Ubiracy de Souza Braga
“Em um sistema acadêmico consistente, citar deve ser um prazer e um orgulho”. Roberto DaMatta
Roberto
Augusto DaMatta nasceu em Niterói, em 29 de julho de 1936. É um antropólogo,
conferencista, consultor, colunista de jornal e produtor brasileiro de TV. É
Professor Titular de Antropologia Social do Departamento de Ciências Sociais da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Professor Emérito da
Universidade de Notre Dame, ocupando a Cátedra Reverendo Edmund P. Joyce de
Antropologia da Universidade de Notre Dame, em Indiana, Estados Unidos da América.
Escreveu ensaios sobre duas sociedades tribais do Brasil: os Gaviões do
Estado do Pará e os Apinayé, do atual Estado do Tocantins. Em 2001,
recebeu a Ordem do Mérito. DaMatta realizou pesquisas etnológicas entre os
índios Gaviões e Apinayé. Foi pioneiro nos estudos comparados de rituais e festivais em
sociedades contemporâneas industriais, tendo investigado o Brasil como sociedade e sistema
cultural urbano por meio do carnaval, do futebol, da música, da comida, da cidadania,
da mulher, da morte, do jogo do bicho e das categorias de tempo e espaço.
Considerado
um dos grandes nomes das Ciências Sociais no país, é autor de diversas obras de
referência no âmbito da Antropologia, Sociologia e Ciência Política, como Carnavais,
Malandros e Heróis, A Casa e a Rua ou O que Faz o Brasil, Brasil?
Em 1974, Oswaldo Caldeira realizou para o Ministério da Educação e Cultura, com
finalidades didáticas, o documentário de média metragem Aukê. O filme é
uma aula de Antropologia, baseada em um estudo realizado em 1970 por Roberto DaMatta
chamado Mito e Anti-mito entre os Timbira, que narra o surgimento do “homem
branco” do ponto de vista indígena. O próprio Roberto DaMatta apresenta e
explica seu trabalho no decorrer do filme, que foi selecionado e exibido no
Festival de Brasília de 1975. Foi o primeiro convidado do programa Manhattan
Connection, criado pelo jornalista Lucas Mendes. Em 2013, esteve no
programa para comemorar os vinte anos de sucesso internacional. No ano de 2017,
recebeu duas medalhas: A Medalha Marechal Trompowsky, pelos relevantes
serviços prestados à educação no âmbito militar e A Medalha de Comendador,
da Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho. Em
1889, Trompowsky ocupa a Cátedra da primeira cadeira da Escola Militar. Como
fora ligado à corte de D. Pedro II, pediu demissão da cátedra em razão de
eventos ocorridos na escola após a proclamação. Foi ele quem levou
ao Imperador a exposição de motivos, redigidos por Deodoro da Fonseca, do
levante republicano e o pedido de que a família imperial deixasse o país.
Plágio
do Grego plágos, oblíquo, atravessado, pelo Latim plagium, roubo. O étimo de “plágio” e “plagiário” remete
ao Latim plaga, chaga, ferida, mesma origem da palavra praga, vista pela troca linguística do encontro “pl” por “pr”. Está na origem do vocábulo o significado de “desvio”,
de sentido de “atravessador” para aquele que, não produzindo, nem comprando a
mercadoria, apenas intermedia como negócio no mercado. Ainda na Roma antiga, cometia “plágio” quem roubava as mercadorias chamadas “escravos” dos outros que
as possuíam, ou, contrariamente, vendia “homens livres” como escravos com
significado análogo. O plágio refere-se à assinatura
ou representação (cf. Santaella, 1992) de uma obra
etnográfica intelectual de qualquer natureza: texto, música, obra pictórica, fotografia,
obra audiovisual, etc. contendo partes de uma obra que pertença à outra pessoa “sem
colocar os créditos para o autor original”. No ato corrente de plágio, o plagiador intencionalmente
apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo de forma pública a
autoria.
O
conceito de plágio ainda é bastante difuso para cientistas e pesquisadores de vários países.
Na verdade, não só o conceito como também as relações de produção que se estabelecem com
tal prática social decorrem de um “viés cultural importante”. A abordagem do plágio é
permeada pelo conceito de autoria e da ideia de propriedade intelectual
constitutiva das ciências exatas. Sendo assim, não se pode negar que culturas
que legitimam a condenação da cópia de textos e ideias de outrem sem a devida
citação, legitimam a propriedade intelectual do autor, ou seja, a originalidade.
De acordo com Ben Edlund, “em países de língua inglesa, as pessoas acreditam
que ideias e expressões escritas podem ser possuídas”. Quando um autor escreve
uma determinada sequência de palavras ou frases expressando uma determinada ideia,
esse autor, de fato, é dono de tais construções e ideias. A utilização de tais
palavras sem a devida atribuição ao autor se configura roubo ou desvio de propriedade intelectual.
As invenções com finalidade industrial, marcas, patentes e outros sinais distintivos da ciência e da técnica são protegidos pela propriedade industrial já as criações literárias e artísticas são protegias pelos direitos autorais. A propriedade industrial garante o direito de exploração do objeto protegido com exclusividade, proporcionando meios para buscar a recompensa pelo esforço inovador (horas trabalhadas, recursos financeiros em pesquisa e desenvolvimento, etc.). Ou seja, com o direito de exclusividade, os titulares de propriedade industrial podem impedir que terceiros explorem economicamente o objeto da proteção. O titular de uma patente pode impedir que um concorrente venda um produto idêntico ao seu, com a mesma tecnologia. O titular de uma marca pode impedir que um concorrente ofereça a venda um produto com marca idêntica ou similar à sua. A propriedade industrial é um meio para incentivar inovações e criar condições favoráveispara o desenvolvimento de novos produtos e tecnologias. Por isso, é importante entender como funciona e de que forma a legislação de propriedade industrial pode preservar uma criação sua ou da sua empresa.
O
conceito de propriedade intelectual surgiu no século XV, na República de
Veneza, quando o governo da região criou uma lei para proteger os inventores
das artes e das ciências. Propriedade Intelectual é o conceito relacionado com
a proteção legal e reconhecimento de autoria de obra de produção intelectual,
tais como invenções, patentes, marcas, desenhos industriais, indicações
geográficas e criações artísticas e garante ao autor o direito, por um
determinado período, de explorar economicamente sua própria criação. Em 1967,
foi criada a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) para
promover, por meio da cooperação internacional, a criação, disseminação, uso e
proteção de obras da mente humana para o progresso econômico, cultural e
social. Criada em 1967, é uma das 16 agências especializadas da Organização das Nações Unidas e tem por
propósito a promoção da proteção da propriedade intelectual ao redor do mundo
através da cooperação entre Estados. O atual Diretor-Geral da OMPI é o
australiano Francis Gurry. Atualmente, é composta de 187 Estados-membros e
administra 27 tratados internacionais, o mais recente dos quais é o Tratado de
Marraquexe, que visa a impor limitações e exceções aos direitos autorais sobre
livros em benefícios de pessoas cegas e deficientes visuais, permitindo-lhes um
acesso sem fronteira aos livros. A norma que reúne os direitos e obrigações é a
Lei 9.279/96. O responsável pela concessão de direitos de propriedade
industrial foi criado em 1970, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial
(INPI).
Plágio
não é o mesmo que paródia. Nesta, comparativamente, há uma intenção clara de
homenagem, crítica ou de sátira, tendo em vista que não existe a intenção de enganar o leitor ou o
espectador quanto à identidade do autor da obra. Para evitar acusação de plágio
quando se utilizar parte de uma obra intelectual na criação de uma nova
argumentação recomenda-se parafrasear o texto da fonte consultada e colocar
sempre créditos completos para o autor, como é praxe referendar na bibliografia, seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, órgão responsável pela normalização técnica no Brasil,
especialmente no caso de trabalhos acadêmicos onde normalmente se utiliza a
citação bibliográfica. Trata-se de entidade privada, sem fins lucrativos e de
utilidade pública, criada em 1940. É membro fundador da Organização
Internacional para Padronização, da Comissão Pan-americana de Normas Técnicas e
da Associação Mercosul de Normalização. Em
1996, a Science divulgou que três
casos de plágio envolvendo cientistas chineses levaram a uma discussão nacional
sobre esse tipo de conduta.. A Academia Chinesa de Ciências, engajada na
discussão ética e política, introduziu o “On being a scientist”, lançado em 1989 pela Academia Nacional
de Ciências dos Estados Unidos da América, entre os professores e pesquisadores chineses. Foi
elaborado para complementar as lições informais de ética fornecidas por
supervisores e mentores de pesquisa em universidades e empresas. O livro
procura descrever e explicar os fundamentos éticos das práticas científicas e
algumas das questões pessoais e profissionais que os pesquisadores encontram em
seu cotidiano de trabalho.
O objetivo seria reduzir
a incidência de fraudes, incluindo o plágio, entre os pesquisadores. Medidas
educacionais contra o plágio e outras formas de má conduta se tornaram uma das
prioridades no ambiente acadêmico daquele país. Num editorial sobre o plágio
(1996), Carlos Coimbra, editor de Cadernos
de Saúde Pública, declara
sociologicamente que “no Brasil pouco se fala sobre plágio em ciência. Isto certamente decorre
menos da ausência do problema no país do que da falta de iniciativas para
aprofundar essa discussão”. Do ponto de vista técnico-metodológico entre
os usos e abusos sobre a excessiva referência ao vocábulo constam: a) o autoplágio
consiste na apresentação total ou parcial de textos já publicados pelo mesmo autor, sem as devidas referências
aos trabalhos anteriores, tendo em vista as diversas formas de citação; b) de sentido conceitual quando a utilização da
essência da obra do autor expressa de forma distinta da original, não se apresentando em seus detalhes ; c) o plágio parcial é a “colagem” resultante da
seleção excessiva de parágrafos ou frases de um ou diversos autores, sem menção às obras consultadas pelo pesquisador; d) plágio conceitual
refere-se à utilização da essência da obra do autor expressa de forma distinta
da original. Finalmente, não queremos perder de vista a ocorrência do chamado plágio direto ou plágio integral, que consiste em dado momento em “copiar
uma fonte palavra por palavra sem indicar que é uma citação e sem fazer
referência ao autor”.
Neste sentido temos de levar em conta quanto ao estilo, que o próprio Marx submetera vários capítulos a uma cuidadosa revisão, que, juntamente com frequentes indicações transmitidas oralmente, segundo Engels “forneceram-me a medida até onde eu poderia ir na supressão de termos técnicos ingleses e outros anglicismos”. Além disso, vale lembrar "uma última palavra sobre o método, pouco compreendido, que Marx emprega na realização das citações. Quando se trata de dados e descrições factuais, as citações - como, as dos Livros Azuis ingleses, servem evidentemente como simples referências comprobatórias. O mesmo não ocorre quando são citadas teorias de outros economistas. Nesse caso, a única finalidade da citação é a de estabelecer onde, quando e por quem foi enunciado claramente, pela primeira vez, um pensamento econômico, mencionado no decorrer da exposição. Mas o fato de ser citado não implica de modo algum que esse enunciado tenha valor absoluto ou relativo do ponto de vista do autor, ou que já encontre historicamente ultrapassado. Tais citações, pois, não constituem mais do que um comentário ao texto, tomado da história da ciência econômica, e registram cada um dos progressos mais importantes da teoria econômica, de acordo com a data e o autor. E isso era muito necessário numa ciência cujos historiadores se destacam apenas pela ignorância tendenciosa, quase digna de arrivistas. No caso da historiografia brasileira é impressionante a ignorância simbólica que ocorre em relação a Francisco Adolfo de Varnhagen em sua obra História Geral do Brasil. Antes da sua Separação e Independência de Portugal (São Paulo, 1962).
Compreender-se-á por que Marx, em sintonia com o posfácio da segunda edição, d`O Capital (2013) apenas excepcionalmente cita economistas alemães. Ipso facto, metodologicamente Marx afirma em seu ensaio preparatório de 1859, que todo começo em ciência é difícil (cf. Engels, 2013: 98-99). Na
literatura científica a editora brasileira Martin Claret vem tem sido atingida
por diversas acusações de plágio provenientes do mercado literário de traduções. Em 2000, respondeu
a uma intimação judicial da editora Companhia das Letras, reconhecendo posteriormente
ter usado uma parte das traduções de Modesto Carone para três novelas de Franz
Kafka: A Metamorfose, Um Artista da Fome e Carta ao Pai. A obra A
República, de Platão, tinha a tradução assinada por Pietro Nassetti, mas na
verdade o texto é uma adaptação com pequenas mudanças da tradução de Maria
Helena da Rocha Pereira, considerada uma das maiores especialistas portuguesas em estudos sobre a Grécia
Antiga. O editor Martin Claret, admitiu que sua edição de A República, é
plágio da edição da Fundação Calouste Gulbenkian. Há suspeita de que alguns
livros da editora usem traduções plagiadas. O caso é similar com o plágio
ocorrido com as traduções publicadas pela Editora Nova Cultural.
Uma
avaliadora do Ministério da Educação teve seu diploma de doutora, obtido na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cassado pelo conselho da universidade
federal mineira por plágio. O título de Scarlet Yone O`Hara,
professora-associada na Universidade Federal do Pará (UFPA), foi obtido em 2004
e cassado na reunião do Conselho no dia 13 de outubro. A aluna, segundo a Universidade Federal de Minas,
já foi notificada. A decisão da UFMG foi publicada no boletim oficial da
instituição de ensino. A tese plagiada tem o seguinte título: A Mitopoética Marajoara na Construção do Imaginário Amazônico. A investigação foi aberta em
setembro de 2010, baseada na denúncia feita pela autora do trabalho plagiado.
Uma comissão de sindicância formada por professores da Faculdade de Letras
investigou a denúncia e, em seguida, o caso passou pela análise da Congregação,
Câmara de Pós-graduação da Faculdade de Letras e pelo Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão. - “A materialidade é indiscutível. Após ampla e
exauriente instrução, restou provado neste processo, de forma inconteste, a
existência do plágio de que foi acusada Scarlet Yone O´Hara”, conclui o Parecer
da Comissão de Legislação que embasou a decisão punitiva do Conselho
Universitário.
A
Comissão acrescenta que a própria autora da tese “não apresentou nenhuma
justificativa excludente do ilícito de propriedade autoral por ela praticado.
Pelo contrário, confessa expressamente a cópia realizada sem a citação da fonte”. No Parecer, também é citado trecho da análise feita pela comissão de
sindicância que concluiu pela existência de plágio, uma vez que o texto da tese
inclui “várias passagens integralmente copiadas ou ligeiramente modificadas”,
sem citação da referência da fonte de consulta e/ou pesquisa. De acordo com o Parecer
da Comissão de Legislação do Conselho Universitário, a medida se sustenta em
“farto material probatório, está revestida de legitimidade e confere segurança
à comunidade acadêmica para ratificar o veredito, pois, além de combater a
fraude acadêmica, cumpre-se pedagógica no sentido de dar amplo conhecimento de
que a improbidade intelectual é inadmissível no ambiente universitário e deve
ser severamente repudiada”. No
âmbito da esfera política o Presidente da Rússia Vladimir Putin é acusado de
ter copiado quase literal a maioria do texto da sua dissertação do livro Strategic Planning and Policy, de autoria de William R. King e David I.
Cleland, professores da Universidade de Pittsburgh, publicado em 1978.
Stephen
E. Ambrose, escritor norte-americano e biógrafo dos presidentes dos Estados
Unidos da América (EUA) Dwight D. Eisenhower e Richard Nixon, copiou em muitas das suas obras
passagens completas de outros autores. A tese de doutorado da política alemã
Silvana Koch-Mehrin, defendida em 2001 com o título: Historical Currency Unions
between Economy and Politics, foi analisada usando o “crowdsourcing”, sendo ela
acusada literalmente de plágio. Como consequência, em 11 de maio de 2011 ela renunciou ao
cargo de presidente do Partido Democrático Liberal (FDP) no Parlamento Europeu e de vice-presidente do
Parlamento Europeu, alegando querer encerrar a crise que o inquérito trouxe à
sua família. Ela permanece membro do Parlamento Europeu, e continuou a usar o
título de doutor. Em 15 de junho de 2011 a Universidade de Heidelberg rescindiu
oficialmente seu título de doutorado, “devido a plágio considerado descarado”. Em
3 de dezembro de 2008, a música “Still Got the Blues” do álbum homônimo de Gary
Moore lançado em 1990 foi declarado plágio de uma canção desconhecida (ao menos
fora da Alemanha) publicada em 1974 chamada “Nordrach”, da banda alemã Jud’s
Gallery pelo Tribunal Regional de Justiça
(Landgericht) de Munique. Gary negou
conhecer a música, alegando que esta era indisponível em gravações ou CD na
época em que ele gravou o álbum.
A corte reconheceu que não havia evidência de
que o solo de guitarra havia sido copiado de “Nordrach”, mas uma violação de copyright independe da qualificação do
furto. O político alemão Karl-Theodor zu Guttenberg, então ministro da Defesa
da Alemanha, foi acusado em fevereiro de 2011 de plágio e a partir da sanção jurídica “ficou sem o seu título
de doutor em Direito”. Ele havia obtido o título em 2007. A sanção jurídica é o nosso meio competente estabelecido pelas normas jurídicas para forçar seus violadores (possíveis ou prováveis) a cumprir o que eles mandam, ou a reparar o mal cusado pela violação, ou a se submeter às penas legais. A Universidade de
Bayreuth retirou de Karl-Theodor zu Guttenberg o título do doutorado em 22 de
fevereiro de 2011. Isto valeu a ele pelo menos duas queixas na justiça, o apelido
e a dramatis personae: “Barão copia-cola” e “Barão von Googleberg”. Em 1° março
de 2011 Karl-Theodor zu Guttenberg renunciou como ministro da
Defesa de Alemanha e da renúncia do mandato parlamentar. O ex-presidente da Hungria Pál Schmitt teve o título de doutorado retirado em
março de 2012 pelo Conselho de Doutores da Universidade de Medicina
“Semmelweis”.
Esta
exigência está de acordo com o que é apregoado pela Constituição Federal (cf. Constituição
do Brasil, 1988), na qual dispõe no Art. 207 que: “As universidades [...] obedecerão
ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.
Percebe-se, portanto, que a atividade de pesquisa é intrínseca ao trabalho universitário.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), órgão
vinculado ao Ministério da Educação e Cultural (MEC), emitiu, em 2011, um documento no
qual se pronunciou sobre o plágio, dirigindo-se às instituições de ensino,
nestes termos: - “A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) recomenda, com base em orientações do Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB), que as instituições de ensino públicas e privadas brasileiras
adotem políticas de conscientização e informação técnica atualizadas sobre a propriedade intelectual,
adotando procedimentos específicos que visem coibir a prática do plágio quando
da redação de dissertações, teses, monografias, artigos etc. por parte de
alunos e/ou membros de suas comunidades científicas.
No
mesmo ano, a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) definiu o plágio em um documento
oficial que orienta boas práticas na pesquisa científica da seguinte maneira: o
plágio é “a utilização de ideias ou formulações verbais, orais ou escritas, de
outrem sem dar-lhe por elas, expressa e claramente, o devido crédito, de modo a
gerar razoavelmente a percepção de que sejam ideias ou formulações de autoria
própria”. Em notícia do mês de agosto de 2011, a Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência publicou, em seu boletim Jornal da Ciência: - “O Brasil ainda não tem regras claras para
prevenção e punição de casos de fraudes científicas. As investigações de fraude
ficam a cargo das instituições onde ocorrem os casos de má conduta”. No ano de
2012, reuniu-se, pela primeira vez, a Comissão de Integridade na Atividade Científica
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Entre as atribuições gerais desta comissão, podemos destacar as “ações
preventivas e educativas sobre a integridade da pesquisa realizada ou publicada
por cientistas em atividade no país”. A
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência é uma organização sem
fins lucrativos voltada para o desenvolvimento científico, tecnológico e
cultural do Brasil. Reúne diferentes sociedades científicas e tem
importante papel na valorização da ciência e dos cientistas, exigindo dos
diferentes governos, o investimento na ciência e cultura nacional.
Bibliografia geral consultada.
SILVA, Ludovico, El Estilo Literario de Marx. México: Siglo Veintiuno Editores, 1975; ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max, Dialética do Esclarecimento: Fragmentos Filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1985; CHACON, Vamireh, Max Weber: A Crise da Ciência e a da Política. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 1988; SANTAELLA, Lucia, Assinatura das Coisas - Pierce e a Literatura. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1992; SIMMEL, Georg, Filosofia do Amor. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1993; BOURDIEU, Pierre, Os Usos Sociais da Ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2004; GARSCHAGEN,
Bruno, “Comércio de Teses e Dissertações atrai Pós-Graduandos”. In: Folha de S. Paulo, 07/11/2005; LEITE FILHO, Geraldo
Alemandro; VASCONCELOS, Sonia Maria Ramos, “O Plágio na Comunidade Científica: Questões
Culturais e Linguísticas”. In: Cienc.
Cult. Volume 59 n°3. São Paulo July/Sept. 2007; TORRESI, Susana Inês Córdoba de; PARDINI, Vera Lúcia; FERREIRA, Vitor Francisco,
“É plágio, e daí? Editorial”. In: Química
Nova, Volume 34 (3): 2011: 371; RODRÍGUEZ, Armando Soto, “El
Plagio y su Impacto a Nivel Académico y Professional”. In: E-Ciencias de la Información. Revista electrónica semestral.
Volumen 2, número 1. Enero - junio, 2012; DESTUTT de TRACY,
Antoine, Oeuvres Complètes. Editeur Claude Jolly. Paris: Librairie
Philosophique J. Vrin, 2012; MASSUIA, Rafael da Rocha, A Recepção
das Ideias Estético-Literárias de Lukács em Leandro Konder e Carlos Nelson
Coutinho: Análise de suas Produções Teórico-Críticas. Dissertação de
Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Faculdade de Ciências
e Letras. Araraquara: Universidade Estadual Paulista, 2013; FRAZÃO, Cicero
Rommel Sales, A Concepção de Ideologia em Marx. Dissertação de Mestrado.
Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Mestrado Acadêmico em Filosofia. Centro
de Humanidades. Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 2015; OLIVEIRA, Fernando Maluf Dib, A Constituição da Identidade na Pós-Modernidade: O Simulacro da Realidade. Dissertação de Mestrado. Instituto de Ciências Sociais. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2016; entre outros.
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