objeto; uma vez que eu existo e ele está na minha frente. Mas enquanto o Eu é o objeto de pensar, é o espírito precisamente isto: produzir-se, sair fora de si, saber o que ele é. Nisto consiste a grande diferença: o homem sabe o que ele é. Logo, em primeiro lugar, ele é real. Sem isto, a razão, a liberdade não são nada.

O homem é essencialmente razão. O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. A possibilidade para ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade.

O degelo da neve de inverno - mutatis mutandis - também contribui para que ocorra isso, e são frequentes inundações de grandes proporções. A acumulação de neve no inverno é muito variável e depende principalmente da geografia, da umidade atmosférica e da intensidade dos ventos. Os ventos fortes muitas vezes levantam a neve já caída, desnudando o solo. Em outras áreas, mais protegidas, os acúmulos podem chegar a mais de um metro por ano. Nas áreas mais frias o gelo nunca derrete totalmente, e os acúmulos anuais somam-se uns aos outros. A temperatura média no inverno pode ser baixa quanto -40 °C e a temperatura mais baixa registrada é de aproximadamente -68 °C, em Verkhoyansk, Rússia, é uma cidade na República de Sakha. Situada no rio Yana, perto do círculo polar ártico, a 675 quilômetros de Yakutsk. Possui 303 863 habitantes, sendo, assim, a maior cidade do mundo construída sobre o permafrost - um tipo de solo típico da região do Ártico e que fica permanentemente congelado - e é uma região remota com mais de 122 km² de área. Há um porto, um aeroporto, um depósito de coleta, e o centro possui uma área de levantamento. População de Sakha é de 1.434 conforme Censo demográfico de 2002. Preserva o status da cidade só historicamente; é uma das menores cidades da Rússia. Um estabelecimento cossaco foi fundado no Sudoeste no ano de 1638, a 90 km da cidade moderna. Em 1775 foi movido para a margem esquerda do rio Yana, para facilitar a coleção de imposto. Recebeu o status da cidade em 1817. Entre 1860 até 1917 a cidade representava um lugar praticado de exílio político. Verkhoyansk é reconhecida por suas temperaturas excepcionalmente baixas no inverno, com uma média de janeiro de -50°C. Encontra-se na área mais fria do hemisfério do Norte e, junto com Oymyakon, é um dos lugares considerado “o polo Norte do frio”.

Nesta região, os invernos são longos e extremamente severos, sendo os Verões frescos e relativamente curtos. Localiza-se na baía de Kola, a 12 km do mar de Barents. É a maior cidade a norte do Círculo Polar Ártico e um importante porto militar e comercial, apesar de ter diminuído consideravelmente o número de habitantes nos últimos anos eram respectivamente 450 000 em 1989, 336 000 em 2002 e 311 209 em 2009. Antes da 1ª grande guerra, Murmansque era uma aldeia de pescadores até que, em 1915-1916, devido ao corte das rotas russas do mar Báltico e do mar Negro, o governo central mandou construir um porto e estabelecer a ligação ferroviária a São Petersburgo. Entre 1918-1920, durante a Guerra Civil Russa, as forças aliadas ocuparam-na. Durante muitos anos, a cidade representou um porto importante para a União Soviética, sendo “uma base para frotas pesqueiras e também para Navios de Guerra e submarinos nucleares”. Com a dissolução da União Soviética em 1991, deixou de ser um centro de embarcações, dado que se implementou a via rodoviária de ligação entre Moscovo e São Petersburgo. Na 2ª guerra mundial foi a base e o porto principal para os abastecimentos militares aliados anglo-norte americanos, de modo muito bombardeada pelos alemães. 

Durante as décadas de 1970 e 1980 o mar de Barents começou por ser o depósito de peças gastas dos reatores nucleares soviéticos. Entretanto, os barcos comerciais foram vendidos para sucata e os submarinos nucleares transferidos, sendo as atividades de principais de trabalho as ligadas à pesca e à indústria têxtil. De dezembro a maio, nos meses mais frios, o porto de Murmansque substitui o porto de São Petersburgo, que fica localizado cerca de 1450 km ao Sul e que constitui o maior porto do Noroeste da Rússia. Curiosamente, o porto de Murmansque não fica gelado em nenhuma época do ano, devido à passagem da corrente quente do golfo, que aquece as águas e as impede de congelarem. Os navios quebra-gelos movidos a energia nuclear mantêm aberto durante o inverno um canal no Oceano Glacial Ártico. A temperatura climática mais baixa registrada em 1892, foi −69.9°C. A amplitude térmica em Verkhoyansk é em média de 105°C, e de variação baseada em dados estatísticos entre −68°C a 38.0°C. Isto faz de Verkhoyansk, juntamente as cidades russas de Oymyakon e Yakutsk, as únicas cidades no mundo contemporâneo onde a Amplitude térmica pode variar mais que 100 °C. Ipso facto, o Ártico é afetado pelo aquecimento global, levando à retração da calota congelada sobre o Oceano Ártico e à liberação do metano do permafrost derretido.

O clima da cidade de Iacutusque é subártico extremo (Dwd), apesar de a latitude ser 62° e a elevação ser menos de 200 metros de altitude. Foi fundada como um forte Cossaco em 25 de setembro de 1632 e não foi realmente uma cidade até que fossem descobertas as reservas de ouro siberianas no fim do século XIX. Estas reservas foram exploradas de forma intensiva durante a industrialização da União Soviética sob o mandato de Joseph Stalin contribuindo para o desenvolvimento urbano de Iacutusque. Governou a União Soviética de meados da década de 1920 até sua morte, servindo como Secretário Geral do Partido Comunista de 1922 a 1952, e como primeiro-ministro de seu país de 1941 a 1953. Os habitantes de Iacutusque orgulham-se dizendo que, apesar do frio intenso, a região é tão rica em recursos naturais que, provavelmente, deve conter todos os elementos químicos da tabela periódica. Uma lenda narra que, quando o Deus da criação estava criando o mundo e distribuindo suas riquezas, ao chegar à Iacútia teve as mãos entorpecidas pelo frio deixando cair lá todas as riquezasÉ uma República étnica autônoma do tamanho da Índia, um extenso país do Sul da Ásia com geografia diversificada, incluindo desde os picos do Himalaia até a costa do Oceano Índico, e uma história que remonta a cinco milênios e  uma das cidades mais antigas e mais frias da Sibéria. A região é rica em ouro e é responsável por 20% do abastecimento mundial de diamantes brutos, levando-nos a dar crédito à lenda. A cidade possui escritórios de empresas de mineração, incluindo Alrosa, cujas minas de diamante na Iacútia somam cerca de 20% da produção mundial de diamante bruto. É um grupo russo de empresas de diamantes especializada em exploração, mineração, fabricação e venda de diamantes, líder  em volume. O processo de trabalho de mineração ocorre na Yakutia Ocidental, na região de Arkhangelsk e em parte da África.

O Polo Norte também reconhecido como Polo Norte Geográfico ou Polo Norte Terrestre, é o ponto no Hemisfério Norte onde o eixo de rotação da Terra encontra sua superfície. É chamado de Polo Norte Verdadeiro para distinguir do Polo Norte Magnético. O Polo Norte está no centro do Hemisfério Norte. Diz-se que a terra mais próxima é a Ilha Kaffeklubben, na costa Norte da Groenlândia cerca de 700 km (430 milhas) de distância, embora alguns bancos de cascalho talvez semipermanentes estejam um pouco mais próximos, pois se encontra ao largo da costa Nordeste da Groenlândia, e é considerada o ponto de terra firme mais setentrional. Descoberta por Robert Peary (1856-1920) em 1900, a ilha tem cerca de 1 km de comprimento, e encontra-se em 83° 40' N 29° 50' O, 37 km a Leste do cabo Morris Jesup, na Groenlândia. Visitada primeiramente pelo explorador dinamarquês Lauge Koch (1892-1964) em 1921, este nomeou-a de “clube do café” do Museu de Mineralogia do Copenhagen, e em 1969 uma equipe do Canadá calculou que a sua ponta mais a Nordeste se encontra mais de 750 metros a Norte do que o cabo Morris Jesup (1830-1908), assim reivindicando para a ilha “o título de ponto mais setentrional em terra firme”. 

Desde então, diversos bancos de saibro e cascalho foram encontrados ainda mais a Norte, embora haja um debate entre pesquisadores a respeito se de fato “a ilha de Oodaaq ou outros bancos de cascalho nessas condições devam ser considerados para o registo etnográfico porque são raramente permanentes, sendo engolidos regularmente por gelos flutuantes, tornando-se submersos no oceano”. Apesar do “duro” ambiente da ilha, há vegetação em Kaffeklubben – vários musgos, hepáticas, e líquenes, e plantas de flor: Saxifraga oppositifolia (saxifraga-púrpura) e Papaver radicatum (papoila-ártica). Inspirado na leitura das aventuras do explorador inglês John Franklin (1786-1847), que provou a existência da passagem Noroeste, ele se decidiu por uma vida de exploração ao desconhecido. Com 16 anos Amundsen estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Groenlândia por Fridtjof Nansen (1861-1930). Embora tivesse frequentado o curso de Medicina, Amundsen decidiu seguir uma vida ligada ao mar e à exploração. Em 1897, com 25 anos, fez parte da tripulação do navio Bélgica, como primeiro oficial, na Expedição Antártica Belga, de Adrien de Gerlache (1866-1934). Este oficial da Marinha Real Belga, liderou a Expedição Antártica Belga em ocorrida entre 1897-1899. Comandou o navio de pesquisa RV Bélgica. Com casco de madeira de propulsão a vapor e vela, foi construído em 1884 e tinha 336 toneladas.

Roald Amundsen nascido no município de Borge, localizado entre as cidades de Fredrikstad e Sarpsborg, próximo da capital da Noruega, Cristiania, atual Oslo, foi o quarto filho do capitão da Marinha e proprietário de navio, Jens Amundsen (1820-1886). Sua mãe, Gustava Sahlquist (1837-1893), tentou mantê-lo longe do mar e queria que o filho seguisse a carreira de médico. Quando do retorno triunfal do Fridtjof Nansen, que atravessou no ano de 1889 a Groenlândia em esquis, Amundsen, então com 18 anos, decidiu tornar-se um explorador polar. Em 1890, entretanto, ele começou a estudar medicina atendendo o desejo materno. Após a morte da mãe em 1893, perdeu os exames escolares e abandonou a Universidade. Com a idade de 21 anos “embarcou em um navio caça focas, continuando a sua aprendizagem como marinheiro”. Viajou aos Estados Unidos em busca de patrocínio para seus projetos. O milionário e explorador norte-americano Lincoln Ellsworth (1880-1951) tornou-se um de seus principais financiadores. O passo seguinte foi adquirir conhecimento teórico acadêmico em navegação; retornou a Cristiania, cursando a Christiania Sjømandsskole (Escola Náutica) aonde obteve a sua licença náutica em 1º de maio de 1895. Em 1903, Amundsen parte para uma expedição que iria atravessar a passagem Noroeste, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região Norte do Canadá, a bordo do veleiro Gjøa.

Eles passaram pelo Sul da Groenlândia, indo em direção à baía de Baffin e estreitos de Lancaster, Peel, James Ross e Rae. Passaram dois invernos explorando por terra e gelo no local posteriormente chamado de Gjoa Haven, que fica no território Nunavut, Canadá. Foram também cartografadas as inúmeras ilhas da região. Em 1904, Amundsen e sua pequena equipe seguiu para o Polo norte magnético, que havia se mudado 30 milhas desde que fora localizado por James Clark Ross (1800-1862) em 1831. Esta foi a primeira vez que alguém registrou o movimento dos polos magnéticos. Durante este tempo, Amundsen estudou o povo local Netsilik a fim de aprender técnicas de sobrevivência no Ártico e logo adotou suas vestimentas. Deles também aprendeu a usar cães de trenó. Continuando para o Sul da ilha Victoria, o navio afastou-se do arquipélago Ártico Canadiano em 17 de agosto de 1905, mas teve que parar no decurso do inverno antes de ir para Nome (Inupiaq: Sitnasuaq) na costa do Pacífico do Alasca, 800 km distante de Eagle, aonde havia uma estação de telégrafo.  É uma cidade primária na Região Censitária de Nome, Alasca, Estados Unidos, localizado no sul da costa da península de Seward em Norton Sound, Mar de Bering. De acordo com a certificação do estado do Alasca de 2008, a população da cidade era de 3570 habitantes.

        Nome foi incorporada em 9 de abril de 1901, e era uma das cidades mais populosas do Alasca. Nome reside na região da Bering Straits Native Corporation (BSNC). A cidade de Nome afirma ser a casa da maior bateia do mundo, embora esta alegação seja contestada pela cidade canadense de Quesnel, Columbia Britânica. No inverno de 1925, uma epidemia de difteria assolava os Inuit na área de Nome. As condições de nevasca em todo o estado impediram a chegada de um avião com um soro salva-vidas vindo de Anchorage. Um revezamento de equipes com trenós puxados por cães foi organizado para entregar o soro. Uma corrida anual de cães, a Iditarod Trail Sled Dog Race, comemora este acontecimento histórico. A origem do nome da cidade de Nome está ainda em debate. O nome da cidade pode vir de um ponto de terra localizada doze milhas (19 km) da cidade. Cabo Nome recebeu seu nome por engano, quando um cartógrafo britânico copiou uma anotação num mapa feita por um oficial britânico em uma viagem até o estreito de Bering. O gestor tinha escrito: “Nome” ao lado da capa sem nome. O cartógrafo leu erroneamente a anotação como “C. Nome”, ou Cabo Nome, e usou esse nome em seu mapa. O nome também pode ter sido dado pelo fundador de Nome, Jafet Lindeberg (1874-1962). A uma curta distância a pé de sua casa de infância em Kvænangen, Noruega, há um vale chamado Nome. Em fevereiro de 1899, alguns mineiros e comerciantes locais votaram mudar o nome de Nome para Anvil City, por causa da confusão com Cabo Nome, 12 milhas (19 km) ao sul, e o rio Nome, com foz a quatro milhas (6 km) ao sul de Nome.

Os Correios dos Estados Unidos em Nome se recusaram a aceitar a mudança. Temendo a mudança da agência para Nome City, um campo de mineração no rio Nome, os comerciantes insatisfeitos concordaram em mudar o nome de Anvil City para Nome novamente. Eles passaram pelo sul da Groenlândia, indo em direção à baía de Baffin e estreitos de Lancaster, Peel, James Ross e Rae. Passaram dois invernos explorando por terra e gelo o local hoje chamado de Gjoa Haven, que fica no território Nunavut, Canadá. Foram também cartografadas as inúmeras ilhas da região. Em 1904, Amundsen e sua pequena equipe seguiu para o Polo norte magnético, que havia se mudado 30 milhas desde que fora localizado por James Clark Ross em 1831. Esta foi a primeira vez que alguém registrou o movimento dos polos magnéticos. Durante este tempo, Amundsen estudou o povo local Netsilik a fim de aprender técnicas de sobrevivência no Ártico e logo adotou suas vestimentas. Deles também aprendeu a usar cães de trenó. Continuando para o sul da ilha Victoria, o navio afastou-se do arquipélago Ártico Canadiano em 17 de agosto de 1905, mas teve que parar no decurso do inverno antes de ir para Nome na costa do Pacífico do Alasca, 800 km distante de Eagle, aonde havia uma estação de telégrafo.

Amundsen fez a viagem de ida e volta por terra, tendo alcançado o posto de telégrafo de onde enviou uma mensagem de seu sucesso em 5 de dezembro de 1905. A expedição chegou a Nome em 1906. A Passagem Noroeste nunca foi utilizada por navios de maior porte devido à pouca profundidade da água, que em grande parte do percurso não ultrapassa um metro de profundidade. O Norte do Canadá, coloquialmente chamado apenas de Norte é uma região canadense formada pelos três territórios do país. Em contraste com a região, o extremo Norte pode ser referido como o Ártico Canadiano, ou seja, a parte do Canadá atravessada pelo Círculo Polar Ártico. Abrangendo todas as terras localizadas ao Norte do paralelo 60° N e todas as ilhas árticas, o Norte canadense, formado pelos territórios de Yukon e do Noroeste, apresenta temperaturas baixas e não favorece a ocupação humana. A densidade demográfica da região é reduzidíssima. A população é composta de esquimós, índios e mineiros. Os esquimós vivem da caça e pesca, que lhes proporcionam alimento, roupas, abrigo, ferramentas e utensílios; os mineiros instalam-se em acampamentos e exploram as riquezas minerais da região: petróleo, ouro, urânio, cobre, etc. Todos dos povos que vivem no Norte do círculo Polar Ártico, antropologicamente, como é ordinário, são chamados de povos autóctones. 

O local permanentemente habitado mais próximo é Alert na região de Qikiqtaaluk, Nunavut, Canadá, localizado a 817 km (508 milhas) do Polo. Enquanto o Polo Sul se encontra em uma massa continental, o Polo Norte está localizado no meio do Oceano Ártico em meio a águas que são quase permanentemente cobertas por gelo marinho em constante mudança. A profundidade do mar no Polo Norte foi medida em 4 261 metros (13 980 pés) pelo russo Mir submersível em 2007 e em 4 087 metros (13 409 pés) pelo USS Nautilus in 1958. Isso o torna impraticável construir uma estação permanente no Polo Norte (ao contrário do Polo Sul). No entanto, a União Soviética, e mais tarde a Rússia, construiu uma série de estações flutuantes tripuladas, desde 1937, algumas das quais passaram sobre ou muito perto do Polo. Desde 2002, os russos também estabeleceram anualmente uma base, Barneo, perto do Polo. Isso opera por algumas semanas durante o início da primavera. Estudos na década de 2000 previram que o Polo Norte pode se tornar sazonalmente livre de gelo por causa do encolhimento do gelo do Ártico, com escalas de tempo variando de 2016 até o final do século XXI ou mais tarde. As tentativas de alcançar o Polo Norte começaram no final do século XIX, com o recorde de Farthest North sendo superado em várias ocasiões. A primeira expedição indiscutível a chegar ao Polo Norte foi a do dirigível Norge, que sobrevoou a área em 1926 com 16 homens a bordo, incluindo o líder da expedição Roald Amundsen. Duas expedições anteriores terrestres – lideradas por Frederick Cook (1908), Robert Peary (1909) e aérea por Richard E. Byrd (1926) foram aceitas como tendo chegado ao Polo. No entanto, em cada caso, a análise posterior dos dados da expedição lançou algumas dúvidas sobre a precisão de suas reivindicações. 

Em setembro de 2007 foi registado, pelo satélite da Agência Espacial Europeia (ESA), Envisat o maior satélite de observação da Terra construído no presente. É constituído por 10 instrumentos que lhe permitem uma análise rigorosa da atmosfera, continentes, oceanos e gelo do planeta. Os dados recolhidos pelo Envisat são utilizados para o estudo científico da Terra, análise ambiental e alterações climáticas. Os dados enviados pelo Envisat estão a ser utilizados também para o projeto Globcover que visa produzir um mapa de cobertura territorial com uma resolução três vezes mais nítida do que qualquer mapa de satélite anterior. Envisat, o maior degelo do Oceano Ártico, até essa data, abrindo à navegação a Passagem do Noroeste. De uns anos pra cá tem-se verificado um derretimento galopante na zona ártica. Cerca de metade do manto de gelo da Groenlândia derrete no verão na sua camada superficial, mas em 2012, 97% da área do manto mostrou grau de derretimento, que afetou mesmo as partes mais altas e frias. Fato que aumenta o risco de uma grande catástrofe ambiental nos próximos anos pois aumenta a velocidade de deslocamento dos glaciares rumo ao mar.

Neste caso, tem como consequência imediata a subida do nível do mar e o aumento drástico de temperatura média no Ártico. Seres humanos, bactérias e vírus têm coexistido ao longo da história. Da peste bubônica à varíola, nós evoluímos para resistir a eles, e em resposta eles desenvolveram novas maneiras de nos infectar. Faz mais de um século que temos os antibióticos, desde que Alexander Fleming (1881-1955) descobriu a penicilina. Mas elas responderam, devido à sua natureza, evoluindo sua resistência aos antibióticos. A batalha parece sem fim: nós passamos tanto tempo com patógenos, que às vezes desenvolvemos um tipo de impasse natural. No entanto, o que aconteceria se nós, de repente, ficássemos expostos a bactérias e vírus mortais que ficaram ausentes por milhares de anos - ou então que nunca vimos antes? É possível que estejamos perto de descobrir o que aconteceria. As mudanças climáticas estão derretendo o solo da região do ártico que existiram por milhares de anos e, conforme o solo derrete, ele vai liberando antigos vírus e bactérias que, depois de ficarem dormentes, voltam à vida.

O eixo de rotação da Terra - e, portanto, a posição geográfica do Polo Norte - era comumente considerado fixo obviamente em relação à superfície da Terra até que, no século XVIII, o matemático Leonhard Euler previu que o eixo poderia “oscilar” ligeiramente. Por volta do início do século XX, os astrônomos notaram uma pequena aparente “variação de latitude”, determinada para um ponto fixo na Terra a partir da observação de estrelas. Parte dessa variação pode ser atribuída a um deslocamento do Polo pela superfície da Terra, por um alcance de alguns metros. A errância tem vários componentes periódicos e um componente irregular. O componente com um período de cerca de 435 dias é identificado com a peregrinação de oito meses prevista por Euler e agora é chamada de “oscilação de Chandler”, depois de sua notável pesquisa. O ponto exato de interseção do eixo da Terra com a superfície da Terra, em um dado momento, é chamado de “Polo instantâneo”, mas por causa da “oscilação” prevista isso não pode ser usado como definição de um Polo Norte fixo (ou Polo Sul) quando a precisão em escala métrica é necessária. É desejável vincular o sistema de coordenadas da Terra em torno da latitude, longitude e elevações ou orografia a formas de relevo fixas. 

No entanto, dadas as placas tectônicas e a isostasia, não existe um sistema no qual todas as características geográficas sejam fixas. No entanto, o Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência e a União Astronômica Internacional (UAI) definiram uma estrutura chamada Sistema Internacional de Referência TerrestreA UAI representa uma sociedade científica cujos membros individuais são astrônomos profissionais de diversos países, e cientistas portadores do título de doutor e que atuam na pesquisa e na educação formal em astronomia. Com sede em Paris, sua autoridade é reconhecida internacionalmente para atribuições de nomes com a formação de nomenclatura a corpos celestes e a quaisquer características das superfícies, além de ser integrante do Conselho Internacional de Ciência (CIC). A função principal do UAI é promover e salvaguardar a ciência da astronomia através da cooperação internacional, pois mantém estreito relacionamento colaborativo com organizações que incluem astrônomos amadores como membros. Desde 1922, as Assembleias Gerais da UAI são realizadas a cada três anos, com a exceção do período entre 1938-1948, devido à 2ª guerra mundial (1939-1945). Foram realizadas 30 assembleias gerais ordinárias e uma extraordinária. A última da assembleia geral ocorreu em Busan em 2021.

Relíquias do neolítico foram descobertas em sambaquis em Dongsam-dong, e um sambaqui datado entre os séculos I a.C. e III d.C. foi achado no distrito Dongnae. Geochilsan-guk é registado como uma chefatura da Confederação Jinhan durante os séculos II e IV. Ele foi absorvido por Silla e organizado como um distrito (gun). Objetos funerários escavados de sambaquis em Bokcheon-dong indicam que uma complexa chefatura governada por poderosos indivíduos estava presente na área de Busan no século IV, época em que os Três Reinos da Coreia estavam se formando. Os sambaquis funerários de Bokcheon-dong foram construídos no topo de uma colina que tem vista para uma ampla área que constituem partes dos atuais Dongnae-gu e Yeonje-gu. Arqueólogos escavaram mais de 250 armas e pedaços de armadura de ferro do Túmulo n° 38, uma câmara funerária de madeira em Bokcheon-dong. A cidade também é conhecida por sua indústria global MICE (Reuniões, Incentivos, Conferências e Exposições). A cidade ocupa a 5ª posição na Ásia e a 10ª no mundo globalizado em termos do número de conferências internacionais realizadas na cidade. A zona de convenções e exposições da cidade possui excelentes condições e infraestrutura para sediar eventos internacionais de grande escala, que incluem o BEXCO em Centum City, a Casa Nurimaru APEC e hotéis de luxo nas proximidades de belos ambientes naturais. As principais conferências internacionais em Busan incluem a Reunião de Líderes Econômicos da APEC (2005), a Cúpula Comemorativa da ASEAN-República da Coreia de 2014 e as Reuniões Anuais do Grupo Banco Mundial de Desenvolvimento de 2018.

Bibliografia geral consultada.

HAURICH, Héctor, Hegel y la Lógica de la Pasión. Buenos Aires: Marymar Ediciones, 1995; KESKITALO, Eva Carina Helena, Negotiating the Arctic: The Construction of an International Region. Nova Yorque: Routledge, 2004; BLIX, Arnoldus Schytte, Arctic Animals and their Adaptation to Life on the Edge. Trondheim: Tapir Academic Press, 2005; HEGEL, Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; DE POOTER, Hélène, L`Emprese des Etats Côtiers sur l`Arctique. Paris: Editeur Pedone, 2009; CASELA, Paulo Borba, Direito International dos Espaços. São Paulo: Editora Atlas, 2009; GANDRA, Rogério Madruga, Geopolítica Antártica no Limiar de Século XXI: A Definição de um Projeto Estratégico-científico para o Brasil na Antártida. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Instituto de Geociências. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2013; KRASKA, James, Arctic Security in an Age of Climate Change. Nova York: Cambridge University Press, 2013; BYERS, Michael, Who Owns the Artic: Understanding Sovereignty Disputes in the North. Vancouver: Douglas & McIntyre Editor, 2009; BOCKHEIM, James, Cryopedology. Nova York: Editor Springer, 2015; BARBOSA, Ondiara, Uma Visão Realista do Ártico: As Ações dos Estados Unidos da América e da Rússia na Região entre 1996 e 2015. Trabalho de Conclusão do Curso de Estado-Maior para Oficiais Superiores. Escola de Guerra Naval. Marinha do Brasil, 2016; DEMUTH, Bathsheba Rose, The Power of Place: Ideology and Ecology in the Bering Strait, 1848-1988. Thesis for the degree of Doctor of Philosophy in History. Berkeley: University of California, 2016; SANTOS, Lara D`Assunção dos, Fotografia e Cultura da Exploração: Uma Leitura Geográfica de Genesis, de Sebastião Salgado. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Centro de Tecnologia e Ciências Humanas. Instituto de Geografia. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2017; Artigo: “Antártida: os países que disputam a soberania do continente gelado”. In: https://www.bbc.com/05/01/2021; TIRIBA, Lara, “Modo(s) de Vida e Modos de Produção da Existência Humana: Ensaio Teórico-Metodológico”. In: Germinal – Marxismo e Educação em Debate. Volume 13, nº 2, agosto de 2021; Artigo: “Rios voadores mais frequentes impedem a recuperação do gelo no Ártico, diz estudo”. In:  https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/02/14; entre outros.  

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Arnaldo Antunes – Arte Autoral, Música & Escrínio de Liberdade.

                             Por que não chega agora? Até o teto tá de ponta cabeça porque você demora”. Arnaldo Antunes

   

          A sociologia urbana do bairro, segundo Pierre Mayol (2013), privilegia dados quantitativos, relativos ao espaço e à arquitetura; realiza medições sobretudo em torno da superfície, topografia, fluxo dos deslocamentos, da comunicação de ruídos, etc., e analisa as imposições materiais e administrativas que entram na definição do bairro, segundo “as maneiras de morar na cidade para elucidar as práticas culturais de usuários no espaço de seu bairro”. A análise socioetnográfica da vida cotidiana, que enfeixa desde as pesquisas eruditas dos folcloristas e dos historiadores da chamada cultura popular, até aos imensos painéis poéticos, quase míticos, que a obra de James Agee (1909-1955) representa de maneira exemplar. Nasce assim um rebento de inesperada vitalidade, que talvez se pudesse chamar de “hagiografia do pobre”, gênero literário de considerável sucesso, cujas “vidas” mais ou menos bem transcritas pelos autores da pesquisa dão a ilusão doce-amarga de encontrar um povo para sempre extinto. Estas duas perspectivas antagônicas implicavam o risco de embaralhar as “cartas de nossa pesquisa” arrastando-nos atrás de dois discursos indefinidos: o da lamentação e o do “barulho do cotidiano” em que se pode indefinidamente multiplicar os lances de sonda sem jamais encontrar as estruturas que o organizam socialmente a vida cotidiana em dois registros. 

          Em primeiro lugar, os comportamentos, cujo sistema se torna visível no espaço social da rua e que se traduz pelo vestuário, pela aplicação mais ou menos estrita dos códigos de cortesia: saudações, palavras  “amistosas”, pedido de “notícias”, o ritmo do andar, o modo como se evita ou ao contrário se valoriza este ou aquele espaço público. Ipso facto, os benefícios simbólicos que se espera obter pela maneira de “se portar” no espaço do bairro: o bom comportamento “compensa”, mas que o que traz de bom? A análise tem enorme complexidade, segundo Mayol et al (2013), não depende tanto da descrição, mas da interpretação. Esses benefícios deitam suas raízes na tradição cultural do usuário, não se acham jamais totalmente presentes à sua consciência. Aparecem de maneira parcial, fragmentada, no modo como caminha, ou, de maneira mais geral, através do modo como “consome” o espaço público. Pode-se também elucidá-los através do discurso de sentido pelo qual o usuário relata a quase totalidade de suas iniciativas.

          O imaginário urbano, em segundo lugar, são as coisas que o soletram. Elas se impõem. Estão lá, fechadas em si mesmas, forças mudas. Elas têm caráter. Ou melhor, são “caracteres” no teatro urbano. Personagens secretos. As docas do Sena, monstros paleolíticos encalhados nas margens. O canal San-Martin, brumosa citação de paisagem nórdica. As casas abandonadas (em 1928) da Rue Vercingétorix ou da Rue de l`Quest, onde fervilham os sobreviventes de uma terrível catástrofe urbana. Por subtrair-se à lei do presente, esses objetos inanimados adquirem autonomia. São autores, heróis de legenda. Organizam em torno de si o romance da cidade. A proa aguda de uma casa de esquina, um teto provido de janelas como uma catedral gótica, a elegância de um poço na sombra de um pátio remelento: esses personagens levam sua vida própria. Assum o papel misterioso que as sociedades tradicionais atribuíam à velhice, que vem de regiões que ultrapassam o saber. Eles são testemunhas de uma história que, ao contrário daquelas dos museus ou dos livros, já não têm mais linguagem. Historicamente, de fato, eles têm uma função que consiste em abrir uma profundidade no presente, mas sem o conteúdo que provê de sentido a estranheza do passado. Suas histórias deixam de ser pedagógicas; não mais “pacificadas” nem colonizadas por semântica. 

                                                 

Como entregues à sua existência, selvagens, delinquentes. Esses objetos de pensamento, razoáveis, provenientes de passados indecifráveis são para nós o equivalente que eram alguns deuses da Antiguidade, os “espíritos” do lugar. Como seus ancestrais divinos, eles têm papéis de atores na cidade não por causa do que fazem ou do que dizem, mas porque sua estranheza é muda e sua existência subtraída de atualidade. Para o que nos interessa, seu retiro faz falar – gera relatos, etnografias – e permite agir – “autoriza”, por sua ambiguidade, espaços de operações. Esses objetos inanimados ocupam aliás, hoje, na pintura, o lugar dos antigos deuses: uma igreja ou uma casa, nos quadros de Van Gogh; uma praça, uma rua ou uma fábrica nos de Chirico. O pintor consegue “ver” esses poderes locais. Ele apenas antecipa, mais uma vez, um reconhecimento público. Para reabilitar uma antiga fábrica de concreto, o prefeito de Tours, M. Royer, e M. Claude Mollard, do ministério da Cultura, honram um “espírito” de lugar, como Lina Bo Bardi o faz em São Paulo em relação à Fábrica da Pompeia (que se tornou centro de Lazer), ou muitos outros “ministros” desses cultos locais, com uma arquitetura, radiante, otimista e generosa.   

          A conveniência é, grosso modo, comparável ao sistema de “caixinha” (ou “vaquinha”): representa, pois, no nível dos comportamentos, um compromisso pelo qual cada pessoa, renunciando à anarquia das pulsões individuais, contribui com sua cota para a vida coletiva, com o fito de retirar daí benefícios simbólicos necessariamente protelados. Por esse “preço a pagar”, o que diz respeito a saber “comportar-se”, ser “conveniente”, o usuário se torna um parceiro de um contrato social que ele se obriga a respeitar para que seja possível a fluidez na vida cotidiana. Isto é, “possível” deve ser entendido no sentido mais trivial do termo: não se tornar “a vida impossível” por ruptura abusiva do contrato implícito sobre o qual se fundamenta a coexistência do bairro. A contrapartida desse tipo de imposição é para o usuário a certeza de ser reconhecido, “considerado” por seus pares, e fundar assim em benefício próprio, sociologicamente, “uma relação de forças nas diversas trajetórias que percorre”. Pode-se então compreender melhor o conceito de “prática cultural”: esta é a combinação mais ou menos corrente, mais ou menos fluida, de elementos cotidianos concretos (menu gastronômico) ou aparatos ideológicos (tanto religiosos, como políticos), ao mesmo tempo passados por uma tradição e realizados dia a dia através dos comportamentos que traduzem em uma visibilidade social fragmentos desse dispositivo cultural, da mesma maneira que a enunciação traduz na palavra fragmentos do discurso, por assim dizer, amoroso.

            Enfim, o bairro é, quase sempre, por definição, um domínio do ambiente social, pois ele constitui para o usuário uma parcela reconhecida do espaço urbano na qual, positiva ou negativamente, ele se sente reconhecido. Pode-se, portanto, apreender o bairro como esta porção do espaço público em geral (anônimo, de todo o mundo) em que se insinua pouco a pouco um espaço privado particularizado pelo fato do uso quase cotidiano desse espaço. A fixidez do habitat dos usuários, o costume recíproco do fato da vizinhança, os processos de reconhecimento – de identificação – que se estabelecem graças à proximidade, graças à coexistência concreta em um mesmo território urbano, todos esses elementos “práticos” se nos oferecem como imensos campos de exploração em vista de compreender um pouco melhor esta grande desconhecida que é a vida cotidiana. Quando nos colocamos diante de nós a pergunta: o que é um bairro? A resposta objetiva de síntese é respondida pela pena de Henri Lefebvre, para o qual “o bairro é uma porta de entrada e de saída entre espaços qualificados e o espaço quantificado”. O bairro surge como o domínio onde a relação espaço/tempo é a mais favorável para um usuário que deseja realizar o processo cotidiano de deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é o pedaço de cidade atravessado por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público: é o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência.

            - Cara. Casa. Casa. Cara. Minha casa é minha cara, minha cara é minha casa”, diz com voz gutural, o músico Arnaldo Antunes, esboçando uma poesia para explicar o vínculo com a ampla residência térrea onde vive há oitos anos, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Em agosto, semanas antes de completar 50 anos, o artista sempre avesso a badalações, decidiu expor, segundo Barros (2011), sua intimidade. Transformou o imóvel no cenário de “Ao vivo lá em Casa”, com CD e DVD dirigido por Andrucha Waddington. Para adaptar o lar à produção, foi preciso podar a pitangueira, pintar o portão, instalar câmeras no telhado e levar a família para dormir fora por três noites. Os quartos dele e dos quatro filhos – Rosa, 23 anos, Celeste, 19, Brás, 13 e Tomé, 9 – viraram camarins e centrais de áudio e vídeo. – “Rosa não acreditou quando viu Jorge Ben Jor e Erasmo Carlos se aprontando em frente do espelho dela”, sobre os convidados que se aboletaram nos aposentos da primogênita. Lá fora, os amigos se acomodavam na plateia montada no quintal com vista para o terraço, convertido em palco. Para evitar aborrecimentos, Antunes tocou a campainha dos vizinhos e os convidou também – “Foi a maior festa que já fiz, deu um baita frio na barriga”, lembra o cinquentão. Parte da aflição, se deveu à aposta de que não choveria. Com a estrutura toda à céu aberto, foi preciso torcer para que algumas nuvens estacionadas sobre o espaço do show se dissipassem. Nos dias seguintes, o evento foi assunto no ponto de táxi, na banca de revistas e na padaria, aos quais costuma ir a pé.

 – “O pessoal perguntava se tinha dado certo”. A intuição (“insight”) como forma de representação do conhecimento consiste na capacidade de conhecer algo, sem de fato ainda entender seu próprio funcionamento. Está fundamentada na noção inicial que temos sobre algo, noção esta que nasce da experiência sensorial e/ou de uma análise superficial das características que compõe determinado elemento. Tomando como base esta noção inicial, conseguimos entender de forma pouco esclarecida do que se trata determinado elemento e já nos dispomos a emitir juízos acerca do mesmo. Todas estas concepções do homem, que se expressam de diversas formas, nasceram a partir da análise que seus sentidos o proporcionaram fazer. Mas há algo a mais nisto. Não bastariam ele olhar para a pedra e sentir seu peso para concluir todas estas coisas. Teria o homem que pensar por associação, por comparação. Entre habilidades ou competências determinadas importa destacar a relação contígua entre o ser capaz de pensar e o ser capaz de aprender. Teria o homem que se basear em outras experiências. Têm-se nas reflexões anteriores, um exemplo desta forma básica de entender o mundo que nos cerca. O pensamento por associação. O conhecimento que se constrói através de memórias de experiências passadas e logo comparações com experiências presentes.         

O raciocínio intuitivo da forma como está sendo apresentado, revela-nos uma superficialidade na forma de compreender o mundo. Retomando ao exemplo do homem: o mesmo não saberia explicar o porquê de nenhuma de suas conclusões, visto que ele se baseou somente em suas antigas experiências. Os fatos usados para formar a conclusão, não são compreendidos pelo homem, ele apenas sabe que são tal como são e aceita isso como natural. Além dessas substâncias e de outras, que estão em menor quantidade, o ar, por exemplo, também apresenta gotículas de água, poeira, e sobretudo partículas de vírus, bactérias e outro micro-organismos. Não entende ele, no plano abstrato da teoria “como” e nem o “por que” daqueles fatos a se apresentarem daquela maneira. Tudo que ele sabe, foi captado pelos sentidos, guardado na memória. Utilizado no dia-a-dia como forma de entender o mundo que lhe é anterior e ao seu redor.  - A gente não quer só comida; A gente quer saída para qualquer parte                            

A “intuição trabalhada”, tal como a entendera Bachelard, significa assumir com essa ideia a existência de polos necessariamente presentes no universo cultural humano. Melhor dizendo, o polo da objetividade e o polo da subjetividade, entrelaçados e mediados nos duros e doces caminhos da constituição da mediação científica assim como dos demais caminhos existentes, ideia tão cara à concepção de ciência nestes tempos. O pensamento de Bachelard se faz contemporâneo na atualidade potente de sua reflexão. Felizmente fora da dinâmica consensual entre pesquisadores, pois é conhecido por sua filosofia não cartesiana, não bergsoniana, não aristotélica e não kantiana, visto que sua obra excede a epistemologia e a estética e dialoga com diferentes áreas de saber. É representante do novo espírito científico que, ao refletir sobre o conhecimento, problematiza o erro em sua positividade e a importância real da retificação. Seu novo racionalismo aberto e dinâmico, histórico e factual, inova a concepção de imaginação social, porque explora os devaneios e desconfia das metáforas. A formação das expectativas não leva em consideração os fatores previstos na sociedade como muito incertos. Embora, em determinadas situações, fatos muito incertos possam se tornar decisivos, tornando-se um guia razoável para as decisões correntes e os eventos a que se atribui um grau elevado de confiança. Bachelard foi um “filósofo da solidão feliz” que a procura de instantes poéticos nos desestabiliza nas incertezas do mundo objetivo.

As motivações que ordenam os símbolos não apenas já não formam longas cadeias de razões, mas nem sequer cadeias. A explicação linear do tipo de dedução lógica ou narrativa introspectiva já não basta para o estudo das motivações simbólicas. A classificação dos grandes símbolos da imaginação em categorias motivacionais distintas apresenta, com efeito, pelo próprio fato da não linearidade e do semantismo das imagens, grandes dificuldades. Metodologicamente, se se parte dos objetos bem definidos pelos quadros da lógica dos utensílios, como faziam as clássicas “chaves dos sonhos”, segundo as estruturas antropológicas do imaginário, cai-se rapidamente, pela massificação das motivações, numa inextricável confusão. Parecem-nos mais sérias as tentativas para repartir os símbolos segundo os grandes centros de interesse de um pensamento, certamente perceptivo, mas ainda completamente impregnado de atitudes assimiladoras nas quais os acontecimentos perceptivos não passam de pretextos para os devaneios imaginários. Tais as questões, as classificações mais profundas de analistas das motivações do simbolismo religioso ou da imaginação de modo geral literária. 

Uma parte de sua obra, incluindo seus livros mais representativos sobre a tópica da intuição trabalhada como: A Poética do Espaço, A Poética do Devaneio, A Água e os Sonhos e O Ar e os Sonhos, é permeada por categorias e conceitos que fogem ao lugar comum de análise e, sobretudo, do debate contemporâneo da ciência institucionalizada: sonho, devaneio, poética, alquimia, tempo, imaginação. A riqueza de Bachelard consiste fundamentalmente do ponto de vista do processo de criação em trazer para sua produção intelectual um duplo projeto: o aspecto diurno da sua obra, onde se inscrevem os conceitos mais ligados à epistemologia, e o aspecto noturno, onde aparece a complementaridade dos sinais da poesia e do sonho e, posteriormente, do devaneio e da ciência. Ao aproximar os dois aspectos, a sua concepção de história e filosofia demonstra que a cisão entre razão e imaginação fica bem clara se utilizarmos a via racional; mas se usarmos a via onírica, a razão e a imaginação se articulam, se interpenetram e se tornam complementares.

No prolongamento dos esquemas explicativos, arquétipos e simples símbolos modernos podem-se considerar o mito. Lembramos, todavia, que não estamos tomando este termo na concepção restrita que lhe dão os etnólogos, que fazem dele apenas o reverso representativo de um ato ritual. Entendemos por mito, “um sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob o impulso de um esquema, tende a compor-se na narrativa”. O mito é já um esboço de racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se resolvem em palavras e os arquétipos em ideias. O mito explicita um esquema ou um grupo de esquemas. Do mesmo modo que o arquétipo promovia a ideia e que o símbolo engendrava o nome, podemos dizer que o mito promove a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem observou Bréhier, a narrativa histórica e lendária. O método de convergência evidencia o mesmo isomorfismo na constelação e no mito. Enfim, para sermos breves, este isomorfismo dos esquemas, arquétipos e símbolos no seio dos sistemas míticos ou de constelações estáticas pode levar-nos a verificar a existência de protocolos normativos das representações imaginárias, bem definidos e relativamente estáveis, agrupados em torno dos esquemas originais e que antropologicamente a literatura refere-se como estruturas.

A atividade dialética surge esboçada em princípio como atividade e a partir da análise da noção de “corpúsculo”. Tendo como certo que o filósofo deve tentar compreender a novidade da linguagem e ao mesmo tempo aprender a formar noções e conceitos novos para resistir aos conhecimentos comuns e à memória cultural, Bachelard, tentando precisar a noção de “corpúsculo”, rememora uma sequência de teses: o corpúsculo não é um pequeno corpo. Não é fragmento de substância. O corpúsculo não tem dimensões absolutas definidas. Só existe nos limites do espaço em que atua.  Correlativamente, se o corpúsculo não tem dimensões definidas, não tem, portanto, forma reconhecida. Melhor dizendo, o elemento não tem geometria. E, ipso facto, não se lhe pode atribuir um lugar muito preciso em virtude do princípio da indeterminação na Física de Werner Heisenberg (1927), a sua localização é submetida a tais restrições que a função de existência situada não tem mais valor absoluto. Em várias circunstâncias, a microfísica põe como um verdadeiro princípio a perda da individualidade do corpúsculo. Enfim, uma última tese que contradiz o axioma fundamental do chamado atomismo filosófico.

Complementarmente com as suas reflexões acerca da imaginação criadora e da poética, Bachelard infere que os corpúsculos, não sendo dados dos sentidos, “nem de perto nem de longe”, também não são dados escondidos. No entanto, apenas é possível conhecê-los, descobrindo-os, ou melhor, inventando-os, porque eles são a prova de que algo está no limite da invenção e da descoberta. Admirável é, então, a referência que Bachelard faz à noção de intuição trabalhada. Em Études, no ensaio “Idealismo discursivo” ele sublinha que tem alguma confiança e garantia na intuição para descrever positivamente o seu ser íntimo. Diz mesmo que o fato de exercermos uma preparação discursiva dá à intuição uma nova Jeunesse. De maneira que aconselha a fecharmos os olhos como uma forma de nos prepararmos para termos uma visão do nosso ser. A intuição será a via refletida de renunciar aos acidentes na história e significa um recurso metafísico de compreensão “de si”. Interessa, então, a intuição trabalhada e não a intuição imediata, a intuição que permite uma espécie de “repouso”, mesmo sabendo que na ciência, esse “repouso” na intuição pode ser “quebrado” por uma nova necessidade de rigor metafísico e pela necessidade de encadear mais forte as teorias sociais. Esta valorização da intuição intelectual em detrimento da intuição sensível torna-se nítida quando o realismo das primeiras intuições deve pôr-se entre parêntesis, uma vez que a apreensão do real científico não se satisfaz com imagens primeiras.

As imagens podem ser então, “boas” e “más”, indispensáveis e perigosas, dependendo da moderação no seu uso e da instância da redução em que as imagens devem permanecer quando as queremos usar para descrever um mundo que não se vê, ou fenômenos que não aparecem. Na ciência é preciso ir das imagens às ideias e este caminho é de análise, de discussão e de ordenação. Com certeza, também de polêmica, uma razão polêmica pode pensar-se como uma razão que tanto sabe afirmar, em reação às negações oficiais antecedentes, como negar afirmações anteriores a partir dos valores da verificação e da descoberta; uma razão polêmica crítica e introduz “nãos” que passam a desempenhar um papel pedagógico decisivo na produção de conhecimento por darem a compreender que na interpretação toda a afirmação não é sinônimo de conhecimento e que aquilo que é dado como verdadeiro aparece, muitas vezes, sob um fundo de erros e de ignorâncias tomadas como antecedentes. O espírito, exigindo aproximações sucessivas da experiência deve afastar-se daquelas teses cartesianas da razão.  O novo espírito sabe-se que todo o problema da intuição se encontra subvertido, trabalhado.

Enfim, a reflexão teórica não escolhe manter as práticas à distância de seu lugar, de maneira que tenha de sair para analisá-las, mas basta-lhe invertê-las para se encontrar em casa. Ela repete o corte que efetua. Este lhe é imposto pela história. Os procedimentos sem discurso são coligidos e fixados em uma região que o passado organizou e que lhes dá o papel, determinante para a teoria, de ser constituídos em “reservas” selvagens para o saber esclarecido. Esses procedimentos foram aos poucos adquirindo um valor fronteiriço, à medida que a razão que surgiu da Aufklärung ia determinando suas disciplinas, suas coerências e seus poderes. Aparecem então como alteridades e “resistências”, relativas às escrituras científicas cujo rigor e operatividade se vão precisando a partir do século XVIII. Em nome do mesmo progresso, vê-se ocorrer o diferenciamento, de um lado, das artes (ou maneiras) de fazer, cujos títulos se multiplicam na literatura popular, objetos de crescente curiosidade dos “observadores do homem” e, de outro lado, as ciências esboçadas por uma nova configuração do saber.      

A distinção não se refere mais essencialmente ao binômio tradicional da “teoria” e da “prática”, especificado pela separação entre a “especulação” que decifra o livro do cosmos, e as “aplicações” concretas, mas visa duas operações diferentes, uma discursiva (na e pela linguagem) e a não discursiva. Desnecessário dizer que, desde o século XVI, a ideia de método abala progressivamente  a relação entre o conhecer e o fazer, a partir das práticas do direito, da retórica, mudadas pouco a pouco em “ações” discursivas que se exercem em terrenos diversificados e, portanto, em técnicas de transformação de um ambiente, impõe-se o esquema fundamental de um discurso que organiza a maneira de pensar em maneira de fazer, em gestão racional de uma produção em operação regulada sobre campos apropriados. Eis o “método”, semente da cientificidade moderna. No fundo, o método sistematiza a arte que Platão já colocava sob o signo da atividade. Mas é por um discurso que ele ordena um saber-fazer. Portanto, a fronteira não separa mais dois saberes hierarquizados, um especulativo, o outro ligado às particularidades, um ocupado em ler a ordem cósmica e o outro às voltas com os pormenores das coisas no quadro que lhe é fixado pelo primeiro, mas ela opõe as práticas articuladas pelo discurso às que (ainda) não o são. Trocando em miúdos, admitimos que do “saber-fazer” não discursivo, per se sem escritura (é o discurso do método que é ao mesmo tempo escritura e ciência), qual será o estatuto? É feito de operatividades múltiplas, mas selvagens.

Essa proliferação não obedece à lei do discurso, mas obedece já à lei da produção, valor último da economia fisiocrata e depois capitalista. Ela contesta, portanto, à escritura científica o seu privilégio de organizar a produção. Ela irrita e estimula volta e meia os técnicos da linguagem. Pede uma conquista, não como de práticas desprezíveis, mas ao contrário de saberes “engenhosos”, “complexos” e “operativos”. De Francis Bacon e Christian Wolff ou Jean Beckmann, faz-se gigantesco esforço para colonizar essa imensa reserva de “artes” e “ofícios” que, por não conseguirem ainda articular-se em uma ciência, podem ser já introduzidos na linguagem pela “Descrição” e, deste modo, levados a uma maior “perfeição”.  Mediante esses dois termos – a “descrição” que depende da narratividade e a “perfeição” que tem em mira uma otimização técnica – a posição das “artes” é fixada perto, mas fora da ciência. A arte é, portanto, um saber que opera fora do discurso esclarecido e que lhe falta. Mais ainda, esse saber-fazer precede, por sua complexidade, a ciência esclarecida. O princípio de uma operação etnológica sobre essas práticas já se acha então posto: o seu isolamento social pede uma espécie de “educação” que, graças a uma inversão linguística, vai introduzi-las no campo da escritura científica. Fato notável, desde o século XVIII ao XX, os etnólogos ou os historiadores e sociólogos consideram as técnicas respeitáveis em si mesmas. Destacam aquilo que fazemNão sentem a necessidade de interpretar. Basta descrever. Ao contrário, consideram como “lendas” que significam outra coisa diferente do que dizem as histórias pelas quais um grupo situa ou simboliza suas atividades. Estranha disparidade entre o tratamento dado às práticas e o dado aos discursos. 

Onde o primeiro registra uma “verdade” do fazer, o outro decodifica as “mentiras” do dizer. As breves descrições do primeiro tipo contrastam, aliás, com as interpretações prolixas que fizeram dos mitos ou das lendas um objeto privilegiado pelos profissionais da linguagem, “clérigos” com longa experiência com procedimentos hermenêuticos transmitidos dos juristas aos professores e/ou etnólogos para glosar e “traduzir” em textos científicos ou documentos referenciais. Para sermos breves, a pergunta é: existiria então uma ciência onde “tudo seja fruto da reflexão”? Seja como for, usando um vocabulário bem próximo da Enciclopédia (que mencionava o contemplar), cabe à teoria “refletir” esse “todo”. De modo ainda mais geral, para Émile Durkheim a sociedade é uma escritura que só se faz legível por ele. Aqui existe um saber já escrito nas práticas, mas ainda não esclarecido. A ciência fornecerá o espelho para torná-lo legível, com o discurso “refletindo” uma operatividade imediata e precisa, mas privada da linguagem e consciência, já sábia, mas paradoxalmente inculta. A arte constitui em relação à ciência um saber em si mesmo, desde Hegel, essencial. Posição perigosa para a ciência, pois só lhe resta poder dizer o saber que lhe falta. Entre a ciência e a arte, considera-se não uma alternativa, mas a complementaridade e, se possível, a articulação. A literatura se muda em repertório dessas práticas desprovidas de copyright tecnológico. São elas ainda que logo vão ocupar um lugar privilegiado nos relatos dos clientes nas salas das instituições psiquiátricas ou nos consultórios dos psicanalistas. Noutras palavras, há quem forneça às práticas genuinamente sociais o escrínio de liberdade.

Bibliografia geral consultada.

AMARAL, Jorge Fernando Barbosa, Arnaldo Antunes: O Corpo da Palavra. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009; CARNEIRO, Fabiana Carmen, Há Muitas e Muito Poucas Palavras: A Poética de Arnaldo Antunes em As Coisas. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Literatura. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2011; SOUZA, Marcos Humberto Stefanini de, Eu não sei fazer música, mas eu faço: a banda de rock paulista Titãs. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia e Ciências. Marília: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2013; OLIVEIRA, Daniele Gomes de, Tudo ou Tudo: A Concretude e o Luminoso na Poética de Arnaldo Antunes. Poesia para o Presente, Campo Transitório para o Futuro. Tese de Doutorado. Instituto de Artes. São Paulo: Universidade Estadual Paulista, 2015; FERREIRA, Fernando Marinho, O Sujeito Lírico na Poética de Arnaldo Antunes: Traços da Modernidade, Presença da Tradição e Influência de Novas Mídias. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Faculdade de Letras. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, 2016; PRAZERES, Rafael Alexandre Gomes dos, Som e Silêncio dos Versos: Melopeia de Ezra Pound na Poesia de Arnaldo Antunes. Dissertação de Mestrado em Letras. Centro de Ciências Humanas e Naturais. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2016; AMARAL, Marcos Roberto dos Santos, Análise Dialógica dos Signos Ideológicos Verbo-visuais em Poemas da Obra: “N. D. A”. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2017; SANTOS, Marina Valesquino Affonso dos, O Corpo, o Pensamento e a Palavra na Poesia de Arnaldo Antunes. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2018; TAKAKURA, Sandra Mina, Criação e Criatividade em Gêneros Híbridos: A Expressividade na Poética de Arnaldo Antunes. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019; MARQUES, Bárbara Damiani Mendes, Letramento Literário nos Anos Finais do Ensino Fundamental com Poemas e Canções de Arnaldo Antunes. Dissertação de Mestrado. Centro de Formação de Professores. Cajazeiras: Universidade Federal de Campina Grande, 2021; AQUINO, Raquel, “Banda Titãs deve reunir formação clássica em novo projeto em 2023”. In: https://www.opovo.com.br/vidaearte/2022/11/14/; entre outros.