segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

A Curva Turva do Itaperi - A Política no Campus Universitário da UECE.


                                                                                                      Ubiracy de Souza Braga

             “O simples guarda o enigma do que é grande e permanece”. Martin Heidegger


           
        A designação campus ou cidade universitária acabaram por definir o mesmo espaço com os mesmos objetivos praticados. Cidade Universitária era a aspiração inicial dos campi instalados no Brasil: uma pequena cidade, apartada daquelas que poderíamos chamar de regulares. Esse núcleo teria a capacidade de oferecer ensino, mas também de abrigar centros de pesquisa, acolher alunos e professores, oferecer, enfim, todos os serviços que qualquer cidade estruturada oferece. Os serviços que os campi brasileiros oferecem – mesmo um dos maiores, o da Universidade de São Paulo (USP) são restritos e insuficientes para os seus usuários. Serviços, como transportes públicos, só funcionam com regularidade nos dias úteis e outros comércios necessários à subsistência são raros e na maioria das vezes quase inexistentes. Os campi não são autossuficientes e por duas razões políticas: 1) Dependem  da governabilidade das cidades em que estão localizados; 2) Ipso facto, a cidade universitária politicamente não passa de uma aspiração administrativa que nem sempre se realizou.  Entendemos que Cidade Universitária é uma expressão que designa campi universitários que se caracterizam em grandes complexos arquitetônicos e também urbanísticos, sendo considerada a melhor forma de estruturação de uma Instituição de Ensino Superior (IES), pois devido ao grandioso espaço físico, toda estrutura: unidades acadêmicas, laboratórios, hospitais, campos experimentais, complexo desportivo, estacionamentos e congêneres têm condições de ser instalado em um único espaço, assim como há fácil circulação de todos os tipos de transporte, desde bicicletas até carretas.
        Campus é o conceito mais apropriado. Trata-se de um território fechado, com administração independente e que abriga espaços de ensino, aprendizagem e pesquisa (cf. Pereira, 2017). Reúnem alguns poucos serviços fundamentais tais como: refeitórios, lanchonetes, farmácias, fotocopiadora, papelaria e um conjunto de praticas sociais desportivas para o cotidiano da comunidade. O sonho da cidade universitária autônoma e independente do Estado, no Brasil, ainda é uma imaginária utopia. Por falta de verbas necessárias, este ideal vem sendo postergado e nem sempre concluído. A história social dos diferentes campi universitários, ressalvados alguns aspectos particulares, é muito semelhante. O Estado desapropria ou, às vezes, “ganha” uma determinada área, geralmente distante da cidade por ser menos onerosa. Solicita a contribuição de alguns profissionais para a elaboração de um plano e um projeto arquitetônico. Realiza solenidades, descerra placas e inicia as obras que, normalmente, intermitentes duram pouco tempo. As verbas terminam e a obra do campus permanece inconclusa. Nova administração, novas esperanças, verbas e equipe, geralmente composta por docentes aparentemente titulados: um novo plano é realizado, novas metas são definidas. Realiza-se o que a verba permite. Fim da verba, fim da equipe, do plano e quase sempre das obras.





          O trabalho do conhecimento nem sempre pode ser equilibrado e sereno: ele depende de aventuras espirituais apaixonadas e apaixonantes, capazes de proporcionar “iluminações profanas”, capazes de romper a relação imaginária individual (sonho) e coletiva (os ritos, os mitos, os símbolos), que de algum modo aprisiona a consciência a esmagadora supremacia da continuidade sobre a descontinuidade na compreensão do movimento real. Os indivíduos isolados pela competição desenfreada em seu trabalho, nas cidades, típica da modernidade, não dispõem mais de condições sociais para digerir experiências, á luz de uma sabedoria acumulada pela comunidade, como faz em sua historicidade; são bombardeados por choques que precisam ser assimilados. As velhas e por vezes boas narrativas que pressupunham um intercâmbio vivo entre os membros da coletividade, são substituídas pela miríade de informações circunstanciais de escassíssima durabilidade, superficiais, fugazes, efêmeras, algumas através do jogo sujo na luta pelo poder do cargos. Nessas condições sociais e políticas globais da reprodutibilidade técnica, da produção artística, estética e filosófica, ora com critérios utilitários por certo negativos que resultam na banalização. A história se apresenta a nós quase sempre como um desafio no tempo-de-agora. Lidando com a história, em geral partimos das urgências do presente. Para enfrentarmos os perigos que o tempo-de-agora está nos trazendo, precisamos estar atentos e fortes (sem temos tempo de temer a morte) para a captação dos sinais enviados do passado, pelos rebeldes e lutadores que nos precederam e que podem nos reanimar através das estratégias de saber-poder.
Sociologicamente essa categoria tempo-de-agora, proporciona entendermos ser imprescindível a exposição de algumas notas introdutórias sobre a sua crítica da modernidade, quando em contato com o marxismo, no famoso ensaio: Teses Sobre o Conceito de História, o último redigido pelo autor, em princípios de 1940, Benjamin, influenciado por seus estudos sobre o Romantismo, tentará compreender os efeitos da modernidade sobre a tradição, a experiência coletiva e o sentido da narração. Para a sétima gestão administrativa da Universidade Estadual do Ceará foram nomeados, em 24 de maio de 1996, o professor Dr. Manassés Claudino Fonteles no cargo de Reitor, e o professor MSc. Francisco de Assis Moura Araripe, que assumiu a Vice-Reitoria em 10 de junho de 1996,  nomeados pelo fabuloso governador  Tasso Ribeiro Jereissati (PMDB/PSDB). Reeleito para o terceiro mandato em 1998, tornou-se o segundo político a governar o Estado por três vezes em quase 110 anos de história republicana. Em 22 de maio de 2000, os professores Manassés Claudino Fonteles e Francisco de Assis Moura Araripe assumiram seu segundo reitorado. Em 06 de outubro de 2003 o professor Manassés Fonteles afastou-se e assumiu como reitor o professor Francisco de Assis Moura Araripe, terminando o mandato em 22 de maio de 2004, que comandou no período de 2008 a 2012, e foi concluída pelo atual reitor, professor Dr. José Jackson Coelho Sampaio.
          O nome Itaperi representa a sobrevivência etnológica Tupinambá (cf. Fernandes, 1970) de significado “pequena aldeia no meio da grande floresta”. O bairro é sinônimo de mudanças e crescimento urbano, tendo em torno de 23 mil habitantes, com uma área total de 2.456 km². Reclama atenção pelo mimetismo sociológico de algumas ruas com nomes (cf. Ginzburg; Poni, 1979) que remetem à alguns países tendo como exemplo: Rua Equador, Alemanha, Peru, Austrália, Suécia, entre outros. O Itaperi é ladeado pelos bairros: Maraponga, Parque Dois Irmãos, Serrinha, Parangaba, Passaré e Dendê.  O Itaperi é um dos 19 bairros que fazem parte da Regional IV de Fortaleza. Um bairro que antes oferecia de forma escassa os serviços básicos para a sociedade. Mas conta com bancos, casas lotéricas, Policlínica, Unidade de Pronto Atendimento, 24 horas, ininterruptas, em todos os dias da semana. Com equipe assistencial multiprofissional qualificada e compatível com as necessidades de atendimento de cada localidade, com poucos anos de funcionamento na localidade, escola municipal, creche e também a precária Universidade Estadual do Ceará. O bairro ainda dispõe do juizado especial, da 19ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal da cidade de Fortaleza. A população é beneficiada pela beleza da lagoa que se encontra dentro da universidade, reconhecida pelos moradores como “Lagoa da UECE”.
O Restaurante Universitário (RU) é uma unidade acadêmica de assistência estudantil vinculada a Pró-Reitoria de Políticas Estudantis, tendo como escopo e atividade principal o atendimento à comunidade universitária. Promovendo a manutenção da saúde de seus clientes através do fornecimento de uma alimentação balanceada e diversificada, produzida dentro de um padrão de qualidade, preocupando-se com a diversidade de hábitos alimentares presentes no Ceará. O funcionamento do restaurante na universidade produz impactos sociais e acadêmicos de bem-estar social, ao possibilitar: a) Sobrevivência do estudante na Universidade, sobretudo daqueles oriundos de família de baixa renda (60,24 %) dos alunos da Universidade Estadual do Ceará (UECE) são historicamente de famílias pobres cuja renda econômica situa-se na faixa de menos de 1 a 3 salários mínimos, que dependem do restaurante como condição presencial na Universidade; b) contribui na diminuição dos índices de evasão escolar universitária; c) garantia de alimentação balanceada, de qualidade, em conformidade com parâmetros técnicos de alimentação saudável e das necessidades diárias de reposição alimentar por indivíduos;  d) fortalecimento da comunidade universitária ao funcionar como apoio a intercâmbios acadêmicos de estudantes em âmbitos local, estadual e nacional; e) o campus Itaperi é agregador de sociabilidades e elos da comunidade acadêmica; f) é, também, espaço de estágios e de formação curricular e profissional de estudantes de áreas de conhecimento afins como Nutrição, Educação Física,  Administração etc.; e, g) em suas finalidades de apoiar a permanência na Universidade, concorre, mediatamente, para a qualidade da formação acadêmica e profissional do estudante.
       Metodologicamente não por acaso, Walter Benjamin antevê na interpretação de Alöis Riegl a primeira evidência de que já havia a compreensão de que as profundas transformações em curso pela via da “reprodutibilidade técnica” da humanidade iriam alterar a sua correspondente forma de percepção e, desse modo, condicionaria uma teoria com novas explicações. Para compreender mais profundamente o movimento dialético do real, era preciso participar desse movimento, fazendo-o, e o desafio de fazer a história, de romper a má continuidade constituída pela tirania do “sempre-igual”, é um desafio tanto mais terrível quanto mais insidiosa é a ação corruptora da ideologia, no caso da universidade pública, sobre a nossa consciência. Para ele, o conceito deveria atuar como um mediador na relação entre as ideias e o erro da empiria. A leitura da obra de Riegl teria dado um impulso decisivo à elaboração do conceito de aura de Benjamin. Deve-se considerar que há entre estes dois autores condições s e possibilidades de aproximação e distanciamento. Os valores determinados por Riegl não correspondem aos que foram desenvolvidos por Benjamin. Muito menos os valores representados por Benjamin, em especial o valor de exposição, e mesmo aqueles que se referem a Riegl, com interesse destacado historicamente no “valor estético de antiguidade”.
O bairro é uma porta de entrada e de saída entre espaços qualificados e o espaço quantificado. Ipso facto, a contrapartida desse tipo de imposição é para o usuário a certeza de ser reconhecido e, portanto, considerado afetivamente por seus pares, e fundar assim em benefício próprio, uma relação de forças nas diversas trajetórias que percorre. O bairro é por definição, um domínio do ambiente social, pois constitui para o usuário uma parcela reconhecida do espaço urbano na qual positiva ou negativamente ele se sente reconhecido. Pode-se, apreender o bairro, sociologicamente falando, como esta porção do espaço público em que se insinua um “espaço privado particularizado”, pelo fato do uso cotidiano desse espaço social integrado. A fixidez do habitat dos usuários, o costume da vizinhança, os processos de reconhecimento que se estabelecem á coexistência em um mesmo território urbano, todos esses elementos práticos se nos oferecem como imensos campos de exploração em vista de compreender um pouco melhor esta grande desconhecida que é a nossa vida cotidiana acadêmica.
           O bairro surge como o domínio onde a relação espaço/tempo é a mais favorável para um usuário ordinário que deseja deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é o pedaço da cidade atravessado por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público: é o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência. Diante do conjunto da cidade, atravancado por códigos que o usuário não domina, mas que deve assimilar para poder viver aí, em face de uma configuração dos lugares impostos pelo urbanismo, diante dos desníveis sociais internos ao espaço urbano, o usuário sempre consegue criar para si algum lugar de aconchego, itinerários para o seu uso ou seu prazer, que são as marcas que ele soube, por si mesmo, condicionar ao espaço urbano. Metodologicamente o bairro representa uma noção dinâmica, que necessita de progressiva aprendizagem. Vai progredindo mediante a repetição do engajamento do corpo do usuário no espaço público até exercer uma apropriação. A trivialidade desse processo partilhado, torna inaparente a sua complexidade enquanto prática e a sua urgência para satisfazer o desejo urbano dos usuários da cidade. O reitor da universidade vive em sua incubadora de maldade. Próximo da casta que o elegeu, para lembrarmos de Elias Canetti que afirma: - “Não consigo levar a sério as pessoas com orgulho de casta”, mal consegue discernir a doença de uma mangueira na calçada da Avenida Dr. Silas Munguba, por problemas fitossanitários, porém situada por dentro do gradil do campus.   
O bairro surge como o domínio onde a relação espaço/tempo é a mais favorável para um usuário ordinário que deseja deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é o pedaço da cidade atravessado por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público: é o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência. Diante do conjunto da cidade, atravancado por códigos que o usuário não domina, mas que deve assimilar para poder viver aí, em face de uma configuração dos lugares impostos pelo urbanismo, diante dos desníveis sociais internos ao espaço urbano, o usuário sempre consegue criar para si algum lugar de aconchego, itinerários para o seu uso ou seu prazer, que são as marcas que ele soube, por si mesmo, impor ao espaço urbano. Metodologicamente o bairro representa uma noção dinâmica, que necessita de progressiva aprendizagem. Vai progredindo mediante a repetição do engajamento do corpo do usuário no espaço público até exercer uma apropriação. A trivialidade desse processo, partilhado por cidadãos, torna inaparente a sua complexidade cultural e a sua urgência para satisfazer o desejo urbano dos usuários da cidade.    
 Pelo fato concreto do seu uso habitual, o bairro pode ser considerado como a privatização progressiva do espaço público. O bairro constitui o termo médio de uma dialética existencial entre o dentro e o fora. E é na tensão entre esses dois termos, um dentro e um fora, que vai aos poucos se tornando o prolongamento de um dentro, que se efetua a apropriação do espaço. Um bairro poder-se-ia dizer, é assim uma ampliação do habitáculo; pelo usuário, ele se resume à soma das trajetórias individuais inauguradas a partir do seu local conscrito na origem de sua habitação. Não é propriamente uma superfície urbana transparente para todos ou estatisticamente mensurável, mas antes as condições e possibilidades oferecidas a cada um de inscrever na cidade um sem-número de trajetórias cujo núcleo irredutível continua sendo sempre a esfera do privado.  Existe, além disso, a elucidação de uma analogia formal entre o bairro e a moradia: cada um deles tem, com os limites que lhe são próprios, a mais alta taxa de controle pessoal possível, pois tanto aqueles como esta são os únicos lugares vazios onde, de maneira diferente, se pode fazer aquilo que se quiser. O limite público/privado, que parece ser a estrutura fundadora do bairro para a prática de um usuário, não é apenas separação técnica da divisão do trabalho, mas dialeticamente constitui uma separação que une.
Na gestão anterior da Universidade Estadual do Ceará (Uece), o professor Assis Araripe, inaugurou o Complexo Poliesportivo, com uma área de 24.417,74 m² com  investimentos no valor de R$ 5,10 milhões, recursos oriundos do governo do Estado e próprios da Universidade. Essa é uma das seis obras que o Reitor Assis Araripe entrega à comunidade acadêmica, quando se despede da Administração Superior da Uece, ao completar o período à frente da Reitoria. Professor Araripe canalizou muito de seus esforços para completar todas essas obras, em que está incluído o Ginásio Poliesportivo, que irá beneficiar o Curso de Educação Física, que comemora em 2012, dez anos de existência. Segundo o Reitor Assis Araripe, o Complexo é composto de Ginásio Poliesportivo, piscina olímpica com 50m x 25m, quadra oficial, duas quadras para treinamento, campo de futebol oficial, dois lances de arquibancada, pista de atletismo, vestiário feminino e masculino com adaptação para portador de deficiência física, Academias de Musculação e de Pilates, salas de dança, ginástica, lutas, Laboratórios e Coordenação do Curso contando com secretaria, salas do coordenador, de orientação de monografia, de reunião, dos professores e deposito de material. Com todos esses equipamentos, o Complexo Poliesportivo da Uece tinha como escopo oferecer os seguintes serviços: Academia Popular; Aula de Ginástica Aeróbica; Aula de Natação; Pilates; Escolinha de Futebol, Vôlei e Basquete, através de projetos de Extensão com a Comunidade.
A Administração Superior da Universidade Estadual do Ceará através do reitor professor Francisco de Assis Moura Araripe e do vice-reitor, professor Antonio de Oliveira Gomes Neto, inauguraram duas grandes obras sociais importantes para a comunidade acadêmica e circunvizinha à universidade. Por volta das 16h foi inaugurado o Complexo Poliesportivo da Universidade Estadual do Ceará no Campus do Itaperi, a obra que fica por trás da lagoa possui três quadras poliesportivas, sendo duas para treino e uma para competições oficiais, além de campo de futebol com dimensões oficiais com dois lances de arquibancadas, uma piscina olímpica e uma semiolímpica, academia de musculação e de pilates, vestiários e centro administrativo. A próxima etapa tinha como intenção compor a construção da pista de atletismo profissional, duas quadras de vôlei de areia e uma quadra de futebol de areia e no entorno do complexo a criação de uma concha acústica. Veja o vídeo de Eduardo Ellery, professor de Educação Física que estava no corpo de frente desta obra.
A qualidade de vida no trabalho é um tema recorrente que merece destaque pelo fato de se tratar de questões sociais (interesse) políticas (lutas pelo poder) e afetivas (honra e prestígio)  relacionadas diretamente com a maneira com que os indivíduos conduzem sua forma de vida. A qualidade de vida no trabalho pode ser definida como o conjunto das ações sociais dentro da empresa que envolve a implantação e manutenção de melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho. Representa, portanto, como a gestão e a educação para o bem-estar no trabalho, com decisões e escolhas baseadas na cultura organizacional pluralista e democrática seguindo o estilo de vida dos diferentes segmentos ocupacionais. Apesar de ser uma linha de estudo recente e necessitar de detalhamento de situações concretas para melhor compreensão do tema, a qualidade de vida no ambiente de trabalho é praticamente ignorada na instituição, mas diversas concepções de teorias trouxeram à tona fatores pioneiros para o desenvolvimento da atividade administrativa, em função das condições adequadas de trabalho, incentivos e recompensas salariais oportunas, cuidados com a saúde do trabalhador etc.
O novo Restaurante Universitário (RU) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) foi inaugurado na presença de estudantes, pró-reitores, servidores e funcionários do governo do Estado do Ceará. A cerimônia se deu no ambiente de convivência do Novo RU, quando na ocasião falaram o pró-reitor de Políticas Estudantis, prof. Dr. João Carlos de Holanda Cardoso, que agradeceu o esforço do Departamento de Engenharia e da Sra. Zoraide, funcionária responsável pelo restaurante universitário. Após este momento, o reitor prof. Francisco de Assis Araripe falou sobre a obra e seus processos burocráticos como as licitações, o porte da obra e o comparativo do por que desta ocorrer de forma lenta se comparado a obras da Copa de 2014 quando indagado por um ativo estudante. O reitor também convidou os funcionários e novos contratados para o funcionamento do Restaurante Universitário a se posicionarem na cerimônia e ressaltou a importância dos estudantes na realização desta obra. Posteriormente, o ato simbólico de inauguração foi realizado pelo reitor Francisco de Assis Moura Araripe, Zoraide e pelo presidente do CADM-UECE, Henrique Cabral Moreira, representando a comunidade acadêmica quando convidado pela Administração Superior da Universidade Estadual do Ceará.  
A concepção sociológica de Axel Honneth problematiza a “invisibilidade” como uma patologia social caracterizada por formas intencionais de tornar pessoas invisíveis. De forma semelhante à interpretação da análise através da ideia de alienação/reificação, de Marx à Lukács, a invisibilidade também é tratada de um ponto de vista epistemológico e moral, a partir da teoria do reconhecimento. Um ato de reconhecimento pressupõe dois elementos: 1) uma identificação cognitiva de uma pessoa como dotada de propriedades particulares em uma situação particular, e: 2) a confirmação da cognição da existência da outra pessoa como dotada de características específicas, através de ações, gestos e expressões faciais positivas manifestados por quem a percebe. A invisibilidade, por outro lado, significa mais do que a negação desses dois elementos. Sintetizada em expressões como a de um “olhar através”, ela nega a existência do outro do ponto de vista perceptual, como se ele não estivesse presente no campo de observação da visão de quem olha. Vale lembrar na análise uma distinção muito sofisticada entre “invisibilidade” e “visibilidade”, de modo que, embora ambas as ideias sejam aparentemente espelhadas, elas conteriam em si mecanismos de funcionamento fundamentalmente diferentes.
A relação sociológica de entrada & saída, dentro & fora se imiscui dentre outras relações sociais como casa & trabalho, conhecido & desconhecido e assim por diante, mas representa sempre uma relação social entre uma pessoa e o mundo material e social, condicionado por uma dialética constitutiva da autoconsciência que vai haurir, nesse movimento de ir e vir, de mistura social e de recolhimento íntimo, a certeza de si mesma enquanto imediatamente social. Essa diferença entre a essência e o exemplo, entre a imediatez e a mediação, quem faz não somos nós apenas, mas a encontramos na própria certeza sensível; e deve ser tomada na forma em que nela se encontra, e não como nós acabamos de determina-la. Na certeza sensível, por exemplo, Hegel descreve um momento que é oposto como o essente simples e imediato, ou como a essência da concepção de ciência: o objeto. O outro momento é posto como o inessencial e o mediatizado, momento que nisso não é “em-si”, mas por meio do Outro: o Eu, um saber, que sabe o objeto só porque ele é; saber que pode ser ou não. Mas o objeto é o verdadeiro e a essência: ele é, tanto faz que seja conhecido ou não. Permanece mesmo não sendo conhecido – enquanto o saber não é, se o objeto não souber que pode ser. Trata-se assim da singularidade imediata de apreensão do objeto de pensamento.
         Na universidade o homem de certo modo habita e não habita. Se por habitar entende-se simplesmente uma residência. Quando se fala em habitar, representa-se costumeiramente um comportamento que o homem cumpre e realiza em meio a vários outros modos de comportamento. Não habitamos simplesmente, mas segundo Heidegger (2006), construir significa originariamente habitar. E a antiga palavra construir (“bauen”) diz que “o homem é à medida que habita”. Mais que isso, significa ao mesmo tempo: proteger e cultivar, a saber, cultivar o campo, cultivar a vinha. Construir significa cuidar do crescimento que, por si mesmo, dá tempo aos seus frutos. No sentido de proteger e cultivar, construir não é o mesmo que produzir. Em oposição ao cultivo, construir diz edificar. Ambos os modos de construir – construir como cultivar, em latim, colere, cultura, e construir como edificar construções, aedificare – estão contidos no sentido próprio de bauen, de habitar, ou construir, permanece, para a experiência cotidiana do homem. Aquilo que desde sempre é, como a linguagem diz de forma tão exclusiva e bela, “habitual”. Isto esclarece porque acontece um “construir por detrás dos múltiplos modos de habitar, por detrás das atividades de cultivo e edificação”. O sentido próprio de construir, a saber, habitar, cai no esquecimento. Em que medida construir pertence ao habitar? Apenas quando construir e pensar são indispensáveis para habitá-lo.
Ambos são, no entanto, insuficientes para habitá-lo se cada um se mantiver isolado, distantes, cuidando do que é seu ao invés de escutar um ao outro. Ipso facto construir e pensar pertence ao habitar. Permanecem em seus limites. Quando aprendemos a pensar que tanto um como outro, provém da obra de longa experiência de um exercício incessante, crítico e independente de pensar. A cultura intelectual, portanto, em sentido próprio, refere-se a cada pessoa humana em particular e como um todo irredutível. Somos um ersatz: a cultura social é subsidiária da cultura intelectual, já que a sociedade existe para o homem e não o homem para a sociedade do trabalho. Embora seja esta uma condição indispensável para a realização daquele. Não há cultura intelectual liberta sem cultura social organizada, sem um Departamento de Comunicação e Artes, sem a criação de um curso de graduação e pós-graduação em Comunicação Social & Cinema, e, além disso, absorvendo a Prefeitura do campus e a Editora Universitária. A cultura intelectual representa a passagem do domínio e controle da informação da nossa individualidade total. Pela informação recebemos de fora e de bom grado, os elementos que vão permitir a eclosão de nossas possibilidades naturais. É a função da formação hermenêutica quando aglutinamos e assimilamos esses elementos exteriores, de tipo variado ou mesmo dialético, reduzindo-os a uma unidade irredutível e elaborando a nossa personalidade. Essa personalidade se projeta para fora no sentido da atividade de comunicação e de criação, que vai por sua vez fecundar a coletividade. 
Bibliografia geral consultada.

FERNANDES, Florestan, A Função Social da Guerra na Sociedade Tupinambá. 2ª edição. São Paulo: Livraria Pioneira Editora; Editora da Universidade de São Paulo, 1970; FOUCAULT, Michel, Ceci n`est pas un pipe. Paris: Éditions Fata Morgana, 1973; GINZBURG, Carlo; PONI, Carlo, “Il Nome e il Come: Scambi Ineguale e Mercato Storiografico. In: Quaderni Storici, n 40, 1979; OLIVEIRA, João Lúcio Farias de, Resistindo, Conciliando e Vivendo: O Quotidiano dos Moradores da Perferia de Fortaleza. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 1997; GERVAIS, Fernando; LOIOLA, Francisco Antonio, Cognição Situada e a Formação Prática para o Ensino. In: Educação em Debate. Fortaleza, nº 39, pp. 15-25, 2000; CAMPOS, Geórgia Cristina Roveda, Análise do Espaço Físico de um Campus Universitário sob a Perspectiva do Usuário. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2003; KÜHL, Beatriz Mugayar, História e Ética na Conservação e na Restauração de Monumentos Históricos. In: Revista Centro de Preservação da Cultura, Volume 1,  1, pp. 16-40, 2006; MAFFESOLI, Michel, Homo Eroticus: Des Communios Émotionelles. Paris: Centre National de la Recherche Scientifique - CNRS Éditions, 2012; SERPA, Fátima, “Uece Inaugura Centro Poliesportivo e Restaurante Universitário”. Disponível em: https://www.casacivil.ce.gov.br/2012/05/21/; COSTA, André Oliveira, Sujeito < > Cultura. Uma Relação com Efeitos de Transmissão. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação  em Educação. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2014; LIMA, Marteana Ferreira de, A Alienação em Lukács: Fundamentos para o Entendimento do Complexo da Educação. Tese de Doutorado.  Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2014; GREGORI, Maria Filomena, Prazeres Perigosos: Erotismo, Gênero e Limites da Sexualidade. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2016; PEREIRA, Fúlvio Teixeira de Barros, Exporting Progress: Os Norte-Americanos e o Planejamento do Campus no Brasil. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2017; ENGERROFF, Ana Martina Baron, A Sociologia do Ensino Médio: A Produção de Sentido para a Disciplina através dos Livros Didáticos. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2017; entre outros.

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