“Che palle, ogni volta”. Federica Pellegrini
Do
ponto de vista histórico e pontual o conceito “carreira” deriva da palavra
latina “carraria” e passou por diversas transformações no decorrer de sua
aplicabilidade teórica e historicamente determinada. No século XVI por volta de
1530, no período renascentista, simplificadamente, “carreira” identificava um
caminho, ou o “curso do sol através dos céus”. Nas disputas de Justa, em
1590, a palavra “carreira” estava inserida no seguinte contexto: o cavalo que,
durante o combate, passava uma “carreira” em seu oponente. Justa é um desporto
jogado por dois cavaleiros com armaduras montados em cavalos. Consiste numa
competição marcial entre dois cavaleiros montados, usando uma variedade de
armas, geralmente em grupos de três por arma, isto é, como a inclinação com um
lança, golpes com machados, ou golpes com a espada, entre outros, muitas vezes,
como parte de um torneio. A Justa foi um “jogo marcial” na Idade Média,
sendo necessário ter uma habilidade técnica e social muito grande para praticar
este desporto. Embora o primeiro torneio foi feito em 1066, a justa não ganhou
popularidade generalizada até o século XII. É mantido o seu estatuto e
paradigma como um desporto popular europeu até ao início do século XVII. Muitos
processos disciplinares existiam há muito tempo, segundo Foucault (2014: 135),
nos conventos, nos exércitos, nas oficinas. As disciplinas se
tornaram no decorrer dos séculos XVII e XVIII fórmulas gerais de
dominação.
A Justa foi incorporada em
torneios vários séculos após a sua estreia. O torneio permitiu uma melhor
exibição da habilidade individual e, embora perigosa, ofereceram grandes somas
de dinheiro do prémio. Muitos cavaleiros fizeram a sua fortuna com esses
eventos, enquanto muitos perderam a fortuna ou mesmo a vida. Por exemplo,
Henrique II da França morreu quando uma lança do seu adversário atravessou a
sua viseira e a quebrou em fragmentos, cegando o olho direito e penetrando na
sua órbita direita e têmpora. A partir de 1803, o significado contemporâneo da
palavra “carreira” passou a se relacionar ao mundo perigoso dos negócios,
quando o termo foi associado à ideia de “caminho na vida profissional”. Nos dias
atuais, comumente entende-se “carreira” como a soma de “todos os cargos” ou
“posições” ocupadas por uma pessoa durante sua vida profissional. Este
entendimento contraria a raiz etimológica do termo e impede que o conceito real
da palavra seja plenamente assimilado no mercado, inclusive por alguns
profissionais de renome em nível globalizado. Não está associado a restrições
temporais, mas relativas as questões cotidianas espaciais. Não revela um
histórico profissional, propriamente dito, mas um caminho particular rumo a um
objetivo institucional.
Nas sociedades arcaicas há com frequência, uma extraordinária acumulação de savoir-faire e de conhecimentos sobre a vida vegetal e animal, os homens possuem por vezes um saber escondido às mulheres, e essas, um saber desconhecido dos homens; os anciãos são, em geral, portadores da experiência e da sabedoria e há, entre os feiticeiros ou os xamãs, um conhecimento visionário que é fonte de terapias e de atos máicos. São comuns ao conjunto da sociedade, por um lado, um rico pensamento cosmogônico e cosmológico, expresso sob a forma de mitos e, por outro lado, uma sabedoria de vida concentrada em máximas e provérbios. Nas sociedades teocráticas da Antiguidade, os saberes cosmológico, mágico, mitológico e religioso foram concentrados nos mesmos espíritos, na casta dos Sacerdotes/Magos. As verdades supremas, de caráter esotérico, não podiam ser divulgadas e o acesso a elas exigia uma iniciação muito longa. Na Idade Média ocidental, a instrução é provilégio dos clérigos. A clericatura significa na origem o estado eclesiástico, mas, já no século XV, o clérigo tornou-se a pessoa instruída, o letrado, o sábioe, embora dentro da Igreja, eles e diferencia do padre. Depois, a maior parte do saber moderno escapou à clericatura da Igreja e o termo clérico laicizou-se e profissionalizou-se. À antiga clericatura, sucedeu a intelligentsia, aos clérigos, sucederam os intelectuais. O termo intelligentsia vem-nos da Rússia do século XIX e designa o conjunto de pessoas instruídas, cultivadas, por oposição à masssa rural ou urbana que não teve acesso à escola, ou mesmo à escrita.
Esta categoria sociológica, neste sentido, compreeende as carreiras ou profissões que produzem ou reproduzem saber (professores, pesquisadores), ideias (filósofos), formas (artistas, arquitetos, designers), ou ainda cuja qualidade do trabalho profissional depende intensamente do manejo das ideias (advogados), do saber (experts) ou da concepção (engenheiros). Em outras palavras, Edgar Morin (2008) define a intelligentsia em função do caráter intelectual/espiritual dos produtos da atividade social de seus membros (saber, ideias, coisas do espírito) e não pela atividade intelectual/espiritual em si mesma. Melhor dizendo, as práticas manuais, como o artesanato, a caça, a pesca, demandam uma inteligência cosntantemetne desperta, de que são desprovidos muitos membros da intelligentsia, mas que na sociedade contemporânea engloba categorias muito diferentes. Ela avoluma-se e diversifica-se com o desenvolvimento, em paralelo à humanista, de uma intelligentsia científica e de uma intelligentsia tecnicista.
Nesses esquemas de docilidade, em que o século XVIII teve tanto interesse, o que há de novo? Não é a primeira vez, certamente, que o corpo é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes; em qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações. Muitas coisas, entretanto, são novas nessas técnicas. A escala, em primeiro lugar, do controle social: não se trata de cuidar do corpo, em massa, grosso modo, como se fosse uma unidade indissociável, mas de trabalha-lo detalhadamente; de exercer sobre le uma coerção sem folga, de mantê-lo ao mesmo nível da mecânica – movimentos, gestos, atitude, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto, em seguida, do controle: não, ou não mais, os elementos significativos do comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficácia dos movimentos, sua organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do exercício. A modalidade, enfim: implica uma coerção ininterrupta, constante, que vela sobre os processos da atividade mais que sobre seu resultado e se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos. Esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade, são o que podemos chamar segundo Michel Foucault (1984; 2014) as “disciplinas”. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe.
Uma “anatomia política”, que é também igualmente uma “mecânica de poder”, está nascendo; ela define como se pode ter domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se quer, mas para que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos “dóceis”. A disciplina aumenta as forças do corpo (e termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela dissocia o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela procura aumenta; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia resultar disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita. Se a exploração econômica separa a força e o produto do trabalho, digamos que a coerção disciplinar estabelece no corpo o elo coercitivo entre uma aptidão aumentada e uma dominação acentuada. A “invenção” dessa nova anatomia política não deve ser entendida como descoberta súbita. Mas uma multiplicidade de processos muitas vezes mínimos, de origens diferentes, de localizações esparsas, que se recordam, se repetem, ou se imitam, apoiam-se uns sobre os outros, distinguem-se segundo seu campo de aplicação, entram em convergência e esboçam a fachada de um método geral.
Não se trata de fazer aqui a história de diversas instituições disciplinares, no que podem ter cada uma de singular. Mas de localizar apenas uma série de exemplos algumas das técnicas essenciais que, de uma à outra, se generalizam mais facilmente. Técnicas sempre minuciosas, muitas vezes íntimas, mas que têm sua importância: porque definem um certo modo de investimento político e detalhado do corpo, uma nova “microfísica” do poder; e porque não cessaram, desde o século XVII, de ganhar campos cada vez mais vastos, como se como se tendessem a cobrir o corpo social inteiro. As patrulhas militares no âmbito da Operação Sentinela ativada em reação aos atentados terroristas em França de 2015 têm como missão a visibilidade dissuasora e a intervenção só em caso de ameaça em curso. Não têm poderes de polícia, como a de pedir identificação ou revistar um carro, por exemplo. – “Não sentimos essa necessidade. A nossa missão é proteger a população e evitar que aconteçam atentados”, sublinhou Jean-Pierre Bosser. Recordou alguns sucessos desse objetivo, como foi o do museu do Louvre, em fevereiro de 2017. O chefe de Estado-Maior do Exército francês alertou para a necessidade de treinar os militares na segurança interna e externa de policiamento para controlar o seu poder de fogo quando fazem os patrulhamentos.
O
general que falava numa conferência organizada pela Academia Militar,
reconheceu que esse era um fator a ter em conta quando se colocam militares,
formados para missões no exterior, em patrulhamentos internos, como acontece em
França no âmbito da Operação Sentinela, em vigor desde 2015, no âmbito
da qual cerca de 8 (oito) mil soldados das Forças Armadas estão empenhados no
território nacional na prevenção dita terrorista. Na plateia, estão presentes
alguns oficiais de polícia e muitos militares, ouviam atentamente o general
falar da experiência francesa nesta matéria, principalmente porque está neste
momento em discussão entre o Sistema de Segurança Interna (SSI) e as
Forças Armadas a utilização real da composição estratégica de militares em
patrulhas de prevenção conjuntas com os polícias, em caso de ameaças graves à
segurança nacional, como a terrorista. Embora apenas tivesse dado um único em
exemplo de utilização inadequada da arma por parte de militares, salientou que
“o empenhamento de militares em território nacional deve ter uma preparação
específica e tem um elemento chave que é o domínio do poder de fogo, muito
diferente do que é utilizado em missões no exterior”. O general revelou que em
França “houve um caso em que um soldado abriu fogo e foi a loucura. Dominar
este poder de fogo é fundamental”.
Oriente
Médio é uma região localizada no continente asiático, fazendo fronteira com a
Europa e África. É uma das regiões consideradas como “berço das civilizações”,
pois foi território de civilizações antigas, como a Mesopotâmia, o Egípcio e o
Árabe. O Oriente Médio é delimitado pelos mares Negro, Mediterrâneo, Vermelho,
Arábico, Cáspio e pelo Golfo Pérsico, além do Oceano Índico. No final do século
XX e começo do século XXI, o Oriente Médio ficou marcado por intensos conflitos
envolvendo disputas territoriais, principalmente entre os árabes e os
israelitas. A maioria das pessoas que habitam esta região é árabe, sendo este,
portanto, o idioma mais falado no Oriente Médio. Porém, ainda existem outros
povos com seus respectivos idiomas, como os turcos (que falam o turco),
os judeus (que falam o hebraico) e os persas (que falam farsi),
um idioma do subgrupo das línguas iranianas, que por sua vez pertencente ao
ramo indo-iraniano da grande família indo-europeia. O Oriente Médio é no debate
historiográfico, uma das regiões importantes, considerada como “berço das
civilizações”, pois foi território de civilizações antigas, a Mesopotâmia, o
Egípcio e o Mundo Árabe, constituído por 22 países e territórios com uma
população de 360 milhões de pessoas abrangendo o Norte de África e a Ásia
Ocidental. Outro destaque no plano social importante desta região está no
âmbito religioso, pois o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, as doutrinas mais expressivas do mundo teriam surgido no Oriente Médio.
Aliás,
no âmbito religioso, a maioria das pessoas que habitam o Oriente Médio, é
muçulmana, que podem estar subdivididas em seitas, como os sunitas, xiitas,
drusos, alauitas, etc. No contexto econômico, social e político, o Oriente
Médio é reconhecido por ser o maior detentor de petróleo, o “ouro negro”.
Aproximadamente 65% de todo petróleo existente no planeta está
localizado sob os solos desta famosa região. No sentido pontual é um termo
disciplinar que designa um determinado campo do conhecimento. Como campos específicos de saber, as
disciplinas se referem aos mais diversos âmbitos de produção social de
conhecimento técnico e científico. Tem como representação a produção social
através de instâncias ou níveis de análises sobre a realidade social, a
constituição de uma linguagem aparentemente comum entre os seus praticantes, a
definição e constante redefinição de seus objetos de pensamento, uma
singularidade que as diferencia de outros saberes, uma complexidade interna que
termina por gerar novas modalidades no interior da disciplina. Enfim, a rede de
conexão humana de conhecimentos que constitui determinado campo de saber, com a
formação progressiva da “comunidade científica” compartilhada pelos
diversos praticantes do campo disciplinar. Há formalmente um processo de
trabalho, com a fundação e manutenção de revistas científicas especializadas, a
ocorrência constante de congressos frequentados pelos usuários praticantes do
campo disciplinar, a criação de instituições que representam
os profissionais do campo de saber vinculando seu nome, seu cargo
no âmbito do processo de trabalho e de pesquisa nas instituições e assim por
diante.
Neste
aspecto, vale lembrar que Thomas Kuhn (1970) ocupou-se principalmente do estudo
da história da ciência, no qual demonstra um contraste entre duas concepções da
ciência: por um lado entendida como uma atividade completamente racional e
controlada, e por outro, a ciência enquanto uma atividade concreta que se dá ao
longo do tempo e que em cada época histórica apresenta peculiaridades e
características próprias. Decorre daí que a noção de “paradigma” resulta
fundamental na perspectiva historicista e não é mais que uma macroteoria, um
marco, ou perspectiva que se aceita de forma geral por toda a chamada
“comunidade científica” que compartilham um mesmo paradigma e realizam a mesma
atividade científica e a partir do qual se realiza a atividade científica, cujo
objetivo é esclarecer as possíveis falhas do paradigma ou extrair todas as suas
consequências. No ensaio Estrutura das Revoluções Científicas, o termo
paradigma causou interpretações errôneas a uma série de estudiosos. Uma das
maiores contribuições foi a noção de que a ciência é historicamente orientada. Esclareceria
posteriormente que o termo pode ser utilizado pari passu num sentido
geral e num sentido restrito de interpretação. O primeiro diz respeito à noção conceitual
de matriz disciplinar, significando “o conjunto de compromissos de
pesquisa de uma comunidade científica”. O segundo sentido denota os paradigmas
exemplares, decerto positivistas/tecnicistas que são a base da formação
científica, uma vez que o pesquisador passa a dominar o conteúdo cognitivo da
ciência através da experimentação dos exemplos compartilhados.
É um representante dos principais pensadores que entende e procura demonstrar que a ciência é uma atividade intrinsecamente comunitária. O indivíduo continua fazendo ciência, mas ele necessita estar vinculado a uma comunidade científica de pesquisa. Seu trabalho individual feito de forma independente, fora da comunidade científica não adquire reconhecimento, pois o “campo fértil” para o desenvolvimento científico está na estrutura comunitária. A comunidade científica aparentemente passa a ser a fonte de solidariedade necessária para a resolução de um determinado problema de ordem científica. Uma “comunidade científica”, ipso facto, passa a ser entendida como uma instituição, ou seja, é mais do que uma simples união ou junção de cientistas. Para definir o que seja uma comunidade científica, não basta enumerar os indivíduos que dela fazem parte. Uma comunidade científica representa um grupo de membros praticantes de uma especialidade científica que se encontram unidos por “elementos comuns que foram incorporados através da iniciação da prática científica”. É nos ambientes oferecidos pela comunidade científica que os cientistas se veem a si mesmos e são vistos pelos outros como os responsáveis pela resolução de um conjunto de problemas de ordem social.
Nossa
grande arena, o globo terrestre, é composto de terra e mar. Apesar de haver em
torno de 210 países espalhados pelos cinco continentes, nem todos eles ficam
atrelado ao continente. Trata-se de grandes massas de terras que são separadas
fisicamente pelos oceanos. A origem etimológica do nome continente é
derivada das palavras latinas continens e entis, que estando conjugada
no particípio presente de continere, significa “conter, abranger”, do verbo
oriundo de “cum, con e tenere”, tendo como representação sociológica o
significado de ter (cf. Ginzburg, 1979). Esta é a fonte do eruditismo em
cinco línguas reais europeias: em língua portuguesa, espanhola e italiana, continente
(século XV); em língua inglesa continent, (século XIV); o vocábulo
inglês continent é uma palavra que foi tomada de empréstimo do vocábulo
francês continent (século XII). Na acepção geograficamente que se
considera na ciência, os substantivos das quatro línguas europeias têm o mesmo
significado: em português, espanhol e italiano, continente (século XVI);
em francês, continent (1532); em inglês, continent (1590); e em
língua alemã Kontinent, entre os séculos XVI e XVII. O vocábulo
português e espanhol continente foi documentado na história social entre
os séculos XII e XIV, significado “gesto, atitude, parte”, cujo sentido é
conjunto da produção daquilo que é a vivência. De acordo com a divisão do
trabalho, existem seis principais continentes no globo terrestre: América,
Europa, África, Ásia, Oceania e a Antártida. Alguns territórios de nações se
encontram em unidade, ou separadamente “por água com formato de ilhas”. Há 2
tipos de regiões existentes na extensão de um país: a de país arquipélago
e a de país continental.
Os
países continentais em área de terra espaçosa têm uma área de água na fronteira
ao mar largo e fronteiras terrestres com inúmeros países. O país arquipélago
tem inúmeras ilhas, águas territoriais mais amplas, e muitas vezes sem
fronteiras terrestres com países
vizinhos. Uma identidade compartilhada se desenvolveu definida por uma
cultura nacional, diversidade étnica, pluralismo religioso dentro de uma
população de maioria muçulmana, e uma história de colonialismo, rebelião e
golpes de Estado. O conceito que os geógrafos usam para definir massa
continental pode variar segundo os critérios que adotam, podendo ser físicos,
culturais, políticos ou histórico-sociais. A definição física de maior
disseminação considera a divisão abstrata em sete continentes: África, América
do Norte, América do Sul, Antártida, Ásia, Europa e Oceania. Esse modelo é
cultural como padrão em países como China, Índia, Paquistão e em boa parte dos
países de língua inglesa com larga população, o que o faz ser reconhecido o
padrão utilizado por mais de 45% da população mundial. Ou seja, menos da metade
(45,7%) da população mundial agora vive em algum tipo de democracia, um
declínio significativo em relação a 2020, quando o número era de 49,4%. Ainda
menos (6,4%) residem em uma “democracia plena”, ipso facto, categoria
social que inclui apenas 21 dentre 167 países e territórios analisados, depois
que Chile e Espanha foram rebaixados para “democracias imperfeitas”.
Mas,
seguindo-se critérios tanto culturais como sociais e políticos, costumam-se
considerar como continentes a Europa, a Ásia, a África, a América, a Antártida
e a Oceania. O chamado Velho Mundo é constituído pelos mesmos três continentes
que constituem a Eufrásia: Europa, Ásia e África. Essa classificação
técnico-metodológica é baseada numa afirmação concreta de especialistas
renomados de que as três massas terrestres se unem histórica e geograficamente:
Ásia e Europa (Eurásia), cujos acidentes geográficos que ligam os continentes
são o Cáucaso, o mar Cáspio e a cordilheira dos Urais, no momento em que a
África e a Ásia são comunicadas per se pelo istmo do Suez que separa o mar
Mediterrâneo do mar Vermelho, ligando os continentes africano e Asiático, no
qual foi construído o canal do Suez. Uma via navegável
artificial a nível do mar localizada no Egito, entre o mar Mediterrâneo e o mar
Vermelho (golfo de Suez). Inaugurado em 17 de novembro de 1869, após 10 anos de
construção, permite que navios viajem entre a Europa e a Ásia Meridional sem
navegar em torno de África, como nos Descobrimentos de 1497-1500,
reduzindo a distância da viagem marítima entre o continente europeu e a Índia
em cerca de 7 mil km.
A
história humana global registra na etnografia que todas as motivações tanto
sociológicas como psicológicas, propostas para fazer compreender as estruturas
e gênese do simbolismo erram muitas vezes por uma secreta e estreita
metafísica: umas porque querem reduzir o processo motivador a um sistema de
elementos exteriores à consciência e exclusiva das pulsões, as outras porque se
atêm exclusivamente a pulsões, ou, o que é pior, ao mecanismo redutor da
censura e ao seu produto, o recalcamento. O que quer dizer que
implicitamente se volta a um esquema explicativo e linear no qual se descreve,
se conta a epopeia dos indo-europeus ou as metamorfoses da libido, voltando a
cair nesse vício fundamental da psicologia geral que é acreditar que a
explicação dá inteiramente conta de um fenômeno que por natureza escapa às
normas da semiologia teórica. Para
Durand (1997), parece que estudar in concreto o simbolismo imaginário será
preciso enveredar resolutamente pela via da antropologia, dando a esta palavra
o seu sentido pleno atual: o conjunto das ciências que estudam a espécie homo
sapiens, isto é, sem se por limitações a priori e ainda sem optar
por uma ontologia psicológica que não passa de “espiritualismo camuflado”, ou
“ontologia culturalista” que, geralmente, não é mais que “máscara da atitude
sociologista”, ou dentre atitudes histórico-sociais resolvendo-se em última
análise num intelectualismo semiológico.
Esse trajeto é reversível; porque o meio elementar é revelador da
atitude adotada diante da dureza, da fluidez da queimadura. Qualquer gesto
chama a sua matéria e procura o seu utensílio, e que toda matéria excluída,
abstraída do cósmico, e utensílio ou instrumento é vestígio de um gesto
passado.
Assim
o trajeto antropológico pode indistintamente partir da cultura ou do natural
psicológico, uma vez que o essencial da representação e do símbolo está contido
entre dois marcos reversíveis. Uma tal posição antropológica, que não quer
ignorar nada das motivações relacionais contidas nas tramas sociópetas ou
sociófogas do simbolismo, leva em conta as instituições rituais, a tensão do simbolismo
religioso, a poesia, a mitologia, a iconografia ou psicologia social implicando
uma metodologia essencial para delimitar os conteúdos de sentido desses
trajetos reais que os símbolos constituem. É no ambiente tecnológico competitivo
humano que vamos encontrar um acordo entre os impactos sociais dominantes e o
seu prolongamento ou mesmo confirmação cultural. Em termos pavlovianos, poder-se-ia dizer que
ambiente humano é o primeiro condicionamento das dominantes sensório-motoras,
ou, em termos piagetianos, que o meio humano é o lugar da projeção dos esquemas
de imitação. Se, como pretende o antropólogo Lévi-Strauss, o que é da ordem da
natureza e tem por critérios a universalidade e a espontaneidade está separado
do que é pertencente à cultura, o domínio da particularidade, da relatividade e
do constrangimento, não deixa de ser necessário um acordo se realize entre
a natureza e a cultura, sob pena da mortificação de ver o conteúdo cultural
nunca ser vivido.
Isto é válido, por exemplo, no caso do desporto, quando a atividade disciplinar se restringe apenas à simbolização que durante séculos, muitos cristãos têm usado a medalha do exorcista São Bento na luta espiritual contra as forças do mal. A origem da medalha é incerta, mas foi usada desde os tempos antigos. No século XVII, durante um julgamento de “bruxaria” na Alemanha, algumas mulheres acusadas testemunharam que não tinham poder sobre a Abadia de Metten porque estava sob a proteção da cruz. Quando se investigou, foram encontradas nas paredes do recinto várias cruzes pintadas, rodeadas por letras que já se encontram nas medalhas. Posteriormente, foi encontrado um pergaminho com a imagem de São Bento e as palavras completas das letras. A Medalha, como se reconhece, é a do jubileu que foi emitida em 1880 pelo 14º centenário do nascimento do Santo e lançada exclusivamente pelo Abade Superior de Monte Cassino. Com ela se pode obter a indulgência plenária na festa de São Bento de data comemorativa de 11 de julho, seguindo as condições habituais que a Igreja manda nos ritos de passagem de confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Sumo Pontífice.
Como
toda relíquia cristã, o escapulário tem a sua origem em um mito. No caso, um
que data de 16 de julho de 1251. Na ocasião, um monge inglês chamado Simão
Stock, mais tarde São Simão Stock andava preocupado. A Ordem Carmelita, à qual
pertencia, não vivia em boa relação com o papa, Honório III, que ameaçava
destituí-la. Em resposta às preces do monge, conta a tradição que Nossa Senhora
veio visitá-lo na referida data e lhe presenteou com o escapulário, o qual
deveria ser replicado e distribuído a todos os monges da ordem, pois, segundo a
Virgem, “quem morrer vestindo-o, se salvará”. A aparição ficou reconhecida como
Nossa Senhora do Carmo e, sete meses depois, Honório III reconheceu a ordem,
permitindo que ela se espalhasse pela Europa, o que mudou é que os seguidores carmelitas
viviam reclusos em monte Carmelo, na atual costa de Israel. A palavra “carmelo”
significa jardim. Conta a tradição que o profeta Elias se estabeleceu numa
gruta, em pleno Monte Carmelo, seguindo uma vida eremítica de oração e
silêncio. Nele, e no seu modo de vida, se inspiraram os primeiros religiosos da
Ordem. Mais tarde, uma Regra para a Ordem do Carmo foi sistematizada e proposta
por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e aprovada pelo papa Honório III em
1226. No século XIII os religiosos acabaram por migrar para os países originados
do Ocidente, fugindo das invasões sarracenas. No século XVI, na Espanha, Santa
Teresa de Ávila e São João da Cruz conduziram um processo de renovação ou
reforma, visto de outra forma, do carisma da Ordem do Carmo. Deste processo
histórico e místico surgiu um novo ramo: o ramo idealizado dos Carmelitas
Descalços. Um mosteiro carmelita é conhecido por carmelo.
E, para sermos breves, o ohikari se trata de uma medalha sagrada que dá aval para se empregar o Johrei, entendido como “uma canalização energética”. Tal objeto representa a chave fundamental do processo porque ele direciona a um modo de vida pretensamente considerado liturgicamente como mais evoluído. Assim, ainda que seja pequeno, o talismã condensa a força necessária para que expandamos a nossa essência pela existência. Essa medalha é carregada pelos membros da Igreja Messiânica Mundial, sendo ela fundada por Meishu-Sama. Há regras a serem seguidas, de modo que o dia a dia com o objeto seja um ritual. A proposta é que o amuleto permaneça puro para que assim continue a ser reverenciado e utilizado pelos messiânicos. Em japonês, o nome significa luz ou luz divina, condensando a conexão com Deus. O objeto é outorgado a qualquer indivíduo a partir dos seus 12 anos de idade. Por meio dele, se pode ministrar o Johrei individualmente em qualquer pessoa. Por outro lado, o Johrei se mostra como a canalização manual da energia divina para o aperfeiçoamento da existência humana. O lado espiritual e o lado físico podem encontrar a sua melhor forma chamada de “revitalização”. Ademais, ele também pode: resgatar sua saúde original; limpar seus sentimentos; trazer paz; atrair a prosperidade. O ritual lembra a técnica do Reiki e você também posiciona as mãos a uma certa distância do paciente. Assim sendo, a imposição das mãos será a ponte para que a energia divina possa tratar o indivíduo em questão. A técnica pode ser perfeitamente realizada com qualquer pessoa que carregue um ohikari.
Quanto
ao escapulário, logo se popularizou em todo o mundo cristão, chegando até nós como
um símbolo de “salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno
[perpétuo]”, nas palavras atribuídas a Nossa Senhora do Carmo. Dizer que o
escapulário é uma correntinha com duas medalhas pendendo de lados opostos, eu
sei, foi uma descrição pobre. Em minha defesa, explica-se que serviu apenas
para que você tivesse um panorama do tema. Agora que estamos empenhadas, de
fato, em descobrir a verdade por detrás do santo objeto e o “santo” aí
não se encontra por acaso, mas podemos compreender um pouco melhor a relação. Originalmente,
o escapulário era de tecido, uma faixa longa que deveria ser colocada sobre o hábito
das carmelitas. Quando se permitiu que leigos também o usassem, ele ganhou um
feitio mais parecido com o atual, ou seja, dois pedaços de tecido presos por um
cordão, sendo um tecido trazia a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e o outro, o
Sagrado Coração de Jesus. São encontrados escapulários mais estilosos, banhados
a ouro, ródio ou outro metal nobre e mais singelos, amarrados por cordões ou
entalhados em madeira. Per se o significado do modelo com duas medalhas progressivamente
de vários formatos, antepostas, se consolidou. A diferença é que variadas
imagens podem ser encontradas. Há alguns que exibem símbolos místicos.
Autores
notaram a extrema confusão que reina na demasiado rica terminologia do
imaginário: signos, imagens, símbolos, alegorias, emblemas, arquétipos,
esquemas (schémas), esquemas (schèmes), ilustrações,
representações, diagramas e sinepsias são termos empregados pelos analistas do
imaginário social. O esquema é uma generalização dinâmica e afetiva da imagem,
constitui a factividade e a não-substantividade geral do parcours imaginário. O
esquema aparenta-se ao que Jean Piaget, na esteira de Herbert Silberer, chama
“símbolo funcional” e ao que Gaston Bachelard na filosofia chama de “símbolo
motor”. Faz a junção ente dos gestos inconscientes da sensório-motricidade,
entre as dominantes reflexas e as representações. São esses esquemas que na
antropologia do imaginário formam o “esqueleto dinâmico”, o esboço funcional da
imaginação. A diferença entre os gestos reflexológicos que Gilbert Durand
descreve analogamente e os esquemas é que estes últimos já não são apenas abstratos
engramas teóricos, mas trajetos encarnados em representações concretas bem mais
precisas. Os gestos diferenciados em esquemas vão determinar, em contato com o
ambiente natural e social, os grandes arquétipos que Jung os definiu. Os
arquétipos constituem as substantificações dos esquemas. Carl Jung vai
buscar esta noção em Jakob Burckhardt e faz dela sinônimo de origem primordial,
de enagrama, de margem original, de protótipo, digamos social.
O
pensador evidencia claramente o caráter de trajeto antropológico dos arquétipos
quando escreve que a imagem primordial deve incontestavelmente estar em relação
com certos processos perceptíveis da natureza que se reproduzem sem cessar e
são sempre ativos, mas por outro lado é igualmente indubitável que ela diz
respeito também a certas condições inferiores da vida do espírito e da dinâmica
da vida em geral. Bem longe de ter a primazia sobre a imagem, a ideia seria
tão-somente o comprometimento pragmático do arquétipo imaginário num contexto
histórico e epistemológico dado. Neste sentido, o mito representa um
sistema dinâmico de símbolos, arquétipos e esquemas, sistema dinâmico que, sob
o impulso de um esquema tende a compor uma narrativa. O mito é já um esboço de
racionalização, dado que utiliza o fio do discurso, no qual os símbolos se
resolvem em palavras e os arquétipos em ideias culturais. O mito explicita um
esquema ou um grupo de esquemas. Do modo que o arquétipo promovia a ideia e que
o símbolo engendrava o nome, concordamos com Gilbert Durand que o mito promove
a doutrina religiosa, o sistema filosófico ou, como bem viu Émile Bréhier, a “narrativa
histórica e lendária”.
Foi este princípio, que o psicólogo Carl Jung sentiu abrangido por seus conceitos de “Arquétipo” e “Inconsciente coletivo”, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em física e psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. As leis naturais são verdades estatísticas, absolutamente válidas ante magnitudes macrofísicas, mas não microfísicas. Isto implica um princípio de explicação diferente do causal. Cabe a indagação se em termos muito gerais existem não somente uma possibilidade senão uma realidade de acontecimentos acausais. A acausalidade é esperável quando parece impensável a causalidade. Ante a casualidade só resulta viável a avaliação numérica ou o método estatístico. As agrupações ou séries de casualidades hão de ser consideradas casuais enquanto não se ultrapasse os limites de “observação da probabilidade”. A probabilidade representa sempre um número decimal entre 0 e 1, ou uma porcentagem entre 0% e 100%. Se ultrapassado, implica-se um princípio acausal ou “conexão transversal de sentido” na compreensão do evento.
A Itália competiu em todos os jogos olímpicos modernos. A Itália participou de todos os Jogos Olímpicos de Verão e Inverno, conquistando 577 medalhas nas edições de Verão e 124 medalhas nas edições de Inverno. A Itália ganhou um total de 246 medalhas de ouro, o que faz delas o sexto país de maior sucesso na história olímpica, depois dos extraordinários competidores que são os Estados Unidos da América, União Soviética, Alemanha, Grã-Bretanha e França. Itália tem a sexta maior quantidade de medalhas, com 701 condecorações no total. O Comitê Olímpico Nacional da Itália foi criado em 1908 e reconhecido mundialmente em 1913. A equipe olímpica italiana também competiu nos Jogos do Mediterrâneo, multiesportivos celebrados por nações banhadas pelo Mar Mediterrâneo. A primeira edição do Jogos do Mediterrâneo ocorreu em 1951 e desde então acontecem sempre de quatro em quatro anos, sediados num país previamente escolhido. O símbolo dos Jogos do Mediterrâneo são três aros que simbolizam os três continentes que se unem por intermédio da competição: Europa, Ásia e África, com 23 países concorrentes dos três continentes que participam nos jogos, onde conquistou um total de 1.786 medalhas, a maior delas na história dos jogos. A partir de 2016 os italianos são a nação mais bem sucedida na esgrima na história olímpica.
Os
Jogos do Mediterrâneo são um evento esportivo multidisciplinar que
envolve países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo. A 70ª edição foi
agendada em Oran, Argélia, para começar em 25 de junho de 2021. É uma cidade no
litoral mediterrâneo da Argélia. Com uma população de cerca de um milhão de
habitantes e uma área metropolitana de cerca de dois milhões de pessoas, Oran é
a segunda maior cidade do país e a capital da província homônima. Possui um
porto importante e, desde os anos 1960, é um centro comercial, industrial e educacional
do oeste da Argélia. Mas após uma decisão conjunta do governo da Argélia e do Comitê
Internacional para os Jogos do Mediterrâneo (CIJM), eles foram
reprogramados para 2022. A decisão foi tomada considerando a atual situação
mundial após a inusitada pandemia e o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio
de 2020. O Comitê Internacional de Jogos do Mediterrâneo reiterou que a decisão
foi tomada através da avaliação de vários fatores econômicos, sociais e
políticos. Antes de tudo, a condição atual globaliza a situação de pandemia que
levou ao adiamento de todos e quaisquer eventos esportivos internacionais.
Entre eles, as Olimpíadas de Tóquio foram adiadas para 2021. Melhor dizendo, o
adiamento foi escolhido, para incluir os Jogos do Mediterrâneo em um calendário
favorável aos atletas.
O
tempo passa, os nomes mudam, mas Federica Pellegrini, nascida
em Mirano em 5 de agosto de 1988, se mantém entre as melhores. É uma
comuna italiana da região do Veneto, província de Veneza, com cerca de 26.171
habitantes. Estende-se por uma área modesta em torno de 45 km², tendo uma
densidade populacional de 580 habitantes/km². Faz fronteira com Martellago, uma
comuna italiana da região do Vêneto, que faz limite com as cidades (comune),
Mira, Noale, Pianiga, Salzano, Santa Maria di Sala, Spinea. O pódio é o habitat natural da nadadora
italiana que, desde 2004, está entre as grandes recordistas mundial das provas
olímpicas dos 200m e 400m livre. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, realizou
um tempo recorde especificado de 1:54.82 nos 200 metros livres e proclamou-se
campeã olímpica. Para a sua despedida, a Divina escolheu uma prova disputada em
Riccione, pertencente aos campeonatos de piscina curta, que venceu em 1 minuto,
54 segundos e 95 centésimos.
Na
touca, traz a abreviatura do seu nome: Fede, que em italiano quer dizer fé.
No corpo, tem 11 tatuagens. Cada uma representando um momento específico da sua
vida. As honras do Comitê Olímpico representam prêmios esportivos conferidos
pelo Comitato Olimpico Nazionale Italiano a atletas, personalidades e
empresas que se destacaram por obter vitórias no campo nacional e internacional,
ou que contribuíram para a difusão e prestígio do esporte italiano em qualquer
campo competitivo. É a entidade máxima da atividade esportiva na Itália, criada
em 1914 e filiado ao Comitê Olímpico Internacional, reconhece 45 federações
esportivas nacionais, 16 disciplinas esportivas e outras 19 organizações
independentes. O orçamento anual ultrapassa 440.000.000 euros, financiado pelo
governo italiano. A disciplina regulatória destes laudos é a Resolução 1528, de
18 de dezembro de 2014, que define a natureza, âmbito da concessão e feira.
Estas
honras são, por ordem de classificação Art. 1º da referida resolução: Colarinho
de ouro de mérito esportivo; Estrela de mérito esportivo; Medalha
de Valor Atlético; Palma pelo mérito técnico. A sua atribuição está
sujeita à avaliação e aprovação da Comitato Olimpico Nazionale Italiano,
Art. 3º, que recebe as propostas das diversas federações desportivas, formula
as suas próprias e submete-as ao Conselho Nacional do CONI que decide as
homenagens. A feira representada no item é a mais recente em dezembro de 2014. Estabelecido
em 1995, é um reconhecimento de concessão limitada de apenas um máximo estipulado
em torno de cinco clubes por ano, e reconhecidos atletas que se destacaram por
méritos esportivos de graus elevados, tanto por vitórias, quanto por
servir ao esporte italiano disciplinarmente sem aulas.
Segundo
Jung (2000), a hipótese de um inconsciente coletivo pertence àquele tipo de
conceito. Uma existência psíquica só pode ser reconhecida pela presença de
conteúdos capazes de serem conscientizados. Só podemos falar de um inconsciente
na medida em que comprovarmos os seus conteúdos. Os conteúdos do inconsciente
pessoal são principalmente os complexos de tonalidade emocional, que constituem
a intimidade pessoal da vida anímica. Os conteúdos do inconsciente coletivo,
por outro lado, são chamados arquétipos. O conceito abstrato de archetypus só
se aplica indiretamente às représentations collectives, na medida em que a
análise abstrata possibilite designar apenas aqueles conteúdos psíquicos que
ainda não foram submetidos a qualquer elaboração consciente. Representam, hic
et nunc, um dado anímico de observação imediato. O arquétipo difere
sensivelmente da fórmula historicamente elaborada. Em níveis altos dos
ensinamentos secretos, aparecem sob uma forma que revela seguramente a
influência da elaboração consciente, a qual julga e avalia. Sua manifestação
imediata, como a encontramos em sonhos e visões, é mais individual,
incompreensível e ingênua do que nos mitos. O arquétipo representa, em
essência, um conteúdo inconsciente, que se modifica através de sua
conscientização e percepção, assumindo matizes que variam de acordo com a
consciência individual na qual ocorre determinada manifestação.
Nosso
intelecto realizou tremendas proezas enquanto desmoronava nossa morada
espiritual. Estamos profundamente convencidos de que apesar dos mais modernos e
potentes telescópios refletores construídos nos Estados Unidos da América
(EUA), não descobriremos nenhum empíreo nas mais longínquas nebulosas; sabemos
também que o nosso olhar errará desesperadamente através do vazio dos espaços
incomensuráveis. As coisas não melhoram quando a física matemática nos revela o
mundo do infinitamente pequeno. Finalmente, desenterramos a sabedoria de todos
os tempos e povos, descobrindo que tudo o que há de mais caro e precioso já foi
dito na mais bela 1inguagem. Estendemos as mãos como crianças ávidas e, ao
apanhá-lo, pensamos possuí-lo. No entanto, o que possuímos não tem mais validade
e as mãos se cansam de reter, pois a riqueza está em toda a parte, até onde o
olhar alcança. Temos de percorrer o caminho da água, que sempre tende a descer,
se quisermos resgatar o tesouro, a preciosa herança do Pai. No hino gnóstico à
alma, o Filho é enviado pelos pais à procura da pérola perdida que caíra da
coroa real do Pai. Ela jaz no fundo de um poço, guardada por um dragão, na
terra dos egípcios - mundo de concupiscência e embriaguez com todas as suas
riquezas físicas e espirituais. O filho e herdeiro parte à procura da joia, e
se esquece de si mesmo e de sua tarefa na orgia dos prazeres mundanos dos
egípcios, até que uma carta do pai o lembra do seu dever. Ele põe-se a caminho
em direção à água e mergulha na profundeza sombria do poço, em cujo fundo
encontra a pérola, para oferecê-la então à suprema divindade.
O
testemunho do sonho encontra uma violenta resistência por parte da mente
consciente, que só reconhece o “espirito” como algo que se encontra no alto. O
“espírito” parece “sempre vir de cima”, enquanto tudo o que é turvo e
reprovável vem de baixo. Segundo esse modo de ver o espírito significa a máxima
liberdade, um flutuar sobre os abismos, uma evasão do cárcere do mundo ctônico,
por isso um refúgio para todos os pusilânimes que não querem “tornar-se” algo
diverso. Mas a água é tangível e terrestre, também é o fluido do corpo dominado
pelo instinto, sangue e fluxo de sangue, o odor do animal e a “corporalidade
cheia de paixão”. O inconsciente é a psique que alcança, a partir da luz diurna
de uma consciência espiritual, e moralmente lúcida, o sistema nervoso designado
há muito tempo por “simpático”. Este não controla como o sistema cérebro
espinal a percepção e a atividade muscular e através delas o ambiente; mantém,
no entanto, o equilíbrio da vida sem os órgãos dos sentidos, através das vias
misteriosas de excitação, que não só anunciam a natureza mais profunda de outra
vida, mas também irradia sobre ela um efeito interno. Trata-se de um sistema
extremamente coletivo: a base operativa de toda participation mystique, ao
passo que a função cérebro-espinhal, do ponto de vista comparativamente,
culmina na distinção diferenciada do Eu, e só apreende o superficial e exterior
sempre por meio de sua relação com o espaço. O social capta tudo como “fora”, e
o sistema simpático tudo vivência como “dentro”. Ipso facto, a sociologia do conhecimento é, nas suas origens, um poderoso esforço cognitivo para tentar conceber as limitações sócio-históricas inevitáveis ao conhecimento, e as condições sociais que lhe permitem uma real emancipação sobre as formas de sentir, pensar e agir humana.
Bibliografia
geral consultada.
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