“O tempo e a
paciência são dois eternos beligerantes”. Leon Tolstói
Antropologicamente a humanidade
sempre atravessa estágios em que: a) opressão da individualidade é o ponto de
passagem obrigatório de seu livre desabrochar superior, em que a pura
exterioridade das condições de vida se torna a escola da interioridade, b) em
que a violência simbólica da modelagem produz uma acumulação de energia,
destinada, em seguida, a gerar toda a especificidade pessoal. Do alto desse
ideal abstrato é que, c) a individualidade plenamente desenvolvida, tais
períodos parecerão, é claro, grosseiros e indignos. Mas, para dizer a verdade,
além de semear os germes positivos do progresso humano vindouro, já é em si uma
manifestação do espírito exercendo uma dominação organizadora sobre a
matéria-prima das impressões flutuantes, uma aplicação das personalidades
especificamente humanas, procurando-as fixar suas normas de vida - do modo mais
brutal, exterior ou, mesmo, estúpido que seja -, em vez de recebê-las das
simples forças da natureza física externa ao homem. A horda, uma estrutura social e militar
histórica encontrada na estepe eurasiática “não protege mais a moça e rompe
suas relações com ela, porque nenhuma contrapartida foi obtida por sua pessoa”.
Os indivíduos vivem em relações sociais de cooperação, mas também de oposição, portanto, os conflitos são parte mesma da constituição da sociedade. É neste sentido que formam momentos de crise, um intervalo entre dois momentos de harmonia, vistos numa função positiva de superação das divergências. Fundamenta uma episteme em torno da ideia de movimento, da relação, da pluralidade, da inexorabilidade do conhecimento, de seu caráter construtivista, cuja dimensão central realça o fugidio, o fragmento e o imprevisto. Por isso, seu panteísmo estético, ancorado sob forma paradoxais de interpretação real, como episteme, no qual se entende que cada ponto, cada fragmento superficial e, portanto, fugaz é passível de significado estético absoluto, de compreender o sentido total, os traços significativos, do fragmento à totalidade. O significado sociológico do “conflito”, em princípio, nunca foi contestado. Conflito é admitido por causar ou modificar grupos de interesse, unificações, organizações. Os fatores de dissociação entre pessoas e grupos, como ódio, inveja, necessidade, desejo, são as causas tanto sociais quanto psíquicas da condenação, que irrompe em função deles. Conflito é, destinado a resolver dualismos divergentes, a maneira de obter um tipo de unidade social, que seja através da aniquilação de uma das partes em litígio.
A
imagem está associada a conhecimentos pretéritos adquiridos e concernentes ao
objeto que ela de fato representa. Ela não apreende nada além daquilo que nós
podemos extrair da realidade durante o trabalho de percepção. A imagem não se
relaciona com o mundo em si, ela só depende do processo de como podemos descobrir
algo sobre ela. Portanto, se existe uma possibilidade de se observar o objeto
através da imaginação, mesmo assim essa possibilidade ainda não nos permite
apreender nada de novo em relação ao objeto. A imagem, ato da consciência
imaginante, é um elemento, identificado como o primeiro e incomunicável, como
produto de uma atividade consciente atravessada de um extremo ao outro por uma
corrente de “vontade criadora”. Trata-se, de dar-lhe à sua própria consciência
um conteúdo de sentido imaginante, próximo da analogia weberiana da
interpretação do estatuto da ciência que recria para si os objetos afetivos
espontaneamente ao seu redor: ela é criativa.
Daí a importância social e afetiva de se compreender no campo da imagem,
de sua produção, recepção, influência, de sua relação com o sonho, o devaneio,
a criação e a ficção, a substituição das mediações pelos meios de comunicação,
posto que contenha em si uma possibilidade de violência, a partir da
constituição do novo regime de ficção que hoje afeta, contamina e penetra a
vida social.
Ipso
facto temos a sensação de sermos colonizados, mas sem saber
precisamente por quem. Não é facilmente identificável e, a partir daí é normal
questionar-se sobre o papel da cultura ou da ideia que fazemos dela. O etnólogo
Marc Augé reitera que as etnociências se atribuem sempre dois objetivos,
proposto por ele ao final em seu opúsculo La Guerre des Rèves (1997).
Usado como prefixo, “etno” relativiza o termo que o segue e o faz depender da
“etnia” ou da “cultura” que supõe ter práticas análogas às que chamamos “ciências”:
medicina, botânica, zoologia etc. Desse ponto de vista, a etnociência tenta
reconstituir o que serve de ciência aos outros, suas práticas sanitárias e do
corpo, seus conhecimentos botânicos, mas também suas modalidades de
classificação, de relacionamento etc. É claro que, a partir do momento em que
se generaliza a etnociência muda de ponto de vista. Ela tenta emitir uma
apreciação ideal típica sobre os modelos locais, indígenas, e compará-los a outros e, além
disso, propor uma análise dos procedimentos cognitivos em ação num certo número
de experiências. Ela leva então às vezes o nome de antropologia: fala-se assim
em antropologia médica ou cognitiva.
Em verdade, quando Marc Augé recoloca a questão: “que é nosso imaginário, hoje?”, por outro lado, ele se indaga se nestes dias não estamos assistindo a uma generalização do fenômeno de fascínio da consciência que nos pareceu característico da situação colonial e de seus diferentes avatares? Trata-se de “exercícios de etnoficção”, em analisar o estatuto da ficção ou as condições etnológicas de seu surgimento numa sociedade, e ipso facto num momento histórico particular, em analisar os diferentes gêneros que se irradiam sob formas ficcionais, sua relação com o imaginário individual e coletivo, as representações da morte etc., em diferentes sociedades ou conjunturas. Temos o que fica reservado como lugar de representação do conhecimento, posto que bem entendido o nível ao qual se aplica a pesquisa antropológica, ela tem por objeto interpretar a interpretação que os outros fazem da categoria do outro, nos diferentes níveis que situam o lugar dele e impõem sua necessidade. A representação da etnia, tribo, aldeia, linhagem ou outro modo de agrupamento até o átomo elementar de parentesco, do qual se sabe que submete a identidade da filiação à necessidade da aliança, o individualismo, enfim; que todos os sistemas rituais definem como compósito e pleno de alteridade, figura impensável, como o são, em modalidades opostas, a do rei e a do feiticeiro.
É
assim que ocorre do ponto de vista da organização social e técnica do trabalho
a perda de autonomia profissional, pois, somente no interior de sua troca os
produtos do trabalho adquirem uma objetividade de valor socialmente igual,
separada de sua objetividade de uso, sensivelmente distinta. Essa cisão do
produto do trabalho em coisa útil e coisa de valor só se realiza na prática
quando a troca já conquistou um alcance e uma importância suficientes para que
se produzam coisas úteis destinadas à troca e, portanto, o caráter de valor das
coisas passou a ser considerado no próprio ato de sua produção. A partir desse
momento, os trabalhos privados dos produtores assumem, um duplo caráter social:
1) como trabalhos úteis determinados, eles têm de satisfazer uma determinada
necessidade social e, conservar a si mesmos como elos do trabalho total, do
sistema natural-espontâneo da divisão social do trabalho. 2) por outro lado,
eles só satisfazem as múltiplas necessidades de seus próprios produtores na
medida em que cada trabalho privado e útil particular é permutável por qualquer
outro tipo útil de trabalho privado, portanto, na medida em que lhe é
equivalente. A igualdade toto coelo dos diferentes trabalhos só pode
consistir numa abstração de sua desigualdade real, na redução desses trabalhos
ao seu caráter comum como dispêndio de força humana de trabalho, como trabalho
humano abstrato. Eles equiparam entre si seus diferentes trabalhos como
trabalho humano. Eles não sabem disso, mas o fazem, referia-se Marx, tomando de
empréstimo a ideia de Hegel. O interessante deste aspecto ocorre quando
confundem o cargo com a profissão. Com a utilização do método de
trabalho e de produção com o emprego da técnica no trabalho denominando-o
“coletivo” ou “comunidade”.
A
sociologia, não confunde a prática dos rituais com seu sentido. Ipso facto,
admitimos o ponto de vista da análise abstrata, segundo o qual nem todos
os especialistas concordam em admitir que as comunidades vegetais apresentam
propriedades sociais. De fato, há requisitos da vida social entre os animais
que são inconcebíveis em sua analogia no mundo vegetal. Reações ou relações
baseadas na capacidade de locomoção, na plasticidade assegurada pelo sistema
nervoso, na interdependência dinâmica produzida pela divisão do trabalho, em
tendências mais ou menos conscientes de comportamento, etc., não comportam
condições de manifestação nas comunidades de plantas, por maior que seja o grau
de sociabilidade inerente aos seus padrões de organização interna. Isso não
impede que se reconheça que alguns tipos de relações comunitárias das plantas
possuem valor social definido no amplo e diversificado mercado mundial de
consumo de drogas. As dificuldades são de ordem descritiva. Raramente se assume
um estado de espírito que lhe permita considerar a vida social,
independentemente dos padrões mais complexos, que ela alcança a análise
comparada entre os animais e os dos homens. Os índios Tupinambá obrigou-o a
alargar seu conhecimento das sociedades ditas primitivas, para poder entender,
descrever e explicar as estruturas e os dinamismos da sociedade tribal.
Descobriu que nenhum sociólogo é capaz de realizar seu ofício antes de
percorrer as fases de uma de investigação completa, na qual transmite do
levantamento dos dados à sua crítica e à análise e, em seguida, ao tratamento
interpretativo propriamente dito. Os que repudiam o estudo de comunidade ou o
estudo de caso com obstinação, ignoram esse lado pedagógico do treinamento pela
pesquisa empírica sistemática.
Nas
comunidades de plantas de organização simples, os comensais são iguais; nas
comunidades de plantas de organização complexa, os comensais são desiguais e
concorrem, com suas necessidades diferentes, para uma utilização mais complexa
de possibilidades do habitat comum. Do ponto de vista dinâmico, a sociabilidade
das plantas é um produto direto da competição, que regula a distribuição dos
indivíduos no espeço e o padrão daí resultante da relação deles entre si. No
entanto, as variações no grau de sociabilidade podem afetar as condições gerais
de interação das plantas. O aumento da sociabilidade, por exemplo, é útil às
plantas em competição com outras espécies. A função social do meio não chega a
sofrer uma diferenciação nítida; aparece como uma condição, às vezes mal
perceptível, da interação dos organismos através da utilização dos recursos do habitat. É útil ter-se em mente que o sistema de
notações dos botânicos não coincide com os dos sociólogos, pois as aglomerações
vegetais não possuem, do ponto de vista sociológico, as propriedades específicas
da associação propriamente dita. A polêmica, neste plano terreno e abstrato,
relaciona-se com os modos de interpretação que correspondam a esses atributos
sociais. Alguns biólogos, psicólogos e sociólogos pensam, ao contrário que as
propriedades sociais das comunidades de animais, independentemente do grau
técnico em que constituam produtos de mecanismos e de processos extra-sociais,
possuem bastante objetividade científico-social para serem considerados
isoladamente.
O
fato social é que humanamente deste ângulo de análise há um princípio
abrangente e primordial, porque norteador, pois “toda antropologia é
antropologia da antropologia dos outros, além disso, que neste âmbito, o lugar
antropológico, é simultaneamente princípio de sentido para aqueles que o
habitam e princípio de inteligibilidade para quem o observa”. Essa
inteligibilidade, ao que nos parece, fornece e propõe no âmbito de apropriação
dos saberes que as condições de uma antropologia da contemporaneidade devem ser
deslocadas do método para o objeto. E além disso, que se deve estar atento às
mudanças que afetaram as grandes categorias por meio das quais os homens pensam
sua identidade e suas relações recíprocas em termos espaciais. A história social
do alpinismo está intimamente ligada à existência de picos, cumes, montanhas, alpes,
cordilheiras que fazem parte da história da Humanidade por se tratarem de
obstáculos a serem transpostos em viagens, explorações, migrações, conquistas. Até
à Idade Média, os homens evitavam os cumes, sobre os quais se criaram rumores e
lendas. No mosteiro do Grand Saint Bernard já em 1129, o acompanhamento dos
peregrinos, comerciantes ou viajantes tomou um desenvolvimento considerável
depois da descoberta dos Alpes e profissionalizou-se na “idade
de ouro do alpinismo”.
O
Grande São Bernardo como é reconhecido o passo do Grande São Bernardo é um
passo de montanha dos Alpes valaisanos, situado em Bourg-Saint-Pierre, um
município da Suíça do Cantão de Valais, Distrito de Entremont. O passo fica
localizado a 2 469 metros de altitude, perto da fronteira com a Itália. O São
Bernardo constitui uma passagem entre o Monte Mort e o Pico de Drône, ambos
situados na fronteira Itália-Suíça, ligando o vale de Étroubles, a sul, com o
vale Entremont situado na parte francófona do Cantão de Valais, a norte. Existem
evidências etnográficas da utilidade de uso desta passagem desde a idade
do bronze e, também, evidências do uso pelos romanos. Historicamente, o evento
digno de nota mais recente é a utilização desta passagem pelo exército francês
de Napoleão Bonaparte, em 1800, para derrotar o exército imperial austríaco
situado em Montebello della Battaglia, na Itália. Uma rodovia pela
passagem foi construída em 1905. Porém, devido à inclinação de 9% e à
impraticabilidade de uso na ocorrência de neve, um túnel de 5850 metros foi
construído em 1964. O nome do passo foi dado em homenagem a São Bernardo de
Menthon, que reconstruiu, em torno do ano de 1050, um hospital num antigo
mosteiro destruído que havia no sopé do lado suíço da passagem, para abrigar os
peregrinos e viajantes que eram feridos pelos mouros que ocupavam
a região. Também foi ele que edificou o que se encontra o passo do Pequeno São
Bernardo. Os cães originários desta região, reconhecidos como são-bernardo,
foram “adestrados para o trabalho e para resgatar pessoas perdidas em épocas de
nevasca”. Não deve ser confundido com o Passo do Pequeno São Bernardo, na
fronteira França-Itália, nem com o Passo do São Bernardino, este último também
na Suíça. Este acidente geográfico faz parte da divisória de águas entre
o Mar Adriático e o Mar Mediterrâneo.
Durante o século XVIII, monges que viviam nos Alpes entre a Itália e a Suíça mantiveram cães para ajudá-los nas missões de resgate em épocas de nevascas. Por mais de 200 anos, cerca de 2 mil pessoas, entre crianças e soldados, se perderam nos Alpes e foram salvos pelos cães heróis do mosteiro e hospício Gran St. Bernard. Devido ao olfato aguçado, peito largo, resistência ao frio, porte físico robusto e lealdade, esses cães foram designados para ajudar Napoleão e seus soldados a cruzarem a passagem de St. Bernard, nome que foi utilizado para designar futuramente a raça dos cachorros entre 1790 e 1810. Com o sucesso nos resgates, os cachorros da raça São Bernardo ficaram famosos, contudo, aquele que mais se destacaria na História seria Barry der Menschenretter no século XIX. Barry viveu no Hospício de Gran St. Bernard entre os anos de 1800 e 1814. Segundo relatos e documentos da época, o cão herói chegou a salvar mais de 40 pessoas de congelamento e das condições traiçoeiras dos Alpes. O resgate mais famoso de Barry foi o de uma criança perdida. Durante uma patrulha, Barry encontrou um menino tentando se esconder do frio no fundo de uma caverna. Imediatamente o cão se deitou sobre a criança para aquecê-la, carregando-a em suas costas até o mosteiro. Após doze anos prestando socorro nas montanhas, Barry foi levado à Berna, Suíça, por um monge para que pudesse viver o resto da vida em paz. Dois anos depois, o cão herói morreu de velhice e seu corpo foi entregue ao Museu de História Natural de Berna, que o eternizou através da taxidermia.
Atualmente, o São Bernardo está exposto no hall de entrada do Museu de História Natural de Berna, onde permaneceu nos últimos 200 anos. O alpinismo nasce no século XIX, quando prioritariamente a classe aristocrática inglesa começa a interessar-se pelos desportos de inverno em geral e pelo alpinismo em particular, vindo passar férias aquilo que se tornaram verdadeiras estâncias de inverno como Zermatt, Megève, Chamonix e mesmo Lausana. A Idade de ouro do alpinismo é geralmente dividida em dois períodos que na realidade correspondem a duas gerações de alpinistas e correspondentes guia de alta montanha. A chamada primeira geração é a dos pioneiros como o cristaleiro Jacques Balmat que entrou na história do alpinismo, quando este deixou de ser só montanhismo, ao chegar ao cume do Monte Branco com o doutor Paccard a 8 de agosto de 1786 e antes de o fazer com aquele que lhe havia dado vontade de se tornar aquilo que se chamaria depois um guia de alta montanha, o geólogo e físico genebrino Horace-Bénédict de Saussure que queria medir a altura do Monte Branco e tinha oferecido uma boa recompensa a quem atingisse primeiro a cume desse monte.
Hospício e Mosteiro du Grand-Saint-Bernard, Suíça. |
A
Floresta de Fontainebleau é uma floresta a cerca de 60 km a sudeste de Paris.
Tem uma área de 280 km² e é uma das principais fornecedoras de madeira para a
produção de tonéis de carvalho, onde os vinhos franceses envelhecem. Alberga no
seu interior a cidade de Fontainebleau e é uma grande atração turística, sendo
visitada todos os anos por caminheiros, num total de 17 milhões de visitantes. A
floresta de Fontainebleau é célebre por todo o mundo por ter inspirado artistas
do século XIX, entre eles muitos pintores impressionistas e da escola de
Barbizon, além de fotógrafos, escritores e poetas. Dessa geração, podem
enumerar-se na: escola francesa; Michel Croz, Jean Arlaud, Jean Deudon escola
italiana; Mario Piacenza, Vittorio Sella escola suíços; Ulrich Kaufmann,
Christian Almer e Ulrich Almer. A segunda geração é a dos anos 1920 em diante
com nomes como: Gérard Herzog e Maurice Herzog, Henry de Ségogne, entre muitos
outros, e mesmo os alpinistas cineastas como Jacques Ertaud. Mais tarde
apareceu perto de Paris aquilo a que se chamou Grupe de Bleau ou Bleausards era
o nome porque ficou reconhecido um grupo de varapistas da região de Paris que
se vinha treinar à Floresta de Fontainebleau e dos quais faziam parte os
seguintes montanhistas: Bobi Arsandaux, Pierre Allain, Jean Deudon, Marcel
Ichac, Jean Leininger e Jean Carle e outros.
A divisão do trabalho não é específica do nível de análise econômico: podemos observar sua influência crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As funções políticas, administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções artísticas e científicas no âmbito das universidades. As especulações filosóficas da biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato social de uma tal generalidade que os economistas, que foram os primeiros a mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão do trabalho social passa a aparecer apenas como uma forma particular desse processo geral, e as sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma corrente de pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo sentido todo o mundo vivo. Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é necessário demonstrar a gravidade desse problema prático; qualquer que seja o juízo sobre a divisão do trabalho, todo o mundo sabe que ela é e se torna cada vez mais uma das bases fundamentais da ordem social tanto quanto política.
O Ladies Scottish Climbing Club
foi fundado por Jane Inglis Clark, sua filha Mabel e Lucy Smith em uma rocha
perto de Lix Toll, Perthshire em 1908. Atualmente, tem cerca de 120 membros e é
o mais antigo clube de escalada ativo exclusivamente para mulheres. O
clube enviou inúmeras expedições ao exterior e fez a primeira escalada
exclusivamente feminina de um grande pico do Himalaia. O clube foi fundado por
três escaladores experientes: Jane Inglis Clark, sua filha Mabel e Lucy
Smith. A Srta. Smith era filha do
presidente do Scottish Mountaineering Club e o marido da Sra. Inglis Clark,
William Inglis Clark, era secretário, mas, como mulheres, não tinham permissão
para ingressar no clube exclusivamente masculino. O Ladies Alpine Club
foi formado em Londres em 1907 e, protegido por uma grande rocha em Lix Tollem
18 de abril de 1908, os três decidiram formar um clube semelhante na Escócia.
Em maio, foi realizada uma reunião do comitê que definiu a constituição e o
objetivo do clube: “reunir as mulheres amantes do alpinismo e incentivar o
montanhismo na Escócia, tanto no inverno como no verão”. O primeiro presidente do clube foi a Sra.
Inglis Clark, enquanto Lucy Smith foi a tesoureira, a Srta. Inglis Clark foi a
secretária e Ruth Raeburn a bibliotecária.
Em seu primeiro ano, o clube tinha
quatorze membros. Seu equipamento incluía corda alpina que foi fixada no
sapateiro e nos penhascos de Salisbury em Edimburgo, onde os membros treinaram.
Para se qualificar, os membros tiveram que escalar quatro picos de pelo menos
3.000 pés com duas escaladas na neve e duas escaladas na rocha. Eles então
fizeram escaladas ousadas de montanhas como Beuckle (Buachaille Etive Mòr) e
Suilven. Para serem decentes, eles começavam suas escaladas com saias longas,
mas, quando não havia homens por perto, muitas vezes as descartavam para
escalar de calcinha. Eles atraíram escaladores de Glasgow também e o número
total de membros nos primeiros anos era de cerca de 70. Em 1947, o clube alugou sua primeira cabana
de escalada - Blackrock Cottage perto de Glencoe - e a segunda foi adicionada
em 1963 - Milehouse Cottage perto de Kincraig. A partir dessas e de outras
bases, inúmeras montanhas escocesas foram escaladas e a membro Annie Hirst foi
a primeira mulher a escalar todos os Munros - os 282 picos escoceses com mais
de 3.000 pés.
Em
1928, uma expedição de clube aos Alpes foi organizada. Expedições subsequentes
foram feitas a outras regiões de escalada no exterior, como o Cáucaso e
Yosemite. Em 1955, o clube fez a primeira expedição de uma equipe
exclusivamente feminina ao Himalaia, composta por Monica Jackson, Evelyn
McNicol e Elizabeth Stark, onde foram as primeiras a escalar um pico de 22.000
pés no Himal Jugal, onde chamado Gyalzen Peak. Em 1958, o primeiro secretário
fez um discurso no aniversário de 50 anos do clube como seu presidente. Mabel
Jeffrey agora estava casada e levou seus netos para as celebrações no local da
fundação do clube na rocha em Lix Toll. Em 2008, o centenário foi comemorado
com uma festa de associados em traje de época em cima do Beuckle. A presidente
Helen Steven lembrou-se da fundadora mais jovem: - “Eu conhecia Mabel e me
lembro dela como uma pessoa muito calorosa, com as bochechas rosadas e
receptivas - ela entrou em uma sala como um raio de sol. Mas ela era dura como
unhas velhas. Eram todos personagens”. Vale lembrar, neste aspecto que a biomatemática
é um ramo da biologia que emprega análises teóricas, modelos matemáticos e
abstrações dos organismos para investigar os princípios que governam a
estrutura, desenvolvimento e comportamento dos sistemas, em oposição à biologia
experimental que lida com a realização de experimentos para comprovar e validar
as teorias científicas.
Clube de Escalada feminino. Em Edimburgo, 1908. |
O
campo multidisciplinar é algumas vezes chamado de biologia matemática
ou biomatemática para enfatizar o lado técnico-científico matemático, ou
biologia teórica para enfatizar abstratamente o lado biológico. Ipso facto,
biologia teórica se concentra mais do que nunca no desenvolvimento programático
de princípios teóricos para a biologia. Enquanto a biologia matemática se
concentra no uso de técnicas matemáticas para estudar sistemas biológicos
embora ambos sejam muitas vezes trocados. A biologia matemática visa a
representação matemática e modelagem de processos biológicos, utilizando
técnicas e procedimentos metodológicos da matemática aplicada. Pode ser útil
tanto em pesquisas teóricas e práticas. Descrever sistemas de maneira
quantitativa significa que seu comportamento pode ser melhor simulado e, podem
ser previstas propriedades que podem não ser evidentes para o experimentador.
Uma matéria sempre apresenta a tendência de manter o seu estado, seja de
repouso, seja de movimento, a não ser que uma força externa influencie. A massa
é uma grandeza abstrata na interpretação da física teórica que indica a
medida da inércia, ou da resistência, neste aspecto de “mobilidade” de um corpo
de ter seu movimento acelerado. De uma forma geral, podemos associar a massa à
quantidade de partículas existentes em uma matéria.
Alpinismo
vem ganhando cada vez mais popularidade no mundo contemporâneo, onde
recebe também a denominação de Montanhismo. Existe uma diferença entre
esses dois conceitos. Montanhismo representa a prática de qualquer atividade
física em região montanhosa, como caminhadas e acampamentos, porém sem a
necessidade de grandes esforços e equipamentos específicos. O Alpinismo se
refere ao ato de escalar uma montanha, ou pico, usando para isso equipamentos e
conhecimentos técnicos. O Alpinismo não se limita apenas aos Alpes, mesmo assim
se utiliza alguns regionalismos como “pirineismo”, “andinismo” e
“himalaismo”. O termo que mais se difundiu foi “Montanhismo”, sendo
“Montanhista” a pessoa que pratica qualquer tipo de atividade na montanha, e
“Escalador” (cf. Gschwendtner, 1986) aquele que recorre a equipamentos técnicos
para escalar em rocha. A história do Alpinismo se perde na Antiguidade, entre
tribos primitivas que adoravam as montanhas como refúgio dos deuses, exércitos
que cruzavam cordilheiras em busca de liberdade e poder, poetas e monges que
procuravam inspiração entre os picos mais escarpados. A maioria dos resultados
destas primeiras experiências foram relatos assustadores, aos quais se atribuía
uma origem misteriosa, divina, ou até infernal. A curiosidade humana foi se
aguçando em relação às montanhas até o século XVIII. E levou o homem ao desejo
de conhecer a si mesmo e ao mundo que o rodeava. Os mares do mundo já haviam
sido percorridos, as terras descobertas, mas as grandes cadeias de montanhas
estavam praticamente inexploradas. Assim sendo, a conquista das montanhas
representava uma forma de se realizar novas experiências e alcançar uma verdade
técnica e social que parecia ter querido se ocultar do homem.
Alpinismo vem obtendo cada vez mais popularidade no mundo contemporâneo, onde recebe também a denominação de Montanhismo. Existe uma diferença entre esses dois conceitos. Montanhismo representa a prática de qualquer atividade física em região montanhosa, como caminhadas e acampamentos, porém sem a necessidade de grandes esforços e equipamentos específicos. O Alpinismo se refere ao ato de escalar uma montanha, ou pico, usando para isso equipamentos e conhecimentos técnicos. O Alpinismo não se limita apenas aos Alpes, mesmo assim se utiliza alguns regionalismos como “pirineismo”, “andinismo” e “himalaismo”. O termo que mais se difundiu foi “Montanhismo”, sendo “Montanhista” a pessoa que pratica qualquer tipo de atividade na montanha, e “Escalador” aquele que recorre a equipamentos técnicos para escalar em rocha. A história do Alpinismo se perde na Antiguidade, entre tribos primitivas que adoravam as montanhas como refúgio dos deuses, exércitos que cruzavam cordilheiras em busca de liberdade e poder, poetas e monges que procuravam inspiração entre os picos mais escarpados. A maioria dos resultados destas primeiras experiências foram relatos assustadores, aos quais se atribuía uma origem misteriosa, divina, ou até infernal. A curiosidade humana foi se aguçando em relação às montanhas até os idos do século XVIII. O iluminismo levou o homem ao desejo de conhecer melhor a si mesmo e ao mundo que o rodeava. Os mares do mundo já haviam sido percorridos, as terras descobertas, mas as grandes cadeias de montanhas estavam praticamente inexploradas. Assim sendo, a conquista das montanhas representava uma forma de se realizar novas experiências e alcançar uma verdade técnica e social que parecia ter querido se ocultar do homem.
Este
desafio foi aceito por Horace Saussure, naturalista, físico e professor de
Filosofia na Universidade de Genebra. Uma montanha constituía para ele uma
verdadeira obsessão: o Mont Blanc, de 4.808 metros de altitude, ponto culminante
dos Alpes Europeus, encravado entre a França e a Itália. Saussure imaginava
que, se chegasse a escalar este pico, poderia realizar inúmeras experiências
científicas. Seguiu então em 1760 para o vale de Chamonix, que se estende no
lado francês do Mont Blanc, oferecendo uma grande soma em dinheiro para aqueles
que o ajudassem. Foram inúmeras tentativas para que somente após 26 anos,
Saussure ter o seu grande sonho realizado. A escalada do Mont Blanc aconteceu
no dia 8 de agosto de 1786 pelo médico Michel-Gabriel Paccard (1757-1827) e
pelo pesquisador de diamantes Jacques Balmat (1762-1834). Um ano depois o
próprio Saussure logrou chegar ao cume do Mont Blanc, guiado por Jacques Balmat
e acompanhado por 17 homens. Tal número de acompanhantes era necessário devido
à grande quantidade de equipamentos científicos, com os quais se realizaram
experiências durante as quatro horas e meia que permaneceram no cume. Embora o
marco inicial do alpinismo realmente tenha sido a escalada do Mont Blanc, outra
montanha desempenhou um papel fundamental para que ele se afirmasse como
esporte, trata-se do Matterhorn, como é chamado na Suíça, ou Cervino, como é
chamado na Itália.
Lucy Smith e Pauline Ranken. |
Seus 4.478 metros acham-se espremidos entre estes dois países e foram vencidos pela primeira vez em 1865 pelo inglês Edward Whymper (1840-1911), culminando “a idade do ouro do alpinismo”. Nesta quadra os ingleses revolucionaram as técnicas usadas anteriormente, buscando as encostas mais empinadas e superando obstáculos que jamais haviam sido enfrentados. Ele foi um ilustrador, alpinista e explorador britânico, reconhecido pela primeira escalada do Matterhorn em 1865, descida durante a qual, quatro membros da expedição morreram. O seu livro Scrambles Among the Alps (1871) é feito com a descrição dessas expedições e na qual se nota que se interessa mais pela primeira ascensão do que da via tomada, pelo que se faz guiar sempre pelo melhor guia de alta montanha da época, e emprega assim Melchior Anderegg ou Christian Almer. Como exemplo, a Aiguille Verte, é um cume do Maciço do Monte Branco, em França, com 4122 metros de altitude, e que faz parte dos cumes dos Alpes com mais de 4000 metros, cujo corredor ficou com o seu nome, e mesmo se bifurcou diretamente para o cume na última terceira parte, evitando assim uma parte mais difícil. Está considerado como o ponto de passagem entre o alpinismo de exploração e o alpinismo desportivo. Em 1865 Edward Whymper que há anos tenta conquistar o Matterhorn junta-se a Charles Hudson que havia escolhido Michel Croz como guia e que chefia uma cordada de sete alpinistas composta pelo experiente guia Peter Taugwalder e o seu filho como ele chamado Peter, como carregador, Lord Francis Douglas, Douglas Hadow, Charles Hudson e Whymper. Na descida Douglas Hadow perde o equilíbrio e arrasta na queda Croz, Lord Francis e Hudson. Com uma formação de desenhador e de gravador, e uma imaginação fantástica in limine descobre uma relação com os Alpes à procura de novos temas para ilustrações.
O
Monte Branco é a mais alta montanha dos Alpes e da União Europeia, atingindo
uma altitude de 4 808,73 metros, embora possa variar um pouco de ano para ano, em
função das condições atmosféricas, é o primeiro dos cumes dos Alpes com mais de
4 000 metros. O Monte Branco é a maior montanha do Maciço do Monte Branco e faz
parte da divisória de águas entre o mar Adriático e o mar Mediterrâneo. As duas
mais reconhecidas localidades junto ao Monte Branco são Chamonix (França) e
Courmayeur (Itália). Embora o maciço desta montanha fique dividida entre França
e Itália, a localização precisa do pico mais alto em relação à fronteira
permanece um tema de certa forma controverso (ver abaixo). O cume parece
coincidente com a fronteira nos mapas italianos, mas completamente no lado de
França nos mapas franceses. A altitude máxima do Monte Branco estava de há
muito estabelecida em 4 807 metros, mas medições feitas através do Sistema
de Posicionamento Global em 2001 e 2003 mostram uma variação de vários
metros de ano para ano, consideradas o resultado de flutuações, provocadas por
diferentes condições atmosféricas, na espessura do glaciar que cobre o cume.
Essa espessura das neves eternas que recobrem a sua meia encosta até ao cimo
varia de 15 a 23 metros. De notar que o Monte Branco é o mais alto pico da
Europa Ocidental. Se se considerar que a Europa se estende até ao Cáucaso,
conforme a visão geopolítica do Conselho da Europa e as definições das
fronteiras dos continentes, aí se encontram oito picos de altitude superior,
sendo o Monte Elbrus, na Rússia, com os seus 5642 m, o mais alto de todos.
Torna-se
um grande alpinista e faz-se amigo dos seus guias de alta montanha dos quais
nos deixa gravuras, como foi o caso com o desenho do reverendo Charles Hudson
ou a gravura do seu guia Christian Almer (1826-1898). Após a escalada das
maiores montanhas dos Alpes Europeus, o homem partiu para as desconhecidas
montanhas dos outros continentes. Assim, em 1889, era escalado o Kilimanjaro,
na África, em 1897 o Aconcágua, na América do Sul, e em 1913 o McKinley, na
América do Norte. O ano de 1936 foi o próximo grande marco para o alpinismo
mundial. Uma expedição britânico-americana conseguiu superar os 7.816m de
altitude do Nanda Devi, a 25ª maior montanha do mundo, situada na Índia. Foi um
êxito sem precedentes, não somente porque se tratava da mais alta montanha
escalada até então, mas porque marcava o início das conquistas realizadas no
Himalaia. O próximo feito histórico foi a escalada do Annapurna, em 1950, no
Nepal, com 8.091m, o primeiro oito mil a ser vencido pelo homem, mas existem
apenas 14 montanhas no mundo com mais de oito mil metros de altitude. Coroando
a época das conquistas, por fim, acontece a mais esperada de todas as
empreitadas.
No
dia 29 de maio de 1953, após 32 anos de tentativas, o homem chega pela primeira
vez aos 8.848 metros do Everest, chamado o Topo do Mundo. Os heróis
deste feito glorioso foram o neozelandês Edmund Hillary e o sherpa indiano Sardar
Tenzing Norgay (1914-1986). Depois de várias tentativas, Norgay conseguiu o
lugar dos primeiros a chegar ao cume do monte Everest, quando da expedição
liderada por John Hunt em 29 de maio de 1953. Edmund Hillary e Tenzing Norgay
foram os primeiros a atingir o pico. Uma vez que não era conhecida a data do
seu nascimento, ele passou a usar a data para celebrar o seu aniversário. Em
1952, Tenzing teria atingido uma altitude jamais alcançada anteriormente, 8 599
m, com a equipe de uma expedição suíça dirigida por Raymond Lambert. Tenzing
tornou-se em seguida responsável pelo treinamento in situ do Himalayan
Montaineering Institute, em Darjeeling. Em 1978 ele fundou a empresa
Tenzing Norgay Adventures, propondo escaladas no Himalaia. Desde 2003, essa
empresa é dirigida pelo filho de Tenzing Norgay e que se chama Jamling Tenzing
Norgay, que também escalou o Everest em 1996 como participantes de uma
expedição britânica.
Assim,
no cantão de Valais, foi editado o primeiro regulamento sobre a profissão de Guia
de Montanha, que iria ser sucedido por numerosos regulamentos e mesmo por
leis cantonais. Fundada em 1906 e composta quase exclusivamente por membros do
cantão de Uri e do cantão de Berna, uma primeira associação de guias suíços foi
substituída em 1929 pela atual Associação Suíça de Guias de Montanha, que, no
entanto, só se viria a desenvolver depois da Segunda Guerra Mundial, sob a
direção de Christian Rubi e dos seus sucessores. Em 1998, contava já com 1300
membros (dos quais 11 mulheres), dos quais metade já exerciam a atividade a
tempo completo. A formação implica uma parte teórica e outra prática, durante
um curso de três anos, tanto no verão como no inverno. Em 2000, a Association
Suisse des Écoles d`Alpinisme, fundada em 1969, reunia 29 centros
repartidos entre Genebra e Pontresina. Os refúgios de montanha são propriedade
do clube alpino do país que por sua vez fazem parte dos Clubes do Arco
Alpino (CAA) que foi fundado a 18 de novembro de 1995 em Schaan no
Liechtenstein.
Em
1387 os magistrados de Lucerna expulsaram o monge Niklaus Bruder e cinco outros
religiosos que haviam tentado subir o Monte Pilatus da região. O alpinismo
moderno nasceu em 8 de agosto de 1786, quando dois franceses, o médico Michel
Paccard e o cristaleiro Jacques Balmat, motivados por um prêmio oferecido por
Horace-Bénédict de Saussure, venceram os 4810 m do Monte Branco, na fronteira
entre França e Itália. No século XVI a nova percepção do mundo devido ao humanismo,
abriu as portas aos primeiros esboços do alpinismo. Foi em 1518 que se fez a
primeira ascensão do Monte Pilatus (Lucerna). Konrad Gessner exaltava as
montanhas helvéticas. Em 1723, Johann Jakob Scheuchzer relata minuciosamente os
Itinera per Helvetiae alpinas regiones de 1702 a 1711. A Schesaplana
Bergreis, de Nicolin Sererhard publicada cerca de 1730 passa por ser o mais
antigo texto de uma excursão através dos Alpes Orientais. Laurent Joseph
Murith, botânico e prior do Grand Saint Bernard, foi o primeiro a subir o Monte
Vélan em 1779. Geógrafo, botânico e geólogo, o padre Placidus Spescha, do
convento de Disentis, é o primeiro a atingir o Rheinwaldhorn durante um passeio
na natureza em 1789.
Neste
aspecto o Schesaplana está situado com uma altura de 2.965 m acima do nível do
mar. Seu nome é composto por “Saxa” e “plana” (Schrofen, a planta, reta
é). Outros nomes usados anteriormente foram “Sergia – plana” e “Scaessa
Planna”. A fronteira estadual entre o estado austríaco de Vorarlberg e o cantão
suíço de Graubünden passa por seu cume. O Glaciar Brandner está localizado na
encosta norte e o Lünersee está localizado no sopé leste, com uma área de 1,6
quilômetros quadrados, quando o nível da água está cheio, um dos maiores lagos
de montanha de Vorarlberg. Com profundidade de aproximadamente 139 m, com
represamento total, é também o lago de montanha mais profundo do estado. Alguns
autores dataram a primeira ascensão documentada do Schesaplana em 1610. Por
exemplo, o líder do Alpine Club de Walther Flaig relata uma subida em 24 de
agosto de 1610. Diz-se que isso ocorreu pelo meirinho de Bludenz David Pappus
von Tratzberg com dois guias como parte da inspeção de fronteira dos
Senhores de Bludenz e Sonnenberg. De uma
perspectiva histórica, entretanto, este aspecto etnográfico, comparativamene é
insustentável com base nos registros contemporâneos.
No
Urbar, um município da Alemanha localizado no distrito de Rhein-Hunsrück,
estado da Renânia-Palatinado, uma documentação de 1620 dos senhores Bludenz e
Sonnenberg, o capitão David von Pappus descreveu várias de suas viagens
oficiais às montanhas para explorar as fronteiras, bem como as possibilidades
de defesa no caso de um ataque dos atuais Graubünden. Consequentemente,
ele e seus companheiros ascenderam dos Vandans através do Rellstal e sobre os
Alpes Salonia/Zaluanda até o Portão Suíço em 24 de agosto de 1610, de onde
poderiam dar uma primeira olhada na fronteira. A outra rota passava pelo
Verajoch (2. 330 metros) para a área
entre Cavalljoch e Lünersee, onde este jugo localizado na fronteira também foi
visitado. Em seguida, eles exploraram dois caminhos de Totalp a Prättigau e
finalmente visitaram “a geleira alta em Brann”. Isso não significava a geleira
Brandner ou o cume Schesaplana, mas a cordilheira Schesaplana como um todo. O
grupo deu meia volta na área da Totalp e não chegou nem ao Glaciar Brandner nem
ao Schesaplana. Uma subida não teria sido necessária para completar a tarefa de
Pappus. A descida ocorreu no mesmo dia, com a ajuda de um pastor que teria
trilhado o trajeto aberto de uma trilha do Lünersee sobre o Lünerkrinne (2. 155 metros) até o Alpe Lün, onde o caminho desce
para o Rellstal, considerado na neve fresca.
Dado
que a neve fresca do verão já se encontrava em alturas de cerca de ou pouco
mais de 2.000 metros, uma ascensão Schesaplana no início do século XVII dentro
de um dia de Vandans (648 metros) como ponto de partida, e também com o desvio
via Verajoch, dificilmente parece possível. A primeira escalada documentada do
Schesaplana foi realizada pelo pastor Prättigau Nicolin Sererhard com dois
companheiros na década de 1730. Ele descreveu seu “arroz de montanha
Schaschaplana” em seu trabalho de história regional Einfalte Delineation of
all community of common three leagues in 1742 detalhadamente. Os três
cruzaram o Schesaplana de Seewis para Brand. A subida conduziu ao Schafloch e
ao Glaciar Brandner, a descida ao Totalp e ao Lünersee. A descida posterior
levou ao longo do Lünerseealpe e Cavelljoch. A próxima ascensão tradicional em 1790
foi a do Barão Bludenz Franz Ludwig von Sternbach e o caçador de Brandner Josef
Sugg, que é considerada a primeira ascensão de Brand. Em 1793, o político
Graubünden Jakob Ulrich Sprecher von Bernegg, o aristocrata e poeta Johann
Gaudenz von Salis-Seewis, os pastores Luzius Pol von Fläsch e Jakob Valentin
von Jenins, bem como duas outras pessoas, escalaram o Schesaplana por uma rota
semelhante a Sererhard. Luzius Pol von Fläsch escalou o Schesaplana novamente
sozinho em 1809. Outro relatório de ascensão de Carl Ulysses von
Salis-Marschlins é datado de 1811.
Na
década de 1850 havia “uma espécie de viagem escolar” quando os padres jesuítas
do Colégio Stella Matutina de Feldkirch, fundado em 1856, escalaram com vários
de seus alunos até o cume, onde teriam ficado completamente exaustos. No início
de 1885, a primeira subida de inverno sem esquis foi feita pelo suábio Theodor
von Wundt com um companheiro de Brand. No dia de Ano Novo de 1900, Victor Sohm,
Josef Ostler e Hermann Hartmann chegaram ao Schesaplana em esquis. Esta foi uma
das primeiras excursões de esqui a um pico alto nos Alpes Orientais. O Vale
Brandner, outrora povoado por Walsers, foi bastante remoto durante séculos. Os
poucos montanhistas ativos na região de Schesaplana dependiam (naquela época) de
cabanas de pastores primitivos, por exemplo, Lünersee, Schattenlagant ou
Oberzalimalpe, ou ficavam no pastor Georg Tiefenthaler, também amigo do
montanhismo, em seu escritório antes da abertura do Lünerseehütte. A primeira
escalada do Piz Buin por Johann Jakob Weilenmann e outros em 1865 popularizou o
montanhismo em Vorarlberg. Então, por iniciativa de G. Tiefenthaler, que trabalhe
na década de 1860 para tornar mais fácil caminhar sobre o temido e antes
evitado “Passo do Mal”, que supera o degrau de rocha entre o vale superior de
Brandner e o Lünersee - agora também atravessado pelo cabo carro ferroviário.
O
comissionamento da linha ferroviária do Vale do Reno a Bludenz em 1872 com altitude
da estação ferroviária de Bludenz aproximadamente de 560 m e o túnel
ferroviário de Arlberg (1884) tornaram a viagem ao Vale Brandner muito mais
fácil. Anteriormente, em 1852, Weilenmann havia caminhado 60 km de St. Gallen a
Brand em um dia, escalado a Schesaplana no dia seguinte e retornado a St.
Gallen a pé no terceiro dia. O sistema de transporte e comunicação dentro do
vale permaneceu relativamente atrasado. Só em 1930 foi inaugurada uma rua, o
que permitiu também a abertura de uma linha de autocarros para Brand (1. 037 metros). Enquanto isso, a Associação Alpina
Austríaca (OeAV) abriu uma das primeiras cabanas da Associação Alpina na
península que se projetava para o Lünersee em junho de 1871, a Lünerseehütte,
construída de acordo com os planos do industrial de Vorarlberg e montanhista de
ascendência escocesa, John Sholto Douglass. Após a morte de Douglass, foi
nomeado em sua homenagem a partir de 1874. Uma avalanche destruiu o prédio no
inverno de 1876/77. Após a reconstrução em 1877, adaptada tecnicamente ao risco
de avalanches, durante as quais a cabana já foi ampliada, sofreram novas
ampliações no final do século XIX devido ao aumento do número de visitantes. O “turismo
pesado” que já era praticado em 1886, quando eram processados com explosivos
para dar lugar aos numerosos visitantes do cume de Schesaplana.
Em
1889 já havia dez guias de montanha em Brand. Em 1890, os irmãos Nenzing Küng
construíram o Strausssteig, que recebeu o nome do presidente da seção do Clube
Alpino Constance. Wilhelm Strauss sugeriu a construção deste caminho e apoiou-o
com uma generosa doação. A seção do Bludenz Alpine Club estabeleceu o
Schattenlaganthütte (1483 metros ) no vale
Brandner superior em 1897 , e o SAC inaugurou o Schesaplanahaus (1908 metros) em 1898. Já em 1900, o oftalmologista e
alpinista Bregenz Karl Blodig (1856–1953) comentou sobre o desenvolvimento do
Schesaplana: “nenhum outro pico da mesma altura nos Alpes será tão agradável e
seguro”. Além disso, em 1903-04, uma empresa tirolesa construiu o Leibersteig,
em homenagem a um ex-presidente da seção de Estrasburgo, Adolf Leiber, em
preparação para a construção do “Straßburger Hütte”. Explosivos também foram
usados. Em 14 de agosto de 1905, o trecho de Estrasburgo inaugurou a cabana
localizada no extremo norte do Glaciar Brandner a uma altitude de 2. 679 metros. Como a subida de Brand através do
Zalimtal e sobre o Leibersteig leva 5½ a 6 horas, a decisão espontânea foi
feita para fazer a metade do caminho em 1889.
O Zalimhütte superior, também denominado Georg-Orth-Hütte, que entrou em operação no mesmo dia, deveria ser construído. Como resultado da 1ª guerra mundial, ou chamada “grande guerra”, entre 1914 e 1918, a seção de Estrasburgo foi dissolvida em 1919. A seção de Mannheim adquiriu o Straßburger Hütte e Oberzalimhütte em 1920, renomeou o primeiro para Mannheimer Hütte e opera ambas as casas. Em 1930, o ano em que o novo caminho para a marca foi aberto, a Douglasshütte foi expandida novamente. De acordo com uma reportagem de jornal, um total de 1.000 pessoas estavam no Schesaplana em 14 e 15 de agosto de 1932. Após a 2ª guerra mundial, entre 1939 e 1945, a empresa de eletricidade “Vorarlberger Illwerke AG” construiu uma barragem no lado norte do Lünersee para “aumentar consideravelmente a capacidade do que já foi o maior lago natural de alta montanha dos Alpes Orientais”. Para isso, eles construíram um teleférico de obras desde a cabeceira do Vale Brandner (1. 565 metros) até o Seebord, a barra de pedra que faz fronteira com o Lünersee ao norte. Uma vez que as inundações do Douglasshütte eram esperadas quando o primeiro represamento completo em 1959, ele foi demolido com antecedência e um edifício de substituição maior, o atual Douglasshütte, foi construído em um local à prova de avalanche diretamente na estação de montanha (1. 979 metros). Existem atualmente 144 leitos disponíveis lá em 2016. Após a conclusão da barragem, o Illwerke converteu o teleférico em bonde aéreo para o público. Em 1959 foi utilizada pela primeira vez cabine para 30 pessoas, em 1962 para 50 e atualmente para 47 pessoas.
O
trem pode transportar 335 pessoas por hora e direção. Ao final da temporada
operacional de 2015, a ferrovia transportou 9,65 milhões de pessoas. Além
disso, a estação do vale também pode ser alcançada pelo ônibus 81 durante o
horário de funcionamento do teleférico, aproximadamente segunda metade de maio
a aproximadamente meados de outubro. O tempo de caminhada até o Schesaplana foi
reduzido para 3 horas e meia. Finalmente, em 1978/1979, os inquilinos da Totalp
e da Mannheimer Hütte, apoiados pela guarda aduaneira austríaca, que realizaram
os trabalhos de detonação, construíram o Südwandsteig. Para canalizar a água do
Glaciar Brandner para o Lünersee, o Illwerke abriu um túnel através do cume que
desce do Schesaplana para o leste. Os alojamentos edifício construído na
extremidade norte-oriental do Totalp era a estrutura inicial para a corrente “
Totalphütte ” do PES, que tenha sido expandido e reconstruída várias vezes até
à data , que está localizado em uma altitude de 2385 metros na Lünersee - Rota Schesaplana e é
cultivada no verão. A partir daqui o cume pode ser escalado em 2 horas. Junto
com a cabana Schesaplana, há cinco cabanas administradas no verão, das quais se
chega à Schesaplana em um passeio de um dia.
Apropriadamente,
há espaço para algumas dezenas de pessoas ao mesmo tempo sob sua cruz no cume
de 9,5 m de altura. O jovem católico Hörbranz construiu isso em 1949 e arrastou
2 toneladas de material até o cume. Depois que um raio caiu sobre a cruz em
1971, ela a reconstruiu em 1973. Fora do horário de funcionamento do
teleférico, muitas vezes ainda é agradavelmente silencioso na extensa área ao
redor do Lünersee. Na metade do inverno do ano, a estrada de Brand à estação do
vale é fechada ao tráfego geral de veículos e, se as condições forem adequadas,
ela é transformada em uma pista de tobogã. Se as condições de tempo e neve
forem favoráveis, você pode encontrar pelo menos várias dezenas de montanhistas
de inverno na área de Schesaplana nos fins de semana. O Totalphütte oferece um
quarto de inverno com dez camas. A sala de inverno do Douglasshütte foi fechada
depois que o OeAV vendeu a casa para o Illwerke. Os planos para estabelecer uma
área de esqui durante todo o ano no Glaciar Brandner foram abandonados como
resultado de protestos da população, dos clubes alpinos e de relatórios de
impacto ambiental negativo. Mais recentemente, em 1983, o Instituto
Austríaco de Ordenamento do Território certificou o projeto como “tendo
grandes desvantagens para a natureza e classificou-o como não rentável, o que
isolou o fim da área de esqui”.
As
montanhas sempre fizeram parte da história humana por se tratarem de obstáculos
a serem transpostos em viagens, explorações ou migrações. Até à Idade Média, os
homens evitavam os cumes aos quais levantavam rumores e lendas, e em 1387 os
magistrados de Lucerna fecharam o monge Niklaus Bruder e cinco outros
religiosos que haviam tentado subir o Monte Pilatus da região. Em 1492, Antoine
de Ville escalou o Monte Aiguille, na França, apesar das inúmeras superstições
existentes a respeito de seu cume. Em 1744 ocorre a chegada ao cume, chamada
pelos montanhistas de “conquista”, do Monte Titlis, nos Alpes berneses; em
1770, a do Monte Buet, no Maciço do Giffre, Alpes Ocidentais, e em 1779 o Monte
Vélan, nos Alpes Peninos, também é conquistado. O alpinismo moderno, porém,
nasceu em 8 de agosto de 1786, quando dois franceses, o médico Michel Paccard e
o cristaleiro Jacques Balmat, motivados por um prêmio oferecido por
Horace-Bénédict de Saussure, considerado o fundador do alpinismo, venceram os 4
810 metros do Monte Branco, na fronteira entre França e Itália. As cotações são
notas que definem o grau de dificuldade de cada desafio. Os maiores para
alpinismo são as escaladas das montanhas com mais de 8 000 metros de altitude,
todas no Himalaia, e das montanhas mais altas dos Alpes, Pirenéus, Andes e
Montanhas Rochosas, bem como as extensas paredes verticais, como Torres Trango
e Eiger. Há outros desafios importantes, por exemplo, as três grandes vertentes
norte dos Alpes.
Monte Evereste (cume central), Lhotse (à direita) e Makalu (ao longe, à direita). |
O
montanhismo não deve ser assim confundido com o alpinismo que exige boa
condição física, um equipamento de montanha apropriado, uma técnica de
progressão que lhe é própria, e necessita a presença de um guia para escolher o
trajeto e assegurar a cordada. O alpinismo toma uma dimensão importante com os
grandes nomes do alpinismo inglês como Edward Whymper (1840-1911), Albert Frederick
Mummery (1855-1895), Frederick Gardiner (1850-1919), naquilo que ficou reconhecido
como a “idade de ouro do alpinismo”, na passagem do século XIX para XX quando
se verifica uma corrida à conquista de montanhas inexploradas. As mais altas
perspectivas deveriam abrir-se ao alpinismo depois da conquista do Monte Branco
pelo naturalista Horace Bénédict de Saussure (1740-1789) e os seus companheiros
em 1786-1787. Assim, em 1868, os ingleses conquistaram os principais picos do
Cáucaso. Na cordilheira dos Andes, o Chimborazo (6267 metros) foi vencido em
1880, e o Aconcágua (6959 metros) em 1897. Em 1889 foi conquistado o
Kilimanjaro (5895 m), na África, e o Monte McKinley (6194 metros), no Alasca,
em 1913. O Monte Everest, ponto culminante do planeta, com 8848 metros de
altitude, foi finalmente conquistado pelo neozelandês Edmund Hillary e pelo
xerpa, Tenzing Norgay, em 1953, representado pelo povo que habita a região
montanhosa do Himalaia, especialmente a região no Nepal, reconhecido pelas suas
qualidades nativas e pelo trabalho como guias e carregadores de montanha.
A
partir de 1900, o alpinismo começa a desenvolver-se como técnica de desporto de
competição, tendo começado como a escalada chamada de artificial. Wilhelm
Welzenbach (1899-1934) é o primeiro a atacar-se às cascatas de gelo usando crampons
especiais, uma peça formada por um conjunto de picos (pontas) destinados a
serem presos à sola da bota do alpinista ou do escalador para permitir a sua
progressão, é que ele estabelece uma escala de dificuldades no plano abstrato das
vias de ascensão artificiais. Em 1925, escalada a face Norte do Dent d`Hérens,
seguido pelo Fiescherhorn e o Weisshorn entre 1930 e 1933. A ascensão da face
Norte do Cervin em 1931 inaugura a série dos últimos grandes desafios. Em 1938 Anderl
Heckmair e Ludwig Vörg conquistam com Fritz Kasparek (1910-1954) e Heinrich
Harrer (1912-2006) a face Norte do Eiger. Em 1978, a União Internacional das
Associações de Alpinismo junta cinco graus na escala das dificuldades, a
chamada “cotação de montanha”, criadas por Willelm Welzenbach em 1947. Entre
1950 e 1964, “os 8000” do Himalaia foram todos conquistados devido a
verdadeiras expedições. A que foi conduzida pelo suíço Albert Eggler foi a
segunda a atingir o cume do monte Everest, logo depois da expedição de Edmund
Hillary (1919-2008) e Tenzing Norgay (1914-1986) a 29 de maio de 1953, e a
primeira ascensão do Lhotse foi em 1956. É a quarta montanha mais alta do
mundo, possuindo ligação com o monte Everest pela coluna sul. Dada a
proximidade com o Everest, tem um baixo valor de proeminência topográfica (610
metros) e de isolamento topográfico (2, 42 km). Até outubro de 2003 haviam
subido ao topo do Lhotse, a quarta montanha mais alta do mundo, 243 alpinistas,
sendo que 11 de forma letal.
Em
1960, os alpinistas realizaram sob direção de Max Eiselin a primeira expedição do
Dhaulagiri. Depois do tirolês Reinhold Messner e o polaco Jerzy Kukuczka
(1948-1989), o suíço Erhard Loretan (1959-2011) conquista por sua vez os 14
cumes com mais de 8000 metros de altitude. O flanco ocidental do Lhotse é
conhecido como a face de Lhotse. Todos os alpinistas que vão pela coluna sul do
Everest devem escalar esta parede de 1125 metros constituída de gelo glacial. Esta
face levanta-se em declives de 40 e 50 graus com protuberâncias ocasionais de
80 graus. Os primeiros alpinistas a atingirem o seu cume foram os suíços
chefiados por Albert Eggler em 18 de maio de 1956. O primeiro português a
atingir o seu cume foi João Garcia, em 21 de maio de 2005, sem recurso a
oxigénio artificial. A sua equipa também integrava o alpinista português Hélder
Santos, que devido a intoxicação alimentar foi forçado a descer previamente. Em
1978, a União Internacional das Associações de Alpinismo juntou cinco graus à
escala normalizada das dificuldades técnicas criadas por Wilhelm Welzenbach em
1947, e que historicamente na origem de escala numérica só contava seis. A
temporada de escalada ao monte Everest já registrou ao menos onze mortes em
2019. A elevada letalidade verificada nesta temporada não está relacionada
apenas às condições extremas, típicas para uma montanha com mais de 8 mil
metros. A combinação do excesso de alpinistas com o despreparo de boa parte
deles pode dar pistas para tamanha catástrofe de ordem humana sobre desastres
naturais.
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