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sábado, 2 de agosto de 2025

Encurralado – Caminhões-tanque & Estado de Sofrimento Profundo.

      Não há angústia nem fantasia por trás da felicidade, é esta que não toleramos mais”. Michel Foucault                        

Os duelos humanos tiveram origem na Idade Média, na Europa, como “uma forma de resolução de conflitos entre nobres, onde a honra era restaurada através de combate ritualizado”. Essa prática evoluiu com o tempo, sendo formalizada em códigos de honra e estendendo-se para outras classes sociais, como estudantes e militares. Duelos surgiram como uma forma de “julgamento por combate”, onde a honra era defendida em confrontos individuais. Inicialmente restritos à nobreza, os duelos eram uma maneira de resolver disputas, muitas vezes envolvendo questões de honra, reputação ou ofensas pessoais.  A palavra angústia tem origem no latim angustia, que significa estreiteza ou aperto. Essa palavra latina, por sua vez, deriva do verbo angere, que significa “estreitar”, “sufocar” ou “apertar”. Portanto, a ideia central por trás da palavra angústia é a de algo que “comprime, restringe ou limita”. A palavra evoluiu do latim para o português através de um processo natural de transformação da linguagem. O termo latino angustia passou a ser usado para descrever um estado emocional de sofrimento, opressão e ansiedade intensa. Em resumo, a origem da palavra angústia remonta ao latim, com raízes na ideia de aperto, estreiteza e restrição, que evoluiu psicologicamente para descrever in limine um estado emocional de sofrimento profundo. Com o decorrer do tempo, códigos de honra foram desenvolvidos para regular os duelos, estabelecendo regras, procedimentos e armas permitidas. A prática do duelo sociologicamente se espalhou para outras classes sociais, como estudantes e militares, tornando-se uma forma comum de resolver conflitos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos da América. 

Com o avanço da lei e da moralidade pública, os duelos foram gradualmente proibidos ou se tornaram incomuns, embora continuem a existir em algumas formas, como a Mensur na Alemanha. Os duelos eram vistos como uma forma de julgamento por combate, onde a vitória confirmava a inocência ou a razão da parte vencedora. Os duelos se tornaram mais populares entre a nobreza e a classe alta, com códigos de honra elaborados para regular os confrontos. Os duelos foram proibidos em muitos países, mas ainda eram praticados em algumas regiões, como o Sul dos Estados Unidos da América e em algumas culturas isoladas. Na Europa, duelos eram comuns entre nobres e militares, onde a honra era defendida através do combate. A prática evoluiu para o uso de espadas e pistolas, com regras e procedimentos específicos. Na América do Norte, duelos com pistolas eram comuns no chaamado Velho Oeste, muitas vezes relacionados a questões de honra e vingança. Os duelos foram criticados por líderes religiosos e condenados com punição por governos, que os consideravam uma violência injustificável na modernidade contemporânea. A maioria dos países proibiu os duelos, com penalidades que variam de multas a prisão. Apesar do declínio, os duelos deixaram um legado cultural irradiado em romances, filmes e outras expressões artísticas.

Antes da distribuição em tanques, mutatis mutandis, o óleo era entregue em latas. A partir da década de 1880, ele foi distribuído em tanques puxados por cavalos. Em 1910, a Standard Oil começou a utilizar tanques motorizados. A Anglo American Oil introduziu tanques subterrâneos e navios-tanque de entrega no Reino Unido em 1920. A Pickfords assumiu uma empresa de navios-tanque de petróleo em 1921 e logo teve navios-tanque de 4.500 litros em meados da década de 1930. Em outros lugares, o desenvolvimento foi mais lento. Por exemplo, na Nova Zelândia, Sir Robert Waley Cohen (1877-1952), da British Imperial Oil, propôs pela primeira vez a utilização de petroleiros em 1925 e o primeiro petroleiro (910 litros ou 240 galões) norte-americanos de Auckland a chegar à Hamilton foi recebido por uma fabulosa banda de metais em 1927. Robert Cohen nasceu em uma proeminente família judia. Seu pai era Nathaniel Louis Cohen, um corretor da bolsa, e sua mãe era Julia Matilda Waley. Charles Cohen, um soldado, advogado e político do Partido Liberal era seu irmão, e Dorothea Waley Singer, uma paleógrafa e historiadora, era sua irmã. O jurista e economista inglês Jacob Waley (1818-1873) era seu avô materno, enquanto o orientalista Arthur Waley (1889-1966) era seu primo. Robert foi educado no Clifton College e no Emmanuel College, Cambridge. Profissionalmente Cohen ingressou na Shell Company em 1901 e negociou sua fusão com a Royal Dutch Oil em 1906. Ele era diretor da empresa resultante da fusão e assistente-chefe de seu diretor administrativo.                        

Cohen foi conselheiro de petróleo do Conselho do Exército durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pela qual recebeu um KBE em 1920. A sigla refere-se a Knight Commander of the Order of the British Empire, uma honraria concedida pelo Império Britânico, especificamente a Ordem do Império Britânico é uma ordem de cavalaria britânica estabelecida em 1917 pelo Rei George V para homenagear aqueles que prestaram serviços ao Reino Unido. O KBE é o segundo nível mais alto dentro dessa ordem, concedido a pessoas que se destacam em suas áreas, como artes, esportes ou música. Se a pessoa for um cidadão britânico, ela pode usar o título Sir antes de seu nome, enquanto cidadãos não britânicos podem usar KBE após o nome. O KBE é o segundo nível mais alto, logo abaixo de GBE (Knight/Dame Grand Cross), e acima de CBE (Commander), OBE (Officer) e MBE (Member). A honraria pode ser concedida a pessoas de qualquer nacionalidade que tenham prestado serviços relevantes ao Reino Unido. KBE é concedido a pessoas que se destacam em suas áreas como: artistas: músicos, atores, diretores, etc.; esportistas: atletas de alto desempenho. E profissionais em diversas áreas: Cientistas, médicos, empresários, etc. Paul McCartney recebeu o KBE em 1997 e é chamado de Sir Paul pelos britânicos, mas não por não britânicos, pois ele não é cidadão do Reino Unido. Bono (U2): Recebeu o título de Honorary KBE em 2007 e usa Bono, KBE. Pelé: Recebeu o título de KBE em 1997 e usava Pelé, KBE.        

Cohen se aposentou da Shell em 1928, mas se tornou presidente da African & Eastern Trade Corporation em 1929. Ele negociou uma fusão com a Niger Company na United África Company em 1929; ele renunciou em 1931. Embora se opusesse ao sionismo, Cohen foi o principal criador da Corporação Palestina, um conglomerado com diversos interesses comerciais. Foi vice-presidente do University College de Londres e presidente da Sinagoga Unida. Como parte dos preparativos da Alemanha imperialista para a proposta geopolítica de invasão da Grã-Bretanha, Cohen foi listado no chamado Livro Negro dos residentes britânicos proeminentes que deveriam evidentemente ser presos. Caen Wood Towers, Highgate, Londres, c.1920, residencia de Robert Waley Cohen entre 1919 e 1942. A casa foi construída para Edward Brooke, que nasceu em Manchester em 1832. Ele se casou com Jane Emily Alston em 1857; eles tiveram muitos filhos. Ele também era dono do Pabo Hall em Conwy, País de Gales, que ainda guarda seu retrato no corredor. Em 1869, Brooke veio de Manchester para Londres e comprou a propriedade de Lord Dufferin em Highgate. Pouco depois, ele mandou construir a casa, originalmente chamada de Caen Wood Towers, nesta propriedade.

A casa  principalmente temcomo representação social uma mistura ou combinação de arquitetura clássica e ameia neogótica, com um alto frontão holandês constituindo o ápice da fachada, em frente a uma torre com múltiplas torres, e com longas e estreitas chaminés em estilo Tudor na ala esquerda. Uma variedade de materiais de pedra e tijolo é, portanto, utilizada em seções apropriadas, e o edifício assemelha-se às casas follies, geralmente menores, de seu tempo. Em 1877, a primeira esposa de Brooke, Jane, morreu e no ano seguinte ele se casou com Frances Amyand Bellairs, filha do reverendo Henry Walford Bellairs. Brooke era sócio da empresa Brooke, Simpson e Spiller, fabricantes de corantes de anilina em Londres. Tornou-se Juiz de Paz do Condado de Middlesex, da Cidade de Londres e do Condado de Carnarvon. Foi também um dos Comissários de Sua Majestade para a Tenência da Cidade de Londres. Um livro publicado em 1880, intitulado Uma série de vistas pitorescas dos assentos dos nobres e cavalheiros da Grã-Bretanha e Irlanda, incluía uma gravura a cores das Torres de Caen Wood e um artigo descritivo sobre Edward Brooke e a casa. Brooke deixou Caen Wood Towers por volta de 1885 e Francis Reckitt e sua família vieram morar exatamente nesta casa. Francis Reckitt era sócio da Reckitt and Sons. Seu pai, Isaac, havia fundado a empresa, e ele e seu irmão, Sir James Reckitt, eram diretores da empresa em que ele morava em Caen Wood Towers. Reckitt nasceu em 1827 em Lincolnshire, Inglaterra.

Ele viveu por alguns anos em Hull, onde a empresa Reckitt and Sons estava sediada e mais tarde mudou-se para Hessle. Ele ficou viúvo duas vezes e teve vários filhos antes de se casar com Eliza Louisa Whitlock em 1877. O censo de 1891 demonstra a família morando em Caen Wood Towers e, nessa época, como vimos pela paternidade que havia quatro filhos ainda morando com eles. Um deles era seu filho Francis William Reckitt, que era artista. Francis Reckitt enriqueceu e doou muito dinheiro para estabelecer instituições públicas. Por exemplo, em 1897, ele pagou pela Newland Homes Francis Reckitt House para crianças. Ele também forneceu fundos para estabelecer uma nova biblioteca de referência dentro de uma biblioteca existente em Hull em 1890. A Reckitt Convalescent Home foi construída em 1907 com dinheiro doado por Francis. Reckitt deixou a Caen Wood Towers em 1900 e Sir Francis Cory-Wright se tornou o proprietário. Em 1904, Cohen se casou com Alice Violet Beddington; o casal teve dois filhos e uma filha. Em 1919, Cohen comprou Caen Wood Towers no prestigioso subúrbio de Highgate, Norte de Londres, onde a família realizou eventos sociais; Lady Waley Cohen frequente permitia que os jardins fossem usados para festas e eventos para clubes de meninas e escoteiros, e para arrecadar dinheiro para os menos afortunados.

Lady Cohen morreu em 1935, mas Sir Robert continuou a viver em Caen Wood Towers até cerca de 1942, quando foi assumida pela RAF e usada como Escola de Treinamento de Inteligência. Em 1924, Cohen alugou do Conde Fortescue a propriedade de Honeymead, em Simonsbath, Somerset, no pântano alto do centro de Exmoor, vagamente definida como uma área de charneca aberta e montanhosa no oeste de Somerset e no norte de Devon, no Sudoeste da Inglaterra. Seu nome é uma homenagem ao rio Exe, cuja nascente está situada no centro da área, a duas milhas a noroeste de Simonsbath. Exmoor é mais precisamente definida como a área da antiga floresta de caça real, também chamada de Exmoor, que foi oficialmente pesquisada entre 1815 e 1818 como tendo 18.810 acres (7.610 ha) de extensão. A charneca deu nome a um Parque Nacional, que inclui as colinas de Brendon, o vale de East Lyn, o vale de Porlock e 55 km (34 mi) da costa do canal de Bristol. Honeymead foi uma das primeiras fazendas construídas por John Knight logo após sua compra da coroa da antiga floresta real de Exmoor, em grande parte inculta, em 1818. Em 1927, Cohen comprou Honeymead com uma propriedade de 1.745 acres (706 ha), incluindo Winstitchen Allotment e Exe Cleave Allotment, juntas com as fazendas de Pickedstones, Winstitchen e Red Deer, também reconhecida como Gallon House e passou a introduzir técnicas agrícolas modernas. Em 1961, seu filho Bernard Waley-Cohen foi nomeado baronete “de Honeymead, no condado de Somerset”. Em 2018 ainda pertencia a seus descendentes.

No filme Encurralado, um clássico cinematográfico de 1971, um enferrujado caminhão tanque Peterbilt 281 é usado por um motorista invisível para perseguir e irritar o vendedor de eletrônicos David Mann, que a qualquer custo tenta matá-lo. Encurralado (Duel) é um premiado filme norte-americano de 1971, gênero suspense, dirigido por Steven Spielberg. Originalmente realizado para entretenimento e consumo na televisão, o filme foi surpreendentemente produzido em somente 13 dias. Inspirado em fatos reais, o longa-metragem se passa em estradas quase ou semidesertas, retratando um duelo anônimo, em oposição assimétrica, entre um caminhoneiro que aparenta ter “uma irresponsabilidade inconsequente pela vida humana” e um pacato vendedor varejista de eletrônicos. A obra é de análise psicológica, e busca fazer uma menção a fragilidade do homem moderno. Entretanto, se tudo na vida e no mundo do trabalho tem um começo, “Duel” irradiou o pragmatismo do “ilustre desconhecido”, o cineasta Steven Spielberg ao mercado cinematográfico. Com suas técnicas inovadoras, Spielberg mantém uma sensação de angústia nos espectadores durante quase todo o filme, e aplica elementos que fazem com que o motorista do caminhão, apesar de ser o algoz da amarga situação social, não passe de um simples figurante - o próprio Peterbilt 281 torna-se o “monstro” em discussão no filme, não como veículo, mas no que ele representa socialmente, nesta inquietante abordagem cinematográfica sobre o destino medonho de um anônimo.

O pragmatismo que em diferentes variantes apresenta-se como uma forma de filosofia capaz de enfrentar os desafios próprios de nosso tempo, certamente, pode ser compreendido do ponto de vista de suas raízes, como sendo originário, de um lado, ao pragmatismo clássico dos pensadores norte-americanos Peirce, Dewey, James, Schiller, são figuras centrais no desenvolvimento do pragmatismo, uma corrente filosófica americana. Peirce é frequentemente considerado o fundador do pragmatismo, enquanto James popularizou a filosofia e Dewey a desenvolveu ainda mais, integrando-a a outras áreas como a educação. Schiller, embora menos conhecido, contribuiu com sua perspectiva pragmática inglesa, destacando a importância da experiência e da utilidade na definição da verdade. Charles Sanders Peirce: Considerado o pai do pragmatismo, Peirce formulou a máxima pragmática, um princípio de clareza conceitual que estabelece que o significado de um conceito reside em suas consequências práticas, ou seja, como ele afetaria a nossa ação. Ele enfatizou a importância da investigação científica e do método científico como um processo contínuo de teste de hipóteses e revisão de crenças.

William James: Amigo e discípulo de Peirce, James popularizou o pragmatismo, expandindo suas aplicações para a psicologia e a religião. Ele via o pragmatismo como uma ferramenta para compreender a verdade, defendendo que uma crença é verdadeira se for útil e eficaz na prática. John Dewey: Um dos principais expoentes do pragmatismo, Dewey focou na aplicação da filosofia à vida cotidiana, especialmente na educação. Ele defendia uma abordagem educacional centrada na experiência, na resolução de problemas e na participação ativa do aluno. Ferdinand Canning Scott Schiller: Filósofo inglês, Schiller desenvolveu sua própria versão do pragmatismo, enfatizando a importância social da experiência e da ação na formação da utilidade de uso da verdade. Ele via a verdade como algo construído e moldado pelas nossas necessidades e propósitos. Por outro lado, às filosofias que emergiram da reviravolta pragmática do Wittgenstein das Investigações Filosóficas. O pragmatismo norte-americano, que segundo J-P Cometti, “é a filosofia mais solidamente enraizada na cultura americana”, desenvolveu-se em torno de uma filosofia do conhecimento, mas, desde o princípio, se afastou de concepções que tendem a privilegiar a busca de um fundamento no absoluto ou a de um modelo da razão, que determina a priori as possibilidades de busca e de descoberta. Pode-se dizer que o pensamento central da metafísica, é que o conhecimento humano não se limita ao conhecimento da experiência, mas que é possível chegar a um conhecimento objetivo do mundo através dos conceitos. Fundamento da verdade não é, então, o mundo “material empírico”, mas inversamente o “mundo do pensamento”, que apreende a estrutura inteligível do real enquanto método de análise. O espírito humano é compreendido como coextensivo em que as leis da lógica exprimem as leis que estruturam a realidade.

Richard Rorty interpreta esta postura como sendo a pretensão de captar, pela mediação do conceito, a forma e o movimento da natureza e da história o que, em última instância, desembocou na ideia de que o ser humano é capaz de descobrir como reparar as injustiças da história.  A teoria neopragmática rortyniana representa um termo filosófico recente, existente da década de 1960, sendo utilizado para denominar a filosofia que reintroduziu muitos dos conceitos do pragmatismo, sobre a verdade como objetivo de desvencilhar-se das influências dos dualismos metafísicos típicos; as distinções entre essência e acidente, aparência e realidade, sendo tal posição denominada de antiessencialista. Grande parte do que Rorty descreve em seus textos sobre a verdade desenvolve-se através de um diálogo com Donald Davidson e sua teoria semântica da verdade. Ambos estão de acordo que a noção sociológica de verdade não pode ser tida como uma correspondência, como uma representação, mas discordam em alguns pontos quanto à solução que procuram encaminhar para essa questão. Enquanto que para Davidson, os conceitos podem ser verdadeiros e utilmente descrever uma realidade objetiva, para Rorty a verdade não deve ser um objetivo da reflexão filosófica, pois o objetivo da investigação pragmática é procurar evidências substantivas para nossas crenças ocidentais, e que não há nada mais que fazer para firmar nossas convicções.

Não queremos perder de vista, historicamente do ponto de vista filosófico relativamente recente que há cerca de duzentos anos, a ideia de que a verdade era produzida, e não descoberta começou a tomar conta do imaginário individual (o sonho) e coletivo (os mitos, os ritos, os símbolos) europeu. O precedente estabelecido pelos românticos conferiu a seu pleito uma plausibilidade inicial. O papel efetivo de romances, poemas, peças teatrais, quadros, estátuas e prédios no movimento social dos últimos 150 anos deu-lhe uma plausibilidade ainda maior, obtendo legitimidade, já que “as ideias adquirem força na história”. Alguns filósofos inclinaram-se ao iluminismo e continuaram a se identificar com a ciência. Eles veem a antiga luta entre a ciência e a religião, a razão e a irracionalidade, como um processo ainda em andamento que assumiu a forma de uma luta entre a razão e todas as mediações intraculturais que pensam na verdade como algo constituído e não encontrado. Esses filósofos consideram que a ciência é a atividade paradigmática e insistem que a ciência natural descobre a verdade, ao invés de cria-la. Encaram a expressão “criar a verdade” como metafórica e totalmente enganosa. Pensam na política e na arte como esferas em que a ideia de “verdade” fica deslocada.

Outros filósofos, percebendo que o mundo descrito pelas ciências físicas não ensina nenhuma lição moral e não oferece conforto espiritual, concluíram que a ciência não passa de uma serva da tecnologia. Esses filósofos alinham-se com o utopista político e com o artista inovador. Os primeiros contrastam a “realidade científica concreta” com o “subjetivo” ou o “metafórico”, os segundos veem a ciência como mais uma das atividades humanas, e não como o lugar em que os seres humanos deparam com uma realidade não humana “concreta”. De acordo com essa visão, os grandes cientistas inventam descrições do mundo que são úteis para o objetivo de prever e controlar o que acontece, assim como os poetas e os pensadores políticos inventam outras descrições do mundo para outros fins. Não há sentido algum, porém, em que qualquer dessas descrições seja uma representação exata de como é o mundo em si. Esses filósofos consideram inútil a própria ideia dessa representação, seja consignando uma verdade de segunda categoria (pro assim dizê-la fenomênica), seja como descrição do espírito da natureza espiritual (em torno da questão de uso da dialética) e elevar ao mais alto status o tipo de verdade oferecida pelo poeta e pelo revolucionário político.

O idealismo alemão, porém, representou uma solução de compromisso pouco duradoura e insatisfatória. É que Immanuel Kant e Georg Hegel fizeram apenas concessões parciais em seu repúdio à ideia de que a verdade está “dada”. Dispusera-se a ver o mundo da ciência empírica como um mundo “fabricado” – a ver a matéria como algo construído pela mente, ou como feita de uma mente insuficientemente cônscia de seu próprio caráter mental -, mas persistiram em ver a mente, o espírito, as profundezas do eu como dotados de uma natureza intrínseca – uma natureza que se poderia conhecer por uma espécie de superciência não empírica, chamada de filosofia. Isso significava que apenas metade da verdade – a metade científica inferior – era produzida. A verdade superior, a verdade sobre a mente, seara da filosofia, ainda era uma questão de descoberta, não de criação. Rorty precisa sua tese de distinção entre a afirmação de que o mundo está dado e a verdade dada, equivale a dizer, com bom senso, que a maioria das coisas no espaço e no tempo, é efeito de causas que não incluem os estados mentais. Dizer que a verdade não está dada é dizer que, onde não há frases, não há verdade. E que as frases são componentes das línguas humanas, e que as línguas humanas são criações humanas. Só as descrições podem ser verdadeiras ou terrivelmente falsas - sem o auxílio das atividades descritivas per se social ou política dos seres humanos - não pode sê-lo.   

Um caminhão representa um veículo motorizado terrestre para transporte de bens. Ao contrário dos automóveis, onde é comum serem construídos em uma estrutura única, à excepção das minivans, sendo a maioria deles feitos sobre uma estrutura forte chamada de chassis, os caminhões são construídos em várias dimensões, desde o tamanho de um automóvel pick-up com mala aberta ao tamanho de camiões pesados de autoestrada com semiatrelados. Camiões e carros têm um antepassado comum: o “fardier” movido a vapor de Nicolas-Joseph Cugnot construído em 1769. Contudo, camiões a vapor não eram comuns até 1800. As estradas nesta altura eram construídas para cavalos e carruagens, limitando o movimento destes veículos, geralmente de uma fábrica até uma estação de comboio. O primeiro semiatrelado surgiu em 1881, “puxado por um trator a vapor Dion”. Camiões movidos a vapor foram vendidos em França e Estados Unidos até a véspera da  guerra mundial, de 1914, e o início da tragédia da 2ª guerra mundial no Reino Unido. O primeiro motor de combustão interna foi construído em 1896 por Gottlieb Daimler (1834-1900). Outros, como Peugeot, Benz e Renault construíram os seus próprios motores de combustão. Geralmente eram construídos com motores de dois cilindros, com uma capacidade de carregar 1500 a 2000 kg. Estatisticamente em 1904, extraordinários 700 caminhões pesados foram construídos nos Estados Unidos da América, 1000 em 1907, 6000 em 1910 e 25000 em 1914.

Após a 1ª guerra mundial, vários avanços foram feitos: pneus totalmente em borracha foram trocados por pneus pneumáticos, acionadores de partida elétricos, travões elétricos, motores de 6 cilindros e iluminação elétrica. A Ford e a Renault também entraram no mercado de camiões pesados. Embora já inventados em 1890, os motores a diesel não foram comuns em camiões na Europa até os anos 1920. Nos Estados Unidos, demorou ainda mais para estes motores serem aceites: motores a gasolina ainda eram usados em camiões pesados até nos anos 1970, enquanto na Europa tinham sido completamente substituídos vinte anos antes. Entretanto, no final do século XIX os Estados Unidos da América representavam a principal potência industrial do mundo globalizado. E o maior celeiro de produtos agropecuários. Eram, também, um grande mercado nacional integrado. A integração era resultante de uma política federal: a doação de terras para criar uma rede ferroviária transcontinental e capilarizada. A implantação dos trilhos “inventou” centenas de cidades a Oeste dos Apalaches com as ligações. Os mapas demonstram o emaranhado do final do século XIX. Havia ainda um pressuposto para o império do transporte de carga sobre rodas: a geração de centenas de milhares de truck-drivers, os condutores das máquinas. Alguns poderiam ser recrutados entre os desmobilizados das guerras, já que haviam aprendido a conduzir nos quartéis. Mas eles vieram, principalmente, de outro movimento relevante do pós-guerra: o aumento da produtividade agropecuária – pela quimificação e mecanização, pelo uso da biologia animal avançada. Concentração de terras, desaparecimento de milhares de Family farms – que dirigiam tratores e caminhões transferiram sonho de produtores independentes para o de condutores independentes.

            A questão da escravidão continuaria a polarizar politicamente os Estados Unidos durante toda a primeira metade do século XIX, efetivamente dividindo o país entre os estados escravos e livres, na altura da linha Mason–Dixon. Durante o governo de Thomas Jefferson, o Congresso dos Estados Unidos passou uma lei proibindo a importação de escravos, em 1808, embora o tráfico ilegal, via Flórida espanhola, continuasse comum. O comércio interno de escravos, contudo, permaneceu legal e cresceu consideravelmente já que a demanda das plantações, movida principalmente pelo algodão no Sul, aumentava ano a ano. Na primeira metade do século XIX, mais de um milhão de escravos foram vendidos no sul, especialmente próximos a fronteira, e levados para as plantações no extremo sul do país em migrações forçadas. Nesse contexto, embora crianças não pudessem ser separadas de suas mães antes de completarem 12 anos, a prática era comum, assim como estupros a mulheres. Embora passassem por um processo de desumanização e maus tratos, as comunidades afro-americanas no Sul foram se desenvolvendo e tentavam preservar sua cultura. Em 1865, havia mais de 4 milhões de afro-americanos em condição de escravidão. No sul dos Estados Unidos, em 1860, eles eram 3,5 milhões (31% da população), com 25% da população branca no Sul tendo ao menos um escravo trabalhando para ele de forma permanente aluguel de escravos, também era uma opção comum para aqueles que não podiam pagar para manter um. No país como um todo, antes da guerra civil começar, cerca de 8% das famílias de norte-americanos brancos tinha escravos negros.

            Durante a maioria do século XVII e parte do século XVIII, escravos do sexo masculino eram em maior número que escravas do sexo feminino, fazendo com que os dois grupos tivessem experiências distintas nas colônias. Vivendo e trabalhando em uma ampla variedade de circunstâncias e regiões, homens e mulheres afro-americanos tiveram variadas experiências de escravidão. Com o aumento de mulheres africanas sequestradas, bem como os escravos nascidos nas colônias, estupros cresceram entre 1730 e 1750. - “A singularidade da situação das mulheres afro-americanas é que ela se situa no cruzamento de duas das mais bem desenvolvidos ideologias na América, sobre as mulheres e sobre o Negro”. Possuindo identidades femininas e simultaneamente identidades negras, mulheres africanas escravizadas enfrentaram em oposição assimétrica racismo e sexismo. A partir de 1700 e 1740, um número estimado de 43.000 escravos foi levado para a Virgínia e, à exceção de 4.000 escravos, que foram sequestrados diretamente da África.

        No período histórico da Revolução Americana (1775-1783), o status de escravo havia sido institucionalizado “como uma casta racial”, na parte mais baixa da hierarquia social, formada quase que exclusivamente por negros de ascendência africana, amparada por provisões legais dentro Constituição do país. Em 1789, o número de pessoas de cor livres que eram cidadãos e podiam votar era quase nulo. Porém, pouco tempo depois da guerra de independência, as primeiras Leis Abolicionistas foram passadas nos Estados do norte e o movimento para abolir a escravidão cresceu na primeira metade do século XIX. Os Estados nortistas dependiam de mão de obra livre e a maioria tinha abolido a escravidão por volta de 1805, embora nem todos os escravos tenham sido libertados de fato, imediatamente. A expansão da indústria do algodão no extremo Sul após a invenção da máquina de tecer, fez com que a demanda por trabalho escravo no sul dos Estados Unidos aumentasse. Os escravagistas tentaram expandi-la para os estados formados nos territórios do Oeste para que assim eles pudessem manter sua influência política pela nação. Os políticos sulistas queriam anexar Cuba como um território escravagista!

            Pesquisas recentes sugerem que o número de mulheres e homens transportados neste período foi semelhante, incluindo um elevado número de filhos. Como a maioria dos escravos provinham da África Ocidental, suas culturas eram centrais de meados ao fim do século XVIII da escravidão na Virgínia. Valores africanos foram predominantes e as culturas das mulheres da África Ocidental tinham fortes representações. Algumas representações culturais predominantes formavam os poderosos laços entre mãe e filho e entre as mulheres na comunidade feminina. Entre o grupo étnico Ibo da atual Nigéria, em particular, que incluía entre um terço e metade dos escravos no início do século XVIII, a autoridade feminina (a omu) “administrava sobre uma ampla variedade de questões importantes para as mulheres, em particular, e para a comunidade como um todo”. O grupo étnico lbo, representavam inúmeras pessoas trazidas para a Chesapeake, que pode se referir a várias localidades nos Estados Unidos, porém, em geral, os africanos vieram traficados de uma variada gama de culturas negras. Todos vieram de comunidades onde as mulheres eram fortes, e foram introduzidas sociedade patriarcal, racista e exploradora; homens brancos caracterizavam todas as mulheres negras como uma erotização sexual, visando justificar seu abuso sexual & prática de miscigenação. 

O caráter capitalista da “plantation” escravista do Sul, análogo aos estados do norte, era em certa medida uma contradição, mas em última instância, de oposição assimétrica no sentido formal marxista interno ao sistema econômico. Contudo, em sua complementaridade uma economia escravista tende a inibir o desenvolvimento econômico de uma sociedade capitalista, tal como apontado, neste caso pelo sociólogo Max Weber em seu livro: The Theory of Social and Economic Organization. Além disso, o retorno dos lucros de volta à produção, no caso comparado de Marx, presente no Norte industrializado, não ocorria da mesma forma nos estados do sul, que tinha uma acentuada tendência a um consumo intenso, daí o binômio: produção-consumo. Assim, norte e sul diferem-se na medida em que o primeiro possui um progresso econômico qualitativo com o retorno dos lucros à produção, e o Sul, por sua vez, ao dirigir seus lucros em escravos e terras, possui um progresso econômico quantitativo, levando em consideração a só aparente baixa produtividade da mão-de-obra escrava. Esse fato histórico, ideológico ou culturalmente se deve à mentalidade escravista do proprietário sulista, que investia na compra de escravos como “fator unicausal de produção”, pois “dava prestígio e segurança econômica e social numa sociedade dominada pelos plantadores”. Os consequentes saltos qualitativos na produção nortista levaram os proprietários sulistas a uma disputa com os proprietários do Norte.

Se for aceita a condição capitalista para os estados do Sul (Karl Marx), assim como para os estados do Norte (Max Weber), tem-se uma sociedade capitalista que impediu o desenvolvimento do próprio capitalismo. Fato que historicamente tende a revoltas, guerras e revoluções, ainda mais considerando que o Sul apresentava economicamente problemas de produção de produtos para o consumo interno. Relatos do escravo Frederick Douglass demonstram que algumas plantações não forçavam seus escravos a trabalharem no período festivo do Natal. O motivo não era altruísta, essa folga era concedida para liberar tensão psicológica entre os trabalhadores, como ocorre comparativamente no período de “carnaval” para que eles continuassem sendo explorados mais um ano. Não era uma prática comum a todos os donos de escravos, mas pelos relatos históricos e etnográficos, não era algo tão raro também na sociedade de classes. Apesar do tráfico de escravos ser proibido em 1815, o contrabando continuou até o ano de 1860, enquanto que no Norte crescia a campanha pela abolição da escravidão. O Compromisso do Missouri de 1820, autoriza a escravidão apenas abaixo do paralelo 36º.

O apoio que ainda poderia existir no Norte a favor da escravidão esvaiu-se com o livro A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Elizabeth Stowe (1811-1896), uma ardente abolicionista que o publicou em 1852. Stowe, uma professora do Hartford Female Seminary nascida no estado do Connecticut, e defensora ativa do abolicionismo no Estados Unidos, criou a figura do Uncle Tom, um escravo negro, com uma longa história de sofrimento, e cuja vida é o ponto central da história do livro. O romance descreve a realidade da escravatura ao mesmo tempo que afirma que o amor cristão pode superar algo tão destrutivo como a escravidão dos seres humanos. Uncle Tom`s Cabin foi o romance mais vendido do século XIX e o segundo livro deste século, logo a seguir à Bíblia. Crê-se que terá sido um dos pontos de partida para a causa do abolicionismo na década de 1850. No primeiro ano da sua publicação, foram vendidas cerca de 300 000 cópias nos Estados Unidos; um milhão na Grã-Bretanha. Em 1855, três anos depois da primeira publicação, foi chamado não por acaso de “o romance mais popular dos nossos dias”. O impacto atribuído ao livro é enorme, reforçado por uma história de quando Abraham Lincoln conheceu Stowe no início da Guerra Civil, e lhe disse: - “Então é esta a pequena senhora que deu início a esta grande guerra”. A citação não é reconhecida; só apareceu impressa em 1896, e tem sido alvo de alguma discussão: - “A longa presença da saudação de Lincoln como uma anedota em estudos literários e estudos sobre Stowe, pode talvez ser explicada em parte pelo desejo entre muitos intelectuais contemporâneos ... de afirmar o papel da literatura como agente de mudança social”. O livro e as peças de teatro nele inspiradas ajudaram a tornar popular vários estereótipos sobre os negros.

Destaque-se a afetuosa mammy (mãezinha) negra; o estereótipo pickaninny referente a crianças negras; e o Uncle Tom (pai Tomás), ou o obediente e serviçal sofredor devoto ao seu patrão ou patroa brancos. Em anos mais recentes, as associações negativas a Uncle Tom`s Cabin, esconderam, até um certo ponto, o impacto histórico do livro como um “instrumento essencial anti-escravatura”. Harriet Beecher Stowe, uma professora do Hartford Female Seminary, nascida no estado norte-americano do Connecticut, e defensora ativa do abolicionismo no Estados Unidos, escreveu a história em reação à aprovação, em 1850, da segunda Lei do Escravo Fugitivo. Grande parte do livro foi escrito em Brunswick, onde o seu marido, Calvin Ellis Stowe, ensinava no Bowdoin College. No final de 1860, o Estado da Carolina do Sul já havia se declarado fora da União, fato político este que culminou na formação dos Estados Confederados da América. Poucos meses após a eleição de Abraham Lincoln (1809-1865), um republicano contrário à escravidão, a confederação, politicamente de cunho separatista, já aglomerava caracteristicamente seus pontos de vista em 11 Estados: Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana, Arkansas, Texas e Tennessee. Assim, a guerra civil se deflagra e deixa um saldo de centenas de milhares de mortos e uma legião infelizmente de negros marginalizados. Nenhum programa governamental é previsto para sua integração profissional e econômica. O Sul permanece militarmente, mas isso acontece até 1877, favorecendo o surgimento de outras novas religiões como uma que se chama: Os cavaleiros da Camélia Branca, nessa esfera política “perseguia os negros violentamente e defendia a segregação racial”.        

No início do século XX, em Tacoma (Washington), o empresário produtor de madeira T.A. Peterman deparou-se com um problema de logística: ele não conseguia levar as toras derrubadas na floresta para sua serraria de forma rápida e eficiente. A fim de melhor aproveitar os recursos florestais, seria necessário melhorar os métodos utilizados até então: troncos flutuantes no rio, tratores a vapor, e uso da força do cavalo. Peterman sabia que se ele pudesse desenvolver a então incipiente tecnologia do automóvel e construir caminhões, ele teria grandes chances de resolver o seu problema. Para este fim, foi adaptar caminhões dispensados pelo exército, introduzindo melhorias sucessivas na tecnologia de cada veículo. Pouco depois, em 1938, ele comprou os ativos da Fageol Motors de Oakland, Califórnia, por causa da sua necessidade de um registo personalizado para construir chassis de caminhão. Fageol tinha ido à falência em 1932. Em 1938, a Grande Depressão tinha conduzido o valor dos ativos a quase zero. A queda dos lucros, a retração geral da produção industrial e a paralisação do comércio resultou na queda das ações da bolsa de valores e mais tarde na quebra da bolsa. Portanto, a crise de 1929 foi uma crise de superprodução. Tanto Henry Ford quanto John Maynard Keynes alertaram, antes da Crise de 1929, que “a aceleração dos ganhos de produtividade provocada pela revolução taylorista levaria a uma gigantesca crise de superprodução se não fosse encontrada uma contrapartida em uma revolução paralela do lado da demanda”, que permitisse a redistribuição dos ganhos de produtividade causados pelo taylorismo, de forma que houvesse redistribuição dessa nova renda gerada, para dirigi-la ao consumo.

Durante décadas, essa foi a teoria mais aceita para a causa da Grande Depressão, porém, em contrapartida, economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas outras teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com surpreendente pouco consenso. Ela permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou maciça deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos EUA, e outras influências. Foi o economista Milton Friedman (1912-2006) que culpou a política monetária equivocada como a causa da Grande Depressão. Segundo a análise de Friedman, a autoridade monetária norte-americana permitiu que o suprimento de dinheiro diminuísse em um terço entre 1929 e 1933. O aperto da política monetária foi seguido pela queda dos preços e pela atividade econômica mais fraca: - “Durante os dois meses desde o pico cíclico de agosto de 1929 até o colapso, a produção, os preços no atacado e a renda pessoal caíram a taxas anuais de 20%, 7,5% e 5%, respectivamente”.

Em direção oposta da Corrente dominante no mundo acadêmico, Thomas Sowell analisou as estatísticas de desemprego nos Estados Unidos e culpou a interferência governamental na economia pela Grande Depressão. A taxa de desemprego nos Estados Unidos somente alcançou dois dígitos em 1932, tendo se mantido estável durante três anos, entre 1929 e 1931. Para Sowell, apenas quando o presidente Herbert Hoover adotou uma política agressiva de aumento dos gastos públicos e do protecionismo visando a reeleição na eleição de 1932, que a Grande Depressão veio de fato a ocorrer. Sowell alega que as estatísticas desmentem a narrativa dominante de que as políticas reconhecidas como New Deal, aprovadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, terminaram com a Grande Depressão, alegando que o desemprego continuou crescendo durante todo os anos 1930. Sowell conclui que o New Deal, na verdade, prolongou a Grande Depressão. Concordando com essa visão, Peter Ferrara, alega que a Grande Depressão só terminaria com a final da 2a guerra mundial (1939-1945), que teria levado a uma acentuada redução de gastos, impostos e regulamentações governamentais. 

Peterman adquiriu a fábrica de caminhões falida e começou a produzir caminhões para uso exclusivo na sua exploração de madeira. Em 1939, ele começou a vender seus caminhões principalmente para o público. T. A. Peterman morreu em 1945. Sua esposa Ida, vendeu a companhia para sete pessoas, menos a terra. Eles tornaram a empresa uma grande produtora de caminhões pesados. Em 1958, Ida Peterman anunciou planos de vender a terra para desenvolver um shopping center. Os acionistas, não tendo o desejo de investir em uma nova fábrica, venderam a Pacific Car & Foundry Co., segunda principal fabricante de vagões ferroviários, que estava procurando expandir sua fabricação de caminhões. Essa empresa, que adquiriu os ativos da Kenworth em 1945, já era uma empresa emergente no mercado de caminhões pesados. Os modelos de caminhões Peterbilt normal e tradicionalmente começavam com um “2” para caminhões com um único eixo e com 3 para rodado duplo. Peterbilt eliminou essa distinção no final de 1970. O Peterbilt 281 surgiu da montagem da Peterbilt em Oakland, Califórnia, em 1954.

Ele ganhou o apelido de Needlenose por causa de seu nariz estreito e capô em forma de borboleta, “popular entre os caminhoneiros pela facilidade de acesso ao motor e visibilidade superior”. Tal como a sua série companheira 351, tinha apenas dois pequenos painéis redondos. O clássico afinado nariz borboleta Peterbilt modelo feito a partir de 1954 até 1976, embora poucos foram feitos depois de 1968. O caminhão no filme clássico “Cult Movie Duel” é um Peterbilt 281 de 1950. Primeiro projeto do (Não é um 351 porque ele tem um eixo de marca 351 também estava disponível depois de 1971, em um eixo dianteiro revés (SBFA configuração) (Peterbilt de tal), que visa o mercado da costa Leste. Apelidado de “O lutador Autocar” por alguns funcionários. O SBFA 351 evoluiu para o 353. Permanecendo em produção até 1976, o 281/351 era uma série durável e popular. O design básico abriu caminho para diferentes modelos, com modelos de cabine inclinada sobre motor introduzidos em 1959. Um modelo 281 foi apresentado com destaque no filme feito para a TV Duel, dirigido por Steven Spielberg, de 23 anos, em 1971. Quando o filme foi “lançado nos cinemas em mercados estrangeiros, cenas adicionais foram filmadas em para estendê-lo por 90 minutos de duração”. Essas cenas adicionais foram filmadas com um Peterbilt 351, modificadas para corresponder ao 281 o mais próximo possível. Para reforçar sua intenção, Spielberg fez questão que o rosto do condutor do caminhão não aparecesse em momento algum durante as cenas.

David Mann (Weaver) está dirigindo seu carro pelas estradas da Califórnia, quando começa a ser perseguido por um caminhão gigantesco, dirigido por um homem não identificado, que “parece querer brincar com ele perigosamente na estrada”. No decorrer do trajeto rodoviário, David começa a perceber que a perseguição não se trata, apenas, de uma mera brincadeira ao volante. A medida em que as provocações do misterioso caminhoneiro atingem níveis mortais, David procura desesperadamente despistar o seu torturador psicológico, que parece não ter nenhum compromisso naquele dia a não ser provavelmente matá-lo. Considerado um sucesso, o filme obteve nota máxima concedida pela maioria dos críticos. Entre o público geral, o Rotten Tomatoes o classificou com quatro estrelas e meia de um total de cinco estrelas. O IMDB também reconhecida como Internet Movie Database, representa uma base de dados técnicos de informação sobre cinema, TV, música e games, pertencente à Amazon, que o classificou como quatro de cinco estrelas, com a votação de quase 60 mil membros participantes. Peterbilt 281 do Encurralado tinha motor Caterpillar de 300 cv e câmbio de 13 marchas.

Bibliografia Geral Consultada.

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