“Eu faço esporte, eu não faço política”. João Havelange
Jean-Marie Faustin Goedefroid Havelange, reconhecido no mundo esportivo global, como João Havelange, nasceu no Rio de Janeiro em 8 de maio de 1916, vindo a falecer na mesma cidade em16 de agosto de 2016. Filho do belga Faustin Havelange, um comerciante de armas radicado no Rio de Janeiro, onde possuía uma grande propriedade que se estendia pelos atuais bairros de Laranjeiras, Cosme Velho, na zona sul e Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro, desde a infância se dedicou aos esportes. Foi atleta olímpico, advogado, empresário, e dirigente esportivo brasileiro. No Fluminense Futebol Clube, foi escoteiro e atleta, infantil, juvenil e adulto, destacando-se em vários esportes, inclusive no futebol, tendo sido em 1931 campeão carioca juvenil. Ainda nesta década graduou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) com a bela edificação na praia de Icaraí, e competiu como nadador nas Olimpíadas de Berlim, em 1936. Como atleta, participou das Olimpíadas de 1936, nas provas de natação dos 400 metros e 1500 metros livre. Também esteve na edição de 1952, com o time de polo aquático. Foi presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) de 1974 até 1998, tendo organizando seis Copas do Mundo. Foi o segundo presidente com maior tempo no cargo, depois de Jules Rimet, que a presidiu durante 33 anos (1921-1954). Posteriormente, foi dirigente de esporte, inicialmente na Federação Paulista de Natação, já que residia em São Paulo em 1948. Quando retorna ao Rio de Janeiro em 1952, torna-se presidente da Federação Metropolitana de Natação e vice-presidente da Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
Na década de 1930 John Maynard Keynes
iniciou uma transformação radical no pensamento econômico, opondo-se às ideias
da economia neoclássica que defendiam que os mercados livres ofereceriam
automaticamente empregos aos trabalhadores contanto que eles fossem flexíveis
na sua procura salarial. Após a eclosão da 2ª Guerra Mundial, as ideias
econômicas de Keynes foram adotadas ideologicamente pelas principais potências
econômicas do Ocidente. Durante as décadas de 1950-60, a popularidade das
ideias keynesianas refletiu-se positivamente na influência de seus conceitos
sobre as políticas públicas de grande número de governos ocidentais. A
influência de Keynes na política econômica, no entanto, declinou na década de
1970, parcialmente com resultados de problemas que começaram a afligir as
economias norte-americana e britânica como a Crise do Petróleo de 1973,
e também devido às críticas de Milton Friedman e outros economistas liberais em
relação à capacidade do Estado de regular o ciclo econômico com políticas
fiscais. Entretanto, o advento da crise econômica global do final da década de
2000 causou uma releitura do pensamento keynesiano. A economia
keynesiana forneceu a base teórica para os planos dos presidentes
norte-americanos Franklin Roosevelt e Barack Obama, do primeiro-ministro
britânico Gordon Brown e de outros líderes mundiais para evitar a ocorrência de
uma grande recessão nos moldes da crise de 1929.
Em
1999, a influente revista Time nomeou Keynes como uma das 100 pessoas mais
influentes do século XX, dizendo que “sua ideia radical de que os governos
devem gastar o dinheiro que não têm, pode ter salvado a economia da localidade
temporariamente”. Keynes defendeu uma política económica de Estado
intervencionista, através da qual os governos usariam medidas fiscais e
monetárias para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos como
recessão, depressão e booms. Além de economista, Keynes era um
funcionário público, um patrono das artes, um diretor do Banco da Inglaterra,
um conselheiro de várias instituições de caridade, um escritor, um investidor
privado, um colecionador de arte e um fazendeiro de imponente estatura, com
1,98 metros de altura. O impacto da teoria geral do emprego, do juro e da moeda
nos meios acadêmicos e na formulação de políticas públicas excedeu o que
normalmente seria esperado (cf. Keynes, 1992). A razão para seu extraordinário
sucesso, frente a defesa de longo tempo da “doutrina herdada” e à recepção
geralmente negativa nos círculos não acadêmicos no período de sua publicação,
em 1936, é que “a obra tinha alguma coisa para todos”. É curioso salientar que,
apesar do peso que a política fiscal assume nas interpretações feitas a partir
de Keynes, na Teoria Geral, mais especificamente numa edição brasileira
de 1996, tal expressão é vista apenas seis vezes, além de uma vez como nota de
rodapé. As suas ideias e as dos seus seguidores foram adotadas por vários
governos ocidentais e também por muitos governos do chamado “terceiro mundo”.
Constituem a essência da política econômica mantida nos Estados Escandinavos,
cujas populações desfrutam dos melhores padrões de vida do mundo. A sua
influência começou a diminuir a partir dos anos 1970 com a ascensão dos
monetaristas, provocada pela crise do dólar norte-americano de 1971, durante o
governo Nixon, quando os Estados Unidos se viram obrigados a interromper a
conversibilidade do dólar em ouro, mas ressurge depois de 1986 com a publicação
do teorema de Greenwald-Stiglitz e o surgimento dos economistas neokeynesianos.
Em 1998, em meio à crise asiática, o economista Paul Krugman afirmava que “Keynes
é ainda mais importante hoje do que há 50 anos”.
Mas ele como economista esteve envolvido em assuntos públicos numa posição ou outra, particularmente em questões de comércio e finanças. Este aspecto de sua carreira está em perfeita consonância com a abordagem predominantemente pragmática; a economia como ciência pura era-lhe muito menos interessante do que a economia a serviço de políticas. Com efeito, a contribuição de Keynes à teoria e à prática de economia política tem de ser vista em perspectiva, tendo como background os anos de guerra e entreguerras, a fim de ser plenamente compreendida e apreciada. Estes anos foram marcados pela interrupção das relações de comércio e do padrão-ouro durante a 1ª grande guerra, seguindo-se primeiramente a inflação, a instabilidade da taxa de câmbio e os desequilíbrios do balanço de pagamentos, e mais tarde pela deflação e desemprego em massa em escala internacionalizada. O exame teórico desses fenômenos catastróficos e, mais importante sob o ponto de vista de Keynes, as soluções práticas para os problemas criados por estes mesmos fenômenos estavam na ordem do dia. Com a irrupção da 2ª guerra mundial, John Maynard Keynes dedicou-se a questões concernentes às finanças de guerra e ao restabelecimento final do comércio internacional e de moedas estáveis. Suas ideias sobre estes assuntos foram divulgadas em um panfleto Como Pagar a Guerra, publicado em 1940, e no Plano Keynes para o estabelecimento de uma autoridade monetária internacional que ele propôs em 1943. Embora seu plano tenha sido rejeitado, a proposta que foi adotada em 1944 na Conferência de Bretton Woods, da qual participou como líder na delegação britânica, refletia claramente a influência e, sobretudo, a importância social de seu pensamento econômico.
Conquistada a Jules Rimet, o Brasil
levou 24 anos para vencer outra Copa do Mundo. Nesse intervalo, o futebol-arte
deu um breve suspiro, mas fracassou diante da Itália, na Copa da Espanha, em
1982. Sobre aquela seleção, e sua rápida, mas marcante trajetória, que encantou
o mundo global do futebol, há outro lúcido livro de João Saldanha, O Trauma
da Bola, com artigos publicados em seu tempo, vários dos quais, se não o explicam,
certamente ajudam a entender algumas das razões da inesperada derrota. Em
contrapartida, em termos editoriais, 1982 foi repleto de simbolismo. Com
efeito, o ano marca, como muitos analisaram, a entrada em campo de alguns dos precursores
dos estudos acadêmicos sobre o futebol. Talvez porque o país começasse a
caminhar mais decididamente para retomar o caminho da democracia, já que
vivíamos a transição conservadora do regime autoritário para uma ordem liberal
conservadora. E, com isso, os símbolos nacionais, como o hino, a bandeira e, no
caso dos esportes, a própria seleção, já chamada por Nelson Rodrigues, de “a pátria
em chuteiras e calções”, voltassem a ser “repatriados” pelo povo brasileiro.
Além disso, a seleção comandada por Telê Santana parecia contribuir adotando o
estilo que marcara nosso futebol, ou seja, o “futebol-arte”, ou, como
descrevera Gilberto Freyre, o “futebol dionisíaco”. Em 1982, foi lançado Universo
do Futebol, dos antropólogos Roberto DaMatta, Luiz Felipe Baeta Neves,
Simoni Lahud Guedes e Arno Vogel. Tratava-se de iniciativa quase inédita entre
pesquisadores e professores para superar preconceitos, ainda não de todo suprassumido
sobre o tema no meio acadêmico.
Ao mesmo tempo, a imprensa Oficial do Estado de São Paulo publicou uma coletânea de ensaios, tão importante e diversificada quanto à anterior, organizada por José Carlos Meihy e José Sebastião Witter, com a participação de Robert Levine e Matthews Shirts, dois brasilianistas. No ano seguinte, após realizar pesquisas no Brasil, a socióloga norte-americana Janet Lever lançaria A Loucura do Futebol, deixando ainda mais evidente o desprezo dos intelectuais brasileiros pelo tema. Desde então, muita coisa mudou, tanto nas universidades e centros de pesquisas, como no futebol, sobretudo fora das quatro linhas. E muitos desses estudos e pesquisas têm sido publicados, formando, ao lado de trabalhos jornalísticos, a base da bibliografia sobre o tema no Brasil, como bem se observa no material aqui arrolado por Lúcia Gaspar e Virginia Barbosa. Como não poderia deixar de ser, o surgimento e a violência das torcidas organizadas, não apenas como fenômeno relacionado ao futebol, mas também social, passaram a chamar a atenção de estudiosos. As pesquisas a respeito têm enfocado as ações coletivas dos torcedores no contexto da crescente violência urbana e alguns já foram transformados em livro. É o caso da premiada pesquisa Torcidas Organizadas de Futebol, de Luiz Henrique de Toledo, que abriu caminho para o livro Os Perigos da Paixão, de Rosana Teixeira, Torcer, Lutar, ao Inimigo Massacrar, de Rodrigo Monteiro, e Dos Espetáculos de Massa às Torcidas Organizadas, de Tarcyanie Cajueiro Santos, que possibilitam uma visão acurada do problema nos dois principais centros do país, que formam o eixo São Paulo e Rio de Janeiro. Há os estudos de Maurício Murad e, sobretudo, de Heloísa Helena Baldy dos Reis, que procuram dar conta do fenômeno mundial que aflige os torcedores nos estádios de futebol e torcedores e não-torcedores em suas cercanias por todo o País (cf. Barreto, 2014).
Foi a entidade brasileira
responsável pela organização de todo esporte no país fundada em 20 de agosto de
1914 e criada com a pretensão de fomentar toda a prática desportiva no
país. A primeira entidade esportiva nacional foi criada por clubes cariocas e
paulistas em 8 de junho de 1914, chamada Federação Brasileira de Sports
(FBS). A ideia era montar uma seleção brasileira para enfrentar a Argentina na
disputa da Copa Roca, promovida pelo presidente argentino Alejo Julio Argentino
Roca Paz (1843-1914). A 21 de junho de 1916, a FBS passou a chamar-se Confederação
Brasileira de Desportos (CBD). Em 24 de setembro de 1979, após passar por
modificações em sua estrutura, a CBD passou a se chamar Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), sobretudo como consequência de um decreto da Fédération
Internationale de Football Association, reconhecida pelo acrônimo FIFA, é
uma organização sem fins lucrativos, segundo o qual todas as entidades
nacionais de futebol deveriam ser voltadas unicamente para o desenvolvimento
nacional deste esporte. Este não era o caso da CBD, que, naquela conjuntura
ocupava-se do fomento de aglutinação a todos os esportes olímpicos, incluindo o
popular futebol. Cada modalidade tem a sua própria confederação, sendo que a entidade pública que faz o papel
de desenvolver o esporte contemporâneo através de uma estratégia global e
articulando com todas as modalidades de desporto é o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB). Antes de cada esporte ter a sua confederação própria, tinham como
referência a CBD “entidade com voz máxima no Brasil”. Somente após a extinção
da CBD, em 1979, no regime militar de João Batista de Figueiredo, o último
general presidente, foi renomeada Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No
ano subsequente, portanto, a organização do campeonato nacional de futebol passou a ser liderada
pela Confederação Brasileira de Futebol.
A relação dos 704 jogadores inscritos na Copa do Mundo de 1998 (cf. Folha de São Paulo, 4/06/1998), demonstra que a démarche da globalização no mundo contemporâneo é definitiva no futebol. Das 32 seleções, apenas 5 têm todos os 22 jogadores atuando no país que representam de acordo com a nacionalidade e cidadania. Curiosamente países como a Arábia Saudita, Espanha, Inglaterra, Japão e México formam esse grupo extraordinários de sociedades nacionalistas. Do lado oposto, as seleções mais globalizadas são Nigéria, com todos os atletas no exterior, e Iugoslávia e Paraguai, cada uma com apenas três jogadores atuando no próprio país. Os dados estatísticos revelam que a Europa continua atraindo as grandes estrelas do futebol. Os líderes no ranking de clubes que cederam mais jogadores para a Copa da França são todos europeus. Juntos, Barcelona (Espanha), Celtic (Escócia), PSV Eindhoven (Holanda) e Internazionale e Milan, da Itália, cederam 54 atletas, o equivalente a 2,5 seleções. No caso do Barcelona, oito dos jogadores estão servindo à seleção espanhola. O escocês Celtic e o iraniano Pirouzi, igualmente com oito atletas cedidos, são a base das equipes de seus países. O mais globalizado dos grandes clubes, por sua vez, é o Chelsea, da Inglaterra, que cedeu jogadores para oito seleções - além de um atleta para Inglaterra, distribuiu jogadores para Holanda, Noruega, Itália, Jamaica, Croácia e Nigéria. A média de idade dos 704 jogadores da Copa do Mundo é de 27,0. Supondo que a numeração básica do futebol (1 a 11) indique os atletas que começarão jogando, os titulares têm 27,7 anos em média, contra 26,3 dos reservas.
Comparativamente
entre as médias de idade das seleções nacionais refletem, em parte, os
indicadores sociais dos quatro continentes presentes no Mundial da França. As
equipes europeias, representantes da região em que nasceu o futebol, têm, na
média, 27,9 anos. As seleções mais velhas são Alemanha, com 29,8, e Bélgica e
Escócia, com 29,3. O vovô deste Mundial de 1998 é o goleiro titular da Escócia,
Jim Leighton, que na partida de estreia contra o Brasil, dia 10, estará com 39
anos e 10 meses. As seleções da América, primeiro continente a adotar o
esporte, vêm a seguir, com 26,8 anos. A seleção brasileira, com média de 27,6
anos - o meia Emerson, 22 anos, substituiu o atacante Romário, 32 anos -,
supera essa média estatística continental. As equipes asiáticas e as africanas
têm respectivamente 25,7 e 25,5 anos. A seleção de Camarões é a mais jovem, com
23,8 anos. O garoto do Mundial, o camaronês Samuel Eto`o, com 17 anos e
3 meses neste dia 10 do corrente, pode se tornar o mais jovem atleta de uma
Copa do Mundo de futebol, depois de Edson Arantes do Nascimento, Pelé que tinha
apenas 17 anos quando o mundo do futebol o reverenciou pela primeira vez. Foi
em 1958, na Copa do Mundo da Suécia, que o menino de Três Corações, em Minas Gerais,
começou a escrever a sua história como “o
maior jogador de todos os tempos”. O recorde atual é do irlandês Norman
Whiteside, que jogou 1982 com a idade de 17 anos e 5 meses.
Em primeiro lugar, Juno Moneta, um
epíteto da deusa romana Juno, era a protetora dos recursos financeiros. Por
conta disto, todas as moedas da Roma Antiga foram cunhadas em seu templo, o Templo
de Juno Moneta, que ficava no cume do Monte Capitolino, uma das sete
colinas sobre as quais foi fundada a cidade de Roma, por quatro séculos, até
finalmente o local ser alterado para outro, próximo do Coliseu, durante o
reinado de Domiciano. Assim, “moneta” passou a significar “Casa da Moeda” em
latim, um termo utilizado em obras de escritores antigos como Ovídio, Marcial,
Juvenal e Cícero. Este sugere que o nome deriva do verbo “monere”, pois,
durante um terremoto, uma voz vinda deste templo teria exigido o sacrifício
expiatório de uma porca grávida, uma referência à antiga lenda romana de que os
gansos sagrados de Juno teriam alertado o comandante Marco Mânlio Capitolino
sobre o avanço dos gauleses em 390 a. C. Juno Moneta é o nome utilizado para
Mnemósine, mãe das musas, por Lívio Andrônico em sua tradução da Odisseia, e
por Higino, que cita Júpiter e Moneta como pais das musas. O nome Mnemósine (“memória”) estava ligado a Juno Moneta, que mantinha em seu templo um
minucioso registro histórico dos eventos. Devido à vizinhança do templo com a
casa onde se cunhavam os denários, as moedas tomaram esse nome: dinheiro.
Se a Europa resolveu criar “uma
moeda sem Estado”, em 1992, isso não se deveu unicamente por pragmatismo, mas
também porque esse arranjo institucional foi concebido no final dos anos 1980 e
início dos anos 1990, num momento em que se imaginava que os bancos centrais
teriam a função única “de ver a banda passar”, ou seja, de manter a inflação
baixa. Depois da estagflação que ocorreu nos anos 1970, no Estados Unidos da
América obteve uma expansão excessiva do crédito e demanda agregada durante a
década anterior, que fez elevar o endividamento comparativamente tanto do
governo norte-americano quanto das empresas e dos consumidores, que pelo método
econométrico retirem-na da chamada estagnação ou armadilha da liquidez. Após um
merecido ciclo de virtuoso-crescimento-econômico, que toda economia ou
país-viável, merece de conformidade com a doutrina de John Maynard Keynes é o
que caracteriza esse conceito. Os governos, assim como a opinião pública, se
deixam convencer de que os bancos centrais deveriam ser independentes do poder
político e ter por objetivo único uma meta de inflação baixa. Foi assim que se
tornou possível “criar uma moeda sem Estado e um banco central sem governo”.
Essa visão inerte dos bancos centrais quebrou após o impacto social da crise mundial
de 2008. Daí o papel crucial dessas instituições em casos de grave crise e o
caráter totalmente inapropriado do programa institucional europeu.
Ipso
facto, o keynesianismo consiste numa organização
político-econômica, oposta às concepções liberais, fundamentada na afirmação do
Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de
conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme
influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de
livre mercado. A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo
econômico não é autorregulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é
determinado pelo “animal spirit” dos empresários. É por esse motivo, e pela
incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos “os que querem
trabalhar”, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia. A teoria
atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que
garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário mínimo,
do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho que então superava 12
horas diárias e a assistência médica gratuita. O keynesianismo ficou reconhecido
também, ao nível ideológico como o “Estado de bem-estar social”, ou de forma
estrita “Estado Escandinavo”. Neste sentido, entendemos que somente uma
unificação das dívidas públicas da chamada “zona do euro”, ou ao menos entre os
países-membro que a desejem, permitiria sair dessas reais contradições.
A
proposta da economia alemã de criar “fundos de redenção” é um bom ponto de
partida reformista na economia, mas falta-lhe um componente político. É
impossível decidir com vinte anos de antecedência qual o ritmo exato de
“redenção”, ou seja, o ritmo no qual o estoque da dívida comum seria levado à
meta desejada. Tudo dependeria de diversos parâmetros, a começar pela
conjuntura econômica. Para decidir o ritmo de desendividamento comum, isto é, em
última instância, o déficit público da zona do euro, seria necessário
criar um verdadeiro Parlamento do Orçamento da zona do euro. Mas depender do
Parlamento Europeu existente também gera um claro conflito com as soberanias
nacionais, o que torna problemáticas as decisões sobre os déficits
orçamentários nacionais. Isso explica porque as transferências de competência
para o Parlamento Europeu foram sempre muito limitadas no passado e sem dúvida
devem permanecer assim provavelmente por um bom tempo, caso não haja guerras
mundiais. Já seria o momento de se dar conta e criar, uma Câmara Parlamentar
adaptada à vontade de unificação expressa pelos países da zona do euro cujo
abandono da soberania monetária refere-se à representação mais clara se medirmos
as consequências políticas do ato.
Portanto, a fronteira entre o
capital público e o privado está longe de ser tão clara como ás vezes
imaginamos desde a queda do Muro de Berlim. O mercado e o voto são apenas duas
maneiras polarizadas de organizar as decisões coletivas. Novas formas de
participação e de governo ainda estão para ser inventadas. O ponto essencial é
que essas diferentes formas de controle democrático do capital dependem, em
grande medida, da obtenção do grau de informação econômica de que as pessoas
dispõem. A transparência econômica e financeira não é apenas um desafio fiscal,
mas principalmente, um desafio político de governança democrática e de
participação social nas decisões. Desse ponto de vista, o desafio não envolve
apenas a transparência financeira sobre os patrimônios e sobre a renda no nível
individual – que não tem de fato um interesse em si, salvo talvez em
circunstâncias muito particulares, como dos líderes políticos, ou num contexto
em que a falta de confiança (cf. Luhmann, 2005) não possa ser corrigida
de outra maneira. Enfim, sem objetivamente a correta transparência
contábil e sobretudo financeira (cf. Hilferding, 2011); sem uma informação crítica
compartilhada, não pode haver democracia econômica. Para que a democracia venha
um dia a retomar o controle do capitalismo, é necessário, portanto, partir do
princípio de que as formas genuínas de democracia e do capital estão e sempre
estarão para ser reinventadas. Lembra-nos Friedrich Nietzsche quando
descreve arqueologia das chamadas “revoluções retrógradas” e funestas dos
alemães contra o progresso da Europa. Fazendo a Reforma, renovaram o
cristianismo, impedindo a sua ruína pelo triunfo das vozes no âmbito da
extensão criadora e histórica da Renascença.
Em
segundo lugar, depois que a primeira Revolução Social transformara os
camponeses de seu estado de semisservidão em proprietários livres, Napoleão
confirmou e regulamentou as condições sob as quais podiam dedicar-se à exploração
do solo francês que acabava de lhes ser distribuído e saciar sua ânsia juvenil
de propriedade. Mas o que, agora, provoca a ruína do camponês francês é
precisamente a própria pequena propriedade, a divisão da terra, a forma de
propriedade que Napoleão consolidou na França; justamente as condições
materiais que transformaram o camponês feudal em camponês proprietário, e
Napoleão em seu imperador. Contudo, duas gerações bastaram para produzir o
resultado inevitável: o arruinamento progressivo da agricultura, o
endividamento progressivo do agricultor. A forma “napoleônica” de propriedade,
que no princípio do século dezenove constituía a condição para a libertação e
enriquecimento do camponês francês, desenvolveu-se no decorrer desse século na
lei do seu escravizamento e pauperização. Neste sentido, entende Marx (1973;
1978), que a pequena propriedade, nesse escravizamento ao capital a que seu
desenvolvimento inevitavelmente conduz, transformou a massa da nação francesa
em trogloditas. Dezesseis milhões de camponeses vivem em antros, a maioria dos
quais só dispõe de uma abertura, outros apenas duas e os mais favorecidos
apenas três. As janelas são para uma casa o que os cinco sentidos são para a
cabeça. A ordem burguesa, que no princípio do século pôs o Estado para montar
guarda sobre a recém-criada pequena propriedade premiou-a com lauréis,
tornou-se um vampiro que suga como sanguessuga, atirando-o no caldeirão
alquimista do capital. Esses animais hermafroditas com 32 cérebros, nove pares
de testículos e uma mandíbula com três filas de cem dentes cada uma, sempre
foram e são essenciais para a prática da medicina.
A
situação dos camponeses franceses nos fornece a resposta ao enigma das eleições
de 20 e 21 de dezembro de 1851, que levaram o segundo Luís Bonaparte ao topo do
Monte Sinai, não para receber leis, mas
para ditá-las. Como autoridade executiva que se tornou um poder independente,
Bonaparte considera sua missão salvaguardar “a ordem burguesa”. Mas a força
dessa ordem burguesa está na classe média. Ele se firma, portanto, como
representante da classe média, e promulga decretos nesse sentido. Não obstante,
ele só é alguém devido ao fato de ter quebrado o poder político dessa classe
média e de quebrá-lo novamente todos os dias. Consequentemente, afirma-se como
o adversário do poder político e literário da classe média. Mas ao proteger seu
poder material, gera novamente o seu poder político. A causa deve, portanto,
ser mantida viva; o efeito, porém, onde se manifesta, tem que ser liquidado.
Mas isso não pode se dar sem ligeiras confusões de causa e efeito, pois em sua
mútua influência ambos perdem seus caracteres distintivos. Bonaparte gostaria
de aparecer “como o benfeitor patriarcal de todas as classes”. Mas não pode dar
a uma classe sem tirar da outra. Assim, impelido pelas exigências
contraditórias de sua situação e estando ao mesmo tempo, como um
prestidigitador, ante a necessidade de manter os olhares do público fixados
sobre ele, como substituto de Napoleão, por meio de surpresas constantes, isto
é, ante a necessidade de executar diariamente um golpe de Estado em miniatura,
Bonaparte lança a confusão em toda a economia burguesa, viola tudo que parecia
inviolável à revolução de 1848, torna alguns intolerantes em face da revolução,
outros aspectos desejosos de revolução, e produz uma verdadeira anarquia em
nome da ordem, ao mesmo tempo que despoja de seu halo toda a máquina de estado,
profana-a e torna-a ao mesmo tempo desprezível e ridícula, pois, prossegue
Marx, “o culto do Manto Sagrado de Treves ele o repete em Paris sob a forma do
culto do manto imperial de Napoleão”.
Mas quando o manto imperial cair finalmente sobre os ombros de Luís Bonaparte, “a estrutura de bronze de Napoleão ruirá do topo da Coluna Vendôme” (cf. Marx, 1978: 126). Desde então do ponto de vista da análise das classes sociais a referência à Marx tem ocupado lugar central para aqueles que pretendem entender a sua progênie, ou, sua certidão de nascimento. Os interesses dos camponeses, portanto, já não estão mais, como ao tempo de Napoleão, em consonância, mais sim em oposição com os interesses da burguesia, do capital. Por isso os camponeses encontram seu aliado e dirigente natural no proletariado urbano, cuja tarefa é derrubar o regime burguês. Mas o governo forte e absoluto – e esta é a segunda idée napoléonienne que o segundo Napoleão tem que executar – é chamado a defender pela força essa ordem material. Melhor dizendo, essa ordre matériel serve também de mote em todas as proclamações de Bonaparte contra os camponeses rebeldes. Finalmente, produz um excesso de desempregados para os quais não há lugar nem no campo nem nas cidades, e que tentam, portanto obter impostos governamentais como uma espécie de esmola respeitável, provocando a criação de postos no governo. Com os novos mercados que abriu a ponta da baioneta, com a pilhagem do continente, Napoleão devolveu com juros os impostos compulsórios. Esses impostos serviam de incentivo à laboriosidade dos camponeses, ao passo que agora despojam seu trabalho de seus últimos recursos e completam sua incapacidade de resistir ao pauperismo.
A
primeira tentativa infrutífera de golpe de Estado por Luís
Bonaparte teve lugar em Estrasburgo, em 1836. Sua segunda tentativa,
igualmente infrutífera, ocorreu em Boulogne, onde desembarcou em 1840 para se
proclamar imperador (cf. Marx, 1978). A lei de 31 de maio de 1850 representou o
golpe de Estado da burguesia. As vitórias até então conquistadas sobre a revolução
tinham tido apenas um caráter provisório. Viam-se ameaçadas assim que cada
Assembleia Nacional saía de cena. Dependiam dos riscos de uma nova eleição
geral, e a história das eleições a partir de 1848 demonstrava irrefutavelmente
que a influência moral da burguesia sobre as massas populares ia-se perdendo na
mesma medida em que se desenvolvia seu poder efetivo. A 10 de março o sufrágio
universal declarou-se contrário à dominação burguesa; a burguesia respondeu
pondo fora a lei do sufrágio universal. A lei de 31 de maio era, portanto, uma
das necessidades da luta de classes. Por outro lado, a Constituição estabelecia
um mínimo de dois milhões de votos para tornar válida a eleição do presidente
da República. Se nenhum dos candidatos à presidência recebesse o mínimo de
sufrágios, a Assembleia Nacional deveria escolher o presidente entre os três
candidatos. Na época em que a Assembleia Constituinte elaborara essa lei as
listas eleitorais registravam dez milhões de eleitores. Em sua opinião,
portanto, um quinto do eleitorado era suficiente para tornar válida a eleição
presidencial.
A
lei de 31 de maio cortou das listas eleitorais pelo menos três milhões de
votantes, reduziu para sete milhões o número de eleitores e, não obstante,
manteve o mínimo legal e dois milhões de votos para a eleição presidencial.
Elevou, por conseguinte o mínimo legal e um quinto para quase um terço dos
eleitores, ou seja, fez tudo para retirar a eleição do presidente das mãos do
povo e entrega-la nas mãos da Assembleia Nacional. Assim, através da lei
eleitoral de 31 de maio, o partido da ordem parecia ter tornado seu domínio
duplamente garantido, entregando a eleição da Assembleia Nacional e do
presidente da República ao setor mais estacionário da sociedade. E, não
obstante, o poder estatal não “está suspenso no ar”. Bonaparte representa, ao
nível ideológico uma classe determinada, e justamente a classe mais
numerosa da sociedade francesa, os pequenos (Parzellen) camponeses que
constituem uma imensa massa humana, cujos membros vivem em condições sociais semelhantes,
mas sem estabelecerem relações multiformes entre si. Assim, “como os Bourbons
representavam a grande propriedade territorial e os Orléans a dinastia do
dinheiro, os Bonaparte são a dinastia dos camponeses, ou seja, a massa do povo
francês. O eleito do campesinato não é Bonaparte que o dissolveu. Durante 3
anos as cidades haviam conseguido falsificar o significado da eleição de 10 de
dezembro e roubar aos camponeses a restauração do Império. A eleição de 10 de
dezembro de 1848 só se consumou com o golpe de Estado de 2 de dezembro de 1851”
(cf. Marx, 1978: 115).
Historicamente
o lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no século XX,
enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que quase
provocou uma terceira. Hoje, porém, o “euro” é sinônimo de incertezas, numa
crise que ameaça a futuro da segunda maior economia do planeta. A Eurozona
é composta por 17 dos 27 Estados-membros da União Europeia: Alemanha, Áustria,
Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França,
Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. Na
ocasião em que o euro foi instituído, Dinamarca, Suécia e Reino Unido optaram
por não aderir ao projeto e mantiveram suas moedas locais. O euro é usado
diariamente por aproximadamente 332 milhões de cidadãos europeus. A moeda
também é a 2ª maior reserva monetária internacional tanto quanto comercial,
atrás somente do dólar norte-americano. Economicamente a categoria salário
representa um dos principais meios da expropriação e desvalorização do trabalho
e, portanto, de subsunção real das relações de produção capitalista.
É sobre sua base material que se levanta um mundo encantado de aparências e ilusões. A publicação do ensaio de Marx, Salário, Preço e Lucro, refere-se à palestra que proferiu em duas sessões no mês de junho de 1865, perante o Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), também reconhecida como “Primeira Internacional”, de fato a primeira organização operária a superar fronteiras nacionais, reunindo membros de países da Europa e dos Estados Unidos da América. Nessa ocasião, o pensamento filosófico de Marx sobre economia política já estava absolutamente amadurecido. Há 20 anos ele se dedicava ao assunto tendo escrito várias obras parciais em que, à base da crítica da economia política, foi decantando seus pontos de vista sobre as formas econômicas fundamentais do capitalismo, cujo corpo definitivo convergiu para sua obra O Capital (1973) da qual o primeiro livro viria a lume em 1867. A palestra de Marx surgiu como fio condutor da I Internacional de Trabalhadores, fundada menos de um ano e da qual se diferenciavam pelo menos quatro correntes.
Uma
delas, a maior numericamente, era representada pelos operários ingleses ligados
às Trade Unions que subestimavam a importância da ação política da
classe operária e entre os quais havia mesmo quem defendesse a opinião, ontem
como hoje, de que a elevação dos salários teria como consequência o aumento do
custo de vida e, portanto, não melhoraria a condição social dos trabalhadores.
Marx pretendeu refutar esses pontos de vista e elevar o nível de consciência
teórica dos dirigentes ingleses. Para tanto, estabeleceu-se quatro objetivos
para sua palestra: 1) desvelar a opinião economicista de que “os preços
das mercadorias são determinados ou regulados pelos salários”; 2) demonstrar
que a variação geral dos salários “para cima” ou “para baixo” leva à variação
da taxa geral de lucro em sentido inverso e, tendem a reduzir necessariamente
os salários dos trabalhadores; 3) demonstrar que as tentativas periódicas dos
trabalhadores para conseguirem um aumento de salários são ditadas pelo próprio
fato de o trabalho se achar como equivalente às mercadorias, 4) que havia
possibilidades de conquistas sociais na luta pela elevação dos salários,
limitadas pela “ação do capital”, de os trabalhadores se organizarem,
politicamente, contra o sistema de exploração, a fim de aboli-lo.
Marx chamava a atenção para o fato
da quantidade de trabalho necessário para produzir uma mercadoria variar
constantemente ao variarem as forças produtivas do trabalho aplicado.
Proporcionalmente quanto maiores são as forças produtivas do trabalho, mais
produtos se elaboram num tempo de trabalho dado, e quanto menores são, menos se
produzem na mesma unidade de tempo. Daí que quanto maior é a força produtiva do
trabalho, menos trabalho se inverte numa dada quantidade de produtos e,
portanto, menor é o valor destes produtos. Marx analiticamente restabeleceu o
equivalente econômico do valor-trabalho: “estão na razão direta do tempo de
trabalho invertido em sua produção e na razão inversa das forças produtivas do
trabalho empregado”. O preço de uma mercadoria representa a expressão em
dinheiro do valor dessa mercadoria. O valor-trabalho e o bem produzido por seu
trabalho estabelece uma razão monetária segundo a qual à mercadoria que requer
mais trabalho para ser produzida, deveria corresponder uma maior remuneração do
trabalhador que praticamente sozinho a produz. Este valor no final do produto
traria maior igualdade do preço nas relações de trabalho.
Assim como o poder ofensivo de um
esquadrão de cavalaria ou o poder defensivo de um regimento de infantaria são
essencialmente diferentes dos poderes ofensivos e defensivos de cada um dos
cavaleiros ou soldados da infantaria tomados individualmente, também a soma
total das forças mecânicas exercidas por trabalhadores isolados difere da força
social gerada quando muitas mãos atuam simultaneamente na mesma operação
indivisa, por exemplo, quando se trata de erguer um fardo pesado, girar uma
manivela, ou remover um obstáculo. A tecnicidade, o pensamento, a locomoção e a
mão aparecem interligadas num movimento ao qual o homem dá seu significado
histórico, mas ao qual nenhum membro do mundo animal é completamente estranho.
Sem libertação da mão não há gesto técnico (instrumento) prolongamento da mão -
nem instrumento - órgão da máquina - nem objeto fabricado. Nesses casos o
efeito social do trabalho combinado, ou não poderia em absoluto ser produzido
pelo trabalho isolado, ou o poderia apenas em um período de tempo muito mais
longo, ou em escala muito reduzida. Não se trata somente do aumento da
capacidade de desempenho da força produtiva individual realizada por meio da
técnica adquirida na cooperação, mas da criação da força produtiva que tem de
ser por si mesma, uma força de massas de trabalhadores concretos.
Os
palitos de fósforos feitos em papelão apareceram anos mais tarde e o
responsável por esta invenção foi Joshua Pusey, um conhecido advogado norte-americano
da Pensilvânia que amava fumar charutos. Um dia, Joshua foi convidado para
jantar pelo prefeito da Filadélfia e ao se vestir, reparou que a caixa de
fósforos que levava no bolso de seu colete era grande demais. Joshua Pusey
levou adiante uma ideia e em 1889 patenteou fósforos de papelão, mas oito anos
se passaram antes que alguém mostrasse interesse por seu invento. Fato que
ocorreu em 1897, quando a Companhia de Ópera Mendelsohn o procurou. Frederick
II encomendou um edifício, então todos os trabalhos começaram em julho de 1741,
o que foi a primeira parte do Fórum Fredericianum. Embora não estivesse
totalmente concluída, o Court Opera foi inaugurado por Cleopatra e
Cesare, de Carl Heinrich Graun, no dia 7 de Dezembro de 1742. Esse evento
marcou o início dos 250 anos de sucesso da cooperação entre a Ópera Estatal de
Berlim com a Orquestra Estatal de Berlim. Em 1842, Gottfried Wilhelm Tauber
instituiu a tradição de concertos regulares sinfônicos. No mesmo ano, Giacomo
Meyerbeer conseguiu que Gaspare Spontini se tornasse diretor musical geral.
Felix Mendelssohn também realizou concerto nesse ano. Eles queriam algo de
diferente para divulgar a abertura da estação nova-iorquina. Pusey então
utilizou “fósforos de papel” com o nome da companhia impresso.
Os
fósforos de papelão começaram a vender com incrível rapidez. Anos mais tarde,
Joshua Pusey vendeu sua patente para a Diamond Match Company. Ipso facto,
a Diamond Match Company tem suas raízes em várias empresas do século XIX. No
início da década de 1850, Edward Tatnall, de Wilmington, Delaware, recebeu uma
receita em inglês para fazer jogos por um conhecido de negócios, William R.
Smith. O simples contato social que provoca, afirma Marx (1973), na
maior parte dos trabalhos produtivos, emulação e excitação particular
dos espíritos vitais que elevam o rendimento dos trabalhadores individuais,
fazendo com que uma dúzia de indivíduos forneça, numa jornada de trabalho
simultânea de 144 horas, um produto total maior do que doze trabalhadores
isolados, ou cada um deles trabalhando 12 horas. Embora muitos indivíduos
possam executar simultânea e conjuntamente a mesma tarefa, ou o mesmo tipo de
trabalho de cada um, como parte do trabalho total, podem representar diferentes
fases do próprio processo de trabalho, fases que o objeto de trabalho
percorre com maior rapidez graças à manufatura e cooperação. O objeto de
trabalho percorre o mesmo espaço em menos tempo. Por um lado, sociologicamente a
cooperação possibilita estender o lugar praticado no âmbito
espacial do trabalho, razão pela qual é exigida em certos processos de trabalho
devido á própria configuração espacial do objeto de trabalho, como na drenagem
da terra, no represamento, na irrigação, na construção de canais, estradas,
ferrovias etc.
A
circulação de mercadorias é o ponto de partida do capital. De meados de junho a
meados de setembro é verão na Europa, sendo julho e agosto mais movimentados
porque é exatamente quando quase todo mundo está de férias. O comércio que nada
mais é do que a representação da produção de mercadorias e circulação
desenvolvida de mercadorias formam os pressupostos históricos e metodológicos a
partir dos quais o capital emerge. O comércio e o mercado mundiais inauguram,
no século XVI, a história social moderna do capital. Se abstrairmos a categoria
social do comércio material da circulação de mercadorias, isto é, da troca dos
diversos valores de uso, e considerarmos apenas as formas econômicas que esse
processo engendra, encontraremos, como seu produto final, dinheiro. Ao deixar a
esfera da circulação interna, o dinheiro se despe de suas formas locais de
padrão de medida dos preços, de moeda, de moeda simbólica e de símbolo de
valor, e retorna à sua forma original de barra de metal precioso. No comércio mundial,
as mercadorias desdobram seu valor merceológico. O produto necessário da
circulação das mercadorias é a forma de manifestação do capital.
João
Havelange já havia se formado em Direito e atuava comercialmente como advogado
e acionista, além de ocupar o cargo de Diretor Executivo da tradicional Viação
Cometa, pioneira empresa de transporte rodoviário de passageiros que opera na
rota dos estados cafeeiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Também em 1952, brilhou como jogador de polo aquático nas Olimpíadas de
Helsinque. Em 1956, comandou a delegação brasileira nas Olimpíadas de
Melbourne. De 11 de janeiro de 1958 a 10 de janeiro de 1975 presidiu a Confederação
Brasileira de Desportos (CBD) - que congregava neste período 24 esportes e não
somente o futebol, como sucessor de Sylvio Correa Pacheco. Durante este período, o futebol brasileiro obteve
reconhecimento mundial no ápice de sua história social e política como
organização, tendo em vista que se consagrou tricampeão mundial de futebol com
a conquista das Copas do Mundo na Suécia (1958), no Chile (1962), e no México
(1970). Filho de um belga comerciante de armas, afirmou em entrevista no
programa da SporTV, Histórias com Galvão Bueno, que após a morte de seu
pai, recebeu convite de uma empresa belga para dar continuidade aos negócios do
comércio de armas, mas não aceitou tal convite por ter verdadeira aversão a
armas, por se tratar de instrumento de morte e violência. Em 1º de setembro de
1960 foi eleito comendador da Ordem da Instrução Pública e, a 28 de
fevereiro de 1961, comendador da Ordem do Infante D. Henrique e no Comitê
Olímpico Internacional (COI) em 1963. Com mais de 40 anos de mandato ininterrupto,
foi decano desse órgão.
Foi
um dos dois únicos brasileiros membros do COI, juntamente com o ex-presidente
do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman. Em 13 de
novembro de 1963, Havelange foi elevado a grande-oficial da Ordem da Instrução
Pública. Em 1974, os jogadores brasileiros, respaldados pela vitória em 1970 e
insatisfeitos com as “críticas nevrálgicas” ou o papel de “cão de guarda” (watchdoge
role) da imprensa, assinaram um Manifesto em que prometiam não falar
mais com os jornalistas, episódio que ficou conhecido como o Manifesto de
Glascow. O boicote durou pouco tempo, inferindo certo estranhamento na relação cordial
entre os jogadores e membros da Seleção e os jornalistas na Copa do Mundo de
1974. A cada crise na Seleção, a ameaça da greve de entrevistas ressurge. Em
1985, o Brasil perdeu pela primeira vez para a Colômbia, em um amistoso em
Bogotá. Os jogadores decidiram parar de dar entrevistas, com o apoio do
treinador Evaristo de Macedo que foi afastado três dias depois. Em italiano
existe uma expressão para definir essas situações chamada o “silenzio stampa”.
Ela surgiu em 1982, quando, após três empates consecutivos nos três primeiros
jogos da Copa, o técnico Enzo Bearzot decretou disciplinarmente que até o fim
da Copa ninguém mais concederia entrevistas: apenas um jogador falava, o goleiro
Dino Zoff, capitão da equipe. Daí por diante na competição mediante o silêncio
a Itália só venceu, eliminando Argentina, Brasil, Polônia e Alemanha Ocidental
e conquistando pela terceira vez a Copa do Mundo. Caso parecido ocorreu com a
França em 1998, mas não com toda a imprensa, nem toda a seleção.
O Atleta do século, Edson Arantes do
Nascimento, nasceu na pequena cidade de Três Corações no dia 23 de outubro de
1940, para coloca-la aí como astro no mapa do mundo. Filho de Dondinho, ex-jogador
de futebol e de Dona Celeste, Pelé teve a infância difícil como os milhões de brasileiros
pobres de seu tempo, especialmente quando seu pai, logo após ser contratado
pelo Clube Atlético Mineiro, em seu primeiro jogo teve uma grave lesão de
joelho que o retirou para sempre do futebol, mas sua arte, anos depois se
refletiria também no filho. Nessa época Pelé e os irmãos usavam roupas de
segunda mão e as vezes roupas costuradas de sacos de estopa de carregar
farinha. Não tinham dinheiro para sapatos. Havia dias em que sua família tinha
uma única refeição, que Dona Celeste fazia, pão com uma fatia de banana,
complementada com arroz e feijão que um tio trazia. Sempre havia a preocupação
sobre de onde viria a próxima refeição. No entanto, Pelé sempre enfatizou, “não
passamos fome”. A dura vida da família melhorou um pouco, quando seu pai
conseguiu emprego em Bauru, em um armazém do dono do clube de futebol da
cidade, o Bauru Atlético Clube e para o interior de São Paulo se mudou com toda
a família. Atleta e ídolo que elevou a auto estima de milhões de pessoas pobres
como ele em sua infância e adolescência, em todo o mundo globalizado,
especialmente nos países oprimidos pelo imperialismo em todo o mundo. Além do
Santos futebol Clube, Pelé também vestiu as camisas da Seleção Brasileira, do New
York Cosmos, Vasco da Gama e do Clube de Regatas Flamengo e da seleção da
Nigéria, quando promovia uma excursão do Fluminense no país africano, em 1978.
Este fato social e contratual é reconhecido por vários povos africanos, que tem
em Pelé seu próprio reconhecimento.
A devoção mundial começou na Copa do Mundo de 1958, onde após surgir no Santos Futebol Clube, dois anos antes e no campeonato Paulista de 1958 iria marcar 58 gols em 38 partidas. A Copa realizada na Suécia iria ver pela primeira vez um país tropical vencer na Europa, algo inimaginável e quase abominável para a sociedade europeia. Ali, começaria o reinado do maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé. Negritude que Pelé, em filme realizado em homenagem, Pelé Eterno veio enfatizar, o orgulho de ser negro, de ter nascido em uma família de negros. Em 1970, o Brasil tornou-se o primeiro tricampeão do mundo e ficou em definitivo com a Taça Jules Rimet, batizada em homenagem ao dirigente que presidiu a FIFA entre 1921 a 1954. O troféu oficial, erguido por Bellini (1958), Mauro (1962) e Carlos Alberto Torres (1970), acabou vivendo peripécias dignas do filme O Roubo da Taça (2016): desaparecimento nos anos 1930, um resgate por um cão treinado em 1966 e roubo da sede da CBF no início dos anos 1980. Esculpida em desenho da deusa grega Nice, representando o triunfo e a glória, a Jules Rimet não recebeu este nome inicialmente. A princípio, foi chamada de Vitória, só sendo renomeada em 1946. O galardão foi criado para o Mundial do Uruguai, conquistado pelos anfitriões, em 1930. Após a Itália ser bicampeã (1934 e 1938), ficou no país mediterrâneo provisoriamente até a edição seguinte, como determinava a regra. Com a eclosão da 2ª guerra mundial (1938-1945), não houve disputas em 1942 e 1946. Em 1938, Ottorino Barassi, italiano e vice-presidente da FIFA, retirou às escondidas o objeto de um banco e o acondicionou em caixa de sapatos sob sua cama. Assim, impediu o risco de ser subtraída pelos nazistas, que vinham se apropriando de relíquias e obras de arte nos países que invadiam.
Em
1966, às vésperas da Copa na Inglaterra, a Jules Rimet desapareceu
repentinamente e foi encontrada embrulhada em papéis de jornal pouco antes do
início do Mundial por um cão chamado Pickles, quando este passeava com seu dono
em um subúrbio de Londres. O animal ficou famoso e a taça pôde ser entregue aos
britânicos, que venceram a Alemanha na decisão. Em 1970, a superseleção brasileira
comandada por Zagallo, que tinha, entre outros, Rivellino, Jairzinho, Tostão,
Pelé e Gerson, levou o Brasil ao tricampeonato e ficou com a posse definitiva
do troféu. Em 1983, ele foi roubado da sede da Confederação Brasileira de Futebol
e nunca mais encontrado. Por ingenuidade da segurança, a réplica estava em um
cofre, enquanto o original, exposto em uma redoma de vidro para exposição na
sala de troféus da confederação. A proteção foi quebrada em um assalto
promovido por três pessoas - uma delas, Sérgio Peralta, trabalhava na entidade
como representante do Atlético-MG. Prevaleceu a versão ideológica de que a
honraria foi derretida, mas há dúvidas a respeito. Em 2016, Guy Oliver, curador
do museu da Fifa, disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que a
entidade não acreditava na tese vulgarizada do derretimento e que haveria
buscas para resgatá-la em torno de mais de três.
Virulentamente
criticado antes e durante a Copa pelo maior jornal esportivo francês, o L’Equipe,
o treinador Aimé Jacquet não se mostrou nem um pouco magnânimo depois de
conquistar o título na decisão contra o Brasil. Momentos depois da partida,
pronunciou uma frase que se tornou imortal na França: “Je ne pardonnerai
jamais”. A cúpula do jornal acabaria caindo naquela conjuntura. Naquele mesmo
dia, naquele mesmo estádio, o ex-jogador e treinador da equipe derrotada, o
brasileiro Roberto Lobo Zagallo, explicava aos perplexos jornalistas o problema
ocorrido com o craque Ronaldo. O repórter Mauro Leão, do popular jornal carioca
O Dia, perguntou, então: “Por que você o escalou?”. Foi o bastante para
provocar em Zagallo uma reação de fúria digna do capitão Dunga. Não foi a
primeira diatribe de Zagallo – um ano antes, ao conquistar na Bolívia a Copa
América, depois de muitas críticas, o técnico virou-se para uma câmera e disse
outra frase célebre – “Vocês vão ter que me engolir!” – que marcou os
jornalistas para sempre. Em seu ersatz os técnicos brasileiros têm
verdadeiro horror da imprensa e daqueles que os tornam primus inter pares:
os torcedores. Existe também uma simetria simbólica entre Copa do Mundo e
eleições gerais que se estende à própria dinâmica de disputa no futebol. Ambas
funcionam como representação social da finitude de um processo, se já não é um
truísmo, encerramento e início de um ciclo histórico cujos rumos serão
definidos pelo resultado das duas competições, a saber: a disputa presidencial
e dos demais cargos num pleito eleitoral replicam os embates emocionais de um
jogo com estratégias, dramas e, por fim, o confronto direto nos debates.
Impedidos de decretarem vitória, os protagonistas transferem para o público o
sentimento da responsabilidade da decisão, o que, paradoxalmente, confere ao
ritual no espaço antrópico com idêntico grau de imprevisibilidade normal de uma
partida.
Eleito
para a FIFA em 1974, João Havelange permaneceu à frente da entidade até 1998. Com
uma equipe de trabalho competente, organizou seis Copas do Mundo de Futebol,
visitou 186 países e trouxe a poderosa China comunista, desligada por mais de 25
anos por razões políticas, de volta à FIFA. Criou também os Campeonatos
Mundiais de Futebol nas categorias infanto-juvenil, juvenil, juniores e
feminina. Neste período, torna-se amigo de Horst Dassler, herdeiro da pioneira marca
esportiva Adidas, e dono da International Swimming League (ISL),
considerada no mercado esportivo a maior empresa de marketing esportivo
do mundo, que comercializava os direitos de transmissão televisiva e
publicidade das Copas do Mundo de futebol e das Olimpíadas. Não por acaso, a 21
de junho de 1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito. Quando
deixou a Presidência da FIFA, em 1998, já eleito Presidente de Honra, passou a
se dedicar como humanista ao trabalho filantrópico junto às Aldeias Internacionais
SOS, as quais se estabeleceram na maior parte do mundo globalizado por meio de
suas associações nacionais patrocinado pela entidade em 131 países. Em abril de
2013, aos 96 anos de idade, renunciou à Presidência de honra da FIFA para escapar
de qualquer punição por seu envolvimento em casos de corrupção naquela
federação. No livro Foul! The Secret World of FIFA: Bribes, Vote-Rigging and
Ticket Scandals (2006), o jornalista político Andrew Jennings “descreve
Havelange como um dirigente corrupto”. Segundo Jennings, o filho do fundador e
ex-diretor da Adidas, Horst Dassler, comprou votos de delegados indecisos na
primeira eleição de Havelange. Dois anos depois, o brasileiro retribuiu o favor
entregando a Dassler “o poder exclusivo sobre a comercialização dos principais
torneios mundiais”.
A
revista Veja trouxe na edição de 14 de maio do presente ano que 452
milhões de reais foi o faturamento da Confederação Brasileira de Futebol
em 2013. Descreve que é o maior faturamento da história econômica da
organização que é totalmente privada. Segundo a revista, o presidente Jose
Maria Marin, presidente da empresa, aumentou sua arrecadação em 277% desde o curso
do ano de 2007. Detalhe importante, 278 milhões de reais da empresa vieram de
patrocínios de grandes empresas, talvez a maior fonte de renda da organização.
É justamente por isso que se é o João, o Pedro ou o Antônio que estão jogando
pouco faz a diferença. Dito de outro modo: no caso do futebol, como quase tudo
no mundo, está nas mãos de organizações poderosas, muitas multinacionais, como
o Barcelona, por exemplo. É óbvio, tal como reza a “cartilha do mercado”, que
os proprietários de clubes de futebol e quem vive dele não desejam dividir o lucro
socialmente. A Copa do Mundo é somente a cristalização de tudo isso. A Ambev
teve lucro líquido ajustado de R$ 2,35 bilhões no segundo trimestre, alta de
9,7% ante mesmo período de 2017, puxado por aumento de dois dígitos na receita
líquida, com maiores vendas de cerveja durante a Copa do Mundo. Sem ajuste, o
lucro foi R$ 2,424 bilhões, alta de 14,1%, disse a gigante de bebidas. As
mercadorias correm de lá para cá e muitas delas sonham com dias melhores, com
patrocínios milionários, times reconhecidos e, tudo dando certo, carreira em
uma boa organização que seja da Europa porque jogar na América Latina ou na
África é permanecer quase na periferia do espetáculo do futebol. Na periferia é
muito mais difícil virar celebridade, mas é fácil cair no ostracismo ou virar
político de segunda divisão.
O
termo Watergate foi criado para abranger uma série de atividades
clandestinas e muitas vezes ilegais realizadas por membros do governo de
Richard Nixon. Essas atividades incluíam “truques sujos”, como escutas
clandestinas a escritórios de opositores políticos e assédio a grupos ativistas
e figuras políticas. As atividades foram trazidas à luz depois que cinco homens
foram apanhados invadindo a sede do Partido Democrata no complexo Watergate, em
Washington, D.C., em 17 de junho de 1972. O The Washington Post
investigou a história; os repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward confirmaram
em um informante conhecido como “Garganta Profunda”, mais tarde revelado como
sendo Mark Felt, diretor associado do FBI, para ligar os homens ao governo
Nixon. O Presidente minimizou o escândalo como sendo mera política, chamando os
artigos de notícias de tendenciosos e enganosos. Uma série de revelações deixou
claro que o Comitê para Reeleger o Presidente Nixon, e mais tarde a Casa
Branca, estavam envolvidos em tentativas de sabotar os democratas. Assessores
seniores como o advogado John Dean, da Casa Branca, enfrentaram acusações; no
total, 48 funcionários foram condenados por irregularidades. Em julho de 1973,
o assessor Alexander Butterfield testemunhou sob juramento ao Congresso
norte-americano, afirmando que Nixon tinha “um sistema de registro secreto com
suas conversas e telefonemas no Salão Oval”. Estas fitas foram citadas por Archibald Cox, Procurador Especial de Watergate; Nixon
forneceu transcrições das conversas, mas não as fitas reais, citando ter
privilégio executivo. Com a Casa Branca e Cox em conflito, Nixon demitiu Cox em
outubro, no que ficou reconhecido como “Massacre de Sábado à Noite”; Archibald Cox
foi substituído por Leon Jaworski.
Em
novembro, os advogados de Richard Nixon revelaram que uma fita de áudio das
conversas realizadas na Casa Branca em junho de 1972 apresentava uma lacuna de
18 minutos e meio. Rose Mary Woods, secretária pessoal do Presidente,
reivindicou a responsabilidade, alegando que acidentalmente limpou a seção ao
transcrever a fita, mas sua narrativa foi amplamente zombada. A lacuna, embora
não seja uma prova conclusiva de irregularidades do presidente, lançou dúvidas
sobre a declaração de Nixon de que não tinha conhecimento do encobrimento que
de fato correu etc. A corrupção na FIFA já existia historicamente desde
o início do século XX, como observara Machado (2020), mas passou a ser mais
investigada e denunciada com a chegada ao poder do brasileiro João Havelange,
que foi denunciado de receber propinas por contratos milionários com empresas
de marketing e de TV nos seus 24 anos à frente da entidade máxima do
futebol mundial; bem como com o suíço Joseph Blatter, apadrinhado de João
Havelange e que sofreu uma verdadeira chuva de dinheiro falso em uma coletiva
no dia 20 de julho de 2015, numa surge na imagem espetacular que ficou famosa no
processo de comunicação global, proporcionada por um protesto do comediante
inglês Simon Brodkin. A investigação começou no dia 9 de maio de 2013, quando o
empresário José Hawilla, falecido aos 74 anos em 2018 vítima de problemas
respiratórios, foi abordado pelo Federal Bureau of Investigation (FBI)
no hotel Mandarin, em Miami, Estados Unidos da América (EUA) onde estava
hospedado. J. Hawilla, proprietário da empresa de marketing esportivo Traffic
e fundador da TV TEM, afiliada da Rede Globo de televisão no interior do estado
de São Paulo. Ele teria participado diretamente de negociatas com a FIFA
e, com a vantagem de não ser preso, foi multado e ajudou a delatar o esquema de
corrupção. Depoimentos revelam que dirigentes da Confederação Sul-Americana de
Futebol (Conmebol), CBF e da rede Globo teriam participado do escândalo de
corrupção denominado “FIFAgate”, o maior escândalo de corrupção da história do
futebol e um dos maiores escândalos de corrupção em geral do mundo.
O
diretor executivo da empresa argentina de marketing Torneos y Competencias,
Alejandro Burzaco, denunciou que a rede Globo de Televisão teria tido
participação no “FIFAgate”. O escândalo foi tão grande que resultou no suicídio
do advogado argentino Jorge Delhon, que se jogou em frente a um trem depois do
mesmo Burzaco declarar que lhe pagou subornos milionários. Além da Globo,
estariam envolvidos no esquema de corrupção as empresas Fox Sports, dos
Estados Unidos; e Televisa, do México. O esquema funcionava da seguinte
forma: As empresas de marketing esportivo negociavam diretamente com os
dirigentes esportivos da FIFA, Conmebol e CBF os direitos de transmissão
televisiva de campeonatos organizados por estas instituições. O valor dos
direitos televisivos adquiridos pelas empresas de marketing era menor do
que o negociado diretamente com os representantes das empresas de televisão,
que pagavam mais pelo direito de transmitir os campeonatos, incluindo na
diferença o suborno, que era repassado para os dirigentes esportivos, dando o
direito, sem licitação, sem concorrência livre e com exclusividade, das
empresas televisivas de transmitir os campeonatos de futebol, como a Copa do
Brasil, Copa América e Copa do Mundo.
O
FIFAgate também atingiu o então presidente da CBF, Marco Polo Del Nero,
que foi banido da FIFA e impedido de viajar para fora do Brasil, apesar de não
ter sido preso, o que aconteceu com o ex-presidente da CBF, José Maria Marin,
que ficou quase cinco anos preso nos Estados Unidos da América, condenado por
crimes de corrupção, segundo Machado (2020), tendo sido libertado em abril de
2020 por conta da idade avançada (87 anos) e pelo risco de contágio pela
Covid-19, doença que se tornou uma pandemia. Ricardo Teixeira, ex-genro de João
Havelange e presidente da CBF de 1989 até 2012, a qual foi dedicado um capítulo
no livro The Country of Football (2014), de Roger Kittleson, também foi
denunciado por inúmeros casos de corrupção, inclusive teve sua prisão pedida
nos Estados Unidos e extradição na Espanha por conta de propinas recebidas do
contrato com a fornecedora de material esportivo da seleção brasileira, Nike,
presidida por Sandro Rosell, que viria a ser presidente do Barcelona e que foi
preso justamente por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estaria
envolvida o grupo de mídia mais poderoso do Brasil, a Rede Globo de Televisão,
que “teria pago propinas pelo direito de transmissão de jogos de campeonatos de
futebol sem licitação, sem concorrência livre e com exclusividade”. No dia 28
de maio de 2019 foram presas na Espanha pessoas de formação diversa que
estariam envolvidas em manipulação de resultados de jogos de futebol no país,
inclusive na primeira divisão nacional.
O
escândalo de corrupção da Espanha teria envolvido jogadores dos clubes
de futebol Valladolid, Huesca, Deportivo de La Coruña e Getafe. As estatísticas
representam os resultados da observação (cf. Chapoulie, 1973). Nelas os fatos
são reconstituídos. No entanto a observação empírica é um processo de
indefinição apriorístico do objeto. O estatístico seleciona da realidade certo
recorte ideológico (amostragem) segundo seus próprios interesses. As
estatísticas apresentam uma medida dos diferentes aspectos da realidade,
incluindo sua prévia seleção. O grande problema encontrado pela aplicação da
análise estatística é que embora ela possa ser utilizada na produção de
conhecimento nos mais variados ramos da ciência e da política, seu grau de
previsão varia na mesma medida em que se deixam de lado variáveis aparentemente
consideradas desprezíveis ou insignificante, mas que no conjunto da análise
acabam por afetar o resultado dos dados e inferências obtidas. Hoje, devido ao
uso técnico e político generalizado da utilização de dados estatísticos pela
economia e pelo conjunto das ciências sociais e aplicadas, uma desconfiança
surge na medida em que a certeza de que a apreensão de dados técnicos e estatísticos
seja capaz de apreender e reinterpretar corretamente a realidade. Além da
manipulação de resultados, a investigação descobriu que as estatísticas, como
números de escanteios, faltas e cartões, também eram regularmente manipulados.
No
processo político-ideológico de limpeza dos bastidores do futebol mundial, o Caso
Fifa teve desdobramentos importantes em 2017. Em um esforço para demonstrar
que é vítima de dirigentes mal-intencionados, e não uma organização criminosa,
a entidade que comanda o esporte entregou em março à Justiça dos Estados Unidos
da América e da Suíça o resultado de quase dois anos de investigações internas,
em um documento de mais de 1.300 páginas. – “A Fifa se comprometeu a realizar
uma investigação completa e abrangente dos fatos, para que pudéssemos
responsabilizar os malfeitores do futebol e cooperar com as autoridades”, afirmou
o então presidente da FIFA, Gianni Infantino. “Concluímos essa investigação e
entregamos as provas às autoridades, que continuarão a perseguir aqueles que se
enriqueceram e abusaram de suas posições de confiança no futebol. A Fifa vai
agora voltar o seu foco para o jogo, para os torcedores e jogadores em todo o
mundo”. Enquanto as investigações continuavam, uma das peças-chave do caso
morreu: o dirigente norte-americano Chuck Blazer. Ex-membro do Comitê Executivo
da FIFA, Blazer, 72 anos, foi o primeiro delator do escândalo de corrupção que
veio à tona em maio de 2015. Ele havia confirmado o pagamento de propina para
que as sedes das Copas de 1998 (França) e 2010 (África do Sul) tivessem
vantagens na disputa contra as demais concorrentes. Mas foi historicamente no
fim de 2017 que o FIFAgate como caso de polícia ficou reconhecido
mundialmente, em referência comparativa a outro caso emblemático de corrupção
nos EUA, o Watergate, período que revelou seus principais capítulos.
Em
novembro, dois anos e meio após a eclosão do escândalo na Suíça, três dos 42
réus no processo começaram a ser julgados no Tribunal do Brooklyn, em Nova
York: José Maria Marin (ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol),
Manuel Burga (ex-presidente da Federação Peruana de Futebol) e Juan Ángel
Napout (ex-presidente da Conmebol). Todos se declararam inocentes. O
procurador-assistente dos Estados Unidos, Keith Edelman, declarou a membros do
júri que “os cartolas foram parte de uma conspiração para aceitar propinas de
empresas de marketing esportivo em troca de lucrativos direitos de marketing
para torneios de futebol, incluindo a Copa América e a Copa Libertadores”. Marin
foi detido em 27 de maio de 2015, em Zurique. Depois de cinco meses, foi
extraditado aos Estados Unidos, onde cumpre prisão domiciliar em seu
apartamento na 5ª Avenida, no arranha-céu Trump Tower, em uma das regiões mais
valorizadas de Nova York. A defesa do brasileiro passou os últimos anos
tentando enfraquecer a acusações contra ele. O dirigente pediu, por exemplo, à Justiça
norte-americana a anulação da acusação de participação de “grupo conspiratório”,
o equivalente à formação de quadrilha, o que pode agravar a sua pena, e teve o
recurso indeferido.
Com
o julgamento em pauta na Corte do Brooklyn, os advogados de Marin
buscaram distanciar o dirigente da acusação de recebimento de propina em
contratos relacionados à Copa do Brasil, Libertadores e Copa América e
afirmaram à juíza Pamela Chen que quem tomava as decisões na CBF era Marco Polo
Del Nero, então vice-presidente e atual comandante da entidade. – “Marin sempre
estava com Del Nero. Mas era Del Nero quem tomava as decisões. Marin estava
fora, estava à margem”, afirmou Charles Stillman. O advogado comparou a
corrupção no futebol internacional a um jogo de futebol infantil do qual Marin
não participou. “Ele era como o jovem do lado de fora do campo, colhendo margaridas
e olhando ao redor enquanto outros estavam correndo a pleno vapor”. A defesa de
Del Nero negou a participação do seu cliente em atos ilícitos e reafirmou que o
presidente da CBF não é réu no processo. O processo na Justiça norte-americana
revelou a participação da Rede Globo no escândalo de corrupção; a emissora
carioca foi tema recorrente nos depoimentos prestados. Em documento obtido pelo
R7, a Globo foi citada 14 vezes por Alejandro Burzaco, ex-diretor da empresa de
marketing Torneos y Competencias e um dos principais delatores do
escândalo de corrupção que corroeu as estruturas do futebol mundial. De acordo
com Burzaco, “a Globo pagou 15 milhões de dólares em propinas para assegurar
exclusividade na transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030”. O dinheiro
teria sido enviado por meio do ex-diretor Marcelo Campos Pinto para a T&T,
braço na Holanda da empresa de Burzaco em associação com a brasileira Traffic,
de J. Hawilla, e posteriormente repassado para uma conta na Suíça de Julio
Grondona, ex-presidente da Associação de Futebol Argentino e ex-vice-presidente
da Fifa responsável por cuidar dos direitos de transmissão para a América
Latina. Grondona morreu em 2014.
No
documento da Corte de Nova York que contém a transcrição do depoimento,
Alejandro Burzaco também revela as propinas pagas aos réus do caso, entre eles
José Maria Marin, que teria recebido 2,7 milhões de dólares. Além disso, o
delator relatou um encontro ocorrido em 2013, durante reunião do Comitê
Executivo da FIFA, com Marco Polo Del Nero, Marin e J. Hawilla. Na ocasião, os
dirigentes brasileiros teriam reclamado do atraso do pagamento de propinas
relacionadas à venda de direitos de transmissão. Principal patrocinadora da
seleção brasileira e suspeita de pagar suborno em contratos com a Confederação Brasileira
de Futebol, a Nike foi citada no depoimento de Luis Bedoya, ex-presidente da
Federação Colombiana de Futebol. De acordo com o cartola, a empresa de material
esportivo teria oferecido propinas para fechar contrato com a seleção
colombiana em 2010. A proposta teria ocorrido durante reunião de Bedoya com um
represente da companhia em Buenos Aires, na Argentina. Apesar da suposta
tentativa de suborno, os Cafeteros fecharam com a Adidas, principal concorrente
da Nike. Líder da indústria de material esportivo, a Nike já é investigada pela
Justiça dos Estados Unidos pelo contrato com a seleção brasileira avaliado em
160 milhões de dólares. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, é suspeito de
ter dividido com o empresário J. Hawilla, da Traffic, empresa de marketing
esportivo, uma propina de 30 milhões de dólares por terem fechado o acordo
recordista em cifras em 1996. Um dos intermediários do negócio foi o então
chefe da empresa Nike no Brasil, Sandro Rosell, que anos mais tarde se tornaria
o presidente do Barcelona e amigo íntimo de Ricardo Teixeira. Quem também
revelou como funcionava a negociata inescrupulosa no alto escalão do futebol
mundial foi o executivo brasileiro J. Hawilla, proprietário da empresa de
marketing esportivo Traffic e acionista da TV TEM, afiliada da Rede Globo no
interior de São Paulo.
Em
2014, Hawilla passou a colaborar com as autoridades americanas, se declarou
culpado por crimes de corrupção e obstrução de Justiça e concordou em pagar 151
milhões de dólares (R$ 494 milhões) ao governo dos Estados Unidos. Em seu
depoimento, ele assumiu ter pago subornos a dirigentes esportivos desde 1991,
quando firmou o segundo contrato de sua empresa com a Confederação
Sul-Americana de Futebol (Conmebol) pelos direitos de transmissão da Copa
América de 1993 a 1997. O executivo disse não recordar exatamente os valores,
mas estimou ser algo entre 400 mil dólares e 600 mil dólares. – “Foi um erro.
Me arrependo muito. Abriu-se a possibilidade de pedirem mais dinheiro cada vez
que um contrato se renovava”, resumiu o ex-diretor da Traffic no Tribunal do
Brooklyn. Além disso, J. Hawilla confirmou depósitos a Ricardo Teixeira,
ex-presidente da CBF, por intermédio de doleiros. Ele começou pagando 1 milhão
de dólares (R$ 3,2 milhões), depois aumentou para 1,2 mi, 1,5 mi, 2 mi, 2,5 mi
e finalmente 3 milhões de dólares (R$ 9,7 milhões). Teria pago propina para
garantir que a seleção brasileira enviasse seus melhores atletas à Copa América
- o mesmo foi feito com Julio Grondona, ex-presidente da AFA, e a equipe da
Argentina. – “Fundei uma empresa. Paguei milhões em subornos a dirigentes.
Ganhei muito dinheiro. Fui preso, menti ao FBI [Polícia Federal dos EUA].
Resolvi colaborar. Gravei pessoas. Me arrependo muito”, finalizou J. Hawilla em
seu depoimento. O dono da Traffic apresentou gravações telefônicas entre ele e
o ex-presidente do Flamengo Kléber Leite, da Klefer Marketing Esportivo.
Os
grampos indicam que os executivos brasileiros teriam discutido o
pagamento de subornos para o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marco Polo Del Nero, e
seus antecessores José Maria Marin e Ricardo Teixeira. Em um dos áudios, que
seria de 2014, Hawilla teria tentado induzir Leite a assumir sua participação
no esquema de corrupção, no que o interlocutor, suspeito, respondeu: - “Acho
que por telefone é perigoso, sabe? Melhor falarmos sobre isso pessoalmente”,
afirmou Kléber Leite. O Jornal da Record teve acesso aos áudios apresentados ao
tribunal de Nova York pelo delator do caso Fifa. Os direitos de transmissão da
Copa do Brasil de 2013 e 2014 foram adquiridos pela Traffic, porém, meses
depois a empresa de J. Hawilla e a Klefer firmaram um acordo para compartilhar
custos e lucros da competição entre 2013 e 2022. Com as propinas devidamente
pagas, o delator brasileiro gravou secretamente José Maria Marin durante um
jantar em Miami, em abril de 2014, e perguntou ao então presidente da CBF sobre
o pagamento do suborno. “Nós resolvemos tudo”, teria respondido Marin. “Foi
muito bom”, completou o ex-presidente da CBF. Por nota, a Rede Globo negou todas
as acusações e afirmou que “não é parte nos processos que correm na Justiça
norte-americana”; os advogados de José Maria Marin refutam a participação de
seu cliente em qualquer evento ilícito; José Roberto Batochio, que defende Del
Nero no caso, afirmou que no período compreendido pela investigação seu cliente
não era presidente da CBF e, portanto, não assinou contratos sob suspeita;
Ricardo Teixeira também diz serem inverídicas as acusações contra ele, mas não
descarta comparecer à Corte caso seja intimado formalmente; Kléber Leite
respondeu à reportagem por meio de um comunicado da Klefer, no qual a empresa
acusa a denúncia de Hawilla de “mentirosa e irresponsável”; a Nike se
pronunciou por meio da porta-voz da empresa, Ilana Finley, que repudiou “qualquer
forma de manipulação ou propina” e afirmou que a empresa “está e seguirá
cooperando com as autoridades”; J. Hawilla se declarou culpado e concordou em
devolver R$ 494 milhões às autoridades norte-americanas.
Bibliografia Geral Consultada:
CHAPOULIE, Jean-Michel, “Sur l`Analyse Sociologique des Groupes Professionnels”. In: Revue Française de Sociologie, nº XIV, 1973; pp. 86-114; MARX, Carlos, El Capital. Crítica de la Economía Política. Libro Primero. Buenos Aires: Editorial Cartago, 1973; Idem, O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann. 4ª edição. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1978; AMBROSE, Stephen Edward, Nixon: The Triumph of a Politician 1962-1972. Nova Iorque: Editor Simon & Schuster, 1989; KEYNES, John Maynard, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo: Editora Atlas, 1992; LUHMANN, Niklas, Confianza. Barcelona: Editorial Anthropos, 2005; KARNAL, Leandro et alii, História dos Estados Unidos: das Origens ao Século XXI. São Paulo: Editor Contexto, 2007; JENNINGS, Andrew, Jogo Sujo: O Mundo Secreto da Fifa: Compra de Votos e Escândalo de Ingressos. São Paulo: Editora Panda Books, 2011; HILFERDING, Rudolf, Il Capitale Finanziario. Milano: Editore Mimesis, 2011; PENNA, Adriana Machado, Esporte Contemporâneo: Um Novo Templo do Capital Monopolista. Tese de Doutorado. Faculdade de Serviço Social. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2011; PEREIRA, José Mario e SILVIA, Marta Vieira, João Havelange - O Dirigente Esportivo do Século XX. São Paulo: Editora Comitê Olímpico Brasileiro Cultural; Editora Casa da Palavra, 2011; BRINATI, Francisco Ângelo, Maracanazo e Mineiratzen: Imprensa e Representação da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1950 e 2014. Tese de Doutorado. Faculdade de Comunicação Social. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2015; Artigo: “FIFA Gate: ¿Por qué se llama así al caso de corrupción de la federación de fútbol?”. In: https://rpp.pe/futbol/05/12/2015; CHADE, Jamil, Política, Propina e Futebol: Como o Padrão Fifa Ameaça o Esporte mais Popular do Planeta. Rio de Janeiro: Editora Taylor & Francis Group Objetiva, 2015; BAYLE, Emannuel; RAYNER, Hervé, “Sociology of a Scandal: The Emergence of FIFAgate”. In: Soccer & Society. San Diego: Editor Taylor & Francis Group, 2016; ROCHA, Luiz Guilherme Burlamaqui Soares Porto, A Dança das Cadeiras: A Eleição de João Havelange à Presidência da FIFA (1950-1974). Tese de Doutorado. Departamento de História. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2019; MACHADO, Wesley Barbosa, “O FIFAgate e Outros Recentes Escândalos de Corrupção no Futebol Brasileiro e Mundial e os Fenômenos da Midiatização e da Hipermercantilização do Futebol”. In: Ludopédio. São Paulo, vol. 137, nº 68, 2020; FREIRE, Vitor Daronco, A CBD e Suas Disputas de Poder (1966-1974). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação Física. Faculdade de Educação Física. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2021; entre outros.
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