sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Laird Hamilton - Técnica, Surfe Radical & Ondas na Waimea Bay.

 O que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano”. William Shakespeare

            Um problema particular surge quando a teoria deve desbravar um território onde não há mais discursos. A operação teorizante se encontra aí nos limites do território onde funciona normalmente. É um espaço delimitado na natureza por um grupo social ou indivíduo, animal ou humano. Território com o qual se identificam & via de regra são identificados. Onde encontram e ou produzem os meios materiais à sua existência. A interrogação teórica, não esquece, não pode esquecer, que além da relação desses discursos, uns com os outros, existe a sua relação comum com aquilo que eles tomaram cuidado para excluir de seu campo para constituí-lo. Uma reflexão teórica não escolhe manter as práticas à distância de seu lugar, de maneira que tenha de sair para analisa-las, mas basta-lhe invertê-las para se encontrar em casa. Os procedimentos sem discurso são coligidos e fixados e uma região que o passado organizou e que lhes dá o papel, determinante da teoria, de ser constituídos em “reservas” selvagens para o saber abstrato e policompetente da ciência esclarecido. À medida em que a razão que surgiu da Aufklärung ia determinando suas disciplinas, suas coerências e seus poderes sociais. A distinção não se refere mais essencialmente ao binômio tradicional que divide o abstrato do concreto, especificado pela separação entre a especulação imaginária que decifra o livro do cosmos, e as aplicações concretas, mas visa duas operações diferentes, uma discursiva (na e pela linguagem) e a prática não discursiva. Desde o século XVI, a ideia de método abala progressivamente a relação prática entre o conhecer e o fazer, impõe-se o esquema fundamental de um discurso que organiza a maneira de pensar em maneira de fazer, em gestão racional de uma produção e em operação regulada sobre campos apropriados. 

            Fato notável, desde o século XVIII e no decorrer do século XIX, os etnólogos ou os historiadores da ciência ou da técnica consideram as técnicas respeitáveis em si mesmas. Destacam aquilo que fazem. Não sentem necessidade exclusivamente de interpretar. Basta descrever. Enquistada na particularidade, desprovida das generalizações que fazem a competência exclusiva do discurso, a arte nem por isso deixa de formar um “sistema” e organizar-se por “fins” – dois postulados que permitem a uma ciência e a uma ética conservar em seu lugar o discurso “próprio” de que está privada, isto é, escrever-se no lugar e em nome dessas práticas. A arte constitui em relação à ciência um saber em si mesmo essencial, mas ilegível sem ela. Entre a ciência e a arte, considera-se não uma alternativa, mas a complementaridade e, se possível, a articulação. O lugar que lhe foi atribuído é relativo ao trabalho que, ao longo do século XIX, de um lado isolou da arte as suas técnicas e, de outro, “geometrizou” e matematizou essas técnicas. No saber-fazer se conseguiu aos poucos isolar tecnicamente aquilo que poderia ser destacado da performance individual e isto se “aperfeiçoou” em máquinas que constituem combinações controláveis de formas materiais e forças. Esses “órgãos técnicos” são retirados da competência manual e colocados num espaço próprio. Passam a subordinar-se ao domínio de uma tecnologia. E agora o saber-fazer se acha lentamente privado daquilo que o articulava objetivamente num fazer. Aos poucos essas técnicas lhe são tiradas para serem transformadas em máquinas, e então o saber-fazer parece retirar-se para um saber no plano subjetivo, separado através da divisão do trabalho social e da particularidade da linguagem de seus procedimentos científicos.

A otimização técnica do século XIX, indo inspirar-se no tesouro das artes e ofícios para criar os modelos, pretextos ou regras obrigatórias para suas invenções mecânicas, deixa às práticas cotidianas apenas um solo privado de meios ou de produtos próprios. Ela o constitui em região folclórica ou em uma terra duplamente silenciosa, sem discurso verbal como outrora e agora sem linguagem manual. O “retorno” dessas práticas na narração, segundo Michel de Certeau, está ligado a um fenômeno mais amplo, e historicamente menos determinado, que se poderia designar como “estetização do saber” implícito no saber-fazer. Separado de seus procedimentos, este saber é considerado um “gosto” ou um “tato”, quem sabe mesmo “genialidade”. A ele se emprestam os caracteres sociais de uma intuição ora artística, ora reflexa. Trata-se, como se costuma dizer, de um conhecimento que não se conhece. Este “fazer cognitivo” não viria acompanhado de uma autoconsciência que lhe desse um domínio por meio de uma reduplicação ou “reflexão” interna. Entre a prática e a teoria, esse conhecimento ocupa ainda uma “terceira” posição, não discursiva, mas primitiva. Acha-se recolhido, originário, como uma “fonte” daquilo que se diferencia e se elucida mais tarde. Trata-se de um saber não sabido. Há, nas práticas, um estatuto análogo aquele que se atribui às fábulas ou aos mitos, como os dizeres de conhecimentos que não se conhecem em si mesmos. Tanto num caso como no outro, trata-se de um saber sobre os quais os sujeitos não refletem. Dele dão testemunho sem poderem apropriar-se dele. São afinal locatários e não os proprietários do seu próprio saber-fazer. A respeito deles não se pergunta se há saber (supõe-se que deva haver), mas este é sabido apenas por outros e não por seus portadores. Tal como o dos poetas ou pintores, o saber-fazer das práticas cotidianas não seria conhecido senão pelo intérprete que o esclarece no seu espelho discursivo, mas que não o possui tampouco. Não pertence a ninguém. Fica circulando entre a inconsciência dos praticantes e a reflexão dos não praticantes. Trata-se de um saber anônimo referencial, uma condição de possibilidade das práticas técnicas ou eruditas.

A origem do surfe é disputada entre os povos peruanos e polinésios. A palavra surf começou a ser usada a partir de 1685, derivada da palavra indiana “sufe” que significa o litoral. A região da Polinésia é formada por um conjunto de ilhas no Pacífico que tem como ponto de partida do Havaí, ao Norte, à Nova Zelândia, no Sul, e de Samoa, no Oeste, à Ilha de Páscoa, no Leste. As primeiras habitações na região são datadas do ano 500, e há evidências de que uma segunda leva de migrantes chegou à Polinésia por volta de 1.100, antes dos navegadores europeus. A prática de “deslizar sobre as ondas” (cf. Lorch, 1980) há muito tempo já era reconhecida pelos povos polinésios, que povoaram grande parte das ilhas do Oceano Pacífico, além do litoral pacífico das Américas. Os primeiros relatos etnográficos do surfe dizem que este foi introduzido no Havaí pelo rei polinésio Tahíto. Outros relatos dão conta de que, muito antes dos havaianos, antigos povos peruanos já utilizavam uma espécie de canoa confeccionada de junco para deslizar sobre as ondas. O primeiro relato escrito da observação de pessoas a fazerem surfe, foi feito pelo navegador Inglês James Cook que gostou do esporte por se tratar de uma forma de relaxamento. Utilizavam-se, inicialmente, no Havaí pranchas de madeira denominadas Olo e Alaia e, no Peru, de junco. As pranchas eram fabricadas pelos próprios usuários. Acreditava-se que, ao fabricar sua própria prancha, se transmitiam todas as energias positivas para ela e, ao se praticar o esporte, se libertava das energias negativas. Os primeiros praticantes desse esporte acreditavam que sua prática se desenvolveria mediada por “um culto ao espírito do mar”. O reconhecimento mundial do esporte ocorreu com o campeão olímpico de natação e pai do surfe moderno, o havaiano Duke Paoa Kahanamoku (1890-1968). Ao ganhar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1912, em Estocolmo, capital da Suécia, o atleta afirmou em entrevista que o seu treino se resumia em “cavalgar sobre as ondas com uma tábua de madeira” e passou a ser o desde então maior divulgador do esporte no mundo. O arquipélago do Havaí e os esportes típicos passaram a ser reconhecidos internacionalmente.

            O duque Paoa Kahinu Mokoe Hulikohola Kahanamoku, nativo do Havaí foi um nadador de competição que popularizou o antigo esporte havaiano de surfe. Ele nasceu em uma família de nobres menores no final do Reino do Havaí, pouco antes da queda. Ele viveu para ver a admissão do território como um Estado e tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América. Ele foi cinco vezes medalhista olímpico na natação, ganhando medalhas nas competições de 1912, 1920 e 1924. Paoa Kahanamoku se juntou a organizações fraternas: ele era um maçom do rito escocês na loja de Honolulu, e um Shriner, membro da Antiga Ordem Árabe dos Nobres do Santuário Místico, popularmente conhecido como Shriners, é uma organização ligada à Maçonaria. É reconhecida por manter hospitais para crianças: Shriners Hospitals for Children. Com sede em Tampa, Flórida, os hospitais pertencem e são operados pela Shriners International, anteriormente conhecida como Antiga Ordem Árabe dos Nobres do Santuário Místico, organização relacionada à Maçonaria cujos membros são conhecidos como Shriners usando um fez vermelho. Paoa Kahanamoku trabalhou como aplicação da lei oficial, mas foi um ator, um jogador de voleibol de praia, e um homem de negócios. De acordo com Kahanamoku, ele nasceu em Honolulu em Hale`ākala, a casa do bispo Bernice Pauahi, que mais tarde foi convertido no Hotel Arlington. Ele tinha cinco irmãos, incluindo Samuel e Sargent, e três irmãs. Em 1893, sua família mudou-se para Kālia, em Waikiki, para ficar próximo dos pais e família da mãe. Kahanamoku cresceu com seus irmãos e 31 primos Paoa.  Frequentou a Waikiki Grammar School, a Kaahumanu School e as Kamehameha Schools. Não pode se formar porque  pediu demissão para ajudar no sustento da família.

Duque não era um título ou apelido, mas um nome dado. Ele recebeu o nome de seu pai, o duque Halapu Kahanamoku, que foi batizado por Bernice Pauahi bispo em homenagem ao príncipe Alfred, duque de Edimburgo, que estava visitando o Havaí. Seu pai era policial. Sua mãe Julia Paʻakonia Lonokahikina Paoa era uma mulher profundamente religiosa com um forte senso de ancestralidade familiar. Embora seus pais não fizessem parte da família real havaiana formal, eles pertenciam a proeminentes Ohana (famílias) havaianas. Os Kahanamoku e os Paoa Ohana eram considerados nobres de escalão inferior, que estavam a serviço dos ali'i nui, ou realeza. Seu avô paterno era Kahanamoku e sua avó, Kapiolani Kaoeha (às vezes soletrado Kahoea ), uma descendente de Alapainui. Eles eram Kahu, retentores e conselheiros de confiança dos Kamehamehas, com quem eram parentes. Seus avós maternos Paoa, filho de Paoa Hoolae e Hiikaalani, e Mele Uliama, também eram descendentes de ali'i. Crescendo nos arredores de Waikiki, Kahanamoku passou grande parte de sua juventude com o convívio na praia, onde desenvolveu suas habilidades de surfe e natação. Em sua juventude, Kahanamoku preferia uma prancha de surfe tradicional, que ele chamou de “papa nui”, construída à moda das antigas pranchas de olo havaianas. Feito da madeira de uma árvore koa, tinha 16 pés (4,9 metros) de comprimento e pesava 114 libras (52 kg). A prancha estava sem skeg, porque historicamente ainda não havia sido inventado. Na carreira de surfista posterior, ele costumava usar pranchas menores, mas sempre preferiu aquelas pranchas nativas fabricadas de madeira.                               

            A arte do surfe, reconhecida como he’e ‘ana na língua havaiana, foi pela primeira vez registrada por exploradores europeus em 1767 no Taiti. O surfe era uma parte central da antiga cultura polinésia e antecede o contato europeu. O chefe (Ali’i) era tradicionalmente o surfista mais habilidoso da comunidade e com a melhor prancha feita da melhor madeira. A classe dominante tinha as melhores praias e as melhores pranchas; aos súditos não eram permitidas as mesmas praias, mas poderiam ganhar reconhecimento por sua capacidade em surfar nas suas próprias pranchas mais simples. No Taiti e Samoa, o surfe era passatempo popular e também era usado como treinamento de guerreiros. No Havaí, o surfe tornou-se um passatempo espiritual enraizando-se na própria religião e cultura dos havaianos. Os samoanos referiam-se a surfar como fa’ase’e ou se’egalu. Em Tonga, um país da Oceania, integrante da Polinésia e formado pela união de 177 ilhas de mesmo nome, também conhecidas como Ilhas Amigáveis, o surfe também é reconhecido como uma antiga prática, dada sua presença na tradição oral. As tábuas de surfe foram inventadas no Havaí, onde eram reconhecidas como papa he`e nalu na língua havaiana. Eram normalmente feitas de madeira de árvores locais, como as koa, e tinham frequentemente mais de 15 pés (5 metros) de comprimento e bastante pesadas frente às atuais. O desenho foi avançando ao longo do decorrer dos anos e incorporando-se uma ou mais alhetas (quilhas) na parte traseira inferior para melhorar a estabilidade direcional e muitas outras melhorias na sua forma e materiais. Dessa maneira, as tábuas modernas estão feitas de espuma de poliuretano ou poliestireno coberto com capas de fibra de vidro e de resina de poliéster ou epóxi. 

            Em 11 de agosto de 1911, Kahanamoku foi cronometrado em 55,4 segundos nas 100 jardas (91 m) de estilo livre, batendo o recorde mundial existente por 4,6 segundos, na água salgada do porto de Honolulu. Ele também quebrou o recorde nas 220 jardas (200 m) e igualou nas 50 jardas (46 m). Mas a Associação Atlética Amadora (AAU), incrédula, diante da atividade criadora, não reconheceria esses feitos até muitos anos depois. A AAU alegou que os juízes deviam usar “despertadores”, em vez de cronômetros, e, posteriormente, alegou que as correntes oceânicas ajudaram Kahanamoku. Ele foi iniciado na maçonaria, aprovado e elevado ao grau sublime de Mestre Maçom na Loja Maçônica Havaiana e também era um nobre (membro) da organização fraterna Shriners. Os Jogos Olímpicos de Verão de 1912 realizaram-se em Estocolmo, capital da Suécia, entre 5 de maio e 27 de julho com 2407 atletas de 28 nações, com a participação de apenas 48 mulheres. Abertos oficialmente pelo Rei Gustavo V, os já bastante concorridos, prestigiados e famosos Jogos foram um modelo da eficiência sueca e o primeiro a que compareceram atletas de todos os cinco continentes representados na bandeira olímpica. Dotados de uma estrutura nunca antes vista, estes foram os primeiros Jogos que utilizaram um moderno sistema de som com alto-falantes espalhados pelo Complexo Olímpico e pela cidade, para informar sobre os resultados individualizado de cada esporte. Estocolmo usou pela primeira vez um sistema de fotografias e cronometragem semi-eletrônica, para marcação simultânea da relação estabelecida entre os sucessivos tempos e movimentos de sincronização na natação e atletismo. Foram os primeiros a enfatizar a cerimônia coreografada de Abertura do evento, antecipando a entrada das delegações nacionais, realizada por 200 jovens vestidos de branco na área central do gramado do Estádio Olímpico. Esta foi a última edição em que as formas das medalhas douradas foram inteiramente confeccionadas de ouro. Portugal fez nesta edição a sua estreia nos Jogos Olímpicos, onde um atleta de sua delegação teve a fatalidade de proporcionar a mais triste nota da competição: o jovem fundista Francisco Lázaro, carpinteiro de apenas 21 anos, morreu de desidratação, seguida de ataque cardíaco após correr 30 km da Maratona e abandonar a prova. Os outros pioneiros atletas portugueses participaram de provas no atletismo, luta e esgrima, sem, contudo, obter sucesso almejado.

            O resultado é uma prancha ligeira e forte com objetivo de que seja flutuante e manobrável. Recentes inovações tecnológicas introduzirão o uso da fibra de carbono na atual fabricação das mesmas. As primeiras pranchas de espuma e fibra de vidro, foram construídas no final da década de 1950, na Califórnia. Essas pranchas eram usadas em locais como Rincon-Delmar, Redondo, Windandsea, Trestles e Malibu e, por algum motivo desconhecido, esta última deu o nome as pranchas. Nos anos 1960 os californianos eram mestres no uso dessas pranchas, nomes como Mickey “Mr. Malibu” Dora, foi um dos primeiros atletas a incentivar a cultura do surfe durante as décadas de 1950-60 e a sua fama de rebelde e carisma lhe renderam apelidos como “Da Cat” e “King of Malibu”. Foi a época que surf era a graciosa arte de passear a prancha, onde o cutback era a maior manobra. Em verdade o cutback é essencialmente uma manobra usada pelos surfistas para se reposicionar na parte de maior energia da onda. Tanto essa manobra quanto o re-entry podem ser feitos em frontside ou backside, e a técnica básica não muda de um caso para outro. À medida que o surf evoluiu as pranchas se tornaram menores e o surf Malibu foi desaparecendo gradualmente. Durante quase 20 anos a técnica só pode ser vista na Califórnia, onde os surfistas daqueles tempos ainda usavam Malibu. Em dado momento do início da década de 1980, em Byron Bay, na Austrália, houve um retorno e renovação daquele que se concretizou como estilo Malibu, atualmente reconhecido como longboard, assim não demorou muito até os fabricantes voltarem a produzir o reconhecido estilo clássico.

Duke Kahanamoku com sua prancha
de sequoia vermelha (1921).

            O tamanho das tábuas para pranchas de surf mede-se em pés, desde 4.8” até 9”. As maiores (longboard) proporcionam um surf mais pausado, permitem montar-se em ondas menores e percorrer maiores distâncias. A velocidade de remo é maior, mas são menos manejáveis e dinâmicas que as menores. São as tábuas eficazes para dias de ondas médias. As menores são perfeitas para as ondas maiores, bem mais dinâmicas e ágeis. Os materiais tradicionais como madeira têm caído em desuso. Às vezes as tábuas de materiais sintéticos imitam este material, como a fibra. Os mais comuns são plásticos polipropilénicos de baixa densidade. Flutuam bastante e são estáveis, mas são menos agradáveis ergonomicamente e pesam mais. As profissionais são de espuma de poliuretano por dentro (o Foam) com um reforço habitualmente de madeira e recobertas com teias de fibra de vidro. Tem diferentes gramagem conforme a sua função e resistências. O desenho ou Shaping é fundamental para a sua boa durabilidade já que a fibra de vidro é um material onde o trabalhado influi muito na sua vida útil. Pode-se adquirir uma tábua curta de fibra em oficinas de surf onde se fazem sob medida. O acabamento também é importante podendo ser polido ou rugoso. A fabricação de pranchas tradicionalmente começa por dar o formato à prancha pelo shaper e depois segue o acabamento recoberta de fibra de vidro e colocação de quilhas. Atualmente também se utiliza na fabricação de tábuas modernos processos de comando numérico computadorizado (CNC), moldagem, assim como, concomitantemente, com o crescente uso de materiais de engenharia como a fibra de carbono e outros plásticos mais resistentes e leves para fabricação.

            Do ponto de vista técnico-metodológico as principais manobras do surfe são: o tubo que representa não só para a maioria dos surfistas, mas para o conjunto da técnica, a melhor manobra que uma onda pode proporcionar. Nela, o atleta fica debaixo de água que entuba. Executar corretamente esta manobra não é tarefa fácil, pois se a prancha acelerar demais, o tubo pode ficar para trás; e inversamente, se acelerar de menos, o surfista é “engolido” e a sua execução comprometida. Para reduzir a velocidade, existem duas técnicas essenciais: aumentar a pressão no pé posicionado na parte de trás da prancha e colocar uma das mãos na parede formada pela onda. Acelerar torna-se mais difícil porque, para além de aliviar a pressão do pé de trás, o surfista tem que fazer um zigue-zague curtinho e de forma eficiente no meio da formação da onda. As batidas são manobras bastante utilizadas no surf, e agregam, pelo seu valor específico, muitos pontos nos campeonatos de toda ordem, de acordo com a radicalidade com que são executadas. Neste caso, o surfista bate com a parte de baixo da prancha no lip - na crista da onda. Normalmente, a “batida no lip” faz parte da manobra mais comum nos campeonatos: a rasgada. Para se manter equilibrado na descida, o surfista deve ter a capacidade de distribuir o peso sobre os seus pés. Se a face da onda não estiver suficientemente vertical, é necessário fazer uma grande curva sobre a parte plana da onda e retomar a manobra.

No caso da rasgada, o surfista joga a rabeta da prancha para a frente e vira o corpo para a onda, forçando o pé de trás para espirrar o máximo de água possível. Se a manobra for executada com muita velocidade, é possível executar a batida, que vale bastantes pontos na maioria das provas. A manobra de 360º é de difícil execução porque exige muita técnica e habilidade sobre a prancha. É necessário que o atleta esteja suficientemente aquecido para não correr o risco de sofrer uma cãibra. O surfista efetua uma volta completa sobre si mesmo, utilizando a prancha, e continua na mesma direção. É realizada como se fosse uma batida, porém, é completada pelo lado contrário, ou seja, pelo lado da espuma e não pela face da onda. O floater é a manobra é utilizada para passar a onda que irá quebrar à frente do surfista, que, por sua vez, deve passar por cima da espuma como se estivesse a flutuar sobre a mesma, mantendo-se assim até atingir a face aberta da onda. Quando a onda começa a fechar-se, o surfista procura a crista, desliza sobre a espuma e volta para a onda. Esta manobra é muito parecida com aquela em que os skatistas, comparativamente, fazem em corrimãos de escadas nas pistas. Para realizar esta manobra, é necessário que o surfista ganhe velocidade e, na hora de saltar, levante o corpo, reduzindo a pressão da prancha contra a água. Para realizar um bom cut back, o surfista deverá definir o ponto exato de início e fim do movimento, para não ser apanhado pela onda no meio da manobra. Esta é a manobra “mais clássica” do surf, dominando a época em que as pranchas eram demasiado pesadas para manobras aéreas e rasgadas.

O cut back é uma manobra em que o atleta volta na direção contrária da onda e depois regressa na direção normal. Quando o surfista acelera demais, é necessário que faça uma meia volta para acompanhar a velocidade da onda. A técnica do cut back envolve fases de back side e front side, além de ter uma boa noção de tempo e espaço correlata aos movimentos. O movimento de manobra aéreo, é, sem dúvida, a manobra favorita nas “expression sessions”, sessões exclusivas para manobras típicas arrojadas, que acontecem durante as etapas do campeonato mundial de surf. O aéreo é nada mais, nada menos, que um “voo sobre a onda”. Para que o surfista consiga tirar a prancha da água por completo, é necessário que a puxe com uma ou com as duas mãos. Existem muitos outros tipos de movimentos aéreos, mais acrobáticos, como o rodeo clown – um looping fora da água –, inventado pelo hexacampeão mundial Kelly Slater. Para executar a manobra, grab rail, o surfista deve colocar a mão na borda da prancha para fazer um back side, ou seja, um movimento com as costas voltadas para a parede da onda. Na manobra cavada, o surfista faz uma curva na base da onda para conseguir mais velocidade e depois vai na direção da crista. A cavada tanto pode ser realizada debaixo da onda, subindo depois o surfista para realizar uma manobra de back side, em que está de costas para a parede da onda; ou de front side, quando o surfista está de frente para a parede. O movimento duck dive consiste na técnica de mergulhar por baixo da onda com a prancha. O surfista coloca um ou ambos os joelhos sobre a prancha, estica os braços e levanta a cintura acima da prancha e da água, o mais possível. Quando a espuma passar, cola o corpo à prancha.

Tatiana Weston-Webb surfando
em 
Teahupoo no ano de 2017.

No início do século XX Duke Kahanamoku promoveu o surfe iniciando demonstrações em outras regiões do mundo ocidental como a Califórnia, França, Austrália, América do Sul e África. Marcadamente na década de 1940, o esporte popularizou-se na costa oeste dos Estados Unidos, tornando-se popular entre os jovens, principalmente nas praias do sul da Califórnia. Então, com o início dos primeiros campeonatos de surfe em 1974, o surfe tornou-se popular em todo o mundo, no início de emergente profissionalismo. A evolução do surfe moderno foi especialmente marcado pela apresentação de novos modelos de pranchas de surfe, como a prancha twin-fin de Mark Richards em 1980 e, depois, pela prancha tri-fin de Simon Anderson em 1981. Esses australianos tornaram esse país o detentor do maior número de campeões mundiais de surfe. A organização do campeonato mundial é responsabilidade da Associação de Surfistas Profissionais. Pode-se afirmar que o surfista reconhecido do mundo é o Floridense Kelly Slater, que soma 11 títulos mundiais. Em 2016, foi consagrado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como esporte olímpico, a partir dos Jogos Olímpicos de 2020, no Japão. Robert Kelly Slater é o maior surfista profissional da história. Começou a competir no ano 1978, quando tinha seis anos de idade, no Salick Brothers Surf Contest, que venceu. Jovem para viajar, desenvolveu suas habilidades nas praias da Flórida.

Por volta de 1982, ganhou quase todos os campeonatos de Menehune para jovens com idade inferior a 12 anos. Menehune era o nome de uma tribo mitológica de polinésios. Slater é unodecacampeão mundial de surfe, e competiu nos X-Games de 2003 e 2004. Em maio de 2005, na final do Billabong Tahiti Pro em Teahupoʻo, uma vila na costa sudoeste da ilha do Taiti, Polinésia Francesa. É um local famoso por suas ondas gigantes, sendo uma das melhores esquerdas junto com Pipeline para a prática de surfe no mundo. Slater tornou-se o primeiro surfista a ter duas notas máximas no sistema de pontuação de duas ondas da ASP, a conquista correspondente ao sistema anterior de três ondas pertence a Shane Beschen em 1996. Slater acompanhou a evolução e as mudanças do esporte durante duas décadas, inspirando surfistas de duas gerações, sendo considerado por muitos como “o maior surfista de todos os tempos”. Neste sentido, é uma das ondas mais pesadas do mundo foi oficialmente confirmada como sede olímpica. Teahupoo, no Taiti, será o cenário onde os melhores surfistas do mundo buscarão a medalha de ouro nos Jogos de Paris-2024. Teahupoo foi incluída na lista das chamadas 10 Ondas Mortais da Transworld Surf, revista da modalidade, e é comumente referida como a “onda mais pesada do mundo”. O nome Teahupoo é traduzido livremente como “cortar a cabeça”, ou “lugar de crânios” e faz parte do Circuito Mundial da WSL. Gabriel Medina já faturou a etapa taitiana duas vezes (2014 e 2018). O Taiti, na Polinésia Francesa, é considerado uma região da França, os habitantes são franceses, bem como a língua francesa é oficial.

Waimea Bay está localizado em Haleiwa na costa norte de O`ahu no Ilhas havaianas na boca do Rio Waimea. Vale Waimea estende-se atrás da Baía de Waimea. A palavra Waimea significa “água avermelhada” em havaiano. Historicamente o Capitão Charles Clerke a bordo HMSResolução ancorou na Baía de Waimea em 28 de fevereiro de 1779. Clerke havia assumido o comando do navio pouco antes. Capitão James Cook foi morto em Baía de Kealakekua em 14 de fevereiro. Waimea Bay foi o único ancoradouro O`ahu visitado pela expedição. O Vale Waimea era densamente povoado na época, e os restos de Pu`u o Mahuka, um importante heiau (Templo havaiano) ainda pode ser visto radiante acima da baía. Monumento do estado de Pu'u o Mahuka Heiau é um local histórico nativo do Havaí localizado logo acima da baía, perto da Pupukea Road. É um local historicamente importante no North Shore, além de fornecer uma vista da Baía de Waimea e da Cordilheira Waianae, a Waimea Bay está localizada ao longo da Rodovia Kamehameha. A baía fica no lado noroeste da rodovia no ponto de entrada. No inverno, Waimea e outros locais da Costa Norte como Pipeline e Sunset Beach sediam uma série de competições para a realização de surf “por causa das grandes ondas encontradas”. Essas ondas são criadas por tempestades cíclicas de inverno no Pacífico Norte, e sua chegada ao North Shore de O`ahu são normalmente previstas sincronicamente com relativa precisão com vários dias de antecedência. Produzem ventos e chuvas como qualquer outra região onde há significativas taxas de variação da pressão atmosférica.

            O surf break em Waimea Bay foi significativo no desenvolvimento de Surf de ondas grandes. As ondas maiores na baía não foram surfadas por anos até 7 de novembro de 1957 quando um punhado de surfistas finalmente remou e surfou nas ondas gigantes que quebram no ponto norte da baía. Enquanto o surf só quebra grande várias vezes por ano, Waimea foi o pico de surf de ondas grandes mais prestigiado do mundo por décadas. Com o advento de surf de reboque, mais e mais ondas grandes foram descobertas e são muito superiores em qualidade a Waimea. A baía ainda ocupa um lugar significativo, de beleza e agruras destes sujeitos no mundo do surf de ondas grandes. O Quiksilver Big Wave Invitational em memória de Eddie Aikau (Edward Ryan Makua Hanai Aikau, 1946-1978), foi um famoso salva-vidas e surfista havaiano. Filho de uma família de vida simples e brava do Hawaii. Foi um surfista muito respeitado das ondas grandes. Morreu prematuramente aos 31 anos depois de sumir no oceano num acidente fatídico quando seu barco virou em alto mar. Ipso facto, acontece o referido evento em Waimea Bay para homenagear o lendário surfista e o primeiro salva-vidas do North Shore de Oahu. Desde seu início em 1984, o torneio foi realizado apenas nove vezes, devido à pré-condição de que as ondas de mar aberto, sob condições normais de temperatura e pressão, atinjam uma altura mínima de 6,1 m (20 pés) antes que a competição possa ser realizada. As ondas em mar aberto desta altura geralmente se traduzem em faces de ondas na baía em torno de 30 pés (9,1 m) a 40 pés (equivalente a 12 m). O torneio mais recente ocorreu em fevereiro de 2016.  Contudo, historicamente em 28 de janeiro de 1998, o Havaí emitiu sua primeira “condição negra”, sinalizando segurança e sinal de alerta, fechando legalmente todas as praias de North Shore, incluindo a baía de Waimea. O Quiksilver Big Wave Invitational em Memory de Eddie Aikau foi cancelado devido ao surf gigante acima da média de normalização.

            Tow-in surfing é uma técnica pioneira desenvolvida por Laird Hamilton, Buzzy Kerbox, Dave Kalama, entre outros, em meados dos anos 1990 onde um surfista é rebocado por um Jet-Ski (mais comum) ou por um Helicóptero até a onda. Este método tem uma vantagem demonstrada nas situações em que a onda é muito grande e se move muito rapidamente para o surfista apanhá-la apenas na remada. A utilização de um helicóptero para o Tow-In Surfing começou a aparecer em meados da década de 2000, e tem várias vantagens sobre o uso de Jet-Skis. O piloto, posicionado acima do surfista, é capaz de detectar grandes ondas de mais longe e levar o surfista, através de uma corda, até a onda desejada. Além disso, um helicóptero pode ir mais rápido e não é afetado pela superfície do oceano. Críticos do processo de trabalho do Tow-In Surfing criticam o ruído e a poluição realizada pelos motores das máquinas utilizadas para o Tow-In, bem como a probabilidade de que novos participantes da competição possam se aventurar sem o treinamento e preparação adequada para a sobrevivência no esporte. Por outro lado, uma equipe qualificada de motorista e surfista, que muitas vezes trocam papéis na água durante uma sessão, elaboram um relatório e uma compreensão do oceano e suas condições técnicas que lhes permite prever se as ondas estão adequadas a prática do Tow-In. Ambientalistas e surfistas puritanos tem passado uma proposta para encerrar a prática do Tow-In em Mavericks na Califórnia do Norte, acusando que a prática do esporte causa prejuízos a fauna local e incômodos aos residentes do litoral californiano devido ao barulho excessivo dos Jet-Skis. O Tow-in é uma modalidade de trabalho cooperativo permitindo que os surfistas peguem as maiores ondas em sua atividade de treinamento, lazer ou competição. Os surfistas são rebocados para dentro de ondas gigantescas, mais altas que um edifício de 6 andares.  

            O simples contato social provoca, na maior parte dos trabalhos produtivos, emulação e excitação particular dos espíritos vitais que elevam o rendimento dos trabalhadores individuais, fazendo com que uma dúzia de indivíduos forneça, numa jornada de trabalho simultânea de 144 horas, um produto total muito maior do que doze trabalhadores isolados, ou cada um deles trabalhando 12 horas. Embora muitos indivíduos possam executar simultânea e conjuntamente a mesma tarefa, ou o mesmo tipo de trabalho de cada um, como parte do trabalho total, podem representar diferentes fases do próprio processo de trabalho, fases que o objeto de trabalho percorre com maior rapidez graças à cooperação. O objeto de trabalho percorre o mesmo espaço em menos tempo. Por um lado, a cooperação possibilita estender o lugar praticado no âmbito espacial do trabalho, razão pela qual é exigida em certos processos devido á própria configuração espacial do objeto de trabalho, como na drenagem da terra, no represamento, na irrigação, na construção de canais, estradas, ferrovias, o mar como meio de comunicação etc. O comércio e o mercado mundiais inauguram, no século XVI, a história social moderna do capital. Se abstrairmos a categoria social do comércio material da circulação de mercadorias, isto é, da troca dos diversos valores de uso, e considerarmos apenas as formas econômicas que esse processo engendra, encontraremos, como seu produto final, o dinheiro. Ao deixar a esfera da circulação interna, o dinheiro se despe de suas formas locais de padrão de medida dos preços, de moeda, de moeda simbólica e de símbolo de valor, e retorna à sua forma original de barra de metal precioso, como vemos nas medalhas de ouro. No comércio mundial, as mercadorias desdobram seu valor. O produto da circulação é a forma de manifestação representada através do capital.

            Eddie Aikau nasceu em 4 de maio de 1946, terceiro de seis filhos de Solomon e Henrieta Aikau. A família pobre de descendência havaiana mudou-se de Maui para Oahu em 1958 em busca de oportunidades de trabalho na vida, pois o Hawaii tornara-se o 50º estado norte-americano, Honolulu crescia. Eddie largou os estudos aos 16 anos, foi trabalhar em plantação, dirigir máquina; mas muito apto às atividades no mar desde a infância, como os irmãos, preferia, no entanto, ondas maiores. Começou a frequentar o North Shore em meados dos anos 1960, inicialmente de carona com John Kelly, um dos californianos que se mudou para o Hawaii na década de 1950, como George Downing, Greg Noll, Pat Curren, Peter Cole, Fred Van Dyke. Greg Noll e amigos que tem o honroso mérito de primeiros a surfar Waimea Bay, em 1957. Waimea era tabu até então. Além do heiau sagrado dos havaianos no alto do morro, foi ali que Dickie Cross desapareceu em 1943. Em 1967, dez anos após a primeira caída de Noll, Eddie Aikau começou a estabelecer sua reputação de “rei de Waimea”, quando uma ondulação daquelas que invade estradas e abala casas se abateu sobre Oahu, em novembro. Pelos feitos como big rider, Eddie tornou-se um dos dois primeiros salva-vidas do North Shore. Ficava sediado na temida Waimea, e Butch Van Artsdalen na temida Pipeline. Pelos feitos como salva-vidas e big rider, tornou-se símbolo de orgulho havaiano, comparativamente, como Kenpo Havaiano, que representa uma arte marcial desenvolvida no Havaí, possuindo uma característica cultural única voltada diretamente para o cuidado físico de defesa pessoal.

            Há relatos etnográficos extensos desses feitos no livro Eddie would go - The story of Eddie Aikau (Coleman, 2004), “hawaiian hero and pioneer of bigwave surfing, de Stuart Holmes Coleman”. Como surfista profissional, Eddie viajou à África do Sul, Austrália, e após ser finalista do Duke Kahanamoku Invitational Surfing Championship por quase uma década, finalmente venceu o evento em 1977, em Sunset Beach quando é nomeado em homenagem ao “Pai do Surf Moderno”, Duke Paoa Kahinu Mokoe Hulikohola Kahanamoku. O concurso começou em 1965, por convite apenas em Sunset Beach, na costa norte de Oʻahu, até ser substituído pelo Billabong Pro em 1985. No ano seguinte Eddie Aikau integrou a tripulação do catamarã Hokulea, na segunda expedição rumo ao Tahiti. Refazendo a démarche das antigas rotas de navegação dos polinésios, o Hokulea viajava sem instrumentos de navegação e demais recursos tecnológicos, sendo guiado pelas estrelas, como os antepassados. O Hokulea partiu no dia 16 de março e, por uma série de coincidências infelizes, adernou durante a madrugada entre as ilhas de Lanai e Molokai. Seus tripulantes ficaram quase 24 horas agarrados ao casco do barco, empurrados por ondas de 15 pés e ventos de 35 mph em direção ao oceano, sem ter como pedir ajuda. Velocidade do vento em metros/segundo (m/s), milhas/ hora (mph) e na escala Beaufort ocorre quando a velocidade do vento é de apenas 16 km / h (10 mph). Eddie partiu com sua prancha em busca de ajuda na Ilha de Lanai, cerca de 20 milhas de distância. É a sexta maior ilha do Havaí, possuindo uma área de 363 quilômetros quadrados. É também parte do estado norte-americano de Havaí. Lanai também é conhecida como “A ilha do Abacaxi”, por conter muitos arbustos desta fruta em seu território.  Os náufragos foram avistados, conforme é reconhecido, por um avião de turistas japoneses ao entardecer, e resgatados de helicóptero provavelmente horas depois. As buscas por Eddie duraram quatro dias, mas tanto o corpo quanto a prancha não foram encontrados. Uma cerimônia foi realizada depois em Waimea Bay, que desde 1987 sedia o evento em sua homenagem. 

            Laird John Hamilton, nascido em 2 de março de 1964, é um surfista americano de ondas grandes, coinventor do surf tow-in e ocasional modelo de moda e esportes de ação.  Ele é casado com Gabrielle Reece, jogadora profissional de voleibol, personalidade da televisão e modelo. Laird nasceu Laird John Zerfas em San Francisco em 2 de março de 1964, em uma esfera experimental de água salgada no UCSF Medical Center, projetada para facilitar o trabalho de parto da mãe. O Centro Médico da Universidade da Califórnia em São Francisco é um hospital de ensino e pesquisa em São Francisco, Califórnia, e é o centro médico da Universidade da Califórnia, em São Francisco. É afiliado à Escola de Medicina da UCSF. Seu pai, Leon Grotious Zerfas, deixou a família antes de seu primeiro aniversário. Enquanto ele era criança, Laird e sua mãe, Joann (nascida Zyirek), mudaram-se para o Havaí. Em 1967, quando ainda era um menino que morava em Oahu, Laird se encontrou com o surfista dos anos 1960 William Stuart “Bill” Hamilton na praia de Pūpūkea no North Shore. Bill Hamilton era um shaper e glasser de pranchas de surfe em Oahu nas décadas de 1960 e 1970 e possuía uma pequena empresa de pranchas de surfe personalizadas de alto desempenho para os surfistas de ondas grandes de Oahu North Shore da época. Os dois tornaram-se amigos. O jovem Laird convidou Bill Hamilton para casa para conhecer sua mãe. Bill Hamilton se casou com a mãe solteira de Laird, tornando-se o pai adotivo de Laird. A família mudou-se para um vale remoto na ilha de Kaua`i situada no Pacífico Central que faz parte do arquipélago havaiano. Ela é apelidada de Ilha Jardim por conta da floresta tropical que cobre parte de sua superfície. Joann e Bill tiveram um segundo filho, Lyon, meio-irmão de Laird, que também se tornou surfista.

A mãe de Laird Hamilton morreu de aneurisma cerebral em 1997. Hamilton tinha a reputação de ser agressivo com outras pessoas de sua idade. O papel do estranho afetou profundamente Laird até a adolescência e o início da vida adulta. Ele se acostumou com esse papel e se sentia desconfortável por estar no centro de qualquer coisa. Ele também era reconhecido por sua resistência física e mental. Laird é visto nas primeiras imagens de vídeo pulando de um penhasco de 18 metros em águas profundas aos 7 anos de idade. Aos 16 anos, Hamilton deixou a 11ª série na Kapaa High School para seguir a carreira de modelo e trabalhar na construção. Aos 17, Hamilton foi descoberto em uma praia em Kaua`i por um fotógrafo da revista italiana Vogue Masculina L'Uomo Vogue, que lhe rendeu um contrato de modelo e mais tarde uma sessão de fotos em 1983 com a atriz Brooke Shields. Hamilton continuou a fazer modelos ocasionais de impressão em roupas esportivas de ação masculina. Em 2008, anunciou sua própria linha Wonderwall de roupas a preços acessíveis, vendida por Steve & Barry`s até que o varejista fechou no final de janeiro de 2009. Ele tem o patrocínio de longa data da empresa francesa de moda praia Oxbow. Aos 17 anos, Hamilton havia se tornado um surfista talentoso e poderia ter deixado de ser modelo para seguir no tour do Campeonato Mundial de surfe. O surfe competitivo nunca o atraiu, tendo em vista que viu seu pai suportar a política de competição de surfe e a sorte aleatória das ondas em eventos de campeonato de surfe. Pela experiência paterna, aprendeu que seu pai Bill Hamilton considerava o surfe mais uma obra de arte, do que tecnicamente baseado principalmente no desempenho do passeio julgado de “onda por onda avaliado pelos juízes” (cf. Jung, 1991; Lorch, 1980). No filme North Shore, de 1987, Hamilton desempenhou o papel violento e antagônico de “Lance Burkhart”. Apesar do sucesso na modelagem durante os anos 1980, com sua educação profissional, pretendeu uma vida de surfista, mas continuou a rejeitar o circuito de competição profissional.

O filme North Shore foi dirigido por William Phelps em 1987. Rick Kaine inspirou no Brasil uma geração de surfistas de final de semana, escrito por Randal Kleiser, Tim McCanlies, William Phelps. O filme conta com a participação de surfistas profissionais como Gerry Lopez, Laird Hamilton, Mark Occhilupo, Robbie Page entre outros. Rick Kane é um surfista do Arizona - isso mesmo, Arizona Estados Unidos - que ao vencer um campeonato de surf de piscina daquele estado ganha uma passagem para o Havaí. Rick vê a grande oportunidade de realizar o sonho comum dos surfistas: conhecer e surfar no lugar que é reconhecido, mal comparando, como a “meca” do surf mundial, o North Shore da ilha de Oahu no Havaí. Mas ele não conhece praticamente nada e a sua única referência é um velho amigo que esteve no Arizona e lhe prometeu - se caso ele fosse ao Havaí - a sua casa para sua hospedagem. Mas tudo acaba dando errado; ao encontrá-lo, Rick se envolve em uma confusão. Salvo por Alex Rogers (Robbie Page) e “Occy” (Mark Occhilupo) Rick começa a se enturmar e conhecer certas regras do Havaí, principalmente por ser um haole, um termo havaiano para indivíduos que não são nativos. No Havaí, pode significar qualquer estrangeiro ou qualquer outra coisa introduzida nas ilhas havaianas de origem estrangeira. As origens da palavra são anteriores à chegada de James Cook, conforme registrada em vários cânticos decorrentes da antiguidade. Assim, mal se livra de uma confusão e ele já entra em outra no dia seguinte. Levado por Rogers e Occy para uma caída matinal em Sunset Beach, Rick acaba atrapalhando o drop do líder dos Hui (clube de surfistas que prega a preservação das ondas do Havaí  para os nativos) Vince (Gerry Lopez) e acaba tendo os seus pertences roubados por um dos locais.

Esse episódio lhe rende uma grande amizade; ao procurar uma delegacia de polícia para prestar queixa, ele acaba conhecendo o lendário Tartaruga (John Philbin) que lhe ajuda apresentando a ele o famigerado e estimado Shaper Chandler (Gregory Harrison), que vai ensinar a Rick a diferença entre os soul surfers (“surfistas de alma”) e aqueles que no cotidiano surfam simplesmente pela fama e dinheiro. Ao mesmo tempo, o jovem ficará interessado por uma bela garota nativa, Kiani (Nia Peeples). O filme conta com participações especiais de surfistas profissionais e campeões como Shaun Tompson, Derek Ho, (Mark Occhilupo), Robbie Page entre outros. Juntando entrevistas da família Aikau, dos amigos de Eddie e de vários ícones do surf, Stuart Holmes Coleman faz uma crônica da vida e da morte precoce deste herói nacional havaiano. O livro descortina a história oral de seus incríveis resgates como salva-vidas em Waimea às enormes festas na casa da família Aikau para comemorar seus feitos como big rider. No caminho, o autor narra a North Shore durante os anos 1960-1970, detalhando o crescimento do surf profissional, o aparecimento do localismo e sessões históricas em Waimea. A expressão inglesa “Eddie would go”, que pode ser traduzida como “Eddie iria”, passou a ser utilizada em situações gerais no âmbito do processo de trabalho e de comunicação onde as pessoas se recusam a ir a determinado local por este ser demasiadamente perigoso: - “você teve medo de ir, mas Eddie iria”. Tal frase alude aos resgates realizados por Eddie Aikau, muitas vezes arriscados e perigosos. Está estampada em camisas, quadros e souvenirs pelo Havaí.  A expressão teria nascido durante o campeonato Eddie Aikau de 1986. Naquele ano, o mar estava especialmente agressivo e perigoso. Todos estavam prontos: surfistas, repórteres e a plateia. A comissão organizadora, porém, deliberava para decidir se era seguro realizar o campeonato ou se tecnicamente o abortariam. O renomado Mark Foo estava parado na praia, olhando as ondas. Virou-se para um repórter que estava próximo e disse: - “Eddie would go”.

            O Havaí representa um dos 50 estados dos Estados Unidos da América. Localiza-se em um arquipélago “no meio do Oceano Pacífico”, podendo ser considerado o estado norte-americano mais isolado em relação ao restante territorial do país. Sua capital e maior cidade, Honolulu, localiza-se a mais de 3 100 km de qualquer outro Estado norte-americano. O arquipélago que forma o Havaí é reconhecido historicamente pelo nome de Ilhas Sanduíche (“Sandwich Islands”). Historicamente era povoado por polinésios, sendo que a região era governada por vários chefes polinésios locais, até 1810, quando Kamehameha I centralizou o governo do arquipélago, e instituiu uma monarquia. O Havaí é o único Estado dos Estados Unidos cujos nativos utilizaram-se inicialmente da monarquia como forma de governo. Em 1894, o arquipélago tornou-se uma República, e quatro anos depois, em 1898, foi invadido militarmente e anexado pela força bruta da política, como se refere Marx, sobre o colonialismo pelos Estados Unidos, tornando-se território em 1900. Desde então, grande número de pessoas com ascendentes europeus, vindos de outras partes do país, bem como imigrantes asiáticos, instalaram-se no Havaí, dando à população local um aspecto altamente multicultural, se já não é um truísmo. Na política, a base naval norte-americana de Pearl Harbour foi atacada por aeronaves da Marinha Imperial japonesa, em 7 de dezembro de 1941. O ataque fez com que os Estados Unidos entrassem oficialmente na 2ª guerra mundial. Mais de 2 400 pessoas morreram no ataque. Em 21 de agosto de 1959, o Havaí tornou-se o 50º e último Estado a entrar à União.

            Um dos primeiros exploradores europeus a desembarcar em terras havaianas foi o explorador britânico James Cook (cf. Nicholas, 2003) em 18 de janeiro de 1778. Não obstante, na historiografia sobre o Havaí, Cook é que é creditado com a “descoberta” ou invasão do arquipélago por ter sido o primeiro a registrar oficialmente a descoberta, bem como o primeiro a fornecer as suas coordenadas geográficas. Cook nomeou o arquipélago de Ilhas Sanduíche, em homenagem ao Duque de Sandwich, um lorde britânico, nome este que é ainda utilizado em atlas em geográficos passadistas. O fato político do “descobrimento” e a posição geográfica do arquipélago do Havaí, este tornou-se um ponto de escala frequente de navios europeus que trafegavam fazendo longas viagens transoceânicas. Doenças contagiosas, causadas por micróbios transportados pelos marinheiros europeus e com as quais os nativos nunca tinham tido contato, mataram dezenas de milhares de nativos polinésios na região ao longo do século XIX. Antes da invasão dos europeus o arquipélago havaiano estava fragmentado em uma série de tribos governadas por chefes indígenas. Algumas ilhas eram governadas por uma única tribo, outras por tribos diferentes polinésias batalhavam entre si depois da morte de um chefe.   

A imigração de origem portuguesa, mais concretamente dos Açores e da Madeira, também se fez sentir com expressividade. Esta comunidade dedicou-se ao cultivo de cana-de-açúcar, misturando vasto património cultural com os costumes do povo do Havaí. Apesar de já não se falar português no Havaí, muito da culinária das ilhas tem traços portugueses. A existência de diversos nomes de família atesta a origem de muitos emigrantes oriundos de Portugal, e em particular das ilhas. Prova disso reside na existência do instrumento de cordas ukelele, descendente direto do cavaquinho. Em 1874, Kalākaua tornou-se rei do Havaí. Ele promoveu os costumes e a cultura havaiana entre a população nativa. A população do Havaí, especialmente agricultores, não gostavam dos laços políticos e econômicos que Kalākaua tinha com governo e comerciantes norte-americanos. Entre outros atos, Kalākaua permitiu que os norte-americanos construíssem uma base naval em Pearl Harbour. Kalākaua foi obrigado a criar nova Constituição em 1887, limitando seus poderes. Quando Kalākaua morreu, sua irmã, Liliuokalani, tornou-se rainha do Havaí. Liliuokalani apoiava os nativos havaianos em seu descontentamento contra a população de novos estrangeiros ou de descendência europeia.

Em 1782, o líder indígena, Kamehameha, iniciou uma longa guerra indígena, que duraria 13 anos, contra outros chefes da região e outras ilhas. Auxiliado por armas modernas, comercializadas com os navegadores e comerciantes europeus e americanos que utilizavam a ilha como escala em suas viagens, Kamehameha uniu todo o arquipélago, com exceção das ilhas de Kaua‘i e de Ni‘ihau, em 1795. Kamehameha comandou duas invasões, em 1796 e em 1803, contra estas ilhas que fracassaram devido tanto a uma rebelião e como a uma epidemia, respectivamente. Enquanto isto, Kamehameha instituiu um sistema de administração política baseada em padrões de governo do Ocidente. Kamehameha instituiu uma monarquia no Havaí, e apropriou-se de todas as terras do arquipélago, cedendo lotes de terra para famílias rurais. Em 1810, cerca de quinze anos depois, Kaua‘i e Ni‘ihau concordaram em unir-se pacificamente ao Reino de Kamehameha. Durante o século XIX, a economia do Havaí prosperaria, com a venda de madeira de alta qualidade para a China até a década de 1830, com a venda de água potável e suprimentos para navios fazendo viagens no Oceano Pacífico desde a década de 1820, com a venda da produção de produtos primários de cana de açúcar desde 1830, e de abacaxis da década de 1880 em diante. A dinastia Kamehameha governaria o arquipélago até 1872.     

O filho de Kamehameha, Kamehameha II, tornou-se o monarca do arquipélago havaiano em 1819, após a morte de seu pai. Kamehameha II aboliu a prática da religião havaiana em lugares públicos, embora permitisse esta prática em lugares privados. Em 1820, o governo americano enviou um grupo de missionários e professores brancos protestantes, que eventualmente converteriam a maior parte da população do Havaí para o protestantismo. Criaram também uma forma escrita para o idioma havaiano e fundaram as primeiras escolas no Havaí. Missionários católicos romanos espanhóis e franceses desembarcariam pela primeira vez em 1827. Os católicos não foram inicialmente bem-recebidos pelos nativos havaianos, que  já eram em sua maioria protestantes. Em 1831, os havaianos forçaram a pequena população católica de descendência europeia a sair do arquipélago, enquanto que católicos de origem havaiana foram em sua maioria presos. Cinco anos depois, em 1836, uma fragata francesa bloqueou o porto de Honolulu, e obrigou Kamehameha II a liberar os católicos aprisionados e a permitir a violação de liberdade de expressão religiosa. Um outro filho de Kamehameha, o Rei Kamehameha III (Kauikeaouli) criou a primeira constituição do Havaí em 1839, e um sólido governo central composto pelos poderes executivo, legislativo e judiciário. O governo norte-americano reconheceu o Havaí como um país independente. Desde a década de 1850 em diante, o Havaí começou a receber centenas de imigrantes asiáticos por ano. Inicialmente, os chineses foram os principais imigrantes. A imigração chinesa ao arquipélago data de 1789, embora esta tenha sido mais forte de 1850 até o início do século XX. Posteriormente, na década de 1860, grandes números de polinésios instalaram-se no Havaí. Em meados da década de 1880 até a década de 1930, grandes números de japoneses instalaram-se no Havaí.

Porém, à época, comerciantes e agricultores americanos já controlavam muito da economia do Havaí. Em 1893, em uma invasão, tropas americanas e grupos militantes liderados por norte-americanos, alemães e britânicos, tomaram o Havaí e depuseram Liliuokalani. Liliuokalani foi a última rainha do Reino do Havaí, deposta em 1893 por uma invasão armada dos Estados Unidos da América, sob apoio e interesses colonialista de cristãos protestantes. A invasão norte-americana causou grande descontentamento entre a população do Havaí, o que fez com que o próprio presidente americano à época, Grover Cleveland, aconselhasse que a rainha tivesse seu trono de volta. Tanto Lili‘uokalani que recusou perdão publicamente aos líderes desta invasão, quanto os principais líderes desta invasão recusaram. Lili‘uokalani foi a última monarca do arquipélago. Ainda em 1894, uma república foi instituída, com um norte-americano, Sanford Dole sendo presidente. A república foi abolida em 1898, quando uma parte do Congresso dos EUA criou uma resolução conjunta, que é usada especificamente internamente como um meio para adquirir o Reino do Havaí como seu novo território em agosto de 1898. Em 14 de junho de 1900, o Havaí tornou-se um território dos Estados Unidos.

Lili'uokalani, foi rainha do Havaí entre 1838-1917, originalmente de nome Lydia Kamaka`eha, também reconhecida como Lydia Kamaka`eha Paki, escolheu como nome real Lili`uokalani, e mais tarde novamente teve o nome trocado para Lydia K. Dominis, foi a última representante monarca do Reino do Havaí. E também compositora de Aloha ʻOe (“adeus a ti”) mais famosa canção e um símbolo cultural para o Havaí e de outras músicas. Ela escreveu sua autobiografia Hawaii`s Story by Hawaii`s Queen (1898) cinco anos após perder seu trono. Havia herdado o trono de seu irmão Kalākaua em 17 de janeiro de 1891. Logo após a sua ascensão ao poder, ela tentou promulgar uma nova constituição, já que a Constituição da Baioneta, assim apelidada porque havia sido assinada pelo monarca anterior sob pressão, limitava seu poder. O documento dava direito a voto para os residentes estrangeiros e restringia os direitos de sufrágio dos trabalhadores asiáticos, das pessoas de baixa renda ou que não possuíssem propriedades. Subitamente, três em cada quatro pessoas nativas do Havaí perderam o direito ao voto. Foi derrotada em 1893 por descendentes de norte-americanos que queriam que o reino passasse a formar os Estados Unidos da América (EUA), algo que finalmente conseguiram anos depois, quando a monarca abdicou ao trono “para evitar enfrentamentos sangrentos”. Os empresários norte-americanos que investiam na produção açucareira estavam preocupados com os impostos cobrados pelo Reino do Havaí, por isso “almejavam a anexação do território aos EUA, um grande mercado consumidor”. Em 1893, o representante norte-americano no Havaí, John L. Stevens, pediu que as tropas do U.S.S. Boston estabelecidas em terra protegessem os negócios e as propriedades dos norte-americanos. Sua Majestade foi deposta naquele ano, e decorrente do vácuo no poder foi estabelecido um governo provisório.

O governo do presidente dos EUA, Grover Cleveland (1893-97), acreditava que a população havaiana estava do lado de sua monarca e que a deposição da rainha era ilegal. Por conta disso, em 16 de novembro de 1893, o governo ofereceu à rainha a restauração de seu trono se ela concedesse anistia a todos os envolvidos na deposição. Em um primeiro momento, a rainha se negou alegando que queria que os golpistas fossem punidos. Ante esta situação, o Presidente Cleveland levou a questão ao Congresso. Em 18 de dezembro de 1893 o ministro norte-americano Willis solicitou ao governo provisório que devolvesse o poder a Lili'uokalani, que se negou a fazê-lo. Em 4 de julho (alusão ao dia da independência dos EUA) de 1894, foi proclamada a República do Havaí e Sanford B. Dole, um dos primeiros defensores da república, nomeado presidente. O governo dos EUA logo reconheceu o novo país. Lili'uokalani foi detida em 16 de janeiro de 1895, após uma rebelião de Robert Wilcox, quando armas de fogo foram encontradas nos jardins de sua casa; fato que ela negou conhecimento. Por este motivo, foi sentenciada a 5 anos de trabalhos pesados na prisão e multa de $ 5 mil, mas a sentença foi comutada para prisão domiciliar no Palácio 'Iolani onde ficou presa até 1896. Após oito meses, ela abdicou do trono em troca da soltura de seus aliados da prisão. Mudou-se para o palácio Washington Place, onde residiu de forma anônima até à sua morte em 1917, por complicações de um derrame cerebral. O território do Havaí foi anexado aos Estados Unidos em 1898.

No verão, Waimea normalmente tem águas claras e calmas. O Pacífico é o maior oceano da Terra, situado entre a América, a leste, a Ásia e a Austrália, a oeste, e a Antártida, ao sul. Com 180 milhões de km² de área superficial, o Pacífico cobre quase um terço da superfície do planeta e corresponde a quase metade da superfície e do volume dos oceanos. Movendo-se um globo terrestre de forma adequada é possível visualizar-se um hemisfério inteiro do planeta coberto apenas por água, ficando todos os continentes no hemisfério oposto, ocultos à visão em tal posição abstrata. Descoberto pelo europeu Vasco Núñez de Balboa, em 1513, embora desde 1511 que os portugueses navegassem regularmente no mar meridional da China, o qual pertence ao oceano Pacífico, chegando à Tailândia em 1511 e à China em junho de 1513, com Jorge Alvares, antes de Balboa avistar aquele oceano. que se deu pela chegada da armada do navegador Cristóvão Colombo nas Bahamas em 12 de outubro de 1492 na tentativa de encontrar uma rota alternativa para o comércio das Índias, representa o início da colonização europeia do continente americano. Embora o termo mais usado seja “descoberto”, a chegada de Colombo em si não representa o início da ocupação humana do “Novo Mundo”, já que havia habitantes, reconhecidos como povos ameríndios. Ainda assim, deve-se acentuar a descoberta como um dos pontos altos das ditas grandes navegações na chamada Era dos Descobrimentos.

Os navios da esquadra de Cabral que estiveram nas costas brasileiras em 1500 eram algumas das mais sofisticadas máquinas disponíveis à humanidade. Tinham uma complexa tecnologia propulsora baseada em um conjunto de mastros e velas que proporcionava boa capacidade de manobra e movimentação em mar alto. Equipamentos de navegação como bússola e astrolábio facilitavam ao navio se afastar das costas. O armazenamento de víveres permitia um planejamento para que se percorressem longas distâncias. O armamento de canhões de carregar pela boca com pólvora e balas esféricas dava um poder de fogo sem rival no resto do planeta. As grandes navegações incluíam a mística da cruzada cristã com interesse mercantil. Para o empreendimento dar certo, era necessária uma base tecnológica adequada. Todos esses fatores estavam representados entre os cerca de 1.500 homens que tripulavam os 13 navios da frota cabralina. A maneira como esses navios eram habitados, navegados e comandados resumia-se em um universo múltiplo e fechado do empreendimento civilizatório português. No comando supremo estavam os fidalgos aristocratas. Religiosos embarcados cuidavam de manter a bordo o enorme poder que a Igreja tinha em Portugal. Havia técnicos especializados em navegação, os pilotos, as pessoas mais importantes a bordo depois do capitão e ninguém podia interferir no seu julgamento sobre as manobras do navio. Seu local de trabalho era uma cadeira que ficava ao lado da agulha de marear (a bússola).

Na peculiaridade histórica brasileira, a camada dirigente atua em nome próprio, servida dos instrumentos políticos derivados de sua posse do aparelhamento estatal. Ao receber o impacto de novas forças sociais, a categoria estamental as amacia, domestica, embotando-lhes a agressividade transformadora, para incorporá-las a valores próprios, muitas vezes mediante a adoção de uma ideologia diversa, se compatível com o esquema de domínio. A mudança econômico-social, possível e ajustável à estrutura política, opera-se até esgotar-se o ânimo criador que inspirou a ascensão da dinastia de Avis no século XIV. O centro do mundo desloca-se, na consciência dos atores, para o pequeno palco lusitano, mas poderoso com a utilização da nau, com um mundo desconhecido aos seus pés. Este foi seu momento criador, envolvendo todos os quadrantes numa visão egocêntrica, suscitando imitadores e notáveis epígonos. De tal ânimo, já sombreado da saudade desesperada, infundindo pela tentativa que acabaria em pó e fumaça, vibra o poema: Os Lusíadas. É uma obra de poesia épica do escritor português Luís Vaz de Camões, considerada a epopeia portuguesa por excelência. Provavelmente concluída em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do Humanismo, três anos após o regresso do autor do Oriente. A obra foi impressa pela primeira vez, em 1572 em Lisboa, tendo sido realizadas 34 obras que se encontram espalhadas por três continentes.

O poema épico mais genuíno é o canto da construção duma nação com a ajuda de Deus ou dos deuses. Os Lusíadas, como ocorre com a Eneida, é uma epopeia moderna, em que o maravilhoso não passa dum artifício necessário, mas aparentemente só literário. A fé única no Deus cristão é defendida por toda a obra. O poema pode ser lido numa perspectiva que já era antiga, mas a que factos recentes haviam dado acrescida atualidade, a da Cruzada contra o mouro. As lutas no Oriente seriam a continuação das que já se haviam comparativamente travado em Portugal e no Norte de África, dominando ou abatendo o poder do Islão. O próprio movimento civilizatório dos chamados “descobrimentos” surgiu em seu ersatz numa lógica de combate ao poderoso Império Otomano que ameaçava a Europa cristã, incapaz de vencer o inimigo em guerra aberta. Os objetivos passavam por fazer uma concorrência comercial aos muçulmanos, ao mesmo tempo ganhando proveitos e debilitando a economia dos rivais. Mas também se ambicionava encontrar aliados dos europeus nas novas terras, que poderiam ser eles mesmos cristãos, ou passíveis de conversão. Cada um dos tipos ideais de discurso neste poema evidencia particularidades estilísticas concretas. Dependendo do assunto que tratam, o estilo pode ser heroico e exaltado, empolgante, lamentoso e melancólico, humorístico, admirador.

Transposto pela primeira vez em 1520 por Fernão de Magalhães, que se notabilizou por ter encabeçado a primeira viagem de circunavegação ao globo de 1519 até 1522, ao serviço da Coroa de Castela, a expedição espanhola Magalhães-Elcano. O Pacífico tem assistido ao crescimento de sua importância como via de comunicação entre as regiões de maior dinamismo econômico como Extremo Oriente e costa ocidental da América do Norte. Tem 707,5 km de fossas, e 87,8% da área apresenta profundidades superiores a 3 000 m; é o oceano com maior profundidade média de 4 282 m onde se localizam as maiores fossas submarinas das Marianas, com 11 034 m. Sua forma imaginária grosseiramente circular é delimitada por margens continentais ativas que correspondem ao círculo de fogo do Pacífico, é uma área onde há um grande número de terremotos e forte atividade vulcânica, localizado no Norte do Oceano Pacífico. O Anel de Fogo tem a forma de desenho ferradura, com 40.000 km de extensão e está associado com uma série quase contínua de trincheiras oceânicas, arcos vulcânicos, couraças vulcânicas, cinturões de vulcões e movimentos de placas tectônicas, as placas litosféricas, sob as quais se afunda uma crusta oceânica em rápida expansão de movimento. Em suas águas foi registrada a maior temperatura em um oceano: 40,4 °C, a uma profundidade de 2 mil metros, a cerca de 480 km ao oeste da costa norte-americana. Fernão de Magalhães “batizou”, na falta de melhor expressão, este oceano com o nome de Pacífico, “por acreditar que o mesmo era mais calmo que o tempestuoso oceano Atlântico”. Esta comparação foi feita quando Fernão de Magalhães e os seus companheiros de tripulação transpuseram o estreito de Magalhães, uma obra da natureza geográfica e territorial da passagem entre os dois oceanos já citados.

            Flanqueado por cadeias montanhosas recentes, com intensa atividade vulcânica, o Pacífico é percorrido por um vasto sistema de dorsais. A dorsal Sudeste-Pacífica constitui um prolongamento, através da dorsal Pacífico-Antártica, das dorsais do oceano Índico (dorsal Antártico-Australiana). Em sua porção setentrional atinge as latitudes do litoral mexicano, desaparecendo ao penetrar no golfo da Califórnia. Trata-se de uma dorsal em rápida expansão (entre 8,8 e 16,1 cm por ano), sem fossa axial. As zonas de fraturas que a segmentam são numerosas, com deslocamento pronunciado. Essa dorsal emerge na latitude da ilha de Páscoa, unindo-se à dorsal do Chile, que se liga à costa meridional da América, e na latitude das ilhas Galápagos, unindo-se à dorsal de Cocos ou das Galápagos. Essas dorsais dividem o Pacífico em três conjuntos. Os fundos oceânicos situados a leste da dorsal Sudeste-Pacífica pertencem a placa litosférica da Antártida (que corresponde à bacia Pacífico-Antártica e à planície abissal de Bellingshausen), à placa de Nazca (bacias Peruana e Chilena, separadas pela dorsal de Nazca) e à placa de Cocos (limitada pela dorsal de Cocos). Em vermelho a passagem do Noroeste ligando o estreito de Bering (Pacífico) ao estreito de Davis (oceano Atlântico).

            Em 1913, Alfred Wegener apresentou a Teoria da Deriva Continental, que afirma que, há milhões de anos, as massas de Terra formavam um único supercontinente, chamado Pangeia. Essa teoria foi confirmada por sua sucessora chamada Teoria das Placas Tectônicas. A teoria parte do pressuposto de que a crosta terrestre está dividida em grandes blocos semirrígidos, ou seja, em placas que abrangem os continentes e o fundo oceânico. Essas placas movimentam-se sobre o magma, impulsionadas por forças vindas do no interior da Terra. Portanto, a superfície terrestre não é uma placa imóvel, como era falado no passado. O planeta Terra está dividido em 52 placas tectônicas, sendo 14 principais e 38 menores. Como exemplos de placas principais, podemos citar três casos concretos: a Placa Sul-Americana, a Placa do Pacífico e a Placa Australiana. As menores podem ser exemplificadas pela Placa do Ande do Norte, Placa da Carolina e Placa das Marianas. Os movimentos realizados pelas placas tectônicas ocorrem provavelmente em virtude das altas temperaturas existentes no interior da Terra. A crosta terrestre encontra-se sobre o manto, uma camada da Terra composta por magma. O intenso calor provoca a movimentação circular do manto em correntes de convecção. Esse movimento convectivo transfere calor do núcleo – a camada mais interna da Terra - para as camadas mais externas, provocando a movimentação das placas, levando à junção ou à separação dos continentes. A movimentação das placas é lenta, contínua e ocorre no limite entre elas. Esse deslocamento leva bastante tempo e é responsável por diversas transformações e fenômenos que ocorrem na crosta terrestre, como a formação de montanhas e vulcões, terremotos e aglutinação ou separação dos continentes. Os movimentos das placas tectônicas podem ser laterais, de afastamento e de colisão. Limites das placas correspondem às zonas de encontro entre as placas, ou seja, são as fronteiras ou margens das placas, nas quais ocorre intensa movimentação, como atividades sísmicas e vulcanismo.

No movimento divergente, as placas afastam-se umas das outras, formando fendas e rachaduras na crosta terrestre. Assim, quando ocorre o movimento das correntes convectivas ascendentes, o magma do interior da Terra atravessa as fendas, sendo levado para a superfície. O magma, então, resfria-se e é acrescentado às bordas das placas, que aumentam de tamanho. No movimento convergente, as placas aproximam-se e chocam-se umas contra as outras. Quando o movimento convergente ocorre entre uma placa oceânica e uma placa continental, a primeira retorna ao manto, enquanto a segunda enruga-se, formando dobras. Isso ocorre porque as rochas das placas oceânicas são mais densas que as rochas das placas continentais. Quando ocorre um choque entre duas placas oceânicas, apenas uma das placas afundará, no caso, a mais densa entre as duas. Quando o choque ocorre entre duas placas continentais, não há afundamento das placas, visto que a densidade das duas é a mesma, logo, ambas sofrem dobramento. Um exemplo desse tipo de choque foi o que ocorreu entre as placas Sul-Americana e a Placa de Nazca, que deu origem à Cordilheira dos Andes. No movimento transformante, as placas deslizam umas em relação as outras, provocando rachaduras na região de contato entre as placas. Não há destruição nem criação de placas, podendo ocorrer em alguns casos originar falhas. Um movimento transformante ocorreu conforme análise comparada, entre a Placa do Pacífico e a Placa Norte-América, resultando na falha de San Andres, na Califórnia, nos Estados Unidos da América.

A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol, o mais denso e o quinto maior dos oito planetas do Sistema Solar. É também o maior dos quatro planetas telúricos. É por vezes designada como Mundo ou Planeta Azul. Lar de milhões de espécies de seres vivos, incluindo os seres humanos, a Terra é o único corpo celeste onde é reconhecida a existência de vida. O planeta formou-se há 4,56 bilhões de anos, e a vida surgiu na sua superfície depois de um bilhão de anos. Desde então, a biosfera terrestre alterou de forma significativa a atmosfera e fatores abióticos do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, como a formação da camada de ozônio, que em conjunto com seu campo magnético, bloqueia radiação solar prejudicial, permitindo a vida no planeta. A sua superfície exterior é dividida em segmentos rígidos, chamados placas tectônicas, que migram sobre a superfície terrestre ao longo de milhões de anos. Aproximadamente 71% da superfície é coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas, contendo lagos e corpos de água que contribuem para a hidrosfera. Os polos geográficos do planeta Terra encontram-se majoritariamente cobertos por mantos de gelo ou por banquisas. O interior abstrato da Terra permanece ativo e relativamente sólido, isto é, um núcleo externo líquido que gera um campo magnético, e um núcleo interno sólido, composto, sobretudo por ferro. Ipso facto a Terra interage com outros objetos em movimento no espaço, em particular com o Sol e a Lua. A Terra orbita o Sol uma vez por cada 366,26 rotações sobre o seu próprio eixo, o que equivale a 365,26 dias solares ou representa um (01) ano sideral. O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4° em relação à perpendicular ao seu plano orbital, reproduzindo variações sazonais na superfície do planeta, com período igual a um ano tropical, ou, 365,24 dias solares.

Todo o imenso conjunto de fundos oceânicos situados a oeste da dorsal Sudeste-Pacífica é sustentado pela placa litosférica pacífica, que a oeste América do Norte apresenta grandes zonas de fraturas, com relevos monumentais, alinhados por milhares de quilômetros de antigas falhas de transformação. Mais a oeste, o centro do oceano Pacífico é entrecortado por cadeias submarinas e grandes edifícios vulcânicos, ora emergindo em forma de ilhas: Havaí, Marquesas, Marshall, Carolinas, frequentemente coroadas por formações coralíneas (atóis). As bacias oceânicas que as rodeiam a Médio-Pacífica, Melanésia, Nordeste, Noroeste, apresentam uma delgada cobertura sedimentar sobre a crosta basáltica. A presença das fossas oceânicas periféricas, ao longo dos principais arcos insulares, entre eles: Aleutas, Kurilas, Japão, Marianas, Filipinas, Salomão, Tonga, Kermadec e da costa ocidental da América: Chile, Peru, América Central explica-se por corresponderem a zonas de subducção da crosta oceânica, em que esta mergulha sob as placas litosféricas Americana, a leste, e Eurasiática e Indo-Australiana, a oeste. São áreas reconhecidas cientificamente de intensa atividade sísmica e vulcânica, sujeitas também à ocorrência de maremotos. As ondas de tsunami resultam-se de grande deslocamento de água. Ele ocorre estatisticamente com maior frequência no Oceano Pacífico e pode atingir uma altura extraordinária de 30 metros. Os tsunamis deixaram centenas de pessoas mortas ou feridas e milhares de habitantes desabrigados. Waimea Bay é praia famosa pelas ondas de mais de 30 pés de altura. Mas não é só surf, pois no verão o mar é calmo e ótimo local para snorkel, utilizado por mergulhadores em águas rasas, e mergulho, para encontrar corais, tartarugas marinhas e golfinhos.

Bibliografia geral consultada.

LORCH, Carlos, Surfe Deslizando sobre as Ondas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1980; NICHOLAS, Thomas, The Extraordinary Voyages of Captain James Cook. New York: Editor Walker & Co., 2003; ALEXANDRE, Fernando, Dicionário do Surf: A Língua das Ondas. São Paulo:  Editor Cobra Coralina, 2004; COLEMAN, Stuart Holmes, Eddie Would Go: A História de Eddieu Aikau, Herói Havaiano. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora Gaia, 2004; GREEN, Naima, Surfing: Rules, Tips, Strategy, and Safety.1ª edição. New York: The Rosen Publishing Group, 2005; GOFFMAN, Erving, Estigma: La Identidad Deteriorada. 2ª edición. Madrid: Amorrotu Editores, 2009; GUIMARÃES, Rui Enes, Estilo de Vida, Saúde e Surf: Análise do Contributo do Surf para o Estilo de Vida dos seus Praticantes. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Desporto. Porto: Universidade do Porto, 2011; RAMOS, Pedro Manuel Lima, Surf como Promotor de Preservação Ambiental: Estudo de Caso do Litoral Português. Dissertação de Mestrado em Economia e Gestão do Ambiente. Faculdade de Economia. Porto: Universidade do Porto, 2014; ZWEIG, Stefan, Fernão de Magalhães. Lisboa: Editor Relógio D`Água, 2017; MARCHI, Kátia Bortolotti, Do Surf ao Tow-in: Do Processo Civilizador à Sociedade de Risco. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Setor de Ciências Biológicas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2017; SOUSA, Diogo André Reis, Ondas Gigantes na Nazaré: Estudo sobre as Condições Ideais de Ocorrência. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências. Ciências Geofísicas (Modalidade Oceanografia). Lisboa: Universidade de Lisboa, 2018; CASTRO, Xavier de; DUVIOLS, Jean-Paul, Idées Reçues sur les Grandes Découvertes: XVe-XVIe Siècles. 2ª edição. Colection Magellane poche. Paris: Éditions Chandeigne, 2019; LAIRD, Hamilton, Força da Natureza: Mente, Corpo, Alma e, Claro, Surf. Nova York: Editor Rodale Books, 2010; Idem, Life Rider: Coração, Corpo, Alma e Vida além do Oceano. Nova York: Editor Rodale Press, 2019; Idem, “Como Prevenir Lesões e Construir um Corpo e Mente Resistentes”. In: https://gooutside.com.br/25/09/2020; STACHEVSKI, Thiago Weigert, A Inserção do Surf nos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio 2020: As Estratégias dos Agentes e Instituições no Campo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Educação Física. Curitiba: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2020; NEVES, Pedro Fernandes, A Economia Local do Surf e o Desenvolvimento de Pequenas Cidades  - O Caso de Peniche. Dissertação de Mestrado. Instituto de Geografia e Ordenamento de Território. Faculdade de Arquitetura. Lisboa: Universidade de Lisboa, 2021; entre outros.

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