quarta-feira, 28 de maio de 2025

Impacto Profundo – Órbita de Asteróide & Extinção em Massa da Terra.

1 universo, 8 planetas, 204 países (...). E a única pessoa que eu só preciso para ser feliz é você!”. Bob Marley

          Protágoras foi um sofista da Grécia Antiga, célebre por cunhar a frase: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Tendo como base para isso o pensamento dialético de Heráclito, um dos principais filósofos da Antiguidade pré-socrática. Tal frase expressa muito bem o relativismo tanto dos Sofistas em geral, quanto o relativismo do próprio Protágoras. Se o homem é a medida de todas as coisas, então coisa alguma pode ser medida para os homens, melhor dizendo, as leis, as regras, a cultura, deve ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que vale em determinado lugar não deve valer, necessariamente, em outro lugar. Este axioma também significa que as coisas são reconhecidas de uma forma particular e pessoal por cada indivíduo, o que contradiz o projeto de Sócrates de chegar ao conceito absoluto de cada coisa. Assim como Sócrates, Protágoras foi acusado de ateísmo, tendo inclusive livros seus queimados em uma praça pública, motivo pelo qual fugiu da cidade de Atenas, estabelecendo-se na Sicília, onde morreu aos 75 anos de idade. Um dos diálogos platônicos, cujo título é Protágoras, expõe o diálogo de Sócrates com o Sofista. São designados sofistas os mediadores de Sócrates e Platão, pertencentes ao período do séc. V a. C., que deram suporte ao enfoque antropológico e filosófico a questões morais, políticas e metafísicas os quais debatiam durante a vida cotidiana.

É muito difícil precisar as datas e etapas dos processos que levaram à criação da fotografia, pois muitos deles são experiências conhecidas pelo homem desde a Antiguidade. Os fundamentos daquilo que veio a se chamar fotografia vieram de dois princípios básicos, conhecidos do homem há muito tempo, mas que tiveram que esperar muito tempo para se manifestar satisfatoriamente em conjunto, que são: a câmera escura e a existência de materiais fotossensíveis. A câmera representa uma caixa preta totalmente vedada da luz com um pequeno orifício, ou uma objetiva em um dos seus lados. Apontada para algum objeto, a luz refletida deste objeto projeta-se para dentro da caixa e a imagem dele se forma na parede oposta à do orifício. Se ao invés de uma superfície opaca, for colocada uma translúcida, como um vidro despolido, a imagem formada será visível do lado de fora da câmera, ainda que aos olhos aparece invertida. A câmera escura é uma dessas invenções que não se sabe a origem. A referência reconhecida ao princípio da câmera é de um texto chinês “Mozi”, do século V a. C. Na Grécia clássica o princípio é mencionado na compilação “Problemas” (Problemata), de Aristóteles, tendo como representação problemas apresentados sob a forma de perguntas e respostas, que abordam diversas questões científicas e filosóficas de seu tempo.

Na versão original da “Óptica” de Euclides, não há menção à câmera escura; somente no século XVI, numa tradução comentada por Ignazio Danti (1536-1586), ela aparece como uma demonstração de que a luz se propaga em linha reta. O primeiro aparelho identificado como uma câmera escura foi construído em meados do século VI d. C, em experimentos de Artêmio de Tralhes. No século XI, durante a Dinastia Song, que governou a China no período de 960 a 1279, foi usado para aplicar atributos geométricos e quantitativos. Por volta do século XVII, os desenvolvimentos seguintes por Robert Boyle (1627-1691) e o criador do microscópio Robert Hooke (1635-1703), mais fácil de modelos portáteis se tornaram disponíveis, estes foram amplamente utilizados por artistas amadores e também por profissionais, como, por exemplo, o famoso pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675). Além disso, ingleses do século XIII fizeram uso de uma câmara escura para a observação segura de eclipse solar que ocorre sempre que a Lua se posiciona entre o planeta Terra e o Sol. Tais câmeras foram adaptadas para criar as primeiras fotografias de fora para dentro. Em astrofísica, o paradoxo de Olbers (1826), ou “paradoxo da noite escura”, argumenta que a escuridão do céu está em contradição com a hipótese de universo infinito e estático. A escuridão do céu é uma evidência da não estaticidade do universo, como no modelo do chamado Big Bang do universo.                  

Se o universo fosse estático e com uma quantidade infinita de estrelas, qualquer linha de visão abstrata partindo da Terra coincidiria provavelmente com uma estrela suficientemente luminosa, de forma que o céu seria completamente brilhante. Isso contradiz a observação do céu predominantemente escuro. O paradoxo foi descrito primeiramente pelo astrônomo alemão Heinrich Wilhelm Olbers (1758-1840) em 1826, e anteriormente por Johannes Kepler em 1610 e Edmond Halley e Jean Philippe de Chéseaux no século XVIII. Face à simplicidade da pergunta sobre a escuridão, as respostas dos astrônomos vêm acompanhadas com as mais inteligentes e elegantes explicações envolvendo múltiplas demarcações abstratas das ciências exatas. O paradoxo é a afirmação de que um universo estático, infinito e com distribuição regular de estrelas em seu espaço, o céu noturno deveria ser brilhante. O paradoxo possui o nome indevido já que num universo estático e infinito a distribuição de estrelas, mesmo sendo em número infinito, não precisa necessariamente ser regular. A suposição de que a função de estrelas f(x) pela quantidade de volume de espaço x dividida por esse mesmo volume x tende a uma constante K quando x vai ao infinito é uma suposição. Embora o Paradoxo de Olbers constate que, se a distribuição de estrelas fosse regular num universo infinito, a quantidade de energia estelar que atingiria a Terra seria infinita. Não gera empecilhos para que haja um universo estático infinito com um número infinito de estrelas distribuídas de forma irregular. 

A presunção de que um universo infinito tenha um número infinito de estrelas também não pode ser comprovada. Pode-se imaginar um universo infinito com o conjunto de matéria finita, dividida em infinitos corpos distintos, abre-se em múltiplos casos e contradições. Em qualquer caso, em um universo com infinitas estrelas, você veria uma distribuição talvez homogênea delas pelo espaço. Isso não implica distribuição homogênea real, e sim apenas a disposição ótica da percepção delas. A condição de visibilidade homogênea independe do comportamento da função g(x)/x, de forma que só importa g(x), que tende ao infinito quando x vai ao infinito, já que parte da premissa de que o universo é infinito e tem número infinito de estrelas. Apesar da precisão das respostas, quando a dúvida é transferida para um habitante de um longínquo planeta, localizado no meio de um aglomerado globular, “por que suas noites são claras?”, o que se deve apreender é que o abstrato pode tomar outros sentidos (cf. Oliveira, 2020). Essa inversão, além de já nos trazer as mais sensatas e compreensíveis respostas, transforma o paradoxo anterior num fenômeno, associado à natureza humana, também rico em outras explicações, mas de interesse de outras ciências e que não sejam tão exatas, como as exatas, porém mais elucidativas, afinal num questionamento que envolve a utilização recíproca tanto do conceito de limite e convergência, o paradoxo surge ao introduzirem nos cálculos um espaço de duas dimensões abstraras na Física no lugar de três. No entanto entre os seus pilotos independentemente da nacionalidade, foi e continua sendo apelidado Viper. 

          Existem 20.626 graus quadrados no hemisfério do céu visível, supondo que não haja obstruções no horizonte. A aeronave de 670 pés quadrados (≈62 m²) subtenderia um ângulo de 0,24 graus a 6.000 pés (≈1.800 m). A chance de um tiro não guiado disparado aleatoriamente atingir a aeronave seria de uma em 20626 / 0,24 / 0,24, ou de uma em 358.090. Os disparos direcionados reduzem essas probabilidades. Por som ou por adivinhação, isolar a região de disparo a cerca de um quinto do céu pode ser possível. Estatisticamente se 10 canhões disparar 10 tiros por segundo em um quinto do céu, coordenando perfeitamente seus disparos uniformemente naquela região e rastreando de maneira grosseira a aeronave enquanto ela sobrevoa, a chance de acertá-la seria de 358.090/ 5/10/10, ou uma chance em 716 a cada segundo. Voando a 500 mph ou 805 km / h (733 pés / s ou 223 m / s), a cada segundo a aeronave cruzaria sete graus angulares do céu. Com alcance inclinado de 10.000 pés (≈3.000 m), os canhões antiaéreos poderiam cobrir um cone de céu de 100 graus de largura, assumindo uma localização comum de canhão. A aeronave estaria dentro do alcance de 100/7 ou 14,3 segundos, e a chance total de acertá-la durante uma única passagem aérea seria 716/14,3 ou uma única chance em 50. Ao coordenar corredores para trajetórias de artilharia amigas através do espaço aéreo, às vezes presume-se raramente, e para conveniência de emergência que disparidades semelhantes se aplicam. Isso é frequente como a Teoria do Big Sky - Small Bomb.  - “Nós escolhemos ir para a Lua” (We choose to go to the Moon) é uma famosa frase presente no discurso realizado pelo presidente John F. Kennedy em 12 de setembro de 1962, diante de uma grande multidão no Estádio Rice, em Houston no Texas.  

O discurso tratou dos esforços do país para alcançar a Lua e buscou persuadir o norte-americano a apoiar a continuação do programa espacial dos Estados Unidos e, especificamente, o objetivo nacional de realizar uma alunissagem tripulada até o final da década de 1960. John Kennedy havia estabelecido o objetivo de pousar na Lua no ano anterior a fim de demonstrar a superioridade dos Estados Unidos contra a União Soviética na Corrida Espacial, mas a maior parte dos norte-americanos não era favorável. O presidente visitou o recém estabelecido Centro de Espaçonaves Tripuladas, em Houston em setembro de 1962, aproveitando a oportunidade para discursar na Universidade Rice em uma tentativa deliberada de aumentar o apoio popular para o programa espacial. Em seu discurso político, Kennedy caracterizou o espaço como uma nova fronteira a ser explorada, invocando o espírito pioneiro dominante no folclore nacional. Ele imbuiu o discurso com um sentimento de urgência e destino, enfatizando a liberdade gozada pelos norte-americanos para escolher seu próprio destino em vez de tê-lo escolhido para eles. O presidente também estabeleceu uma competição global contra a União Soviética, mesmo tendo proposto a questão tópica da alunissagem enquanto um ato de pousar uma nave espacial na Lua, como um projeto conjunto entre os dois países. Serviu como Presidente dos Estados Unidos de 1961 a 1963, quando foi assassinado publicamente. Lee Harvey Oswald (1939-1963) de acordo com três investigações policiais paralelas do governo dos Estados Unidos, foi o assassino de John F. Kennedy, baleado em Dallas, Texas, em 22 de novembro de 1963.

A Comissão Rockefeller relatou em 1975 que eles investigaram a alegação de que Hunt e Sturgis, em nome da Central, participaram do assassinato do presidente John Kennedy. A Comissão Rockefeller relatou em 1975 que eles investigaram a alegação de que Hunt e Sturgis, em nome da Central, participaram do assassinato de Kennedy. O Relatório Final dessa comissão de inquérito afirmou que as testemunhas que testemunharam que os “abandonados” tinham uma semelhança com Hunt ou Sturgis “não demonstraram ter qualquer qualificação em identificação com foto além daquela possuída por um leigo médio”. Seu relatório também afirmou que o agente do FBI Lyndal Leroy Shaneyfelt (1915-2014), “um especialista nacionalmente reconhecido em fotoidentificação e fotoanálise” do Laboratório Fotográfico do FBI, concluiu a partir da comparação de fotos que nenhum dos homens era Hunt ou Sturgis. Em 1979, o Comitê Seleto de Assassinatos da Câmara informou que antropólogos forenses analisaram e compararam novamente as fotografias dos “vagabundos” com as de Hunt e Sturgis, bem como com fotografias de Thomas Vallee, Daniel Carswell e Fred Lee Chrisman. De acordo com o comitê, apenas Chrisman se parecia com qualquer um dos “vagabundos”, mas determinou que ele não deveria estar em Dealey Plaza no dia do assassinato. Em 1992, a jornalista Mary La Fontaine descobriu os registros de prisão de 22 de novembro de 1963 que o Departamento de Polícia de Dallas havia divulgado em 1989, que nomeava os três homens como Gus W. Abrams, Harold Doyle e John F. Gedney. Conforme os Relatórios de Prisão, os três foram “retirados de um vagão nos pátios da ferrovia após o presidente Kennedy ser baleado”, detidos como “prisioneiros investigativos”, desempregados e de passagem por Dallas, quando foram liberados quatro dias depois da detenção.

Em 1976, Frank Sturgis afirmou que foi designado para investigar qualquer possível papel real que exilados cubanos possam ter desempenhado no assassinato de Kennedy. Ele afirmou que sua investigação revelou que dez semanas antes do assassinato, Jack Ruby se encontrou com Fidel Castro em Havana, Cuba, para discutir “a remoção do presidente” a fim de neutralizar a ameaça de invasão pelos Estados Unidos. De acordo com Sturgis, outros participantes da reunião incluíram Raúl Castro, Che Guevara, Ramiro Valdés e uma mulher argentina que provável ser acredita uma agente russa da Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB). Ele disse que Ruby também fez várias viagens a Havana nos meses anteriores ao assassinato, a fim de conseguir acordos em que armas seriam vendidas a Cuba e em que drogas ilegais de Cuba seriam contrabandeadas para os Estados Unidos. Sturgis também afirmou que Lee Harvey Oswald estava envolvido na conspiração e que outros governos estavam na conspiração ou sabiam da conspiração. Mas que a investigação não revelou exilados cubanos estavam envolvidos no assassinato. Frank Sturgis se recusou a identificar especificamente as fontes primárias de suas informações, mas observou que ele disse que elas incluíam membros do “submundo cubano anti-Castro”. 

Ele alegou ainda que seus associados envolvidos na inteligência confirmaram independentemente seu relatório. De acordo com Sturgis, seu relatório foi feito no início de 1964 e que foi entregue a “certas agências de inteligência americanas, incluindo o Comitê de Segurança Interna do Senado”. Ele disse que não sabia se tinha sido encaminhado à Comissão Warren que foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F. Kennedy. Da mesma forma, Sturgis disse que as informações sobre os relatórios de 1964 foram fornecidas ao Relatório Rockefeller, bem como o subcomitê de inteligência do Comitê da Igreja, presidido por Richard Schweiker (1926-2015), mas que ele não sabia se eles receberam os relatórios reais. Sturgis afirmou que estava revelando que fez os relatórios para refutar “o elemento de esquerda no país” que alegou que a Central estava envolvida no assassinato de John Kennedy. O irmão de Jack Ruby, Earl, respondeu às alegações como “estranhas”, “ridículas” e “absolutamente falsas”. O Relatório Final dessa comissão de inquérito afirmou que as testemunhas que testemunharam que os “abandonados” tinham uma semelhança com Hunt ou Sturgis “não demonstraram ter qualquer qualificação em identificação com foto além daquela possuída por um leigo médio”. Seu relatório também afirmou que o agente do FBI Lyndal Leroy Shaneyfelt (1915-2014), “um especialista nacionalmente reconhecido em fotoidentificação e fotoanálise” do Laboratório Fotográfico do FBI, concluiu a partir da comparação de fotos que nenhum dos homens era Hunt ou Sturgis. Em 1979, o Comitê Seleto de Assassinatos da Câmara informou que antropólogos forenses analisaram e compararam novamente as fotografias dos “vagabundos” com as de Hunt e Sturgis, bem como com fotografias de Thomas Vallee, Daniel Carswell e Fred Lee Chrisman. De acordo com o comitê, apenas Chrisman se parecia com qualquer um dos “vagabundos”, mas determinou que ele não deveria estar em Dealey Plaza no dia do assassinato. Em 1992, a jornalista Mary La Fontaine descobriu os registros de prisão de 22 de novembro de 1963 que o Departamento de Polícia de Dallas havia divulgado em 1989, que nomeava os três homens como Gus W. Abrams, Harold Doyle e John F. Gedney. Conforme os Relatórios de Prisão, os três foram “retirados de um vagão nos pátios da ferrovia logo após o presidente Kennedy ser baleado”, detidos como “prisioneiros investigativos”, descritos como desempregados e de passagem por Dallas, quando foram liberados quatro dias depois da detenção.

Em 1976, Frank Sturgis afirmou que foi designado para investigar qualquer possível papel real que exilados cubanos possam ter desempenhado no assassinato de Kennedy. Ele afirmou que sua investigação revelou que dez semanas antes do assassinato, Jack Ruby se encontrou com Fidel Castro em Havana, Cuba, para discutir “a remoção do presidente” a fim de neutralizar a ameaça de invasão pelos Estados Unidos. De acordo com Sturgis, outros participantes da reunião incluíram Raúl Castro, Che Guevara, Ramiro Valdés e uma mulher argentina que provável ser acredita uma agente russa da Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB). Ele disse que Ruby também fez várias viagens a Havana nos meses anteriores ao assassinato, a fim de conseguir acordos em que armas seriam vendidas a Cuba e em que drogas ilegais de Cuba seriam contrabandeadas para os Estados Unidos. Sturgis também afirmou que Lee Harvey Oswald estava envolvido na conspiração e que outros governos estavam na conspiração ou sabiam da conspiração. Mas que a investigação não revelou exilados cubanos estavam envolvidos no assassinato. Frank Sturgis se recusou a identificar especificamente as fontes primárias de suas informações, mas observou que ele disse que elas incluíam membros do “submundo cubano anti-Castro”. Ele alegou ainda que seus associados envolvidos na inteligência confirmaram independentemente seu relatório. De acordo com Sturgis, seu relatório foi feito no início de 1964 e que foi entregue a “certas agências de inteligência americanas, incluindo o Comitê de Segurança Interna do Senado”. Ele disse que não sabia se tinha sido encaminhado à Comissão Warren que foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F. Kennedy. Da mesma forma, Sturgis disse que as informações sobre os relatórios de 1964 foram fornecidas ao Relatório Rockefeller, bem como o subcomitê de inteligência do Comitê da Igreja, presidido por Richard Schweiker (1926-2015), mas que ele não sabia se eles receberam os relatórios reais. Sturgis afirmou que estava revelando que fez os relatórios para refutar “o elemento de esquerda no país” que alegou que a Central estava envolvida no assassinato de John Kennedy. O irmão de Jack Ruby, de nome Earl, respondeu às alegações como “estranhas”, “ridículas” e “absolutamente falsas”.

Em entrevista de televisão de 1977 conduzida por Bill O`Reilly, Sturgis indicou que Alexander Butterfield, serviu como vice-assistente do presidente Richard Nixon de 1969 a 1973. Ele revelou a existência do sistema de gravação da Casa Branca em 13 de julho de 1973, durante a investigação do Watergate, mas não teve outro envolvimento no escândalo. Mas em suas relações mantinha notáveis “associações” com funcionários da CIA, associando-se à posição tomada por L. Fletcher Prouty, que havia feito manchetes em todo o país com “sua alegação de que Butterfield estava operando em nome da CIA”. Em setembro de 1977, Marita Lorenz disse a Paul Meskil do New York Daily News que ela conheceu Oswald no outono de 1963 em um esconderijo da Operação 40 na seção Little Havana de Miami. De acordo com Lorenz, ela o encontrou novamente antes do assassinato de Kennedy em 1963 na casa de Orlando Bosch, com Sturgis, Pedro Luís Díaz Lanz e outros dois cubanos presentes. Ela disse que os homens estudaram os mapas das ruas de Dallas e que ela suspeitava que eles estavam planejando invadir um arsenal. Lorenz afirmou que ela se juntou aos homens que viajavam para Dallas em dois carros e carregavam “rifles e miras”, mas voou de volta para Miami no dia seguinte à chegada.

Reconhecida em Cuba como La Batalla de Girón foi uma tentativa frustrada de invadir a costa sudoeste de Cuba empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar de exilados cubanos. O grupo fora treinado e dirigido pela Central Intelligence Agency (CIA), uma agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos responsável por investigar e fornecer informações de segurança nacional para o Presidente e para o seu gabinete, com apoio das Forças Armadas dos Estados Unidos da América (EUA). O objetivo da operação técnico e político era derrubar o vitorioso governo socialista de Fidel Castro. O plano diabólico foi lançado em abril de 1961, menos de três meses depois de John F. Kennedy ter assumido a Presidência dos Estados Unidos. A arriscada ação terminou em fracasso. As forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do Bloco do Leste, derrotaram os combatentes do exílio em três dias e a maior parte dos agressores se rendeu. O ataque à Baía dos Porcos fazia parte da chamada Operação Mangusto (1961), que tinha como objetivo derrubar o recém-formado governo comunista e assassinar o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro. Depois de três dias de combates, os invasores foram vencidos e Fidel declarou “vitória sobre o imperialismo americano”. A Operação Mongoose, ou ainda, Projeto Cuba foi o nome dado por John Kennedy, no dia 4 de novembro de 1961, durante uma reunião do Special Group Augmented (SGA), a uma operação secreta do governo norte-americano. A Operação Mongoose tinha como objetivo subverter e sabotar o governo de Cuba. Robert F. Kennedy, que ocupava o cargo de Attorney General (Procurador-Geral), decidiu nomear o General Edward Lansdale, membro do comitê presidencial de assistência militar para chefiar essa operação.

Fidel Castro (1926-2016) esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado por Ernesto Rafael Guevara de la Serna, reconhecido como Che Guevara (1928-1967), que presenciara um ataque semelhante durante o golpe ocorrido na Guatemala. Com a invasão iminente, Fidel Castro anunciou em discurso no dia 16 de abril de 1961, pela primeira vez, o caráter socialista da revolução e, no dia seguinte, teve início o ataque à ilha, na Praia de Girón, localizada na Baía dos Porcos. Através da CIA, o governo estadunidense treinou 1 297 exilados cubanos, a maioria deles baseados em Miami, para destituir o governo de Fidel Castro. Como o planejado apoio da Força Aérea Americana fora vetado pelo presidente Kennedy, temendo envolver o governo dos Estados Unidos de forma institucional e aberta, a operação foi lançada com pouco apoio logístico dos Estados Unidos e fracassou. Fidel Castro, temendo uma nova invasão norte-americana, decidiu apoiar a ideia política da União Soviética de instalar mísseis nucleares no seu país, “o que precipitou em uma nova crise na região, desta vez com proporções bem maiores”. A Crise do Mísseis, ocorrida em outubro de 1962, foi um incidente diplomático entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, por causa da instalação de mísseis em Cuba. O evento é o considerado o momento mais tenso e crítico da Guerra Fria quando “o mundo teve chances reais de sucumbir a uma guerra nuclear”.

Em resposta às alegações dela, Sturgis disse que não se lembrava de ter conhecido Oswald e reiterou suas negações anteriores de estar envolvido em uma conspiração para matar Kennedy. Em 31 de outubro de 1977, Sturgis foi preso no apartamento de Marita Lorenz depois que disse à polícia que Sturgis a ameaçou na tentativa de forçá-la a mudar seu depoimento para investigadores federais. Em uma entrevista com Steve Dunleavy do jornal New York Post logo depois que ele pagou fiança, Sturgis disse acreditar que agentes comunistas pressionaram Marita Lorenz “a fazer as acusações contra ele”. A estátua do mito clássico da Medusa em frente ao tribunal criminal de Nova York tem um simbolismo reparador. Mais tarde naquela semana, no Tribunal Criminal de Manhattan, as acusações contra Sturgis foram retiradas depois que o promotor disse ao juiz que seu escritório não encontrou evidências de coerção ou assédio moral. Recapitulando a série de eventos, Timothy Crouse do The Village Voice descreveu Sturgis e Lorenz como “duas das fontes mais notoriamente não confiáveis na América”. Após a morte de Hunt em 2007, John Hunt e David Hunt revelaram que seu pai havia registrado várias alegações sobre ele e outros estarem envolvidos em uma conspiração para assassinar John F. Kennedy.

Na edição de 5 de abril de 2007 da revista Rolling Stone, John Hunt detalhou vários indivíduos implicados por seu pai, incluindo Sturgis, bem como Cord Meyer, David Sánchez Morales, David Atlee Phillips, William Harvey e um assassino. Ele denominou “montanha gramada atirador francês” que muitos presumem ser Lucien Sarti (1937-1972) foi um traficante de drogas francês. Em 1948, Sarti fundou o grupo Piedra Fuerte com os colegas corsos Auguste Ricord e François Chiappe, que contrabandeavam ópio no Triângulo Dourado. é uma das duas principais áreas produtoras de ópio e metanfetamina da Ásia. É uma região com cerca de 367.000 milhas quadradas (950.000 km²) que se sobrepõe às montanhas de quatro países do Sudeste Asiático: Myanmar,  Vietnã, Laos e Tailândia. Juntamente com o Afeganistão no Crescente Dourado, tem sido uma das mais extensas áreas produtoras de ópio da Ásia e do mundo desde 1920. A maior parte da heroína do mundo vinha do Triângulo Dourado até o início do século XXI, quando o Afeganistão se tornou o maior produtor. O Triângulo designa a confluência do rio Ruak e do rio Mekong, uma vez que o termo vem sendo apropriado pela indústria turística tailandesa para descrever a tríplice fronteira perto da Tailândia, Laos e Myanmar.

François Chiappe era conhecido por fazer parte da Organização Armée Secrète, um grupo terrorista paramilitar dissidente francês que realizou assassinatos e atentados a bomba, incluindo a tentativa de assassinato de Charles de Gaulle em 1962. Em 19 de abril de 1968, Sarti foi preso junto com Ricord e Chiappe para interrogatório sobre o roubo de uma agência do Banco Central da Argentina. Os três foram libertados por falta de provas.  Em abril de 1972, Sarti foi morto a tiros na Cidade do México durante uma batida em uma rede de tráfico de drogas pela polícia federal mexicana.  Um detetive do Rio de Janeiro foi posteriormente suspenso da força policial após ser acusado de aceitar um suborno para libertar Sarti e Helena Ferreira, sua namorada, da prisão no início de 1972. Em janeiro 1975, quatro cidadãos franceses acusados ​​de fornecer heroína a Sarti estavam entre um grupo de 19 indiciados por um grande júri federal no Brooklyn. Os dois filhos alegaram que seu pai cortou as informações de suas memórias, American Spy: My Secret History in the CIA, Watergate and Beyond (2007), para evitar possíveis acusações de perjúrio. A viúva de Hunt e outros filhos, os dois filhos tiraram vantagem da perda de lucidez de Hunt treinando-o e explorando-o para obter ganhos financeiros. O Los Angeles Times afirmou que examinou os materiais oferecidos pelos filhos para apoiar a história e os considerou “inconclusivos”. Sturgis também está ligado ao assassinato, em 4 de dezembro de 1980, do primeiro-ministro português Francisco de Sá Carneiro e outras 6 pessoas a bordo de um avião Cessna, no que ficou reconhecido como o caso Camarate.

Ele foi nomeado por dois de seus supostos cúmplices, Fernando Farinha Simões e José Esteves, em uma confissão escrita, como a pessoa que apertou o botão do detonador para ativar a bomba no avião. Em 1979, Sturgis viajou para Angola para ajudar os rebeldes que lutavam contra o governo comunista, que era apoiado por Cuba e pela União Soviética, e para ensinar guerra de guerrilha. Em 1981 ele foi para Honduras para treinar os Contras apoiados pelos EUA que estavam lutando contra o governo sandinista da Nicarágua, que era apoiado por Cuba e pela União Soviética; o Exército de El Salvador; e os esquadrões da morte de Honduras. Ele fez uma segunda viagem a Angola e treinou rebeldes no mato angolano para Holden Roberto, dirigente nacionalista e líder de um movimento considerado terrorista durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou a sua atividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola, mais tarde designada UPA. Ele interagiu com o terrorista venezuelano Carlos, conhecido como o Chacal. Em 1989 visitou Yasser Arafat (1929-2004) em Túnis. A cidade atual foi construída enquanto estava sob o controle político-administrativo do governo francês (1881-1956) e, quando o país se tornou independente Tunes passou a ser sua capital.

Arafat compartilhou elementos de seu plano de paz, e Sturgis foi interrogado pela Central Intelligence Agency (CIA) em seu retorno. Em obituário publicado em 5 de dezembro de 1993, o The New York Times citou o advogado de Sturgis, Ellis Rubin, dizendo que morreu de câncer uma semana depois de ter sido internado em hospital de veteranos em Miami, cinco dias antes de completar 69 anos. Foi relatado que os médicos diagnosticaram câncer de pulmão que se espalhou para os rins e que ele deixou uma esposa, Jan, e uma filha chamada Autumn. Ele frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de estudantes, da qual foi presidente entre 1952 e 1956. Ainda durante a sua estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin Al-Husseini, reconhecido como o Mufti de Jerusalém. Em 1956 ele serviu ao exército obrigatório egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Como líder era muito requisitado pela mídia global para entrevistas. Numa delas, para a jornalista da CNN Christiane Amanpour, uma jornalista e apresentadora de televisão britânico-iraniana ele perdeu o controle e deixou a cena, chateado com as perguntas da jornalista. Esse fato rendeu manchetes no mundo todo.

Enfim, Rose-Ackerman destaca também que a prática da burocracia do governo federal se concentrava basicamente na alfândega e nos correios, ambos marcados por diversos casos de corrupção. Segundo os analistas, a mobilização popular e o papel da imprensa, com os chamados muckrackers, “jornalistas investigativos” da época que tentavam expor os escândalos de corrupção, foram cruciais para mudar essa situação. - “Havia um movimento de cidadãos muito ativo, o Movimento Progressista, organizado por pessoas que estavam tentando fazer com que o governo se tornasse mais limpo e honesto”. A primeira agência reguladora de grandes corporações nos Estados Unidos da América surgiu em 1887. O assassino Charles Julius Guiteau (1841-1882), cometeu o crime após ter pedidos de emprego negados pelo presidente. - “(O vice-presidente) Chester Arthur substituiu Garfield e o “escândalo envolvendo o assassinato forneceu um certo incentivo para mudanças. Além disso, havia alegações de que o próprio Arthur estaria envolvido em corrupção, então ele se tornou um apoiador da reforma”. Richard Schneirov observa que, a partir do final dos anos 1880, consolidou-se também uma nova percepção de que na vida não eram apenas “homens maus” (políticos) que causavam a corrupção, e sim grandes empresas, o que levou a esforços para maior regulação.

Em 1887, em resposta a diversos escândalos envolvendo a construção civil de ferrovias, incluindo os casos de pagamento de propinas, foi criada a Interstate Commerce Commission (ICC), agência responsável pela regulamentação de ferrovias. Ampliada a partir de 1906 para abranger outros setores, a ICC foi a primeira agência a monitorar grandes corporações nos EUA. Seguiram-se várias outras medidas para regular o setor bancário, o mercado de capitais, alimentos, medicamentos, em um movimento que se estendeu por décadas. Apesar dos avanços, os Estados Unidos não eliminaram totalmente o problema, e ainda registram eventuais casos de corrupção. - “Os americanos não sentem que a sociedade resolveu completamente o problema da corrupção”. No Estado de Illinois, onde vivo, afirma, “dois dos últimos quatro governadores, George Ryan e Rod Blagojevich, acabaram na prisão por casos de corrupção e um congressista da cidade em que vivo, chamado Aaron Schock, renunciou no mês passado, em meio a um escândalo envolvendo financiamento de campanha e gastos particulares extravagantes”, ressalta inda. - “Nenhum país superou totalmente o problema. O que se vê é uma mudança de variedades mais visíveis e nocivas para outras menos visíveis”, complementa Johnston.

O ex-governador de Illinois Rod Blagojevich foi afastado do cargo em 2009 e posteriormente preso após envolvimento em escândalo de corrupção. Segundo analistas, entre os principais desafios atuais está o financiamento de campanhas políticas. Apesar de a Suprema Corte ter legalizado em 2010 contribuições sem limites de empresas e indivíduos por meio dos chamados Super PACs formados por comitês de ação política que não são ligados oficialmente a nenhum candidato ou partido, mas podem arrecadar fundos e fazer campanhas a favor ou contra candidatos ou causas), a decisão é polêmica. - “Só porque houve uma decisão legal não quer dizer que a população vá mudar sua definição do que é apropriado”, diz Rose-Ackerman. “(A decisão) não é relacionada diretamente com corrupção, mas é sobre a influência do dinheiro na política, o que é uma questão mais ampla que simplesmente propinas ou corrupção”. Ao comparar a situação dos Estados Unidos com o Brasil, Johnston lembra que, nos Estados Unidos, “o combate à corrupção levou mais de um século para surtir efeito”. Ele vê avanços no Brasil. - “Nós fizemos progressos contra a corrupção, mas levou 150 anos”. No Brasil há razão para otimismo. O problema não pode mais ser varrido para baixo do tapete. 

No Índice de Percepção da Corrupção de dezembro de 2014, divulgado pela Transparência Internacional, os Estados Unidos da América (EUA) apareceram na 17ª posição entre 175 países, ao lado de Irlanda, Hong Kong e Barbados. O Brasil situou-se em 69º lugar, ao lado de Bulgária, Grécia, Itália, Romênia, Senegal e Suazilândia. A falta de um funcionalismo público profissional favorecia a prática de apadrinhamento político tanto no nível federal quanto nos Estados e municípios americanos. - “Você não precisava fazer um concurso. Apenas se dirigia ao chefe do departamento, ao prefeito, governador, presidente dos EUA, e pedia um emprego”, disse à BBC Brasil o historiador Richard Schneirov, professor da Indiana States University.  A especialista em corrupção Susan Rose-Ackerman, professora de Direito e Ciências Políticas da Universidade de Yale, relembra que grandes projetos de infraestrutura, como a construção de ferrovias e portos, estavam em andamento e podiam ser vulneráveis à corrupção. Vítimas ou vilãs? Escândalos levantam debate sobre corrupção nas empresas. A instituição integra a Ivy League que reúne as oito universidades de mais prestígio e se localiza na cidade de New Haven, no estado de Connecticutt no Nordeste dos EUA. Passaram pela universidade cinco ex-presidentes norte-americanos, dentre eles George Bush pai e filho, e Bill Clinton, além de dezenas de líderes mundiais e mais de 60 ganhadores do prêmio Nobel.

Um fuzileiro naval que desertou para a União Soviética e mais tarde retornou a seu país, Oswald foi preso sob suspeita de ter matado o oficial de polícia J. D. Tippit (1924-1963), em seguida conectado ao assassinato de John Kennedy. Ele negou qualquer responsabilidade pelos crimes. Dois dias depois, em 24 de novembro de 1963, enquanto era transferido sob custódia policial da cadeia municipal para a cadeia estadual, Oswald foi baleado e morto por Jack Ruby. Em 1964, a Comissão Warren concluiu que Lee Harvey Oswald (1939-1963) agiu sozinho no assassinato de Kennedy. Apesar de suas professadas simpatias marxistas, Oswald alistou-se no Corpo de Fuzileiros Navais em 24 de outubro de 1956, uma semana depois de seu décimo sétimo aniversário. Nos Fuzileiros, Oswald foi treinado no uso do rifle M1 Garand, mas sua principal qualificação foi como operador de radar. Ao terminar o curso de formação, ele foi realocado em julho de 1957 para a base aérea de El Toro em Irvine, Califórnia, e três meses depois para a base aérea de Atsugi, Japão. Atsugi era a base de operações dos aviões espiões U-2 que sobrevoavam a União Soviética, e como controlador de radar Oswald pode ter obtido informações confidenciais que posteriormente foram passadas aos soviéticos. Oswald enfrentou a Corte marcial americana em duas exatas ocasiões: inicialmente por atirar acidentalmente contra o próprio ombro com uma arma de mão não autorizada, e depois por brigar com o sargento que ele pensou ser o responsável pela punição recebida em seu julgamento. Tempos depois, ele foi punido por outro incidente: servindo de sentinela nas Filipinas, Oswald inexplicavelmente disparou contra a selva.

O espaço sideral representa toda área vazia do universo não ocupada por corpos celestes. O universo é constituído, predominantemente, de matéria escura (25%) e energia escura (70%). As propriedades materiais não são reconhecidas. O espaço sideral também chamado de espaço cósmico, espaço exterior ou espaço extra-atmosférico, é singular do ponto de vista histórico, sociológico e do pensamento jurídico. Em primeiro lugar, porque as atividades humanas ainda não se tornaram realidade, derivadas de análises teóricas, exigindo da sociedade internacional o estabelecimento de regras científicas e políticas de Direito que norteiem este tipo de relações internacionais. Em segundo lugar, porque o uso do espaço sideral é disciplinado em Direito Internacional (cf. Valadão, 1959; Chaumont, 1960), pelo Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes. Dispõe aquele tratado que os corpos celestes e o espaço sideral são patrimônio comum da humanidade e, portanto, de livre acesso e insuscetíveis de apropriação por qualquer Estado. Ademais, “o uso pacífico do espaço e corpos celestes e a proibição expressa de instalação de armas nucleares naquele ambiente”. A proibição de apropriação nacional do espaço exterior e dos corpos celestes (artigo II) impede a aplicação de qualquer legislação que empreste validade a uma “reivindicação privada”.

Outros tratados de aplicação do Direito Internacional são de ordem técnico-metodológica, pois quanto mais dinâmico é o ambiente, em se tratando do domínio do Universo, mais complexo deve ser o processo de planejamento externo de trabalho, o que justifica o surgimento de esquemas que propõem a descentralização do processo e a sua atribuição aos próprios encarregados da execução  que operam da seguinte forma: o Acordo sobre o Salvamento de Astronautas e Restituição de Astronautas e de Objetos lançados ao Espaço Cósmico (1968), a Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais (1972), a Convenção Relativa ao Registro de Objetos Lançados no Espaço Cósmico (1974) e o Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em outros Corpos Celestes (1979). A National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço é uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos da América responsável pela P & D de tecnologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é “fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial”. A NASA foi criada em 29 de julho de 1958, substituindo o National Advisory Committee for Aeronautics. Foi a responsável pelo “envio do homem à Lua, com o projeto Apollo e por diversos outros programas de pesquisa no espaço”. A distância entre a Terra e a Lua é 384.403 km. 

No entanto, a distância real é variável, pois dependendo do curso da órbita da Lua. Atualmente ela trabalha em conjunto com a Agência Espacial Europeia, com a Agência Espacial Federal Russa e com alguns países da Ásia para a criação da Estação Espacial Internacional. Agência também tem desenvolvido vários programas com satélites e com sondas de pesquisa espacial que viajaram até outros planetas e se preparam para sair do sistema solar, sendo a próxima grande meta, uma viagem tripulada ao planeta Marte. A missão levaria aproximadamente 440 dias para completar sua viagem com os três astronautas visitando a superfície do planeta vermelho por um período de dois meses. O projeto inteiro consumiria um total de $20 bilhões e a Rússia contribuiria com 30% desses fundos. A ciência desenvolvida pela agência tem como escopo uma melhor compreensão do planeta Terra através do Earth Observing System, na promoção da heliofísica, que estuda o sistema composto pela heliosfera solar e pelos objetos abstratos que em sua dinâmica interagem no espaço sideral: atmosferas e magnetosferas planetárias, a coroa solar, o meio interestelar. A heliofísica, do ponto de vista científico, combina com outras disciplinas, incluindo ramos da astrofísica, física do plasma e física solar, isto é, através do meio de trabalho científico composto pelo Heliophysics Research Program, na exploração do sistema solar com missões robóticas, através do New Horizons, uma missão não-tripulada da NASA para estudar o planeta-anão Plutão e o Cinturão de Kuiper.

Ela foi a primeira espaçonave a sobrevoar Plutão, e a fotografar suas pequenas luas Caronte, Nix, Hidra, Cérbero e Estige em 14 de julho de 2015, após cerca de nove anos e meio de viagem interplanetária e ainda sobrevoou o objeto 486958 Arrokoth. O principal objetivo é caracterizar globalmente a geologia e a morfologia de Plutão e suas Luas, além de mapear superfícies, estudar a atmosfera neutra de Plutão e velocidade de escape. Outros objetivos incluem o estudo das variações da superfície e da atmosfera de Plutão e de Caronte ao longo do tempo e na pesquisa astrofísica, aprofundando-se em tópicos como o Big Bang com o auxílio de grandes observatórios. Claramente para a exploração do espaço precisava-se de um meio de transporte para tal finalidade. Daí veio a ideia de se usar o foguete como meio de trabalho para a exploração espacial. Um foguete espacial é uma máquina que se desloca expelindo atrás de si um fluxo de gás a alta velocidade. Um foguete é constituído por uma estrutura, um motor de propulsão por reação e uma carga útil. A origem do foguete é, provavelmente, oriental.

O filme catástrofe de ficção científica Deep Impact (“Impacto Profundo”) é um artefato estadunidense lançado em 1998. Foi dirigido por Mimi Leder e escrito por Bruce Joel Rubin e Michael Tolkin, e estrelado por Robert Duvall, Téa Leoni, Elijah Wood, Vanessa Redgrave, Maximilian Schell, Leelee Sobieski e Morgan Freeman. Não por acaso Steven Spielberg foi produtor executivo do filme. Foi lançado pela Paramount Pictures na América do Norte e DreamWorks Pictures internacionalmente em 8 de maio de 1998. O enredo espetacular descreve etnograficamente as tentativas de um grupo que se prepara para destruir um grande cometa de 11 km, que vai colidir com a Terra e provavelmente causar uma extinção humana em massa. Notavelmente, Impacto Profundo foi lançado no verão de seu rival cinematográfico Armageddon (1998), com uma temática semelhante (CF. Santos, 2025) que se saiu melhor na competitividade das bilheterias, embora os astrônomos descreveram Impacto Profundo como sendo mais cientificamente preciso. O filme arrecadou mais de US$ 349 milhões dólares em todo o mundo contra um orçamento de produção de US$ 80 milhões. Foi o último filme do cineasta Dietrich Lohmann, nascido em Schnepfenthal, Alemanha, em 9 de março de 1943 e morto em Duarte, Califórnia, EUA, em 13 de novembro de 1997 foi um diretor de fotografia alemão. Os astronautas Neil Armstrong (1930-2012) e Buzz Aldrin (1930-), hoje com 95 anos, alunissaram o Eagle em 20 de julho de 1969 às 20h 17min UTC.

A nave Apollo era formada por três partes: 1) um módulo de comando com cabine para três astronautas, a única parte que retornou para a Terra; 2) um módulo de serviço, que apoiava o comando com propulsão, energia elétrica, oxigênio e água; e, 3) um módulo lunar dividido em dois estágios, articulados entre si: de descida para a Lua e de subida para levar os astronautas de volta à órbita. Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar, metaforicamente falando, na superfície lunar seis horas depois já no dia 21, seguido por Aldrin vinte minutos depois. Muitos na Terra não acreditaram, mas Caetano Veloso, na canção Terra, no exílio na década de 1980 em Londres afirma: - Por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria? Ambos passaram por volta de duas horas e quinze minutos fora da espaçonave e coletaram, como primeiros etnólogos do espaço extraterrestre, em torno de 21,5 kg de material rochoso para trazer de volta à Terra. Michael Collins (1930-2021) pilotou sozinho o módulo de comando e serviço do Columbia na órbita da Lua enquanto seus companheiros estavam na superfície. Neil Armstrong e Buzz Aldrin foram os dois astronautas que fizeram o primeiro pouso tripulado na Lua durante a missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969. Armstrong foi o primeiro a pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin. Armstrong e Aldrin passaram um total de 21 horas e meia na Lua até reencontrarem-se com Collins, quando chegaram à Lua em 1969. Como um belvedere/observatório a tripulação de astronautas viram a planície branca pela primeira vez. Do alto imaginaram que ela fosse uma geleira. O deserto é coberto por metros de crosta de sal, um nivelamento com as variações de altitude média de menos de um metro na área do Salar. A crosta serve como fonte de sal de cobre e de piscina de salmoura, que é rica em lítio e contém de 50 a 70% das reservas mundiais.

         A divisão do trabalho não é específica do nível de análise econômico: podemos observar sua influência crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As funções políticas, administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as funções artísticas e científicas no âmbito das universidades. As especulações filosóficas da biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato social de uma tal generalidade que os economistas, que foram os primeiros a mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão do trabalho social passa a aparecer apenas como uma forma particular desse processo geral, e as sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma corrente de pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo sentido todo o mundo vivo. Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar profundamente nossa constituição moral tipicamente ocidental, pois o desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é necessário demonstrar cabalmente a gravidade sociológica desse problema prático; qualquer que seja o juízo de valor sobre a questão tópica divisão do trabalho, sabemos que ela é uma das bases fundamentais da ordem social tanto quanto política da existência.

    Uma forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode, evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade, sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma multidão de indivíduos, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e qualquer ação moral. A tese funcionalista expressa na pena de Émile Durkheim, como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana conceitua de corporação. É na ordem econômica que o grupo profissional existe tanto quanto a moral. Desde que, não sem razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases sociais.    

Os únicos agrupamentos dotados de permanência são os que se chamam sindicatos, seja de patrões, seja de operários. Historicamente, temos aí in statu nascendi o começo e o princípio ético de uma organização profissional, mas ainda de forma rudimentar. Isto porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder regulamentador. O número deles é teoricamente ilimitado, mesmo no interior de uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se constituem em federação e se unificam, não há neles nada que exprima a unidade da profissão em seu conjunto de práticas e saberes sociais. Não só os sindicatos de patrões e de empregados são distintos uns dos outros, o que é legítimo e necessário, como não há entre eles contatos regulares. Não existe organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas relações mútuas, imponha-se a ambas as partes com a mesma autoridade; por conseguinte, é sempre a “lei dos mais forte” que resolve os conflitos, e o estado de guerra subiste inteiro. Salvo no caso de seus atos pertencentes à esfera moral comum estão na mesma situação. A tese sociológica diz respeito à questão: para que uma moral e um direito profissionais possam se estabelecer nas diferentes profissões, é necessário, pois, que a corporação, em vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte a ser, um grupo definido, organizado, uma instituição pública.

A primeira observação familiar da crítica de Émile Durkheim (2010), é que a corporação tem contra si seu próprio passado histórico. De fato, ela é tida como intimamente solidária do antigo regime político e, por conseguinte, como incapaz de sobreviver a ele. Na história da filosofia, o que permite considerar as corporações uma organização temporária, boa apenas para uma época e uma civilização determinada, é, ao mesmo tempo, sua grande antiguidade e a maneira como se desenvolveram na história. Se elas datassem unicamente da Idade Média, poder-se-ia crer, de fato que, nascidas com um sistema político, deviam necessariamente desaparecer com ele. Mas, na realidade, têm uma origem bem mais antiga. Em geral, elas aparecem desde que as profissões existem, isto é, desde que a atividade deixa de ser puramente agrícola. Se não parecem ter sido conhecidas na Grécia, até o tempo da conquista romana, é porque os ofícios, sendo desprezados, eram exercidos exclusivamente por estrangeiros e, por isso mesmo, achavam-se excluídos da organização legal da cidade. Mas em Roma, comparativamente, elas datam pelo menos dos primeiros tempos da República; uma tradição chegava até a atribuir sua criação ao rei Numa, um sabino escolhido como segundo rei de Roma. Sábio, pacífico e religioso, dedicou-se a elaboração das primeiras leis de Roma, e dos primeiros ofícios religiosos da cidade e do primeiro calendário. É verdade que, por tempo, elas tiveram de levar uma existência bastante humilde, pois os historiadores e os monumentos só raramente as mencionam; não sabemos muito bem como eram organizadas. Desde de Cícero, sua quantidade tornara-se considerável e elas começavam a desempenhar um papel. Nesse momento, diz J.-P Waltzing (1857-1929), “todas as classes de trabalhadores parecem possuídas pelo desejo de multiplicar as associações profissionais”.  

Mas o caráter desses agrupamentos se modificou; eles acabaram tornando-se “verdadeiras engrenagens da administração”. Desempenhavam funções oficiais; cada profissão era vista como um serviço público, cujo encargo e cuja responsabilidade ante o Estado cabiam à corporação correspondente. Foi a ruína da instituição. Porque, segundo Durkheim, essa dependência em relação ao Estado não tardou a degenerar numa servidão intolerável que os imperadores só puderam manter pela coerção. Todas as sortes de procedimentos foram empregadas para impedir que os trabalhadores escapassem das pesadas obrigações que resultavam, para eles, de sua própria profissão. Evidentemente, tal sistema de trabalho só podia durar enquanto o poder político fosse o bastante para impô-lo. É por isso que ele não sobreviveu à dissolução do Império. Aliás, as guerras civis e as invasões haviam destruído o comércio e a indústria; os artesãos aproveitaram essas circunstâncias para fugir das cidades e se dispersar nos campos. Assim, os primeiros séculos de nossa era viram produzir-se um fenômeno que devia se repetir tal qual no fim do século XVII: a vida corporativa se extinguiu quase por completo. Mal subsistiram alguns vestígios seus, na Gália e na Germânia, nas cidades de origem romana. Portanto, naquele momento, um teórico tivesse tomado consciência da situação, teria provavelmente concluído, como o fizeram mais tarde os economistas, que as corporações não tinham, ou, em todo caso, não tinham mais razão de ser, que haviam desaparecido irreversivelmente, e sem dúvida teria tratado de retrógrada e irrealizável toda tentativa de reconstituí-las. Os acontecimentos desmentiriam uma tal profecia. De fato, tecnologicamente, após um “eclipse da razão” de tempo caminhando para os nossos dias, as corporações recomeçaram nova existência em todas as sociedades europeias.

Elas renasceram por volta dos séculos XI e XII. Desde esse momento, diz Emile Levasseur (1828-1911), “os artesãos começam a sentir a necessidade de se unir e formam suas primeiras associações”.  Em todo caso, no século XII, elas estão outra vez florescentes e se desenvolvem até o dia em que começa para elas uma nova decadência. Uma instituição tão persistente assim não poderia depender de uma particularidade contingente e acidental; muito menos ainda é possível admitir que tenha sido o produto de não sei que “aberração coletiva”. Se, desde a origem da cidade até o apogeu do Império, desde o alvorecer das sociedades cristãs aos tempos modernos, elas foram necessárias, é porque correspondem a necessidades duradouras e profundas. Sobretudo, vale lembrar que o próprio fato de que, depois de terem desaparecido uma primeira vez, reconstituíram-se por si mesmas e sob uma nova forma, retira todo e qualquer valor ao argumento que apresenta sua desaparição violenta no fim do século passado como uma prova de que não estão mais em harmonia com as novas condições de existência coletiva. A necessidade que todas as grandes sociedades civilizadas sentem de chamá-las de volta à vida é o mais seguro sintoma evidente dessa supressão radical não era um remédio e de que a reforma de Jacques Turgot requeria outra que não poderia ser indefinidamente adiada. Mas nem toda organização corporativa é anacronismo histórico. Acreditamos que ela seria chamada a desempenhar, nas sociedades contemporâneas, menos pelo papel considerável que julgamos indispensável, por causa não dos serviços econômicos que ela poderia prestar, mas da influência moral que poderia ter.  O que vemos antes no grupo profissional é um poder moral capaz de conter os egoísmos individuais, de manter no coração dos trabalhadores um sentimento vivo de solidariedade comum, de impedir que a “lei do mais forte” se aplique de maneira brutal nas relações industriais e comerciais. 

Mas é preciso evitar estender a todo regime corporativo o que pode ter sido válido para certas corporações e durante um curto lapso de tempo de seu desenvolvimento. Longe de ser atingido por uma sorte de enfermidade moral devida à sua própria constituição, foi sobretudo um papel moral que ele representou e continua representando ainda, na maior parte de sua história. Isso é particularmente evidente no caso das corporações romanas. Sem dúvida, a associação lhes dava mais forças para salvaguardar, se necessário, seus interesses comuns. Mas era isso apenas um dos contragolpes úteis que a instituição produzia, lembra Durkheim: “não era sua razão de ser, sua função principal. Antes de mais nada, a corporação era um colégio religioso”. Cada uma tinha seu deus particular, cujo culto quando ela tinha meios, era celebrado num templo especial. Do mesmo modo que cada família tinha seu Lar familiaris, cada cidade seu Genius publicus, cada colégio tinha seu deus tutelar, Genius collegi. Naturalmente, o culto profissional não se realizava sem festas, que eram celebradas em comum sem sacrifícios e banquetes. Todas as espécies de circunstâncias serviam, aliás, de ocasião para alegres reuniões, além disso, distribuições de víveres ou de dinheiro ocorriam com frequência às expensas da comunidade. Indagou-se se a corporação tinha uma caixa de auxílio, se ela assistia regularmente seus membros necessitados, e as opiniões a esse respeito são divididas. Mas o que retira da discussão parte de seu interesse e de seu alcance é que esses banquetes comuns, mais ou menos periódicos, e as distribuições que os acompanharam serviam de auxílios e faziam não raro as vezes de uma assistência direta.

Os infortunados sabiam que podiam contar com essa subvenção dissimulada. Como corolário do caráter religioso, o colégio de artesãos era, ao mesmo tempo, um colégio funerário. Unidos, como gentiles, num mesmo culto durante sua vida, os membros da corporação queriam, como eles, dormir juntos seu derradeiro sono.  A importância tão considerável que a religião tinha em sua vida, tanto em Roma quanto na Idade Média, põe particularmente em evidência a verdadeira natureza de suas funções; porque toda comunidade religiosa constituía, então, um ambiente moral, do mesmo modo que toda disciplina moral tendia necessariamente a adquirir uma forma religiosa. A partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de indivíduos tem em comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é inevitável que, sob a influência dessas similitudes eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem, teçam relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial da sociedade em geral. Porque é impossível que homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união, sem que se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Enfim, basta que esse sentimento se precise e se determine, que, aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se constituir. Ao mesmo tempo que se produz por si mesmo e pela força das coisas, esse resultado é útil e o sentimento de sua utilidade contribui para confirma-lo. A vida em comum é atraente, ao mesmo tempo que coercitiva. Para o ponto de vista conservantista do método analítico durkheimiano, a coerção é necessária para levar o homem a se superar, a acrescentar à sua natureza física outra natureza; mas, à medida que aprende a apreciar os encantos dessa nova existência, ele contrai a sua necessidade e não há ordem de atividade que não os busque com paixão.

A moral doméstica não se formou de outro modo. Por causa do prestígio que a família conserva ante nossos olhos, parece-nos que, se e ela foi e é sempre uma escola de dedicação e de abnegação, o foco por excelência da moralidade, é em virtude de características bastante particulares que teria o privilégio e que não se encontrariam em ouro lugar em nenhum grau. Costuma-se crer que exista na consanguinidade uma causa excepcionalmente poderosa de aproximação moral. A prova está em que, num sem-número de sociedades, os não-consanguíneos são muitos no seio da família; o parentesco dito artificial se contrai então com grande facilidade e exerce todos os efeitos do parentesco natural. Inversamente, acontece com grande frequência consanguíneos bem próximos serem, moral ou juridicamente, estranhos uns aos outros; é, por exemplo, o caso dos cognatos na família romana. Portanto, a família não deve suas virtudes à unidade de descendência: ela é, simplesmente, um grupo de indivíduos que foram aproximados uns dos outros, no seio da sociedade política, por uma comunidade mais particularmente estreita de ideias, sentimentos e interesses. A consanguinidade pode ter facilitado essa concentração, pois ela tem por efeito natural inclinar as consciências umas em relação às outras. Outros fatores intervieram: a proximidade material, a solidariedade de interesses, de união contra um perigo comum, ou simplesmente de se unir, foram causas muito mais poderosas de comunicação social no processo produtivo.

Mas, para dissipar todas as prevenções, adverte Durkheim, para mostrar bem que o sistema corporativo não é apenas uma instituição do passado, seria necessário mostrar que transformações ele deve e pode sofrer para se adaptar às sociedades modernas, pois é evidente que ele não pode ser o que era na Idade Média. Para tanto, seriam necessários estudos comparativos que não estão feitos e que não podemos fazer de passagem. Talvez, porém, não seja impossível perceber desde já, mas apenas em suas linhas mais gerais, o que foi esse desenvolvimento. O historiador que empreende resolver em seus elementos a organização política dos romanos não encontra, no decurso de sua análise, nenhum fato que possa adverti-lo da existência das corporações. Elas não entravam na constituição romana, na qualidade de unidades definidas e reconhecidas. Em nenhuma das assembleias eleitorais, em nenhuma das reuniões do exército, os artesãos se reuniam por colégios, em parte alguma o grupo profissional tomava parte, como tal, na vida pública, seja em corpo, seja por intermédio de representantes regulares. No máximo, a questão pode se colocar a propósito de três ou quatro colégios que se imaginou poder identificar com algumas das centúrias constituídas por Sérvio Túlio, o sexto rei de Roma. Segundo a tradição, reinou por 44 anos, entre 578 a.C. e 539 a.C. A tradição a partir do imperador Cláudio o identifica também como o magister Populi, etrusco Macstarna ou Mastarna, a saber: tignari (construtores de casas), aerari (corporação clerical), tibicines (monumento funerário), corporações cornicínes (espécie de pizza enrolada), mas o fato não está bem estabelecido.

Quanto às outras corporações, estavam certamente fora da organização oficial do povo romano. Ora, por muito tempo os ofícios não foram mais do que uma forma acessória e secundária da atividade social dos romanos. Roma era essencialmente uma sociedade agrícola e guerreira. No primeiro era dividida em gentes e em cúrias; a assembleia por centúrias refletia antes a organização militar. Quanto às funções industriais, eram demasiado rudimentares para afetar a estrutura política da cidade. Aliás, até um momento bem avançado da história romana, os ofícios permaneceram marcados por um descrédito moral que não lhes permitia ocupar uma posição regular no Estado. Sem dúvida, veio um tempo em que sua condição social melhorou. Mas a própria maneira como foi obtida essa melhora é significativa. Para conseguir fazer respeitar seus interesses e desempenhar um papel na vida pública, os artesãos tiveram de recorrer a procedimentos irregulares e extralegais. Só triunfaram sobre o desprezo de que eram objeto por meios de intrigas, complôs, agitação clandestina. E, se, mais tarde, acabaram sendo integrados ao Estado para se tornar engrenagens da máquina administrativa, essa situação como foi, para eles, uma conquista gloriosa, mas uma penosa dependência; se entraram então no Estado, não foi para nele ocupar a posição a que seus serviços sociais podiam lhes dar direito, mas simplesmente para poder ser mais bem vigiados pelo poder governamental.

Quando as cidades se emanciparam da tutela senhorial, quando a comuna se formou, o corpo de ofícios, que antecipara e preparara esse movimento, tornou-se a base da constituição comunal. De fato, segundo J.-P Waltzing, “em quase todas as comunas, o sistema político e a eleição dos magistrados baseiam-se na divisão dos cidadãos em corpos de ofícios”. Era costumeiro votar-se por corpos de ofícios e elegiam-se ao mesmo tempo os chefes da corporação e os da comuna. – Em Amiens, por exemplo, os artesãos se reuniam todos os anos para eleger os prefeitos de cada corporação ou bandeira (bannière); os prefeitos eleitos nomeavam em seguida doze escabinos, que nomeavam outros doze, e o escabinato apresentava, por sua vez, aos prefeitos das bandeiras três pessoas, dentre as quais eles escolhiam o prefeito da comuna... Em algumas cidades, o modo de eleição era ainda mais complicado, mas, em todas, a organização política e municipal era intimamente ligada à organização do trabalho. Inversamente, assim como a comuna era um agregado de corpos de ofícios, o corpo de ofício era uma comuna em miniatura, pelo próprio fato de que fora o modelo do qual a instituição comunal era a forma ampliada e desenvolvida. Queremos dizer com isso, que sabemos o que a comuna foi na história de nossas sociedades, de que se tornou, com o tempo, a pedra angular. Ipso facto, já que era uma reunião de corporações e que se formou com base no tipo da corporação, foi esta em última análise, que serviu de base a todo o sistema político oriundo do movimento comunal. Vê-se que, em sua trajetória, ela cresceu singularmente em importância e dignidade. Em Roma, começou estando quase fora dos contextos normais, ela serviu de marco elementar para sociedades contemporâneas. É um motivo para que recusemos a considera-la uma instituição arcaica, destinada a desaparecer.

A obra do sociólogo não é a do homem público, assevera Émile Durkheim. O que a experiência do passado demonstra, antes de mais nada, é que os marcos do grupo profissional devem guardar sempre uma relação com os marcos da vida econômica; foi por ter faltado com essa condição que o regime corporativo desapareceu. Portanto, já que o mercado, de municipal que era, tornou-se nacional e internacional, a corporação deve adquirir a mesma extensão. Em vez de ser limitada apenas aos artesãos de uma cidade, ela deve ampliar-se, de maneira a compreender todo os membros da profissão, dispersos em toda a extensão do território, porque, qualquer que seja a região em que se encontram, quer no campo, todos são solidários uns com os outros e participam da vida comum. Já que essa vida comum é, sob certos aspectos sociais, independentemente de qualquer determinação territorial, tem que ser criado um órgão apropriado, que a exprima e regularize seu funcionamento em sociedade. Por causa de suas dimensões, tal órgão estaria necessariamente em contato relacional com o órgão central da vida coletiva, pois os acontecimentos importantes o bastante para envolverem toda uma categoria de empresas industriais num país tem necessariamente repercussões bastante gerais, que o Estado não pode sentir, o que o leva a intervir. Não foi sem fundamento que o poder real tendeu indistintamente a não deixar fora de sua ação a grande indústria.

Era impossível que ele se desinteressasse por uma forma de atividade que por sua natureza, é capaz de afetar o conjunto da sociedade. Essa organização unitária para o conjunto de um mesmo país não exclui, de modo algum, a formação de órgãos secundários, que compreendam os trabalhadores similares da mesma região ou localidade, e cujo papel seria especializar ainda mais a regulamentação profissional segundo as necessidades locais ou regionais. A vida econômica poderia ser regulada e determinada, sem nada perder de sua diversidade. Por isso mesmo, o regime corporativo seria protegido contra essa propensão ao imobilismo, que lhe foi frequente e justamente criticada no passado, porque é um defeito que resultava do caráter estreitamente comunal da corporação. Na síntese durkheimiana representada sobre o lugar de análise das corporações deve-se até supor que esteja destinada a se tornar a base, ou uma das bases essenciais de nossa organização política. Ela começa por ser exterior ao sistema social, tenderá a se empenhar de forma cada vez mais profunda nele, à medida que a vida econômica se desenvolve. Ela foi outrora à divisão elementar da organização comunal. Agora que a comuna, de organismo autônomo que tinha se constituído, veio se perder no Estado, como o mercado municipal no mercado nacional, acaso não é legítimo pensar que a corporação também deveria sofrer uma transformação correspondente e tornar-se a divisão elementar do Estado, a unidade política fundamental? A sociedade, em vez de continuar sendo o que ainda é, um agregado de distritos territoriais justapostos, tornar-se-ia um vasto sistema de corporações nacionais. Mas essas divisões geográficas são, em sua maioria, artificiais e já não despertam em nós sentimentos profundos.

O espírito provinciano desapareceu irremediavelmente: o patriotismo de paróquia tornou-se um arcaísmo que não se pode restaurar à vontade. Para o sociólogo uma nação só se pode manter se, entre o Estado e os particulares, se intercalar toda uma série de grupos secundários bastante próximos dos indivíduos para atraí-los fortemente em sua esfera de ação e arrastá-los, assim, na torrente geral da vida social. Isso não quer dizer, porém, que a corporação seja uma espécie de panaceia capaz de servir a tudo. Será necessário que, em cada profissão, um corpo de regras se constitua, fixando a quantidade de trabalho, a justa remuneração dos diferentes funcionários, seu dever para com os demais e para com a comunidade, etc.  Estaremos, pois, não menos que atualmente, em presença de uma tábula rasa.  A vida social deriva inexoravelmente de uma dupla fonte: a similitude das consciências e a divisão do trabalho social. O indivíduo é socializado no primeiro caso, porque, não tendo individualidade própria, confunde-se como seus semelhantes, no seio de um mesmo tipo coletivo; no segundo, porque, tendo uma fisionomia e uma atividade pessoais que o distinguem dos outros, depende deles na mesma medida em que se distingue e, como tal, da sociedade que resulta de sua união.

Esta divisão dá origem às regras jurídicas que determinam as relações das funções divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem caráter expiatório. De todos os elementos técnicos e sociais como produtos essenciais da civilização, a ciência nada mais é que a consciência levada a seu mais alto ponto de clareza. Nunca é demais repetir que para que as sociedades possam viver nas condições de existência que lhes são dadas, é necessário que o campo da consciência se estenda e se esclareça. Quanto mais obscura uma consciência, mais é refratária à mudança social, porque não vê depressa o que é necessário mudar. Nem em que sentido é preciso mudar. Uma consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa mudança risível. Eis porque é necessário que a inteligência guiada disciplinarmente pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida coletiva. Tais sentimentos são capazes de inspirar não apenas esses sacrifícios cotidianos, mas também atos de renúncia completa e de abnegação exclusiva. A sociedade aprende a ver os membros que a compõem como cooperadores que ela não pode dispensar e para com os quais tem deveres. Na realidade, a cooperação também tem sua moralidade intrínseca. Há apenas motivos para crer, que, essa moralidade ainda não tem todo o desenvolvimento que lhes seria necessário. Daí resulta duas grandes correntes da vida social, e tipos de estrutura não menos diferentes, n`est pas? Dessas correntes, a que tem sua origem nas similitudes sociais ocorre quando um grupo é capaz de criar e reproduzir para si e para os outros a princípio só e sem rival.

            Dietrich Lohmann cresceu em Berlim, onde concluiu o Ensino Médio. Na Escola de Óptica e Tecnologia Fotográfica de Berlim, Lohmann recebeu seu treinamento como Assistente de Câmera. Em 1967, tornou-se Assistente do cinegrafista Thomas Mauch e trabalhou nessa função em algumas das primeiras produções do Novo Cinema Alemão. Na estreia de Ula Stöckls, (Neun Leben ha die Katze), Lohmann fez sua estreia como diretor de fotografia em um longa-metragem, junto com Thomas Mauch. Nos anos seguintes, Lohmann se tornou um dos mais importantes cinegrafistas do Novo Cinema Alemão, cujo estilo ele moldou decisivamente. Em particular, Rainer Werner Fassbinder trabalhou frequentemente com ele no início. Ele filmou primeiro em P & B, depois suas gravações coloridas foram, como suas gravações anteriores, frias e reservadas, muitas vezes aparentemente mal iluminadas e não seguindo o desenvolvimento do enredo. A partir de 1971, Lohmann lecionou como professor na Academia de Televisão de Berlim e no Departamento de Documentário da Universidade de Televisão e Cinema de Munique. Desde 1978 ele atua na televisão austríaca por trás das câmeras, em particular nos episódios da série de paródia policial Kottan Investigates, de Peter Patzaks. Em 1986, Lohmann foi nomeado diretor de fotografia da série de televisão americana de 12 episódios North and South, ganhando notoriedade no cinema americano. Em 1990, ele se estabeleceu em Los Angeles e filmou algumas produções de Hollywood, como Wedlock (1991), Color of Night (1994), The Peacemaker (1997) e Deep Impact (1998). Este filme, que também é o mais reconhecido, foi seu último trabalho na carreira.

          Desde 1976 que os produtores David Brown e Richard D. Zanuck tentam produzir o projeto Impacto Profundo, e queriam Steven Spielberg como diretor. Eles lançaram Spielberg como produtores em The Sugarland Express e o colocaram como diretor de Tubarão. Segundo Brown, ninguém mais sabe fazer cinema à maneira deles: “Fazemos filmes que, apesar de comerciais, têm cérebro”. Mas Spielberg não pôde aceitar a direção de Impacto Profundo, pois já estava envolvido com Amistad (1997), então lançado, e Saving Private Ryan (1998) em finalização. Então, Spielberg se uniu a Brown e Zanuck no projeto, por meio de sua produtora, a DreamWorks, ajudou na escolha do elenco e indicou a diretora, Mimi Leder. Jenny Lerner, a personagem interpretado por Téa Leoni, foi originalmente concebido para trabalhar para a Cable News Network. A CNN rejeitou, porque seria “inapropriado”. A MSNBC concordou em ser destaque no filme em vez disso, vendo como uma forma de ganhar exposição para a rede então recém-criada. Seu nome é derivado das abreviações usadas pela Microsoft e a National Brodcasting Company. A diretora Mimi Leder explicou mais tarde que ela teria gostado de viajar para outros países para incorporar perspectivas adicionais, mas que não acabou tendo nenhum tempo ou o orçamento não permitiu. O supervisor de efeitos visuais Scott Farrar acreditava que a cobertura de eventos em todo o mundo teria distraído e prejudicaria as histórias dos personagens principais. A música para o filme foi composta e conduzida por James Horner. Grande parte da pontuação comercialmente utilizada para Deep Impact foi reciclada e reutilizada em O Homem Bicentenário (1999), lançado no ano seguinte. Impacto Profundo estreou nas bilheterias da América do Norte com US$ 41 milhões dólares em vendas de ingressos. O filme arrecadou US$ 140 milhões na América do Norte e US$ 209 milhões no mercado internacional, obtendo o total bruto de US$ 349 milhões.

Apesar de seu concorrente Armageddon (que custou quase o dobro para ser produzido) ter uma temática semelhante, no verão de 1998, Impacto Profundo ainda era um sucesso de bilheteria e foi a maior abertura entre os dois. Internamente, ele se tornou o filme de maior bilheteria dirigido por uma mulher e manteve esse registro durante uma década até Crepúsculo reivindicar o recorde em 2008. O filme analiticamente teve uma recepção crítica mista. Baseado em 51 comentários recolhidos pelo famoso site Rotten Tomatoes, 47% dos críticos gostaram do filme, com uma classificação média de 5,7/10. O Metacritic deu uma pontuação de 40 com base em 20 avaliações. O crítico de cinema Janet Maslin do jornal The New York Times disse que o filme “tem um tom mais pensativo do que esse gênero geralmente pede”, no entanto Rita Kempley e Michael O`Sullivan, do The Washington Post criticaram o que eles viam “como performances sem emoções e falta de tensão para o cenário”. No Brasil, o filme não foi bem recebido pela crítica. Pablo Villaça do portal Cinema em Cena criticou o roteiro do filme e o pouco tempo de efeitos especiais, escrevendo: “O roteiro não é só estúpido. Ele comete um pecado ainda maior ao julgar que os espectadores também o são. Ele quer que acreditemos, entre outras coisas: que um garoto de 14 anos é capaz de descobrir um gigantesco cometa que está vindo em direção à Terra, enquanto observatórios extremamente sofisticados espalhados pelo mundo não o fizeram; que uma repórter é capaz de arrancar a verdade sobre a tragédia do Governo americano dizendo, apenas que sabe tudo; que um garoto é capaz de encontrar sua amada no meio de uma multidão de mais ou menos cem mil pessoas; que é possível correr mais rápido do que uma onda gigantesca “que se move com uma velocidade maior do que a do som; e por aí afora”. Carlos Gerbase também criticou o roteiro e os efeitos especiais por aparecerem perto do final do filme: “O argumento do filme pesa um milhão de toneladas (prestes a cair na cabeça dos espectadores) e a diretora tenta fazer um filme sensível, com personagens cheios de dramas existenciais, pequenas tragédias domésticas e imagens delicadas”.

Dietrich Lohmann morreu pouco depois de leucemia, que ele contraiu durante seu trabalho no filme, antes que ele fosse finalmente concluído e exibido, três semanas após seu trabalho no filme ter finalmente terminado. Em memória de seu trabalho, o filme foi feito posteriormente em sua memória. Dietrich Lohmann era casado e tinha uma filha. A ignorância de uma mente infinita frente a uma finitude não representa a indiferença. O reconhecimento da ignorância é uma ignorância instruída, douta. Contudo, a natureza intelectiva se sente atraída por conhecer o incompreensível. É o retorno, nos atrai uma pregustação natural, que nos impulsa a seguir buscando. Tem uma aspiração até a sabedoria, até Deus, ainda reconhecendo que o sábio é agora quem descobre que não pode alcançar a Deus, a plenitude do reconhecer. Deus é esquivo, inalcançável. A douta ignorância não é transcendente, a sabedoria não vem de fora, mas é dentro de si mesma. Isto cria uma dissenção com a modernidade, como na Bíblia. O conhecimento surge de si mesmo na aporia de Friedrich Hegel. A mente se adequa e cresce, mesmo sabendo que nunca alcançará o Absoluto, mas vai avançando. A douta ignorância tem a relação que a razão avança e aproxima-se do conhecimento. O conhecimento se fundamenta no sensível, na experiência, na assimilação, mas isso não é o verdadeiro conhecimento. O verdadeiro conhecimento é o que se desprende da experiência. A razão deve determinar as coisas, o distinguir não é o Absoluto, mas há coisas não distinguíveis ou que são confundíveis. Para poder encontrar o conhecimento, tem que se separar das características das coisas e encontrar a essência das coisas.

E tem-se que buscar o que faz a coisa ser o que é, desprendendo-se de tudo o que não o faz único, para encontrar a qualidade ou categoria essencial. O que permite encontrar a qualidade no pequeno limite. Filósofo é quem busca, com humildade, o conhecimento e a sabedoria. Deste ponto de vista, filosofia significa amor à sabedoria. O filósofo é o amigo, o amante para o conhecimento, aquele que demanda a verdade, não aquele que acha que a possui. Mas o que interroga, não é aquele que se fecha em certezas supostamente definitivas. O filósofo tem uma qualidade que entendemos ser a “douta ignorância”. Ela equivale a uma disposição do espírito, a uma abertura da mente em relação à procura da verdade. Ao reconhecer a sua própria ignorância, o filósofo sabe que a consciência de que nada sabe é um princípio para superar as ilusões do falso saber, do reino das aparências, ou de um saber que, apesar de limitado, se considera ilimitado. Quando devidamente praticado, o lema socrático “só sei que nada sei” (Το μόνο που ξέρω ότι δεν ξέρω τίποτα), se é verdade, permite que nos libertemos da tirania do hábito a que está submetido quem julga possuir a verdade como no Direito. A teoria neopragmática de Richard Rorty representa um termo filosófico recente, existente da década de 1960, sendo utilizado socialmente para denominar a filosofia que reintroduziu muitos dos conceitos do pragmatismo, sobre a verdade como objetivo de desvencilhar-se das influências dos dualismos metafísicos típicos: as distinções entre essência e acidente, aparência e realidade, sendo tal posição denominada de antiessencialista.  

Grande parte do que Richard Rorty (1931-2007) descreve em seus textos sobre a verdade desenvolve-se através de um diálogo com Donald Davidson (2002) e sua teoria semântica da verdade. Ambos estão de acordo que a noção geralmente de verdade não pode ser tida como uma correspondência, como uma representação, mas discordam em alguns pontos quanto à solução que procuram encaminhar para essa questão. Se para Davidson, os conceitos podem ser verdadeiros e utilmente descrever uma realidade objetiva, para Rorty a verdade não deve ser um objetivo da reflexão filosófica, pois o objetivo da investigação é procurar evidências substantivas para nossas crenças ocidentais, e que não há nada mais que possamos fazer para firmar nossas convicções. O neopragmatismo apresenta-se como uma forma de filosofia capaz de enfrentar os desafios próprios cotidianamente de nosso tempo, certamente, pode ser compreendido do ponto de vista de suas raízes. Talvez como sendo um devedor, de um lado, ao pragmatismo clássico dos pensadores norte-americanos Peirce, Dewey, James, Schiller, por outro lado, às filosofias que emergiram da reviravolta pragmática do Ludwig Wittgenstein das “Investigações Filosóficas”. O pragmatismo que segundo J-P Cometti, “é a filosofia mais solidamente enraizada na cultura americana”, desenvolveu-se em torno de uma representação da filosofia do conhecimento, mas, desde o princípio, se afastou de concepções que tendem a privilegiar a busca de um fundamento no absoluto ou um modelo da razão, que determina a priori as possibilidades de busca e de descoberta. Pode-se dizer, sem temor a erro, que o pensamento da metafísica, é que o conhecimento humano não se limita ao conhecimento exclusivamente da experiência, mas que é possível chegar a um conhecimento objetivo do mundo através dos conceitos.

Fundamento da verdade não é, então, o mundo “material empírico”, mas o “mundo do pensamento”, que apreende a estrutura inteligível do real de análise. O espírito humano é compreendido como coextensivo ao mundo em que as leis da lógica exprimem as leis que estruturam a realidade. Rorty interpreta esta postura do pensamento clássico como sendo a pretensão de captar, pela mediação do conceito, a forma e o movimento da natureza e da história o que, em última instância, desembocou na ideia de que o ser humano é capaz de descobrir como reparar a injustiça da história humana. A ignorância como inibição pode aparecer em casos limitados e ligados a situações pontuais. A “não aprendizagem” pode corresponder a uma retração intelectual do “eu” (moi). Entendo, com isso, uma retração do inconsciente lógico que dá a imagem de um “eu” (moi) ignorante. Essa retração pode aparecer, segundo Freud, em três ocasiões: a primeira, quando os órgãos intervenientes na ação de aprender sexualizam-se; a segunda, quando o sujeito evita o sucesso, apresentando, no momento preciso de obtê-lo, um comportamento de fracasso de si mesmo. É preciso levar em conta que o saber está sempre submetido ao interdito; e a terceira, quando o “eu” (moi) requer toda a energia disponível, por exemplo, durante o período de luto. A dificuldade de aprender parece ligada à falta de resignação das aprendizagens que representam a perda. É necessário acreditar, que a ignorância, no sujeito que aprende, é seu modo de viver a relação com o “outro do conhecimento”, um jeito de resolver a alternativa dramática, posta já a Adão e Eva, na mitologia cristã entre saber e a ignorância. Para o sujeito superar sua perturbação, é preciso restituir ao ser à atividade cognitiva da alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância.

Bibliografia Geral Consultada.

SOUZA, Ronaldo Eustáquio, Introdução à Cosmologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004; BECKER, Howard, Falando da Sociedade. Rio de Janeiro: Zahar Editor, 2009; APPADURAI, Arjun, Modernity at Large – Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2010; KLÖCKNER, Luciano (Org.), O Repórter Esso - A Síntese Radiofônica Mundial que fez História. 2ª edição. Porto Alegre: Editora AGE; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2011; CARULA, Karoline, Darwinismo, Raça e Gênero: Conferências e Cursos Públicos no Rio de Janeiro (1870-1889). Tese de Doutorado em História. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012; FORD, Martin, Rise of the Robots: Technology and the Threat of a Jobless Future. New York: Editor Basic Books, 2015; LÉVY Pierre, A Inteligência Coletiva: Por uma Antropologia do Ciberespaço. 10ª edição. São Paulo: Edições Loyola, 2015; COELHO, Pedro Miguel Nogueira, Rumo à Indústria 4.0. Dissertação de Mestrado em Engenharia Mecânica. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2016; SCHWAB, Klaus, A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro – Edições Profissionais, 2016; SILVA, Patrícia da, Núcleo de Galáxias Gêmeas Morfológicas da Via Láctea: Uma Amostra Completa de 10 Objetos. Tese de Doutorado. Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas. Departamento de Astronomia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2020; OLIVEIRA, Samuel Rocha de, “Por que o Céu é Escuro à Noite? Considerações Geométricas com um Olhar Histórico e Pedagógico do Paradoxo de Olbers”. In: Rev. Bras. Ensino Fís. (42) 2020; FONTÃO, Lucas Porto de Souza, O Lugar do Espaço Sideral na Disputa entre China e Estados Unidos da América: Uma Corrida Espacial 2.0 ou uma Maratona Espacial? Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais. Instituto de Relações Internacionais. Brasília: Universidade de Brasília, 2023; MELO, Jayne Alencar de, Caracterização das Perturbações Geomagnéticas na América do Sul Relacionadas aos Agentes Interplanetários do Acoplamento Eletrodinâmico entre o Plasma Solar e a Magnetosfera. Dissertação de Mestrado em Geofísica Espacial/Ciências do Ambiente Solar-Terrestre. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2024; SANTOS, Bruno Botelho dos, “Há 27 anos, este filme misturou explosão espacial e ficção científica para rivalizar com o filme Impacto Profundo”. Disponível em: https://www.adorocinema.com/04/04/2025; entre outros.