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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Como Vender a Lua – Corrida Espacial & Dar Tratos Na Imagem da Bola.

    Não jure pela Lua, que é inconstante e muda todos os meses”. William Shakespeare         

         A Lua é o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar. É o maior satélite natural de um planeta no sistema solar em relação ao tamanho do seu corpo primário, tendo 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra, o que representa 1⁄81 da sua massa. Entre os satélites cuja densidade é reconhecida, a Lua é o segundo mais denso, atrás de Io. Estima-se que a formação da Lua tenha ocorrido há cerca de 4,51 mil milhões de anos, relativamente pouco tempo após a formação da Terra. Embora no passado tenham sido propostas várias hipóteses para a sua origem, a explicação mais consensual atualmente é a de que a Lua tenha sido formada a partir dos detritos de um impacto de proporções gigantescas entre a Terra e um outro corpo do tamanho de Marte. A Lua encontra-se em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares vulcânicos escuros entre montanhas cristalinas e proeminentes crateras de impacto. É o mais brilhante objeto no céu a seguir ao Sol, embora a sua superfície seja na realidade escura, com uma refletância acima do asfalto. A sua proeminência no céu e o seu ciclo regular de fases tornaram a Lua, desde a antiguidade, uma importante referência cultural na língua, em calendários, na arte e na mitologia. A influência da gravidade da Lua está na origem das marés oceânicas e ao aumento do dia sideral da Terra. A sua distância orbital, cerca de trinta vezes o diâmetro da Terra, faz com que no céu o satélite pareça ter o mesmo tamanho do Sol, permitindo-lhe cobri-lo por completo durante um eclipse solar total. 

A Lua é o único corpo celeste para além da Terra no qual os humanos já pisaram. O Programa Luna, da União Soviética, foi o primeiro a atingir a Lua com sondas não tripuladas em 1959. Baseando-se fortemente no Tratado da Antártica de 1961, o Tratado do Espaço Exterior também se concentra na regulamentação de certas atividades e na prevenção da concorrência e exploração irrestritas que podem levar a conflitos. Consequentemente, é amplamente silencioso ou ambíguo em atividades espaciais recentemente desenvolvidas, como mineração lunar e de asteroides. No entanto, o Tratado do Espaço Exterior é o primeiro e mais fundamental instrumento jurídico da legislação espacial, e seus princípios mais amplos que promovem o uso civil e pacífico do espaço continuam a sustentar as iniciativas multilaterais no espaço, como a Estação Espacial Internacional e o Programa Artemis. O Programa Apollo, do governo dos Estados Unidos da América, permitiu a realização das únicas missões tripuladas ao satélite, desde a primeira viagem tripulada em 1968 pela Apollo 8, até seis alunagens tripuladas entre 1969 e 1972, a primeira a Apollo 11. Estas missões recolheram mais de 380 kg de rochas lunares que têm sido usadas sobre a origem, história geológica e estrutura interna da Lua.  

  Após a missão Apollo 17, em 1972, a Lua foi visitada apenas por naves espaciais não tripuladas, como pela última sonda do programa soviético Lunokhod. Desde 2004, Japão, China, Índia, Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia enviaram sondas espaciais ao satélite natural. Estas naves espaciais têm contribuído para confirmar a descoberta de água gelada em crateras lunares permanentemente escuras nos polos e vinculada ao regolito lunar. Missões tripuladas futuras para a Lua foram planejadas, através de esforços de governos e do financiamento privado. A Lua permanece, conforme acordado no Tratado do Espaço Exterior, livre para todas as nações que queiram explorar o satélite para fins pacíficos. Tratado do Espaço Sideral, ou Tratado do Espaço Exterior, formalmente o Tratado sobre os Princípios que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Exterior, incluindo a Lua e Outros Corpos Celestiais, é um tratado multilateral que forma a base da lei espacial internacional. Negociado e redigido sob os auspícios das Nações Unidas, foi aberto para assinatura nos Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética em 27 de janeiro de 1967, entrando em vigor em 10 de outubro de 1967. Em fevereiro de 2021, 111 países são partes do tratado, incluindo principais nações com viagens espaciais, enquanto outros 23 são signatários.           

O Tratado do Espaço Exterior foi estimulado pelo desenvolvimento de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) na década de 1950, que podiam atingir alvos através do espaço sideral. O lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial pela União Soviética, em outubro de 1957, e uma subsequente corrida armamentista com os Estados Unidos, apressou as propostas para proibir o uso do espaço exterior para fins militares. Em 17 de outubro de 1963, a Assembleia Geral da ONU aprovou por unanimidade uma resolução proibindo a introdução de armas de destruição em massa no espaço. Várias propostas para um tratado de controle de armas governando o espaço sideral foram debatidas durante uma sessão da Assembleia Geral em dezembro de 1966, culminando na redação e adoção do Tratado do Espaço Exterior em janeiro seguinte. As principais disposições do Tratado do Espaço Exterior incluem a proibição de armas nucleares no espaço; limitar o uso da Lua e de todos os outros corpos celestes apenas para fins pacíficos; estabelecendo que o espaço deve ser explorado e usado livremente por todas as nações; e impedindo qualquer país de reivindicar soberania sobre o espaço sideral ou qualquer corpo celeste. Embora proíba o estabelecimento de bases militares, o teste de armas e a realização de manobras militares em corpos celestes, o tratado não proíbe expressamente todas as atividades militares no espaço, o estabelecimento de forças espaciais militares ou a colocação de armas convencionais no espaço.

Como Vender a Lua representa um filme de comédia dramática e romance do diretor Greg Berlanti, um produtor de televisão e roteirista estadunidense, e escrito por Rose Gilroy, reconhecida pelo seu trabalho em Como Vender a Lua (2024), The Pack e State of the State (2019). O filme é estrelado por Scarlett Johansson, Channing Tatum, Nick Dillenburg, Anna Garcia, Jim Rash, Noah Robbins, Colin Woodell, Christian Zuber, Donald Elise Watkins, Ray Romano e Woody Harrelson. Sua história segue o relacionamento entre uma especialista em marketing e um funcionário da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço é uma agência do governo federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial. Sua missão oficial é “fomentar o futuro na pesquisa, descoberta e exploração espacial (NASA) durante a chamada Corrida espacial da década de 1960.  Fly Me to the Moon foi lançado nos cinemas nos Estados Unidos da América e Canadá pela Columbia Pictures através da Sony Pictures Releasing em 12 de julho de 2024, antes de ser transmitido na Apple TV+ em uma data posterior. É um serviço de streaming de vídeo sob demanda anunciado pela Apple Inc. em 2019 durante o seu evento especial de 25 de março realizado no Steve Jobs Theater. Várias celebridades envolvidas com projetos do Apple TV+ apareceram: Oprah Winfrey, Steven Spielberg e Jennifer Aniston.

Durante a corrida espacial dos anos 1960 entre os Estados Unidos e a União Soviética um relacionamento se inicia entre o diretor da NASA encarregado do lançamento da Apollo 11 e a especialista de marketing contratada para limpar a imagem da NASA e encenar um falso pouso na lua como Plano B. Em março de 2022, a Apple Studios anunciou que eles haviam adquirido os direitos de produção para um filme ambientado na Corrida Espacial, até então intitulado Projeto Artemis, por US$ 100 milhões. Scarlett Johansson e Chris Evans foram anunciados como os protagonistas do filme, e Jason Bateman como diretor. Em maio, Bateman disse que o título provisório “Projeto Artemis” provavelmente seria alterado. Ele deixou o projeto no mês seguinte, alegando diferenças criativas, e mais tarde foi substituído por Greg Berlanti, é seu primeiro trabalho como diretor desde Com Amor, Simon, em 2018. A busca por um novo diretor junto a disponibilidade de Berlanti, causaram mudanças no cronograma da produção, obrigando Evans a desistir do filme também. Em julho, se iniciaram negociações para Channing Tatum substituí-lo. Em setembro, Jim Rash se juntou ao elenco. Ray Romano, Anna Garcia e Woody Harrelson seriam incluídos nos meses a seguir. As filmagens começaram em 27 de outubro de 2022, em Atlanta, com uma chamada de elenco emitida em busca de figurantes para interpretar funcionários da NASA e agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI), a principal agência de aplicação da lei e serviço de inteligência dos Estados Unidos. Em abril de 2024, Daniel Pemberton foi anunciado compositor para trilha sonora do filme.    

A corrida espacial ocorreu na segunda metade do século XX entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos da América pela supremacia na exploração e tecnologia espacial. Entre 1957 e 1975, a rivalidade entre as duas superpotências durante a Guerra Fria atingiria ambos os pioneirismos na exploração do espaço, que eram vistos como necessários para a segurança nacional e símbolos da superioridade tecnológica e ideológica de cada país. A corrida espacial envolveu esforços pioneiros no lançamento de satélites artificiais, voo espacial tripulado suborbital e orbital em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição efetivamente começou com o lançamento do satélite artificial soviético Sputnik 1 em 4 de outubro de 1957 e concluiu-se com o projeto cooperativo Apollo-Soyuz em julho de 1975. O Projeto de Teste Apollo-Soyuz passou então a simbolizar uma flexibilização parcial das relações tensas entre a URSS e os Estados Unidos da América. A corrida espacial teve suas origens na corrida armamentista que ocorreu logo após o fim da 2ª guerra mundial, quando tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos capturaram a tecnologia e especialistas de foguetes avançados alemães. As consequências realizaram aumento sem precedentes nos gastos com educação e pesquisa pura, acelerando avanços científicos sobre tecnologias para a civilização. Algumas sondas e missões incluem os Sputnik 1, Explorer 1, Vostok 1, Mariner 2, Ranger 7, Luna 9, Apollo 8 e Apollo 11. Wernher von Braun foi um dos próceres em P&D de tecnologias de foguetes para a Alemanha.

       A corrida espacial envolveu esforços pioneiros no lançamento de satélites artificiais, voo espacial tripulado suborbital e orbital em torno da Terra e viagens tripuladas à Lua. A competição efetivamente começou com o lançamento do satélite artificial soviético Sputnik 1 em 4 de outubro de 1957 e concluiu-se com o projeto cooperativo Apollo-Soyuz em julho de 1975. O Projeto de Teste Apollo-Soyuz passou então a simbolizar uma flexibilização parcial das relações tensas entre a URSS e os Estados Unidos da América. A corrida espacial teve suas origens na corrida armamentista que ocorreu logo após o fim da 2ª guerra mundial, quando tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos capturaram a tecnologia e especialistas de foguetes avançados alemães. As consequências realizaram aumento sem precedentes nos gastos com educação e pesquisa, acelerando avanços científicos sobre tecnologias benéficas para a civilização. Algumas sondas e missões incluem os Sputnik 1, Explorer 1, Vostok 1, Mariner 2, Ranger 7, Luna 9, Apollo 8 e Apollo 11. Wernher von Braun foi um dos próceres no desempenho de tecnologias de foguetes para a Alemanha.

Embora alegasse neutralidade de seu envolvimento com o Partido fosse apenas visando não interromper a questão axiológica das pesquisas espaciais e proteger-se de caçadas anticomunistas. Pioneiro e visionário das viagens espaciais, é reconhecido por ter liderado o projeto aeroespacial norte-americano durante a chamada Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido, e além disso, produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos Estados Unidos da América à Lua, em julho de 1969. Sua contraparte e rival, político do lado soviético, foi o engenheiro Sergei Korolev (1906-1966), um notável ucraniano e o principal projetista de foguetes e de aeronaves soviético durante a corrida espacial entre a União Soviética versus Estados Unidos durante os anos 1950 e 1960. Korolev é  considerado do ponto de vista do valor-trabalho “o pai da astronáutica soviética”. Antes de sua súbita morte em 1966, a União Soviética liderava a corrida espacial, e os planos para colocar o primeiro homem na lua haviam começado a serem implementados.

Sergei Korolev foi, ao contrário do que é propagado, o verdadeiro criador do desafio científico de levar homens à lua, embora a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas não tenha admitido o que pretendia. Os Estados Unidos da América, em contrapartida, o fizeram através de um desafio ideológico do presidente John F. Kennedy. Segundo o professor James Onnig, em 1961, no afã da conquista, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a internacionalização do espaço, e em 1967, foi assinado o Tratado de Uso do Espaço Cósmico. O documento foi importante tendo em vista que todos os países aceitaram a ideia de que nenhum país ou empresa poderia se declarar de determinada parte dessa nova fronteira. O problema é que o espaço cósmico está em certo sentido congestionado. Estima-se que sejam mais de 30 mil objetos lançados, 6. 800 toneladas de lixo espacial, 19 mil fragmentos que já caíram na Terra e uma infinidade de eventos preocupantes. Mas do ponto de vista da Física é quase nada. O princípio que norteou essa tragédia foi o da extraordinária Big Sky Theory. O espaço cósmico é tão grande que caberiam todos os experimentos, satélites, objetos e qualquer parafernália tecnológica. Em 2009 e de forma pouco noticiada ocorreu um acidente espacial.

O satélite ativo dos Estados Unidos da América, Iridium 33 se chocou com o satélite desativado russo, Kosmos 2251. O Iridium 33, foi um satélite de comunicação norte-americano, que no dia 10 de fevereiro de 2009, às 19h56 de Moscou (14h56 de Brasília) chocou-se com outro satélite, o Kosmos 2251 a cerca de 800 km de altitude, no zênite da Sibéria, provocando um lançamento de milhares de destroços na órbita baixa da Terra. A trombada gerou mais de 2.000 pedacinhos que estão sobre nossas cabeças na atmosfera. Já se pensou em tudo para solucionar o problema. Todas as propostas esbarram na questão dos custos financeiros. Os chineses destruíram seu satélite meteorológico Fengyun 1C com o lançamento de um míssil, fato que ainda gera controvérsia, e mais uma demonstração de força do que de habilidade técnica dos chineses. Cientistas norte-americanos tinham alertado para essa possibilidade nos anos de 1970. Colisões e riscos de acidentes seriam cada vez mais comuns. A situação é real  se pensarmos que as evoluções das telecomunicações estão ocorrendo rapidamente.

Em 14 de fevereiro de 2009 começa a Era de Aquário – que rege, além do amor e da paz, a liberdade e as mudanças. Acerca dos efeitos visíveis na humanidade, é relatado que estamos sentindo as influências de Aquarius, designado como Orbe de influência no desenvolvimento acelerado a nível individual, social, cultural, científico e tecnológico e, sobretudo, na globalização ocorrida por todo o século XX. A Era Aquariana tende a ser uma era de fraternidade universal. Baseada na razão onde será possível solucionar os problemas sociais para todos. Com grandiosas oportunidades para o desenvolvimento intelectual e espiritual, dado que Aquarius é um signo aéreo, científico, intelectual e o seu planeta regente, Urano, é associado com a representação da intuição e percepções diretas do coração e, a nível mundano, este planeta rege a eletricidade e tecnologia. Na visão de algumas correntes articuladas em torno do cristianismo, surgiria para substituir a chamada Era de Peixes, sendo que neste caso teria o sentido de representar o símbolo religioso do cristianismo, como teria sido usado pelos primeiros cristãos.

A realidade social nos ensina que o real é processual. O que existe deixa de existir; o que não existe passa a existir.  Se falta a consciência dessa processualidade, o sujeito isola o que está percebendo, desliga a parte do todo, perde de vista a conexão que integra o “micro” ao “macro”, a interdependência entre o imediato e a mediação complexa, ente o singular e o universal. Enquanto não enxergarmos a dimensão histórica de um ser, de um objeto, de um fenômeno, de um acontecimento, não podemos aprofundar de fato, a compreensão social que que dele temos. É o movimento histórico que passa por todas as coisas e permanentemente as modifica que as torna concretas. Nesse sentido, tinha razão o Friedrich Hegel em sua última jornada, quando escreveu na Ciência da lógica que o conceito fundamental da ontologia dialética, aquele que nos permite apreender a dinâmica do ser e do não-ser, é o conceito do devir, do vir-a-ser, do tornar-se. O real é dinâmico e nesta esteira da vida, se o sujeito se abstrai do fluxo em que existe o objeto, e neste sentido a arte, em que se verifica o fenômeno, em que se dá o acontecimento, ele afinal se incapacita para conhecer aquilo com que se defronta. Falta-lhe a possibilidade de pensar a ligação entre o ser particular que está percebendo e o seu não-ser, isto é, aquilo que ele já foi (e não é mais) ou aquilo que ele ainda não é (mas vai se tornar). Sua percepção não se aprofunda, sua representação se cristaliza, fica engessada, coagulada. O homem é essencialmente razão. 

O homem, a criança, o culto e o inculto, é razão. Ou melhor, a possibilidade para isto, para ser razão, existe em cada um, é dada a cada um. A razão não ajuda em nada a criança, o inculto. É somente uma possibilidade, embora não seja uma possibilidade vazia, mas possibilidade real e que se move em si. Assim, por exemplo, dizemos que o homem é racional, e distinguimos muito bem o homem que nasceu somente e aquele cuja razão educada está diante de nós. Isto pode ser expresso também assim: o que é em si, tem que se converter em objeto para o homem, chegar à consciência; assim chega para ele e, claro, para si mesmo. A história para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no tempo, assim como a Natureza é o desenvolvimento da ideia no espaço. Deste modo o homem se duplica. Uma vez, ele é razão, é pensar, mas em si: outra, ele pensa, converte este ser, seu em si, em objeto do pensar. Assim o próprio pensar é objeto, logo objeto de si mesmo, então o homem é por si. A racionalidade produz o racional, o pensar produz os pensamentos. O que o ser em si é se manifesta no ser por si. Todo conhecer, todo aprender, toda visão, toda ciência, inclusive toda atividade humana, não possui nenhum outro interesse além do aquilo que filosoficamente é em si, no interior, podendo manifestar-se desde si mesmo, produzir-se, transformar-se objetivamente. Nesta diferença se descobre toda a diferença na história do mundo. Os homens são todos racionais. O formal desta racionalidade é que o homem seja livre. Esta é a sua natureza. Isto pertence à essência do homem: a liberdade.

O europeu sabe de si, afirma Hegel, é objeto de si mesmo. A determinação que ele conhece é a liberdade. Ele se conhece a si mesmo como livre. O homem considera a liberdade como sua substância. Se os homens falam mal de conhecer é porque não sabem o que fazem. Conhecer-se, converter-se a si mesmo no objeto (do conhecer próprio) e o fazem relativamente poucos. Mas o homem é livre somente se sabe que o é. Pode-se também em geral falar mal do saber, como se quiser. Mas somente este saber libera o homem. O conhecer-se é no espírito a existência. Portanto isto é o segundo, esta é a única diferença da existência (Existenz) a diferença do separável. O Eu é livre em si, mas também por si mesmo é livre e eu sou livre somente enquanto existo como livre. A terceira determinação é que o que existe em si, e o que existe por si são somente uma e mesma coisa. Isto quer dizer precisamente evolução. O em si que já não fosse em si seria outra coisa. Por conseguinte, haveria ali uma variação, mudança. Na mudança existe algo que chega a ser outra coisa. Na evolução, em essência, podemos também sem dúvida falar da mudança, mas esta mudança deve ser tal que o outro, o que resulta, é ainda idêntico ao primeiro, de maneira que o simples, o ser em si não seja negado.

Para Friedrich Hegel a evolução não somente faz aparecer o interior originário, exterioriza o concreto contido já no em si, e este concreto chega a ser por si através dela, impulsiona-se a si mesmo a este ser por si. O espírito abstrato assim adquire o poder concreto da realização. O concreto é em si diferente, mas logo só em si, pela aptidão, pela potência, pela possibilidade. O diferente está posto ainda em unidade, ainda não como diferente. É em si distinto e, contudo, simples. É em si mesmo contraditório. Posto que é através desta contradição impulsionado da aptidão, deste este interior à qualidade, à diversidade; logo cancela a unidade e com isto faz justiça às diferenças. Também a unidade das diferenças ainda não postas como diferentes é impulsionada para a dissolução de si mesma. O distinto (ou diferente) vem assim a ser atualmente, na existência. Porém do mesmo modo que se faz justiça à unidade, pois o diferente que é posto como tal é anulado novamente. Tem que regressar à unidade; porque a unidade do diferente consiste em que o diferente seja um. E somente por este movimento é a unidade verdadeiramente concreta. É algo concreto, algo distinto. Entretanto contido na unidade, no em si primitivo. O gérmen se desenvolve assim, não muda. Se o gérmen fosse mudado desgastado, triturado, não poderia evoluir. Na alma, enquanto determinada como indivíduo, as diferenças estão enquanto mudanças que se dão no indivíduo, que é o sujeito uno que nelas persiste e, segundo Hegel, enquanto momentos do seu desenvolvimento.                        

Por serem elas diferenças, à uma, físicas e espirituais, seria preciso, para determinação ou descrição mais concreta, antecipar a noção do espírito cultivado. As diferenças são: 1) curso natural das idades da vida, desde a criança, desde a criança, o espírito envolvido em si mesmo – passando pela oposição desenvolvida, a tensão de uma universalidade ela mesma ainda subjetiva em contraste com a singularidade imediata, isto é, como o mundo presente, não conforme a tais ideais, e a situação que se encontra, em seu ser-aí para esse mundo, o indivíduo que, de outro lado, está ainda não-autônomo e em si mesmo não está pronto (o jovem) – para chegar à relação verdadeira, ao reconhecimento da necessidade e racionalidade objetivas do mundo já presente, acabado; em sua obra, que leva a cabo por si e para si, o indivíduo retira, por sua atividade, uma confirmação e uma parte, mediante a qual ele é algo, tem uma presença efetiva e um valor objetivo (homem); até a plena realização da unidade com essa objetividade do conhecer: unidade que, enquanto real, vem dar na inatividade da rotina que tira o interesse, enquanto ideal se liberta dos interesses mesquinhos é das complicações do presente exterior (o ancião).  O espírito manifesta aqui sua independência da própria corporalidade, em poder desenvolver-se antes que nela torne. Com frequência, crianças têm demonstrado um desenvolvimento espiritual que vai muito mais rápido que sua formação corporal, sobretudo em talentos artísticos, em particular nos gênios da música.

Também em relação ao fácil apreender de variados conhecimentos, especialmente na disciplina matemática; e tal precocidade tem-se mostrado não raramente também em relação a um raciocínio de entendimento, e mesmo sobre objetos éticos e religiosos. O processo de desenvolvimento do indivíduo humano natural decompõe-se então em uma série de processos, cuja diversidade se baseia sobre a relação do indivíduo para com o gênero, e funda a diferença da criança, do homem e do ancião. Essas diferenças são as apresentações das diferenças do conceito. A idade da infância é o tempo da harmonia natural, da paz do sujeito consigo mesmo e com o mundo. Um começo tão sem-oposição quanto a velhice é um fim sem-oposição. As oposições que surgem ficam sem interesse mais profundo. A criança vive na inocência, sem sofrimento durável; no amor aos seus pais, e no sentimento de ser amado por eles. Na Roma antiga, o gênio representava o espírito ou guia de uma pessoa, ou mesmo de uma gens inteira. Um termo relacionado é genius loci, o espírito de um local específico. Por contraste a força interior que move todas as criaturas viventes é o animus.

Um espírito específico ou daimon pode habitar uma imagem ou ícone, dando-lhe poderes sobrenaturais. Gênios são dotados provavelmente de excepcional brilhantismo, mas frequentemente também são insensíveis às limitações da mediocridade bem como são emocionalmente muito sensíveis, algumas vezes ambas as coisas. O termo prodígio indica simplesmente a presença de talento ou “gênio excepcional” na primeira infância. Os termos prodígio e criança prodígio são sinônimos, sendo o último um pleonasmo. Deve-se ter em consideração que é perigoso tomar como referência as pontuações em testes aplicados de QI quando se deseja fazer um diagnóstico razoavelmente correto de genialidade. Há que se levar em consideração que em todos as pontuações, e em todas as medidas, existe uma incerteza inerente, bem como os resultados obtidos nos testes representam a performance alcançada por uma pessoa em determinadas condições, não refletindo necessariamente toda a capacidade da pessoa em condições ideais. A contribuição histórica e cultural dos filósofos pré-socráticos à matemática, enquanto ciência, não são discutíveis especificamente  como tal e em grande parte fruto de tradição bem documentada.

As mais antigas evidências concretas sobre as atividades de um matemático propriamente dito referem-se a Hipócrates de Quios. Nossos conhecimentos sobre Hipócrates de Quios e outros matemáticos baseiam-se em fragmentos de suas obras e em tradições conservadas nos séculos posteriores. O mais antigo tratado matemático que chegou até nós é o Da Esfera Móvel, um estudo a respeito do valor piramidal da esfera. Dos matemáticos posteriores restam-nos diversas obras de valor desigual, dentre as quais se destaca Os Elementos, de Euclides, cuja influência persiste analiticamente. O interesse pela história da Matemática iniciou, também, na Grécia Antiga. Eudemo de Rodes um dos discípulos de Aristóteles escreveu consecutivas histórias da aritmética, da geometria e da astronomia, mas que infelizmente não foram conservadas. Durante o período greco-romano o matemático Papo de Alexandria representa um relato etnográfico sistemático da obra de seus predecessores, desde Euclides até Esporo de Niceia. Há também extensas notas explicativas sobre vários temas matemáticos e valiosas introduções aos diversos livros, nas quais Papo de Alexandria resume o tema geral e os assuntos técnico-metodológicos a serem tratados. Notabilizou-se por ser pai da filosofa Hipátia e por produzir em 390 uma versão mais elaborada da obra Os Elementos de Euclides que sobreviveu aos dias atuais. Dentre suas obras está uma que faz considerações sobre um eclipse solar em Alexandria. A mobilidade social trouxe a Atenas Hipócrates de Quios, no século V a. C., o primeiro autor de uma compilação de Elementos, em que parecem já figurar investigações ligadas à resolução do problema de Delos sobre a duplicação do cubo e à quadratura do círculo. Com a morte de Platão, seu discípulo, Têudio de Magnésia, escreveu nova compilação dos manuscritos Elementos.

          

Para que o gênio se manifeste num indivíduo, este indivíduo deve ter recebido como herança a soma de poder cognitivo que excede em muito o que é necessário para o serviço de uma vontade individual, segundo Schopenhauer (2001), é este excedente que, tornado livre, serve para constituir um objeto liberto de vontade, um claro espelho do ser do mundo. A través disto se explica a vivacidade que os homens de gênio desenvolvem por vezes até a turbulência: o presente raramente lhes chega, visto que ele não enche, de modo nenhum, a sua consciência; daí a sua inquietude sem tréguas; daí a sua tendência para perseguir sem cessar objetos novos e dignos de estudo, para desejar enfim, quase sempre sem sucesso, seres que se lhes assemelham, que estejam à sua medida e que os possam compreender. O homem comum, plenamente farto e satisfeito com a rotina atual, aí se absorve; em todo lado encontra seus iguais; daí essa satisfação particular que experimenta no curso da vida e que o gênio não conhece. - Quis-se ver na imaginação filosófica um elemento essencial do gênio, o que é bastante legítimo; quis-se mesmo identificar os dois, mas isso é um erro. O fato social e dinâmico é que, seja em que medida for, o certo é o incerto e o incerto a estrada reta. O objeto ser/compreender do gênio, considerado como tal, são as ideias eternas, as formas persistentes relativamente e essenciais sobre a compreensão do mundo e de boa parte dos seus fenômenos.

Onde reina só a imaginação, ela empenha-se em construir castelos no ar a lisonjear o egoísmo e o capricho pessoal, a enganá-los momentaneamente e a diverti-los; mas neste caso, reconhecemos sempre, para falar com propriedade, apenas as relações das quimeras assim combinadas. Talvez ponha por escrito os sonhos da sua imaginação: é daí que nos vêm esses romances ordinários, de quase todos os gêneros, que fazem a alegria do grande público e das pessoas semelhantes aos seus atores sociais, visto que o leitor sonha que está no lugar do herói, e acha tal representação bastante agradável. A história da matemática é uma área de estudo dedicada à investigação sobre a origem das descobertas da matemática e, em uma menor extensão, à investigação dos métodos matemáticos e aos registros etnográficos ou notações matemáticas do tempo social passado. A matemática islâmica, por sua vez, desenvolveu e expandiu a matemática reconhecida destas civilizações. Muitos textos gregos e árabes sobre matemática foram então traduzidos ao Latim, o que contribuiu com o desenvolvimento da matemática na Europa medieval. Dos tempos antigos à Idade Média, a eclosão da criatividade foi frequentemente por séculos de estagnação. Começando no Renascimento e a partir daí a revelação de novos talentos e progressos técnicos da matemática, interagindo com as descobertas científicas, realizados de forma crescente, continuando decerto sem paixão.

Bibliografia Geral Consultada.

DONATO, Hernani, História do Calendário. 2ª edição. São Paulo: Editores Melhoramentos, 1978; TURNER, Victor, La Selva de los Símbolos. Madrid: Siglo Veintiuno Editores, 1980; SIMMONS, Jerry Laird, O Despertar da Nova Era. São Paulo: Editor Siciliano, 1992; SUNG, Jung Mo, Deus numa Economia sem Coração. Pobreza e Neoliberalismo: Um Desafio à Evangelização. São Paulo: Editor Paulus, 1992; BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas, Modernidade, Pluralismo e Crise de Sentido: A Orientação do Homem Moderno. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2004; AMARAL, Leila, Carnaval na Alma. Comunidade, Essência e Sincretismo na Nova Era. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes, 2000; GADAMER, Hans-Georg, La Dialéctica de Hegel. Cinco Ensayos Hermenéuticos. 5ª edición. Madrid: Ediciones Cátedra, 2000; HEGEL, Friedrich, Fenomenologia do Espírito. 4ª edição. Petrópolis (RJ): Editoras Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2007; HÖSLE, Vittorio, O Sistema de Hegel. O Idealismo da Subjetividade e o Problema da Intersubjetividade. São Paulo: Editora Loyola, 2007; ELIADE, Mircea, História das Crenças e das Ideias Religiosas. Volume I. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2010; SHELDON, Sidney, Escrito nas Estrelas. 32ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2014; CHINELLATO, Juliana de Paula, História da Ciência, Ensino e Divulgação Científica no Brasil: Ronaldo Mourão e a Revista Ciência Popular (1950-1970). Dissertação de Mestrado em História da Ciência.São Paulo: Pontifícia Universidade Caólica deSão Paulo, 2016; PEÇANHA DA ROCHA, Vinicius Rafael, Redescobrindo a Lei Empírica de Hubble em Sala de Aula. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física. Instituto de Física. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2018; FARIA, Sandro Francalacci de Castro, Teoria de Voo de Alta Velocidade. Palhoça: Universidade do Sul de Santa Catarina, 2019; MENDES, André Gustavo Barbosa da Paz, O Ensino de História nas Escolas Técnicas Federais: História e Cultura Escolar (1959-1974). Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em História Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2022; SILVA, Licene Maria Batista Garcia da, Da Solidão ao Exílio: O Amor como Laço. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia. Centro de Educação e Humanidades. Rio de Janeiro: Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2024; entre outros.

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