domingo, 26 de dezembro de 2021

Nirmal Purja - Popularidade & Técnica de Montanhista Nepalês.

 

O tempo e a paciência são dois eternos beligerantes”. Leon Tolstói

           Antropologicamente a humanidade sempre atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é o ponto de passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a pura exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b) em que a violência simbólica da modelagem produz uma acumulação de energia, destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto desse ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade, além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais brutal, exterior ou, mesmo, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das simples forças da natureza física externa ao homem.  A horda, uma estrutura social e militar histórica encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a moça e rompe suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por sua pessoa”.  

Os indivíduos vivem em relações sociais de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, seu panteísmo estético, ancorado sob forma paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, portanto, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. Conflito é admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas tanto sociais quanto psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. Conflito é, destinado a resolver dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja através da aniquilação de uma das partes em litígio.

A imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo que nós podemos extrair da realidade durante o trabalho de percepção. A imagem não se relaciona com o mundo em si, ela só depende do processo de como podemos descobrir algo sobre ela. Portanto, se existe uma possibilidade de se observar o objeto através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma corrente de “vontade criadora”. Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos espontaneamente ao seu redor: ela é criativa.  Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem, de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio, a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação, posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a vida social.  

Ipso facto temos a sensação de sermos colonizados, mas sem saber precisamente por quem. Não é facilmente identificável e, a partir daí é normal questionar-se sobre o papel da cultura ou da ideia que fazemos dela. O etnólogo Marc Augé reitera que as etnociências se atribuem sempre dois objetivos, proposto por ele ao final em seu opúsculo La Guerre des Rèves (1997). Usado como prefixo, “etno” relativiza o termo que o segue e o faz depender da “etnia” ou da “cultura” que supõe ter práticas análogas às que chamamos “ciências”: medicina, botânica, zoologia etc. Desse ponto de vista, a etnociência tenta reconstituir o que serve de ciência aos outros, suas práticas sanitárias e do corpo, seus conhecimentos botânicos, mas também suas modalidades de classificação, de relacionamento etc. É claro que, a partir do momento em que se generaliza a etnociência muda de ponto de vista. Ela tenta emitir uma apreciação ideal típica sobre os modelos locais, indígenas, e compará-los a outros e, além disso, propor uma análise dos procedimentos cognitivos em ação num certo número de experiências. Ela leva então às vezes o nome de antropologia: fala-se assim em antropologia médica ou cognitiva.

Em verdade, quando Marc Augé recoloca a questão: “que é nosso imaginário, hoje?”, por outro lado, ele se indaga se nestes dias não estamos assistindo a uma generalização do fenômeno de fascínio da consciência que nos pareceu característico da situação colonial e de seus diferentes avatares? Trata-se de “exercícios de etnoficção”, em analisar o estatuto da ficção ou as condições etnológicas de seu surgimento numa sociedade, e ipso facto num momento histórico particular, em analisar os diferentes gêneros que se irradiam sob formas ficcionais, sua relação com o imaginário individual e coletivo, as representações da morte etc., em diferentes sociedades ou conjunturas. Temos o que fica reservado como lugar de representação do conhecimento, posto que bem entendido o nível ao qual se aplica a pesquisa antropológica, ela tem por objeto interpretar a interpretação que os outros fazem da categoria do outro, nos diferentes níveis que situam o lugar dele e impõem sua necessidade. A representação da etnia, tribo, aldeia, linhagem ou outro modo de agrupamento até o átomo elementar de parentesco, do qual se sabe que submete a identidade da filiação à necessidade da aliança, o individualismo, enfim; que todos os sistemas rituais definem como compósito e pleno de alteridade, figura impensável, como o são, em modalidades opostas, a do rei e a do feiticeiro.

É assim que ocorre do ponto de vista da organização social e técnica do trabalho a perda de autonomia profissional, pois, somente no interior de sua troca os produtos do trabalho adquirem uma objetividade de valor socialmente igual, separada de sua objetividade de uso, sensivelmente distinta. Essa cisão do produto do trabalho em coisa útil e coisa de valor só se realiza na prática quando a troca já conquistou um alcance e uma importância suficientes para que se produzam coisas úteis destinadas à troca e, portanto, o caráter de valor das coisas passou a ser considerado no próprio ato de sua produção. A partir desse momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, um duplo caráter social: 1) como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada necessidade social e, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. 2) por outro lado, eles só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores na medida em que cada trabalho privado e útil particular é permutável por qualquer outro tipo útil de trabalho privado, portanto, na medida em que lhe é equivalente. A igualdade toto coelo dos diferentes trabalhos só pode consistir numa abstração de sua desigualdade real, na redução desses trabalhos ao seu caráter comum como dispêndio de força humana de trabalho, como trabalho humano abstrato. Eles equiparam entre si seus diferentes trabalhos como trabalho humano. Eles não sabem disso, mas o fazem, referia-se Marx, tomando de empréstimo a ideia de Hegel. O interessante deste aspecto ocorre quando confundem o cargo com a profissão. Com a utilização do método de trabalho e de produção com o emprego da técnica no trabalho denominando-o “coletivo” ou “comunidade”.

A sociologia, não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Ipso facto, admitimos o ponto de vista da análise abstrata, segundo o qual nem todos os especialistas concordam em admitir que as comunidades vegetais apresentam propriedades sociais. De fato, há requisitos da vida social entre os animais que são inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações baseadas na capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema nervoso, na interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em tendências mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam condições de manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau de sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não impede que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas possuem valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de consumo de drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume um estado de espírito que lhe permita considerar a vida social, independentemente dos padrões mais complexos, que ela alcança a análise comparada entre os animais e os dos homens. Os índios Tupinambá obrigou-o a alargar seu conhecimento das sociedades ditas primitivas, para poder entender, descrever e explicar as estruturas e os dinamismos da sociedade tribal. Descobriu que nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de percorrer as fases de uma de investigação completa, na qual transmite do levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao tratamento interpretativo propriamente dito. Os que repudiam o estudo de comunidade ou o estudo de caso com obstinação, ignoram esse lado pedagógico do treinamento pela pesquisa empírica sistemática.

Nas comunidades de plantas de organização simples, os comensais são iguais; nas comunidades de plantas de organização complexa, os comensais são desiguais e concorrem, com suas necessidades diferentes, para uma utilização mais complexa de possibilidades do habitat comum. Do ponto de vista dinâmico, a sociabilidade das plantas é um produto direto da competição, que regula a distribuição dos indivíduos no espeço e o padrão daí resultante da relação deles entre si. No entanto, as variações no grau de sociabilidade podem afetar as condições gerais de interação das plantas. O aumento da sociabilidade, por exemplo, é útil às plantas em competição com outras espécies. A função social do meio não chega a sofrer uma diferenciação nítida; aparece como uma condição, às vezes mal perceptível, da interação dos organismos através da utilização dos recursos do habitat.  É útil ter-se em mente que o sistema de notações dos botânicos não coincide com os dos sociólogos, pois as aglomerações vegetais não possuem, do ponto de vista sociológico, as propriedades específicas da associação propriamente dita. A polêmica, neste plano terreno e abstrato, relaciona-se com os modos de interpretação que correspondam a esses atributos sociais. Alguns biólogos, psicólogos e sociólogos pensam, ao contrário que as propriedades sociais das comunidades de animais, independentemente do grau técnico em que constituam produtos de mecanismos e de processos extra-sociais, possuem bastante objetividade científico-social para serem considerados isoladamente.

             

O fato social é que humanamente deste ângulo de análise há um princípio abrangente e primordial, porque norteador, pois “toda antropologia é antropologia da antropologia dos outros, além disso, que neste âmbito, o lugar antropológico, é simultaneamente princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa”. Essa inteligibilidade, ao que nos parece, fornece e propõe no âmbito de apropriação dos saberes que as condições de uma antropologia da contemporaneidade devem ser deslocadas do método para o objeto. E além disso, que se deve estar atento às mudanças que afetaram as grandes categorias por meio das quais os homens pensam sua identidade e suas relações recíprocas em termos espaciais. A história social do alpinismo está intimamente ligada à existência de picos, cumes, montanhas, alpes, cordilheiras que fazem parte da história da Humanidade por se tratarem de obstáculos a serem transpostos em viagens, explorações, migrações, conquistas. Até à Idade Média, os homens evitavam os cumes, sobre os quais se criaram rumores e lendas. No mosteiro do Grand Saint Bernard já em 1129, o acompanhamento dos peregrinos, comerciantes ou viajantes tomou um desenvolvimento considerável depois da descoberta dos Alpes e profissionalizou-se na “idade de ouro do alpinismo”.

O Grande São Bernardo como é reconhecido o passo do Grande São Bernardo é um passo de montanha dos Alpes valaisanos, situado em Bourg-Saint-Pierre, um município da Suíça do Cantão de Valais, Distrito de Entremont. O passo fica localizado a 2 469 metros de altitude, perto da fronteira com a Itália. O São Bernardo constitui uma passagem entre o Monte Mort e o Pico de Drône, ambos situados na fronteira Itália-Suíça, ligando o vale de Étroubles, a sul, com o vale Entremont situado na parte francófona do Cantão de Valais, a norte. Existem evidências etnográficas da utilidade de uso desta passagem desde a idade do bronze e, também, evidências do uso pelos romanos. Historicamente, o evento digno de nota mais recente é a utilização desta passagem pelo exército francês de Napoleão Bonaparte, em 1800, para derrotar o exército imperial austríaco situado em Montebello della Battaglia, na Itália. Uma rodovia pela passagem foi construída em 1905. Porém, devido à inclinação de 9% e à impraticabilidade de uso na ocorrência de neve, um túnel de 5850 metros foi construído em 1964. O nome do passo foi dado em homenagem a São Bernardo de Menthon, que reconstruiu, em torno do ano de 1050, um hospital num antigo mosteiro destruído que havia no sopé do lado suíço da passagem, para abrigar os peregrinos e viajantes que eram feridos pelos mouros que ocupavam a região. Também foi ele que edificou o que se encontra o passo do Pequeno São Bernardo. Os cães originários desta região, reconhecidos como são-bernardo, foram “adestrados para o trabalho e para resgatar pessoas perdidas em épocas de nevasca”. Não deve ser confundido com o Passo do Pequeno São Bernardo, na fronteira França-Itália, nem com o Passo do São Bernardino, este último também na Suíça. Este acidente geográfico faz parte da divisória de águas entre o Mar Adriático e o Mar Mediterrâneo.

Durante o século XVIII, monges que viviam nos Alpes entre a Itália e a Suíça mantiveram cães para ajudá-los nas missões de resgate em épocas de nevascas. Por mais de 200 anos, cerca de 2 mil pessoas, entre crianças e soldados, se perderam nos Alpes e foram salvos pelos cães heróis do mosteiro e hospício Gran St. Bernard. Devido ao olfato aguçado, peito largo, resistência ao frio, porte físico robusto e lealdade, esses cães foram designados para ajudar Napoleão e seus soldados a cruzarem a passagem de St. Bernard, nome que foi utilizado para designar futuramente a raça dos cachorros entre 1790 e 1810. Com o sucesso nos resgates, os cachorros da raça São Bernardo ficaram famosos, contudo, aquele que mais se destacaria na História seria Barry der Menschenretter no século XIX. Barry viveu no Hospício de Gran St. Bernard entre os anos de 1800 e 1814. Segundo relatos e documentos da época, o cão herói chegou a salvar mais de 40 pessoas de congelamento e das condições traiçoeiras dos Alpes. O resgate mais famoso de Barry foi o de uma criança perdida. Durante uma patrulha, Barry encontrou um menino tentando se esconder do frio no fundo de uma caverna. Imediatamente o cão se deitou sobre a criança para aquecê-la, carregando-a em suas costas até o mosteiro. Após doze anos prestando socorro nas montanhas, Barry foi levado à Berna, Suíça, por um monge para que pudesse viver o resto da vida em paz. Dois anos depois, o cão herói morreu de velhice e seu corpo foi entregue ao Museu de História Natural de Berna, que o eternizou através da taxidermia. 

Atualmente, o São Bernardo está exposto no hall de entrada do Museu de História Natural de Berna, onde permaneceu nos últimos 200 anos. O alpinismo nasce no século XIX, quando prioritariamente a classe aristocrática inglesa começa a interessar-se pelos desportos de inverno em geral e pelo alpinismo em particular, vindo passar férias aquilo que se tornaram verdadeiras estâncias de inverno como Zermatt, Megève, Chamonix e mesmo Lausana. A Idade de ouro do alpinismo é geralmente dividida em dois períodos que na realidade correspondem a duas gerações de alpinistas e correspondentes guia de alta montanha. A chamada primeira geração é a dos pioneiros como o cristaleiro Jacques Balmat que entrou na história do alpinismo, quando este deixou de ser só montanhismo, ao chegar ao cume do Monte Branco com o doutor Paccard a 8 de agosto de 1786 e antes de o fazer com aquele que lhe havia dado vontade de se tornar aquilo que se chamaria depois um guia de alta montanha, o geólogo e físico genebrino Horace-Bénédict de Saussure que queria medir a altura do Monte Branco e tinha oferecido uma boa recompensa a quem atingisse primeiro a cume desse monte.

Hospício e Mosteiro du
Grand-Saint-Bernard, Suíça.

A Floresta de Fontainebleau é uma floresta a cerca de 60 km a sudeste de Paris. Tem uma área de 280 km² e é uma das principais fornecedoras de madeira para a produção de tonéis de carvalho, onde os vinhos franceses envelhecem. Alberga no seu interior a cidade de Fontainebleau e é uma grande atração turística, sendo visitada todos os anos por caminheiros, num total de 17 milhões de visitantes. A floresta de Fontainebleau é célebre por todo o mundo por ter inspirado artistas do século XIX, entre eles muitos pintores impressionistas e da escola de Barbizon, além de fotógrafos, escritores e poetas. Dessa geração, podem enumerar-se na: escola francesa; Michel Croz, Jean Arlaud, Jean Deudon escola italiana; Mario Piacenza, Vittorio Sella escola suíços; Ulrich Kaufmann, Christian Almer e Ulrich Almer. A segunda geração é a dos anos 1920 em diante com nomes como: Gérard Herzog e Maurice Herzog, Henry de Ségogne, entre muitos outros, e mesmo os alpinistas cineastas como Jacques Ertaud. Mais tarde apareceu perto de Paris aquilo a que se chamou Grupe de Bleau ou Bleausards era o nome porque ficou reconhecido um grupo de varapistas da região de Paris que se vinha treinar à Floresta de Fontainebleau e dos quais faziam parte os seguintes montanhistas: Bobi Arsandaux, Pierre Allain, Jean Deudon, Marcel Ichac, Jean Leininger e Jean Carle e outros.

A divisão do trabalho não é específica do nível de análise econômico: podemos observar sua influência crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As funções políticas, administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções artísticas e científicas no âmbito das universidades. As especulações filosóficas da biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato social de uma tal generalidade que os economistas, que foram os primeiros a mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão do trabalho social passa a aparecer apenas como uma forma particular desse processo geral, e as sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma corrente de pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo sentido todo o mundo vivo.  Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é necessário demonstrar a gravidade desse problema prático; qualquer que seja o juízo sobre a divisão do trabalho, todo o mundo sabe que ela é e se torna cada vez mais uma das bases fundamentais da ordem social tanto quanto política.  

            O Ladies Scottish Climbing Club foi fundado por Jane Inglis Clark, sua filha Mabel e Lucy Smith em uma rocha perto de Lix Toll, Perthshire em 1908. Atualmente, tem cerca de 120 membros e é o mais antigo clube de escalada ativo exclusivamente para mulheres. O clube enviou inúmeras expedições ao exterior e fez a primeira escalada exclusivamente feminina de um grande pico do Himalaia. O clube foi fundado por três escaladores experientes: Jane Inglis Clark, sua filha Mabel e Lucy Smith.  A Srta. Smith era filha do presidente do Scottish Mountaineering Club e o marido da Sra. Inglis Clark, William Inglis Clark, era secretário, mas, como mulheres, não tinham permissão para ingressar no clube exclusivamente masculino. O Ladies Alpine Club foi formado em Londres em 1907 e, protegido por uma grande rocha em Lix Tollem 18 de abril de 1908, os três decidiram formar um clube semelhante na Escócia. Em maio, foi realizada uma reunião do comitê que definiu a constituição e o objetivo do clube: “reunir as mulheres amantes do alpinismo e incentivar o montanhismo na Escócia, tanto no inverno como no verão”.  O primeiro presidente do clube foi a Sra. Inglis Clark, enquanto Lucy Smith foi a tesoureira, a Srta. Inglis Clark foi a secretária e Ruth Raeburn a bibliotecária.

            Em seu primeiro ano, o clube tinha quatorze membros. Seu equipamento incluía corda alpina que foi fixada no sapateiro e nos penhascos de Salisbury em Edimburgo, onde os membros treinaram. Para se qualificar, os membros tiveram que escalar quatro picos de pelo menos 3.000 pés com duas escaladas na neve e duas escaladas na rocha. Eles então fizeram escaladas ousadas de montanhas como Beuckle (Buachaille Etive Mòr) e Suilven. Para serem decentes, eles começavam suas escaladas com saias longas, mas, quando não havia homens por perto, muitas vezes as descartavam para escalar de calcinha. Eles atraíram escaladores de Glasgow também e o número total de membros nos primeiros anos era de cerca de 70.  Em 1947, o clube alugou sua primeira cabana de escalada - Blackrock Cottage perto de Glencoe - e a segunda foi adicionada em 1963 - Milehouse Cottage perto de Kincraig. A partir dessas e de outras bases, inúmeras montanhas escocesas foram escaladas e a membro Annie Hirst foi a primeira mulher a escalar todos os Munros - os 282 picos escoceses com mais de 3.000 pés.  

Em 1928, uma expedição de clube aos Alpes foi organizada. Expedições subsequentes foram feitas a outras regiões de escalada no exterior, como o Cáucaso e Yosemite. Em 1955, o clube fez a primeira expedição de uma equipe exclusivamente feminina ao Himalaia, composta por Monica Jackson, Evelyn McNicol e Elizabeth Stark, onde foram as primeiras a escalar um pico de 22.000 pés no Himal Jugal, onde chamado Gyalzen Peak. Em 1958, o primeiro secretário fez um discurso no aniversário de 50 anos do clube como seu presidente. Mabel Jeffrey agora estava casada e levou seus netos para as celebrações no local da fundação do clube na rocha em Lix Toll. Em 2008, o centenário foi comemorado com uma festa de associados em traje de época em cima do Beuckle. A presidente Helen Steven lembrou-se da fundadora mais jovem: - “Eu conhecia Mabel e me lembro dela como uma pessoa muito calorosa, com as bochechas rosadas e receptivas - ela entrou em uma sala como um raio de sol. Mas ela era dura como unhas velhas. Eram todos personagens”. Vale lembrar, neste aspecto que a biomatemática é um ramo da biologia que emprega análises teóricas, modelos matemáticos e abstrações dos organismos para investigar os princípios que governam a estrutura, desenvolvimento e comportamento dos sistemas, em oposição à biologia experimental que lida com a realização de experimentos para comprovar e validar as teorias científicas.

 Clube de Escalada feminino.
Em Edimburgo, 1908.

O campo multidisciplinar é algumas vezes chamado de biologia matemática ou biomatemática para enfatizar o lado técnico-científico matemático, ou biologia teórica para enfatizar abstratamente o lado biológico. Ipso facto, biologia teórica se concentra mais do que nunca no desenvolvimento programático de princípios teóricos para a biologia. Enquanto a biologia matemática se concentra no uso de técnicas matemáticas para estudar sistemas biológicos embora ambos sejam muitas vezes trocados. A biologia matemática visa a representação matemática e modelagem de processos biológicos, utilizando técnicas e procedimentos metodológicos da matemática aplicada. Pode ser útil tanto em pesquisas teóricas e práticas. Descrever sistemas de maneira quantitativa significa que seu comportamento pode ser melhor simulado e, podem ser previstas propriedades que podem não ser evidentes para o experimentador. Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa influencie. A massa é uma grandeza abstrata na interpretação da física teórica que indica a medida da inércia, ou da resistência, neste aspecto de “mobilidade” de um corpo de ter seu movimento acelerado. De uma forma geral, podemos associar a massa à quantidade de partículas existentes em uma matéria.   

Alpinismo vem ganhando cada vez mais popularidade no mundo contemporâneo, onde recebe também a denominação de Montanhismo. Existe uma diferença entre esses dois conceitos. Montanhismo representa a prática de qualquer atividade física em região montanhosa, como caminhadas e acampamentos, porém sem a necessidade de grandes esforços e equipamentos específicos. O Alpinismo se refere ao ato de escalar uma montanha, ou pico, usando para isso equipamentos e conhecimentos técnicos. O Alpinismo não se limita apenas aos Alpes, mesmo assim se utiliza alguns regionalismos como “pirineismo”, “andinismo” e “himalaismo”. O termo que mais se difundiu foi “Montanhismo”, sendo “Montanhista” a pessoa que pratica qualquer tipo de atividade na montanha, e “Escalador” (cf. Gschwendtner, 1986) aquele que recorre a equipamentos técnicos para escalar em rocha. A história do Alpinismo se perde na Antiguidade, entre tribos primitivas que adoravam as montanhas como refúgio dos deuses, exércitos que cruzavam cordilheiras em busca de liberdade e poder, poetas e monges que procuravam inspiração entre os picos mais escarpados. A maioria dos resultados destas primeiras experiências foram relatos assustadores, aos quais se atribuía uma origem misteriosa, divina, ou até infernal. A curiosidade humana foi se aguçando em relação às montanhas até o século XVIII. E levou o homem ao desejo de conhecer a si mesmo e ao mundo que o rodeava. Os mares do mundo já haviam sido percorridos, as terras descobertas, mas as grandes cadeias de montanhas estavam praticamente inexploradas. Assim sendo, a conquista das montanhas representava uma forma de se realizar novas experiências e alcançar uma verdade técnica e social que parecia ter querido se ocultar do homem.

Alpinismo vem obtendo cada vez mais popularidade no mundo contemporâneo, onde recebe também a denominação de Montanhismo. Existe uma diferença entre esses dois conceitos. Montanhismo representa a prática de qualquer atividade física em região montanhosa, como caminhadas e acampamentos, porém sem a necessidade de grandes esforços e equipamentos específicos. O Alpinismo se refere ao ato de escalar uma montanha, ou pico, usando para isso equipamentos e conhecimentos técnicos. O Alpinismo não se limita apenas aos Alpes, mesmo assim se utiliza alguns regionalismos como “pirineismo”, “andinismo” e “himalaismo”. O termo que mais se difundiu foi “Montanhismo”, sendo “Montanhista” a pessoa que pratica qualquer tipo de atividade na montanha, e “Escalador” aquele que recorre a equipamentos técnicos para escalar em rocha. A história do Alpinismo se perde na Antiguidade, entre tribos primitivas que adoravam as montanhas como refúgio dos deuses, exércitos que cruzavam cordilheiras em busca de liberdade e poder, poetas e monges que procuravam inspiração entre os picos mais escarpados. A maioria dos resultados destas primeiras experiências foram relatos assustadores, aos quais se atribuía uma origem misteriosa, divina, ou até infernal. A curiosidade humana foi se aguçando em relação às montanhas até os idos do século XVIII. O iluminismo levou o homem ao desejo de conhecer melhor a si mesmo e ao mundo que o rodeava. Os mares do mundo já haviam sido percorridos, as terras descobertas, mas as grandes cadeias de montanhas estavam praticamente inexploradas. Assim sendo, a conquista das montanhas representava uma forma de se realizar novas experiências e alcançar uma verdade técnica e social que parecia ter querido se ocultar do homem.

Este desafio foi aceito por Horace Saussure, naturalista, físico e professor de Filosofia na Universidade de Genebra. Uma montanha constituía para ele uma verdadeira obsessão: o Mont Blanc, de 4.808 metros de altitude, ponto culminante dos Alpes Europeus, encravado entre a França e a Itália. Saussure imaginava que, se chegasse a escalar este pico, poderia realizar inúmeras experiências científicas. Seguiu então em 1760 para o vale de Chamonix, que se estende no lado francês do Mont Blanc, oferecendo uma grande soma em dinheiro para aqueles que o ajudassem. Foram inúmeras tentativas para que somente após 26 anos, Saussure ter o seu grande sonho realizado. A escalada do Mont Blanc aconteceu no dia 8 de agosto de 1786 pelo médico Michel-Gabriel Paccard (1757-1827) e pelo pesquisador de diamantes Jacques Balmat (1762-1834). Um ano depois o próprio Saussure logrou chegar ao cume do Mont Blanc, guiado por Jacques Balmat e acompanhado por 17 homens. Tal número de acompanhantes era necessário devido à grande quantidade de equipamentos científicos, com os quais se realizaram experiências durante as quatro horas e meia que permaneceram no cume. Embora o marco inicial do alpinismo realmente tenha sido a escalada do Mont Blanc, outra montanha desempenhou um papel fundamental para que ele se afirmasse como esporte, trata-se do Matterhorn, como é chamado na Suíça, ou Cervino, como é chamado na Itália.

Lucy Smith e Pauline Ranken.

Seus 4.478 metros acham-se espremidos entre estes dois países e foram vencidos pela primeira vez em 1865 pelo inglês Edward Whymper (1840-1911), culminando “a idade do ouro do alpinismo”. Nesta quadra os ingleses revolucionaram as técnicas usadas anteriormente, buscando as encostas mais empinadas e superando obstáculos que jamais haviam sido enfrentados. Ele foi um ilustrador, alpinista e explorador britânico, reconhecido pela primeira escalada do Matterhorn em 1865, descida durante a qual, quatro membros da expedição morreram. O seu livro Scrambles Among the Alps (1871) é feito com a descrição dessas expedições e na qual se nota que se interessa mais pela primeira ascensão do que da via tomada, pelo que se faz guiar sempre pelo melhor guia de alta montanha da época, e emprega assim Melchior Anderegg ou Christian Almer. Como exemplo, a Aiguille Verte, é um cume do Maciço do Monte Branco, em França, com 4122 metros de altitude, e que faz parte dos cumes dos Alpes com mais de 4000 metros, cujo corredor ficou com o seu nome, e mesmo se bifurcou diretamente para o cume na última terceira parte, evitando assim uma parte mais difícil. Está considerado como o ponto de passagem entre o alpinismo de exploração e o alpinismo desportivo. Em 1865 Edward Whymper que há anos tenta conquistar o Matterhorn junta-se a Charles Hudson que havia escolhido Michel Croz como guia e que chefia uma cordada de sete alpinistas composta pelo experiente guia Peter Taugwalder e o seu filho como ele chamado Peter, como carregador, Lord Francis Douglas, Douglas Hadow, Charles Hudson e Whymper. Na descida Douglas Hadow perde o equilíbrio e arrasta na queda Croz, Lord Francis e Hudson. Com uma formação de desenhador e de gravador, e uma imaginação fantástica in limine descobre uma relação com os Alpes à procura de novos temas para ilustrações.

O Monte Branco é a mais alta montanha dos Alpes e da União Europeia, atingindo uma altitude de 4 808,73 metros, embora possa variar um pouco de ano para ano, em função das condições atmosféricas, é o primeiro dos cumes dos Alpes com mais de 4 000 metros. O Monte Branco é a maior montanha do Maciço do Monte Branco e faz parte da divisória de águas entre o mar Adriático e o mar Mediterrâneo. As duas mais reconhecidas localidades junto ao Monte Branco são Chamonix (França) e Courmayeur (Itália). Embora o maciço desta montanha fique dividida entre França e Itália, a localização precisa do pico mais alto em relação à fronteira permanece um tema de certa forma controverso (ver abaixo). O cume parece coincidente com a fronteira nos mapas italianos, mas completamente no lado de França nos mapas franceses. A altitude máxima do Monte Branco estava de há muito estabelecida em 4 807 metros, mas medições feitas através do Sistema de Posicionamento Global em 2001 e 2003 mostram uma variação de vários metros de ano para ano, consideradas o resultado de flutuações, provocadas por diferentes condições atmosféricas, na espessura do glaciar que cobre o cume. Essa espessura das neves eternas que recobrem a sua meia encosta até ao cimo varia de 15 a 23 metros. De notar que o Monte Branco é o mais alto pico da Europa Ocidental. Se se considerar que a Europa se estende até ao Cáucaso, conforme a visão geopolítica do Conselho da Europa e as definições das fronteiras dos continentes, aí se encontram oito picos de altitude superior, sendo o Monte Elbrus, na Rússia, com os seus 5642 m, o mais alto de todos.

Torna-se um grande alpinista e faz-se amigo dos seus guias de alta montanha dos quais nos deixa gravuras, como foi o caso com o desenho do reverendo Charles Hudson ou a gravura do seu guia Christian Almer (1826-1898). Após a escalada das maiores montanhas dos Alpes Europeus, o homem partiu para as desconhecidas montanhas dos outros continentes. Assim, em 1889, era escalado o Kilimanjaro, na África, em 1897 o Aconcágua, na América do Sul, e em 1913 o McKinley, na América do Norte. O ano de 1936 foi o próximo grande marco para o alpinismo mundial. Uma expedição britânico-americana conseguiu superar os 7.816m de altitude do Nanda Devi, a 25ª maior montanha do mundo, situada na Índia. Foi um êxito sem precedentes, não somente porque se tratava da mais alta montanha escalada até então, mas porque marcava o início das conquistas realizadas no Himalaia. O próximo feito histórico foi a escalada do Annapurna, em 1950, no Nepal, com 8.091m, o primeiro oito mil a ser vencido pelo homem, mas existem apenas 14 montanhas no mundo com mais de oito mil metros de altitude. Coroando a época das conquistas, por fim, acontece a mais esperada de todas as empreitadas.

No dia 29 de maio de 1953, após 32 anos de tentativas, o homem chega pela primeira vez aos 8.848 metros do Everest, chamado o Topo do Mundo. Os heróis deste feito glorioso foram o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa indiano Sardar Tenzing Norgay (1914-1986). Depois de várias tentativas, Norgay conseguiu o lugar dos primeiros a chegar ao cume do monte Everest, quando da expedição liderada por John Hunt em 29 de maio de 1953. Edmund Hillary e Tenzing Norgay foram os primeiros a atingir o pico. Uma vez que não era conhecida a data do seu nascimento, ele passou a usar a data para celebrar o seu aniversário. Em 1952, Tenzing teria atingido uma altitude jamais alcançada anteriormente, 8 599 m, com a equipe de uma expedição suíça dirigida por Raymond Lambert. Tenzing tornou-se em seguida responsável pelo treinamento in situ do Himalayan Montaineering Institute, em Darjeeling. Em 1978 ele fundou a empresa Tenzing Norgay Adventures, propondo escaladas no Himalaia. Desde 2003, essa empresa é dirigida pelo filho de Tenzing Norgay e que se chama Jamling Tenzing Norgay, que também escalou o Everest em 1996 como participantes de uma expedição britânica.

Assim, no cantão de Valais, foi editado o primeiro regulamento sobre a profissão de Guia de Montanha, que iria ser sucedido por numerosos regulamentos e mesmo por leis cantonais. Fundada em 1906 e composta quase exclusivamente por membros do cantão de Uri e do cantão de Berna, uma primeira associação de guias suíços foi substituída em 1929 pela atual Associação Suíça de Guias de Montanha, que, no entanto, só se viria a desenvolver depois da Segunda Guerra Mundial, sob a direção de Christian Rubi e dos seus sucessores. Em 1998, contava já com 1300 membros (dos quais 11 mulheres), dos quais metade já exerciam a atividade a tempo completo. A formação implica uma parte teórica e outra prática, durante um curso de três anos, tanto no verão como no inverno. Em 2000, a Association Suisse des Écoles d`Alpinisme, fundada em 1969, reunia 29 centros repartidos entre Genebra e Pontresina. Os refúgios de montanha são propriedade do clube alpino do país que por sua vez fazem parte dos Clubes do Arco Alpino (CAA) que foi fundado a 18 de novembro de 1995 em Schaan no Liechtenstein.

Em 1387 os magistrados de Lucerna expulsaram o monge Niklaus Bruder e cinco outros religiosos que haviam tentado subir o Monte Pilatus da região. O alpinismo moderno nasceu em 8 de agosto de 1786, quando dois franceses, o médico Michel Paccard e o cristaleiro Jacques Balmat, motivados por um prêmio oferecido por Horace-Bénédict de Saussure, venceram os 4810 m do Monte Branco, na fronteira entre França e Itália. No século XVI a nova percepção do mundo devido ao humanismo, abriu as portas aos primeiros esboços do alpinismo. Foi em 1518 que se fez a primeira ascensão do Monte Pilatus (Lucerna). Konrad Gessner exaltava as montanhas helvéticas. Em 1723, Johann Jakob Scheuchzer relata minuciosamente os Itinera per Helvetiae alpinas regiones de 1702 a 1711. A Schesaplana Bergreis, de Nicolin Sererhard publicada cerca de 1730 passa por ser o mais antigo texto de uma excursão através dos Alpes Orientais. Laurent Joseph Murith, botânico e prior do Grand Saint Bernard, foi o primeiro a subir o Monte Vélan em 1779. Geógrafo, botânico e geólogo, o padre Placidus Spescha, do convento de Disentis, é o primeiro a atingir o Rheinwaldhorn durante um passeio na natureza em 1789.

Neste aspecto o Schesaplana está situado com uma altura de 2.965 m acima do nível do mar. Seu nome é composto por “Saxa” e “plana” (Schrofen, a planta, reta é). Outros nomes usados ​​anteriormente foram “Sergia – plana” e “Scaessa Planna”. A fronteira estadual entre o estado austríaco de Vorarlberg e o cantão suíço de Graubünden passa por seu cume. O Glaciar Brandner está localizado na encosta norte e o Lünersee está localizado no sopé leste, com uma área de 1,6 quilômetros quadrados, quando o nível da água está cheio, um dos maiores lagos de montanha de Vorarlberg. Com profundidade de aproximadamente 139 m, com represamento total, é também o lago de montanha mais profundo do estado. Alguns autores dataram a primeira ascensão documentada do Schesaplana em 1610. Por exemplo, o líder do Alpine Club de Walther Flaig relata uma subida em 24 de agosto de 1610. Diz-se que isso ocorreu pelo meirinho de Bludenz David Pappus von Tratzberg com dois guias como parte da inspeção de fronteira dos Senhores de Bludenz e Sonnenberg.  De uma perspectiva histórica, entretanto, este aspecto etnográfico, comparativamene é insustentável com base nos registros contemporâneos.

No Urbar, um município da Alemanha localizado no distrito de Rhein-Hunsrück, estado da Renânia-Palatinado, uma documentação de 1620 dos senhores Bludenz e Sonnenberg, o capitão David von Pappus descreveu várias de suas viagens oficiais às montanhas para explorar as fronteiras, bem como as possibilidades de defesa no caso de um ataque dos atuais Graubünden. Consequentemente, ele e seus companheiros ascenderam dos Vandans através do Rellstal e sobre os Alpes Salonia/Zaluanda até o Portão Suíço em 24 de agosto de 1610, de onde poderiam dar uma primeira olhada na fronteira. A outra rota passava pelo Verajoch (2. 330  metros) para a área entre Cavalljoch e Lünersee, onde este jugo localizado na fronteira também foi visitado. Em seguida, eles exploraram dois caminhos de Totalp a Prättigau e finalmente visitaram “a geleira alta em Brann”. Isso não significava a geleira Brandner ou o cume Schesaplana, mas a cordilheira Schesaplana como um todo. O grupo deu meia volta na área da Totalp e não chegou nem ao Glaciar Brandner nem ao Schesaplana. Uma subida não teria sido necessária para completar a tarefa de Pappus. A descida ocorreu no mesmo dia, com a ajuda de um pastor que teria trilhado o trajeto aberto de uma trilha do Lünersee sobre o Lünerkrinne (2. 155  metros) até o Alpe Lün, onde o caminho desce para o Rellstal, considerado na neve fresca.

Dado que a neve fresca do verão já se encontrava em alturas de cerca de ou pouco mais de 2.000 metros, uma ascensão Schesaplana no início do século XVII dentro de um dia de Vandans (648 metros) como ponto de partida, e também com o desvio via Verajoch, dificilmente parece possível. A primeira escalada documentada do Schesaplana foi realizada pelo pastor Prättigau Nicolin Sererhard com dois companheiros na década de 1730. Ele descreveu seu “arroz de montanha Schaschaplana” em seu trabalho de história regional Einfalte Delineation of all community of common three leagues in 1742 detalhadamente. Os três cruzaram o Schesaplana de Seewis para Brand. A subida conduziu ao Schafloch e ao Glaciar Brandner, a descida ao Totalp e ao Lünersee. A descida posterior levou ao longo do Lünerseealpe e Cavelljoch. A próxima ascensão tradicional em 1790 foi a do Barão Bludenz Franz Ludwig von Sternbach e o caçador de Brandner Josef Sugg, que é considerada a primeira ascensão de Brand. Em 1793, o político Graubünden Jakob Ulrich Sprecher von Bernegg, o aristocrata e poeta Johann Gaudenz von Salis-Seewis, os pastores Luzius Pol von Fläsch e Jakob Valentin von Jenins, bem como duas outras pessoas, escalaram o Schesaplana por uma rota semelhante a Sererhard. Luzius Pol von Fläsch escalou o Schesaplana novamente sozinho em 1809. Outro relatório de ascensão de Carl Ulysses von Salis-Marschlins é datado de 1811.

Na década de 1850 havia “uma espécie de viagem escolar” quando os padres jesuítas do Colégio Stella Matutina de Feldkirch, fundado em 1856, escalaram com vários de seus alunos até o cume, onde teriam ficado completamente exaustos. No início de 1885, a primeira subida de inverno sem esquis foi feita pelo suábio Theodor von Wundt com um companheiro de Brand. No dia de Ano Novo de 1900, Victor Sohm, Josef Ostler e Hermann Hartmann chegaram ao Schesaplana em esquis. Esta foi uma das primeiras excursões de esqui a um pico alto nos Alpes Orientais. O Vale Brandner, outrora povoado por Walsers, foi bastante remoto durante séculos. Os poucos montanhistas ativos na região de Schesaplana dependiam (naquela época) de cabanas de pastores primitivos, por exemplo, Lünersee, Schattenlagant ou Oberzalimalpe, ou ficavam no pastor Georg Tiefenthaler, também amigo do montanhismo, em seu escritório antes da abertura do Lünerseehütte. A primeira escalada do Piz Buin por Johann Jakob Weilenmann e outros em 1865 popularizou o montanhismo em Vorarlberg. Então, por iniciativa de G. Tiefenthaler, que trabalhe na década de 1860 para tornar mais fácil caminhar sobre o temido e antes evitado “Passo do Mal”, que supera o degrau de rocha entre o vale superior de Brandner e o Lünersee - agora também atravessado pelo cabo carro ferroviário.

O comissionamento da linha ferroviária do Vale do Reno a Bludenz em 1872 com altitude da estação ferroviária de Bludenz aproximadamente de 560 m e o túnel ferroviário de Arlberg (1884) tornaram a viagem ao Vale Brandner muito mais fácil. Anteriormente, em 1852, Weilenmann havia caminhado 60 km de St. Gallen a Brand em um dia, escalado a Schesaplana no dia seguinte e retornado a St. Gallen a pé no terceiro dia. O sistema de transporte e comunicação dentro do vale permaneceu relativamente atrasado. Só em 1930 foi inaugurada uma rua, o que permitiu também a abertura de uma linha de autocarros para Brand (1. 037  metros). Enquanto isso, a Associação Alpina Austríaca (OeAV) abriu uma das primeiras cabanas da Associação Alpina na península que se projetava para o Lünersee em junho de 1871, a Lünerseehütte, construída de acordo com os planos do industrial de Vorarlberg e montanhista de ascendência escocesa, John Sholto Douglass. Após a morte de Douglass, foi nomeado em sua homenagem a partir de 1874. Uma avalanche destruiu o prédio no inverno de 1876/77. Após a reconstrução em 1877, adaptada tecnicamente ao risco de avalanches, durante as quais a cabana já foi ampliada, sofreram novas ampliações no final do século XIX devido ao aumento do número de visitantes. O “turismo pesado” que já era praticado em 1886, quando eram processados com explosivos para dar lugar aos numerosos visitantes do cume de Schesaplana.

Em 1889 já havia dez guias de montanha em Brand. Em 1890, os irmãos Nenzing Küng construíram o Strausssteig, que recebeu o nome do presidente da seção do Clube Alpino Constance. Wilhelm Strauss sugeriu a construção deste caminho e apoiou-o com uma generosa doação. A seção do Bludenz Alpine Club estabeleceu o Schattenlaganthütte (1483  metros ) no vale Brandner superior em 1897 , e o SAC inaugurou o Schesaplanahaus (1908  metros) em 1898. Já em 1900, o oftalmologista e alpinista Bregenz Karl Blodig (1856–1953) comentou sobre o desenvolvimento do Schesaplana: “nenhum outro pico da mesma altura nos Alpes será tão agradável e seguro”. Além disso, em 1903-04, uma empresa tirolesa construiu o Leibersteig, em homenagem a um ex-presidente da seção de Estrasburgo, Adolf Leiber, em preparação para a construção do “Straßburger Hütte”. Explosivos também foram usados. Em 14 de agosto de 1905, o trecho de Estrasburgo inaugurou a cabana localizada no extremo norte do Glaciar Brandner a uma altitude de 2. 679  metros. Como a subida de Brand através do Zalimtal e sobre o Leibersteig leva 5½ a 6 horas, a decisão espontânea foi feita para fazer a metade do caminho em 1889.

O Zalimhütte superior, também denominado Georg-Orth-Hütte, que entrou em operação no mesmo dia, deveria ser construído. Como resultado da 1ª guerra mundial, ou chamada grande guerra, entre 1914 e 1918,  a seção de Estrasburgo foi dissolvida em 1919. A seção de Mannheim adquiriu o Straßburger Hütte e Oberzalimhütte em 1920, renomeou o primeiro para Mannheimer Hütte e opera ambas as casas. Em 1930, o ano em que o novo caminho para a marca foi aberto, a Douglasshütte foi expandida novamente. De acordo com uma reportagem de jornal, um total de 1.000 pessoas estavam no Schesaplana em 14 e 15 de agosto de 1932. Após a 2ª guerra mundial, entre 1939 e 1945, a empresa de eletricidade “Vorarlberger Illwerke AG” construiu uma barragem no lado norte do Lünersee para “aumentar consideravelmente a capacidade do que já foi o maior lago natural de alta montanha dos Alpes Orientais”. Para isso, eles construíram um teleférico de obras desde a cabeceira do Vale Brandner (1. 565  metros) até o Seebord, a barra de pedra que faz fronteira com o Lünersee ao norte. Uma vez que as inundações do Douglasshütte eram esperadas quando o primeiro represamento completo em 1959, ele foi demolido com antecedência e um edifício de substituição maior, o atual Douglasshütte, foi construído em um local à prova de avalanche diretamente na estação de montanha (1. 979 metros). Existem atualmente 144 leitos disponíveis lá em 2016. Após a conclusão da barragem, o Illwerke converteu o teleférico em bonde aéreo para o público. Em 1959 foi utilizada pela primeira vez cabine para 30 pessoas, em 1962 para 50 e atualmente para 47 pessoas.

O trem pode transportar 335 pessoas por hora e direção. Ao final da temporada operacional de 2015, a ferrovia transportou 9,65 milhões de pessoas. Além disso, a estação do vale também pode ser alcançada pelo ônibus 81 durante o horário de funcionamento do teleférico, aproximadamente segunda metade de maio a aproximadamente meados de outubro. O tempo de caminhada até o Schesaplana foi reduzido para 3 horas e meia. Finalmente, em 1978/1979, os inquilinos da Totalp e da Mannheimer Hütte, apoiados pela guarda aduaneira austríaca, que realizaram os trabalhos de detonação, construíram o Südwandsteig. Para canalizar a água do Glaciar Brandner para o Lünersee, o Illwerke abriu um túnel através do cume que desce do Schesaplana para o leste. Os alojamentos edifício construído na extremidade norte-oriental do Totalp era a estrutura inicial para a corrente “ Totalphütte ” do PES, que tenha sido expandido e reconstruída várias vezes até à data , que está localizado em uma altitude de 2385  metros na Lünersee - Rota Schesaplana e é cultivada no verão. A partir daqui o cume pode ser escalado em 2 horas. Junto com a cabana Schesaplana, há cinco cabanas administradas no verão, das quais se chega à Schesaplana em um passeio de um dia.

Apropriadamente, há espaço para algumas dezenas de pessoas ao mesmo tempo sob sua cruz no cume de 9,5 m de altura. O jovem católico Hörbranz construiu isso em 1949 e arrastou 2 toneladas de material até o cume. Depois que um raio caiu sobre a cruz em 1971, ela a reconstruiu em 1973. Fora do horário de funcionamento do teleférico, muitas vezes ainda é agradavelmente silencioso na extensa área ao redor do Lünersee. Na metade do inverno do ano, a estrada de Brand à estação do vale é fechada ao tráfego geral de veículos e, se as condições forem adequadas, ela é transformada em uma pista de tobogã. Se as condições de tempo e neve forem favoráveis, você pode encontrar pelo menos várias dezenas de montanhistas de inverno na área de Schesaplana nos fins de semana. O Totalphütte oferece um quarto de inverno com dez camas. A sala de inverno do Douglasshütte foi fechada depois que o OeAV vendeu a casa para o Illwerke. Os planos para estabelecer uma área de esqui durante todo o ano no Glaciar Brandner foram abandonados como resultado de protestos da população, dos clubes alpinos e de relatórios de impacto ambiental negativo. Mais recentemente, em 1983, o Instituto Austríaco de Ordenamento do Território certificou o projeto como “tendo grandes desvantagens para a natureza e classificou-o como não rentável, o que isolou o fim da área de esqui”.

As montanhas sempre fizeram parte da história humana por se tratarem de obstáculos a serem transpostos em viagens, explorações ou migrações. Até à Idade Média, os homens evitavam os cumes aos quais levantavam rumores e lendas, e em 1387 os magistrados de Lucerna fecharam o monge Niklaus Bruder e cinco outros religiosos que haviam tentado subir o Monte Pilatus da região. Em 1492, Antoine de Ville escalou o Monte Aiguille, na França, apesar das inúmeras superstições existentes a respeito de seu cume. Em 1744 ocorre a chegada ao cume, chamada pelos montanhistas de “conquista”, do Monte Titlis, nos Alpes berneses; em 1770, a do Monte Buet, no Maciço do Giffre, Alpes Ocidentais, e em 1779 o Monte Vélan, nos Alpes Peninos, também é conquistado. O alpinismo moderno, porém, nasceu em 8 de agosto de 1786, quando dois franceses, o médico Michel Paccard e o cristaleiro Jacques Balmat, motivados por um prêmio oferecido por Horace-Bénédict de Saussure, considerado o fundador do alpinismo, venceram os 4 810 metros do Monte Branco, na fronteira entre França e Itália. As cotações são notas que definem o grau de dificuldade de cada desafio. Os maiores para alpinismo são as escaladas das montanhas com mais de 8 000 metros de altitude, todas no Himalaia, e das montanhas mais altas dos Alpes, Pirenéus, Andes e Montanhas Rochosas, bem como as extensas paredes verticais, como Torres Trango e Eiger. Há outros desafios importantes, por exemplo, as três grandes vertentes norte dos Alpes.

Monte Evereste (cume central), Lhotse (à direita) e Makalu (ao longe, à direita).

O montanhismo não deve ser assim confundido com o alpinismo que exige boa condição física, um equipamento de montanha apropriado, uma técnica de progressão que lhe é própria, e necessita a presença de um guia para escolher o trajeto e assegurar a cordada. O alpinismo toma uma dimensão importante com os grandes nomes do alpinismo inglês como Edward Whymper (1840-1911), Albert Frederick Mummery (1855-1895), Frederick Gardiner (1850-1919), naquilo que ficou reconhecido como a “idade de ouro do alpinismo”, na passagem do século XIX para XX quando se verifica uma corrida à conquista de montanhas inexploradas. As mais altas perspectivas deveriam abrir-se ao alpinismo depois da conquista do Monte Branco pelo naturalista Horace Bénédict de Saussure (1740-1789) e os seus companheiros em 1786-1787. Assim, em 1868, os ingleses conquistaram os principais picos do Cáucaso. Na cordilheira dos Andes, o Chimborazo (6267 metros) foi vencido em 1880, e o Aconcágua (6959 metros) em 1897. Em 1889 foi conquistado o Kilimanjaro (5895 m), na África, e o Monte McKinley (6194 metros), no Alasca, em 1913. O Monte Everest, ponto culminante do planeta, com 8848 metros de altitude, foi finalmente conquistado pelo neozelandês Edmund Hillary e pelo xerpa, Tenzing Norgay, em 1953, representado pelo povo que habita a região montanhosa do Himalaia, especialmente a região no Nepal, reconhecido pelas suas qualidades nativas e pelo trabalho como guias e carregadores de montanha.

A partir de 1900, o alpinismo começa a desenvolver-se como técnica de desporto de competição, tendo começado como a escalada chamada de artificial. Wilhelm Welzenbach (1899-1934) é o primeiro a atacar-se às cascatas de gelo usando crampons especiais, uma peça formada por um conjunto de picos (pontas) destinados a serem presos à sola da bota do alpinista ou do escalador para permitir a sua progressão, é que ele estabelece uma escala de dificuldades no plano abstrato das vias de ascensão artificiais. Em 1925, escalada a face Norte do Dent d`Hérens, seguido pelo Fiescherhorn e o Weisshorn entre 1930 e 1933. A ascensão da face Norte do Cervin em 1931 inaugura a série dos últimos grandes desafios. Em 1938 Anderl Heckmair e Ludwig Vörg conquistam com Fritz Kasparek (1910-1954) e Heinrich Harrer (1912-2006) a face Norte do Eiger. Em 1978, a União Internacional das Associações de Alpinismo junta cinco graus na escala das dificuldades, a chamada “cotação de montanha”, criadas por Willelm Welzenbach em 1947. Entre 1950 e 1964, “os 8000” do Himalaia foram todos conquistados devido a verdadeiras expedições. A que foi conduzida pelo suíço Albert Eggler foi a segunda a atingir o cume do monte Everest, logo depois da expedição de Edmund Hillary (1919-2008) e Tenzing Norgay (1914-1986) a 29 de maio de 1953, e a primeira ascensão do Lhotse foi em 1956. É a quarta montanha mais alta do mundo, possuindo ligação com o monte Everest pela coluna sul. Dada a proximidade com o Everest, tem um baixo valor de proeminência topográfica (610 metros) e de isolamento topográfico (2, 42 km). Até outubro de 2003 haviam subido ao topo do Lhotse, a quarta montanha mais alta do mundo, 243 alpinistas, sendo que 11 de forma letal.

Em 1960, os alpinistas realizaram sob direção de Max Eiselin a primeira expedição do Dhaulagiri. Depois do tirolês Reinhold Messner e o polaco Jerzy Kukuczka (1948-1989), o suíço Erhard Loretan (1959-2011) conquista por sua vez os 14 cumes com mais de 8000 metros de altitude. O flanco ocidental do Lhotse é conhecido como a face de Lhotse. Todos os alpinistas que vão pela coluna sul do Everest devem escalar esta parede de 1125 metros constituída de gelo glacial. Esta face levanta-se em declives de 40 e 50 graus com protuberâncias ocasionais de 80 graus. Os primeiros alpinistas a atingirem o seu cume foram os suíços chefiados por Albert Eggler em 18 de maio de 1956. O primeiro português a atingir o seu cume foi João Garcia, em 21 de maio de 2005, sem recurso a oxigénio artificial. A sua equipa também integrava o alpinista português Hélder Santos, que devido a intoxicação alimentar foi forçado a descer previamente. Em 1978, a União Internacional das Associações de Alpinismo juntou cinco graus à escala normalizada das dificuldades técnicas criadas por Wilhelm Welzenbach em 1947, e que historicamente na origem de escala numérica só contava seis. A temporada de escalada ao monte Everest já registrou ao menos onze mortes em 2019. A elevada letalidade verificada nesta temporada não está relacionada apenas às condições extremas, típicas para uma montanha com mais de 8 mil metros. A combinação do excesso de alpinistas com o despreparo de boa parte deles pode dar pistas para tamanha catástrofe de ordem humana sobre desastres naturais.  

Bibliografia geral consultada.

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