“1 universo, 8 planetas, 204 países (...). E a única pessoa que eu só preciso para ser feliz é você!”. Bob Marley
Protágoras
foi um sofista da Grécia Antiga, célebre por cunhar a frase: “O homem é a
medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não
são, enquanto não são”. Tendo como base para isso o pensamento dialético
de Heráclito, um dos principais filósofos da Antiguidade pré-socrática. Tal
frase expressa muito bem o relativismo tanto dos Sofistas em geral, quanto o
relativismo do próprio Protágoras. Se o homem é a medida de todas as coisas,
então coisa alguma pode ser medida para os homens, melhor dizendo, as leis, as
regras, a cultura, deve ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que
vale em determinado lugar não deve valer, necessariamente, em outro lugar. Este
axioma também significa que as coisas são reconhecidas de uma forma particular
e pessoal por cada indivíduo, o que contradiz o projeto de Sócrates de chegar
ao conceito absoluto de cada coisa. Assim como Sócrates, Protágoras foi acusado
de ateísmo, tendo inclusive livros seus queimados em uma praça pública, motivo
pelo qual fugiu da cidade de Atenas, estabelecendo-se na Sicília, onde morreu
aos 75 anos de idade. Um dos diálogos platônicos, cujo título é Protágoras,
expõe o diálogo de Sócrates com o Sofista. São designados sofistas os mediadores
de Sócrates e Platão, pertencentes ao período do séc. V a. C., que deram
suporte ao enfoque antropológico e filosófico a questões morais, políticas e
metafísicas os quais debatiam durante a vida cotidiana.
É muito difícil precisar as datas e etapas dos processos que levaram à criação da fotografia, pois muitos deles são experiências conhecidas pelo homem desde a Antiguidade. Os fundamentos daquilo que veio a se chamar fotografia vieram de dois princípios básicos, conhecidos do homem há muito tempo, mas que tiveram que esperar muito tempo para se manifestar satisfatoriamente em conjunto, que são: a câmera escura e a existência de materiais fotossensíveis. A câmera representa uma caixa preta totalmente vedada da luz com um pequeno orifício, ou uma objetiva em um dos seus lados. Apontada para algum objeto, a luz refletida deste objeto projeta-se para dentro da caixa e a imagem dele se forma na parede oposta à do orifício. Se ao invés de uma superfície opaca, for colocada uma translúcida, como um vidro despolido, a imagem formada será visível do lado de fora da câmera, ainda que aos olhos aparece invertida. A câmera escura é uma dessas invenções que não se sabe a origem. A referência reconhecida ao princípio da câmera é de um texto chinês “Mozi”, do século V a. C. Na Grécia clássica o princípio é mencionado na compilação “Problemas” (Problemata), de Aristóteles, tendo como representação problemas apresentados sob a forma de perguntas e respostas, que abordam diversas questões científicas e filosóficas de seu tempo.
Na versão original da “Óptica” de Euclides, não há menção à câmera escura; somente no século XVI, numa tradução comentada por Ignazio Danti (1536-1586), ela aparece como uma demonstração de que a luz se propaga em linha reta. O primeiro aparelho identificado como uma câmera escura foi construído em meados do século VI d. C, em experimentos de Artêmio de Tralhes. No século XI, durante a Dinastia Song, que governou a China no período de 960 a 1279, foi usado para aplicar atributos geométricos e quantitativos. Por volta do século XVII, os desenvolvimentos seguintes por Robert Boyle (1627-1691) e o criador do microscópio Robert Hooke (1635-1703), mais fácil de modelos portáteis se tornaram disponíveis, estes foram amplamente utilizados por artistas amadores e também por profissionais, como, por exemplo, o famoso pintor holandês Johannes Vermeer (1632-1675). Além disso, ingleses do século XIII fizeram uso de uma câmara escura para a observação segura de eclipse solar que ocorre sempre que a Lua se posiciona entre o planeta Terra e o Sol. Tais câmeras foram adaptadas para criar as primeiras fotografias “de fora para dentro”. Em astrofísica, o paradoxo de Olbers (1826), ou “paradoxo da noite escura”, argumenta que a escuridão do céu está em contradição com a hipótese de universo infinito e estático. A escuridão do céu é uma evidência da não estaticidade do universo, como no modelo do chamado Big Bang do universo.
Se o universo fosse estático e com uma quantidade infinita de estrelas, qualquer linha de visão abstrata partindo da Terra coincidiria provavelmente com uma estrela suficientemente luminosa, de forma que o céu seria “completamente brilhante”. Isso contradiz a observação do céu predominantemente escuro. O paradoxo foi descrito primeiramente pelo astrônomo alemão Heinrich Wilhelm Olbers (1758-1840) em 1826, e anteriormente por Johannes Kepler em 1610 e Edmond Halley e Jean Philippe de Chéseaux no século XVIII. Face à simplicidade da pergunta sobre a escuridão, as respostas dos astrônomos vêm acompanhadas com as mais inteligentes e elegantes explicações envolvendo múltiplas demarcações abstratas das ciências exatas. O paradoxo é a afirmação de que um universo estático, infinito e com distribuição regular de estrelas em seu espaço, o céu noturno deveria ser brilhante. O paradoxo possui o nome indevido já que num universo estático e infinito a distribuição de estrelas, mesmo sendo em número infinito, não precisa necessariamente ser regular. A suposição de que a função de estrelas f(x) pela quantidade de volume de espaço x dividida por esse mesmo volume x tende a uma constante K quando x vai ao infinito é uma suposição. Embora o Paradoxo de Olbers constate que, se a distribuição de estrelas fosse regular num universo infinito, a quantidade de energia estelar que atingiria a Terra seria infinita. Não gera empecilhos para que haja um universo estático infinito com um número infinito de estrelas distribuídas de forma irregular.
A presunção de que um universo infinito tenha um número infinito de estrelas também não pode ser comprovada. Pode-se imaginar um universo infinito com o conjunto de matéria finita, dividida em infinitos corpos distintos, abre-se em múltiplos casos e contradições. Em qualquer caso, em um universo com infinitas estrelas, você veria uma distribuição talvez homogênea delas pelo espaço. Isso não implica distribuição homogênea real, e sim apenas a disposição ótica da percepção delas. A condição de visibilidade homogênea independe do comportamento da função g(x)/x, de forma que só importa g(x), que tende ao infinito quando x vai ao infinito, já que parte da premissa de que o universo é infinito e tem número infinito de estrelas. Apesar da precisão das respostas, quando a dúvida é transferida para um habitante de um longínquo planeta, localizado no meio de um aglomerado globular, “por que suas noites são claras?”, o que se deve apreender é que o abstrato pode tomar outros sentidos (cf. Oliveira, 2020). Essa inversão, além de já nos trazer as mais sensatas e compreensíveis respostas, transforma o paradoxo anterior num fenômeno, associado à natureza humana, também rico em outras explicações, mas de interesse de outras ciências e que não sejam tão exatas, como as exatas, porém mais elucidativas, afinal num questionamento que envolve a utilização recíproca tanto do conceito de limite e convergência, o paradoxo surge ao introduzirem nos cálculos um espaço de duas dimensões abstraras na Física no lugar de três. No entanto entre os seus pilotos independentemente da nacionalidade, foi e continua sendo apelidado Viper.
Existem 20.626 graus quadrados no hemisfério do céu visível, supondo que não
haja obstruções no horizonte. A aeronave de 670 pés quadrados (≈62 m²)
subtenderia um ângulo de 0,24 graus a 6.000 pés (≈1.800 m). A chance de um tiro
não guiado disparado aleatoriamente atingir a aeronave seria de uma em 20626 /
0,24 / 0,24, ou de uma em 358.090. Os disparos direcionados reduzem essas
probabilidades. Por som ou por adivinhação, isolar a região de disparo a cerca
de um quinto do céu pode ser possível. Estatisticamente se 10 canhões disparar
10 tiros por segundo em um quinto do céu, coordenando perfeitamente seus
disparos uniformemente naquela região e rastreando de maneira grosseira a
aeronave enquanto ela sobrevoa, a chance de acertá-la seria de 358.090/
5/10/10, ou uma chance em 716 a cada segundo. Voando a 500 mph ou 805 km / h
(733 pés / s ou 223 m / s), a cada segundo a aeronave cruzaria sete graus
angulares do céu. Com alcance inclinado de 10.000 pés (≈3.000 m), os canhões
antiaéreos poderiam cobrir um cone de céu de 100 graus de largura, assumindo
uma localização comum de canhão. A aeronave estaria dentro do alcance de 100/7
ou 14,3 segundos, e a chance total de acertá-la durante uma única passagem
aérea seria 716/14,3 ou uma única chance em 50. Ao coordenar corredores para
trajetórias de artilharia amigas através do espaço aéreo, às vezes presume-se
raramente, e para conveniência de emergência que disparidades semelhantes se
aplicam. Isso é frequente como a Teoria do Big Sky - Small Bomb. - “Nós escolhemos ir para a Lua” (We
choose to go to the Moon) é uma famosa frase presente no discurso realizado
pelo presidente John F. Kennedy em 12 de setembro de 1962, diante de uma grande
multidão no Estádio Rice, em Houston no Texas.
O
discurso tratou dos esforços do país para alcançar a Lua e buscou persuadir o norte-americano a apoiar a continuação do programa espacial dos Estados
Unidos e, especificamente, o objetivo nacional de realizar uma alunissagem
tripulada até o final da década de 1960. John Kennedy havia estabelecido o
objetivo de pousar na Lua no ano anterior a fim de demonstrar a superioridade
dos Estados Unidos contra a União Soviética na Corrida Espacial, mas a maior
parte dos norte-americanos não era favorável. O presidente visitou o recém
estabelecido Centro de Espaçonaves Tripuladas, em Houston em setembro de 1962,
aproveitando a oportunidade para discursar na Universidade Rice em uma
tentativa deliberada de aumentar o apoio popular para o programa espacial. Em
seu discurso político, Kennedy caracterizou o espaço como uma nova fronteira a
ser explorada, invocando o espírito pioneiro dominante no folclore nacional.
Ele imbuiu o discurso com um sentimento de urgência e destino, enfatizando a
liberdade gozada pelos norte-americanos para escolher seu próprio destino em
vez de tê-lo escolhido para eles. O presidente também estabeleceu uma
competição global contra a União Soviética, mesmo tendo proposto a questão
tópica da alunissagem enquanto um ato de pousar uma nave espacial na Lua, como
um projeto conjunto entre os dois países. Serviu como Presidente dos Estados
Unidos de 1961 a 1963, quando foi assassinado publicamente. Lee
Harvey Oswald (1939-1963) de acordo com três investigações policiais paralelas do
governo dos Estados Unidos, foi o assassino de John F.
Kennedy, baleado em Dallas, Texas, em 22 de novembro de 1963.
A Comissão Rockefeller relatou em 1975 que eles investigaram a alegação de que Hunt e Sturgis, em nome da Central, participaram do assassinato do presidente John Kennedy. A Comissão Rockefeller relatou em 1975 que eles investigaram a alegação de que Hunt e Sturgis, em nome da Central, participaram do assassinato de Kennedy. O Relatório Final dessa comissão de inquérito afirmou que as testemunhas que testemunharam que os “abandonados” tinham uma semelhança com Hunt ou Sturgis “não demonstraram ter qualquer qualificação em identificação com foto além daquela possuída por um leigo médio”. Seu relatório também afirmou que o agente do FBI Lyndal Leroy Shaneyfelt (1915-2014), “um especialista nacionalmente reconhecido em fotoidentificação e fotoanálise” do Laboratório Fotográfico do FBI, concluiu a partir da comparação de fotos que nenhum dos homens era Hunt ou Sturgis. Em 1979, o Comitê Seleto de Assassinatos da Câmara informou que antropólogos forenses analisaram e compararam novamente as fotografias dos “vagabundos” com as de Hunt e Sturgis, bem como com fotografias de Thomas Vallee, Daniel Carswell e Fred Lee Chrisman. De acordo com o comitê, apenas Chrisman se parecia com qualquer um dos “vagabundos”, mas determinou que ele não deveria estar em Dealey Plaza no dia do assassinato. Em 1992, a jornalista Mary La Fontaine descobriu os registros de prisão de 22 de novembro de 1963 que o Departamento de Polícia de Dallas havia divulgado em 1989, que nomeava os três homens como Gus W. Abrams, Harold Doyle e John F. Gedney. Conforme os Relatórios de Prisão, os três foram “retirados de um vagão nos pátios da ferrovia após o presidente Kennedy ser baleado”, detidos como “prisioneiros investigativos”, desempregados e de passagem por Dallas, quando foram liberados quatro dias depois da detenção.
Em 1976, Frank Sturgis afirmou que foi designado para investigar qualquer possível papel real que exilados cubanos possam ter desempenhado no assassinato de Kennedy. Ele afirmou que sua investigação revelou que dez semanas antes do assassinato, Jack Ruby se encontrou com Fidel Castro em Havana, Cuba, para discutir “a remoção do presidente” a fim de neutralizar a ameaça de invasão pelos Estados Unidos. De acordo com Sturgis, outros participantes da reunião incluíram Raúl Castro, Che Guevara, Ramiro Valdés e uma mulher argentina que provável ser acredita uma agente russa da Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB). Ele disse que Ruby também fez várias viagens a Havana nos meses anteriores ao assassinato, a fim de conseguir acordos em que armas seriam vendidas a Cuba e em que drogas ilegais de Cuba seriam contrabandeadas para os Estados Unidos. Sturgis também afirmou que Lee Harvey Oswald estava envolvido na conspiração e que outros governos estavam na conspiração ou sabiam da conspiração. Mas que a investigação não revelou exilados cubanos estavam envolvidos no assassinato. Frank Sturgis se recusou a identificar especificamente as fontes primárias de suas informações, mas observou que ele disse que elas incluíam membros do “submundo cubano anti-Castro”.
Ele alegou ainda que seus associados envolvidos na
inteligência confirmaram independentemente seu relatório. De acordo com
Sturgis, seu relatório foi feito no início de 1964 e que foi entregue a “certas
agências de inteligência americanas, incluindo o Comitê de Segurança Interna do
Senado”. Ele disse que não sabia se tinha sido encaminhado à Comissão Warren
que foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados
Unidos Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F.
Kennedy. Da mesma forma, Sturgis disse que as informações sobre os relatórios
de 1964 foram fornecidas ao Relatório Rockefeller, bem como o subcomitê de
inteligência do Comitê da Igreja, presidido por Richard Schweiker (1926-2015),
mas que ele não sabia se eles receberam os relatórios reais. Sturgis afirmou
que estava revelando que fez os relatórios para refutar “o elemento de esquerda
no país” que alegou que a Central estava envolvida no assassinato de John
Kennedy. O irmão de Jack Ruby, Earl, respondeu às alegações como “estranhas”,
“ridículas” e “absolutamente falsas”. O Relatório Final dessa comissão de inquérito afirmou que as testemunhas que
testemunharam que os “abandonados” tinham uma semelhança com Hunt ou Sturgis
“não demonstraram ter qualquer qualificação em identificação com foto além
daquela possuída por um leigo médio”. Seu relatório também afirmou que o agente
do FBI Lyndal Leroy Shaneyfelt (1915-2014), “um especialista nacionalmente
reconhecido em fotoidentificação e fotoanálise” do Laboratório Fotográfico do
FBI, concluiu a partir da comparação de fotos que nenhum dos homens era Hunt ou
Sturgis. Em 1979, o Comitê Seleto de Assassinatos da Câmara informou que
antropólogos forenses analisaram e compararam novamente as fotografias dos
“vagabundos” com as de Hunt e Sturgis, bem como com fotografias de Thomas
Vallee, Daniel Carswell e Fred Lee Chrisman. De acordo com o comitê, apenas
Chrisman se parecia com qualquer um dos “vagabundos”, mas determinou que ele
não deveria estar em Dealey Plaza no dia do assassinato. Em 1992, a jornalista
Mary La Fontaine descobriu os registros de prisão de 22 de novembro de 1963 que
o Departamento de Polícia de Dallas havia divulgado em 1989, que nomeava os
três homens como Gus W. Abrams, Harold Doyle e John F. Gedney. Conforme os
Relatórios de Prisão, os três foram “retirados de um vagão nos pátios da
ferrovia logo após o presidente Kennedy ser baleado”, detidos como
“prisioneiros investigativos”, descritos como desempregados e de passagem por
Dallas, quando foram liberados quatro dias depois da detenção.
Em 1976, Frank Sturgis afirmou que foi designado para investigar qualquer possível papel real que exilados cubanos possam ter desempenhado no assassinato de Kennedy. Ele afirmou que sua investigação revelou que dez semanas antes do assassinato, Jack Ruby se encontrou com Fidel Castro em Havana, Cuba, para discutir “a remoção do presidente” a fim de neutralizar a ameaça de invasão pelos Estados Unidos. De acordo com Sturgis, outros participantes da reunião incluíram Raúl Castro, Che Guevara, Ramiro Valdés e uma mulher argentina que provável ser acredita uma agente russa da Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti (KGB). Ele disse que Ruby também fez várias viagens a Havana nos meses anteriores ao assassinato, a fim de conseguir acordos em que armas seriam vendidas a Cuba e em que drogas ilegais de Cuba seriam contrabandeadas para os Estados Unidos. Sturgis também afirmou que Lee Harvey Oswald estava envolvido na conspiração e que outros governos estavam na conspiração ou sabiam da conspiração. Mas que a investigação não revelou exilados cubanos estavam envolvidos no assassinato. Frank Sturgis se recusou a identificar especificamente as fontes primárias de suas informações, mas observou que ele disse que elas incluíam membros do “submundo cubano anti-Castro”. Ele alegou ainda que seus associados envolvidos na inteligência confirmaram independentemente seu relatório. De acordo com Sturgis, seu relatório foi feito no início de 1964 e que foi entregue a “certas agências de inteligência americanas, incluindo o Comitê de Segurança Interna do Senado”. Ele disse que não sabia se tinha sido encaminhado à Comissão Warren que foi estabelecida em 29 de novembro de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos Lyndon B. Johnson para investigar o assassinato do presidente John F. Kennedy. Da mesma forma, Sturgis disse que as informações sobre os relatórios de 1964 foram fornecidas ao Relatório Rockefeller, bem como o subcomitê de inteligência do Comitê da Igreja, presidido por Richard Schweiker (1926-2015), mas que ele não sabia se eles receberam os relatórios reais. Sturgis afirmou que estava revelando que fez os relatórios para refutar “o elemento de esquerda no país” que alegou que a Central estava envolvida no assassinato de John Kennedy. O irmão de Jack Ruby, de nome Earl, respondeu às alegações como “estranhas”, “ridículas” e “absolutamente falsas”.
Em
entrevista de televisão de 1977 conduzida por Bill O`Reilly, Sturgis indicou
que Alexander Butterfield, serviu como vice-assistente do presidente Richard
Nixon de 1969 a 1973. Ele revelou a existência do sistema de gravação da Casa
Branca em 13 de julho de 1973, durante a investigação do Watergate, mas não
teve outro envolvimento no escândalo. Mas em suas relações mantinha notáveis
“associações” com funcionários da CIA, associando-se à posição tomada por L.
Fletcher Prouty, que havia feito manchetes em todo o país com “sua alegação de
que Butterfield estava operando em nome da CIA”. Em setembro de 1977, Marita
Lorenz disse a Paul Meskil do New York Daily News que ela conheceu Oswald no
outono de 1963 em um esconderijo da Operação 40 na seção Little Havana de
Miami. De acordo com Lorenz, ela o encontrou novamente antes do assassinato de
Kennedy em 1963 na casa de Orlando Bosch, com Sturgis, Pedro Luís Díaz Lanz e
outros dois cubanos presentes. Ela disse que os homens estudaram os mapas das
ruas de Dallas e que ela suspeitava que eles estavam planejando invadir um
arsenal. Lorenz afirmou que ela se juntou aos homens que viajavam para Dallas
em dois carros e carregavam “rifles e miras”, mas voou de volta para Miami no
dia seguinte à chegada.
Reconhecida
em Cuba como La Batalla de Girón foi uma tentativa frustrada de invadir
a costa sudoeste de Cuba empreendida em abril de 1961 por um grupo paramilitar
de exilados cubanos. O grupo fora treinado e dirigido pela Central
Intelligence Agency (CIA), uma agência de inteligência civil do governo dos
Estados Unidos responsável por investigar e fornecer informações de segurança
nacional para o Presidente e para o seu gabinete, com apoio das Forças Armadas
dos Estados Unidos da América (EUA). O objetivo da operação técnico e político
era derrubar o vitorioso governo socialista de Fidel Castro. O plano diabólico
foi lançado em abril de 1961, menos de três meses depois de John F. Kennedy ter
assumido a Presidência dos Estados Unidos. A arriscada ação terminou em
fracasso. As forças armadas cubanas, treinadas e equipadas pelas nações do
Bloco do Leste, derrotaram os combatentes do exílio em três dias e a maior
parte dos agressores se rendeu. O ataque à Baía dos Porcos fazia parte da
chamada Operação Mangusto (1961), que tinha como objetivo derrubar o
recém-formado governo comunista e assassinar o líder da Revolução Cubana, Fidel
Castro. Depois de três dias de combates, os invasores foram vencidos e Fidel
declarou “vitória sobre o imperialismo americano”. A Operação Mongoose,
ou ainda, Projeto Cuba foi o nome dado por John Kennedy, no dia 4 de novembro
de 1961, durante uma reunião do Special Group Augmented (SGA), a uma
operação secreta do governo norte-americano. A Operação Mongoose tinha
como objetivo subverter e sabotar o governo de Cuba. Robert F. Kennedy, que
ocupava o cargo de Attorney General (Procurador-Geral), decidiu nomear o
General Edward Lansdale, membro do comitê presidencial de assistência militar
para chefiar essa operação.
Fidel
Castro (1926-2016) esperava um ataque direto à ilha, tendo sido alertado por
Ernesto Rafael Guevara de la Serna, reconhecido como Che Guevara (1928-1967),
que presenciara um ataque semelhante durante o golpe ocorrido na Guatemala. Com
a invasão iminente, Fidel Castro anunciou em discurso no dia 16 de abril de
1961, pela primeira vez, o caráter socialista da revolução e, no dia seguinte,
teve início o ataque à ilha, na Praia de Girón, localizada na Baía dos Porcos.
Através da CIA, o governo estadunidense treinou 1 297 exilados cubanos, a
maioria deles baseados em Miami, para destituir o governo de Fidel Castro. Como
o planejado apoio da Força Aérea Americana fora vetado pelo presidente Kennedy,
temendo envolver o governo dos Estados Unidos de forma institucional e aberta,
a operação foi lançada com pouco apoio logístico dos Estados Unidos e
fracassou. Fidel Castro, temendo uma nova invasão norte-americana, decidiu
apoiar a ideia política da União Soviética de instalar mísseis nucleares no seu
país, “o que precipitou em uma nova crise na região, desta vez com proporções
bem maiores”. A Crise do Mísseis, ocorrida em outubro de 1962, foi um incidente
diplomático entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas, por causa da instalação de mísseis em Cuba. O evento é o
considerado o momento mais tenso e crítico da Guerra Fria quando “o mundo teve
chances reais de sucumbir a uma guerra nuclear”.
Em
resposta às alegações dela, Sturgis disse que não se lembrava de ter conhecido
Oswald e reiterou suas negações anteriores de estar envolvido em uma
conspiração para matar Kennedy. Em 31 de outubro de 1977, Sturgis foi preso no
apartamento de Marita Lorenz depois que disse à polícia que Sturgis a ameaçou
na tentativa de forçá-la a mudar seu depoimento para investigadores federais.
Em uma entrevista com Steve Dunleavy do jornal New York Post logo depois que
ele pagou fiança, Sturgis disse acreditar que agentes comunistas pressionaram
Marita Lorenz “a fazer as acusações contra ele”. A estátua do mito clássico da
Medusa em frente ao tribunal criminal de Nova York tem um simbolismo reparador.
Mais tarde naquela semana, no Tribunal Criminal de Manhattan, as acusações
contra Sturgis foram retiradas depois que o promotor disse ao juiz que seu
escritório não encontrou evidências de coerção ou assédio moral. Recapitulando
a série de eventos, Timothy Crouse do The Village Voice descreveu
Sturgis e Lorenz como “duas das fontes mais notoriamente não confiáveis na
América”. Após a morte de Hunt em 2007, John Hunt e David Hunt revelaram que
seu pai havia registrado várias alegações sobre ele e outros estarem envolvidos
em uma conspiração para assassinar John F. Kennedy.
Na
edição de 5 de abril de 2007 da revista Rolling Stone, John Hunt
detalhou vários indivíduos implicados por seu pai, incluindo Sturgis, bem como
Cord Meyer, David Sánchez Morales, David Atlee Phillips, William Harvey e um
assassino. Ele denominou “montanha gramada atirador francês” que muitos
presumem ser Lucien Sarti (1937-1972) foi um traficante de drogas francês. Em
1948, Sarti fundou o grupo Piedra Fuerte com os colegas corsos Auguste Ricord e
François Chiappe, que contrabandeavam ópio no Triângulo Dourado. é uma das duas
principais áreas produtoras de ópio e metanfetamina da Ásia. É uma região com
cerca de 367.000 milhas quadradas (950.000 km²) que se sobrepõe às montanhas de
quatro países do Sudeste Asiático: Myanmar,
Vietnã, Laos e Tailândia. Juntamente com o Afeganistão no Crescente
Dourado, tem sido uma das mais extensas áreas produtoras de ópio da Ásia e do
mundo desde 1920. A maior parte da heroína do mundo vinha do Triângulo Dourado
até o início do século XXI, quando o Afeganistão se tornou o maior produtor. O
Triângulo designa a confluência do rio Ruak e do rio Mekong, uma vez que o
termo vem sendo apropriado pela indústria turística tailandesa para descrever a
tríplice fronteira perto da Tailândia, Laos e Myanmar.
François
Chiappe era conhecido por fazer parte da Organização Armée Secrète, um grupo
terrorista paramilitar dissidente francês que realizou assassinatos e atentados
a bomba, incluindo a tentativa de assassinato de Charles de Gaulle em 1962. Em
19 de abril de 1968, Sarti foi preso junto com Ricord e Chiappe para
interrogatório sobre o roubo de uma agência do Banco Central da Argentina. Os
três foram libertados por falta de provas.
Em abril de 1972, Sarti foi morto a tiros na Cidade do México durante
uma batida em uma rede de tráfico de drogas pela polícia federal mexicana. Um detetive do Rio de Janeiro foi
posteriormente suspenso da força policial após ser acusado de aceitar um
suborno para libertar Sarti e Helena Ferreira, sua namorada, da prisão no
início de 1972. Em janeiro 1975, quatro cidadãos franceses acusados de
fornecer heroína a Sarti estavam entre um grupo de 19 indiciados por um grande
júri federal no Brooklyn. Os dois filhos alegaram que seu pai cortou as
informações de suas memórias, American Spy: My Secret History in the CIA,
Watergate and Beyond (2007), para evitar possíveis acusações de perjúrio. A
viúva de Hunt e outros filhos, os dois filhos tiraram vantagem da perda de
lucidez de Hunt treinando-o e explorando-o para obter ganhos financeiros. O Los
Angeles Times afirmou que examinou os materiais oferecidos pelos filhos para
apoiar a história e os considerou “inconclusivos”. Sturgis também está ligado
ao assassinato, em 4 de dezembro de 1980, do primeiro-ministro português
Francisco de Sá Carneiro e outras 6 pessoas a bordo de um avião Cessna, no que
ficou reconhecido como o caso Camarate.
Ele
foi nomeado por dois de seus supostos cúmplices, Fernando Farinha Simões e José
Esteves, em uma confissão escrita, como a pessoa que apertou o botão do
detonador para ativar a bomba no avião. Em 1979, Sturgis viajou para Angola
para ajudar os rebeldes que lutavam contra o governo comunista, que era apoiado
por Cuba e pela União Soviética, e para ensinar guerra de guerrilha. Em 1981
ele foi para Honduras para treinar os Contras apoiados pelos EUA que estavam
lutando contra o governo sandinista da Nicarágua, que era apoiado por Cuba e
pela União Soviética; o Exército de El Salvador; e os esquadrões da morte de
Honduras. Ele fez uma segunda viagem a Angola e treinou rebeldes no mato
angolano para Holden Roberto, dirigente nacionalista e líder de um movimento
considerado terrorista durante a Guerra Colonial portuguesa. Iniciou a sua
atividade política em 1954 com a fundação da União dos Povos do Norte de
Angola, mais tarde designada UPA. Ele interagiu com o terrorista venezuelano
Carlos, conhecido como o Chacal. Em 1989 visitou Yasser Arafat (1929-2004) em
Túnis. A cidade atual foi construída enquanto estava sob o controle
político-administrativo do governo francês (1881-1956) e, quando o país se
tornou independente Tunes passou a ser sua capital.
Arafat
compartilhou elementos de seu plano de paz, e Sturgis foi interrogado pela Central
Intelligence Agency (CIA) em seu retorno. Em obituário publicado em 5 de
dezembro de 1993, o The New York Times citou o advogado de Sturgis, Ellis
Rubin, dizendo que morreu de câncer uma semana depois de ter sido internado em
hospital de veteranos em Miami, cinco dias antes de completar 69 anos. Foi
relatado que os médicos diagnosticaram câncer de pulmão que se espalhou para os
rins e que ele deixou uma esposa, Jan, e uma filha chamada Autumn. Ele
frequentou a Universidade do Cairo, onde se formou como engenheiro civil. Nos
seus tempos de estudante, aderiu à Irmandade Muçulmana e à associação de
estudantes, da qual foi presidente entre 1952 e 1956. Ainda durante a sua
estadia no Cairo, Arafat desenvolveu uma relação próxima com Haj Amin
Al-Husseini, reconhecido como o Mufti de Jerusalém. Em 1956 ele serviu ao
exército obrigatório egípcio durante a Crise do Suez. No Congresso Nacional
Palestiniano, no Cairo, em 3 de fevereiro de 1969, Arafat foi nomeado líder da Organização
para a Libertação da Palestina (OLP). Como líder era muito requisitado pela
mídia global para entrevistas. Numa delas, para a jornalista da CNN Christiane
Amanpour, uma jornalista e apresentadora de televisão britânico-iraniana ele
perdeu o controle e deixou a cena, chateado com as perguntas da jornalista.
Esse fato rendeu manchetes no mundo todo.
Enfim,
Rose-Ackerman destaca também que a prática da burocracia do governo federal se
concentrava basicamente na alfândega e nos correios, ambos marcados por
diversos casos de corrupção. Segundo os analistas, a mobilização popular e o
papel da imprensa, com os chamados muckrackers, “jornalistas
investigativos” da época que tentavam expor os escândalos de corrupção, foram
cruciais para mudar essa situação. - “Havia um movimento de cidadãos muito
ativo, o Movimento Progressista, organizado por pessoas que estavam tentando
fazer com que o governo se tornasse mais limpo e honesto”. A primeira agência
reguladora de grandes corporações nos Estados Unidos da América surgiu em 1887.
O assassino Charles Julius Guiteau (1841-1882), cometeu o crime após ter
pedidos de emprego negados pelo presidente. - “(O vice-presidente) Chester
Arthur substituiu Garfield e o “escândalo envolvendo o assassinato forneceu um
certo incentivo para mudanças. Além disso, havia alegações de que o próprio
Arthur estaria envolvido em corrupção, então ele se tornou um apoiador da
reforma”. Richard Schneirov observa que, a partir do final dos anos 1880,
consolidou-se também uma nova percepção de que na vida não eram apenas “homens
maus” (políticos) que causavam a corrupção, e sim grandes empresas, o que levou
a esforços para maior regulação.
Em
1887, em resposta a diversos escândalos envolvendo a construção civil de
ferrovias, incluindo os casos de pagamento de propinas, foi criada a Interstate
Commerce Commission (ICC), agência responsável pela regulamentação de
ferrovias. Ampliada a partir de 1906 para abranger outros setores, a ICC foi a
primeira agência a monitorar grandes corporações nos EUA. Seguiram-se várias
outras medidas para regular o setor bancário, o mercado de capitais, alimentos,
medicamentos, em um movimento que se estendeu por décadas. Apesar dos avanços,
os Estados Unidos não eliminaram totalmente o problema, e ainda registram
eventuais casos de corrupção. - “Os americanos não sentem que a sociedade
resolveu completamente o problema da corrupção”. No Estado de Illinois, onde vivo,
afirma, “dois dos últimos quatro governadores, George Ryan e Rod Blagojevich,
acabaram na prisão por casos de corrupção e um congressista da cidade em que
vivo, chamado Aaron Schock, renunciou no mês passado, em meio a um escândalo
envolvendo financiamento de campanha e gastos particulares extravagantes”,
ressalta inda. - “Nenhum país superou totalmente o problema. O que se vê é uma
mudança de variedades mais visíveis e nocivas para outras menos visíveis”,
complementa Johnston.
O ex-governador de Illinois Rod Blagojevich foi afastado do cargo em 2009 e posteriormente preso após envolvimento em escândalo de corrupção. Segundo analistas, entre os principais desafios atuais está o financiamento de campanhas políticas. Apesar de a Suprema Corte ter legalizado em 2010 contribuições sem limites de empresas e indivíduos por meio dos chamados Super PACs formados por comitês de ação política que não são ligados oficialmente a nenhum candidato ou partido, mas podem arrecadar fundos e fazer campanhas a favor ou contra candidatos ou causas), a decisão é polêmica. - “Só porque houve uma decisão legal não quer dizer que a população vá mudar sua definição do que é apropriado”, diz Rose-Ackerman. “(A decisão) não é relacionada diretamente com corrupção, mas é sobre a influência do dinheiro na política, o que é uma questão mais ampla que simplesmente propinas ou corrupção”. Ao comparar a situação dos Estados Unidos com o Brasil, Johnston lembra que, nos Estados Unidos, “o combate à corrupção levou mais de um século para surtir efeito”. Ele vê avanços no Brasil. - “Nós fizemos progressos contra a corrupção, mas levou 150 anos”. No Brasil há razão para otimismo. O problema não pode mais “ser varrido para baixo do tapete”.
No
Índice de Percepção da Corrupção de dezembro de 2014, divulgado pela
Transparência Internacional, os Estados Unidos da América (EUA) apareceram na
17ª posição entre 175 países, ao lado de Irlanda, Hong Kong e Barbados. O
Brasil situou-se em 69º lugar, ao lado de Bulgária, Grécia, Itália, Romênia,
Senegal e Suazilândia. A falta de um funcionalismo público profissional
favorecia a prática de apadrinhamento político tanto no nível federal quanto
nos Estados e municípios americanos. - “Você não precisava fazer um concurso.
Apenas se dirigia ao chefe do departamento, ao prefeito, governador, presidente
dos EUA, e pedia um emprego”, disse à BBC Brasil o historiador Richard
Schneirov, professor da Indiana States University. A especialista em corrupção Susan
Rose-Ackerman, professora de Direito e Ciências Políticas da Universidade de
Yale, relembra que grandes projetos de infraestrutura, como a construção de
ferrovias e portos, estavam em andamento e podiam ser vulneráveis à corrupção.
Vítimas ou vilãs? Escândalos levantam debate sobre corrupção nas empresas. A
instituição integra a Ivy League que reúne as oito universidades de mais
prestígio e se localiza na cidade de New Haven, no estado de Connecticutt no Nordeste
dos EUA. Passaram pela universidade cinco ex-presidentes norte-americanos,
dentre eles George Bush pai e filho, e Bill Clinton, além de dezenas de líderes
mundiais e mais de 60 ganhadores do prêmio Nobel.
Um
fuzileiro naval que desertou para a União Soviética e mais tarde retornou a seu
país, Oswald foi preso sob suspeita de ter matado o oficial de polícia J. D.
Tippit (1924-1963), em seguida conectado ao assassinato de John Kennedy. Ele
negou qualquer responsabilidade pelos crimes. Dois dias depois, em 24 de
novembro de 1963, enquanto era transferido sob custódia policial da cadeia
municipal para a cadeia estadual, Oswald foi baleado e morto por Jack Ruby. Em
1964, a Comissão Warren concluiu que Lee Harvey Oswald (1939-1963) agiu sozinho
no assassinato de Kennedy. Apesar de suas professadas simpatias marxistas,
Oswald alistou-se no Corpo de Fuzileiros Navais em 24 de outubro de 1956, uma
semana depois de seu décimo sétimo aniversário. Nos Fuzileiros, Oswald foi
treinado no uso do rifle M1 Garand, mas sua principal qualificação foi como
operador de radar. Ao terminar o curso de formação, ele foi realocado em julho
de 1957 para a base aérea de El Toro em Irvine, Califórnia, e três meses depois
para a base aérea de Atsugi, Japão. Atsugi era a base de operações dos aviões
espiões U-2 que sobrevoavam a União Soviética, e como controlador de radar
Oswald pode ter obtido informações confidenciais que posteriormente foram
passadas aos soviéticos. Oswald enfrentou a Corte marcial americana em duas
exatas ocasiões: inicialmente por atirar acidentalmente contra o próprio ombro
com uma arma de mão não autorizada, e depois por brigar com o sargento que ele
pensou ser o responsável pela punição recebida em seu julgamento. Tempos
depois, ele foi punido por outro incidente: servindo de sentinela nas
Filipinas, Oswald inexplicavelmente disparou contra a selva.
O
espaço sideral representa toda área vazia do universo não ocupada por corpos
celestes. O universo é constituído, predominantemente, de matéria escura (25%)
e energia escura (70%). As propriedades materiais não são reconhecidas. O
espaço sideral também chamado de espaço cósmico, espaço exterior
ou espaço extra-atmosférico, é singular do ponto de vista histórico,
sociológico e do pensamento jurídico. Em primeiro lugar, porque as atividades
humanas ainda não se tornaram realidade, derivadas de análises teóricas,
exigindo da sociedade internacional o estabelecimento de regras científicas e
políticas de Direito que norteiem este tipo de relações internacionais. Em
segundo lugar, porque o uso do espaço sideral é disciplinado em Direito
Internacional (cf. Valadão, 1959; Chaumont, 1960), pelo Tratado sobre
Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço
Cósmico, Inclusive a Lua e Demais Corpos Celestes. Dispõe aquele tratado
que os corpos celestes e o espaço sideral são patrimônio comum da humanidade e,
portanto, de livre acesso e insuscetíveis de apropriação por qualquer Estado. Ademais, “o uso pacífico do espaço e corpos celestes e a proibição
expressa de instalação de armas nucleares naquele ambiente”. A proibição de apropriação
nacional do espaço exterior e dos corpos celestes (artigo II) impede a
aplicação de qualquer legislação que empreste validade a uma
“reivindicação privada”.
Outros tratados de aplicação do Direito Internacional são de ordem técnico-metodológica, pois quanto mais dinâmico é o ambiente, em se tratando do domínio do Universo, mais complexo deve ser o processo de planejamento externo de trabalho, o que justifica o surgimento de esquemas que propõem a descentralização do processo e a sua atribuição aos próprios encarregados da execução que operam da seguinte forma: o Acordo sobre o Salvamento de Astronautas e Restituição de Astronautas e de Objetos lançados ao Espaço Cósmico (1968), a Convenção sobre Responsabilidade Internacional por Danos Causados por Objetos Espaciais (1972), a Convenção Relativa ao Registro de Objetos Lançados no Espaço Cósmico (1974) e o Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em outros Corpos Celestes (1979). A National Aeronautics and Space Administration ou Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço é uma agência do Governo Federal dos Estados Unidos da América responsável pela P & D de tecnologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é “fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial”. A NASA foi criada em 29 de julho de 1958, substituindo o National Advisory Committee for Aeronautics. Foi a responsável pelo “envio do homem à Lua, com o projeto Apollo e por diversos outros programas de pesquisa no espaço”. A distância entre a Terra e a Lua é 384.403 km.
No
entanto, a distância real é variável, pois dependendo do curso da órbita da Lua.
Atualmente ela trabalha em conjunto com a Agência Espacial Europeia, com
a Agência Espacial Federal Russa e com alguns países da Ásia para a
criação da Estação Espacial Internacional. Agência também tem desenvolvido
vários programas com satélites e com sondas de pesquisa espacial que viajaram
até outros planetas e se preparam para sair do sistema solar, sendo a próxima
grande meta, uma viagem tripulada ao planeta Marte. A missão levaria
aproximadamente 440 dias para completar sua viagem com os três astronautas
visitando a superfície do planeta vermelho por um período de dois meses. O
projeto inteiro consumiria um total de $20 bilhões e a Rússia contribuiria com
30% desses fundos. A ciência desenvolvida pela agência tem como escopo uma
melhor compreensão do planeta Terra através do Earth Observing System,
na promoção da heliofísica, que estuda o sistema composto pela heliosfera solar
e pelos objetos abstratos que em sua dinâmica interagem no espaço sideral:
atmosferas e magnetosferas planetárias, a coroa solar, o meio interestelar. A
heliofísica, do ponto de vista científico, combina com outras disciplinas,
incluindo ramos da astrofísica, física do plasma e física solar, isto é,
através do meio de trabalho científico composto pelo Heliophysics Research
Program, na exploração do sistema solar com missões robóticas, através do New
Horizons, uma missão não-tripulada da NASA para estudar o planeta-anão
Plutão e o Cinturão de Kuiper.
Ela
foi a primeira espaçonave a sobrevoar Plutão, e a fotografar suas pequenas luas
Caronte, Nix, Hidra, Cérbero e Estige em 14 de julho de 2015, após cerca de
nove anos e meio de viagem interplanetária e ainda sobrevoou o objeto 486958
Arrokoth. O principal objetivo é caracterizar globalmente a geologia e a
morfologia de Plutão e suas Luas, além de mapear superfícies, estudar a
atmosfera neutra de Plutão e velocidade de escape. Outros objetivos incluem o
estudo das variações da superfície e da atmosfera de Plutão e de Caronte ao
longo do tempo e na pesquisa astrofísica, aprofundando-se em tópicos como o Big
Bang com o auxílio de grandes observatórios. Claramente para a exploração do
espaço precisava-se de um meio de transporte para tal finalidade. Daí veio a
ideia de se usar o foguete como meio de trabalho para a exploração espacial. Um
foguete espacial é uma máquina que se desloca expelindo atrás de si um fluxo de
gás a alta velocidade. Um foguete é constituído por uma estrutura, um motor de
propulsão por reação e uma carga útil. A origem do foguete é, provavelmente,
oriental.
O
filme catástrofe de ficção científica Deep Impact (“Impacto
Profundo”) é um artefato estadunidense lançado em 1998. Foi dirigido por Mimi
Leder e escrito por Bruce Joel Rubin e Michael Tolkin, e estrelado por Robert
Duvall, Téa Leoni, Elijah Wood, Vanessa Redgrave, Maximilian Schell, Leelee
Sobieski e Morgan Freeman. Não por acaso Steven Spielberg foi produtor
executivo do filme. Foi lançado pela Paramount Pictures na América do Norte e DreamWorks
Pictures internacionalmente em 8 de maio de 1998. O enredo espetacular descreve
etnograficamente as tentativas de um grupo que se prepara para destruir um
grande cometa de 11 km, que vai colidir com a Terra e provavelmente causar uma
extinção humana em massa. Notavelmente, Impacto Profundo foi lançado no
verão de seu rival cinematográfico Armageddon (1998), com uma temática semelhante
(CF. Santos, 2025) que se saiu melhor na competitividade das bilheterias,
embora os astrônomos descreveram Impacto Profundo como sendo mais
cientificamente preciso. O filme arrecadou mais de US$ 349 milhões dólares em
todo o mundo contra um orçamento de produção de US$ 80 milhões. Foi o último
filme do cineasta Dietrich Lohmann, nascido em Schnepfenthal, Alemanha, em 9 de
março de 1943 e morto em Duarte, Califórnia, EUA, em 13 de novembro de 1997 foi
um diretor de fotografia alemão. Os astronautas Neil Armstrong (1930-2012) e
Buzz Aldrin (1930-), hoje com 95 anos, alunissaram o Eagle em 20
de julho de 1969 às 20h 17min UTC.
A
nave Apollo era formada por três partes: 1) um módulo de comando com
cabine para três astronautas, a única parte que retornou para a Terra; 2) um
módulo de serviço, que apoiava o comando com propulsão, energia elétrica,
oxigênio e água; e, 3) um módulo lunar dividido em dois estágios, articulados
entre si: de descida para a Lua e de subida para levar os astronautas de volta
à órbita. Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a pisar,
metaforicamente falando, na superfície lunar seis horas depois já no dia 21,
seguido por Aldrin vinte minutos depois. Muitos na Terra não acreditaram, mas
Caetano Veloso, na canção Terra, no exílio na década de 1980 em Londres afirma:
- Por mais distante o errante navegante quem jamais te esqueceria? Ambos
passaram por volta de duas horas e quinze minutos fora da espaçonave e
coletaram, como primeiros etnólogos do espaço extraterrestre, em torno de 21,5
kg de material rochoso para trazer de volta à Terra. Michael Collins (1930-2021)
pilotou sozinho o módulo de comando e serviço do Columbia na órbita da Lua
enquanto seus companheiros estavam na superfície. Neil Armstrong e Buzz Aldrin
foram os dois astronautas que fizeram o primeiro pouso tripulado na Lua durante
a missão Apollo 11, em 20 de julho de 1969. Armstrong foi o primeiro a
pisar na superfície lunar, seguido por Aldrin. Armstrong e Aldrin passaram um
total de 21 horas e meia na Lua até reencontrarem-se com Collins, quando
chegaram à Lua em 1969. Como um belvedere/observatório a tripulação de
astronautas viram a planície branca pela primeira vez. Do alto imaginaram que
ela fosse uma geleira. O deserto é coberto por metros de crosta de sal, um
nivelamento com as variações de altitude média de menos de um metro na área do
Salar. A crosta serve como fonte de sal de cobre e de piscina de salmoura, que
é rica em lítio e contém de 50 a 70% das reservas mundiais.
A divisão do trabalho não é
específica do nível de análise econômico: podemos observar sua influência
crescente nas regiões mais distintas da sociedade. As funções políticas,
administrativas, judiciárias especializam-se cada vez mais. O mesmo ocorre com as
funções artísticas e científicas no âmbito das universidades. As especulações
filosóficas da biologia nos demonstraram, na divisão do trabalho, um fato
social de uma tal generalidade que os economistas, que foram os primeiros a
mencioná-lo, não haviam podido suspeitar. Não é mais uma instituição social que
tem sua fonte na inteligência e na vontade dos homens. Mas um fenômeno de
biologia geral, cujas condições, ao que parece, precisam ser buscadas nas
propriedades essenciais da disciplina organizada. A divisão do trabalho social
passa a aparecer apenas como uma forma particular desse processo geral, e as
sociedades, conformando-se a essa lei, parecem ceder a uma corrente de
pensamento que nasceu bem antes delas e que arrasta no mesmo sentido todo o
mundo vivo. Semelhante fato não pode, evidentemente, produzir-se sem afetar
profundamente nossa constituição moral tipicamente ocidental, pois o
desenvolvimento do homem se fará em dois sentidos de todo diferentes. Não é
necessário demonstrar cabalmente a gravidade sociológica desse problema prático; qualquer que seja o
juízo de valor sobre a questão tópica divisão do trabalho, sabemos que ela é uma das
bases fundamentais da ordem social tanto quanto política da existência.
Uma
forma de atividade generalizada que tomou lugar na vida social não pode,
evidentemente, permanecer tão desregulamentada, em seu desempenho e atividade,
sem que disso resulte os impactos sociais sobre a divisão do trabalho e as mais
profundas perturbações. Mas sofrer no trabalho não é uma fatalidade. É, em
particular, como decorre e testemunhamos, uma fonte de desmoralização geral
real. Pois, precisamente porque as funções econômicas absorvem o maior número
de cidadãos, para o pleno desenvolvimento da vida social, há uma multidão de
indivíduos, como dizia Freud, cuja vida transcorre quase toda no meio
industrial e comercial; a decorrência disso é que, como tal meio é pouco
marcado pela moralidade, a maior parte da existência transcorre fora de toda e
qualquer ação moral. A tese funcionalista expressa na pena de Émile Durkheim,
como uma espécie de antídoto da civilização, e que o sentimento do dever
cumprido se fixe fortemente em nós, é preciso que as próprias circunstâncias em
que vivemos permanentemente desperto. A atividade de uma profissão só pode ser
regulamentada eficazmente por “um grupo próximo o bastante dessa mesma
profissão para conhecer bem seu funcionamento, para sentir todas as suas
necessidades e poder seguir todas as variações destas”. O único grupo que
corresponde a essas condições é o que seria formado por todos os agentes de uma
mesma condição reunidos num mesmo corpo. E que a sociologia durkheimiana
conceitua de corporação. É na ordem econômica que o grupo
profissional existe tanto quanto a moral. Desde que, não sem
razão, com a supressão das antigas corporações, não se fizeram mais do que
tentativas fragmentárias e incompletas para reconstituí-las em novas bases
sociais.
Os
únicos agrupamentos dotados de permanência são os que se chamam sindicatos,
seja de patrões, seja de operários. Historicamente, temos aí in statu nascendi
o começo e o princípio ético de uma organização profissional, mas ainda de
forma rudimentar. Isto porque, em primeiro lugar, um sindicato é uma associação
privada, sem autoridade legal, desprovida, por conseguinte, de qualquer poder
regulamentador. O número deles é teoricamente ilimitado, mesmo no interior de
uma categoria industrial; e, como cada um é independente dos outros, se não se
constituem em federação e se unificam, não há neles nada que exprima a unidade
da profissão em seu conjunto de práticas e saberes sociais. Não só os
sindicatos de patrões e de empregados são distintos uns dos outros, o que é
legítimo e necessário, como não há entre eles contatos regulares. Não existe
organização comum que os aproxime sem fazê-los perder sua individualidade e na
qual possam elaborar em comum uma regulamentação que, estabelecendo suas
relações mútuas, imponha-se a ambas as partes com a mesma autoridade; por
conseguinte, é sempre a “lei dos mais forte” que resolve os conflitos, e o
estado de guerra subiste inteiro. Salvo no caso de seus atos pertencentes à
esfera moral comum estão na mesma situação. A tese sociológica diz respeito à questão: para que uma moral e um direito profissionais possam se
estabelecer nas diferentes profissões, é necessário, pois, que a corporação, em
vez de permanecer um agregado confuso e sem unidade, se torne, ou antes, volte
a ser, um grupo definido, organizado, uma instituição pública.
A
primeira observação familiar da crítica de Émile Durkheim (2010), é que a
corporação tem contra si seu próprio passado histórico. De fato, ela é tida
como intimamente solidária do antigo regime político e, por conseguinte, como
incapaz de sobreviver a ele. Na história da filosofia, o que permite considerar
as corporações uma organização temporária, boa apenas para uma época e uma
civilização determinada, é, ao mesmo tempo, sua grande antiguidade e a maneira
como se desenvolveram na história. Se elas datassem unicamente da Idade Média,
poder-se-ia crer, de fato que, nascidas com um sistema político, deviam
necessariamente desaparecer com ele. Mas, na realidade, têm uma origem bem mais
antiga. Em geral, elas aparecem desde que as profissões existem, isto é, desde
que a atividade deixa de ser puramente agrícola. Se não parecem ter sido
conhecidas na Grécia, até o tempo da conquista romana, é porque os ofícios,
sendo desprezados, eram exercidos exclusivamente por estrangeiros e, por isso
mesmo, achavam-se excluídos da organização legal da cidade. Mas em Roma,
comparativamente, elas datam pelo menos dos primeiros tempos da República; uma
tradição chegava até a atribuir sua criação ao rei Numa, um sabino escolhido
como segundo rei de Roma. Sábio, pacífico e religioso, dedicou-se a elaboração
das primeiras leis de Roma, e dos primeiros ofícios religiosos da cidade
e do primeiro calendário. É verdade que, por tempo, elas tiveram de levar uma
existência bastante humilde, pois os historiadores e os monumentos só raramente
as mencionam; não sabemos muito bem como eram organizadas. Desde de Cícero, sua
quantidade tornara-se considerável e elas começavam a desempenhar um papel.
Nesse momento, diz J.-P Waltzing (1857-1929), “todas as classes de
trabalhadores parecem possuídas pelo desejo de multiplicar as associações
profissionais”.
Mas
o caráter desses agrupamentos se modificou; eles acabaram tornando-se
“verdadeiras engrenagens da administração”. Desempenhavam funções oficiais;
cada profissão era vista como um serviço público, cujo encargo e cuja
responsabilidade ante o Estado cabiam à corporação correspondente. Foi a ruína
da instituição. Porque, segundo Durkheim, essa dependência em relação ao Estado
não tardou a degenerar numa servidão intolerável que os imperadores só puderam
manter pela coerção. Todas as sortes de procedimentos foram empregadas para
impedir que os trabalhadores escapassem das pesadas obrigações que resultavam,
para eles, de sua própria profissão. Evidentemente, tal sistema de trabalho só
podia durar enquanto o poder político fosse o bastante para impô-lo. É por isso
que ele não sobreviveu à dissolução do Império. Aliás, as guerras civis e as
invasões haviam destruído o comércio e a indústria; os artesãos aproveitaram
essas circunstâncias para fugir das cidades e se dispersar nos campos. Assim,
os primeiros séculos de nossa era viram produzir-se um fenômeno que devia se
repetir tal qual no fim do século XVII: a vida corporativa se extinguiu quase
por completo. Mal subsistiram alguns vestígios seus, na Gália e na Germânia,
nas cidades de origem romana. Portanto, naquele momento, um teórico tivesse
tomado consciência da situação, teria provavelmente concluído, como o fizeram
mais tarde os economistas, que as corporações não tinham, ou, em todo caso, não
tinham mais razão de ser, que haviam desaparecido irreversivelmente, e sem
dúvida teria tratado de retrógrada e irrealizável toda tentativa de
reconstituí-las. Os acontecimentos desmentiriam uma tal profecia. De fato, tecnologicamente,
após um “eclipse da razão” de tempo caminhando para os nossos dias, as corporações
recomeçaram nova existência em todas as sociedades europeias.
Elas
renasceram por volta dos séculos XI e XII. Desde esse momento, diz Emile
Levasseur (1828-1911), “os artesãos começam a sentir a necessidade de se unir e
formam suas primeiras associações”. Em
todo caso, no século XII, elas estão outra vez florescentes e se desenvolvem
até o dia em que começa para elas uma nova decadência. Uma instituição tão
persistente assim não poderia depender de uma particularidade contingente e
acidental; muito menos ainda é possível admitir que tenha sido o produto de não
sei que “aberração coletiva”. Se, desde a origem da cidade até o apogeu do
Império, desde o alvorecer das sociedades cristãs aos tempos modernos, elas
foram necessárias, é porque correspondem a necessidades duradouras e profundas.
Sobretudo, vale lembrar que o próprio fato de que, depois de terem desaparecido
uma primeira vez, reconstituíram-se por si mesmas e sob uma nova forma, retira
todo e qualquer valor ao argumento que apresenta sua desaparição violenta no
fim do século passado como uma prova de que não estão mais em harmonia com as
novas condições de existência coletiva. A necessidade que todas as grandes
sociedades civilizadas sentem de chamá-las de volta à vida é o mais seguro
sintoma evidente dessa supressão radical não era um remédio e de que a reforma
de Jacques Turgot requeria outra que não poderia ser indefinidamente adiada.
Mas nem toda organização corporativa é anacronismo histórico. Acreditamos que
ela seria chamada a desempenhar, nas sociedades contemporâneas, menos pelo
papel considerável que julgamos indispensável, por causa não dos serviços
econômicos que ela poderia prestar, mas da influência moral que poderia
ter. O que vemos antes no grupo
profissional é um poder moral capaz de conter os egoísmos individuais, de
manter no coração dos trabalhadores um sentimento vivo de solidariedade comum,
de impedir que a “lei do mais forte” se aplique de maneira brutal nas relações
industriais e comerciais.
Mas
é preciso evitar estender a todo regime corporativo o que pode ter sido
válido para certas corporações e durante um curto lapso de tempo de seu
desenvolvimento. Longe de ser atingido por uma sorte de enfermidade moral
devida à sua própria constituição, foi sobretudo um papel moral que ele
representou e continua representando ainda, na maior parte de sua história.
Isso é particularmente evidente no caso das corporações romanas. Sem dúvida, a
associação lhes dava mais forças para salvaguardar, se necessário, seus
interesses comuns. Mas era isso apenas um dos contragolpes úteis que a
instituição produzia, lembra Durkheim: “não era sua razão de ser, sua função
principal. Antes de mais nada, a corporação era um colégio religioso”. Cada uma
tinha seu deus particular, cujo culto quando ela tinha meios, era celebrado num
templo especial. Do mesmo modo que cada família tinha seu Lar familiaris, cada
cidade seu Genius publicus, cada colégio tinha seu deus tutelar, Genius
collegi. Naturalmente, o culto profissional não se realizava sem festas, que
eram celebradas em comum sem sacrifícios e banquetes. Todas as espécies de
circunstâncias serviam, aliás, de ocasião para alegres reuniões, além disso,
distribuições de víveres ou de dinheiro ocorriam com frequência às expensas da
comunidade. Indagou-se se a corporação tinha uma caixa de auxílio, se ela
assistia regularmente seus membros necessitados, e as opiniões a esse respeito
são divididas. Mas o que retira da discussão parte de seu interesse e de seu
alcance é que esses banquetes comuns, mais ou menos periódicos, e as distribuições
que os acompanharam serviam de auxílios e faziam não raro as vezes de uma
assistência direta.
Os
infortunados sabiam que podiam contar com essa subvenção dissimulada. Como
corolário do caráter religioso, o colégio de artesãos era, ao mesmo tempo, um
colégio funerário. Unidos, como gentiles, num mesmo culto durante sua vida, os
membros da corporação queriam, como eles, dormir juntos seu derradeiro
sono. A importância tão considerável que
a religião tinha em sua vida, tanto em Roma quanto na Idade Média, põe
particularmente em evidência a verdadeira natureza de suas funções; porque toda
comunidade religiosa constituía, então, um ambiente moral, do mesmo modo que
toda disciplina moral tendia necessariamente a adquirir uma forma religiosa. A
partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de
indivíduos tem em comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto
da população não partilha com eles, é inevitável que, sob a influência dessas
similitudes eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem, teçam
relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito,
com sua fisionomia especial da sociedade em geral. Porque é impossível que
homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o
sentimento do todo que formam por sua união, sem que se apeguem a esse todo, se
preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Enfim, basta
que esse sentimento se precise e se determine, que, aplicando-se às
circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em
fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se
constituir. Ao mesmo tempo que se produz por si mesmo e pela força das coisas,
esse resultado é útil e o sentimento de sua utilidade contribui para
confirma-lo. A vida em comum é atraente, ao mesmo tempo que coercitiva. Para o
ponto de vista conservantista do método analítico durkheimiano, a coerção é
necessária para levar o homem a se superar, a acrescentar à sua natureza física
outra natureza; mas, à medida que aprende a apreciar os encantos dessa nova
existência, ele contrai a sua necessidade e não há ordem de atividade que não
os busque com paixão.
A
moral doméstica não se formou de outro modo. Por causa do prestígio que a
família conserva ante nossos olhos, parece-nos que, se e ela foi e é sempre uma
escola de dedicação e de abnegação, o foco por excelência da moralidade, é em
virtude de características bastante particulares que teria o privilégio e que
não se encontrariam em ouro lugar em nenhum grau. Costuma-se crer que exista na
consanguinidade uma causa excepcionalmente poderosa de aproximação moral. A
prova está em que, num sem-número de sociedades, os não-consanguíneos são
muitos no seio da família; o parentesco dito artificial se contrai então com
grande facilidade e exerce todos os efeitos do parentesco natural.
Inversamente, acontece com grande frequência consanguíneos bem próximos serem,
moral ou juridicamente, estranhos uns aos outros; é, por exemplo, o caso dos
cognatos na família romana. Portanto, a família não deve suas virtudes à
unidade de descendência: ela é, simplesmente, um grupo de indivíduos que foram
aproximados uns dos outros, no seio da sociedade política, por uma comunidade
mais particularmente estreita de ideias, sentimentos e interesses. A
consanguinidade pode ter facilitado essa concentração, pois ela tem por efeito
natural inclinar as consciências umas em relação às outras. Outros fatores
intervieram: a proximidade material, a solidariedade de interesses, de união contra um perigo comum, ou simplesmente de se unir, foram
causas muito mais poderosas de comunicação social no processo produtivo.
Mas,
para dissipar todas as prevenções, adverte Durkheim, para mostrar bem que o sistema
corporativo não é apenas uma instituição do passado, seria necessário
mostrar que transformações ele deve e pode sofrer para se adaptar às sociedades
modernas, pois é evidente que ele não pode ser o que era na Idade Média. Para
tanto, seriam necessários estudos comparativos que não estão feitos e que não
podemos fazer de passagem. Talvez, porém, não seja impossível perceber desde
já, mas apenas em suas linhas mais gerais, o que foi esse desenvolvimento. O
historiador que empreende resolver em seus elementos a organização política dos
romanos não encontra, no decurso de sua análise, nenhum fato que possa
adverti-lo da existência das corporações. Elas não entravam na constituição
romana, na qualidade de unidades definidas e reconhecidas. Em nenhuma das
assembleias eleitorais, em nenhuma das reuniões do exército, os artesãos se
reuniam por colégios, em parte alguma o grupo profissional tomava parte, como
tal, na vida pública, seja em corpo, seja por intermédio de representantes
regulares. No máximo, a questão pode se colocar a propósito de três ou quatro
colégios que se imaginou poder identificar com algumas das centúrias
constituídas por Sérvio Túlio, o sexto rei de Roma. Segundo a tradição, reinou
por 44 anos, entre 578 a.C. e 539 a.C. A tradição a partir do imperador Cláudio
o identifica também como o magister Populi, etrusco Macstarna ou Mastarna, a
saber: tignari (construtores de casas), aerari (corporação
clerical), tibicines (monumento funerário), corporações cornicínes
(espécie de pizza enrolada), mas o fato não está bem estabelecido.
Quanto
às outras corporações, estavam certamente fora da organização oficial do povo
romano. Ora, por muito tempo os ofícios não foram mais do que uma forma
acessória e secundária da atividade social dos romanos. Roma era essencialmente
uma sociedade agrícola e guerreira. No primeiro era dividida em gentes e em
cúrias; a assembleia por centúrias refletia antes a organização militar. Quanto
às funções industriais, eram demasiado rudimentares para afetar a estrutura
política da cidade. Aliás, até um momento bem avançado da história romana, os
ofícios permaneceram marcados por um descrédito moral que não lhes permitia
ocupar uma posição regular no Estado. Sem dúvida, veio um tempo em que sua
condição social melhorou. Mas a própria maneira como foi obtida essa melhora é
significativa. Para conseguir fazer respeitar seus interesses e desempenhar um
papel na vida pública, os artesãos tiveram de recorrer a procedimentos
irregulares e extralegais. Só triunfaram sobre o desprezo de que eram objeto
por meios de intrigas, complôs, agitação clandestina. E, se, mais tarde,
acabaram sendo integrados ao Estado para se tornar engrenagens da máquina
administrativa, essa situação como foi, para eles, uma conquista gloriosa, mas
uma penosa dependência; se entraram então no Estado, não foi para nele ocupar a
posição a que seus serviços sociais podiam lhes dar direito, mas simplesmente
para poder ser mais bem vigiados pelo poder governamental.
Quando
as cidades se emanciparam da tutela senhorial, quando a comuna se formou, o
corpo de ofícios, que antecipara e preparara esse movimento, tornou-se a base
da constituição comunal. De fato, segundo J.-P Waltzing, “em quase todas as
comunas, o sistema político e a eleição dos magistrados baseiam-se na divisão
dos cidadãos em corpos de ofícios”. Era costumeiro votar-se por corpos de
ofícios e elegiam-se ao mesmo tempo os chefes da corporação e os da comuna. –
Em Amiens, por exemplo, os artesãos se reuniam todos os anos para eleger os
prefeitos de cada corporação ou bandeira (bannière); os prefeitos eleitos
nomeavam em seguida doze escabinos, que nomeavam outros doze, e o escabinato
apresentava, por sua vez, aos prefeitos das bandeiras três pessoas, dentre as
quais eles escolhiam o prefeito da comuna... Em algumas cidades, o modo de
eleição era ainda mais complicado, mas, em todas, a organização política e
municipal era intimamente ligada à organização do trabalho. Inversamente, assim
como a comuna era um agregado de corpos de ofícios, o corpo de ofício era uma
comuna em miniatura, pelo próprio fato de que fora o modelo do qual a
instituição comunal era a forma ampliada e desenvolvida. Queremos dizer com
isso, que sabemos o que a comuna foi na história de nossas sociedades, de que
se tornou, com o tempo, a pedra angular. Ipso facto, já que era uma reunião de
corporações e que se formou com base no tipo da corporação, foi esta em última
análise, que serviu de base a todo o sistema político oriundo do movimento
comunal. Vê-se que, em sua trajetória, ela cresceu singularmente em importância
e dignidade. Em Roma, começou estando quase fora dos contextos normais, ela
serviu de marco elementar para sociedades contemporâneas. É um motivo para que
recusemos a considera-la uma instituição arcaica, destinada a desaparecer.
A
obra do sociólogo não é a do homem público, assevera Émile Durkheim. O que a
experiência do passado demonstra, antes de mais nada, é que os marcos do grupo
profissional devem guardar sempre uma relação com os marcos da vida econômica;
foi por ter faltado com essa condição que o regime corporativo desapareceu.
Portanto, já que o mercado, de municipal que era, tornou-se nacional e
internacional, a corporação deve adquirir a mesma extensão. Em vez de ser
limitada apenas aos artesãos de uma cidade, ela deve ampliar-se, de maneira a
compreender todo os membros da profissão, dispersos em toda a extensão do
território, porque, qualquer que seja a região em que se encontram, quer no
campo, todos são solidários uns com os outros e participam da vida comum. Já
que essa vida comum é, sob certos aspectos sociais, independentemente de
qualquer determinação territorial, tem que ser criado um órgão apropriado, que
a exprima e regularize seu funcionamento em sociedade. Por causa de suas
dimensões, tal órgão estaria necessariamente em contato relacional com o órgão
central da vida coletiva, pois os acontecimentos importantes o bastante para
envolverem toda uma categoria de empresas industriais num país tem necessariamente
repercussões bastante gerais, que o Estado não pode sentir, o que o leva a
intervir. Não foi sem fundamento que o poder real tendeu indistintamente a não
deixar fora de sua ação a grande indústria.
Era
impossível que ele se desinteressasse por uma forma de atividade que por sua
natureza, é capaz de afetar o conjunto da sociedade. Essa organização unitária
para o conjunto de um mesmo país não exclui, de modo algum, a formação de
órgãos secundários, que compreendam os trabalhadores similares da mesma região
ou localidade, e cujo papel seria especializar ainda mais a regulamentação
profissional segundo as necessidades locais ou regionais. A vida econômica
poderia ser regulada e determinada, sem nada perder de sua diversidade. Por
isso mesmo, o regime corporativo seria protegido contra essa propensão ao
imobilismo, que lhe foi frequente e justamente criticada no passado, porque é
um defeito que resultava do caráter estreitamente comunal da corporação. Na
síntese durkheimiana representada sobre o lugar de análise das corporações
deve-se até supor que esteja destinada a se tornar a base, ou uma das bases
essenciais de nossa organização política. Ela começa por ser exterior ao
sistema social, tenderá a se empenhar de forma cada vez mais profunda nele, à
medida que a vida econômica se desenvolve. Ela foi outrora à divisão elementar
da organização comunal. Agora que a comuna, de organismo autônomo que tinha se
constituído, veio se perder no Estado, como o mercado municipal no mercado
nacional, acaso não é legítimo pensar que a corporação também deveria sofrer
uma transformação correspondente e tornar-se a divisão elementar do Estado, a
unidade política fundamental? A sociedade, em vez de continuar sendo o que ainda
é, um agregado de distritos territoriais justapostos, tornar-se-ia um vasto
sistema de corporações nacionais. Mas essas divisões geográficas são, em sua
maioria, artificiais e já não despertam em nós sentimentos profundos.
O
espírito provinciano desapareceu irremediavelmente: o patriotismo de
paróquia tornou-se um arcaísmo que não se pode restaurar à vontade. Para o
sociólogo uma nação só se pode manter se, entre o Estado e os particulares, se
intercalar toda uma série de grupos secundários bastante próximos dos
indivíduos para atraí-los fortemente em sua esfera de ação e arrastá-los,
assim, na torrente geral da vida social. Isso não quer dizer, porém, que a
corporação seja uma espécie de panaceia capaz de servir a tudo. Será necessário
que, em cada profissão, um corpo de regras se constitua, fixando a quantidade
de trabalho, a justa remuneração dos diferentes funcionários, seu dever para
com os demais e para com a comunidade, etc.
Estaremos, pois, não menos que atualmente, em presença de uma tábula
rasa. A vida social deriva
inexoravelmente de uma dupla fonte: a similitude das consciências e a divisão
do trabalho social. O indivíduo é socializado no primeiro caso, porque, não
tendo individualidade própria, confunde-se como seus semelhantes, no seio de um
mesmo tipo coletivo; no segundo, porque, tendo uma fisionomia e uma atividade
pessoais que o distinguem dos outros, depende deles na mesma medida em que se
distingue e, como tal, da sociedade que resulta de sua união.
Esta
divisão dá origem às regras jurídicas que determinam as relações das funções
divididas, mas cuja violação acarreta apenas medidas reparadoras sem
caráter expiatório. De todos os elementos técnicos e sociais como produtos
essenciais da civilização, a ciência nada mais é que a consciência
levada a seu mais alto ponto de clareza. Nunca é demais repetir que para que as
sociedades possam viver nas condições de existência que lhes são dadas, é
necessário que o campo da consciência se estenda e se esclareça. Quanto mais
obscura uma consciência, mais é refratária à mudança social, porque não vê
depressa o que é necessário mudar. Nem em que sentido é preciso mudar. Uma
consciência esclarecida sabe preparar de antemão a maneira de se adaptar a essa
mudança risível. Eis porque é necessário que a inteligência guiada
disciplinarmente pela ciência adquira uma importância maior no curso da vida
coletiva. Tais sentimentos são capazes de inspirar não apenas esses sacrifícios
cotidianos, mas também atos de renúncia completa e de abnegação exclusiva. A
sociedade aprende a ver os membros que a compõem como cooperadores que ela não
pode dispensar e para com os quais tem deveres. Na realidade, a cooperação
também tem sua moralidade intrínseca. Há apenas motivos para crer, que, essa
moralidade ainda não tem todo o desenvolvimento que lhes seria necessário. Daí
resulta duas grandes correntes da vida social, e tipos de estrutura não menos diferentes,
n`est pas? Dessas correntes, a que tem sua origem nas similitudes
sociais ocorre quando um grupo é capaz de criar e reproduzir para si e
para os outros a princípio só e sem rival.
Dietrich Lohmann cresceu em Berlim,
onde concluiu o Ensino Médio. Na Escola de Óptica e Tecnologia Fotográfica de
Berlim, Lohmann recebeu seu treinamento como Assistente de Câmera. Em 1967,
tornou-se Assistente do cinegrafista Thomas Mauch e trabalhou nessa função em
algumas das primeiras produções do Novo Cinema Alemão. Na estreia de Ula
Stöckls, (Neun Leben ha die Katze), Lohmann fez sua estreia como diretor
de fotografia em um longa-metragem, junto com Thomas Mauch. Nos anos seguintes,
Lohmann se tornou um dos mais importantes cinegrafistas do Novo Cinema
Alemão, cujo estilo ele moldou decisivamente. Em particular, Rainer Werner
Fassbinder trabalhou frequentemente com ele no início. Ele filmou primeiro em P
& B, depois suas gravações coloridas foram, como suas gravações anteriores,
frias e reservadas, muitas vezes aparentemente mal iluminadas e não seguindo o
desenvolvimento do enredo. A partir de 1971, Lohmann lecionou como professor na
Academia de Televisão de Berlim e no Departamento de Documentário da Universidade
de Televisão e Cinema de Munique. Desde 1978 ele atua na televisão austríaca
por trás das câmeras, em particular nos episódios da série de paródia policial Kottan
Investigates, de Peter Patzaks. Em 1986, Lohmann foi nomeado diretor de
fotografia da série de televisão americana de 12 episódios North and South,
ganhando notoriedade no cinema americano. Em 1990, ele se estabeleceu em Los
Angeles e filmou algumas produções de Hollywood, como Wedlock (1991), Color
of Night (1994), The Peacemaker (1997) e Deep Impact (1998).
Este filme, que também é o mais reconhecido, foi seu último trabalho na
carreira.
Desde 1976 que os produtores David
Brown e Richard D. Zanuck tentam produzir o projeto Impacto Profundo, e queriam
Steven Spielberg como diretor. Eles lançaram Spielberg como produtores em The
Sugarland Express e o colocaram como diretor de Tubarão. Segundo
Brown, ninguém mais sabe fazer cinema à maneira deles: “Fazemos filmes que,
apesar de comerciais, têm cérebro”. Mas Spielberg não pôde aceitar a direção de
Impacto Profundo, pois já estava envolvido com Amistad (1997),
então lançado, e Saving Private Ryan (1998) em finalização. Então,
Spielberg se uniu a Brown e Zanuck no projeto, por meio de sua produtora, a DreamWorks,
ajudou na escolha do elenco e indicou a diretora, Mimi Leder. Jenny Lerner, a
personagem interpretado por Téa Leoni, foi originalmente concebido para
trabalhar para a Cable News Network. A CNN rejeitou, porque seria “inapropriado”.
A MSNBC concordou em ser destaque no filme em vez disso, vendo como uma forma
de ganhar exposição para a rede então recém-criada. Seu nome é derivado das
abreviações usadas pela Microsoft e a National Brodcasting Company. A diretora
Mimi Leder explicou mais tarde que ela teria gostado de viajar para outros
países para incorporar perspectivas adicionais, mas que não acabou tendo nenhum
tempo ou o orçamento não permitiu. O supervisor de efeitos visuais Scott Farrar
acreditava que a cobertura de eventos em todo o mundo teria distraído e
prejudicaria as histórias dos personagens principais. A música para o filme foi
composta e conduzida por James Horner. Grande parte da pontuação comercialmente
utilizada para Deep Impact foi reciclada e reutilizada em O Homem
Bicentenário (1999), lançado no ano seguinte. Impacto Profundo
estreou nas bilheterias da América do Norte com US$ 41 milhões dólares em
vendas de ingressos. O filme arrecadou US$ 140 milhões na América do Norte e
US$ 209 milhões no mercado internacional, obtendo o total bruto de US$ 349
milhões.
Apesar
de seu concorrente Armageddon (que custou quase o dobro para ser
produzido) ter uma temática semelhante, no verão de 1998, Impacto Profundo
ainda era um sucesso de bilheteria e foi a maior abertura entre os dois.
Internamente, ele se tornou o filme de maior bilheteria dirigido por uma mulher
e manteve esse registro durante uma década até Crepúsculo reivindicar o recorde
em 2008. O filme analiticamente teve uma recepção crítica mista. Baseado em 51
comentários recolhidos pelo famoso site Rotten Tomatoes, 47% dos
críticos gostaram do filme, com uma classificação média de 5,7/10. O Metacritic
deu uma pontuação de 40 com base em 20 avaliações. O crítico de cinema Janet
Maslin do jornal The New York Times disse que o filme “tem um tom mais
pensativo do que esse gênero geralmente pede”, no entanto Rita Kempley e
Michael O`Sullivan, do The Washington Post criticaram o que eles viam “como
performances sem emoções e falta de tensão para o cenário”. No Brasil, o
filme não foi bem recebido pela crítica. Pablo Villaça do portal Cinema em
Cena criticou o roteiro do filme e o pouco tempo de efeitos especiais,
escrevendo: “O roteiro não é só estúpido. Ele comete um pecado ainda maior ao
julgar que os espectadores também o são. Ele quer que acreditemos, entre outras
coisas: que um garoto de 14 anos é capaz de descobrir um gigantesco cometa que
está vindo em direção à Terra, enquanto observatórios extremamente sofisticados
espalhados pelo mundo não o fizeram; que uma repórter é capaz de arrancar a
verdade sobre a tragédia do Governo americano dizendo, apenas que sabe tudo;
que um garoto é capaz de encontrar sua amada no meio de uma multidão de mais ou
menos cem mil pessoas; que é possível correr mais rápido do que uma onda
gigantesca “que se move com uma velocidade maior do que a do som; e por aí
afora”. Carlos Gerbase também criticou o roteiro e os efeitos especiais por
aparecerem perto do final do filme: “O argumento do filme pesa um
milhão de toneladas (prestes a cair na cabeça dos espectadores) e a diretora
tenta fazer um filme sensível, com personagens cheios de dramas existenciais,
pequenas tragédias domésticas e imagens delicadas”.
Dietrich
Lohmann morreu pouco depois de leucemia, que ele contraiu durante seu trabalho
no filme, antes que ele fosse finalmente concluído e exibido, três semanas após
seu trabalho no filme ter finalmente terminado. Em memória de seu trabalho, o
filme foi feito posteriormente em sua memória. Dietrich Lohmann era
casado e tinha uma filha. A ignorância de uma mente infinita frente a
uma finitude não representa a indiferença. O reconhecimento da ignorância é uma
ignorância instruída, douta. Contudo, a natureza intelectiva se sente atraída
por conhecer o incompreensível. É o retorno, nos atrai uma pregustação natural,
que nos impulsa a seguir buscando. Tem uma aspiração até a sabedoria, até Deus,
ainda reconhecendo que o sábio é agora quem descobre que não pode alcançar a
Deus, a plenitude do reconhecer. Deus é esquivo, inalcançável. A douta
ignorância não é transcendente, a sabedoria não vem de fora, mas é
dentro de si mesma. Isto cria uma dissenção com a modernidade, como na Bíblia.
O conhecimento surge de si mesmo na aporia de Friedrich Hegel. A mente se
adequa e cresce, mesmo sabendo que nunca alcançará o Absoluto, mas vai
avançando. A douta ignorância tem a relação que a razão avança e aproxima-se do
conhecimento. O conhecimento se fundamenta no sensível, na experiência, na
assimilação, mas isso não é o verdadeiro conhecimento. O verdadeiro conhecimento
é o que se desprende da experiência. A razão deve determinar as coisas,
o distinguir não é o Absoluto, mas há coisas não distinguíveis ou que são
confundíveis. Para poder encontrar o conhecimento, tem que se
separar das características das coisas e encontrar a essência das coisas.
E tem-se que buscar o que faz a coisa ser o que é, desprendendo-se de tudo o que não o faz único, para encontrar a qualidade ou categoria essencial. O que permite encontrar a qualidade no pequeno limite. Filósofo é quem busca, com humildade, o conhecimento e a sabedoria. Deste ponto de vista, filosofia significa amor à sabedoria. O filósofo é o amigo, o amante para o conhecimento, aquele que demanda a verdade, não aquele que acha que a possui. Mas o que interroga, não é aquele que se fecha em certezas supostamente definitivas. O filósofo tem uma qualidade que entendemos ser a “douta ignorância”. Ela equivale a uma disposição do espírito, a uma abertura da mente em relação à procura da verdade. Ao reconhecer a sua própria ignorância, o filósofo sabe que a consciência de que nada sabe é um princípio para superar as ilusões do falso saber, do reino das aparências, ou de um saber que, apesar de limitado, se considera ilimitado. Quando devidamente praticado, o lema socrático “só sei que nada sei” (Το μόνο που ξέρω ότι δεν ξέρω τίποτα), se é verdade, permite que nos libertemos da tirania do hábito a que está submetido quem julga possuir a verdade como no Direito. A teoria neopragmática de Richard Rorty representa um termo filosófico recente, existente da década de 1960, sendo utilizado socialmente para denominar a filosofia que reintroduziu muitos dos conceitos do pragmatismo, sobre a verdade como objetivo de desvencilhar-se das influências dos dualismos metafísicos típicos: as distinções entre essência e acidente, aparência e realidade, sendo tal posição denominada de antiessencialista.
Grande
parte do que Richard Rorty (1931-2007) descreve em seus textos sobre a verdade
desenvolve-se através de um diálogo com Donald Davidson (2002) e sua teoria
semântica da verdade. Ambos estão de acordo que a noção geralmente de verdade
não pode ser tida como uma correspondência, como uma representação, mas
discordam em alguns pontos quanto à solução que procuram encaminhar para essa
questão. Se para Davidson, os conceitos podem ser verdadeiros e utilmente
descrever uma realidade objetiva, para Rorty a verdade não deve ser um objetivo
da reflexão filosófica, pois o objetivo da investigação é procurar evidências
substantivas para nossas crenças ocidentais, e que não há nada mais que
possamos fazer para firmar nossas convicções. O neopragmatismo apresenta-se
como uma forma de filosofia capaz de enfrentar os desafios próprios cotidianamente
de nosso tempo, certamente, pode ser compreendido do ponto de vista de suas
raízes. Talvez como sendo um devedor, de um lado, ao pragmatismo clássico dos
pensadores norte-americanos Peirce, Dewey, James, Schiller, por outro lado, às
filosofias que emergiram da reviravolta pragmática do Ludwig Wittgenstein das
“Investigações Filosóficas”. O pragmatismo que segundo J-P Cometti, “é a
filosofia mais solidamente enraizada na cultura americana”, desenvolveu-se em
torno de uma representação da filosofia do conhecimento, mas, desde o
princípio, se afastou de concepções que tendem a privilegiar a busca de um
fundamento no absoluto ou um modelo da razão, que determina a priori as
possibilidades de busca e de descoberta. Pode-se dizer, sem temor a erro, que o
pensamento da metafísica, é que o conhecimento humano não se limita ao
conhecimento exclusivamente da experiência, mas que é possível chegar a um
conhecimento objetivo do mundo através dos conceitos.
Fundamento
da verdade não é, então, o mundo “material empírico”, mas o “mundo do
pensamento”, que apreende a estrutura inteligível do real de análise. O
espírito humano é compreendido como coextensivo ao mundo em que as leis da
lógica exprimem as leis que estruturam a realidade. Rorty interpreta esta
postura do pensamento clássico como sendo a pretensão de captar, pela mediação
do conceito, a forma e o movimento da natureza e da história o que, em última
instância, desembocou na ideia de que o ser humano é capaz de descobrir como
reparar a injustiça da história humana. A ignorância como inibição pode
aparecer em casos limitados e ligados a situações pontuais. A “não
aprendizagem” pode corresponder a uma retração intelectual do “eu” (moi).
Entendo, com isso, uma retração do inconsciente lógico que dá a imagem de um
“eu” (moi) ignorante. Essa retração pode aparecer, segundo Freud, em
três ocasiões: a primeira, quando os órgãos intervenientes na ação de aprender
sexualizam-se; a segunda, quando o sujeito evita o sucesso, apresentando, no
momento preciso de obtê-lo, um comportamento de fracasso de si mesmo. É preciso
levar em conta que o saber está sempre submetido ao interdito; e a terceira,
quando o “eu” (moi) requer toda a energia disponível, por exemplo,
durante o período de luto. A dificuldade de aprender parece ligada à falta de
resignação das aprendizagens que representam a perda. É necessário acreditar,
que a ignorância, no sujeito que aprende, é seu modo de viver a relação com o
“outro do conhecimento”, um jeito de resolver a alternativa dramática, posta já
a Adão e Eva, na mitologia cristã entre saber e a ignorância. Para o sujeito
superar sua perturbação, é preciso restituir ao ser à atividade cognitiva da
alegria que foi pervertida sob a forma de ignorância.
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Solar-Terrestre. São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;
Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão, 2024; SANTOS, Bruno Botelho dos, “Há
27 anos, este filme misturou explosão espacial e ficção científica para
rivalizar com o filme Impacto Profundo”. Disponível em: https://www.adorocinema.com/04/04/2025; entre outros.