“Nossas cicatrizes servem pra nos lembrar que o passado foi real”. Hannibal Lecter
Convenções de terror reúnem a comunidade de fãs de diversas formas de terror, incluindo cinema de terror, estilo de vida gótico e, ocasionalmente, ficção científica e fantasia. Historicamente, o foco tem sido a forma cinematográfica em vez da literatura e da arte, mas isso se ampliou para incluir todas as formas nos últimos anos. Os participantes de uma convenção de terror são tradicionalmente reconhecidos como membros da convenção; celebridades convidadas, incluindo diretores de cinema e estrelas, são comumente conhecidas como convidadas da convenção, embora muitos profissionais, incluindo diretores, compareçam simplesmente como membros. Na primeira manhã da maioria das convenções, acontecem as “Cerimônias de Abertura”, onde os organizadores e convidados especiais são apresentados e discursos podem ser feitos. Algumas convenções, como o Fim de Semana dos Horrores, exibem músicas e vídeos com temática de terror. Discussões lideradas por painéis, ou Painéis, geralmente preenchem o horário diurno da maioria das convenções com discussões de uma hora sobre tópicos relacionados a filmes de terror, literatura de terror e fandom em geral. O entretenimento noturno geralmente inclui uma combinação de eventos oficiais e não oficiais, incluindo bailes, jantares formais para convidados e festas temáticas de fandom.
Uma festa de Apresentação de propostas é uma festa realizada para influenciar a escolha do local de uma futura convenção, divulgando suas vantagens. Um concurso de fantasias chamado “masquerade” é frequentemente realizado, no qual as pessoas sobem ao palco e competem por prêmios simbólicos com base em sua habilidade em montar e apresentar trajes inspirados em terror. Trata-se mais de um “show de talentos” do que do “baile à fantasia” embora o fandom britânico às vezes use o termo “fancy dress”. Há uma representação de Sala de Revendedores ou de Vendedores Ambulantes, onde os comerciantes vendem produtos de interesse dos fãs. Isso inclui livros, bonecos de ação, réplicas de adereços e camisetas. Convenções menores podem ter apenas uma informal Fileira de Revendedores, uma seção de quartos de hotel onde os revendedores vendem produtos, enquanto convenções maiores podem ter tanto uma sala oficialmente de revendedores quanto uma fileira não oficial de revendedores. Muitas convenções têm salas de vídeo, nas quais acontecem apresentações audiovisuais relacionadas ao gênero e/ou são exibidos filmes e trailers. Muitas vezes, as “Cerimônias de Encerramento” no último dia da convenção são totalmente dispensadas. Essa omissão se deve a que tais cerimônias seriam logicamente realizadas após o término dos eventos programados, e os membros da convenção estão ocupados fazendo as malas e fazendo o checkout do hotel. Cerimônia ou não, é provável que haja uma festa do “cachorro morto”. Esta é a tradicional festa de encerramento, onde poucos dos participantes têm muita energia. Esta festa é uma tentativa de trazer as pessoas de volta ao mundo real fora das convenções e pode ser um método com utilidade de uso provavelmente eficaz para afastar a depressão, que é associada ao “fim de um grande evento”.
Podemos fazer analogias com as festas de descompressão após grandes eventos, como o Burning Man que começou como um ritual de fogueira no solstício de verão. A escultora Mary Grauberger, amiga da namorada de Larry Harvey, Janet Lohr, realizou reuniões de fogueira de solstício em Baker Beach por vários anos antes de 1986, algumas das quais Harvey compareceu. Quando Grauberger parou de organizá-las, Harvey “pegou a tocha”, com a permissão de Grauberger, e correu com ela. Ele e Jerry James construíram a primeira efígie de madeira em 21 de junho de 1986, remendada com restos de madeira, para ser incendiada naquela noite. Em 22 de junho, Harvey, James e alguns amigos se encontraram em Baker Beach, em São Francisco e queimaram um homem de madeira de 2,4 metros de altura e um cachorro de madeira menor. Harvey mais tarde descreveu sua inspiração para queimar essas efígies como um ato espontâneo de “autoexpressão radical”. Em 1987, o Homem cresceu até 15 pés (5 metros) de altura e, em 1988, cresceu até 30 pés (9 metros). Em 1988, Harvey “batizou” formalmente o ritual de passagem do solstício de verão de Burning Man, intitulando panfletos sobre o evento como tal. Isso foi realizado para afastar referências ao “homem de vime”, a supostamente prática pagã de origem celta de “queimar sacrifícios vivos” em gaiolas fabricadas de vime em formato humano. Harvey afirmou que só assistiu ao filme extraordinariamente cult - The Wicker Man de 1973, e que ele não se inspirou, deste do ponto de vista na metodologia da ação coletiva.
Em
1990, um evento separado foi planejado por Kevin Evans e John Law na remota e
amplamente desconhecida playa, conhecida como Deserto de Black Rock, a
cerca de 180 km ao Norte de Reno, Nevada. Evans o concebeu como uma zona
autônoma temporária dadaísta com esculturas para serem queimadas e arte
performática situacionista. Ele pediu a John Law, que também tinha experiência
no lago seco e foi um dos fundadores definidores da Cacophony Society,
para assumir as funções centrais de organização dos eventos. No boletim
informativo da Cacophony Society, foi anunciado como Viagem de Zona nº 4, Um
Dia Ruim em Black Rock inspirado no filme de 1955 de mesmo nome. A polícia do
parque, argumentando que os organizadores não tinham autorização, opôs-se à
queima do solstício em Baker Beach. Após fecharem um acordo para erguer o
Homem, mas não para queimá-lo, os organizadores do evento o desmontaram e o
devolveram ao terreno baldio onde havia sido construído. Pouco depois, as
pernas e o tronco do Homem foram serrados com motosserra, e as peças foram
removidas quando o espaço foi inesperadamente alugado como estacionamento. O
Homem foi reconstruído, liderado pelo extraordinário Dan Miller, então colega
de casa de Harvey por muitos anos, bem a tempo de levá-lo para a Viagem de Zona
nº 4.
Michael
Mikel, outro cacofonista ativo, percebeu que os participantes não
familiarizados com o ambiente natural do lago seco se beneficiariam da ajuda de pessoas
experientes para garantir que não se perdessem nas profundezas do lago seco,
correndo o risco de desidratação e morte. Ele adotou o nome de “Danger Ranger”
e criou os Black Rock Rangers para auxiliá-los. Assim, a Black Rock
City começou como uma irmandade organizada por Law e Mikel, com base nas
ideias de Evans e Grauberger e no homem simbólico de Harvey e James. Com base
em sua experiência no ramo de sinalização e escultura de luz, Law preparou
tubos de neon personalizados para o Homem a partir de 1991, para que ele
pudesse ser visto como um farol para auxiliar a navegação noturna, muito antes
de haver estradas planejadas. Em seus primeiros anos, a comunidade cresceu
apenas através chamado “boca a boca”, e todos eram considerados participantes
em sua contribuição para a cacofônica vibração situacionista. Não havia
artistas ou artistas pagos ou contratados, não havia separação entre arte e
vida, nem espaço de arte e espaço de convivência, nem regras além de “Não
interfira na experiência imediata de ninguém” e “sem armas no acampamento
central”. Aliás, em 1991 marcou o primeiro ano em que o evento teve uma licença
legal através do Bureau of Land Management. Foi também o ano em que a
modelo de arte e dançarina do fogo e mais tarde a primeira diretora de arte do
Burning Man, Crimson Rose compareceu ao evento. Em 1992 viu o nascimento de um
evento menor, intensivo e próximo, chamado Desert Siteworks, concebido e
dirigido por William Binzen e coproduzido em 1993 e 1994 com Judy West. Houve
cerca de 20 participantes no primeiro ano e aproximadamente 100, na sequência
do segundo e terceiro anos de ocorrência. Enfim, o evento anual, com várias
semanas de duração, foi realizado durante o solstício de verão em várias fontes
termais férteis ao redor do deserto. Os participantes construíram arte e
participaram de performances autodirigidas.
A
Garota Que Sabia Demais (em italiano: La Ragazza Che
Sapeva Troppo) tem como representação social um filme italiano de giallo
de 1963, dirigido por Mario Bava, estrelado por John Saxon, como Dr. Marcello
Bassi e Letícia Román, como Nora Davis. A trama gira em torno de uma jovem
norte-americana chamada Nora, que viaja para Roma e testemunha um assassinato.
A polícia e o Dr. Bassi não acreditam nela, já que nenhum cadáver foi
encontrado. Vários outros assassinatos se seguem, ligados a uma sequência de
uma década de vítimas de assassinato escolhidas em ordem alfabética. The
Girl Who Knew Too Much é considerado o primeiro filme giallo, um
gênero cinematográfico com uma mistura eficaz de “suspense, exploração sexual e
convenções de terror”. Existia uma série de livros policiais na Itália
que tinham a capa amarela. Quando se começaram a produzir filmes sobre
assassinos em séries sendo perseguidos por detetives, a associação com os
livros levou a que esse gênero cinematográfico tenha sido apelidado de giallo. A maioria
dos filmes contemporaneamente deste gênero são semelhantes, com um assassino em
série que geralmente é demonstrado somente no final, durante o filme vemos
apenas suas mãos vestidas com luvas pretas de couro, um detetive que procura
esse assassino, mortes chocantes, principalmente sobre apropriação de corpos de
mulheres, sempre com cenas de perseguição antes do ato, e exposição de corpos
total ou parcialmente nus.
A semelhança serve à
representação, que reina sobre ela; a similitude serve à repetição, que corre
através dela. A semelhança se ordena segundo o modelo que está encarregada de
acompanhar e de fazer reconhecer; a similitude faz circular o simulacro como
relação indefinida e reversível do simular ao simular. Na Décalcomanie (1966),
uma cortina vermelha de largas dobras que ocupa dois terços do quadro subtrai
ao olhar uma paisagem do céu, do mar e de areia. Ao lado da cortina, dando como
de costume, as costas ao espectador, o homem com chapéu-coco olha para o
perigo. A cortina se encontra recortada com uma forma que é exatamente a do
homem: como se fosse ele próprio um pedaço de cortina cortado com a tesoura.
Nessa larga abertura, vê-se a praia. O que se deve compreender? É o homem
destacado da cortina e, ao se deslocar permite ver o que ele provavelmente
estava olhando quando se misturava com a dobra da cortina? Decalcomania?
Deslocamento e mudança de elementos similares, mas de modo alguma reprodução
semelhante: “corpo=cortina”, diz representação semelhante.
A
semelhança comporta uma única asserção, sempre a mesma. A similitude as
afirmações diferentes, que dançam juntas, apoiando-se e caindo umas em cima das
outras. Expulsa do espaço do quadro, excluída da relação entre as coisas que
reenviam uma à outa, a semelhança desaparece. Mas não era para reinar em outro
lugar, onde estaria liberta do jogo indefinido da similitude. Não cabe à
semelhança ser a soberania que faz surgir. A semelhança, que não é uma
propriedade das coisas, não é própria ao pensamento? “Só ao pensamento”, diz
Magritte, “é dado ser semelhante; ele assemelha sendo o que vê, ouve ou
conhece; torna-se o que o mundo oferece”. O pensamento assemelha sem
similitude, tornando-se ele próprio essas coisas cuja similitude entre si
exclui a semelhança. A pintura é esse ponto onde está na vertical um pensamento
que está sob o modo da semelhança e das coisas que estão nas relações de
similitude. Isto não é um cachimbo é suficiente para a questão: quem fala a
enunciação? Ou antes, de fazer falar, os elementos dispostos, seja deles mesmo:
“Isto não é um cachimbo”. Ela inaugura um jogo de transferências que correm,
proliferam, se propagam, se respondem, no plano do quadro sem nada afirmar, nem
representar nesses jogos da similitude.
Em Les Liaisons Dangereuses
uma mulher nua mantém diante de si um espelho que a esconde quase inteiramente:
tem os dois olhos quase fechados, baixa a cabeça, que volta para a esquerda
como se quisesse não ser vista e não ver que é vista. Esse espelho, que se
encontra exatamente no plano do quadro e de frente para o espectador, envia a
imagem da própria mulher que se esconde: a face refletidora do espelho faz ver
essa parte do corpo (dos ombros às coxas) que a face cega esconde. O espelho
funciona um pouco ao modo de uma tela radioscópica. Mas com todo um jogo de
diferenças. A mulher é ali vista de perfil, inteiramente voltada para a
direita, o corpo ligeiramente inclinado para a frente, o braço não estendido
para carregar o espelho pesado, mas dobrado sobre os seios; a longa cabeleira
que deve mergulhar por trás do espelho, à direita, escorre, na imagem do
espelho, à esquerda, ligeiramente interrompida pela moldura do espelho, no
momento desse ângulo brusco. A imagem é menor do que a própria
mulher, indicando, entre o espelho e o que ele reflete, uma distância que a atitude da mulher contesta, ou é por ela contestada, apertando
o espelho contra seu próprio corpo para melhor escondê-lo. Esse pouco de
distância por trás do espelho é manifestado ainda pela proximidade da
parede. Entre a parede e o espalho, o corpo escondido foi eliminado e a
superfície opaca da parede, que recebe apenas sombras, não há nada.
Em
todos esses planos, escorregam-se similitudes que nenhuma referência vem fixar;
translações sem ponto de partida nem suporte. Dia virá no qual a própria
imagem, com o nome que traz, é que será desidentificada pela relação
social de similitude indefinidamente transferida numa série. Isto quer dizer
que o objeto abstrato: “Isto não é um cachimbo”, silenciosamente escondido na
representação semelhante, tornou-se o “Isto não é um cachimbo” das similitudes
em circulação. Michel Foucault com o único fim de estabelecer os efeitos
sociais a partir de tais relações sociais e políticas desloca-se deste ponto de
vista para trabalhar com algumas séries de noções: “formações discursivas”,
“positividade”, “arquivo”, definindo um domínio. Os enunciados, o campo enunciativo,
as práticas discursivas, revelam a especificidade de um método de análise que
não seria “nem formalizador, nem interpretativo”, pois já existem muitos
métodos capazes de descrever e analisar a linguagem, para que não seja
presunção querer acrescentar-lhes outro. Ele já havia mantido “sob suspeita”,
expressão que utiliza hic et nunc, em unidades de discurso como o livro ou a
obra porque desconfiava que não fosse tão imediata e evidente quanto pareciam:
será razoável opor-lhes unidades estabelecidas à custa de tal esforço, depois
de tantas hesitações e segundo princípios tão obscuros que foram necessárias
centenas de páginas para elucidá-los? O que pode oferecer essa arqueologia?
Qual é a recompensa de tão árdua empresa?
A arqueologia procura ordenar, classificar, averiguar
e compreender os fatos sociais e históricos ocorridos.
Entre
análise arqueológica e história das ideias, os pontos de separação são
numerosos, mas que simplificadamente, para o filósofo, apresentam quatro
distinções: 1ª) A arqueologia busca definir não os pensamentos, as
representações, as imagens, os temas, as obsessões que se ocultam ou se
manifestam nos discursos; mas os próprios discursos, enquanto práticas que
obedecem a regras sociais. Ela não trata o discurso como documento, mas onde se
mantém a parte, a profundidade do essencial; ela se dirige ao discurso em seu
volume próprio, na qualidade de monumento. Não busca um “outro discurso” mais
oculto. Recusa-se a ser “alegórica”; 2ª) A arqueologia não procura encontrar a
transição contínua e insensível que liga, em declive suave, os discursos ao que
os precede, envolve ou segue. O problema dela é, pelo contrário, definir a
tópica dos discursos em sua especificidade, sintoma e precariedade dada. Mostrando em que sentido o jogo das regras
que utilizam é irredutível a qualquer outro; segui-los ao longo de suas arestas
exteriores para melhor salientá-los. Ela não vai à progressão lenta do campo do
confuso da opinião à singularidade do sistema ou à estabilidade definitiva da
ciência; não é uma “doxologia”, mas uma análise diferencial das modalidades de
discurso; 3ª) A arqueologia não é ordenada pela figura soberana da obra; não
busca compreender o momento em que esta se destacou no horizonte anônimo.
Não
quer reencontrar o ponto enigmático em que o individual e o social se invertem
um no outro. Ela não é nem psicologia, nem sociologia, nem, num sentido mais
geral, a ideia de “antropologia da criação”. A obra não é para ele um recorte
metodológico acadêmico pertinente, mesmo se se tratasse de recolocá-la em seu
contexto mais global, ou na rede das causalidades positivistas que a sustentam.
Ela define tipos e regras de práticas discursivas que atravessam obras
individuais. Embora muitas vezes as comandasse inteiramente e as dominam sem
que nada lhes escape, no sentido panoptista. Mas sem dúvida em outras
vezes, que só lhes rege uma parte referida à instância do sujeito e princípio
de sua unidade que ao que parece lhes são estranhas. Foucault entende que a arqueologia não
procura reconstituir o que pôde ser pensado, desejado, visado, experimentado,
almejado pelos homens no próprio instante em que proferiam o discurso. Ela não
se propõe a recolher esse núcleo aparente e fugidio onde Autor e obra trocam de
identidade. Onde o pensamento permanece ainda o mais próximo de si, na forma
ainda não alterada do mesmo, e onde a linguagem não se desenvolveu ainda na
dispersão espacial sucessiva do discurso. Não tenta repetir o que parece que
foi dito, reencontrando-o em sua própria identidade. Não se pretende apagar na
modéstia ambígua de uma leitura que deixaria voltar, em sua pureza, a luz
longínqua, precária, quase extinta da origem. Menos que nada e diferente da
“reescrita”. É na forma mantida da exterioridade, uma transformação do
que já foi escrito. Não é, pois, o retorno próprio ao segredo da origem, é descrição objetivam do discurso-objeto.
Na análise o pintor está ligeiramente afastado do quadro, com um olhar em direção ao modelo e acrescentar um último toque, mas é possível também que o primeiro traço não tenha ainda sido aplicado. O braço que segura o pincel está dobrado para a esquerda, na direção da palheta; permanece imóvel, por um instante, entre a tela e as cores. Essa mão hábil particular do ofício de pintor está pendente do olhar; e o olhar, em troca, repousa sobre o gesto suspenso. Entre a fina ponta do pincel e o gume do olhar, o espetáculo vai liberar seu volume. Não sem um sistema sutil de evasivas. Distanciando-se um pouco, o pintor colocou-se ao lado da obra na qual trabalha. Isso quer dizer que para o espectador que olha, ele está à direita de seu quadro, o qual ocupa toda a extremidade esquerda. A esse mesmo espectador o quadro volta às costas: dele só se pode perceber o reverso, com a imensa armação que o sustenta como se fosse um arco da representação e captura da imagem. É perfeitamente visível em toda a sua estatura. Mas, de todo modo, ele não está encoberto pela alta tela que, talvez, irá absorvê-lo logo em seguida, quando, dando um passo em sua direção, se entregará novamente a seu trabalho; sem dúvida, nesse mesmo instante, ele acaba de aparecer aos olhos do espectador, surgindo dessa espécie de grande gaiola virtual que a superfície que ele está pintando projeta para trás. Podemos vê-lo agora, num instante de pausa, no centro neutro dessa oscilação. Seu talhe escuro, seu rosto claro são meios-termos entre o visível e o invisível: saindo dessa tela que nos escapa, ele emerge aos nossos olhos; mas quando, dentro em pouco, der um passo para a direita, furtando-se aos nossos olhares, achar-se-á colocado bem em face da tela que está pintando; entrará nessa região onde seu quadro, negligenciado por um instante, vai tornar-se de novo visível, sem sombra nem reticência.
Como
se o pintor não pudesse ser ao mesmo tempo visto, no quadro em que está
representado, e ver, aquele em que se aplica representar, ele reina no limiar
dessas duas visibilidades incompatíveis. Quando se colocam o espectador no
campo de seu olhar, os olhos do pintor captam-no, constrangem-no a entrar no
quadro, designam-lhe um lugar-tempo privilegiado, obrigatório, apropriam-se da
espécie e projetam a superfície inacessível da tela virada. Ele vê sua invisibilidade
tornada visível ao pintor e transposta em uma imagem definitivamente invisível
a ele próprio. Surpresa que é multiplicada e tornada ainda mais inevitável por
um estratagema marginal. Pensando bem, ele não faz ver nada do que o próprio
quadro representa. Seu olhar imóvel vai captar à frente do quadro, nessa região
necessariamente invisível que forma sua face exterior, as personagens que ali
estão dispostas. Em vez de girar em torno de objetos visíveis, esse espelho
atravessa todo o campo da representação, negligenciando o que aí poderia captar,
e restitui a visibilidade ao que permanece fora do olhar. Mas essa
invisibilidade que ele supera não é a do oculto, pretende ser ao que é
invisível, ao mesmo tempo pela estrutura do quadro e por sua existência como
pintura. A negação que divorcia o nome do desenho dele próprio vai intercambiar
imagem e texto. Essa negação não cessa, seguindo o poder de negar e de
desdobrar em outras questões.
O
giallo foi muito importante para o gênero do terror. A maioria dos
realizadores italianos da atualidade teve sua estreia cinematográfica com giallos.
Foi tão popular em sua época que esteve na origem dos gêneros slasher, ou seja,
assassino em série que persegue adolescentes, muito popular nas décadas de 1980
e 1990, e splatter com escopo deliberado na representação da violência gráfica,
geralmente contendo cenas de mutilações, decapitações e muito sangue. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) define que a “sexualidade faz parte da
personalidade de cada um, sendo uma necessidade básica e um aspecto do ser
humano que não pode ser separado de forma nenhuma de outros aspectos da vida. A
sexualidade influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, portanto,
a saúde física e mental”. Ocorre por parte de alguns estudiosos, a tentativa de
afastamento do conceito de sexualidade da noção de reprodução animal associada
ao sexo. Enquanto que esta noção se prende com o nível físico do homem enquanto
animal, a sexualidade tende a se referir ao plano psicológico do indivíduo.
Além dos fatores biológicos (anatômicos, fisiológicos, etc.), a sexualidade de
um indivíduo pode ser fortemente afetada pelo ambiente sociocultural e
religioso em que este se insere. Um exemplo disto é que em algumas sociedades,
na sua maioria orientais, promove-se a poligamia ou bigamia, ou seja, a
possibilidade ou dever de ter múltiplos parceiros. Em algumas partes do mundo a
sexualidade explícita ainda é considerada como uma ameaça aos valores
político-sociais ou religiosos. Organização Mundial da Saúde é uma agência
especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à
Organização das Nações Unidas. A sede é em Genebra, na Suíça. A OMS tem suas
origens nas guerras do fim do século XIX (México, Crimeia). Após a Grande Guerra (1914-1918), a SDN criou seu comitê de higiene, que foi o
embrião da OMS.
Hannibal
Lecter nasceu no Castelo Lecter em 1938, dia 30 de janeiro, em Caunas, na
Lituânia. Seu pai, o Conde Lecter, descendia de uma importante família lituana,
enquanto sua mãe, Simonetta, pertencia à alta burguesia italiana. Hannibal teve
apenas uma irmã, Mischa Lecter, nascida por volta de 1939. Durante a 2ª guerra mundial
(1939-1945), Lecter passou por vários acontecimentos traumáticos de grande
intensidade. Por essa época, a Lituânia sofria a devastação da guerra, devido
aos ataques Nazistas sobre a Rússia. A família Lecter foi vítima das incursões
alemãs pelo seu país, tendo apenas sobrevivido Hannibal e Mischa do confronto
entre as torpes tropas nazistas e o Exército Vermelho. Segundo a novela de
Thomas Harris, os irmãos tornaram-se cativos dos hiwis. Após este
episódio. Os hiwis, que se faziam passar por equipes da Cruz Vermelha,
instalaram-se na casa de campo da família Lecter para “se abrigar de um
rigoroso inverno e acabaram matando Mischa e a devoraram, traumatizando
Hannibal”. Depois da Guerra, Hannibal foi criado num orfanato soviético
instalado no Castelo Lecter, na Lituânia, até ser encontrado por seu
tio, Robert, e ser levado para Paris. Quando o tio foi assassinado, passou a ser criado pela esposa de Robert, Lady Murasaki, uma japonesa
sobrevivente da bomba atômica. Em Paris, Hannibal estudou medicina.
Ainda
na França, ele cometeu seus primeiros assassinatos, todos por vingança. Entre
as primeiras vítimas de Hannibal, estavam: o peixeiro Paul Momund, que havia
matado Robert Lecter após uma briga, e os hiwis que haviam matado sua irmã,
Mischa, e os quais Hannibal caçou um por um. Após esses crimes, Hannibal fugiu
para os Estados Unidos da América. Entre 1970 e 1975, Hannibal Lecter adquiriu
o título de Dr. em Medicina, na especialidade de Psiquiatria, no estado de
Maryland. Em 1975, o Dr. Lecter trabalhou como especialista em psiquiatria nos
tribunais de Maryland e Virgínia. A primeira vítima de Lecter nos Estados Unidos
da América foi Mason Verger, personagem de tendências homossexuais, membro da
sua lista de pacientes influentes, que adquiriu certa amizade com Dr. Lecter.
Hannibal, a determinada altura, entorpece Verger e após pancada na nuca que o
deixa tetraplégico, dá apenas a cara a cães mantidos em clausura e privados de
alimento. Assim, Mason fica com a face totalmente deformada. No entanto, Mason
Verger sobreviveu, tetraplégico e deformado facialmente. Esta personagem é uma
das duas vítimas que sobrevivem aos ataques de Lecter. No papel de ajudante do
FBI na elaboração de perfis psicológicos criminais, Lecter travou uma relação
de amizade com o agente especial Will Graham, o qual posteriormente se
converterá numa das suas vítimas e a segunda (e última) a sobreviver aos seus
ataques. Este fato põe a verdade ao descoberto e, em seguida, Lecter é
capturado para ser sentenciado em julgamento, no qual é apresentada uma lista
de nove vítimas comprovadas até esse momento.
Neste
aspecto Michel Foucault nos adverte sobre a questão abstrata da analítica do
poder que se constitui o marco histórico e pontual de “docilidade dos
corpos”. Para ele o soldado é, antes de
tudo, alguém que se reconhece de longe; que leva os sinais naturais de seu
vigor e coragem, as marcas também de seu orgulho: seu corpo é o brasão de sua
força e de sua valentia: e se é verdade que deve aprender aos poucos o ofício
das armas – essencialmente lutando – as manobras como a marcha, as atitudes
como o porte da cabeça se originam, em boa parte, de uma retórica corporal de
honra. Eis como ainda no início do século XVIII se descrevia a figura ideal do
soldado. Mas na segunda metade deste século, o soldado se tornou algo que se
fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se
precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas: lentamente uma coação calculada
percorrer cada parte do corpo, assenhoreia-se dele, dobra o conjunto, torna-o
perpetuamente disponível, e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos
hábitos; em resumo, foi “expulso o camponês” e lhe foi dada a “fisionomia de
soldado”. Ipso facto, houve, durante a época clássica, uma descoberta do
corpo como objeto e alvo de poder. Encontraríamos sinais dessa grande atenção
dedicada então ao corpo que se manipula, modela-se, treina-se, que obedece,
responde, torna-se hábil ou cujas forças se multiplicam descrito como
“homem-máquina”.
O
grande livro do homem-máquina foi descrito simultaneamente em dois
registros: no anátomo-metafísico, cujas primeiras páginas haviam sido escritas
por Descartes e que os médicos, os filósofos continuaram; o outro,
técnico-político, constituído por um conjunto de regulamentos militares,
escolares, hospitalares e por processo empíricos e refletidos para controlar ou
corrigir as operações do corpo. Dois registros bem distintos, pois se tratava
ora de submissão e utilização, ora de funcionamento e de explicação: corpo
útil, corpo inteligível. E, entretanto, de um ao outro, pontos de
cruzamento. “O homem-máquina” de Julien Offray La Mettrie (1709-1751) é ao
mesmo tempo uma redução materialista da alma e uma teoria geral do
adestramento, no centro dos quais reina a noção de “docilidade” que une ao
corpo analisável o corpo manipulável. Em sua significação específica é dócil um
corpo que pode ser submetido, que pode ser utilizado, que pode ser transformado
e aperfeiçoado. Contudo, os famosos autômatos, por seu lado, não eram apenas
uma maneira de ilustrar o próprio organismo; eram também, na falta de melhor expressão,
bonecos políticos, modelos reduzidos de poder: obsessão de Frederico II
(1712-1786), rei minucioso das pequenas máquinas, dos regimentos bem treinados
e dos longos exercícios.
Metodologicamente
a questão a responder é a seguinte: Nesses esquemas de docilidade, em que o
século XVIII teve tanto interesse, o que há de tão novo? Não é a primeira vez,
certamente, que o corpo é objeto de investimentos tão imperiosos e urgentes; em
qualquer sociedade, o corpo está preso no interior de poderes mito apertados,
que lhe impõem limitações, proibições ou obrigações. Muitas coisas, entretanto,
são novas nessas técnicas. A escala, em primeiro lugar, do controle; não se
trata de cuidar do corpo, massa, grosso modo, como se fosse uma unidade
indissociável, mas de trabalha-lo detalhadamente; de exercer sobre ele uma
coerção sem folga, de mantê-lo ao mesmo nível prático da mecânica – movimentos,
gestos, atitudes, rapidez: poder infinitesimal sobre o corpo ativo. O objeto,
em seguida, do controle: não, ou mais, os elementos significativos do
comportamento ou a linguagem do corpo, mas a economia, a eficácia dos
movimentos, sua organização interna; a coação se faz mais sobre as forças que
sobre os sinais; a única cerimônia que realmente importa é a do exercício. A
modalidade, enfim, implica uma coerção ininterrupta, constante, que vela sobre
os processos da atividade mais que sobre seu resultado e se exerce de acordo
com uma codificação que esquadrinha ao máximo o tempo, o espaço, os movimentos.
Esses
métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam
a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de
docilidade-utilidade, são o que podemos chamar disciplinas. Muitos processos
disciplinares existiam há muito tempo: nos conventos, nos exércitos, nas
oficinas também. Mas as disciplinas se tornaram no decorrer dos séculos XVII e
XVIII fórmulas gerais de dominação. Diferentes da escravidão, pois não se
fundamentam numa relação de apropriação dos corpos; é até a elegância da
disciplina dispensar essa relação custosa e violenta obtendo efeitos de
utilidade pelo menos igualmente grandes. Mas também ocorre que são diferentes
também da domesticidade, que é uma relação social de dominação constante,
global, maciça, não analítica, ilimitada e estabelecida sob a forma de vontade
de poder singular do patrão, sendo quase seu “capricho”. Diferentes da
vassalidade que é uma relação de submissão altamente codificada, mas longínqua
e que se realiza menos sobre as operações do corpo que sobre os produtos do
trabalho e as marcas rituais de obediência. Diferentes do ascetismo e das
“disciplinas” de tipo monástico, que têm por função realizar renúncias mais do
que aumentos de utilidade e obediência, têm como fim um aumento do domínio de
cada um sobre seu próprio corpo.
O
momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo
humano, que visa não unicamente o aumento de suas habilidades, nem tampouco
aprofundar sua sujeição, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o
torna tanto uma política das coerções que são um trabalho sobre o corpo, uma
manipulação calculada de seus elementos, de seus gestos, de seus
comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o
esquadrinha, o desarticula e o recompõe. Uma “anatomia política”, que é também
igualmente uma “mecânica do poder”, está nascendo; ela define como se pode ter
o domínio sobre o corpo dos outros, não simplesmente para que façam o que se
quer, mas ara que operem como se quer, com as técnicas segundo a rapidez e a
eficácia que se determina. A disciplina fabrica assim corpos submissos e
exercitados, corpos dóceis. A disciplina
aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas
mesmas forças (em termos políticos de obediência). Em uma palavra: ela associa
o poder do corpo; faz dele por um lado uma “aptidão”, uma “capacidade” que ela
procura aumentar; e inverte por outro lado a energia, a potência que poderia
resultar disso, e faz dela uma relação de sujeição estrita. Se a exploração
econômica separa a força e o produto do trabalho, a coerção disciplinar
estabelece no corpo a aptidão aumentada e a dominação
acentuada.
Entendida como “consumo cultural”, a prática
do culto ao corpo situa-se como preocupação geral de mobilidade social, que
perpassa a estratificação de classes sociais e faixas etárias, apoiada num
discurso clínico difuso que se refere tanto a questão estética, quanto a
preocupação alimentar com a saúde. Nas sociedades contemporâneas há uma
crescente apropriação do corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de
cosméticos, impulsionados pelo processo de massificação da propaganda/consumo a
desde o desenvolvimento econômico dos anos 1980, onde o corpo ganha mais
espaço, principalmente nos meios midiáticos. Nesse sentido, as fábricas de
imagens estéticas do vencedor como o cinema, televisão, publicidade, revistas
etc., têm contribuído para isso. Ipso facto, nos leva a pensar que a imagem da
eterna fonte de juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, ao sucesso na
educação, no trabalho e na vida amorosa atravessa as etnias e classes sociais,
compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida.
Mas
essa soberania amplia-se numa experiência onde a relação assume a forma,
não somente de uma dominação, mas de “um gozo sem desejo e sem perturbação”. É
possível dizer que não há idade para se ocupar consigo. Mas uma espécie de
idade de ouro na chamada “cultura de si”, sendo subentendido com isso,
evidentemente, que esse fenômeno só concerne aos grupos sociais. Ou seja,
aqueles que querem salvar-se devem viver cuidando-se sem cessar. Ademais, é
reconhecida a amplitude ética tomada historicamente em Sêneca pelo tema da aplicação
a si próprio. Para ele é para consagrar-se a esta ética que é preciso renunciar
às outras ocupações: poder-se-ia desse modo tornar-se disponível para si
próprio. Sêneca dispõe de um vocabulário para designar as formas que o “cuidado
de si” deve tomar e a pressa com a qual se procura unir-se a si mesmo.
Apressa-te, para o objetivo: - “dize adeus às esperanças vãs, acorre em tua
própria ajuda se te lembras de ti mesmo, enquanto ainda é possível”. Caio
Musônio Rufo, célebre filósofo estoico do primeiro século e professor de
Epiteto, recomendava vivamente as formas naturais que lhes permitem ficar face
a face consigo mesmo, recolher o próprio passado, colocar diante de si o
conjunto da vida social transcorrida, familiarizar-se, através da leitura, com
os preceitos e os exemplos nos quais se quer inspirar e encontrar, graças a uma
vida examinada, os princípios essenciais de uma conduta racional. É possível
ainda, no meio ou no fim da própria carreira, livrar-se de suas diversas
atividades e, aproveitando esse declínio da idade onde admitimos que os desejos
ficam apaziguados, para consagrar-se sendo Sêneca, no trabalho filosófico ou,
como referia Spurrima, na calma de uma existência agradável e feliz, “à posse
de si próprio”. Esse tempo não é vazio, mas povoado por exercícios, tarefas
práticas, atividades diversas em seu dia a dia.
Ocupar-se
de si não é sinecura, segundo Foucault. Existem os cuidados com o corpo,
os quais devemos tratar sem os excessos da chamada técnica de perfeição da
corpolatria, os regimes de saúde, os exercícios físicos sem excesso, a
satisfação, tão medida quanto possível, as necessidades físicas. Existem as
meditações, as leituras, as anotações ou conversações, e que mais tarde serão
certamente relidas. A rememoração das verdades religiosas ou científicas que já
se sabe, mas de que convém reapropriar-se ainda melhor cotidianamente com a
escrita e o treinamento da memória. Marco Aurélio exemplifica a anacorese
expressa em si próprio, de reativação de princípios e de argumentos racionais
que persuadem a não se deixar irritar na coletividade com os outros, outrossim,
com os acidentes, nem tampouco com as coisas. Trata-se de um longo trabalho
disciplinar de reativação dos princípios gerais e de argumentos racionais que
persuadem a não se deixar irritar com os outros, com as picuinhas e nem com os
acidentes, nem tampouco com as coisas. Tem-se um dos pontos mais importantes
dessa atividade consagrada a si. Ela não constitui um exercício da
solidão. O exercício da leitura,
da reflexão e escrita já se tratava de uma verdadeira prática, consumindo a sua unidade, em vários e múltiplos sentidos, da
forma vitalista, biopsíquica.
Mas
toda essa aplicação a si não possuía como único suporte social a existência das
escolas, do ensino técnico e dos profissionais da direção da alma. Ela
encontrava, facilmente, seu apoio em todo o feixe de relações habituais de
parentesco, de amizade ou de obrigação. Quando, no exercício do “cuidado de
si”, faz-se apelo ao outro, o qual se advinha que possui aptidão para dirigir e
para aconselhar, faz-se uso de um direito através do hábito, da cultura, da
formação. E é um dever que se realiza quando se proporciona ajuda ao outro ou
quando se recebe com gratidão as lições que ele pode lhe dar. Acontece também
do jogo entre os cuidados de si e a ajuda do outro inserir-se em relações
preexistentes às quais ele dá uma nova “coloração” e um calor maior. O cuidado
de si – ou os cuidados que se tem com o cuidado que os outros devem ter consigo
mesmos – aparece então como uma intensificação das relações sociais.
Sêneca dedica um consolo à sua mãe, no momento em que ele próprio está no
exílio, para ajudá-la a suportar essa infelicidade atual e, talvez, mais tarde,
infortúnios maiores. O “cuidado de si” aparece, portanto, intrinsecamente
ligado a uma espécie de serviço da alma que comporta a possibilidade de um jogo
de trocas com o outro e de um sistema de obrigações recíprocas, de
interpretação e de camaradagem, de conflito e sociabilidade.
A
confissão permanece ainda hoje, a matriz geral que rege a produção do
discurso verdadeiro sobre o sexo. Entretanto, ela se transformou
consideravelmente. Durante muito tempo permaneceu solidamente engastada na
prática da penitência. Mas, pouco a pouco, a partir do protestantismo, da
Contra-Reforma, da pedagogia do século XVIII e da medicina do século XIX,
perdeu sua situação ritual e exclusiva: difundiu-se, foi utilizada em toda uma
série de relações sociais: crianças e pais, alunos e pedagogos, doentes e
psiquiatras, delinquentes e peritos. As motivações sociais e os efeitos dela
esperados se diversificaram, assim como as formas que toma: interrogatórios,
consultas, narrativas autobiográficas ou cartas, que são consignados,
transcritos, reunidos em fichários, publicados e comentados. Mas a confissão se
abre, senão a outros domínios, pelo menos a novas maneiras de percorrer tais
domínios. Não se trata somente de dizer o que foi feito, o ato sexual e
como; mas de reconstituir nele e a seu redor, os pensamentos e as obsessões que
o acompanham, as imagens, os desejos, mas modulações e a qualidade do prazer
que o contém. Pela primeira vez, segundo Foucault (1984: 62-67), uma sociedade
se inclinou a solicitar e ouvir a confidência dos prazeres individuais. Disseminação,
dos procedimentos de confissão, localização múltipla da coerção, extensão do
domínio: constituiu-se, per se, um grande arquivo dos prazeres do
sexo.
Durante
muito tempo, à medida que se constituía, tal arquivo apagou-se. Passou sem
vestígios, pois assim o desejava a confissão cristã, até que a medicina,
a psiquiatria, e também a pedagogia, começaram a solidificá-lo: Campe, Sazmann,
depois Kaan, Kraft-Ebing, Tardieu, Mole e Havelock Ellis reuniram com cuidado
toda esta pobre lírica do despropósito sexual. Ellis desenvolveu outros conceitos
psicológicos importantes, tais como autoerotismo e narcisismo, os quais foram
posteriormente aprofundados pelas pesquisas realizadas por Sigmund Freud. Assim
as sociedades ocidentais começaram a manter o registro infinito de seus
prazeres. Estabeleceram o herbário, instauraram a classificação desses
prazeres; descreveram tanto as deficiências cotidianas quanto as estranhezas ou
as exasperações. Momento importante: é fácil rir dos psiquiatras do século XIX,
que se desculpavam, com ênfase, dos horrores a que tinham, que dar a palavra,
evocando os “atentados aos costumes” ou as “aberrações dos sentidos genésicos”.
A “ciência do sexo” no século XIX se organizaria tendo como representação a
fisiologia da reprodução e como medicina da sexualidade. Nesse momento os
prazeres mais singulares eram solicitados a sustentar um discurso de verdade
sobre si, que deveria articular-se não mais aquele que fala do pecado e da
salvação, da morte e da eternidade – mas que fala do corpo e da vida – o
discurso da proeminência da ciência nas sociedades.
Bastava
para tornar trêmulas as palavras; constituía-se, então, essa coisa improvável:
uma ciência-confissão, ciência que se apoiava nos rituais da confissão e em
seus conteúdos, ciência que supunha essa extorsão múltipla e insistente e
assumia como objeto o inconfessável-confesso. Escândalo, e, em todo caso,
repulsão do discurso científico, institucionalizado no século XIX, quando
assumiu todo esse discurso inferior. Paradoxo e metodológico também: as longas
discussões sobre a possibilidade de constituir uma ciência do sujeito, a
validade da introspecção, a evidência da experiência, ou a presença para si da
consciência respondia em dúvida, a esse problema que era inerente ao
funcionamento dos discursos de verdade, em nossa sociedade: poder-se-ia
articular a produção da verdade, segundo o velho modelo jurídico-religioso da
confissão e a extorsão da confidência segundo a regra do discurso
científico? Deixemos falar aqueles que
acreditam que a verdade do sexo foi elidida mais rigorosamente do que nunca, no
século XIX, por um temível mecanismo de barragem e por um déficit central do
discurso. Déficit não, mas digamos, sobrecarga, reduplicação de discursos, mais
exagerada do que insuficiente; em todo caso, interferência entre duas
modalidades de produção da verdade: os procedimentos da confissão e a
discursividade científica. E em vez de contar os erros e as ingenuidades dos
moralistas que, no século XIX, povoaram os discursos de verdade sobre o sexo,
seria melhor delimitar os procedimentos pelos quais essa vontade de saber
relativa ao sexo, que caracteriza o Ocidente moderno, fez funcionar os rituais
da confissão nos esquemas da regularidade científica; de que maneira se chegou
a constituir essa imensa e tradicional extorsão de confissão sexual em formas
científicas?
1.
Através de uma codificação clínica do “fazer falar”; combinar a confissão com o
exame, a narração de si mesmo com o desenrolar de um conjunto de sinais e de
sintomas decifráveis; o interrogatório cerado, a hipnose com a evocação das
lembranças, as associações livres: eis alguns meios para reinscrever o
procedimento da confissão num campo de observações cientificamente aceitáveis.
2. Através do postulado de uma causalidade geral e difusa: o dever de dizer
tudo e o poder de interrogar sobre tudo encontrarão sua justificação no
princípio de que o sexo é dotado de um poder causal inesgotável e polimorfo. O
acontecimento mais discreto na conduta sexual – acidente ou desvio, déficit ou
excesso – é, supostamente, capaz de provocar as consequências mais variadas ao
longo de toda a existência; não há doença ou distúrbio para os quais o século
XIX não tenha imaginado pelo menos uma parte da etiologia sexual. O princípio
do sexo “causa de tudo e de nada” é o inverso teórico de uma exigência técnica:
fazer funcionar numa prática de tipo científica os procedimentos de uma
confissão que, ao mesmo tempo, deveria ser total, meticulosa e constante. Os
perigos ilimitados que o sexo traz consigo justificam o caráter exaustivo da
inquisição a que é submetido. 3. Através de um princípio de latência intrínseca
à sexualidade: se é preciso arrancar a verdade do sexo por meio da técnica da
confissão, não é, simplesmente, porque ela seja difícil de dizer, ou porque
esteja submetida às interdições da decência. O funcionamento do sexo é obscuro;
porque escapar faz parte de sua natureza e sua energia, assim como seus
mecanismos esquivam; porque seu poder causal é, em parte, clandestino.
O
século XIX desloca a confissão ao integrá-la a um projeto de discurso
científico; ela não tende mais a tratar somente daquilo que o sujeito gostaria
de esconder, porém, daquilo que se esconde ao próprio sujeito, e que só se pode
revelar progressivamente e através de uma confissão da qual participam o
interrogador e o interrogado, cada um por seu lado. O princípio de uma latência
essencial à sexualidade permite articular a coerção de uma confissão a uma
prática científica. É bem preciso arrancá-la, e à força, já que ela se esconde.
4. Através do método da interpretação: não é somente porque aquele que ouve tem
o poder de perdoar, de consolar e de dirigir que é necessário confessar. É que
o trabalho da verdade a ser produzida, caso se queira validá-lo cientificamente,
deve passar por essa relação. A verdade não está unicamente no sujeito, que a
revelaria pronta e acabada ao confessá-la. Ela se constitui em dupla tarefa:
presente, porém incompleta e cega em relação a si própria, naquela que fala, só
podendo completar-se naquele que a recolhe. A este incumbe a tarefa de dizer a
verdade dessa obscura verdade: é preciso duplicar a revelação da confissão pela
decifração daquilo que ela diz. Aquele que escuta não será simples dono
do perdão, o juiz que condena ou isenta: será o dono da verdade. Sua função é
hermenêutica. Seu poder em relação à confissão não consiste em
exigi-la, antes dela ser feita, ou em decidir após ter sido proferida, porém em
constituir, através dela e de sua decifração, um discurso de verdade.
O
século XIX tornou possível fazer funcionar os procedimentos de confissão na
formação regular de um discurso científico, fazendo dela não mais uma prova,
mas um sinal e, da sexualidade, algo a ser interpretado. 5. Através da
medicalização dos efeitos da confissão: a obtenção da confissão e seus efeitos
são recodificados na forma de operações terapêuticas. O que significa,
inicialmente, que o domínio do sexo não será mais colocado, exclusivamente, sob
o registro da culpa e do pecado, do excesso ou da transgressão e sim no regime
que, aliás, nada mais é do que sua transposição do normal e do patológico;
define-se pela primeira vez, uma morbidez própria do sexual; o sexo aparece
como um campo de alta fragilidade patológica: superfície de repercussão para
outras doenças, mas também centro de uma nosografia própria, a do instinto, das
tendências, das imagens, do prazer e da conduta. O que quer dizer, também, que
a confissão ganhará sentido e se tornará necessária entre as intervenções
médicas: exigida pelo médico, indispensável ao diagnóstico e eficaz, por si
mesma na cura. A verdade cura quando dita a tempo, quando dita a quem é devido
e por quem é, ao mesmo tempo, seu detentor e responsável. Enfim, consideremos os grandes marcos
históricos: em ruptura com as tradições da Ars erotica, nossa sociedade
constituiu uma Scientia sexualis. Mais precisamente atribuiu-se a tarefa
de produzir discursos verdadeiros sobre o sexo, e isto tentando ajustar, não se
dificuldade, o antigo procedimento da confissão às regras do discurso
científico. A scientia sexualis, desenvolvida a partir do século XIX,
paradoxalmente, guarda como núcleo o singular rito da confissão obrigatória e
exaustiva, que constituiu, no Ocidente cristão, a primeira técnica para
produzir a verdade do sexo. Desde o século XVI este rito fora desvinculado do
sacramento da penitência e, por intermédio da condução das almas e da direção
espiritual – Ars artium – emigrou para a pedagogia, para as relações
entre adultos e crianças, para as relações familiares, a medicina e a
psiquiatria. Nas relações de poder, a sexualidade não é o elemento mais rígido,
mas um dos dotados da maior instrumentalidade: utilizável no maior número de
manobras, e podendo servir de apoio, de articulação às mais variadas
estratégias.
Hannibal
é condenado a nove prisões perpétuas no Hospital Forense da Cidade Independente
de Baltimore. Mesmo preso, Hannibal continua ajudando o FBI, ou Serviço Federal
de Investigação (Federal Bureau of Investigation), é a principal agência
de segurança nacional e aplicação da lei dos Estados Unidos, atuando sob a
jurisdição do Departamento de Justiça. Além de ser a agência de investigação
federal, o FBI também faz parte da Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos
da América, reportando-se ao Procurador-Geral e ao Diretor de Inteligência
Nacional. A estudante Clarice Starling é designada para conseguir que Hannibal
ajude o Bureau a salvar a filha de uma Senadora. Hannibal e Clarisse
desenvolveriam um relacionamento íntimo. Mesmo após a fuga do médico, os dois
continuaram ligados. No 25º aniversário do lançamento do livro O Silêncio
dos Inocentes (1991), Thomas Harris informou, na Introdução da
edição de aniversário, que um médico mexicano, ao qual chamou Dr. Salazar, que
havia reconhecido numa prisão de Monterrei, no estado mexicano de Nuevo León,
havia sido a principal inspiração para a criação da personagem Hannibal Lecter.
Harris foi apresentado ao Dr. Salazar no âmbito de uma visita à prisão Topo
Chico para entrevistar Dykes Askew Simmons, um prisioneiro norte-americano que
havia intentado uma fuga de prisão, na qual foi alvejado. Salazar, cujo nome
verdadeiro era Alfredo Ballí Treviño, havia salvo a vida a Simmons após a
tentativa de fuga deste. O Doutor convidou Harris, então um jovem jornalista a
trabalhar para a revista Argosy, ao seu parco e pequeno consultório na prisão
para responder a questões relacionadas ao tratamento de Simmons.
Após respondê-las, o Dr. Treviño indagou e chocou Harris com as suas perguntas sobre a psicologia de Simmons, os traumas de infância do mesmo, a desfiguração e provável bullying que sofreu, assim como os possíveis motivos para os seus crimes. Após sair do consultório, o diretor da prisão informou-o que o Dr. Treviño, que tanto havia impressionado Thomas Harris com o seu intelecto e cortesia, era um assassino condenado que havia morto um outro médico e esquartejado o seu corpo. Harris descreveu o Doutor como pequeno, mas esbelto, de cabelo ruivo escuro, com uma certa elegância e de uma elevada inteligência. Ao concluir a introdução à edição do 25º aniversário de O Silêncio dos Inocentes, Harris afirmou: “O meu detetive precisava conversar com alguém com um entendimento peculiar sobre a mente criminosa. Perdido no túnel do trabalho, arrastei-me juntamente com o meu detective quando ele foi ao Hospital Estadual de Baltimore para os criminalmente insanos entrevistar um prisioneiro. Quem estava na cela? Não era o Dr. Salazar. Mas, por causa do Dr. Salazar, pude reconhecer o seu colega de profissão, Hannibal Lecter”. O Hospital Estadual de Baltimore para Criminosos Insanos, localizado em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos da América, é uma unidade estadual que abriga criminosos considerados insanos e aqueles cuja sanidade está sendo avaliada pelo sistema de justiça criminal. O administrador geral do hospital era o Dr. Frederick Chilton. Um paciente notável foi o Dr. Hannibal Lecter, o infame assassino em série canibal, absolvido.
O hospital foi chamado de Hospital Chesapeake para Criminosos Insanos. Abrigava alguns dos criminosos mais perigosos e perturbados do país. Era uma unidade de segurança máxima e estava sob as mais rigorosas condições de segurança possíveis. Havia vários níveis no hospital, com os pacientes mais perigosos sendo alojados na parte mais baixa. Sob a supervisão de seu último administrador, a personagem Dr. Frederick Chilton, qualquer correspondência recebida por um interno era cuidadosamente verificada e isenta de grampos. Os visitantes eram avisados para não se aproximarem de certas celas, passarem por qualquer coisa que pudesse ajudar na fuga ou aceitarem qualquer coisa delas. Essas medidas de segurança foram implementadas por causa do interno mais infame do hospital, o Dr. Hannibal Lecter. Lecter foi internado em 1975 por cometer nove assassinatos, envolvendo canibalismo. Inicialmente cooperando com a terapia sob a supervisão do administrador anterior e desfrutando de uma segurança um pouco relaxada, em 1976 ele reclamou de dores no peito. No entanto, isso era uma farsa, e ele atacou uma enfermeira que o tratava, arrancando sua língua e comendo-a. Depois disso, ele foi colocado sob a mais alta segurança possível.
Em
1980, Will Graham, o responsável pela captura de Lecter, foi procurá-lo
para obter conselhos sobre os assassinatos da chamada “Fada do Dente”. Após uma
conversa tensa sobre suas histórias, Lecter deu a entender que o assassino
provavelmente estava desfigurado. Lecter enviou uma mensagem codificada ao
assassino, Francis Dolarhyde, para que matasse a família de Will. Após a morte
de Dolarhyde, Lecter enviou uma carta a Will. Em 1983, Clarice Starling foi
instruída a entrevistar Lecter e auxiliar o FBI na captura de “Buffalo Bill”,
um assassino em série que matou e esfolou pelo menos cinco mulheres. Lecter e
Starling desenvolveram uma curiosa relação de quid pro quo durante a
investigação. Lecter ofereceria informações sobre o assassino, desde que
Starling desse informações sobre sua infância conturbada. Após a sexta vítima
de Bill ser encontrada, e não muito tempo depois de Catherine Martin ser
sequestrada pelo assassino, Jack Crawford faz uma oferta falsa a Lecter. O Dr.
Chilton, o odiado guardião de Lecter, revela que o acordo é falso e exige que
ele lhe diga quem é Buffalo Bill. Lecter respondeu que seu primeiro nome é
William. Ele logo é transferido para uma casa de detenção em Memphis,
Tennessee. Sem o conhecimento de todos, Lecter, ao longo dos anos, criou uma
chave para algemas com canetas deixadas por visitantes descuidados.
Após ser transferido para Memphis sob os cuidados malsucedidos do Dr. Chilton,
Lecter escapou da custódia. Chilton desapareceu logo depois e o hospital fechou.
Argosy
foi uma revista norte-americana, fundada em 1882 como The Golden Argosy,
um semanário infantil, editado por Frank Munsey e publicado por EG Rideout.
Munsey assumiu o cargo de editor quando a Rideout faleceu em 1883 e, após
muitas lutas, tornou-se uma revista lucrativa. Ele encurtou o título para The
Argosy em 1888 e direcionado a um público de homens e meninos com histórias
de aventura. Em 1894, ele mudou para uma programação mensal e, em 1896,
eliminou toda a não ficção e começou a usar papel de polpa barato, tornando-a a
primeira revista de polpa. A circulação atingiu meio milhão em 1907 e forte até
a década de 1930. O nome foi alterado para Argosy All-Story Weekly em
1920, após a revista se fundir com a All-Story Weekly, outra população
de Munsey, e a partir de 1929 tornou-se apenas Argosy. Em 1925, Munsey
morria, e a editora, da Frank A. Munsey Company, foi comprada por William
Dewart, que havia trabalhado para Munsey. Em 1942, a circulação caiu para não
mais que 50.000, e após uma tentativa fracassada de revitalizar uma revista
incluindo ficção não sensacionalista, ela foi vendida naquele ano para a
Publicações Populares, outra editora de revistas pulp. A Popular converteu o formato
pulp para o formato slick, e assim tentou preparar uma
revista somente de ficção, mas desistiu disso dentro de um ano. Em vez disso,
tornou-se uma revista masculina, publicando ficção e artigos de destaque
especiais para homens. A circulação e no início da década de 1950 já
ultrapassou um milhão de exemplares.
Os
primeiros colaboradores incluíram Horatio Alger, Oliver Optic e GA Henty.
Durante a era pulp, muitos escritores famosos apareceram em Argosy, incluindo
O. Henry, James Branch Cabell, Albert Payson Terhune, Edgar Rice Burroughs,
Erle Stanley Gardner, Zane Gray, Robert E. Howard e Max Brand. Argosy foi
considerada uma das publicações mais prestigiadas no mercado pulp,
juntamente com Blue Book, Adventure e Short Stories. Após a transição para o
formato slick, continuou a publicação de ficção, incluindo ficção
científica de Robert Heinlein, Arthur Clarke e Ray Bradbury. De 1948 a 1958,
publicou uma série de Gardner chamada The Court of Last Resort, que
examinava os casos de condenações de condenados que mantinham sua inocência e
podiam anular muitas das condenações. A NBC adaptou uma série para a televisão
em 1957. A National Broadcasting Company (NBC) é uma rede de televisão e
de rádio comercial americana que é a propriedade carro-chefe da NBC Universal,
uma subsidiária da Comcast que é também proprietária da Universal Studios. A
rede fica sediada no Comcast Building no Rockfeller Center na cidade de
Nova Iorque, Estados Unidos, com escritórios maiores adicionais próximo a Los Angeles no
Universal City Plaza, Chicago na NBC Tower e em breve na Filadélfia no Comcast
Innovation and Technology Center. A NBC é referida às vezes como a “Peacock
Network”, melhor dizendo uma curiosa Rede do Pavão, em referência à utilidade de uso do seu logotipo de um
“pavão estilizado”, que foi criado originalmente em 1956 para as suas então
novas transmissões em cores, tornando-se o emblema oficial da rede em 1979. É a
segunda rede de televisão mais assistida dos Estados Unidos, atrás somente da concorrente
CBS.
Um corte alternativo intitulado The Evil Eye foi lançado nos Estados Unidos da América e no Reino Unido pela American International Pictures; esta versão apresenta trilha sonora de Les Baxter, comparativamente, o filme exclui várias cenas e adiciona outras que colocam maior ênfase comunicativa na comédia em comparação com o lançamento italiano. De férias, a turista norte-americana Nora Davis chega a Roma para visitar sua tia idosa e doente, que está sendo tratada pelo Dr. Marcello Bassi.
A tia de Nora morre na primeira noite da visita de Nora e ela caminha até o hospital próximo para notificar Marcello. No caminho, ela é assaltada e nocauteada na Piazza di Spagna. Quando ela acorda, ela testemunha uma jovem sendo assassinada em frente a uma casa. Ela também observa um homem barbudo puxando uma faca do cadáver da mulher. Nora então desmaia. Acordando no hospital na manhã seguinte, ela relata o incidente à polícia, que não acredita nela depois de não encontrar nenhuma evidência de que um assassinato tenha sido cometido. No funeral da tia, Nora conhece uma amiga íntima dela, Laura Craven-Torrani, que mora na Piazza di Spagna. Laura viaja para a Suíça no dia seguinte e oferece a Nora hospedagem em sua casa. Na casa de Laura, Nora se depara com recortes de jornal sobre o “Assassino do Alfabeto”, um serial killer cujas vítimas foram assassinadas em ordem alfabética de sobrenome. O assassino já havia assassinado três mulheres cujos sobrenomes começam com “A”, “B” e “C”. A última vítima foi a irmã de Laura, assassinada dez anos antes em frente à casa dela. Nora recebe um telefonema, no qual uma pessoa anônima a provoca dizendo que “D é de morte”. A sexualidade humana representa o conjunto de comportamentos que concernem à satisfação da necessidade e do desejo sexual. Igualmente a outros primatas, os seres humanos utilizam a excitação sexual para fins reprodutivos e para a manutenção de vínculos sociais, mas agregam o gozo e o prazer próprio e do outro. O sexo também desenvolve facetas profundas da afetividade e da formação da consciência da personalidade. Em relação a isto, muitas culturas mundialmente dão um sentido religioso excessivamente conservador, ou espiritual mormente ao ato sexual, assim como veem nele um método provável para melhorar ou perder a saúde.
Bibliografia
Geral Consultada.
BLAVIER, André, Ceci n’est pas une pipe. Contribuição furtive à l’étude d’un tableau de René Magritte. Ville de Verviers (Bélgica): Éditions Temps Mêlés, 1973; BOUDON, Raymond, Effets Pervers et Ordre Social. Paris: Presses Universitaires de France, 1977; SCHNEEDE, Uwe, René Magritte. Barcelona: Ediciones Labor, 1978; FOUCAULT, Michel, Histoire de la Sexualité. Volume III: Le Souci de soi. Paris: Éditions Gallimard, 1984; FREEMAN, Judi, A Imagem Dada & Surrealista Word. Los Angeles: Los Angeles County Museum of Art, de 1989; PAQUET, Marcel, Magritte: O Pensamento Tornado Visível. Colônia: Editora Benedikt Taschen, 1992; LINTON, Ralph, Cultura y Personalidad. México: Fondo de Cultura Económica, 1992; SIMMEL, Georg, Filosofia do Amor. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1993; GEERTZ, Clifford, Interpretación de las Culturas. Barcelona: Ediciones Gedisa, 1993; WAIZBORT, Leopoldo, Vamos Ler Georg Simmel? linhas para uma interpretação. Tese de Doutorado. Departamento de Sociologia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1996; ERIBON, Didier, “Michel Foucault, 1926-1984”. In: Tempo Social. Revista de Sociologia. São Paulo: Universidade de São Paulo. Vol. 7, n˚ 1-2, out. 1995; LENAIN, Thierry (Org.), L`Image: Deleuze, Foucault, Lyotard. Paris: Editeur Librairie Philosophique J. Vrin, 1997; BOYD, David; PALMER, R. Barton, After Hitchcock: Influence, Imitation, and Intertextuality. Texas: University of Texas Press, 2006; CHABAUD-RYCHTER, Danielle et alii (Org.), O Gênero nas Ciências Sociais: Releituras Críticas de Max Weber a Bruno Latour. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista; Brasília: Editora Universidade de Brasília, pp. 493-509; 2014; MORAES, Antônio Luiz, Governamentalidade e Autoridade na Educação: A Conduta Ética como Ação Política em Foucault. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Educação. Faculdade de Educação. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015; CURTI, Roberto, Italian Giallo in Film and Television. Estados Unidos: Editora McFarland & Company, 2022; MENDES, Juliana, “O Cinema que Fala sua Língua”: Uma Análise dos Processos Hegemônicos da Globo no Ponto de Vista da Memória. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade. São Luís: Universidade Federal do Maranhão, 2025; entre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário