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domingo, 3 de agosto de 2025

No Other Land – Existência, Ou, Vir-a-ser de Si como Paciência.

 Os mais fortes de todos os guerreiros são estes dois: Tempo e Paciência”. Leon Tolstói

A pastorícia implica uma frequente deslocação dos animais criados em função dos recursos naturais existentes ou para possibilitar a renovação da flora. Em consequência da sua constante mobilidade, os nômadas não produziam, em geral, qualquer espécie de cerâmica, que tinham de obter por troca. Na Ásia Central e Setentrional formada por cinco países: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tajiquistão Quirguistão. O continente asiático é regionalizado em: Extremo Oriente, Oriente Médio, Sudeste Asiático, Ásia Setentrional, Ásia Ocidental, Ásia Meridional, Ásia Oriental e Ásia Central. Também chamada de Ásia do Norte, a Rússia é o único país que compõe a Ásia Setentrional com sua capital Moscou, a população optou e continuou seu estilo de vida característico dos nômadas, mudando frequentemente os seus locais de acampamento. Ampliou-se com o avanço e a diversificação da criação de gado e tem sobrevivido sem modificações assinaláveis. É o caso das tribos nômadas mongóis, a viverem em regiões onde a vegetação típica das estepes proporciona boas pastagens com condições naturais para a manutenção de grandes rebanhos. Na Índia a cultura de caçadores destacou-se na domesticação e criação de animais.

nomadismo é a prática dos povos nômades, ou seja, que não têm uma habitação fixa, que vivem permanentemente mudando de lugar. Usualmente são os povos do tipo caçadores-coletores ou pastores, mudando-se a fim de buscar novas pastagens para o gado, quando se esgota aquela em que estavam. Os nômades não se dedicam à agricultura e frequentemente “ignoram fronteiras nacionais na sua busca por melhores pastagens”. A maioria dos antigos povos nômades tornaram-se sedentários com a descoberta da agricultura. No entanto, subsistem sociedades nômades, como as tribos de tuaregues do Saara. A existência do nomadismo na economia recoletora era motivado geograficamente pela deslocação dos agrupamentos sociais que, na procura constante de alimentos para sobrevivência, sob determinadas condições climáticas acompanhavam as movimentações dos próprios animais que pretendiam caçar, procuravam os locais onde existiam frutos ou plantas para recolher ou necessitavam de se defender das condições climáticas ou dos predadores. Este tipo de nomadismo manteve-se entre as comunidades que persistiram no modo de produção recoletora. Há, portanto, uma diferença sociológica entre nomadismo e o nomadismo coincidente com o início da cultura de criação de gado. Por razões ambientais de adaptação, se terem afastado dos agricultores, preferiram um estilo de vida dedicado à criação de ovelhas, cabras, bovinos e outros.

Grupos de famílias ou comunidades, atravessavam os rios utilizando jangadas, cobriam o corpo com peles de animais e usavam equipamento de caça como o arco e a flecha com microlitros na ponta. No Saara uma economia de pastoreio nômada mais desenvolvida pode ter sido também uma consequência da problematização da desertificação crescente. Na África Oriental, é a parte da África banhada pelo Oceano Índico e inclui, não só os países costeiros e insulares, Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Seicheles, Moçambique, Somália e Tanzânia, mas também alguns do interior, como Burundi, Ruanda e Uganda, além de Zimbabué, Zâmbia e Maláui, herdeiros independentes da antiga Federação da Rodésia e Niassalândia, representados no mapa com verde-claro riscado de escuro, são incluídos nesta definição de sub-região estatística da extraordinária Organização das Nações Unidas. Por vezes, Sudão são também considerado parte da África Oriental. Além disso, Madagáscar e países da África Austral, são também parte da África Oriental, onde ocorrem fenômenos climáticos como a dessecação ou escoamento das águas dos lagos, onde eram abundantes os recursos humanos e alimentares, alterou a fixação das populações que passaram a um regime de pastoreio nômada que permaneceu até tempos recentes. Estatisticamente representam a questão da existência realmente em torno de 40% da população do Tibete que é per se nômade ou seminômade.                     

No Other Land (em português: Sem chão) tem como representação social e política um documentário de 2024. O que há de novo?  Em primeiro lugar, seu idioma é o árabe, possuindo um dialeto local, e a religião predominante é o islamismo sunita, mas existe uma importante minoria cristã. Boa parte dos palestinos que são cidadãos árabes de Israel são bilíngues, também falando o hebraico. A identidade nacional palestina tem sido gradualmente afirmada desde a segunda metade do século XX e foi essencialmente esclarecida durante o conflito árabe-israelense, à medida que continuou na forma de um Conflito israelo-palestino (cf. Braga, 2006). A região histórica da Palestina foi assim denominada pelos gregos e romanos por causa de um dos povos que habitavam essa área, os filisteus. Os palestinos compartilham forte semelhança genética com os canaanitas, um conjunto de populações semitas que habitou o Levante durante a Idade do Bronze, como os fenícios, israelitas, moabitas e amonitas. Em segundo lugar, outras populações que contribuíram um pouco cada uma com o que se pode chaamr de pool genético do povo palestino foram os povos do Sul da Europa e Anatólia (c. 1.000 a.C.), gregos (c. 300 a.C.) e povos do Cáucaso (domínio otomano). Os palestinos são muito próximos geneticamente dos outros em similitude dos povos árabes levantinos, bem como também são próximos da maioria das populações judaicas. Isto é, os atuais palestinos exigem o reconhecimento por parte de Israel do Estado da Palestina.

Na Europa central, este período iniciou a partir de 1 800-1 600 a.C. enquanto cultura de Únětice, cultura dos Campos de Urnas, cultura dos Túmulos, seguido do período 1 600–1 200 a.C., caracterizado pelo enterramento de cadáveres em túmulos, prática que demonstrava um alto grau de estratificação social. No Norte da Europa, a idade do bronze inicia-se em c. 1 700 a. C. na Escandinávia, cultura das Terramaras e cultura lusaciana. Nesse período surgiu o comércio de âmbar, muitos petróglifos representando divindades e vida cotidiana, além de arquétipos de armas e joias. A idade do bronze atlântica compreende no período entre 1 300 a.C.–700 a.C. aproximadamente. Este complexo cultural incluía diferentes culturas Ibéricas, das Ilhas Britânicas e do Atlântico francês. Foi marcada simbolicamente em especial pelas trocas culturais e econômicas das culturas aborígenes sobreviventes que acabaram por se render aos Indo-Europeus da Idade do Ferro (majoritariamente celtas) no final deste período histórico e social. Durante muitas décadas, os estudiosos fizeram referência superficial à Ásia Central como o “reino pastoral” ou, alternativamente, o “mundo nômade”, no que os pesquisadores passaram a chamar de “vácuo da Ásia Central”: um período de 5.000 anos que foi negligenciado nos estudos das origens da agricultura. As regiões de sopé e as correntes de derretimento glacial sustentaram os agropastoris da Idade do Bronze que desenvolveram rotas comerciais Leste-Oeste entre a Ásia Central e a China, as quais introduziram o trigo e a cevada na China e espalharam milhete pela Ásia Central.

O Complexo Arqueológico Báctria-Margiana (CABM), também reconhecido como civilização do Oxo, foi uma civilização da Idade do Bronze na Ásia Central, datada de c. 2.400–1.600 a.C., com núcleo localizado no atual norte do Afeganistão, Leste do Turcomenistão, sul do Uzbequistão e oeste do Tadjiquistão, centrada no alto Amu Dária (Rio Oxo). Seus sítios foram descobertos e batizados pelo arqueólogo soviético Viktor Sarianidi (1929-2013). Báctria era o nome grego para a área de Bactra, no que hoje é o norte do Afeganistão, e Margiana era o nome grego para a satrapia persa de Marguš, cuja capital era Merve, no atual sudeste do Turcomenistão.  Uma riqueza de informações indica que o CABM tinha relações internacionais estreitas com o Vale do Indo, o Planalto Iraniano, e possivelmente até indiretamente com a Mesopotâmia, e todas essas civilizações estavam muito familiarizadas com a fundição por cera perdida. De acordo com estudos recentes, o CABM não foi o principal contribuinte para a genética posterior do Sul da Ásia. O Complexo Arqueológico Báctria-Margiana, também chamado Civilização do Oxo, é a moderna designação arqueológica para a cultura da Idade do Bronze da Ásia Central, datada de aproximadamente 2200–1700 a.C., localizada no Leste do Turcomenistão, Norte do Afeganistão, Sul do Usbequistão e Oeste do Tajiquistão, centrada no alto rio Amu Dária (Oxo), e cobrindo a antiga Báctria. Seus sítios foram descobertos e nomeados pelo arqueólogo Viktor Sarianidi em 1976.

Báctria era o nome grego para o persa antigo Bāxtriš do nativo Bāxçiš, nomeado em referência a sua capital Bactra, atualmente Balkh, no que é o Norte do Afeganistão. Margiana era o nome grego para a satrapia persa de Margu, cuja capital era Merv, no atual Turcomenistão. O antigo historiador grego Ctésias de Cnido (c. 400 a.C.), seguido por Diodoro Sículo, alegou que o lendário rei assírio Nino derrotou um rei bactriano chamado Oxiartes em aproximadamente 2 140 a.C., ou aproximadamente mil anos antes da Guerra de Troia. Desde a decifração da escrita cuneiforme no século XIX, entretanto, que permitiu a leitura dos registros assírios, os historiadores passaram a dar pouco valor a essa afirmação. Uma teoria diz que a região foi lar de povos indo-iranianos que se deslocaram para o Irã e para a Índia por volta de 2500–2000 a.C. Posteriormente, a região se tornou a província do Norte do Império Aquemênida. Nesta região, onde o solo fértil do montanhoso país é rodeado pelo deserto Turaniano, teria nascido e conseguido seus primeiros adeptos o profeta Zoroastro. A língua avéstica, na qual foram escritos os trechos mais antigos do Avestá zoroastriano, foi uma das velhas línguas iranianas, e tida como a mais velha das línguas iranianas do Leste. Ernst Herzfeld sugeriu que, antes de sua anexação ao Império Persa por Ciro II no século VI a.C., Báctria pertenceu ao Império Medo. O domínio medo sobre a Báctria é sugerido por Ctésias, que relaciona a submissão desta região ao rei Ciro devido à sua aparente legitimidade ao trono medo, mas isso é questionável. Junto com a Margiana, formava a décima segunda satrapia do Império Persa. Depois que Dario III foi derrotado por Alexandre, o sátrapa da Báctria, Besso, tentou organizar uma resistência nacional, mas foi capturado por outros chefes militares e entregue a Alexandre. Ele foi, então, torturado e morto.

A comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em dois grandes grupos: os Parses e os zoroastristas iranianos. Em 2004, o número de zoroastristas no mundo foi estimado entre 145 000 e 210 000. O Censo indiano de 2001 contabilizou 69 601 zoroastristas parsis. Na Índia, os Parses são reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no domínio económico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm tendência para praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a sua fé como étnica. Em geral, os zoroastristas iranianos mostram-se mais abertos a aceitar conversões. Concentram-se nas cidades de Teerão, Iázide e Carmânia. Falam uma variante da língua persa, o Dari (diferente do Dari falado no Afeganistão). Receberam o nome de gabars, termo inicialmente com conotações pejorativas, no sentido de infidelidade religiosa, mas que perdeu muito da sua carga ideologicamente negativa. Uma diáspora zoroastriana pode ser encontrada em países como o Reino Unido, Canadá (6 mil pessoas), Estados Unidos (11 mil pessoas) e Austrália (2 700 pessoas) e nos países do Golfo Pérsico (2 200 pessoas). A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura declarou o ano de 2003 como ano de celebração dos 3 000 anos da religião e cultura zoroastriana, numa iniciativa proposta pelo governo do Tajiquistão. Em 2016, foi aberto em Suleimânia, no Curdistão iraquiano, o primeiro templo para praticantes do zoroastrismo no Iraque.

Historicamente, a região foi lar de um povo indo-europeu hábil no combate com cavalaria, a qual era uma das melhores do mundo até então. Mas isso não foi suficiente para parar Alexandre, o Grande, embora este tenha ficado gravemente ferido num combate contra eles e ficado temporariamente cego. A região foi incorporada ao seu recém-formado Império Macedônio. Alexandre conquistou Sogdiana. Entretanto, no Sul, além do rio Oxo, ele encontrou forte resistência. Depois de dois anos de guerra e forte insurgência, Alexandre conseguiu manter um controle frágil sobre Báctria. Depois da morte de Alexandre, Diodoro Sículo conta que Filipe ficou encarregado do controle de Báctria, mas Marco Juniano Justino conta que foi Amintas quem recebeu esse encargo. Depois do Tratado de Triparadisso, tanto Diodoro Sículo quanto Arriano concordam que o sátrapa Estasanor adquiriu o controle de Báctria. Por fim, o império de Alexandre foi dividido entre os generais de seu exército. Báctria tornou-se, então, parte do Império Selêucida, que foi nomeado em referência a seu fundador, Seleuco I Nicátor.

Os macedônios, especialmente Seleuco I e seu filho Antíoco I Sóter, estabeleceram o Império Selêucida e fundaram muitas cidades gregas. A língua grega antiga tornou-se a dominante na região durante algum tempo. O paradoxo de que a presença grega é mais proeminente em Báctria do que em áreas bem mais próximas à Grécia pode possivelmente ser explicada pela ocorrência de deportações de gregos para Báctria no passado. Por exemploː durante o reinado de Dario I, os habitantes da cidade grega de Barca (Cirenaica) foram deportados para Báctria por se recusar a entregar assassinos. Além disso, Xerxes I também instalou os Branquidas em Báctriaː eles eram descendentes de sacerdotes gregos que haviam vivido em Dídimos e que haviam traído o templo. Heródoto ainda registra um comandante persa que ameaçou escravizar as filhas dos revoltosos da Revolta Jônica e enviá-las para a Báctria. Entretanto, estes poucos exemplos não são indicativos de deportação em massa de gregos para a Ásia Central.

 

As montanhas Altai, onde é localizado o Sul da Rússia e o centro da Mongólia, foram identificadas como o ponto de origem de um enigma cultural denominado Fenômeno de Seima-Turbino. Conjectura-se que as mudanças climáticas nesta região por volta de 2000 a.C. e as mudanças ecológicas, econômicas e políticas que se seguiram, desencadearam uma migração rápida e massiva para Oeste, para o Nordeste da Europa, para Leste, para a China, e para Sul, ao Vietnã e a Tailândia através de uma fronteira de cerca de 6.400 km. Esta migração ocorreu em apenas cinco a seis gerações e levou povos da Finlândia, no Oeste, à Tailândia, no Leste, a empregarem a mesma tecnologia de metalurgia e, em algumas áreas, à equitação e criação de cavalos. Conjectura-se ainda que as mesmas migrações espalharam o grupo de línguas urálicas pela Europa e Ásia: cerca de 39 línguas deste grupo ainda existem, incluindo o húngaro, o finlandês e o estoniano. No entanto, testes genéticos recentes em locais no Sul da Sibéria e no Cazaquistão (horizonte de Andronovo) apoiariam a disseminação da tecnologia do bronze através de migrações indo-europeias para o Leste, uma vez que esta tecnologia já era bem conhecida há bastante tempo nas regiões ocidentais. O arquipélago japonês a introdução do bronze ocorreu durante o início do período Yayoi (c. 300 a.C.), que viu a introdução da metalurgia e práticas agrícolas trazidas por colonos vindos do continente.

A Idade do Bronze é um período da civilização no qual ocorreu o desenvolvimento desta liga metálica, resultante da mistura de cobre com estanho. Iniciou-se no Oriente Médio em torno de 3300 a.C., substituindo o Calcolítico, embora noutras regiões esta última idade seja desconhecida e a do bronze tenha substituído diretamente o período neolítico. Na África subsaariana, o neolítico é seguido da idade do ferro. A Idade do Bronze foi um período de uso intenso de metais e de redes de desenvolvimento do comércio. A continuidade da produção de artefatos de bronze exigia longas rotas comerciais até as fontes de estanho. A Idade do Bronze no antigo Oriente Próximo começou com a ascensão da Suméria no quarto milênio a. C. Ipso facto, é considerado o berço da civilização; e praticavam a agricultura intensiva durante todo o ano; desenvolveram um sistema de escrita; inventaram a roda de oleiro; criaram um governo centralizado, códigos de leis e impérios; e introduziram a estratificação social, a escravidão e a guerra organizada. Sociedades na região estabeleceram as bases para a astronomia e matemática. A Idade do Bronze da Mesopotâmia começou por volta de 3500 a.C. e terminou com o período cassita (c. 1 500–1 155 a.C.).

As cidades do antigo Oriente Próximo abrigavam várias dezenas de milhares de pessoas. Ur, Quis, Isim, Larsa e Nipur na Idade do Bronze Média e Babilônia, Ninrude e Assur na Idade do Bronze Final também tinham grandes populações. O Império Acadiano (2 335–2 154 a.C.) tornou-se a potência dominante na região e, após sua queda, os sumérios desfrutaram de um renascimento com o Império Neo-Sumério. A Assíria já existia desde o século XXV a.C.; e se tornou uma potência regional com o Antigo Império Assírio (2 025–1 750 a.C.).  A primeira menção da Babilônia como cidade administrativa aparece em uma placa do reinado de Sargão da Acádia no século XII a. C. A dinastia amorita estabeleceu a cidade-Estado da Babilônia no século XIX a. C. Mais de 100 anos depois, assumiu o controle de outras cidades-Estados e formou o breve Primeiro Império Babilônico durante o que também é chamado de Antigo Período Babilônico. Acádia, Assíria e Babilônia, todas usaram a língua arcádica semítica oriental escrita para uso oficial e como língua falada. Naquela época, a língua suméria não era mais falada, mas ainda era de uso religioso na Assíria e na Babilônia, e assim permaneceria até o século I d. C. As tradições acadiana e suméria desempenharam um papel importante na posterior cultura assíria e babilônica, embora a própria Babilônia ao contrário da Assíria, fundada por amorreus não nativos e frequente governada por povos não indígenas, como cassitas, arameus e caldeus, bem como seus vizinhos assírios.

No Antigo Egito, a Idade de Bronze começa no período protodinástico, c. 3 150 a. C. A Idade do bronze arcaica do Egito, reconhecida como a época Tinita, segue imediatamente a unificação do Baixo e Alto Egito, c. 3 100 a.C. É geralmente considerado abrangendo as primeira e Segunda dinastias, com duração a partir do período protodinástico do Egito até cerca de 2 686 a.C., ou o início do Império Antigo. Com a primeira dinastia, a capital mudou-se de Abidos para Mênfis com um Egito unificado governado por um rei-deus. Abidos permaneceu como a maior terra santa no sul. As marcas da antiga civilização egípcia, como arte, arquitetura e muitos aspectos da religião, tomaram forma durante o período protodinástico. Mênfis no início da Idade de Bronze era a maior cidade da época. O Império Antigo da Idade do Bronze regional é o nome dado ao período no terceiro milênio a.C. quando o Egito atingiu seu primeiro pico contínuo de civilização em complexidade e realizações - o primeiro de três períodos “imperiais”, que marca os pontos altos da civilização no baixo Vale do Nilo sendo os outros o Império Médio e o Império Novo. O Primeiro Período Intermediário, descrito frequentemente como um “período negro” na história do antigo Egito, durou até cerca de 100 anos após o fim do Império Antigo, em torno de 2 181–2 055 a. C.

Muito poucas evidências monumentais sobrevivem deste período, especialmente da parte inicial do mesmo. O Primeiro Período Intermediário foi um período agitado, quando o governo do Egito foi dividido entre duas bases de poder concorrentes: Heracleópolis, no Baixo Egito, e Tebas, no Alto Egito. Estes dois reinos acabariam por entrar em conflito, com os reis de Tebas conquistando o Norte, resultando na reunificação do Egito sob um único governante durante a segunda parte da décima primeira dinastia. O Império Médio durou de 2055–1650 a. C. Durante este período, a culto fúnebre a Osíris ascendeu para dominar a religião popular egípcia. O período compreende duas fases: a 11ª Dinastia, que governou de Tebas, e a 12ª e 13ª dinastias que foram centradas em torno de Lixte. O império unificado já foi considerado como compreendendo as 11ª e 12ª dinastias, mas historiadores atuais pelo menos parcialmente consideraram a 13ª dinastia como pertencente ao Império Médio. Durante o Segundo Período Intermediário, o Antigo Egito caiu em desordem pela segunda vez, entre o final do Império Médio e do início da Império Novo. É mais reconhecido pelos Hicsos, cujo reinado compreendeu as 15ª e 16ª dinastias. Os hicsos apareceram pela primeira vez no Egito durante a 11ª dinastia, começaram sua escalada rumo ao poder na 13ª dinastia, e surgiram a partir do Segundo Período Intermediário no controle de Aváris e do Delta. Pela 15ª dinastia, governaram o Baixo Egito, tendo sido expulsos no final da 17ª dinastia. No mar Egeu, estabeleceu-se uma área de intenso comércio do metal, por volta de 3 200 a.C., principalmente em Chipre, onde existiam minas de cobre, vindo o estanho das ilhas britânicas. Com isso, iniciou-se o desenvolvimento da navegação. O império minoico, substituído pelo grego micênico, surgiu graças a este grande comércio.

  

No Other Land é dirigido por Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, todos estreantes como diretores. Basel Adra (Tawani, 1996) é um cineasta, advogado e jornalista palestino. Ele documentou as tentativas das Forças de Defesa de Israel (IDF) de expulsar os aldeões palestinianos da Cisjordânia ocupada e a violência cometida pelos colonos israelitas.  Adra co-escreveu e correalizou o documentário No Other Land, de 2024, com o jornalista israelita Yuval Abraham e os ativistas Hamdan Ballal e Rachel Szor. O filme retrata a situação da comunidade sitiada de Masafer Yatta, onde Adra cresceu, demonstrando “as forças israelitas a demolir casas e a retirar à força famílias que ali vivem há gerações, reivindicando a terra para fins de treino militar”.  é um conjunto de 19 aldeias palestinas que compõem um município de nível D no sul da Cisjordânia, na província de Hebron, na Palestina, localizada entre 14 e 24 quilômetros (9–15 milhas) ao sul da cidade de Hebron, nas colinas do sul de Hebron. Está sujeito a estar dentro de uma “zona de tiro” militar declarada por Israel desde a década de 1970. Acredita-se que o nome Masafer derive das palavras árabes para viajar, à luz da distância necessária para viajar de Yatta, ou nada à luz da crença local de que “nada” seria capaz de viver na área. O documentário de 2024 No Other Land, vencedor do Oscar de Melhor Documentário, concentra-se em Masafer Yatta. Estreou no 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim e ganhou o Prêmio do Público Panorama para Melhor Documentário e o Prêmio de Documentário da Berlinale. Em 2025, o filme ganhou o Óscar de Melhor Documentário de Longa Metragem, fazendo de Adra o primeiro cineasta palestiniano a ganhar um Óscar. Em terceiro lugar, o filme foi realizado por um coletivo palestino-israelense de quatro ativistas no que eles descrevem como “um ato de resistência no caminho para a justiça durante o conflito em curso na região”. Em verdade se trata de um ato de existênciaque nas palavras de Friedrich Hegel, desenvolveu um sistema filosófico que denominou “Idealismo Absoluto”, uma filosofia capaz de compreender discursivamente o Absoluto. Entre 1807 e 1808 dirigiu um jornal em Bamberg.

Entre 1808 e 1816 foi diretor do ginásio de Nuremberg. Em 1816 tornou-se professor da Universidade de Heidelberg. A Universidade de Heidelberg, ou, nas suas formas portuguesas, de Heidelberg ou de Edelberga, oficialmente denominada Universidade de Heidelberg Ruprecht Karl (Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, em alemão), é uma universidade pública alemã, das mais prestigiadas universidades do país. Está estabelecida na cidade de Heidelberg, no estado de Baden-Württemberg. Foi fundada em 1386, tendo sido a terceira universidade estabelecida no Sacro Império. Seu nome latino é Ruperto Carola Heidelbergensis. Estudantes do sexo feminino passaram a ser admitidas em 1899. A Universidade é constituída de doze faculdades e oferece programas de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em cerca de 100 disciplinas, integrando o Grupo Coimbra A universidade, criada por Ruperto I, Eleitor do Palatinato, quando Heidelberg era a capital do Palatinado, e tornou-se um centro de teólogos e especialistas em leis no Sacro Império. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) a universidade entrou em decadência financeira e intelectual, e só viria a se recuperar no início do século XIX, aderindo ao pensamento democrático e de intelectuais humanistas independentes, tendo sido adotada como modelo para universidades norte-americanas. Não queremos perder de vista que O Mais Antigo Sistema do Idealismo Alemão é um ensaio de 1796/1797, de autoria desconhecida, possivelmente escrito por Friedrich Schelling, Georg Wilhelm Friedrich Hegel ou Friedrich Hölderlin. O documento foi publicado pela primeira vez (em alemão) por Franz Rosenzweig, que o designou como Das älteste Systemprogramm des deutschen Idealismus. Embora o documento tenha a caligrafia de Hegel, especula-se se terá sido escrito por Hegel, Schelling, Hölderlin ou uma quarta pessoa desconhecida. Yves Bonnefoy (1923-2016) diz: “certamente inspirado por Hölderlin”. Segundo Glenn Magee, do Departamento de Filosofia da Universidade de Nova York de Long Island, em sua maioria dos peritos sobre o sistema de pensamento em Hegel considera-o o autor.

No entanto, várias das ideias defendidas no ensaio (como o desaparecimento do Estado ou a supremacia da poesia no universo intelectual) parecem contraditórias com a filosofia hegeliana. Schelling, Hegel, e Hölderlin eram colegas de turma e de dormitório em Tübinger Stift, o seminário da Universidade de Tubinga, e eram reconhecidos magistralmente como os “Três de Tubinga”. Hegel e Hölderlin tinham 27 anos, e Schelling 22 anos. Em 1818 em Berlim, quando ocupou a cátedra de filosofia, período em que encontra a expressão definitiva de suas concepções estéticas e religiosas. Tinha grande talento pedagógico, mas considerado mau orador, pois usava terminologias pouco usadas que dificultavam sua interpretação. Exerceu enorme influência em seus discípulos das universidades da Alemanha. Logo passou a ser o filósofo oficial do rei da Prússia (cf. Wickert, 2013). Friedrich Hegel descreve sua concepção filosófica, no prefácio a uma de suas mais célebres obras, a Fenomenologia do Espírito (1807). O prólogo é posterior à redação da obra. Foi escrito, passado já o tempo, quando o próprio Hegel pode tomar consciência de seu avanço e descoberta (cf. Silva, 2017). Tinha como objetivo o ligamento entre a Fenomenologia, a qual só aparece como a primeira parte da ciência, e a Lógica que, situando-se em uma perspectiva distinta da adotada pela Fenomenologia, deve constituir o primeiro momento abstrato de uma Enciclopédia.

Explica-se que neste prólogo que é algo assim, comparativamente, como um gonzo entre a subjetividade da Fenomenologia e a objetividade Lógica, Hegel se sentira fundamentalmente preocupado em representar uma ideia geral de todo o seu sistema filosófico. Isto é, segundo sua concepção que só deve ser justificada pela apresentação do próprio sistema, tudo decorre de entender e exprimir o verdadeiro não como substância, mas precisamente como sujeito. A substância viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade efetivo, mas só na medida em que é o movimento do pôr-se-a-si-mesmo, ou a mediação consigo mesmo do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura e simples, e justamente por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação oponente, que é de novo a negação dessa diversidade indiferente e de seu oposto. Só essa igualdade se reinstaurando, ou só a reflexão em si mesmo no seu ser-Outro, é que são o verdadeiro; e não uma unidade originária enquanto tal, ou uma unidade imediata enquanto tal. O verdadeiro que é o vir-a-ser de si mesmo, o círculo que pressupõe seu fim como sua meta, ipso facto sua antítese, que o tem como princípio, e que só é efetivo mediante sua atualização e objetivo único de seu próprio fim.

 

Hegel era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo era constitutivo da ontologia. Neste sentido, a clareza não seria adequada para conceituar o próprio objeto. Introduziu um sistema de pensamento para compreender a história da filosofia e do mundo (cf. Hyppolite, 1974; Labarriére, 1975) chamado geralmente dialética: uma progressão no âmbito da história e sociedade na qual cada movimento sucessivo surge, pois, como solução das contradições inerentes ao movimento anterior. Desta forma, Introdução (Eileintung) à Fenomenologia foi concebida ao mesmo tempo em que a obra é redatada em primeiro termo; parece, pois, que encerra o substancial pensamento do que é efetivo em toda a obra. Constitui uma Introdução em sentido literal aos três primeiros momentos de toda a obra, isto é: a consciência, a autoconsciência e a razão -, enquanto a última parte da Fenomenologia, que contêm os particularmente importantes desenvolvimentos sobre o Espírito e a Religião, ultrapassa por seu conteúdo a Fenomenologia tal como é definida stricto sensu na muito citada Introdução. Ao que parece é como se Hegel entrasse no marco de desenvolvimento fenomenológico com algo que na teoria, em princípio não deveria haver ocupado um posto nele. Não obstante, seu estudo, em maior medida que o do prólogo, nos permitirá elucidar o sentido da obra que Hegel quis escrever, assim como a técnica que para ele representa o desenvolvimento fenomenológico. Precisamente porque a Introdução não é como um Prólogo anexo posterior que contêm consideráveis informações gerais sobre o objetivo que se propunha o autor e as relações que sua obra tem com outros tratados filosóficos do mesmo tema.

 Ao contrário, de acordo com Hyppolite (1974), “a introdução é parte integrante da obra, constitui o delineamento mesmo do problema e determina os meios postos em prática para resolvê-lo”. Em primeiro lugar, Hegel define na Introdução como se coloca para ele o problema do conhecimento. Vemos como em certo aspecto retorna ao ponto de vista de Kant e de Fichte. A Fenomenologia não é uma noumenologia nem uma ontologia, mas segue sendo, todavia, um conhecimento do Absoluto, pois, que outra coisa poderia conhecer se só o Absoluto é verdadeiro, ou só o verdadeiro é Absoluto? Não obstante, em vez de apresentar o saber do Absoluto “em si para si”, Hegel considera o saber tal como é na consciência e precisamente desde esse saber fenomênico, mediante sua autocrítica, é como ele se eleva ao saber absoluto. Em segundo lugar, Hegel define a Fenomenologia como desenvolvimento e cultura, no sentido de seu progressivo afinamento da consciência natural acerca da ciência, isto é o saber filosófico, o saber do Absoluto; por sua vez indica a necessidade de uma evolução. Em último lugar, Hegel precisa a técnica teórica do desenvolvimento fenomenológico e em que sentido este método é precisamente obra própria da consciência que faz sua aparição na experiência, em que sentido é suscetível de ser repensado em sua necessidade pela filosofia. A lei cujo desenvolvimento necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a qual toda ideia abstrata, a começar pela de ser considerada no seu estado de abstração, afirma necessariamente a sua negação, a sua antítese, de modo que esta contradição exige para se resolver a afirmação de uma síntese mais compreensiva que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo tempo, do conteúdo das duas outras.

Na Introdução à Fenomenologia Hegel repete suas críticas a uma filosofia que não fosse mais que teoria do conhecimento. E não obstante, a Fenomenologia, como têm assinalado quase todos os seus expressivos comentaristas, marca em certos aspectos um retorno ao ponto de vista de Kant e de Fichte (cf. Salvadori, 2014). Em que novo sentido devemos entendê-lo? Ora, se o saber é um instrumento, modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se for um meio tampouco, nos transmite a verdade sem alterá-la de acordo com a própria natureza do meio interposto. Se o saber é um instrumento, isto supõe que o sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto. Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece efetivamente, é já uma afirmação. Não obstante, esta afirmação não poderia bastar porque deixa a margem a afirmação de outro saber; é precisamente esta dualidade o que reconhecia Schelling quando opunha o saber fenomênico e o saber absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro. Uma vez colocado o saber absoluto não se vê como é possível no saber fenomênico, e o saber fenomênico por sua parte fica igualmente separado do saber Absoluto. Metodologicamente Hegel retorna ao saber fenomênico, ao saber típico da consciência comum, e pretende demonstrar como aquele conduz necessariamente ao saber Absoluto, ou também que ele mesmo soi disant tem como representação filosófica um saber Absoluto que, todavia, não se sabe como tal.

 

As relações Noruega-Palestina são relações entre o Reino da Noruega e o Estado da Palestina. A Palestina tem uma missão diplomática em Oslo, enquanto a Noruega tem um escritório de representação em Al-Ram. A Noruega reconheceu o Estado da Palestina em 28 de maio de 2024. O Partido Trabalhista, o partido governante na década de 1940, tinha uma posição pró-Israel. Para a maioria dos noruegueses não socialistas e cristãos, o novo estado judeu representava a realização das profecias do Antigo Testamento. A Noruega foi descrita como o mais pró-Israel dos três países nórdicos. No entanto, o apoio do Partido Trabalhista a Israel não era indiscutível, pois em 1945 o partido considerou o estabelecimento de um estado judeu “não possível e injusto”. A proposta do partido para o problema judaico era não sionista, assimilando os judeus em seus respectivos países europeus. Após assumir o cargo de Ministro das Relações Exteriores em 1973, Knut Frydenlund (1927-1987) desempenhou um papel crucial na promoção das demandas palestinas no início de sua carreira política. No entanto, em 1974, a Noruega estava entre os oito Estados que votaram contra a concessão do status de observador à OLP na Assembleia Geral das Nações Unidas. A Noruega ajudou a orquestrar os Acordos de Oslo de 1993. Pela assinatura dos Acordos de Oslo, o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o Prêmio Nobel da Paz de 1994. Para comunicar melhor com a sede da OLP em Tunes, a Noruega também estabeleceu uma embaixada na capital tunisina em 2007.

O governo norueguês elevou a missão palestina em Oslo a uma embaixada em dezembro de 2010 e apelou à criação de um estado palestino no ano seguinte. Em janeiro de 2011, o ministro das Relações Exteriores, Jonas Gahr Støre, declarou que, se as negociações com Israel falhassem até setembro, a Noruega reconheceria a Palestina no âmbito das Nações Unidas. Após se reunir com Abbas em julho de 2011, Støre disse que era legítimo que os palestinos buscassem uma votação sobre a criação de um estado, enfatizando que as pessoas têm o direito de usar as instituições da ONU para esclarecer seu status. Em maio de 2017, um terrorista que participou do massacre da Coastal Road em 1978, onde 38 civis israelenses incluindo 13 crianças, foram mortos, foi homenageado em um centro feminino por uma agência da Autoridade Palestina. O centro foi construído com a ajuda do governo da Noruega e da ONU Mulheres. O Ministro das Relações Exteriores da Noruega exigiu que o financiamento da Noruega para o edifício fosse reembolsado e seu logotipo removido do edifício. Ele disse que “a Noruega não se permitirá ser associada a instituições que usam os nomes de terroristas dessa forma”. Em junho de 2022, o governo norueguês anunciou o início da rotulagem de produtos provenientes de colonatos, seguindo a abordagem da União Europeia (UE). Em 27 de outubro de 2023, a Noruega foi um dos 121 países a votar a favor de uma resolução da Assembleia Geral que pedia um cessar-fogo imediato na guerra de Gaza.

Em novembro, o primeiro-ministro Jonas Gahr Støre rejeitou a guerra de Israel em Gaza e declarou que ela violava as leis internacionais de guerra, afirmando o direito dos palestinos à autodefesa. Em 16 de novembro de 2023, o Parlamento norueguês, o Storting, aprovou uma resolução que apela ao governo para estar pronto a reconhecer a Palestina como um estado Independente. Em 23 de dezembro, Støre criticou fortemente a guerra de Israel. Acrescentou que a Faixa de Gaza está agora praticamente sem qualquer hospital: - “Isto significa que mais de 2 milhões de pessoas que têm uma necessidade urgente de assistência médica estão numa situação crítica, que não podemos aceitar”. E corre o risco de perder qualquer solidariedade como resultado dos ataques de 7 de outubro. Em meio à guerra de Gaza, o governo da Noruega reconheceu o Estado da Palestina em 28 de maio de 2024. Em 24 de abril de 2025, a Noruega anunciou que formalizou suas relações diplomáticas com a Palestina quando a recém-nomeada embaixadora palestina na Noruega, Marie Sedin, apresentou suas credenciais ao Rei Harald V, é o Rei da Noruega desde 1991, sucedendo a seu pai Olavo V, e membro da Casa de Eslésvico-Holsácia-Sonderburgo-Glucksburgo, em evento cerimonial realizado no Palácio Real de Oslo. É uma coprodução de Palestina e Noruega, o filme foi selecionado para a seção Panorama do 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim, onde teve sua estreia mundial em 16 de fevereiro de 2024, ganhando o Prêmio do Público Panorama de Melhor Documentário, e o Prêmio de Documentário da Berlinale.

Em 17 de dezembro de 2024, o filme foi pré-selecionado para o 97º Oscar de Melhor Documentário. Filmado ao longo de cinco anos (2019 - 2023), No Other Land documenta os esforços de Basel Adra e outros ativistas palestinos contra a destruição de sua aldeia natal (Masafer Yatta, na província de Hebron, Cisjordânia ocupada), pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) para construir um campo de treinamento militar no local. Uma decisão liminar da Suprema Corte de Israel rejeita a apelação de seus habitantes contra a destruição, não reconhecendo a existência de Masafer Yatta, embora atestada em mapas desde o século XIX. Como parte da “Zona C” da Cisjordânia, a área está sob o controle civil e militar total de Israel. As FDI restringem arbitrariamente o movimento da população e prendem aqueles que se envolvem em protestos pacíficos contra a ocupação, como em uma cena em que o pai de Basel, Nasser, é detido. O filme também incorpora imagens de arquivo da família Adra, feitas ao longo de vinte anos (incluindo uma visita de Tony Blair ao vilarejo, em 2009). Com base nessa tradição, Basel decidiu começar a filmar após a chegada das primeiras escavadeiras, no verão de 2019. Basel Adra, um jovem militante palestino, vem resistindo ao deslocamento forçado de seu povo pelos militares israelenses em Masafer Yatta, na Cisjordânia, desde que era criança. Ele registra em vídeo a destruição gradual de sua aldeia natal, onde soldados israelenses estão destruindo casas e despejando seus habitantes. Basel faz amizade com Yuval, um jornalista israelense que o ajuda em sua luta. Eles formam um vínculo inesperado, mas sua amizade é desafiada pela enorme lacuna entre suas condições de vida: Basel enfrenta opressão e violência constantes, enquanto Yuval desfruta de liberdade e segurança.

As manhãs são marcadas pela chegada de Ilan, o burocrata israelense encarregado de supervisionar a expulsão, que entrega, aos moradores das casas, os avisos de demolição de suas casas, operação prontamente executada por escavadeiras protegidas por militares das IDF. As famílias não têm escolha a não ser se resignar e se mudar para Hebron ou outros centros urbanos, ou tentar reconstruir suas casas, às escondidas, durante a noite. Em janeiro de 2021, durante a apreensão de materiais de construção e ferramentas usados para a reconstrução de uma casa demolida, um soldado israelense atira em Harun Abu Aram, um jovem que não quer permitir o confisco do gerador elétrico de sua família. Em consequência do tiro, Harun fica tetraplégico. Sua mãe, Shamia, é forçada cuida dele em uma caverna onde moram, já que não pode construir outra casa ou dirigir um carro para levá-lo a um hospital da cidade vizinha, dadas as restrições impostas à liberdade de ir e vir dos palestinos. Harun morreria dois anos depois, em decorrência do ferimento.

O filme registra a demolição de casas e a destruição da precária infraestrutura de abastecimento de água e energia da aldeia, assim como da única escola de Masafer Yatta, construída contra a vontade do governo israelense, pelos próprios moradores - homens, mulheres e crianças -, trabalhando noite e dia, às escondidas, quando Basel era apenas uma criança. Basel estabelece uma relação profissional e de amizade com seu colega Yuval Abraham, um jornalista israelense de Be`er Sheva que o ajuda a filmar as demolições. Yuval é bem recebido, apesar do constrangimento inicial, pelos aldeões palestinos, com quem colabora e também discute a situação política. Mas, à medida que o tempo passa, cresce a frustração de Basel e Yuval em razão da falta de repercussão dos vídeos de Basel e dos artigos de Yuval, na grande mídia, enquanto prosseguem as demolições. Ao mesmo tempo, ambos percebem suas diferentes condições de vida, apesar de morarem na mesma terra. Paralelamente ao despovoamento forçado da aldeia, surgem, na mesma área, novos assentamentos israelenses, cujos colonos, armados e protegidos pelo exército, aterrorizam e agridem a população palestina. Durante as filmagens, Yuval é ameaçado por colonos e, ao retornar a Israel, é acusado durante uma aparição na TV de promover o antissemitismo. Basel é ameaçado de prisão pelos soldados israelenses, que acabam prendendo seu pai, Nasser.

Até que este seja libertado, Basel precisa trabalhar no postinho de gasolina do pai, para sustentar a família e, nesse período, deixa de filmar as demolições. O filme termina com uma legenda informando que o filme foi concluído à época do ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. Desde então, as demolições em Masafer Yatta se intensificaram. Um vídeo amador mostra um ataque de colonos armados à aldeia, em 13 de outubro de 2023, quando um deles atira à queima-roupa em um primo desarmado de Basel, Zakriha Adra. Desde então, as famílias palestinas decidiram deixar Masafer Yatta. Basel Adra falou sobre o desenvolvimento do filme. Ele disse: “Yuval e Rachel, que são israelenses, vieram há cinco anos para escrever sobre coisas — Yuval é jornalista — nos conhecemos e nos tornamos amigos, mas também ativistas juntos, trabalhando em artigos sobre a área”. Ele disse ainda, “E então tivemos a ideia de fazer isso, de criar este filme”.

A família e os vizinhos de Basal tinham um enorme arquivo de vídeos que foram filmados ao longo de 20 anos. E então nós, como ativistas, estávamos lá no chão juntos, trabalhando juntos por quase cinco anos, e filmamos muito. Tínhamos Rachel, a diretora de fotografia e codiretora do filme, que estava nos filmando. Então havia uma abundância de filmagens. Os militares entraram na casa de Basal duas vezes e confiscaram computadores e câmeras fotográficas. Então estávamos sempre muito, muito estressados. Foi complicado logisticamente e bastante estressante, mas no final conseguimos. O documentário foi filmado ao longo de quatro anos, entre 2019 e 2023, encerrando a produção em outubro de 2023. No Other Land teve sua estreia mundial em 16 de fevereiro de 2024, como parte do 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim, no Panorama. Foi apresentado no Festival Internacional de Documentários de Copenhague em 15 de março de 2024, na seção “Assuntos Urgentes” e no tema “Conflito”. Foi destaque nas “Frentes Populares” do 46º Festival Cinéma du Réel, que aconteceu de 22 a 31 de março de 2024 em Paris, também apresentado na seção de Documentários Internacionais do 71º Festival de Cinema de Sydney em 13 de junho de 2024. Também foi exibido em Horizons no 58º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary em 28 de junho de 2024.

Foi selecionado no TIFF Docs no Festival Internacional de Cinema de Toronto de 2024, onde foi exibido em 12 de setembro de 2024. Foi exibido no Showcase no Festival Internacional de Cinema de Vancouver de 2024 em 28 de setembro de 2024. Também foi selecionado no Documentary Showcase no 29º Festival Internacional de Cinema de Busan e exibido em 3 de outubro de 2024. Também chegou ao Main Slate do Festival de Cinema de Nova Iorque de 2024 e foi exibido no Lincoln Center em outubro de 2024. Também foi selecionado para o MAMI Mumbai Film Festival 2024, na seção World Cinema, onde teria sua estreia no Sul da Ásia. No entanto, suas exibições foram canceladas porque o festival não conseguiu receber as “permissões necessárias” a tempo. No Other Land também foi selecionado na seção Standpoint do 35º Festival Internacional de Cinema de Cingapura e foi exibido em 4 de dezembro de 2024. No Brasil, foi lançado nos cinemas pela Synapse Distribution em 13 de março de 2025.  No site agregador de resenhas Rotten Tomatoes, 100% das 46 avaliações dos críticos são positivas, com uma classificação média de 8,9/10. O consenso do site diz: - “Um diário elegantemente montado da experiência palestina, No Other Land é um documento angustiante que deixa rastros de esperança para um futuro melhor”. O Metacritic, que usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação de 90 em 100, com base em 15 críticos, indicando “aclamação universal”. Olivia Popp, ao analisar o filme na Berlinale para a Cineuropa, escreveu: “No Other Land está no seu melhor quando atinge a mobilidade cinematográfica, com a câmara a agir como uma extensão deste interrogatório ativista da ocupação israelita violenta e não como um observador imparcial”. Lovia Gyarkye, para o The Hollywood Reporter, apelidou-o de “Um retrato devastador” e opinou: “O filme não é um documento de soluções, mas posiciona-se como um passo no movimento em direção a um futuro onde os palestinos sejam tão livres quanto os israelenses”. 

Jonathan Romney, ao analisar o filme na Berlinale, escreveu no ScreenDaily: “Um documentário particularmente urgente e revelador no contexto do atual conflito israelo-palestiniano”. Guy Lodge, escrevendo na Variety, disse: “Dadas as condições de sua produção, No Other Land seria vital mesmo em uma forma mais irregular. Mas a produção cinematográfica aqui é rigorosa e ponderada...”. David Ehrlich do IndieWire, resenhando na Berlinale, classificou o filme como A e escreveu: “A filmagem está lá fora, e raramente foi reunida em uma matriz mais concisa, poderosa e contundente do que aqui. Agora, só precisa ser vista”. Escrevendo para RogerEbert.com, Robert Daniels disse: “Nas mãos desses cineastas, a câmera se torna uma arma para a verdade e a resistência, e uma ferramenta para a conservação — registrando alguma prova de que sua aldeia existiu”. No 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim, No Other Land ganhou o Prêmio de Documentário da Berlinale e o Prêmio do Público Panorama de Melhor Documentário. Durante seus discursos de aceitação do Prêmio de Documentário da Berlinale, Abraham criticou Israel dizendo: - Estamos diante de vocês agora, eu e Basel temos a mesma idade. Eu sou israelense; Basel é palestina. E em dois dias voltaremos para “terra onde não somos iguais”. Eu estou vivendo sob uma lei civil e Basel está sob uma lei militar. Moramos a 30 minutos um do outro, mas tenho direito a voto. Basel não tem direito a voto. Sou livre para me mudar para onde eu quiser nesta terra. Basel está, como milhões de palestinos, trancada na Cisjordânia ocupada. Essa situação de apartheid entre nós, essa desigualdade, tem que acabar. Adra, no seu discurso de aceitação, disse: - É o nosso primeiro filme depois de muitos anos, minha comunidade, minha família tem filmado nossa comunidade sendo apagada por essa ocupação brutal. Estou aqui comemorando o prêmio, mas também é muito difícil para mim comemorar quando há dezenas de milhares do meu povo sendo massacrados por Israel em Gaza. Masafer Yatta, minha comunidade, também está sendo arrasada por escavadeiras israelenses. Peço uma coisa: para a Alemanha, como estou em Berlim aqui, respeitar os apelos das Nações Unidas (ONU) e parar de enviar armas para Israel. 

A Berlinale também apresentou outros numerosos protestos pró-Palestina durante os discursos de aceitação e tapete vermelho — incluindo o da vencedora do Urso de Ouro Mati Diop. Após a cerimônia de encerramento em 25 de fevereiro de 2024, uma conta do Instagram vinculada à seção Panorama publicou uma declaração supostamente oficial dos organizadores do Festival, exigindo que as autoridades alemãs retirassem seus suprimentos de armas para Israel. Pouco depois, a principal conta do Instagram da Berlinale declarou que a conta do Panorama havia sido hackeada e anunciou planos de “apresentar acusações criminais contra pessoas desconhecidas”. O prefeito de Berlim, Kai Wegner, e vários outros políticos alemães expressaram indignação, chamando os discursos de “antissemitas”, com Wegner afirmando no Twitter que “Berlim está firmemente do lado de Israel”. Embora o Festival seja financiado principalmente pelo governo alemão, os organizadores afirmaram que as “declarações dos cineastas eram independentes e deveriam ser aceitas, desde que respeitassem a estrutura legal”.  Abraham disse ao The Guardian: “Estar em solo alemão como filho de sobreviventes do Holocausto e pedir um cessar-fogo – e depois ser rotulado como antissemita não é apenas ultrajante, mas também está literalmente colocando vidas judaicas em perigo”, e relatou que sua família em Israel havia evacuado sua casa depois que “uma multidão israelense de direita” veio em busca dele. Ele também estava preocupado com a segurança de Adra, que havia retornado à Cisjordânia. Foi classificado em 3º lugar entre as 25 melhores obras europeias de 2024, pelos jornalistas da Cineuropa, de Santiago de Compostela, tendo sido incluído na lista dos melhores documentários de 2024 da Screen International e na lista dos 10 melhores documentários de 2024 da Deadline.  

Bibliografia Geral Consultada.

NAPOLEONI, Claudio, Smith, Ricardo, Marx. Considerazioni Sulla Storia del Pensiero Econômico. Torino: Boringhieri Editore, 1970; HYPPOLITE, Jean, Genesis y Estructura de la Fenomenología del Espíritu de Hegel. Barcelona: Ediciones 62, 1974; LABARRIÉRE, Pierre-Jean, Structures et Mouvement Dialectique dans la Phénoménologie de L’Esprit de Hegel. Paris: Éditions Aubier, 1975; AUGÉ, Marc, “Football: de l`Histoire Sociale à l`Anthropologie Religieuse”. In: Le Débat, n°19, 1982; Idem, La Guerre des Rêves. Exercices d’Ethno-Fiction. Paris: Éditions du Seuil, 1997; ARRIGHI, Giovanni, O Longo Século XIX – Dinheiro, Poder e as Origens de nosso Tempo. Rio de Janeiro: Editor Contraponto; São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 1994; SECRET, François, I Cabbalisti Cristiani del Rinasciment. Malino: Editore Arkeios, 2001; BUNES, Miguel Ángel de, Los Barbarroja: Corsarios del Mediterráneo. Madri: Ediciones Aldebarán, 2004; BRAGA, Ubiracy de Souza, “A Questão Israelense-Palestina: histórias míticas? In: Jornal O Povo. Fortaleza (CE), 7 de outubro de 2006; SILVA, Uiran Gebara, “Antiguidade Tardia como Forma de História”. In: Anos 90. Porto Alegre, vol. 16, nº 30, pp. 77-108, dezembro de 2009; ÁGOSTON, Gábor & MASTERS, Bruce (Editors), Encyclopedia of the Ottoman Empire. New York: Editor Facts on File, 2009; THOMAS, Keith, O Homem e o Mundo Natural: Mudanças de Atitude em Relação às Plantas e aos Animais (1500-1800). São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2010; ELIADE, Mircea, O Sagrado e o Profano: A Essência das Religiões. 3ª edição. Rio de Janeiro: Editora WMF; Editora Martins Fontes, 2010; ESTEVES, Ana Camila de Souza, Da África para o Mundo: Os Dilemas da Produção e da Difusão dos Cinemas Africanos para Audiências Globais a Partir da Entrada da Netflix na Nigéria. Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Faculdade de Comunicação. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2022; WEISS, Rachel et al, Émile Durkheim, O Individualismo e os Intelectuais. São Paulo: Edusp, 2024; MEDEIROS, Isaac Mateus da Silva, A Utilização de Experimentos Portáteis para Aplicação de uma Sequência Didática sobre Energia Eólica. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Rede Nacional. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2025; entre outros.  

sábado, 2 de agosto de 2025

Encurralado – Caminhões-tanque & Estado de Sofrimento Profundo.

      Não há angústia nem fantasia por trás da felicidade, é esta que não toleramos mais”. Michel Foucault                        

Os duelos humanos tiveram origem na Idade Média, na Europa, como “uma forma de resolução de conflitos entre nobres, onde a honra era restaurada através de combate ritualizado”. Essa prática evoluiu com o tempo, sendo formalizada em códigos de honra e estendendo-se para outras classes sociais, como estudantes e militares. Duelos surgiram como uma forma de “julgamento por combate”, onde a honra era defendida em confrontos individuais. Inicialmente restritos à nobreza, os duelos eram uma maneira de resolver disputas, muitas vezes envolvendo questões de honra, reputação ou ofensas pessoais.  A palavra angústia tem origem no latim angustia, que significa estreiteza ou aperto. Essa palavra latina, por sua vez, deriva do verbo angere, que significa “estreitar”, “sufocar” ou “apertar”. Portanto, a ideia central por trás da palavra angústia é a de algo que “comprime, restringe ou limita”. A palavra evoluiu do latim para o português através de um processo natural de transformação da linguagem. O termo latino angustia passou a ser usado para descrever um estado emocional de sofrimento, opressão e ansiedade intensa. Em resumo, a origem da palavra angústia remonta ao latim, com raízes na ideia de aperto, estreiteza e restrição, que evoluiu psicologicamente para descrever in limine um estado emocional de sofrimento profundo. Com o decorrer do tempo, códigos de honra foram desenvolvidos para regular os duelos, estabelecendo regras, procedimentos e armas permitidas. A prática do duelo sociologicamente se espalhou para outras classes sociais, como estudantes e militares, tornando-se uma forma comum de resolver conflitos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos da América. 

Com o avanço da lei e da moralidade pública, os duelos foram gradualmente proibidos ou se tornaram incomuns, embora continuem a existir em algumas formas, como a Mensur na Alemanha. Os duelos eram vistos como uma forma de julgamento por combate, onde a vitória confirmava a inocência ou a razão da parte vencedora. Os duelos se tornaram mais populares entre a nobreza e a classe alta, com códigos de honra elaborados para regular os confrontos. Os duelos foram proibidos em muitos países, mas ainda eram praticados em algumas regiões, como o Sul dos Estados Unidos da América e em algumas culturas isoladas. Na Europa, duelos eram comuns entre nobres e militares, onde a honra era defendida através do combate. A prática evoluiu para o uso de espadas e pistolas, com regras e procedimentos específicos. Na América do Norte, duelos com pistolas eram comuns no chaamado Velho Oeste, muitas vezes relacionados a questões de honra e vingança. Os duelos foram criticados por líderes religiosos e condenados com punição por governos, que os consideravam uma violência injustificável na modernidade contemporânea. A maioria dos países proibiu os duelos, com penalidades que variam de multas a prisão. Apesar do declínio, os duelos deixaram um legado cultural irradiado em romances, filmes e outras expressões artísticas.

Antes da distribuição em tanques, mutatis mutandis, o óleo era entregue em latas. A partir da década de 1880, ele foi distribuído em tanques puxados por cavalos. Em 1910, a Standard Oil começou a utilizar tanques motorizados. A Anglo American Oil introduziu tanques subterrâneos e navios-tanque de entrega no Reino Unido em 1920. A Pickfords assumiu uma empresa de navios-tanque de petróleo em 1921 e logo teve navios-tanque de 4.500 litros em meados da década de 1930. Em outros lugares, o desenvolvimento foi mais lento. Por exemplo, na Nova Zelândia, Sir Robert Waley Cohen (1877-1952), da British Imperial Oil, propôs pela primeira vez a utilização de petroleiros em 1925 e o primeiro petroleiro (910 litros ou 240 galões) norte-americanos de Auckland a chegar à Hamilton foi recebido por uma fabulosa banda de metais em 1927. Robert Cohen nasceu em uma proeminente família judia. Seu pai era Nathaniel Louis Cohen, um corretor da bolsa, e sua mãe era Julia Matilda Waley. Charles Cohen, um soldado, advogado e político do Partido Liberal era seu irmão, e Dorothea Waley Singer, uma paleógrafa e historiadora, era sua irmã. O jurista e economista inglês Jacob Waley (1818-1873) era seu avô materno, enquanto o orientalista Arthur Waley (1889-1966) era seu primo. Robert foi educado no Clifton College e no Emmanuel College, Cambridge. Profissionalmente Cohen ingressou na Shell Company em 1901 e negociou sua fusão com a Royal Dutch Oil em 1906. Ele era diretor da empresa resultante da fusão e assistente-chefe de seu diretor administrativo.                        

Cohen foi conselheiro de petróleo do Conselho do Exército durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pela qual recebeu um KBE em 1920. A sigla refere-se a Knight Commander of the Order of the British Empire, uma honraria concedida pelo Império Britânico, especificamente a Ordem do Império Britânico é uma ordem de cavalaria britânica estabelecida em 1917 pelo Rei George V para homenagear aqueles que prestaram serviços ao Reino Unido. O KBE é o segundo nível mais alto dentro dessa ordem, concedido a pessoas que se destacam em suas áreas, como artes, esportes ou música. Se a pessoa for um cidadão britânico, ela pode usar o título Sir antes de seu nome, enquanto cidadãos não britânicos podem usar KBE após o nome. O KBE é o segundo nível mais alto, logo abaixo de GBE (Knight/Dame Grand Cross), e acima de CBE (Commander), OBE (Officer) e MBE (Member). A honraria pode ser concedida a pessoas de qualquer nacionalidade que tenham prestado serviços relevantes ao Reino Unido. KBE é concedido a pessoas que se destacam em suas áreas como: artistas: músicos, atores, diretores, etc.; esportistas: atletas de alto desempenho. E profissionais em diversas áreas: Cientistas, médicos, empresários, etc. Paul McCartney recebeu o KBE em 1997 e é chamado de Sir Paul pelos britânicos, mas não por não britânicos, pois ele não é cidadão do Reino Unido. Bono (U2): Recebeu o título de Honorary KBE em 2007 e usa Bono, KBE. Pelé: Recebeu o título de KBE em 1997 e usava Pelé, KBE.        

Cohen se aposentou da Shell em 1928, mas se tornou presidente da African & Eastern Trade Corporation em 1929. Ele negociou uma fusão com a Niger Company na United África Company em 1929; ele renunciou em 1931. Embora se opusesse ao sionismo, Cohen foi o principal criador da Corporação Palestina, um conglomerado com diversos interesses comerciais. Foi vice-presidente do University College de Londres e presidente da Sinagoga Unida. Como parte dos preparativos da Alemanha imperialista para a proposta geopolítica de invasão da Grã-Bretanha, Cohen foi listado no chamado Livro Negro dos residentes britânicos proeminentes que deveriam evidentemente ser presos. Caen Wood Towers, Highgate, Londres, c.1920, residencia de Robert Waley Cohen entre 1919 e 1942. A casa foi construída para Edward Brooke, que nasceu em Manchester em 1832. Ele se casou com Jane Emily Alston em 1857; eles tiveram muitos filhos. Ele também era dono do Pabo Hall em Conwy, País de Gales, que ainda guarda seu retrato no corredor. Em 1869, Brooke veio de Manchester para Londres e comprou a propriedade de Lord Dufferin em Highgate. Pouco depois, ele mandou construir a casa, originalmente chamada de Caen Wood Towers, nesta propriedade.

A casa  principalmente temcomo representação social uma mistura ou combinação de arquitetura clássica e ameia neogótica, com um alto frontão holandês constituindo o ápice da fachada, em frente a uma torre com múltiplas torres, e com longas e estreitas chaminés em estilo Tudor na ala esquerda. Uma variedade de materiais de pedra e tijolo é, portanto, utilizada em seções apropriadas, e o edifício assemelha-se às casas follies, geralmente menores, de seu tempo. Em 1877, a primeira esposa de Brooke, Jane, morreu e no ano seguinte ele se casou com Frances Amyand Bellairs, filha do reverendo Henry Walford Bellairs. Brooke era sócio da empresa Brooke, Simpson e Spiller, fabricantes de corantes de anilina em Londres. Tornou-se Juiz de Paz do Condado de Middlesex, da Cidade de Londres e do Condado de Carnarvon. Foi também um dos Comissários de Sua Majestade para a Tenência da Cidade de Londres. Um livro publicado em 1880, intitulado Uma série de vistas pitorescas dos assentos dos nobres e cavalheiros da Grã-Bretanha e Irlanda, incluía uma gravura a cores das Torres de Caen Wood e um artigo descritivo sobre Edward Brooke e a casa. Brooke deixou Caen Wood Towers por volta de 1885 e Francis Reckitt e sua família vieram morar exatamente nesta casa. Francis Reckitt era sócio da Reckitt and Sons. Seu pai, Isaac, havia fundado a empresa, e ele e seu irmão, Sir James Reckitt, eram diretores da empresa em que ele morava em Caen Wood Towers. Reckitt nasceu em 1827 em Lincolnshire, Inglaterra.

Ele viveu por alguns anos em Hull, onde a empresa Reckitt and Sons estava sediada e mais tarde mudou-se para Hessle. Ele ficou viúvo duas vezes e teve vários filhos antes de se casar com Eliza Louisa Whitlock em 1877. O censo de 1891 demonstra a família morando em Caen Wood Towers e, nessa época, como vimos pela paternidade que havia quatro filhos ainda morando com eles. Um deles era seu filho Francis William Reckitt, que era artista. Francis Reckitt enriqueceu e doou muito dinheiro para estabelecer instituições públicas. Por exemplo, em 1897, ele pagou pela Newland Homes Francis Reckitt House para crianças. Ele também forneceu fundos para estabelecer uma nova biblioteca de referência dentro de uma biblioteca existente em Hull em 1890. A Reckitt Convalescent Home foi construída em 1907 com dinheiro doado por Francis. Reckitt deixou a Caen Wood Towers em 1900 e Sir Francis Cory-Wright se tornou o proprietário. Em 1904, Cohen se casou com Alice Violet Beddington; o casal teve dois filhos e uma filha. Em 1919, Cohen comprou Caen Wood Towers no prestigioso subúrbio de Highgate, Norte de Londres, onde a família realizou eventos sociais; Lady Waley Cohen frequente permitia que os jardins fossem usados para festas e eventos para clubes de meninas e escoteiros, e para arrecadar dinheiro para os menos afortunados.

Lady Cohen morreu em 1935, mas Sir Robert continuou a viver em Caen Wood Towers até cerca de 1942, quando foi assumida pela RAF e usada como Escola de Treinamento de Inteligência. Em 1924, Cohen alugou do Conde Fortescue a propriedade de Honeymead, em Simonsbath, Somerset, no pântano alto do centro de Exmoor, vagamente definida como uma área de charneca aberta e montanhosa no oeste de Somerset e no norte de Devon, no Sudoeste da Inglaterra. Seu nome é uma homenagem ao rio Exe, cuja nascente está situada no centro da área, a duas milhas a noroeste de Simonsbath. Exmoor é mais precisamente definida como a área da antiga floresta de caça real, também chamada de Exmoor, que foi oficialmente pesquisada entre 1815 e 1818 como tendo 18.810 acres (7.610 ha) de extensão. A charneca deu nome a um Parque Nacional, que inclui as colinas de Brendon, o vale de East Lyn, o vale de Porlock e 55 km (34 mi) da costa do canal de Bristol. Honeymead foi uma das primeiras fazendas construídas por John Knight logo após sua compra da coroa da antiga floresta real de Exmoor, em grande parte inculta, em 1818. Em 1927, Cohen comprou Honeymead com uma propriedade de 1.745 acres (706 ha), incluindo Winstitchen Allotment e Exe Cleave Allotment, juntas com as fazendas de Pickedstones, Winstitchen e Red Deer, também reconhecida como Gallon House e passou a introduzir técnicas agrícolas modernas. Em 1961, seu filho Bernard Waley-Cohen foi nomeado baronete “de Honeymead, no condado de Somerset”. Em 2018 ainda pertencia a seus descendentes.

No filme Encurralado, um clássico cinematográfico de 1971, um enferrujado caminhão tanque Peterbilt 281 é usado por um motorista invisível para perseguir e irritar o vendedor de eletrônicos David Mann, que a qualquer custo tenta matá-lo. Encurralado (Duel) é um premiado filme norte-americano de 1971, gênero suspense, dirigido por Steven Spielberg. Originalmente realizado para entretenimento e consumo na televisão, o filme foi surpreendentemente produzido em somente 13 dias. Inspirado em fatos reais, o longa-metragem se passa em estradas quase ou semidesertas, retratando um duelo anônimo, em oposição assimétrica, entre um caminhoneiro que aparenta ter “uma irresponsabilidade inconsequente pela vida humana” e um pacato vendedor varejista de eletrônicos. A obra é de análise psicológica, e busca fazer uma menção a fragilidade do homem moderno. Entretanto, se tudo na vida e no mundo do trabalho tem um começo, “Duel” irradiou o pragmatismo do “ilustre desconhecido”, o cineasta Steven Spielberg ao mercado cinematográfico. Com suas técnicas inovadoras, Spielberg mantém uma sensação de angústia nos espectadores durante quase todo o filme, e aplica elementos que fazem com que o motorista do caminhão, apesar de ser o algoz da amarga situação social, não passe de um simples figurante - o próprio Peterbilt 281 torna-se o “monstro” em discussão no filme, não como veículo, mas no que ele representa socialmente, nesta inquietante abordagem cinematográfica sobre o destino medonho de um anônimo.

O pragmatismo que em diferentes variantes apresenta-se como uma forma de filosofia capaz de enfrentar os desafios próprios de nosso tempo, certamente, pode ser compreendido do ponto de vista de suas raízes, como sendo originário, de um lado, ao pragmatismo clássico dos pensadores norte-americanos Peirce, Dewey, James, Schiller, são figuras centrais no desenvolvimento do pragmatismo, uma corrente filosófica americana. Peirce é frequentemente considerado o fundador do pragmatismo, enquanto James popularizou a filosofia e Dewey a desenvolveu ainda mais, integrando-a a outras áreas como a educação. Schiller, embora menos conhecido, contribuiu com sua perspectiva pragmática inglesa, destacando a importância da experiência e da utilidade na definição da verdade. Charles Sanders Peirce: Considerado o pai do pragmatismo, Peirce formulou a máxima pragmática, um princípio de clareza conceitual que estabelece que o significado de um conceito reside em suas consequências práticas, ou seja, como ele afetaria a nossa ação. Ele enfatizou a importância da investigação científica e do método científico como um processo contínuo de teste de hipóteses e revisão de crenças.

William James: Amigo e discípulo de Peirce, James popularizou o pragmatismo, expandindo suas aplicações para a psicologia e a religião. Ele via o pragmatismo como uma ferramenta para compreender a verdade, defendendo que uma crença é verdadeira se for útil e eficaz na prática. John Dewey: Um dos principais expoentes do pragmatismo, Dewey focou na aplicação da filosofia à vida cotidiana, especialmente na educação. Ele defendia uma abordagem educacional centrada na experiência, na resolução de problemas e na participação ativa do aluno. Ferdinand Canning Scott Schiller: Filósofo inglês, Schiller desenvolveu sua própria versão do pragmatismo, enfatizando a importância social da experiência e da ação na formação da utilidade de uso da verdade. Ele via a verdade como algo construído e moldado pelas nossas necessidades e propósitos. Por outro lado, às filosofias que emergiram da reviravolta pragmática do Wittgenstein das Investigações Filosóficas. O pragmatismo norte-americano, que segundo J-P Cometti, “é a filosofia mais solidamente enraizada na cultura americana”, desenvolveu-se em torno de uma filosofia do conhecimento, mas, desde o princípio, se afastou de concepções que tendem a privilegiar a busca de um fundamento no absoluto ou a de um modelo da razão, que determina a priori as possibilidades de busca e de descoberta. Pode-se dizer que o pensamento central da metafísica, é que o conhecimento humano não se limita ao conhecimento da experiência, mas que é possível chegar a um conhecimento objetivo do mundo através dos conceitos. Fundamento da verdade não é, então, o mundo “material empírico”, mas inversamente o “mundo do pensamento”, que apreende a estrutura inteligível do real enquanto método de análise. O espírito humano é compreendido como coextensivo em que as leis da lógica exprimem as leis que estruturam a realidade.

Richard Rorty interpreta esta postura como sendo a pretensão de captar, pela mediação do conceito, a forma e o movimento da natureza e da história o que, em última instância, desembocou na ideia de que o ser humano é capaz de descobrir como reparar as injustiças da história.  A teoria neopragmática rortyniana representa um termo filosófico recente, existente da década de 1960, sendo utilizado para denominar a filosofia que reintroduziu muitos dos conceitos do pragmatismo, sobre a verdade como objetivo de desvencilhar-se das influências dos dualismos metafísicos típicos; as distinções entre essência e acidente, aparência e realidade, sendo tal posição denominada de antiessencialista. Grande parte do que Rorty descreve em seus textos sobre a verdade desenvolve-se através de um diálogo com Donald Davidson e sua teoria semântica da verdade. Ambos estão de acordo que a noção sociológica de verdade não pode ser tida como uma correspondência, como uma representação, mas discordam em alguns pontos quanto à solução que procuram encaminhar para essa questão. Enquanto que para Davidson, os conceitos podem ser verdadeiros e utilmente descrever uma realidade objetiva, para Rorty a verdade não deve ser um objetivo da reflexão filosófica, pois o objetivo da investigação pragmática é procurar evidências substantivas para nossas crenças ocidentais, e que não há nada mais que fazer para firmar nossas convicções.

Não queremos perder de vista, historicamente do ponto de vista filosófico relativamente recente que há cerca de duzentos anos, a ideia de que a verdade era produzida, e não descoberta começou a tomar conta do imaginário individual (o sonho) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos) europeu. O precedente estabelecido pelos românticos conferiu a seu pleito uma plausibilidade inicial. O papel efetivo de romances, poemas, peças teatrais, quadros, estátuas e prédios no movimento social dos últimos 150 anos deu-lhe uma plausibilidade ainda maior, obtendo legitimidade, já que “as ideias adquirem força na história”. Alguns filósofos inclinaram-se ao iluminismo e continuaram a se identificar com a ciência. Eles veem a antiga luta entre a ciência e a religião, a razão e a irracionalidade, como um processo ainda em andamento que assumiu a forma de uma luta entre a razão e todas as mediações intraculturais que pensam na verdade como algo constituído e não encontrado. Esses filósofos consideram que a ciência é a atividade paradigmática e insistem que a ciência natural descobre a verdade, ao invés de cria-la. Encaram a expressão “criar a verdade” como metafórica e totalmente enganosa. Pensam na política e na arte como esferas em que a ideia de “verdade” fica deslocada.

Outros filósofos, percebendo que o mundo descrito pelas ciências físicas não ensina nenhuma lição moral e não oferece conforto espiritual, concluíram que a ciência não passa de uma serva da tecnologia. Esses filósofos alinham-se com o utopista político e com o artista inovador. Os primeiros contrastam a “realidade científica concreta” com o “subjetivo” ou o “metafórico”, os segundos veem a ciência como mais uma das atividades humanas, e não como o lugar em que os seres humanos deparam com uma realidade não humana “concreta”. De acordo com essa visão, os grandes cientistas inventam descrições do mundo que são úteis para o objetivo de prever e controlar o que acontece, assim como os poetas e os pensadores políticos inventam outras descrições do mundo para outros fins. Não há sentido algum, porém, em que qualquer dessas descrições seja uma representação exata de como é o mundo em si. Esses filósofos consideram inútil a própria ideia dessa representação, seja consignando uma verdade de segunda categoria (pro assim dizê-la fenomênica), seja como descrição do espírito da natureza espiritual (em torno da questão de uso da dialética) e elevar ao mais alto status o tipo de verdade oferecida pelo poeta e pelo revolucionário político.

O idealismo alemão, porém, representou uma solução de compromisso pouco duradoura e insatisfatória. É que Immanuel Kant e Georg Hegel fizeram apenas concessões parciais em seu repúdio à ideia de que a verdade está “dada”. Dispusera-se a ver o mundo da ciência empírica como um mundo “fabricado” – a ver a matéria como algo construído pela mente, ou como feita de uma mente insuficientemente cônscia de seu próprio caráter mental -, mas persistiram em ver a mente, o espírito, as profundezas do eu como dotados de uma natureza intrínseca – uma natureza que se poderia conhecer por uma espécie de superciência não empírica, chamada de filosofia. Isso significava que apenas metade da verdade – a metade científica inferior – era produzida. A verdade superior, a verdade sobre a mente, seara da filosofia, ainda era uma questão de descoberta, não de criação. Rorty precisa sua tese de distinção entre a afirmação de que o mundo está dado e a verdade dada, equivale a dizer, com bom senso, que a maioria das coisas no espaço e no tempo, é efeito de causas que não incluem os estados mentais. Dizer que a verdade não está dada é dizer que, onde não há frases, não há verdade. E que as frases são componentes das línguas humanas, e que as línguas humanas são criações humanas. Só as descrições podem ser verdadeiras ou terrivelmente falsas - sem o auxílio das atividades descritivas per se social ou política dos seres humanos - não pode sê-lo.   

Um caminhão representa um veículo motorizado terrestre para transporte de bens. Ao contrário dos automóveis, onde é comum serem construídos em uma estrutura única, à excepção das minivans, sendo a maioria deles feitos sobre uma estrutura forte chamada de chassis, os caminhões são construídos em várias dimensões, desde o tamanho de um automóvel pick-up com mala aberta ao tamanho de camiões pesados de autoestrada com semiatrelados. Camiões e carros têm um antepassado comum: o “fardier” movido a vapor de Nicolas-Joseph Cugnot construído em 1769. Contudo, camiões a vapor não eram comuns até 1800. As estradas nesta altura eram construídas para cavalos e carruagens, limitando o movimento destes veículos, geralmente de uma fábrica até uma estação de comboio. O primeiro semiatrelado surgiu em 1881, “puxado por um trator a vapor Dion”. Camiões movidos a vapor foram vendidos em França e Estados Unidos até a véspera da  guerra mundial, de 1914, e o início da tragédia da 2ª guerra mundial no Reino Unido. O primeiro motor de combustão interna foi construído em 1896 por Gottlieb Daimler (1834-1900). Outros, como Peugeot, Benz e Renault construíram os seus próprios motores de combustão. Geralmente eram construídos com motores de dois cilindros, com uma capacidade de carregar 1500 a 2000 kg. Estatisticamente em 1904, extraordinários 700 caminhões pesados foram construídos nos Estados Unidos da América, 1000 em 1907, 6000 em 1910 e 25000 em 1914.

Após a 1ª guerra mundial, vários avanços foram feitos: pneus totalmente em borracha foram trocados por pneus pneumáticos, acionadores de partida elétricos, travões elétricos, motores de 6 cilindros e iluminação elétrica. A Ford e a Renault também entraram no mercado de camiões pesados. Embora já inventados em 1890, os motores a diesel não foram comuns em camiões na Europa até os anos 1920. Nos Estados Unidos, demorou ainda mais para estes motores serem aceites: motores a gasolina ainda eram usados em camiões pesados até nos anos 1970, enquanto na Europa tinham sido completamente substituídos vinte anos antes. Entretanto, no final do século XIX os Estados Unidos da América representavam a principal potência industrial do mundo globalizado. E o maior celeiro de produtos agropecuários. Eram, também, um grande mercado nacional integrado. A integração era resultante de uma política federal: a doação de terras para criar uma rede ferroviária transcontinental e capilarizada. A implantação dos trilhos “inventou” centenas de cidades a Oeste dos Apalaches com as ligações. Os mapas demonstram o emaranhado do final do século XIX. Havia ainda um pressuposto para o império do transporte de carga sobre rodas: a geração de centenas de milhares de truck-drivers, os condutores das máquinas. Alguns poderiam ser recrutados entre os desmobilizados das guerras, já que haviam aprendido a conduzir nos quartéis. Mas eles vieram, principalmente, de outro movimento relevante do pós-guerra: o aumento da produtividade agropecuária – pela quimificação e mecanização, pelo uso da biologia animal avançada. Concentração de terras, desaparecimento de milhares de Family farms – que dirigiam tratores e caminhões transferiram sonho de produtores independentes para o de condutores independentes.

            A questão da escravidão continuaria a polarizar politicamente os Estados Unidos durante toda a primeira metade do século XIX, efetivamente dividindo o país entre os estados escravos e livres, na altura da linha Mason–Dixon. Durante o governo de Thomas Jefferson, o Congresso dos Estados Unidos passou uma lei proibindo a importação de escravos, em 1808, embora o tráfico ilegal, via Flórida espanhola, continuasse comum. O comércio interno de escravos, contudo, permaneceu legal e cresceu consideravelmente já que a demanda das plantações, movida principalmente pelo algodão no Sul, aumentava ano a ano. Na primeira metade do século XIX, mais de um milhão de escravos foram vendidos no sul, especialmente próximos a fronteira, e levados para as plantações no extremo sul do país em migrações forçadas. Nesse contexto, embora crianças não pudessem ser separadas de suas mães antes de completarem 12 anos, a prática era comum, assim como estupros a mulheres. Embora passassem por um processo de desumanização e maus tratos, as comunidades afro-americanas no Sul foram se desenvolvendo e tentavam preservar sua cultura. Em 1865, havia mais de 4 milhões de afro-americanos em condição de escravidão. No sul dos Estados Unidos, em 1860, eles eram 3,5 milhões (31% da população), com 25% da população branca no Sul tendo ao menos um escravo trabalhando para ele de forma permanente aluguel de escravos, também era uma opção comum para aqueles que não podiam pagar para manter um. No país como um todo, antes da guerra civil começar, cerca de 8% das famílias de norte-americanos brancos tinha escravos negros.

            Durante a maioria do século XVII e parte do século XVIII, escravos do sexo masculino eram em maior número que escravas do sexo feminino, fazendo com que os dois grupos tivessem experiências distintas nas colônias. Vivendo e trabalhando em uma ampla variedade de circunstâncias e regiões, homens e mulheres afro-americanos tiveram variadas experiências de escravidão. Com o aumento de mulheres africanas sequestradas, bem como os escravos nascidos nas colônias, estupros cresceram entre 1730 e 1750. - “A singularidade da situação das mulheres afro-americanas é que ela se situa no cruzamento de duas das mais bem desenvolvidos ideologias na América, sobre as mulheres e sobre o Negro”. Possuindo identidades femininas e simultaneamente identidades negras, mulheres africanas escravizadas enfrentaram em oposição assimétrica racismo e sexismo. A partir de 1700 e 1740, um número estimado de 43.000 escravos foi levado para a Virgínia e, à exceção de 4.000 escravos, que foram sequestrados diretamente da África.

        No período histórico da Revolução Americana (1775-1783), o status de escravo havia sido institucionalizado “como uma casta racial”, na parte mais baixa da hierarquia social, formada quase que exclusivamente por negros de ascendência africana, amparada por provisões legais dentro Constituição do país. Em 1789, o número de pessoas de cor livres que eram cidadãos e podiam votar era quase nulo. Porém, pouco tempo depois da guerra de independência, as primeiras Leis Abolicionistas foram passadas nos Estados do norte e o movimento para abolir a escravidão cresceu na primeira metade do século XIX. Os Estados nortistas dependiam de mão de obra livre e a maioria tinha abolido a escravidão por volta de 1805, embora nem todos os escravos tenham sido libertados de fato, imediatamente. A expansão da indústria do algodão no extremo Sul após a invenção da máquina de tecer, fez com que a demanda por trabalho escravo no sul dos Estados Unidos aumentasse. Os escravagistas tentaram expandi-la para os estados formados nos territórios do Oeste para que assim eles pudessem manter sua influência política pela nação. Os políticos sulistas queriam anexar Cuba como um território escravagista!

            Pesquisas recentes sugerem que o número de mulheres e homens transportados neste período foi semelhante, incluindo um elevado número de filhos. Como a maioria dos escravos provinham da África Ocidental, suas culturas eram centrais de meados ao fim do século XVIII da escravidão na Virgínia. Valores africanos foram predominantes e as culturas das mulheres da África Ocidental tinham fortes representações. Algumas representações culturais predominantes formavam os poderosos laços entre mãe e filho e entre as mulheres na comunidade feminina. Entre o grupo étnico Ibo da atual Nigéria, em particular, que incluía entre um terço e metade dos escravos no início do século XVIII, a autoridade feminina (a omu) “administrava sobre uma ampla variedade de questões importantes para as mulheres, em particular, e para a comunidade como um todo”. O grupo étnico lbo, representavam inúmeras pessoas trazidas para a Chesapeake, que pode se referir a várias localidades nos Estados Unidos, porém, em geral, os africanos vieram traficados de uma variada gama de culturas negras. Todos vieram de comunidades onde as mulheres eram fortes, e foram introduzidas sociedade patriarcal, racista e exploradora; homens brancos caracterizavam todas as mulheres negras como uma erotização sexual, visando justificar seu abuso sexual & prática de miscigenação. 

O caráter capitalista da “plantation” escravista do Sul, análogo aos estados do norte, era em certa medida uma contradição, mas em última instância, de oposição assimétrica no sentido formal marxista interno ao sistema econômico. Contudo, em sua complementaridade uma economia escravista tende a inibir o desenvolvimento econômico de uma sociedade capitalista, tal como apontado, neste caso pelo sociólogo Max Weber em seu livro: The Theory of Social and Economic Organization. Além disso, o retorno dos lucros de volta à produção, no caso comparado de Marx, presente no Norte industrializado, não ocorria da mesma forma nos estados do sul, que tinha uma acentuada tendência a um consumo intenso, daí o binômio: produção-consumo. Assim, norte e sul diferem-se na medida em que o primeiro possui um progresso econômico qualitativo com o retorno dos lucros à produção, e o Sul, por sua vez, ao dirigir seus lucros em escravos e terras, possui um progresso econômico quantitativo, levando em consideração a só aparente baixa produtividade da mão-de-obra escrava. Esse fato histórico, ideológico ou culturalmente se deve à mentalidade escravista do proprietário sulista, que investia na compra de escravos como “fator unicausal de produção”, pois “dava prestígio e segurança econômica e social numa sociedade dominada pelos plantadores”. Os consequentes saltos qualitativos na produção nortista levaram os proprietários sulistas a uma disputa com os proprietários do Norte.

Se for aceita a condição capitalista para os estados do Sul (Karl Marx), assim como para os estados do Norte (Max Weber), tem-se uma sociedade capitalista que impediu o desenvolvimento do próprio capitalismo. Fato que historicamente tende a revoltas, guerras e revoluções, ainda mais considerando que o Sul apresentava economicamente problemas de produção de produtos para o consumo interno. Relatos do escravo Frederick Douglass demonstram que algumas plantações não forçavam seus escravos a trabalharem no período festivo do Natal. O motivo não era altruísta, essa folga era concedida para liberar tensão psicológica entre os trabalhadores, como ocorre comparativamente no período de “carnaval” para que eles continuassem sendo explorados mais um ano. Não era uma prática comum a todos os donos de escravos, mas pelos relatos históricos e etnográficos, não era algo tão raro também na sociedade de classes. Apesar do tráfico de escravos ser proibido em 1815, o contrabando continuou até o ano de 1860, enquanto que no Norte crescia a campanha pela abolição da escravidão. O Compromisso do Missouri de 1820, autoriza a escravidão apenas abaixo do paralelo 36º.

O apoio que ainda poderia existir no Norte a favor da escravidão esvaiu-se com o livro A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Elizabeth Stowe (1811-1896), uma ardente abolicionista que o publicou em 1852. Stowe, uma professora do Hartford Female Seminary nascida no estado do Connecticut, e defensora ativa do abolicionismo no Estados Unidos, criou a figura do Uncle Tom, um escravo negro, com uma longa história de sofrimento, e cuja vida é o ponto central da história do livro. O romance descreve a realidade da escravatura ao mesmo tempo que afirma que o amor cristão pode superar algo tão destrutivo como a escravidão dos seres humanos. Uncle Tom`s Cabin foi o romance mais vendido do século XIX e o segundo livro deste século, logo a seguir à Bíblia. Crê-se que terá sido um dos pontos de partida para a causa do abolicionismo na década de 1850. No primeiro ano da sua publicação, foram vendidas cerca de 300 000 cópias nos Estados Unidos; um milhão na Grã-Bretanha. Em 1855, três anos depois da primeira publicação, foi chamado não por acaso de “o romance mais popular dos nossos dias”. O impacto atribuído ao livro é enorme, reforçado por uma história de quando Abraham Lincoln conheceu Stowe no início da Guerra Civil, e lhe disse: - “Então é esta a pequena senhora que deu início a esta grande guerra”. A citação não é reconhecida; só apareceu impressa em 1896, e tem sido alvo de alguma discussão: - “A longa presença da saudação de Lincoln como uma anedota em estudos literários e estudos sobre Stowe, pode talvez ser explicada em parte pelo desejo entre muitos intelectuais contemporâneos ... de afirmar o papel da literatura como agente de mudança social”. O livro e as peças de teatro nele inspiradas ajudaram a tornar popular vários estereótipos sobre os negros.

Destaque-se a afetuosa mammy (mãezinha) negra; o estereótipo pickaninny referente a crianças negras; e o Uncle Tom (pai Tomás), ou o obediente e serviçal sofredor devoto ao seu patrão ou patroa brancos. Em anos mais recentes, as associações negativas a Uncle Tom`s Cabin, esconderam, até um certo ponto, o impacto histórico do livro como um “instrumento essencial anti-escravatura”. Harriet Beecher Stowe, uma professora do Hartford Female Seminary, nascida no estado norte-americano do Connecticut, e defensora ativa do abolicionismo no Estados Unidos, escreveu a história em reação à aprovação, em 1850, da segunda Lei do Escravo Fugitivo. Grande parte do livro foi escrito em Brunswick, onde o seu marido, Calvin Ellis Stowe, ensinava no Bowdoin College. No final de 1860, o Estado da Carolina do Sul já havia se declarado fora da União, fato político este que culminou na formação dos Estados Confederados da América. Poucos meses após a eleição de Abraham Lincoln (1809-1865), um republicano contrário à escravidão, a confederação, politicamente de cunho separatista, já aglomerava caracteristicamente seus pontos de vista em 11 Estados: Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana, Arkansas, Texas e Tennessee. Assim, a guerra civil se deflagra e deixa um saldo de centenas de milhares de mortos e uma legião infelizmente de negros marginalizados. Nenhum programa governamental é previsto para sua integração profissional e econômica. O Sul permanece militarmente, mas isso acontece até 1877, favorecendo o surgimento de outras novas religiões como uma que se chama: Os cavaleiros da Camélia Branca, nessa esfera política “perseguia os negros violentamente e defendia a segregação racial”.        

No início do século XX, em Tacoma (Washington), o empresário produtor de madeira T.A. Peterman deparou-se com um problema de logística: ele não conseguia levar as toras derrubadas na floresta para sua serraria de forma rápida e eficiente. A fim de melhor aproveitar os recursos florestais, seria necessário melhorar os métodos utilizados até então: troncos flutuantes no rio, tratores a vapor, e uso da força do cavalo. Peterman sabia que se ele pudesse desenvolver a então incipiente tecnologia do automóvel e construir caminhões, ele teria grandes chances de resolver o seu problema. Para este fim, foi adaptar caminhões dispensados pelo exército, introduzindo melhorias sucessivas na tecnologia de cada veículo. Pouco depois, em 1938, ele comprou os ativos da Fageol Motors de Oakland, Califórnia, por causa da sua necessidade de um registo personalizado para construir chassis de caminhão. Fageol tinha ido à falência em 1932. Em 1938, a Grande Depressão tinha conduzido o valor dos ativos a quase zero. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução. Tanto Henry Ford quanto John Maynard Keynes alertaram, antes da Crise de 1929, que “a aceleração dos ganhos de produtividade provocada pela revolução taylorista levaria a uma gigantesca crise de superprodução se não fosse encontrada uma contrapartida em uma revolução paralela do lado da demanda”, que permitisse a redistribuição dos ganhos de produtividade causados pelo taylorismo, de forma que houvesse redistribuição dessa nova renda gerada, para dirigi-la ao consumo.

Durante décadas, essa foi a teoria mais aceita para a causa da Grande Depressão, porém, em contrapartida, economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas outras teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. Ela permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou maciça deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos EUA, e outras influências. Foi o economista Milton Friedman (1912-2006) que culpou a política monetária equivocada como a causa da Grande Depressão. Segundo a análise de Friedman, a autoridade monetária norte-americana permitiu que o suprimento de dinheiro diminuísse em um terço entre 1929 e 1933. O aperto da política monetária foi seguido pela queda dos preços e pela atividade econômica mais fraca: - “Durante os dois meses desde o pico cíclico de agosto de 1929 até o colapso, a produção, os preços no atacado e a renda pessoal caíram a taxas anuais de 20%, 7,5% e 5%, respectivamente”.

Em direção oposta da Corrente dominante no mundo acadêmico, Thomas Sowell analisou as estatísticas de desemprego nos Estados Unidos e culpou a interferência governamental na economia pela Grande Depressão. A taxa de desemprego nos Estados Unidos somente alcançou dois dígitos em 1932, tendo se mantido estável durante três anos, entre 1929 e 1931. Para Sowell, apenas quando o presidente Herbert Hoover adotou uma política agressiva de aumento dos gastos públicos e do protecionismo visando a reeleição na eleição de 1932, que a Grande Depressão veio de fato a ocorrer. Sowell alega que as estatísticas desmentem a narrativa dominante de que as políticas reconhecidas como New Deal, aprovadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, terminaram com a Grande Depressão, alegando que o desemprego continuou crescendo durante todo os anos 1930. Sowell conclui que o New Deal, na verdade, prolongou a Grande Depressão. Concordando com essa visão, Peter Ferrara, alega que a Grande Depressão só terminaria com a final da 2a guerra mundial (1939-1945), que teria levado a uma acentuada redução de gastos, impostos e regulamentações governamentais. 

Peterman adquiriu a fábrica de caminhões falida e começou a produzir caminhões para uso exclusivo na sua exploração de madeira. Em 1939, ele começou a vender seus caminhões principalmente para o público. T. A. Peterman morreu em 1945. Sua esposa Ida, vendeu a companhia para sete pessoas, menos a terra. Eles tornaram a empresa uma grande produtora de caminhões pesados. Em 1958, Ida Peterman anunciou planos de vender a terra para desenvolver um shopping center. Os acionistas, não tendo o desejo de investir em uma nova fábrica, venderam a Pacific Car & Foundry Co., segunda principal fabricante de vagões ferroviários, que estava procurando expandir sua fabricação de caminhões. Essa empresa, que adquiriu os ativos da Kenworth em 1945, já era uma empresa emergente no mercado de caminhões pesados. Os modelos de caminhões Peterbilt normal e tradicionalmente começavam com um “2” para caminhões com um único eixo e com 3 para rodado duplo. Peterbilt eliminou essa distinção no final de 1970. O Peterbilt 281 surgiu da montagem da Peterbilt em Oakland, Califórnia, em 1954.

Ele ganhou o apelido de Needlenose por causa de seu nariz estreito e capô em forma de borboleta, “popular entre os caminhoneiros pela facilidade de acesso ao motor e visibilidade superior”. Tal como a sua série companheira 351, tinha apenas dois pequenos painéis redondos. O clássico afinado nariz borboleta Peterbilt modelo feito a partir de 1954 até 1976, embora poucos foram feitos depois de 1968. O caminhão no filme clássico “Cult Movie Duel” é um Peterbilt 281 de 1950. Primeiro projeto do (Não é um 351 porque ele tem um eixo de marca 351 também estava disponível depois de 1971, em um eixo dianteiro revés (SBFA configuração) (Peterbilt de tal), que visa o mercado da costa Leste. Apelidado de “O lutador Autocar” por alguns funcionários. O SBFA 351 evoluiu para o 353. Permanecendo em produção até 1976, o 281/351 era uma série durável e popular. O design básico abriu caminho para diferentes modelos, com modelos de cabine inclinada sobre motor introduzidos em 1959. Um modelo 281 foi apresentado com destaque no filme feito para a TV Duel, dirigido por Steven Spielberg, de 23 anos, em 1971. Quando o filme foi “lançado nos cinemas em mercados estrangeiros, cenas adicionais foram filmadas em para estendê-lo por 90 minutos de duração”. Essas cenas adicionais foram filmadas com um Peterbilt 351, modificadas para corresponder ao 281 o mais próximo possível. Para reforçar sua intenção, Spielberg fez questão que o rosto do condutor do caminhão não aparecesse em momento algum durante as cenas.

David Mann (Weaver) está dirigindo seu carro pelas estradas da Califórnia, quando começa a ser perseguido por um caminhão gigantesco, dirigido por um homem não identificado, que “parece querer brincar com ele perigosamente na estrada”. No decorrer do trajeto rodoviário, David começa a perceber que a perseguição não se trata, apenas, de uma mera brincadeira ao volante. A medida em que as provocações do misterioso caminhoneiro atingem níveis mortais, David procura desesperadamente despistar o seu torturador psicológico, que parece não ter nenhum compromisso naquele dia a não ser provavelmente matá-lo. Considerado um sucesso, o filme obteve nota máxima concedida pela maioria dos críticos. Entre o público geral, o Rotten Tomatoes o classificou com quatro estrelas e meia de um total de cinco estrelas. O IMDB também reconhecida como Internet Movie Database, representa uma base de dados técnicos de informação sobre cinema, TV, música e games, pertencente à Amazon, que o classificou como quatro de cinco estrelas, com a votação de quase 60 mil membros participantes. Peterbilt 281 do Encurralado tinha motor Caterpillar de 300 cv e câmbio de 13 marchas.

Bibliografia Geral Consultada.

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