“Os mais fortes de todos os guerreiros são estes dois: Tempo e Paciência”. Leon Tolstói
A
pastorícia implica uma frequente deslocação dos animais criados em
função dos recursos naturais existentes ou para possibilitar a renovação da
flora. Em consequência da sua constante mobilidade, os nômadas não produziam,
em geral, qualquer espécie de cerâmica, que tinham de obter por troca. Na Ásia
Central e Setentrional formada por cinco países: Cazaquistão, Uzbequistão,
Turcomenistão, Tajiquistão Quirguistão. O continente asiático é regionalizado
em: Extremo Oriente, Oriente Médio, Sudeste Asiático, Ásia Setentrional, Ásia
Ocidental, Ásia Meridional, Ásia Oriental e Ásia Central. Também chamada de
Ásia do Norte, a Rússia é o único país que compõe a Ásia Setentrional com sua
capital Moscou, a população optou e continuou seu estilo de vida característico
dos nômadas, mudando frequentemente os seus locais de acampamento. Ampliou-se
com o avanço e a diversificação da criação de gado e tem sobrevivido sem
modificações assinaláveis. É o caso das tribos nômadas mongóis, a viverem em
regiões onde a vegetação típica das estepes proporciona boas pastagens com
condições naturais para a manutenção de grandes rebanhos. Na Índia a cultura de caçadores destacou-se na domesticação e criação de animais.
O nomadismo é a prática dos povos nômades, ou seja, que não têm uma habitação fixa, que vivem permanentemente mudando de lugar. Usualmente são os povos do tipo caçadores-coletores ou pastores, mudando-se a fim de buscar novas pastagens para o gado, quando se esgota aquela em que estavam. Os nômades não se dedicam à agricultura e frequentemente “ignoram fronteiras nacionais na sua busca por melhores pastagens”. A maioria dos antigos povos nômades tornaram-se sedentários com a descoberta da agricultura. No entanto, subsistem sociedades nômades, como as tribos de tuaregues do Saara. A existência do nomadismo na economia recoletora era motivado geograficamente pela deslocação dos agrupamentos sociais que, na procura constante de alimentos para sobrevivência, sob determinadas condições climáticas acompanhavam as movimentações dos próprios animais que pretendiam caçar, procuravam os locais onde existiam frutos ou plantas para recolher ou necessitavam de se defender das condições climáticas ou dos predadores. Este tipo de nomadismo manteve-se entre as comunidades que persistiram no modo de produção recoletora. Há, portanto, uma diferença sociológica entre nomadismo e o nomadismo coincidente com o início da cultura de criação de gado. Por razões ambientais de adaptação, se terem afastado dos agricultores, preferiram um estilo de vida dedicado à criação de ovelhas, cabras, bovinos e outros.
Grupos de famílias ou comunidades, atravessavam os rios utilizando jangadas, cobriam o corpo com peles de animais e usavam equipamento de caça como o arco e a flecha com microlitros na ponta. No Saara uma economia de pastoreio nômada mais desenvolvida pode ter sido também uma consequência da problematização da desertificação crescente. Na África Oriental, é a parte da África banhada pelo Oceano Índico e inclui, não só os países costeiros e insulares, Comores, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Seicheles, Moçambique, Somália e Tanzânia, mas também alguns do interior, como Burundi, Ruanda e Uganda, além de Zimbabué, Zâmbia e Maláui, herdeiros independentes da antiga Federação da Rodésia e Niassalândia, representados no mapa com verde-claro riscado de escuro, são incluídos nesta definição de sub-região estatística da extraordinária Organização das Nações Unidas. Por vezes, Sudão são também considerado parte da África Oriental. Além disso, Madagáscar e países da África Austral, são também parte da África Oriental, onde ocorrem fenômenos climáticos como a dessecação ou escoamento das águas dos lagos, onde eram abundantes os recursos humanos e alimentares, alterou a fixação das populações que passaram a um regime de pastoreio nômada que permaneceu até tempos recentes. Estatisticamente representam a questão da existência realmente em torno de 40% da população do Tibete que é per se nômade ou seminômade.
No
Other Land (em português: Sem chão) tem como
representação social e política um documentário de 2024. O que há de novo? Em primeiro lugar, seu idioma é o árabe,
possuindo um dialeto local, e a religião predominante é o islamismo sunita,
mas existe uma importante minoria cristã. Boa parte dos palestinos que são
cidadãos árabes de Israel são bilíngues, também falando o hebraico. A
identidade nacional palestina tem sido gradualmente afirmada desde a segunda
metade do século XX e foi essencialmente esclarecida durante o conflito
árabe-israelense, à medida que continuou na forma de um Conflito
israelo-palestino (cf. Braga, 2006).
A região histórica da Palestina foi assim denominada pelos gregos e romanos por
causa de um dos povos que habitavam essa área, os filisteus. Os palestinos
compartilham forte semelhança genética com os canaanitas, um conjunto de
populações semitas que habitou o Levante durante a Idade do Bronze, como
os fenícios, israelitas, moabitas e amonitas. Em segundo lugar, outras
populações que contribuíram um pouco cada uma com o que se pode chaamr de pool genético do
povo palestino foram os povos do Sul da Europa e Anatólia (c. 1.000 a.C.),
gregos (c. 300 a.C.) e povos do Cáucaso (domínio otomano). Os palestinos são
muito próximos geneticamente dos outros em similitude dos povos árabes levantinos, bem
como também são próximos da maioria das populações judaicas. Isto é, os atuais
palestinos exigem o reconhecimento por parte de Israel do Estado da Palestina.
Na
Europa central, este período iniciou a partir de 1 800-1 600 a.C. enquanto cultura
de Únětice, cultura dos Campos de Urnas, cultura dos Túmulos, seguido do
período 1 600–1 200 a.C., caracterizado pelo enterramento de cadáveres em
túmulos, prática que demonstrava um alto grau de estratificação social. No
Norte da Europa, a idade do bronze inicia-se em c. 1 700 a. C. na Escandinávia,
cultura das Terramaras e cultura lusaciana. Nesse período surgiu o comércio de
âmbar, muitos petróglifos representando divindades e vida cotidiana, além de arquétipos
de armas e joias. A idade do bronze atlântica compreende no período entre 1 300
a.C.–700 a.C. aproximadamente. Este complexo cultural incluía diferentes
culturas Ibéricas, das Ilhas Britânicas e do Atlântico francês. Foi marcada simbolicamente
em especial pelas trocas culturais e econômicas das culturas aborígenes
sobreviventes que acabaram por se render aos Indo-Europeus da Idade do Ferro
(majoritariamente celtas) no final deste período histórico e social. Durante
muitas décadas, os estudiosos fizeram referência superficial à Ásia Central
como o “reino pastoral” ou, alternativamente, o “mundo nômade”, no que os
pesquisadores passaram a chamar de “vácuo da Ásia Central”: um período de 5.000
anos que foi negligenciado nos estudos das origens da agricultura. As regiões
de sopé e as correntes de derretimento glacial sustentaram os agropastoris da
Idade do Bronze que desenvolveram rotas comerciais Leste-Oeste entre
a Ásia Central e a China, as quais introduziram o trigo e a cevada na China e
espalharam milhete pela Ásia Central.
O
Complexo Arqueológico Báctria-Margiana (CABM), também reconhecido como
civilização do Oxo, foi uma civilização da Idade do Bronze na Ásia Central,
datada de c. 2.400–1.600 a.C., com núcleo localizado no atual norte do
Afeganistão, Leste do Turcomenistão, sul do Uzbequistão e oeste do
Tadjiquistão, centrada no alto Amu Dária (Rio Oxo). Seus sítios foram
descobertos e batizados pelo arqueólogo soviético Viktor Sarianidi (1929-2013).
Báctria era o nome grego para a área de Bactra, no que hoje é o norte do
Afeganistão, e Margiana era o nome grego para a satrapia persa de Marguš, cuja
capital era Merve, no atual sudeste do Turcomenistão. Uma riqueza de informações indica que o CABM
tinha relações internacionais estreitas com o Vale do Indo, o Planalto
Iraniano, e possivelmente até indiretamente com a Mesopotâmia, e todas essas
civilizações estavam muito familiarizadas com a fundição por cera perdida. De
acordo com estudos recentes, o CABM não foi o principal contribuinte para a
genética posterior do Sul da Ásia. O Complexo Arqueológico Báctria-Margiana,
também chamado Civilização do Oxo, é a moderna designação arqueológica
para a cultura da Idade do Bronze da Ásia Central, datada de aproximadamente
2200–1700 a.C., localizada no Leste do Turcomenistão, Norte do
Afeganistão, Sul do Usbequistão e Oeste do Tajiquistão, centrada no alto rio
Amu Dária (Oxo), e cobrindo a antiga Báctria. Seus sítios foram
descobertos e nomeados pelo arqueólogo Viktor Sarianidi em 1976.
Báctria
era o nome grego para o persa antigo Bāxtriš do nativo Bāxçiš, nomeado
em referência a sua capital Bactra, atualmente Balkh, no que é o Norte do
Afeganistão. Margiana era o nome grego para a satrapia persa de Margu,
cuja capital era Merv, no atual Turcomenistão. O antigo historiador grego
Ctésias de Cnido (c. 400 a.C.), seguido por Diodoro Sículo, alegou que o
lendário rei assírio Nino derrotou um rei bactriano chamado Oxiartes em
aproximadamente 2 140 a.C., ou aproximadamente mil anos antes da Guerra de
Troia. Desde a decifração da escrita cuneiforme no século XIX, entretanto, que
permitiu a leitura dos registros assírios, os historiadores passaram a dar
pouco valor a essa afirmação. Uma teoria diz que a região foi lar de povos
indo-iranianos que se deslocaram para o Irã e para a Índia por volta de
2500–2000 a.C. Posteriormente, a região se tornou a província do Norte do
Império Aquemênida. Nesta região, onde o solo fértil do montanhoso país é
rodeado pelo deserto Turaniano, teria nascido e conseguido seus primeiros
adeptos o profeta Zoroastro. A língua avéstica, na qual foram escritos os
trechos mais antigos do Avestá zoroastriano, foi uma das velhas línguas
iranianas, e tida como a mais velha das línguas iranianas do Leste. Ernst
Herzfeld sugeriu que, antes de sua anexação ao Império Persa por Ciro II no
século VI a.C., Báctria pertenceu ao Império Medo. O domínio medo sobre a
Báctria é sugerido por Ctésias, que relaciona a submissão desta região ao rei
Ciro devido à sua aparente legitimidade ao trono medo, mas isso é questionável.
Junto com a Margiana, formava a décima segunda satrapia do Império Persa.
Depois que Dario III foi derrotado por Alexandre, o sátrapa da Báctria, Besso,
tentou organizar uma resistência nacional, mas foi capturado por outros chefes
militares e entregue a Alexandre. Ele foi, então, torturado e morto.
A
comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em
dois grandes grupos: os Parses e os zoroastristas iranianos. Em 2004, o número
de zoroastristas no mundo foi estimado entre 145 000 e 210 000. O Censo indiano
de 2001 contabilizou 69 601 zoroastristas parsis. Na Índia, os Parses são
reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no domínio económico,
educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm tendência para
praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a sua fé
como étnica. Em geral, os zoroastristas iranianos mostram-se mais abertos a
aceitar conversões. Concentram-se nas cidades de Teerão, Iázide e Carmânia.
Falam uma variante da língua persa, o Dari (diferente do Dari falado no
Afeganistão). Receberam o nome de gabars, termo inicialmente com
conotações pejorativas, no sentido de infidelidade religiosa, mas que perdeu
muito da sua carga ideologicamente negativa. Uma diáspora zoroastriana pode ser
encontrada em países como o Reino Unido, Canadá (6 mil pessoas), Estados Unidos
(11 mil pessoas) e Austrália (2 700 pessoas) e nos países do Golfo Pérsico (2
200 pessoas). A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a
Cultura declarou o ano de 2003 como ano de celebração dos 3 000 anos da
religião e cultura zoroastriana, numa iniciativa proposta pelo governo do
Tajiquistão. Em 2016, foi aberto em Suleimânia, no Curdistão iraquiano, o
primeiro templo para praticantes do zoroastrismo no Iraque.
Historicamente,
a região foi lar de um povo indo-europeu hábil no combate com cavalaria, a qual
era uma das melhores do mundo até então. Mas isso não foi suficiente para parar
Alexandre, o Grande, embora este tenha ficado gravemente ferido num combate contra
eles e ficado temporariamente cego. A região foi incorporada ao seu
recém-formado Império Macedônio. Alexandre conquistou Sogdiana. Entretanto, no Sul,
além do rio Oxo, ele encontrou forte resistência. Depois de dois anos de guerra
e forte insurgência, Alexandre conseguiu manter um controle frágil sobre
Báctria. Depois da morte de Alexandre, Diodoro Sículo conta que Filipe ficou
encarregado do controle de Báctria, mas Marco Juniano Justino conta que foi
Amintas quem recebeu esse encargo. Depois do Tratado de Triparadisso,
tanto Diodoro Sículo quanto Arriano concordam que o sátrapa Estasanor adquiriu
o controle de Báctria. Por fim, o império de Alexandre foi dividido entre os
generais de seu exército. Báctria tornou-se, então, parte do Império Selêucida,
que foi nomeado em referência a seu fundador, Seleuco I Nicátor.
Os
macedônios, especialmente Seleuco I e seu filho Antíoco I Sóter, estabeleceram
o Império Selêucida e fundaram muitas cidades gregas. A língua grega antiga
tornou-se a dominante na região durante algum tempo. O paradoxo de que a
presença grega é mais proeminente em Báctria do que em áreas bem mais próximas
à Grécia pode possivelmente ser explicada pela ocorrência de deportações de
gregos para Báctria no passado. Por exemploː durante o reinado de Dario I, os habitantes
da cidade grega de Barca (Cirenaica) foram deportados para Báctria por se
recusar a entregar assassinos. Além disso, Xerxes I também instalou os
Branquidas em Báctriaː eles eram descendentes de sacerdotes gregos que haviam
vivido em Dídimos e que haviam traído o templo. Heródoto ainda registra um
comandante persa que ameaçou escravizar as filhas dos revoltosos da Revolta
Jônica e enviá-las para a Báctria. Entretanto, estes poucos exemplos não são
indicativos de deportação em massa de gregos para a Ásia Central.
As
montanhas Altai, onde é localizado o Sul da Rússia e o centro da Mongólia,
foram identificadas como o ponto de origem de um enigma cultural denominado Fenômeno
de Seima-Turbino. Conjectura-se que as mudanças climáticas nesta região por
volta de 2000 a.C. e as mudanças ecológicas, econômicas e políticas que se
seguiram, desencadearam uma migração rápida e massiva para Oeste, para o
Nordeste da Europa, para Leste, para a China, e para Sul, ao Vietnã e a
Tailândia através de uma fronteira de cerca de 6.400 km. Esta migração ocorreu
em apenas cinco a seis gerações e levou povos da Finlândia, no Oeste, à
Tailândia, no Leste, a empregarem a mesma tecnologia de metalurgia e, em algumas
áreas, à equitação e criação de cavalos. Conjectura-se ainda que as mesmas
migrações espalharam o grupo de línguas urálicas pela Europa e Ásia: cerca de
39 línguas deste grupo ainda existem, incluindo o húngaro, o finlandês e o
estoniano. No entanto, testes genéticos recentes em locais no Sul da Sibéria e
no Cazaquistão (horizonte de Andronovo) apoiariam a disseminação da tecnologia
do bronze através de migrações indo-europeias para o Leste, uma vez que esta
tecnologia já era bem conhecida há bastante tempo nas regiões ocidentais. O
arquipélago japonês a introdução do bronze ocorreu durante o início do período
Yayoi (c. 300 a.C.), que viu a introdução da metalurgia e práticas agrícolas
trazidas por colonos vindos do continente.
A
Idade do Bronze é um período da civilização no qual ocorreu o desenvolvimento
desta liga metálica, resultante da mistura de cobre com estanho. Iniciou-se no
Oriente Médio em torno de 3300 a.C., substituindo o Calcolítico, embora
noutras regiões esta última idade seja desconhecida e a do bronze tenha
substituído diretamente o período neolítico. Na África subsaariana, o neolítico
é seguido da idade do ferro. A Idade do Bronze foi um período de uso intenso de
metais e de redes de desenvolvimento do comércio. A continuidade da produção de
artefatos de bronze exigia longas rotas comerciais até as fontes de estanho. A
Idade do Bronze no antigo Oriente Próximo começou com a ascensão da Suméria no
quarto milênio a. C. Ipso facto, é considerado o berço da
civilização; e praticavam a agricultura intensiva durante todo o ano;
desenvolveram um sistema de escrita; inventaram a roda de oleiro; criaram um
governo centralizado, códigos de leis e impérios; e introduziram a estratificação
social, a escravidão e a guerra organizada. Sociedades na região estabeleceram
as bases para a astronomia e matemática. A Idade do Bronze da Mesopotâmia
começou por volta de 3500 a.C. e terminou com o período cassita (c. 1 500–1 155
a.C.).
As
cidades do antigo Oriente Próximo abrigavam várias dezenas de milhares de
pessoas. Ur, Quis, Isim, Larsa e Nipur na Idade do Bronze Média e Babilônia,
Ninrude e Assur na Idade do Bronze Final também tinham grandes populações. O
Império Acadiano (2 335–2 154 a.C.) tornou-se a potência dominante na região e,
após sua queda, os sumérios desfrutaram de um renascimento com o Império
Neo-Sumério. A Assíria já existia desde o século XXV a.C.; e se tornou uma
potência regional com o Antigo Império Assírio (2 025–1 750 a.C.). A primeira menção da Babilônia como cidade
administrativa aparece em uma placa do reinado de Sargão da Acádia no século
XII a. C. A dinastia amorita estabeleceu a cidade-Estado da Babilônia no século
XIX a. C. Mais de 100 anos depois, assumiu o controle de outras cidades-Estados
e formou o breve Primeiro Império Babilônico durante o que também é chamado de
Antigo Período Babilônico. Acádia, Assíria e Babilônia, todas usaram a língua arcádica
semítica oriental escrita para uso oficial e como língua falada. Naquela época,
a língua suméria não era mais falada, mas ainda era de uso religioso na Assíria
e na Babilônia, e assim permaneceria até o século I d. C. As tradições acadiana
e suméria desempenharam um papel importante na posterior cultura assíria e
babilônica, embora a própria Babilônia ao contrário da Assíria, fundada por amorreus não nativos e frequente governada por povos não
indígenas, como cassitas, arameus e caldeus, bem como seus vizinhos assírios.
No
Antigo Egito, a Idade de Bronze começa no período protodinástico, c. 3 150 a. C.
A Idade do bronze arcaica do Egito, reconhecida como a época Tinita, segue
imediatamente a unificação do Baixo e Alto Egito, c. 3 100 a.C. É geralmente
considerado abrangendo as primeira e Segunda dinastias, com duração a partir do
período protodinástico do Egito até cerca de 2 686 a.C., ou o início do Império
Antigo. Com a primeira dinastia, a capital mudou-se de Abidos para Mênfis com
um Egito unificado governado por um rei-deus. Abidos permaneceu como a maior
terra santa no sul. As marcas da antiga civilização egípcia, como arte,
arquitetura e muitos aspectos da religião, tomaram forma durante o período
protodinástico. Mênfis no início da Idade de Bronze era a maior cidade da
época. O Império Antigo da Idade do Bronze regional é o nome dado ao período no
terceiro milênio a.C. quando o Egito atingiu seu primeiro pico contínuo de
civilização em complexidade e realizações - o primeiro de três períodos “imperiais”,
que marca os pontos altos da civilização no baixo Vale do Nilo sendo os outros
o Império Médio e o Império Novo. O Primeiro Período Intermediário, descrito
frequentemente como um “período negro” na história do antigo Egito, durou até
cerca de 100 anos após o fim do Império Antigo, em torno de 2 181–2 055 a. C.
Muito
poucas evidências monumentais sobrevivem deste período, especialmente da parte
inicial do mesmo. O Primeiro Período Intermediário foi um período agitado,
quando o governo do Egito foi dividido entre duas bases de poder concorrentes:
Heracleópolis, no Baixo Egito, e Tebas, no Alto Egito. Estes dois reinos
acabariam por entrar em conflito, com os reis de Tebas conquistando o Norte,
resultando na reunificação do Egito sob um único governante durante a segunda
parte da décima primeira dinastia. O Império Médio durou de 2055–1650 a. C.
Durante este período, a culto fúnebre a Osíris ascendeu para dominar a religião
popular egípcia. O período compreende duas fases: a 11ª Dinastia, que governou
de Tebas, e a 12ª e 13ª dinastias que foram centradas em torno de Lixte. O
império unificado já foi considerado como compreendendo as 11ª e 12ª dinastias,
mas historiadores atuais pelo menos parcialmente consideraram a 13ª dinastia
como pertencente ao Império Médio. Durante o Segundo Período Intermediário, o
Antigo Egito caiu em desordem pela segunda vez, entre o final do Império Médio
e do início da Império Novo. É mais reconhecido pelos Hicsos, cujo reinado
compreendeu as 15ª e 16ª dinastias. Os hicsos apareceram pela primeira vez no
Egito durante a 11ª dinastia, começaram sua escalada rumo ao poder na 13ª
dinastia, e surgiram a partir do Segundo Período Intermediário no controle de
Aváris e do Delta. Pela 15ª dinastia, governaram o Baixo Egito, tendo sido
expulsos no final da 17ª dinastia. No mar Egeu, estabeleceu-se uma área de
intenso comércio do metal, por volta de 3 200 a.C., principalmente em Chipre,
onde existiam minas de cobre, vindo o estanho das ilhas britânicas. Com isso,
iniciou-se o desenvolvimento da navegação. O império minoico, substituído pelo grego micênico, surgiu graças a este grande comércio.
No Other Land é dirigido por Basel Adra, Hamdan Ballal, Yuval Abraham e Rachel Szor, todos estreantes como diretores. Basel Adra (Tawani, 1996) é um cineasta, advogado e jornalista palestino. Ele documentou as tentativas das Forças de Defesa de Israel (IDF) de expulsar os aldeões palestinianos da Cisjordânia ocupada e a violência cometida pelos colonos israelitas. Adra co-escreveu e correalizou o documentário No Other Land, de 2024, com o jornalista israelita Yuval Abraham e os ativistas Hamdan Ballal e Rachel Szor. O filme retrata a situação da comunidade sitiada de Masafer Yatta, onde Adra cresceu, demonstrando “as forças israelitas a demolir casas e a retirar à força famílias que ali vivem há gerações, reivindicando a terra para fins de treino militar”. é um conjunto de 19 aldeias palestinas que compõem um município de nível D no sul da Cisjordânia, na província de Hebron, na Palestina, localizada entre 14 e 24 quilômetros (9–15 milhas) ao sul da cidade de Hebron, nas colinas do sul de Hebron. Está sujeito a estar dentro de uma “zona de tiro” militar declarada por Israel desde a década de 1970. Acredita-se que o nome Masafer derive das palavras árabes para “viajar”, à luz da distância necessária para viajar de Yatta, ou “nada” à luz da crença local de que “nada” seria capaz de viver na área. O documentário de 2024 No Other Land, vencedor do Oscar de Melhor Documentário, concentra-se em Masafer Yatta. Estreou no 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim e ganhou o Prêmio do Público Panorama para Melhor Documentário e o Prêmio de Documentário da Berlinale. Em 2025, o filme ganhou o Óscar de Melhor Documentário de Longa Metragem, fazendo de Adra o primeiro cineasta palestiniano a ganhar um Óscar. Em terceiro lugar, o filme foi realizado por um coletivo palestino-israelense de quatro ativistas no que eles descrevem como “um ato de resistência no caminho para a justiça durante o conflito em curso na região”. Em verdade se trata de um ato de existência, que nas palavras de Friedrich Hegel, desenvolveu um sistema filosófico que denominou “Idealismo Absoluto”, uma filosofia capaz de compreender discursivamente o Absoluto. Entre 1807 e 1808 dirigiu um jornal em Bamberg.
Entre
1808 e 1816 foi diretor do ginásio de Nuremberg. Em 1816 tornou-se professor da
Universidade de Heidelberg. A Universidade de Heidelberg, ou, nas suas formas
portuguesas, de Heidelberg ou de Edelberga, oficialmente denominada
Universidade de Heidelberg Ruprecht Karl (Ruprecht-Karls-Universität
Heidelberg, em alemão), é uma universidade pública alemã, das mais prestigiadas
universidades do país. Está estabelecida na cidade de Heidelberg, no estado de
Baden-Württemberg. Foi fundada em 1386, tendo sido a terceira universidade
estabelecida no Sacro Império. Seu nome latino é Ruperto Carola
Heidelbergensis. Estudantes do sexo feminino passaram a ser admitidas em 1899.
A Universidade é constituída de doze faculdades e oferece programas de
graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado em cerca de 100 disciplinas,
integrando o Grupo Coimbra A universidade, criada por Ruperto I, Eleitor do
Palatinato, quando Heidelberg era a capital do Palatinado, e tornou-se um
centro de teólogos e especialistas em leis no Sacro Império. Durante a Guerra
dos Trinta Anos (1618-1648) a universidade entrou em decadência financeira e
intelectual, e só viria a se recuperar no início do século XIX, aderindo ao
pensamento democrático e de intelectuais humanistas independentes, tendo sido
adotada como modelo para universidades norte-americanas. Não queremos perder de
vista que O Mais Antigo Sistema do Idealismo Alemão é um ensaio de
1796/1797, de autoria desconhecida, possivelmente escrito por Friedrich
Schelling, Georg Wilhelm Friedrich Hegel ou Friedrich Hölderlin. O documento
foi publicado pela primeira vez (em alemão) por Franz Rosenzweig, que o
designou como Das älteste Systemprogramm des deutschen Idealismus.
Embora o documento tenha a caligrafia de Hegel, especula-se se terá sido
escrito por Hegel, Schelling, Hölderlin ou uma quarta pessoa desconhecida. Yves
Bonnefoy (1923-2016) diz: “certamente inspirado por Hölderlin”.
Segundo Glenn Magee, do Departamento de Filosofia da
Universidade de Nova York de Long Island, em sua maioria dos peritos sobre o
sistema de pensamento em Hegel considera-o o autor.
No
entanto, várias das ideias defendidas no ensaio (como o desaparecimento do
Estado ou a supremacia da poesia no universo intelectual) parecem
contraditórias com a filosofia hegeliana. Schelling, Hegel, e Hölderlin eram
colegas de turma e de dormitório em Tübinger Stift, o seminário da Universidade
de Tubinga, e eram reconhecidos magistralmente como os “Três de Tubinga”. Hegel
e Hölderlin tinham 27 anos, e Schelling 22 anos. Em 1818 em Berlim, quando
ocupou a cátedra de filosofia, período em que encontra a expressão definitiva
de suas concepções estéticas e religiosas. Tinha grande talento pedagógico, mas
considerado mau orador, pois usava terminologias pouco usadas que dificultavam
sua interpretação. Exerceu enorme influência em seus discípulos das
universidades da Alemanha. Logo passou a ser o filósofo oficial do rei da
Prússia (cf. Wickert, 2013). Friedrich Hegel descreve sua concepção filosófica,
no prefácio a uma de suas mais célebres obras, a Fenomenologia do Espírito
(1807). O prólogo é posterior à redação da obra. Foi escrito, passado já o
tempo, quando o próprio Hegel pode tomar consciência de seu avanço e descoberta (cf. Silva, 2017). Tinha como objetivo o ligamento entre a
Fenomenologia, a qual só aparece como a primeira parte da ciência, e a Lógica
que, situando-se em uma perspectiva distinta da adotada pela Fenomenologia,
deve constituir o primeiro momento abstrato de uma Enciclopédia.
Explica-se
que neste prólogo que é algo assim, comparativamente, como um gonzo entre a
subjetividade da Fenomenologia e a objetividade Lógica, Hegel se sentira
fundamentalmente preocupado em representar uma ideia geral de todo o seu
sistema filosófico. Isto é, segundo sua concepção que só deve ser justificada
pela apresentação do próprio sistema, tudo decorre de entender e exprimir o
verdadeiro não como substância, mas precisamente como sujeito. A substância
viva é o ser, que na verdade é sujeito, ou que é na verdade efetivo, mas só na
medida em que é o movimento do pôr-se-a-si-mesmo, ou a mediação consigo mesmo
do tornar-se outro. Como sujeito, é a negatividade pura e simples, e justamente
por isso é o fracionamento do simples ou a duplicação oponente, que é de novo a
negação dessa diversidade indiferente e de seu oposto. Só essa igualdade se
reinstaurando, ou só a reflexão em si mesmo no seu ser-Outro, é que são o
verdadeiro; e não uma unidade originária enquanto tal, ou uma unidade imediata
enquanto tal. O verdadeiro que é o vir-a-ser de si
mesmo, o círculo que pressupõe seu fim como sua meta, ipso facto sua
antítese, que o tem como princípio, e que só é efetivo mediante sua atualização
e objetivo único de seu próprio fim.
Hegel
era crítico das filosofias claras e distintas, uma vez que, para ele, o negativo
era constitutivo da ontologia. Neste sentido, a clareza não seria
adequada para conceituar o próprio objeto. Introduziu um sistema de pensamento
para compreender a história da filosofia e do mundo (cf. Hyppolite, 1974;
Labarriére, 1975) chamado geralmente dialética: uma progressão no âmbito da
história e sociedade na qual cada movimento sucessivo surge, pois, como solução
das contradições inerentes ao movimento anterior. Desta forma, Introdução (Eileintung)
à Fenomenologia foi concebida ao mesmo tempo em que a obra é redatada em
primeiro termo; parece, pois, que encerra o substancial pensamento do que é
efetivo em toda a obra. Constitui uma Introdução em sentido literal aos
três primeiros momentos de toda a obra, isto é: a consciência, a
autoconsciência e a razão -, enquanto a última parte da Fenomenologia, que
contêm os particularmente importantes desenvolvimentos sobre o Espírito e a
Religião, ultrapassa por seu conteúdo a Fenomenologia tal como é definida stricto
sensu na muito citada Introdução. Ao que parece é como se Hegel entrasse no
marco de desenvolvimento fenomenológico com algo que na teoria, em princípio
não deveria haver ocupado um posto nele. Não obstante, seu estudo, em maior
medida que o do prólogo, nos permitirá elucidar o sentido da obra que Hegel
quis escrever, assim como a técnica que para ele representa o desenvolvimento
fenomenológico. Precisamente porque a Introdução não é como um Prólogo anexo
posterior que contêm consideráveis informações gerais sobre o objetivo que se
propunha o autor e as relações que sua obra tem com outros tratados filosóficos
do mesmo tema.
Ao contrário, de acordo com Hyppolite (1974),
“a introdução é parte integrante da obra, constitui o delineamento mesmo do
problema e determina os meios postos em prática para resolvê-lo”. Em primeiro
lugar, Hegel define na Introdução como se coloca para ele o problema do
conhecimento. Vemos como em certo aspecto retorna ao ponto de vista de Kant e
de Fichte. A Fenomenologia não é uma noumenologia nem uma ontologia,
mas segue sendo, todavia, um conhecimento do Absoluto, pois, que outra coisa
poderia conhecer se só o Absoluto é verdadeiro, ou só o verdadeiro é Absoluto?
Não obstante, em vez de apresentar o saber do Absoluto “em si para si”, Hegel
considera o saber tal como é na consciência e precisamente desde esse saber
fenomênico, mediante sua autocrítica, é como ele se eleva ao saber absoluto. Em
segundo lugar, Hegel define a Fenomenologia como desenvolvimento e cultura, no
sentido de seu progressivo afinamento da consciência natural acerca da ciência,
isto é o saber filosófico, o saber do Absoluto; por sua vez indica a
necessidade de uma evolução. Em último lugar, Hegel precisa a técnica teórica
do desenvolvimento fenomenológico e em que sentido este método é precisamente
obra própria da consciência que faz sua aparição na experiência, em que sentido
é suscetível de ser repensado em sua necessidade pela filosofia. A lei cujo
desenvolvimento necessário engendra todo o universo é a da dialética, segundo a
qual toda ideia abstrata, a começar pela de ser considerada no seu estado de
abstração, afirma necessariamente a sua negação, a sua antítese, de modo que
esta contradição exige para se resolver a afirmação de uma síntese mais
compreensiva que constitui uma nova ideia, rica em desenvolvimento, ao mesmo
tempo, do conteúdo das duas outras.
Na
Introdução à Fenomenologia Hegel repete suas críticas a uma filosofia
que não fosse mais que teoria do conhecimento. E não obstante, a Fenomenologia,
como têm assinalado quase todos os seus expressivos comentaristas, marca em
certos aspectos um retorno ao ponto de vista de Kant e de Fichte (cf.
Salvadori, 2014). Em que novo sentido devemos entendê-lo? Ora, se o saber é um instrumento,
modifica o objeto a conhecer e não nos apresenta em sua pureza; se for um meio
tampouco, nos transmite a verdade sem alterá-la de acordo com a própria
natureza do meio interposto. Se o saber é um instrumento, isto supõe que o
sujeito do saber e seu objeto se encontram separados; por conseguinte, o
Absoluto seria distinto do conhecimento: nem o Absoluto poderia ser saber de si
mesmo, nem o saber, fora da relação dialética, poderia ser saber do Absoluto.
Contra tais pressupostos a existência mesma da ciência filosófica, que conhece
efetivamente, é já uma afirmação. Não obstante, esta afirmação não poderia
bastar porque deixa a margem a afirmação de outro saber; é precisamente esta
dualidade o que reconhecia Schelling quando opunha o saber fenomênico e o saber
absoluto, mas não demonstrava os laços entre um e outro. Uma vez colocado o
saber absoluto não se vê como é possível no saber fenomênico, e o saber
fenomênico por sua parte fica igualmente separado do saber Absoluto. Metodologicamente Hegel
retorna ao saber fenomênico, ao saber típico da consciência comum, e pretende
demonstrar como aquele conduz necessariamente ao saber Absoluto, ou também que
ele mesmo soi disant tem como representação filosófica um saber Absoluto que, todavia, não se sabe como tal.
As
relações Noruega-Palestina são relações entre o Reino da Noruega e o Estado da
Palestina. A Palestina tem uma missão diplomática em Oslo, enquanto a Noruega
tem um escritório de representação em Al-Ram. A Noruega reconheceu o Estado da
Palestina em 28 de maio de 2024. O Partido Trabalhista, o partido governante na
década de 1940, tinha uma posição pró-Israel. Para a maioria dos noruegueses
não socialistas e cristãos, o novo estado judeu representava a realização das
profecias do Antigo Testamento. A Noruega foi descrita como o mais pró-Israel
dos três países nórdicos. No entanto, o apoio do Partido Trabalhista a Israel
não era indiscutível, pois em 1945 o partido considerou o estabelecimento de um
estado judeu “não possível e injusto”. A proposta do partido para o problema
judaico era não sionista, assimilando os judeus em seus respectivos países
europeus. Após assumir o cargo de Ministro das Relações Exteriores em 1973,
Knut Frydenlund (1927-1987) desempenhou um papel crucial na promoção das
demandas palestinas no início de sua carreira política. No entanto, em 1974, a
Noruega estava entre os oito Estados que votaram contra a concessão do status
de observador à OLP na Assembleia Geral das Nações Unidas. A Noruega ajudou a
orquestrar os Acordos de Oslo de 1993. Pela assinatura dos Acordos de Oslo, o
Comitê Norueguês do Nobel concedeu o Prêmio Nobel da Paz de 1994. Para
comunicar melhor com a sede da OLP em Tunes, a Noruega também estabeleceu uma
embaixada na capital tunisina em 2007.
O
governo norueguês elevou a missão palestina em Oslo a uma embaixada em dezembro
de 2010 e apelou à criação de um estado palestino no ano seguinte. Em janeiro
de 2011, o ministro das Relações Exteriores, Jonas Gahr Støre, declarou que, se
as negociações com Israel falhassem até setembro, a Noruega reconheceria a
Palestina no âmbito das Nações Unidas. Após se reunir com Abbas em julho de
2011, Støre disse que era legítimo que os palestinos buscassem uma votação
sobre a criação de um estado, enfatizando que as pessoas têm o direito de usar
as instituições da ONU para esclarecer seu status. Em maio de 2017, um
terrorista que participou do massacre da Coastal Road em 1978, onde 38 civis
israelenses incluindo 13 crianças, foram mortos, foi homenageado em um centro
feminino por uma agência da Autoridade Palestina. O centro foi construído com a
ajuda do governo da Noruega e da ONU Mulheres. O Ministro das Relações
Exteriores da Noruega exigiu que o financiamento da Noruega para o edifício
fosse reembolsado e seu logotipo removido do edifício. Ele disse que “a Noruega
não se permitirá ser associada a instituições que usam os nomes de terroristas
dessa forma”. Em junho de 2022, o governo norueguês anunciou o início da
rotulagem de produtos provenientes de colonatos, seguindo a abordagem da União Europeia
(UE). Em 27 de outubro de 2023, a Noruega foi um dos 121 países a votar a favor
de uma resolução da Assembleia Geral que pedia um cessar-fogo imediato na
guerra de Gaza.
Em
novembro, o primeiro-ministro Jonas Gahr Støre rejeitou a guerra de Israel em
Gaza e declarou que ela violava as leis internacionais de guerra, afirmando o
direito dos palestinos à autodefesa. Em 16 de novembro de 2023, o Parlamento
norueguês, o Storting, aprovou uma resolução que apela ao governo para
estar pronto a reconhecer a Palestina como um estado Independente. Em 23 de
dezembro, Støre criticou fortemente a guerra de Israel. Acrescentou que a Faixa
de Gaza está agora praticamente sem qualquer hospital: - “Isto significa que
mais de 2 milhões de pessoas que têm uma necessidade urgente de assistência
médica estão numa situação crítica, que não podemos aceitar”. E corre o risco
de perder qualquer solidariedade como resultado dos ataques de 7 de outubro. Em
meio à guerra de Gaza, o governo da Noruega reconheceu o Estado da Palestina em
28 de maio de 2024. Em 24 de abril de 2025, a Noruega anunciou que formalizou
suas relações diplomáticas com a Palestina quando a recém-nomeada embaixadora
palestina na Noruega, Marie Sedin, apresentou suas credenciais ao Rei Harald V,
é o Rei da Noruega desde 1991, sucedendo a seu pai Olavo V, e membro da Casa de
Eslésvico-Holsácia-Sonderburgo-Glucksburgo, em evento cerimonial realizado no
Palácio Real de Oslo. É uma coprodução de Palestina e Noruega, o
filme foi selecionado para a seção Panorama do 74º Festival Internacional de
Cinema de Berlim, onde teve sua estreia mundial em 16 de fevereiro de 2024,
ganhando o Prêmio do Público Panorama de Melhor Documentário, e o Prêmio de
Documentário da Berlinale.
Em
17 de dezembro de 2024, o filme foi pré-selecionado para o 97º Oscar de
Melhor Documentário. Filmado ao longo de cinco anos (2019 - 2023), No Other
Land documenta os esforços de Basel Adra e outros ativistas palestinos contra a
destruição de sua aldeia natal (Masafer Yatta, na província de Hebron,
Cisjordânia ocupada), pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) para construir um
campo de treinamento militar no local. Uma decisão liminar da Suprema Corte de
Israel rejeita a apelação de seus habitantes contra a destruição, não
reconhecendo a existência de Masafer Yatta, embora atestada em mapas desde o século
XIX. Como parte da “Zona C” da Cisjordânia, a área está sob o controle civil e
militar total de Israel. As FDI restringem arbitrariamente o movimento
da população e prendem aqueles que se envolvem em protestos pacíficos contra a
ocupação, como em uma cena em que o pai de Basel, Nasser, é detido. O filme
também incorpora imagens de arquivo da família Adra, feitas ao longo de vinte
anos (incluindo uma visita de Tony Blair ao vilarejo, em 2009). Com base nessa
tradição, Basel decidiu começar a filmar após a chegada das primeiras
escavadeiras, no verão de 2019. Basel Adra, um jovem militante palestino, vem
resistindo ao deslocamento forçado de seu povo pelos militares israelenses em
Masafer Yatta, na Cisjordânia, desde que era criança. Ele registra em vídeo a
destruição gradual de sua aldeia natal, onde soldados israelenses estão
destruindo casas e despejando seus habitantes. Basel faz amizade com Yuval, um
jornalista israelense que o ajuda em sua luta. Eles formam um vínculo
inesperado, mas sua amizade é desafiada pela enorme lacuna entre suas condições
de vida: Basel enfrenta opressão e violência constantes, enquanto Yuval
desfruta de liberdade e segurança.
As
manhãs são marcadas pela chegada de Ilan, o burocrata israelense encarregado de
supervisionar a expulsão, que entrega, aos moradores das casas, os avisos de
demolição de suas casas, operação prontamente executada por escavadeiras
protegidas por militares das IDF. As famílias não têm escolha a não ser se
resignar e se mudar para Hebron ou outros centros urbanos, ou tentar
reconstruir suas casas, às escondidas, durante a noite. Em janeiro de 2021,
durante a apreensão de materiais de construção e ferramentas usados para a
reconstrução de uma casa demolida, um soldado israelense atira em Harun Abu
Aram, um jovem que não quer permitir o confisco do gerador elétrico de sua
família. Em consequência do tiro, Harun fica tetraplégico. Sua mãe, Shamia, é
forçada cuida dele em uma caverna onde moram, já que não pode construir outra
casa ou dirigir um carro para levá-lo a um hospital da cidade vizinha, dadas as
restrições impostas à liberdade de ir e vir dos palestinos. Harun morreria dois
anos depois, em decorrência do ferimento.
O
filme registra a demolição de casas e a destruição da precária infraestrutura
de abastecimento de água e energia da aldeia, assim como da única escola de
Masafer Yatta, construída contra a vontade do governo israelense, pelos
próprios moradores - homens, mulheres e crianças -, trabalhando noite e dia, às
escondidas, quando Basel era apenas uma criança. Basel estabelece uma relação
profissional e de amizade com seu colega Yuval Abraham, um jornalista
israelense de Be`er Sheva que o ajuda a filmar as demolições. Yuval é bem
recebido, apesar do constrangimento inicial, pelos aldeões palestinos, com quem
colabora e também discute a situação política. Mas, à medida que o tempo passa,
cresce a frustração de Basel e Yuval em razão da falta de repercussão dos
vídeos de Basel e dos artigos de Yuval, na grande mídia, enquanto prosseguem as
demolições. Ao mesmo tempo, ambos percebem suas diferentes condições de vida,
apesar de morarem na mesma terra. Paralelamente ao despovoamento forçado da
aldeia, surgem, na mesma área, novos assentamentos israelenses, cujos colonos,
armados e protegidos pelo exército, aterrorizam e agridem a população
palestina. Durante as filmagens, Yuval é ameaçado por colonos e, ao retornar a
Israel, é acusado durante uma aparição na TV de promover o antissemitismo.
Basel é ameaçado de prisão pelos soldados israelenses, que acabam prendendo seu
pai, Nasser.
Até
que este seja libertado, Basel precisa trabalhar no postinho de gasolina do
pai, para sustentar a família e, nesse período, deixa de filmar as demolições.
O filme termina com uma legenda informando que o filme foi concluído à época do
ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023. Desde então, as demolições
em Masafer Yatta se intensificaram. Um vídeo amador mostra um ataque de colonos
armados à aldeia, em 13 de outubro de 2023, quando um deles atira à
queima-roupa em um primo desarmado de Basel, Zakriha Adra. Desde então, as
famílias palestinas decidiram deixar Masafer Yatta. Basel Adra falou sobre o
desenvolvimento do filme. Ele disse: “Yuval e Rachel, que são israelenses,
vieram há cinco anos para escrever sobre coisas — Yuval é jornalista — nos
conhecemos e nos tornamos amigos, mas também ativistas juntos, trabalhando em
artigos sobre a área”. Ele disse ainda, “E então tivemos a ideia de fazer isso,
de criar este filme”.
A
família e os vizinhos de Basal tinham um enorme arquivo de vídeos que foram
filmados ao longo de 20 anos. E então nós, como ativistas, estávamos lá no chão
juntos, trabalhando juntos por quase cinco anos, e filmamos muito. Tínhamos
Rachel, a diretora de fotografia e codiretora do filme, que estava nos
filmando. Então havia uma abundância de filmagens. Os militares entraram na
casa de Basal duas vezes e confiscaram computadores e câmeras fotográficas.
Então estávamos sempre muito, muito estressados. Foi complicado logisticamente
e bastante estressante, mas no final conseguimos. O documentário foi filmado ao
longo de quatro anos, entre 2019 e 2023, encerrando a produção em outubro de
2023. No Other Land teve sua estreia mundial em 16 de fevereiro de 2024,
como parte do 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim, no
Panorama. Foi apresentado no Festival Internacional de Documentários de
Copenhague em 15 de março de 2024, na seção “Assuntos Urgentes” e no tema “Conflito”.
Foi destaque nas “Frentes Populares” do 46º Festival Cinéma du Réel, que
aconteceu de 22 a 31 de março de 2024 em Paris, também apresentado na seção de
Documentários Internacionais do 71º Festival de Cinema de Sydney em 13 de junho
de 2024. Também foi exibido em Horizons no 58º Festival Internacional de
Cinema de Karlovy Vary em 28 de junho de 2024.
Foi
selecionado no TIFF Docs no Festival Internacional de Cinema de Toronto de
2024, onde foi exibido em 12 de setembro de 2024. Foi exibido no Showcase
no Festival Internacional de Cinema de Vancouver de 2024 em 28 de setembro de
2024. Também foi selecionado no Documentary Showcase no 29º Festival
Internacional de Cinema de Busan e exibido em 3 de outubro de 2024. Também
chegou ao Main Slate do Festival de Cinema de Nova Iorque de 2024 e foi exibido
no Lincoln Center em outubro de 2024. Também foi selecionado para o MAMI Mumbai
Film Festival 2024, na seção World Cinema, onde teria sua estreia no Sul da
Ásia. No entanto, suas exibições foram canceladas porque o festival não
conseguiu receber as “permissões necessárias” a tempo. No Other Land
também foi selecionado na seção Standpoint do 35º Festival Internacional de
Cinema de Cingapura e foi exibido em 4 de dezembro de 2024. No Brasil, foi
lançado nos cinemas pela Synapse Distribution em 13 de março de 2025. No site agregador de resenhas Rotten
Tomatoes, 100% das 46 avaliações dos críticos são positivas, com uma
classificação média de 8,9/10. O consenso do site diz: - “Um diário
elegantemente montado da experiência palestina, No Other Land é um
documento angustiante que deixa rastros de esperança para um futuro melhor”. O
Metacritic, que usa uma média ponderada, atribuiu ao filme uma pontuação de 90
em 100, com base em 15 críticos, indicando “aclamação universal”. Olivia Popp,
ao analisar o filme na Berlinale para a Cineuropa, escreveu: “No Other Land
está no seu melhor quando atinge a mobilidade cinematográfica, com a câmara a
agir como uma extensão deste interrogatório ativista da ocupação israelita
violenta e não como um observador imparcial”. Lovia Gyarkye, para o The
Hollywood Reporter, apelidou-o de “Um retrato devastador” e opinou: “O
filme não é um documento de soluções, mas posiciona-se como um passo no
movimento em direção a um futuro onde os palestinos sejam tão livres quanto os
israelenses”.
Jonathan
Romney, ao analisar o filme na Berlinale, escreveu no ScreenDaily: “Um
documentário particularmente urgente e revelador no contexto do atual conflito
israelo-palestiniano”. Guy Lodge, escrevendo na Variety, disse: “Dadas as
condições de sua produção, No Other Land seria vital mesmo em uma forma
mais irregular. Mas a produção cinematográfica aqui é rigorosa e ponderada...”.
David Ehrlich do IndieWire, resenhando na Berlinale, classificou o filme
como A e escreveu: “A filmagem está lá fora, e raramente foi reunida em uma
matriz mais concisa, poderosa e contundente do que aqui. Agora, só precisa ser
vista”. Escrevendo para RogerEbert.com, Robert Daniels disse: “Nas mãos desses
cineastas, a câmera se torna uma arma para a verdade e a resistência, e uma
ferramenta para a conservação — registrando alguma prova de que sua aldeia
existiu”. No 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim, No Other Land
ganhou o Prêmio de Documentário da Berlinale e o Prêmio do Público Panorama de
Melhor Documentário. Durante seus discursos de aceitação do Prêmio de
Documentário da Berlinale, Abraham criticou Israel dizendo: - Estamos diante de
vocês agora, eu e Basel temos a mesma idade. Eu sou israelense; Basel é
palestina. E em dois dias voltaremos para “terra onde não somos iguais”. Eu
estou vivendo sob uma lei civil e Basel está sob uma lei militar.
Moramos a 30 minutos um do outro, mas tenho direito a voto. Basel não tem
direito a voto. Sou livre para me mudar para onde eu quiser nesta terra. Basel
está, como milhões de palestinos, trancada na Cisjordânia ocupada. Essa
situação de apartheid entre nós, essa desigualdade, tem que acabar.
Adra, no seu discurso de aceitação, disse: - É o nosso primeiro filme depois de
muitos anos, minha comunidade, minha família tem filmado nossa comunidade sendo
apagada por essa ocupação brutal. Estou aqui comemorando o prêmio, mas também é
muito difícil para mim comemorar quando há dezenas de milhares do meu povo
sendo massacrados por Israel em Gaza. Masafer Yatta, minha comunidade, também
está sendo arrasada por escavadeiras israelenses. Peço uma coisa: para a
Alemanha, como estou em Berlim aqui, respeitar os apelos das
Nações Unidas (ONU) e parar de enviar armas para Israel.
A
Berlinale também apresentou outros numerosos protestos pró-Palestina
durante os discursos de aceitação e tapete vermelho — incluindo o da vencedora
do Urso de Ouro Mati Diop. Após a cerimônia de encerramento em 25 de fevereiro
de 2024, uma conta do Instagram vinculada à seção Panorama publicou uma
declaração supostamente oficial dos organizadores do Festival, exigindo que as
autoridades alemãs retirassem seus suprimentos de armas para Israel. Pouco
depois, a principal conta do Instagram da Berlinale declarou que a conta do
Panorama havia sido hackeada e anunciou planos de “apresentar acusações
criminais contra pessoas desconhecidas”. O prefeito de Berlim, Kai Wegner, e
vários outros políticos alemães expressaram indignação, chamando os discursos
de “antissemitas”, com Wegner afirmando no Twitter que “Berlim está
firmemente do lado de Israel”. Embora o Festival seja financiado principalmente
pelo governo alemão, os organizadores afirmaram que as “declarações dos
cineastas eram independentes e deveriam ser aceitas, desde que respeitassem a
estrutura legal”. Abraham disse ao The
Guardian: “Estar em solo alemão como filho de sobreviventes do Holocausto e
pedir um cessar-fogo – e depois ser rotulado como antissemita não é apenas
ultrajante, mas também está literalmente colocando vidas judaicas em perigo”, e
relatou que sua família em Israel havia evacuado sua casa depois que “uma
multidão israelense de direita” veio em busca dele. Ele também estava
preocupado com a segurança de Adra, que havia retornado à Cisjordânia. Foi classificado em 3º lugar entre as 25 melhores obras europeias de 2024,
pelos jornalistas da Cineuropa, de Santiago de Compostela, tendo sido incluído
na lista dos melhores documentários de 2024 da Screen International e na
lista dos 10 melhores documentários de 2024 da Deadline.
Bibliografia
Geral Consultada.
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